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Aula 9 PRODUÇÃO DE CARBONATO, SAL E CIMENTO PRODUÇÃO DE CARBONATO E SAL Maior produtora no Brasil: Cia Brasileira de Álcalis • As salinas estão localizadas no Rio Grande do Norte; – Responsável por 95% da produção de sal marinho do Brasil. • 9.000 hectares de área de evaporação; • 700 hectares de cristalizadores; • Condições climáticas favoráveis para a produção: – Alta evaporação – Ventos constantes – Baixo índice pluviométrico – Solo naturalmente impermeável • Produção de 2 milhões de toneladas de sal marinho PRODUÇÃO DE CARBONATO E SAL Sal (cloreto de sódio): NaCl Carbonato de Sódio (barrilha): Na2CO3 Etapas da Produção de Sal • A água do mar é captada e bombeada para dentro de uma sequência de evaporadores e concentradores, onde a evaporação solar aumenta gradativamente a concentração de sais, até o ponto em que a salmoura está saturada de NaCl. • A salmoura é transferida para os cristalizadores onde ocorre a precipitação do sal. • Este sal cristalizado é posteriormente colhido, lavado para a retirada de impurezas e estocado, estando pronto para ser beneficiado. Tipos Comercializados: • SAL GROSSO – Aplicação industrial; • SAL BENEFICIADO – O sal grosso produzido é beneficiado por um processo de moagem; • SAL REFINADO (sal iodado de mesa e cozinha) – Passa por uma 2ª lavagem, – Moagem – Centrifugação – Secador a altas temperaturas – Classificados por peneiras vibratórias – Aditivado (Adição de Iodo) SAL GROSSO SAL BENEFICIADO SAL REFINADO CARBONATO (BARRILHA) Na2CO3 • Importante insumo para as indústrias de vidros, silicatos, fosfatos, papel e celulose, tratamento de água e efluentes e diversas aplicações industriais; Processo de Fabricação • É obtido a partir do sal marinho e do calcário, apresentando-se na forma de pó ou granulado • Processo de Fabricação: Processo Solvay • Ocorrências Naturais (soda natural), depósitos nos EUA de Na2.NaHCO3.2H2O → 6x10 6 toneladas Barrilha Leve (Na2CO3) Barrilha Pesada PRODUÇÃO DE CIMENTO Introdução • É uma commodity de baixa substitutibilidade. Presente em todos os tipos de construção, da mais simples moradia até a mais complexa obra de infra- estrutura, do início ao acabamento final; • É o componente básico do concreto, que é o material mais consumido do planeta depois da água; • É um produto homogêneo, com variedade limitada de tipo e com especificações e processos de fabricação semelhantes em todo mundo. • Cimento Portland: Cimento produzido pela moagem de clínqueres constituídos essencialmente por silicatos de cálcio e uma pequena quantidade de uma ou mais formas de sulfato de cálcio (ASTM C150-NBR 5732) Indústria do cimento • A primeira patente de cimento foi desenvolvida em 1824 por Joseph Aspdin. • A instalação definitiva de um unidade fabril no brasil ocorreu em 1920. • No ano de 2013 o Brasil apresentava 88 fábricas de cimento. SNIC, 2013.19 •Brasil é o 5º maior produtor de cimento do mundo e o 4° com relação ao consumo para o ano de 2015. •Indústria brasileira se apresenta como a menor emissora de poluentes por tonelada de cimento. Indústria do cimento • Maior utilização do cimento é na construção civil. • 73 milhões de toneladas utilizadas no ano de 2015. Tipo de Cimento Composição básica Aplicações Cimento Portland comum (CPI) Calcário, argila e gesso. Construção em geral que não exigem características especiais. Cimento Portland composto (CPII) Componentes principais e aditivos: Tipo Z (adição de pozolânico), tipo E (adição de escória), tipo F (material carbonático) Obras de engenharia civil. Cimento Portland de alto forno (CPIII) Calcário, argila, gesso e escória de alto forno. Vantajoso em obras de concreto-massa. Cimento Portland Pozolânico (CPIV) Calcário, argila, gesso e material pozolânico. Obras expostas à ação da água e ambiente agressivo. Cimento Portland de alta resistência inicial (CPV) Calcário, argila e gesso (em proporções diferentes do CPI) Produção de artefatos de cimento (produzidos nas indústria). 