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1.Acadêmicos do Curso de Bacharelado em Engenharia Civil da Faculdade Estácio do Pantanal – Estácio Fapan. 2.Orientador externo a instituição. LEVANTAMENTO VISUAL CONTÍNUO, CONCEITOS E APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NA RODOVIA MT-175, NO TRECHO DO ENTRONCAMENTO DA BR-174 (CACHO) – RESERVA DO CABAÇAL Ziege Zarriche Andrade Batista Silva1 Tiago Cezar Pereira Duarte1 Guilherme Melo Duarte Almeida1 Magnum Guntembergo de Freitas Oliveira2 RESUMO O artigo elaborado, tem como objetivo analisar as condições atuais da rodovia MT-175, do trecho que liga o entroncamento da BR-174 (Cacho) até o município de Reserva do Cabaçal, verificando a funcionalidade, os níveis de trafegabilidades e a frequência de patologias presente no mesmo, a fim de buscar soluções viáveis para sua recuperação. O método aplicado, baseia-se em normativas que descrevem tanto a terminologia quanto os procedimentos que são utilizados na execução da avaliação da superfície do pavimento, além disso foi usado também como referência, obras de autores do ramo da pavimentação. Nesse cenário, os resultados obtidos foram alarmantes, visto que os números apontaram que 48% do trecho encontra-se em péssimo estado e necessita de reconstrução, enquanto apenas 11% está em ótimas condições, precisando apenas de conservação rotineira. Por fim, temos as considerações que traz o dilema de embora termos uma metodologia de caráter simplório, muitas vezes os recursos disponíveis, bem como a falta de planejamento são barreiras que impedem a melhoria da qualidade das vias brasileiras. Palavras-chave: Levantamento visual contínuo, pavimento, patologia. ABSTRACT The purpose of this article is to analyze the current conditions of the MT-175 highway, from the stretch that connects the BR-174 (Cacho) junction to the municipality of Reserva do Cabaçal, verifying the functionality, traffic levels and frequency of pathologies present in it, in order to seek viable solutions for its recovery. The applied method is based on regulations that describe both the terminology and the procedures that are used in the evaluation of the pavement surface. In addition, works by authors from the paving industry were also used as a reference. In this scenario, the results obtained were alarming, given that the numbers showed that 48% of the stretch is in very bad condition and needs reconstruction, while only 11% is in excellent condition, needing only routine conservation. Finally, we have the considerations that bring the dilemma of although we have a simplistic methodology, often the available resources, as well as the lack of planning are barriers that prevent the improvement of the quality of the Brazilian roads. Keywords: Continuous visual survey, pavement, pathology. INTRODUÇÃO A logística de transporte é fundamental no desenvolvimento de qualquer sociedade, desde os tempos de conquistas territoriais, passando pela urbanização e consequente troca cultural, comercial e religiosa, até chegar no momento contemporâneo de distribuição de mercadorias (BERNUCCI et al., 2008). A mobilidade atual, passa diretamente pela estrutura denominada pavimento, que podemos contextualizar segundo Santana (1993), como sendo uma estrutura composta por múltiplas camadas obtidas pelos serviços de terraplenagem, destinadas a receber as cargas oriundas dos veículos e oferecer aos usuários conforto e segurança, obtidos através de práticas da engenharia, da forma mais eficaz e barata possível. No Brasil, onde o maior e mais explorado modal é o rodoviário, enfrentamos diversos problemas relacionados a infraestrutura dos pavimentos, o que impacta não somente nas empresas que escoam o seu produto, como também na segurança dos usuários que por essas vias trafegam. A Confederação Nacional do Transporte - CNT (2019) apurou que da extensão total de 108.863 quilômetros de rodovias que foram avaliados em todo o país, 52,4% da extensão apresentou