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MANAUS 2017 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA ENGENHARIA QUÍMICA DANIELLA SARANNE BENTES CARDOSO MARESSA MARTINS DE PINHO THATIERLEN DA COSTA REIS PRODUÇÃO DE ETANOL Relatório solicitado para obtenção de nota parcial referente à 7ª aula prática da disciplina de Química Orgânica e Bioquímica Experimental. Prof. Responsável: Dr. Geverson Façanha da Silva. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Produção do etanol ................................................................. 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Peso do mosto de cana .......................................................... 10 Tabela 2 Valores obtidos do refratômetro .............................................. 11 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................... 2 LISTA DE TABELAS............................................................................... 3 SUMÁRIO ................................................................................................ 4 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 5 1.1 EXTRAÇÃO ................................................................................. 6 1.2 FERMENTAÇÃO ......................................................................... 7 1.3 DESTILAÇÃO DO ETANOL ........................................................ 7 1.4 DESIDRATAÇÃO ........................................................................ 7 1.5 ARMAZENAMENTO .................................................................... 7 2 METODOLOGIA ................................................................................ 9 2.1 MATERIAIS E REAGENTES ....................................................... 9 2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................... 9 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 10 4 CONCLUSÕES ................................................................................ 13 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 14 ANEXOS ................................................................................................ 16 1 INTRODUÇÃO O petróleo é a principal fonte de energia atualmente, a sua origem vem de uma fonte não renovável, desta forma o seu esgotamento é inevitável, além dos impactos ambientais produzidos por esta fonte de energia. Assim, faz-se necessário o uso de outros tipos de fontes energéticas (SANTOS, 2012). Dentre os combustíveis mais utilizados que partem de fontes renováveis se encontra o etanol, também conhecido com álcool etílico, que já vem sendo usado a bastante tempo a partir da fermentação de açúcares presentes em vegetais. O interesse pelos biocombustíveis vem crescendo, devido ao aumento dos preços e aos danos que os combustíveis fósseis causam (SANTOS, 2011). O Brasil é o maior produtor de etanol produzido a partir da cana-de- açúcar. A cana-de-açúcar é cultivada em regiões de clima tropical e subtropical. É uma planta que apresenta alta eficiência energética ao capturar e armazenar energia solar, pois uma tonelada desta planta equivale a 1,2 barris de petróleo. A partir dela podem-se produzir diversos produtos e subprodutos de grande utilidade, como (SANTOS,2011): • Açúcar e álcool; • Do bagaço: etanol, ração animal, papel, celulose e combustível; • Da vinhaça: fertilizante, ração de alto valor protéico, biodigestão; • Da palha: combustível que gera eletricidade e calor. Quanto maior for à quantidade se sacarose contida na cana maior é sua qualidade, e os açúcares redutores como a glicose e a frutose são muito importantes na recuperação da sacarose, pois diminuem a solubilidade. O ciclo da cana consiste em duas etapas o crescimento vegetativo e o armazenamento da sacarose. O clima e o solo são alguns fatores que influenciam na maturação da cana (RODRIGUES, 2008). O etanol pode ser produzido através de três formas por degradação, fermentação e sintética. O processo mais utilizado é o de fermentação, pois é o mais econômico (BETANCUR, 2010) A produção do etanol é constituída pelos seguintes processos: • Extração; • Tratamento do caldo para açúcar e etanol; • Evaporação; • Cozimento e secagem de açúcar; • Fermentação; • Destilação; • Turbogeração; • Geração de vapor. A reação de produção do etanol se encontra na equação a segui: C6H12O6 2CO2 + 2C2H5OH Através dela é possível realizar o cálculo para o rendimento estequiométrico da conversão de açúcares. Por haver crescimento celular e as situações de estresse, uma determinada parte do açúcar é transformada em biomassa e outras substâncias como, por exemplo, o glicerol (MASIERA,2012). 