20 Processo de fabricação • Matérias Primas Principais o Calcário (CaCO3): constitui de 85 a 95% da produção do cimento. o Argila: contribui com Al2O3, Fe2O3 e SiO2 para formação do principal sistema quaternário de formação do cimento. o Gesso (CaSO2.2H2O): adicionado entre 2 e 4% para retardar o tempo de pega do cimento. • Matérias Primas Secundárias o Material pozolânico: confere ao cimento maior resistência. o Escória de alto forno: confere aumento da durabilidade. o Fíler calcário: melhoram a trabalhabilidade. 21 Processo de Fabricação • Via úmida: – A matéria prima é moída e homogeneizada dentro da água, formação de pasta; – é mais antiga e eficaz para obter homogeneização de materiais sólidos. Está em desuso pois requer maior consumo de energia e está sendo substituída por via seca. • Via Seca: – A homogeneização se realiza a seco; – Mais moderna; – Proporciona economia no consumo de combustível; – Permite a utilização de fornos de maior capacidade; Processo de fabricação • Etapas da produção o Principal processo: via seca. o Etapas similares para fabricação de todos os tipos de cimento. 23 EXTRAÇÃO CLINQUERIZAÇÃO PREPARAÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS cozedura ADIÇÕES Processo de fabricação • Sistema de forno de clinquerização o Etapa de formação do clínquer é a mais importante o Sistema via seca possui algumas configurações ✓ Pré-aquecedor: farinha introduzida na torre de ciclones para aquecimento, sendo os gases aquecidos até a 1200 ºC. ✓ Pré-calcinador: descarbonatação do CaCO3. 25 Processo de Fabricação: • Extração da matéria prima; • Britagem: • Pré-homogeneização e dosagem • Moagem • Homogeneização • Pré-aquecimento • Cozedura; • Resfriamento; • Moagem e adições; • Embalagem e expedição; Extração da matéria prima • Extração do calcário e da argila das pedreiras; • A exploração de pedreiras é feita normalmente a céu aberto e a extração da pedra pode ser mecânica ou com auxílio de explosivos. Britagem • O material, após a extração apresenta-se em blocos, sendo necessário reduzir o seu tamanho a uma granulometria adequada Pré-homogeneização e dosagem • O material britado é transportado para fábrica e armazenado em silos verticais ou armazéns horizontais; • As matérias-primas selecionadas são depois dosificadas, tendo em consideração a qualidade do produto a obter (clínquer); Moagem do “Cru” • Definida a proporção das matérias primas, elas são transportadas para moinhos onde se produz a mistura finamente moída; • Nessa etapa é realizada a adição de outros materiais de forma a obter as quantidades pretendidas dos compostos que constituem o “cru”: • Areia (SiO2) • Fe2O3 • Bauxita (Al2O3) Homogeneização • Mistura uniforme para assegurar uma perfeita combinação dos elementos formadores do clínquer. • A homogeneização é executada em silos verticais através de processos pneumáticos e por gravidade Na torre ocorre o aquecimento do material e inicia-se a pré-calcinação • Reação de calcinação: • Processo de formação do clinquer: 1300-1500oC CaCO3 → CaO + CO2 Resfriamento • Uma vez cozido, o clínquer sai do forno e segue para o resfriador onde sofre uma diminuição brusca de temperatura que lhe confere características importantes; • O calor que é transportado pelo clínquer é transferido para o ar que é recuperado, melhorando assim o rendimento térmico do processo; Moagem do Clínquer e Adições • O cimento resulta da moagem do Clínquer, Gesso e Aditivos que irão dar as características ao cimento; • Após a moagem, o cimento produzido é normalmente transportado por via pneumática ou mecânica e armazenado. Embalagem e Expedição • Granel ou Sacos Combustíveis Tradicionais Tipo de Combustível Composição básica Poder calorífico Óleo combustível Frações pesadas e residuais do petróleo. 