algum tipo de problema (57.080 quilômetros), sendo 35,0% considerados regular; 13,7%, ruim; e 3,7%, péssimo. Tabela 1 - Classificação do Pavimento Fonte: CNT, 2019 Dessa forma, a avaliação do atual estado de nossa malha rodoviária por meio de métodos acessíveis é um dos desafios para conseguir buscarmos condições satisfatórias de trafegabilidade. Ou seja, se as vias possibilitam segurança aos usuários que as trafegam, ou torna-se necessária intervenção por meio da aplicação de serviços de engenharia que visem realizar a manutenção preventiva ou corretiva, ou até mesmo a reconstrução das mesmas. Além disso, o fator econômico também deve ser levado em consideração a medida que a qualidade do transporte impacta diretamente no custo de diversas mercadorias, pois o transporte de produtos por meio de rodovias em condições precárias gera o encarecimento do frete, levando ao aumento do produto final. Nesse contexto, para realizar a avalição e o monitoramento das rodovias, existem dificuldades operacionais como a de alinhar os conhecimentos dos serviços destinados à manutenção e a restauração dos pavimentos. Outra dificuldade, é a de escolher a metodologia de avaliação, além de conhecer as causas das patologias a partir do diagnóstico do estado do pavimento e com isso determinar qual será a melhor solução para recuperação do mesmo. O problema a ser abordado, especificamente no estado do Mato Grosso, na rodovia MT- 175, no trecho que interliga o entroncamento da BR-174 (Cacho) até o município de Reserva do Cabaçal, que devido as diversas patologias presentes em alguns trechos, leva a indignação da população que frequenta esse trajeto, por conta da dificuldade na locomoção e pelos acidentes que ocorrem corriqueiramente. Dessa forma, a aplicação do método LVC – Levantamento Visual Contínuo, justifica- se pelo fato de ser um método de abordagem simples, econômico, rápido, não destrutivo e que gera resultados consistentes sobre o índice de estado de superfície do pavimento, de modo a avaliá-lo numa nota de 0 a 5, sendo que o resultado apresentado por meio dessa nota já contém as principais medidas a serem tomadas para sua restauração, gerando trafegabilidade segura aos usuários. O objetivo do trabalho a ser realizado compreende aplicar a normativa DNIT 008/2003 - Levantamento Visual Contínuo em um segmento rodoviário da MT-175, aplicando as diretrizes e colhendo dados e na sequência apresentar as condições atuais do corpo estradal, apontando as patologias identificadas, bem como um plano de ações para realizar as devidas recuperações necessárias. METODOLOGIA O presente artigo cientifico partiu de duas etapas para a sua realização, primeiro foi aplicado à normativa DNIT 008/2003-PRO para a coleta de dados em campo, onde foram identificadas as patologias e as condições geométricas da rodovia MT-175, compreendendo o trecho entre a Entr. da BR-174 (Cacho) – Reserva do Cabaçal, sendo posteriormente realizado o processamento dos dados obtidos, e juntamente a essa normativa foi utilizado o auxílio da bibliografia direcionada a pavimentação rodoviária, levando ao produto final que foi o plano soluções que visam a recuperação do corpo estradal. A equipe ideal para a elaboração do levantamento visual contínuo deve ser composta preferencialmente de no mínimo dois técnicos, mais o motorista do veículo. Além disso, ressalta-se a importância de evitar a realização do levantamento em dias chuvosos, em que haja neblina ou isenção de luz natural, pois esses fatores dificultam a identificação das patologias presentes no pavimento. No mês de agosto de 2020 percorreu-se a totalidade de 104,4 km de extensão, porém foram analisados 92,2 km, pois as travessias urbanas não foram computadas, devido aos perímetros urbanos disporem de interferências às quais são prejudiciais na análise do pavimento, como carros estacionados, circulação de pedestre, etc. Ao longo do levantamento utilizou-sede um veículo, cuja velocidade média aproximada de norma é de 