1.1 EXTRAÇÃO O processo de extração envolve a lavagem, preparo e a moagem. As impurezas que a cana pode conter varia, pois depende da colheita, do período da colheita e do tipo de solo, desta forma é necessário que essas impurezas sejam removidas, para isso pode ser utilizado dois métodos, a de lavagem e a limpeza a seco. A cana-de-açúcar é preparada para a extração do caldo, onde ocorre a desintegração do colmo e rompimento das células, com a finalidade de aumentar a extração das moendas, para tornar o processo de extração mais eficiente. O caldo pode ser extraído através da moagem ou da difusão, no Brasil a difusão é mais utilizada pois consome menos vapor no processo (RODRIGUES, 2008). levedura 1.2 FERMENTAÇÃO A fermentação alcoólica utiliza a biotecnologia, pois através da ação de leveduras sobre os açúcares fermentativos presente na solução produz o etanol. A escolha da levedura para produzir o etanol é de acordo com o controle tecnológico, para que haja maior rendimento. Deve haver controle da concentração do açúcar para que a levedura não se desenvolva para que a produtividade não seja reduzida. O oxigênio em excesso atrapalha a produção do etanol, pois o álcool é produto das reações anaeróbicas. As leveduras são fungos unicelulares e se dividem em duas espécies: Saccharomyces cerevisae e Saccharomyces pombe. Elas podem ser obtidas comercialmente ou através da centrifugação do vinho (RODRIGUES,2008). 1.3 DESTILAÇÃO DO ETANOL O processo de destilação tem como objetivo separar através do calor os componentes voláteis de uma mistura líquida. Este processo é feito em três etapas: a separação inicial, a retificação e a desidratação. Na indústria são utilizadas colunas de pratos e borbulhadores. Os condensadores são adicionados no topo da coluna para condensar os vapores leves que atingem o topo da coluna (MASIERA, 2012). 1.4 DESIDRATAÇÃO O etanol hidratado é composto por água e etanol, seu teor alcoólico corresponde a cerca de 96%GL, ao desidratar o teor passa ser a 99,7 GL. Geralmente se utiliza a desidratação azeotrópica com benzeno. Mas há outras técnicas recentes que consiste em utilizar peneiras moleculares que não usa aditivo químico, além de gastar menos energia (SANTOS,2011). 1.5 ARMAZENAMENTO Devido ao fato de ser um produto inflamável os tanques onde o etanol é armazenado deve seguir os padrões de segurança. Geralmente é utilizado tanques metálicos cilíndricos revestidos por pintura anticorrosiva. Mesmo o melhor tanque projetado apresenta perdas por evaporação que pode ser reduzido utilizando um sistema de resfriamento (SANTOS,2012). Figura 1 - Produção do etanol 2 METODOLOGIA 2.1 MATERIAIS E REAGENTES • Caldo de cana-de-açúcar; • Fermento biológico; • 2 béqueres 500 ml; • Vidro de relógio; • Espátula; • Balança analítica; • Balão de fundo redondo 150mL; • Erlenmeyer 150mL; • Manta de aquecimento; • 2 Elevadores; • 2 Suportes Universais; • Condensador; • Termômetro;• 2 Mangueiras; • Garras e suporte para condensador. 2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Em um béquer adicionou-se 50 mL de caldo de cana e acrescentou-se 6g de fermento biológico, após a dissolução do fermento a solução foi transferida para uma garrafa com uma pequena abertura na tampa e foi reservado. Em seguida, foi realizado medições de índice de refração e grau brix no refratômetro. Colocou-se uma pequena quantidade de caldo de cana no compartimento de amostra e anotou-se os dados obtidos. A mistura reacional foi destilada após uma semana de fermentação. Montou- se o aparelho para a destilação, colocou- se a solução dentro do balão de fundo redondo e iniciou a destilação do etanol produzido. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A cana-de-açúcar apresenta na sua composição a sacarose, um dissacarídeo que sofre hidrolização e produz dois monossacarídeos: a frutose e a glicose (RODRIGUES et al, 2000). Para obtenção do etanol usualmente emprega-se a fermentação alcoólica, um processo exotérmico realizado por ação de leveduras, onde a matéria-prima comumente empregada é a cana-de- açúcar; após esta fermentação emprega-se a destilação, uma operação que consiste na separação de líquido de suas eventuais misturas. (GISIELLY et al, 2017) No preparo do mosto, definem-se as condições gerais de trabalho para a condução da fermentação como regulagem da vazão, teor de açúcares e temperatura. Densímetros, medidores de vazão e controlador de Brix automático monitoram esse processo. Durante a fermentação, o açúcar do mosto é transformado em álcool e dióxido de carbono (CO2). Com a saída de gás do fermentador, produz-se uma diminuição de massa do mosto que somente cessa quando todo o açúcar é consumido, (MALAJOVICH, 2009) que pode ser observada segundo a tabela abaixo: Tabela 1 Peso do mosto de cana Dia Hora Amostra 17/05 16:26 223,05 g 18/05 08:04 225,196 g 19/05 13:56 224,078 g 22/05 15:34 222,752 g 23/05 14:00 222,831 g O rendimento da fermentação teve muitas denominações e procedimentos para seu cálculo, mas atualmente as unidades produtoras têm adotado o rendimento teórico de Gay Lussac ou estequiométrico, que corresponde à relação entre o álcool efetivamente produzido na fermentação e aquele que teoricamente poderia ser gerado segundo a reação química de transformação de açúcar em álcool: Rendimento = Álcool etílico gerado na fermentação Álcool teórico possível de ser gerado pela equação estequimétrica x 100 A relação que expressa o rendimento da fermentação pode ser expressa algebricamente da seguinte maneira: Rendimento = 78 100 x 100 = 78 % A concentração ideal de sólidos no mosto varia para cada matéria-prima sendo, geralmente de 14 a 28° brix apresentando-as seguintes relações com as porcentagens de açúcares: • mosto de melaço - 20 a 28° brix - 12 a 18% açúcares • mosto de caldo - 14 a 18° brix – 12 a 18% açúcares Antes da fermentação, o grau Brix correspondeu a 14. A partir dos dados obtidos, podemos observar o desenvolvimento do processo fermentativo no decorrer do tempo. Claramente, o valor do Brix, que representa a quantidade de açúcares solúveis diminui porque esses açúcares estão sendo consumidos no processo. Tabela 2 Valores obtidos do refratômetro Material Índice de Refração Brix Temperatura Amostra após a fermentação 1,351 10,1 25,3ºC Amostra das primeiras gotas 1,335 1,4 25,5ºC Bioetanol 1,3345 1 25,9ºC Para que o mosto fosse destilado e gerasse álcool 94 °GL, seu Brix deveria estar próximo a 12 segundo Pacheco (2014), de acordo a tabela acima a amostra apresentava Brix 10,1, mesmo estando com o teor baixo não foi menor que o limite de 10, pois se assim acontecer à destilação será prejudicada, tornando-se mais lenta, com produção de maior quantidade de vinhaça, elevando o consumo de energia e aumentando os custos de produção. (CHAVES, 2012) Como no caldo há dois tipos de açúcares que são fermentados para produzir álcool. O primeiro é constituído pelos chamados açúcares simples, glicose e frutose, que são utilizados diretamente pela levedura para produzir álcool. O segundo, cerca de 90% é a sacarose. Antes de produzir álcool este açúcar, este açúcar é quebrado nos seus componentes mais simples, a glicose e frutose. É durante a fermentação que ocorre a transformação dos açúcares fermentescíveis do caldo em álcool, pela ação das leveduras. (CHAVES, 2012) Segundo STUPIELLO et al. (1973), no processo de destilação, consiste em separar o etanol do substrato fermentado, ou seja, ocorre a diminuição do teor de açúcar e a elevação do teor alcoólico, por isso o Brix diminui. 