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FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA Tecnologia de Produção de Etanol Comercial CÁLCULO DO RENDIMENTO, EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE ÁLCOOL ◼ Combustível verde; ◼ Utilizado em industrias de alimentos, cosméticos e como insumo da indústria química; ◼ Em abril de 2016-março 2017 o Brasil produziu 30 bilhões de litros de etanol; Biocombustível de maior sucesso: Etanol • Ajustável ao setor de transporte → Desafios enfrentados: • Desenvolvimento de propriedades físicas adequadas; • Logística de distribuição e de armazenamento; • Combustão, menor capacidade energética; ◼ Desenvolvimento por parte de EMBRAPA: ◼ Responsável por um considerável ganho de produtividade (2.500 l/hec) e aperfeiçoamento de técnicas de extração do álcool da cana. PRO-ÁLCOOL ◼ Fonte energética oriunda da Biomassa mais difundida no Brasil é a Cana de Açucar ❑ “ do boi só não se aproveita do berro”. Produção de Etanol ◼ O álcool etílico é obtido principalmente por fermentação de cana ou melaço (resíduo da fabricação de açucar) através de um processo bioquímico. ◼ Pode ser produzido a partir de qualquer carboidrato ❑ Ex: suco de frutas, milho, beterraba, batata, malte, cevada, aveia, centeio, arroz ❑ No caso de carboidratos mais complexos é necessária uma hidrólise. ◼ O agente de fermentação: LEVEDURA Processo de Fermentação ❑ 1ª ETAPA - Hidrólise da sacarose C12H22O11 + H2O → C6H12O6 + C6H12O6 sacarose invertase glicose + frutose ❑ 2ª ETAPA – Fermentação Alcoólica C6H12O6 → 2H3C-CH2-OH + 2CO2 Monossacarídeo Etanol Gás Carbônico GLICOSE (6 C´s) SACAROSE (12 C´s) AMIDO (nC´s) Forma natural das plantas armazenarem energia. CELULOSE (polímero da glicose) zimase CÁLCULO DE BALANÇO DE MASSA: ◼ 51% do açucar vira ETANOL Agente de Fermentação ◼ Na fermentação alcoólica são empregadas linhagens selecionadas da levedura Saccharomyces cerevisae; A cultura deve possuir: ❑ Crescimento vigoroso; ❑ Elevada tolerância ao etanol; ❑ Estabilidade; ❑ Alta produção; ◼ O etanol em altas concentrações age como inibidor, e a tolerância das leveduras é um ponto crítico para uma produção elevada. A tolerância ao etanol varia de acordo com as linhagens das leveduras ❑ O crescimento dos microrganimos cessa quando a produção atinge 5% de etanol (v/v). ❑ A taxa de produção é reduzida a zero, na concentração de 6 a 11% de etanol (v/v). Etapas da Fermentação 1) Preparo do Substrato; 2) Preparo do Mosto; 3) Preparo do Inóculo; 4) Fermentação; 5) Destilação; Etapas da Fermentação: 1. Preparo do Substrato ◼ Moagem da cana → arraste de impurezas (bagacilhos e terra) ❑ Separação através de peneiras fixas, rotativas ou vibratórias; ❑ Impurezas Menores → Decantação Etapa de disponibilização dos nutrientes para os microrganimos. Etapas da Fermentação: 2. Preparo do Mosto ◼ Mosto: meio reacional ou de cultivo ❑ A concentração de açucar é definida conforme a produção pretendida e viabilidade da levedura. ❑ Características desejáveis do mosto: ◼ Isenção de sólidos (bagacilhos, areia e terra) ◼ 10 a 20% de açucares totais (Grau Brix) ◼ Nutrientes minerais ◼ pH – 4,5 a 5,5; ◼ Temperatura – 26 a 35oC ◼ Contaminação por bactérias < 102 (ideal) → agentes antissépticos e antibióticos Etapas da Fermentação: 3. Preparo do Inóculo ◼ Utilização de nutrientes → favorecer a multiplicação rápida da levedura. ❑ Mais utilizados são: N, Mg, K e outros (Zn, P, Ca e etc) ◼ AERAÇÃO ❑ Ar comprimido e