40 km/h, visando desse modo maximizar a percepção das patologias existentes ao longo do trecho. Ainda segundo o DNIT (2003), o trecho a ser analisado deve ser dividido em segmentos homogêneos aos quais devem obedecer a extensão recomendada entre 1000m e 6000m, salvo segmentos caracterizados por serem fim de trecho. Contudo, orienta-se preferencialmente que sejam de 1000m, pois são adotados segmentos acima de 1000m apenas quando os avaliadores têm absoluta segurança sobre a homogeneidade dos efeitos ao longo de toda a extensão do segmento. A Norma DNIT 008/2013 PRO fixa as condições exigíveis na avaliação da superfície de pavimentos flexíveis e semi-rígidos através do Levantamento Visual Contínuo, determinando-se o Índice de Condição de Pavimentos Flexíveis (ICPF), ao mesmo tempo em que proporciona também os elementos necessários para o cálculo do Índice de Gravidade Global Expedito (IGGE) e do Índice do Estado de Superfície do Pavimento (IES), onde são determinados os conceitos do pavimento conforme apresentado abaixo. A frequência de defeitos foi registrada com código “A” (alta), “M” (média) ou “B” (baixa) segundo DNIT-PRO 008/2003, conforme a estimativa da qualidade e da porcentagem e ocorrência do defeito avaliada, na Tabela 2. Tabela 2 – Frequência de patologias Fonte: DNIT, 2003 Inicialmente define-se o Índice de Condição de Pavimento Funcional - ICPF, de acordo com as notas atribuídas pelos avaliadores a partir da condição visual da via onde é realizado o levantamento. A Norma DNIT 008/2013 – PRO apresentam os serviços a serem realizados de acordo com cada intervalo de nota atribuída, conforme demonstrado na Tabela 3. Tabela 3 - Notas ICPF Fonte: DNIT, 2003 Segundo DNIT 008/2003 - PRO, uma nota de 0 a 5 é atribuída subjetivamente em função da necessidade de manutenção durante a avaliação do pavimento que reflete a condição de conforto ao rolamento, representada pelo Valor de Serventia Atual - VSA, conforme Tabela 3. O ICPF final resulta do cálculo da média dos valores atribuídos por dois ou mais avaliadores. Após a conclusão dos levantamentos, os dados foram armazenados e em seguida, foi determinado o Índice de Gravidade Global Expedito - IGGE para cada segmento, que é determinado através da frequência dos defeitos e seus respectivos pesos, conforme Equação e tabela abaixo. 𝑰𝑰𝑰𝑰𝑰𝑰𝑰𝑰 = (𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒙𝒙 𝑭𝑭𝑷𝑷) + (𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒙𝒙 𝑭𝑭𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷) + (𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒙𝒙 𝑭𝑭𝑷𝑷𝑷𝑷) Onde: • Ft, Pt = Frequência e Peso do Conjunto Trincas (t); • Foap, Poap = Frequência do Conjunto de Deformações e Peso do Conjunto de Deformações; • Fpr, Ppr = Frequência (quantidade por Km) e Peso do Conjunto de Panelas de Panelas e Remendos. Tabela 4 - Definição do índice de gravidade e peso das patologias Fonte: DNIT, 2003 Os defeitos são classificados em três conjuntos: trincas, deformações e panelas e remendos e os pesos de cada grupo variam em função da frequência de ocorrência de defeitos. Depois disso, foi calculado o Índice de Estado de Superfície - IES, cujos valores estão compreendidos de 0 a 10, avaliado em função do ICPF e do IGGE calculados, constituindo então, uma síntese destes dois Índices. Os valores do IES, estão relacionados aos cinco níveis de condição ICPF que encontra-se o pavimento (ótimo, bom, regular, ruim e péssimo), juntamente com o Código e o Conceito do IGGE atribuídos ao estado da superfície do pavimento e determinados de acordo com Tabela 4. Para concluir, o segmento foi classificado pela sua extensão correspondente fazendo uma interpolação com os valores de IES (IGGE e ICPF) e suas extensões, conseguindo-se assim, ter a real situação do trecho, e consequentemente adotar qual o meio de intervenção o segmento homogêneo necessita, de acordo com a Tabela 5. Tabela 5 - IES do Pavimento Fonte: DNIT, 2003 RESULTADOS E DISCUSSÕES. Após o levantamento