4 CONCLUSÕES Pode-se conhecer o processo de obtenção do álcool, produto principal da fermentação da cana de açúcar, através da revisão bibliográfica. Pois, neste experimento, foi utilizado o caldo da cana de açúcar pronto para dar início ao processo de fermentação com fermento biológico. Após uma semana de reação a mistura foi destilada para a separar o etanol dos resíduos presentes na mistura. A cana de açúcar passa por diversos processos até chegar na fermentação que vai desde a colheita até a eliminação de impurezas do caldo. REFERÊNCIAS BETANCUR, G. J. V. Otimização do pré-tratamento ácido de bagaço de cana-de-açúcar e avaliação da fermentação da fermentabilidade do hidrolisado hemicelulósico para produção de etanol de segunda geração. Dissertação (Doutorado em Ciências). Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. CHAVES, J.B.P Cachaça: Produção Artesanal de Qualidade. Viçosa, MG; CPT, Manual 2. Edição. 2002. MALAJOVICH, M.A. Vinhos. Biotecnologia na vida cotidiana: manual de atividades práticas de Biotecnologia. Rio de Janeiro, Edições da Biblioteca Max Feffer do Instituto de Tecnologia ORT, 2009. Disponível em <http://www.bteduc.bio.br> MASIERA, S. S. Microusinas de etanol de batata-doce: viabilidade econômica e técnica. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Rio Grande do Sul. 2012. Pacheco, T. F. Fermentação alcoólica com leveduras de características floculantes em reator tipo torre com escoamento ascendente. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Universidade Federal de Uberlândia. 2010. RODRIGUES, A. H. Três patamares tecnológicos na produção de etanol: a usina do Proálcool, a usina atual e a usina do futuro. Dissertação (Doutorado em Ciências Sociais). Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. RODRIGUES, J. da R.; AGUIAR, M. R. M. P. de; SANTA MARIA, L. C. de; SANTOS, Z. A. M. 2000. Química nova na escola o ensino da função álcool. Uma abordagem alternativa para o ensino da função álcool. n. 12, p. 20- 23, . S. GISIELLY; B.A. LINARA; L.H. MAICON; S. SHARLENE. Destilação fracionada. 2003. Disponível em <http://home.furb.br.> Acesso: 28 de maio de 2017. SANTOS, D.S. Produção de etanol de segunda geração por Zymomonas mobilis naturalmente ocorrente e recombinante, empregando biomassa lignocelulósica. Dissertação (Doutorado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos). Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. SANTOS, R. E. R. Análise da viabilidade energética e econômica da produção de etanol em microdestilarias. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Energia). Universidade Federal de Itajubá. Itajubá. Minas Gerais. 2011. STUPIELLO, J. P.; SALGADO, J. M.; SARRUGE, J. R.; WILSON, E. D.Teor de ácido oxálico em feijão. Revista Brasileira de Tecnologia, v. 4, p. 231-234, set.-dez. 1973. ANEXOS ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO 1. Qual a fórmula do álcool presente na mistura, isto é, do etanol? C2H6O, 2. Qual a semelhança dessa preparação do etanolcom a sua fabricação industrial? O processo, em geral, é o mesmo mudando apenas a quantidade de produção que no caso da indústria é feita em larga escala e utiliza-se um tipo de levedura específica para o processo de fermentação. 3. Qual é o principal açúcar ou dissacarídeo presente no caldo de cana? A sacarose. 4. Qual é sua fórmula molecular desse açúcar? C12H22O11, 5. Qual a finalidade do fermento? Catalisar o açúcar presente no caldo da cana de açúcar. O fermento biológico possui duas classes de enzimas, a invertase e a zimase. A invertase catalisa a sacarose em glicose e frutose e a zimase catalisa esses produtos em etanol e gás carbônico. 6. Qual é o nome do processo de separação utilizado para a extração do álcool? Destilação. 7. Qual é o nome da mudança de estado que ocorre dentro da mangueira? Condensação. 8. Equacione as reações que transformam a cana-de-açúcar em álcool. LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1.1 EXTRAÇÃO 1.2 FERMENTAÇÃO 1.3 DESTILAÇÃO DO ETANOL 1.4 DESIDRATAÇÃO 1.5 ARMAZENAMENTO 2 METODOLOGIA 2.1 MATERIAIS E REAGENTES 2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS ANEXOS
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