agitação mecânica ◼ TEMPERATURA ❑ Ideal : 35 a 37oC ❑ Emprego de antibióticos → inibir o crescimento de bactérias. Etapas da Fermentação: 4. Fermentação ◼ É realizada em dorna/fermentador/reator ❑ Podem ser abertas ou fechadas; ❑ Pode ser realizada de forma contínua ou descontínua; FERMENTAÇÃO DESCONTÍNUA OU BATELADA ❑ Neste processo são utilizadas várias dornas, que são cheias, fermentadas e processadas uma a uma. Fermentação Contínua ◼ Neste processo utiliza-se dornas de grandes dimensões, operando da seguinte forma: ❑ 1) o mosto é misturado ao inóculo na 1ª dorna; ❑ 2) passará para as demais num processo contínuo até chegar a última dorna onde a concentração de açucares é a menor possível; ❑ 3) O vinho bruto desta última dorna é enviado para a centrifugação; ❑ 4) O vinho centrifugado é enviado para destilação; Utilização dos Resíduos: ◼ Produção de energia elétrica através dos resíduos da cana de açucar. ❑ Na cana cerca de 1/3 da energia solar é fixada como açúcar, enquanto o restante corresponderá fibra vegetal (celulose, hemicelulose e lignina) ◼ QUEIMA dos resíduos como o bagaço e as palhas. ◼ 1ton de cana moída → 270 kg de bagaço de cana → queimado em caldeiras para geração do vapor. Esse vapor aciona turbo-geradores produzindo energia elétrica que por sua vez é utilizado nas próprias indústrias. CO-GERAÇÃO ◼ Vinhoto: ❑ Cada 1L de etanol produz 12 litros de vinhoto. ❑ Usado para adubação de canaviais ❑ Produção de bio-gás através de bio- digestores. 1ton cana -> 70 L de etanol + 270 kg de bagaço + 840 litros de vinhoto. 12m3 de biogás (65% metano e 35%CO2) Aplicação do Gás: fornos industriais, caldeiras, acionamento de motores das usinas em transporte Desafios na Produção de Etanol ◼ Aumento da produção do ponto de vista de processamento industrial pode ocorrer de 2 formas: ❑ Aperfeiçoamento das tecnologias para produção de etanol de 1ª geração (a partir da sacarose). ❑ Pelo desenvolvimento tecnológico de produção de etanol de 2ª geração (etanol lignocelulósico), produzido a partir da conversão a celulose e hemicelulose em etanol. Etanol – 1ª Geração Possibilidades de desenvolvimento ◼ Aplicação de melhores práticas agronômicas, desenvolvimento de melhores variedades para novas áreas e de cultivos mais produtivos e resistentes ◼ Seleção de linhagem e melhoria das características dos microorganismos que garantam alta eficiência ,ou seja, que apresentem maior velocidade de fermentação, maior conversão, resistência álcool, pH, além de estabilidade genética. ◼ Desenvolvimento de tecnologia de fermentação a baixa pressão e extração a vácuo do etanol, evitando assim a redução da produtividade em decorrência da inibição pelo produto. Diminui os custo com a destilação. ◼ Redução os níveis de formação de subprodutos no processo fermentativo, e consequentemente elevação do rendimento, conseguidas evitando-se que ocorra estresse celular. ◼ Desenvolvimento de estratégias de imobilização dos micoorganismos, permitindo operá-lo com maior densidade celular, o que garante aumento da produtividade do etanol. Esse sistema dispensa a etapa de centrifugação e reciclo (representa 16% nos custos de processamento). ❑ Fermentação empregando leveduras imobilizadas: 15 g/L.H ❑ Fermentação convencional: 8 g/L.h ◼ Integração energética da planta de produção, visando o estabelecimento de uma rede de energia mínima, visando maior aproveitamento energético e redução dos custos de instalação e manutenção de utilidades. ◼ Aprimoramento