42.000 kJ/kg Carvão Mineral Principal elemento é o carbono.entre 20.900 e 31.380 kJ/kg Coque de Petróleo Resíduo da indústria do petróleo entre 33.640 e 37.700 kJ/kg • Busca pela minimização dos impactos ambientais. • Desenvolvimento tecnológico para uso de combustíveis alternativos. • O combustível é o item de maior peso na estrutura de custos da produção. 42 Coprocessamento • “Destruição térmica de resíduos e de passivos ambientais em fornos de cimento, aproveitando suas potencialidades sem alteração na qualidade do produto final”. • Vantagens: o Valorização de resíduos sem valor comercial agregado. o Não há geração de novos passivos ambientais. o Destruição final do passivo. o Destinação final para o resíduo. 43 Coprocessamento • Possibilidades de Coprocessamento (CONAMA): o Substitutos de matéria prima. o Substitutos de combustíveis: limitações de quantidade e tipo de resíduo. No Brasil, a restrição é feita a partir da geração de poluentes. Resíduos que podem ser coprocessados Resíduos que NÃO podem ser coprocessados Substâncias oleosas Materiais de baixo poder calorifico Pneus e emborrachados Resíduo hospitalar Lodos de ETE Explosivos e radioativos Madeiras contaminadas Pesticidas Papel Material com alto teor de metais pesados 44 Coprocessamento • Pneus inservíveis: o Um dos maiores passivos ambientais. o Para cada 4 pneus fabricados, 5 devem ser reciclados. o Em 2013, os pneus representaram 23% dos resíduos coprocessados, sendo 286.000 toneladas, o equivalente a 57 milhões de pneus. Substância Composição (%) Enxofre 1,72 Carbono 76,77 Hidrogênio 6,5 Nitrogênio 0,82 Cinzas 8,63 Atrativo para as cimenteiras 45 PCI (kJ/kg) = 34.758 Coprocessamento • Borra oleosa: o Resíduo caracterizado como emulsão de água, óleo, composto orgânico e metais pesados. o Proveniente de fundo de tanques, separadores água-óleo, unidades de craqueamento e sistemas dessalgadores. o Resíduo perigoso Classe I (NBR 10004) – não pode ser descartada sem pré-tratamento. o Apresenta poder calorífico adequado para utilização em fornos de clínquer. 46 Coprocessamento • Blendagem: o Mistura de materiais para obtenção do melhor combustível. 47 Aspectos Ambientais: • Obtenção da matéria prima: cálcario e cimento – Promove: erosão do solo, destruição de formações rochosas • Etapa de britagem: – Emissão de poeiras e particulados • Alto consumo de água e energia Impactos Ambientais • A produção de clínquer gera formação de poluentes como CO2, SOx e NOx: o Dos óxidos de enxofre, o principal é o SO2, pois enxofre está presente tanto na matéria prima como no combustível. o NO2 e NO são os principais nitrogenados e dependem da composição do combustível. o No forno rotativo, a fração orgânica é transformada em CO2 (99,99%). o Dependendo da composição de matéria prima e combustíveis, pode haver geração de metais pesados. IMPORTÂNCIA DO COPROCESSAMENTO 49 Impactos Ambientais • Operações unitárias para retenção de poluentes: o Utilização de filtros manga e precipitadores eletrostáticos. o O pó retido nos equipamentos (20 a 30% da produção) pode ser incorporado ao clínquer. 50 O mercado do cimento:
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