da tecnologia de digestão anaeróbia para aproveitamento da vinhaça e produção do biogás a partir desse subproduto, que apresenta elevada carga orgânica. ◼ Racionalização do uso de água de produção de etanol e estudos de métodos mais eficientes de tratamento de água residuária. Etanol de 2ª geração Possibilidades de desenvolvimento ◼ O material lignocelulósico é constituído de 3 tipos de polímeros: ❑ Celulose (sub-unidades de D-glicose unidas por ligação glicosídica), hemicelulose (pentoses, hexoses e açucares ácidos) e lignina (associada a parede vegetal) ◼ Diversas rotas são pesquisadas: ◼ Pré-tratamento que efetua a separação da hemicelulose → fermentação das pentoses ◼ Celulose é então hidrolisada→ fermentada ◼ Lignina → queima ◼ Combinação das rotas de 1ª e 2ª geração: ❑ Possibilidade de aumentar a quantidadede combustível sem aumentar o volume matéria prima cultivada. ◼ Como consequência, ter-se-à menor disponibilidade de bagaço para a geração de energia elétrica. ◼ Comportamento do mercado: Bagaço Caldo Etanol Energia Açucar Etanol Cálculo do Rendimento, Eficiência e Produtividade de Processos Fermentativos BioProcessos Industriais ◼ Nomenclatura: ❑ P, concentração de produto (g/L; kg/m3) ❑ S, concentração de substrato(g/L; kg/m3) ❑ X, concentração de células (g/L; kg/m3) ❑ Y, rendimento ou fator de concentração (g/g; kg/kg) ❑ Q, produtividade volumétrica (g/L.h; kg/m3.h) ❑ PM, produtividade mássica (kg/h; g/h) ❑ Ef, eficiência do bioprocesso ❑ Eg, eficiência global da planta ◼ Fator de Rendimento ou de Conversão (formação de células em função do consumo de substrato) ◼ Fator de Rendimento ou de conversão de substrato em produto (formação de produto em função do consumo de substrato) ◼ Fator de Rendimento ou de conversão de biomassa e produto (formação de produto em função da quantidade de células- crescimento ) s x SX dtdS dtdX SS XX dS dX Y = − = − − = − = / / )( )( 0 0 s p o SP dtdS dtdP SS PP dS dP Y = − = − − = − = / / )( )( 0 x po XP dtdX dtdP XX PP dX dP Y == − − == / / )( )( 0 Caldo de cana: 20º Brix (20 g/100ml) Mosto fermentado : 8oGL de etanol (8g/100ml) mlg mlg Y S P 100/20 100/8 = Quantidade de caldo de cana: 1000 kg Quantidade de Etanol 300 Litros 1000 x 300 = S PY Eficiências Global da Planta e Eficiência do Processo MP na contido substrato dopartir a obtenível produto de massa recuperado produto de massa Eglobal = ◼ Algumas perdas possíveis: ❑ Tratamento da Matéria prima ❑ Preparo do Meio ❑ Esterilização do meio ❑ Separação de células ❑ Recuperação do produto Eficiências ◼ Eficiência de cada etapa do processo ◼ Considera a quantidade de produto obtido, com relação ao esperado - Eficiência do processo: ◼ Relacionando com Rendimento: 100 triaestequiomepor obtenível produto do Massa produto do Massa xEP = Valor esperadoCaldo de cana: 20º Brix (20 g/100ml) Mosto fermentado: 8oGL de etanol (8g/100ml) 0,51 x 100/20 100/8 mlg mlg Efic = Teor Max de etanol possível teóricoSP realSP f Y Y E )( )( / /= Exercício Considerando um processo de fermentação alcoólica em que se partiu de um mosto contendo 120g/L de glicose por litro, verificou-se que a concentração de etanol ao final do processo foi de 48g/L e que o mosto fermentado ainda continha 2g/100mL. Após os processo de separação por destilação e purificação por retificação, verificou-se que cada litro de mosto conduziu a 40 g de álcool anidro. Qual o rendimento e a eficiência do processo?
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