em campo e o processamento dos dados coletados, foi possível perceber a incidência e a severidade das patologias detectadas nos segmentos homogêneos analisados, conforme a tabela abaixo. Tabela 6 - Incidência e nível de severidade por segmento analisado Fonte: Autoria própria, 2020 Dada as informações sobre a severidade e ocorrência das patologias, nota-se que em 72,41 % dos 87 segmentos homogêneos há a presença da patologia desgaste, que segundo o DNIT (2003) trata-se do efeito de arrancamento progressivo do agregado do pavimento, caracterizado pela aspereza superficial do revestimento e provocado por esforços tangenciais causados pelo tráfego. O aparecimento intenso desta patologia ocasiona a desproteção da camada de base, permitindo deste modo o livre acesso de águas indesejadas que infiltram-se no interior das Condição do Pavimento Valor IES Conceito ICPF Estratégia IGGE ≤ 20 e ICPF > 3,5 0 ÓTIMO 5-4 NECESSITA APENAS DE CONSERVAÇÃO ROTINEIRA IGGE ≤ 20 e ICPF ≤ 3,5 1 20 ≤ IGGE ≤ 40 e ICPF > 3,5 2 20 ≤ IGGE ≤ 40 e ICPF ≤ 3,5 3 40 ≤ IGGE ≤ 60 e ICPF > 2,5 4 40 ≤ IGGE ≤ 60 e ICPF ≤ 2,5 5 60 ≤ IGGE ≤ 90 e ICPF > 2,5 7 60 ≤ IGGE ≤ 90 e ICPF ≤ 2,5 8 IGGE > 90 10 REGULAR 3-2 CORREÇÃO DE PONTOS LOCALIZADOS OU RECAPEAMENTO PÉSSIMO 1-0 RECONSTRUÇÃO RUIM 2-1 RECAPEAMENTO COM CORREÇÕES PRÉVIAS SEGMENTOS BOM 4-3 APLICAÇÃO DE LAMA ASFÁLTICA/MICRO RECESTIMENTO camadas estruturantes do pavimento e que junto da ação do tráfego, potencializa o processo de descompactação da camada de base ocasionando outras patologias como a panela. Imagem 1 – Pavimento com desgaste Imagem 2 - Pavimento com desgaste Fonte: Autoria própria, 2020 Observa se também que em 88,5% dos segmentos há presença da patologia do tipo remendo, indicando que o trecho analisado possui na sua maior parte ações de manutenção corretiva funcional, aplicadas somente após a instauração de patologias e que não atua nas camadas estruturantes do pavimento. Imagem 3 – Remendos Imagem 4 – Remendos Fonte: Autoria própria, 2020 Existem diferenças entre as atividades de manutenção e as atividades de reabilitação de pavimentos, a manutenção tem por objetivo preservar ou manter o período de projeto do pavimento, aumentando pouco o nível de serventia, mas evitando a deterioração precoce, enquanto a reabilitação tem o propósito de prolongar a vida em serviço do pavimento, elevando o nível de serventia próximo ao valor máximo e criando condições para um novo ciclo de deterioração (Karnikowski, 2019 p. 34). De acordo com Karnikowski, (2019) as medidas estratégicas visando a manutenção preventiva (rejuvenescimento da capa asfáltica e recapeamentos delgados). indicam a serem medidas muito mais rentáveis comparadas as com as estratégias convencionais de manutenção corretiva (remendos superficiais, reparos localizados e impermeabilização de trincas). O resultado do Índice de Estado de Superfície - IES dos segmentos homogêneos constituídos pelo trecho, mostra que os 87 segmentos analisados foram classificados em ótimo, bom, regular, ruim e péssimo, conforme tabela abaixo. Tabela 7 - Resumo dos segmentos avaliados Fonte: Autoria própria, 2020 Assim, confere-se que nos segmentos em condição ótima (IES = zero) a conservação rotineira poderia ser adotada em 11% dos segmentos com pavimento flexível, cuja extensão representa 9.800 m do total dos 92.200 m de pavimento. Já o segmento em condição boa (1 ≤ IES ≤ 2), na qual o desgaste superficial e as trincas não são muito severas e em áreas não muito extensas, correspondendo a 20% (18.500 m) e tem manutenção com aplicação de micro revestimento ou lama asfáltica como possível estratégia de conservação mais indicada. Para Bernucci et al., (2006) utilizar a técnica de micro revestimento com emulsão asfáltica modificada por polímero e comruptura controlada traz vantagens na recuperação funcional de pavimentos deteriorados ou com trincamentos. A emulsão é feita de uma maneira que permita sua mistura aos agregados como se fosse lenta e logo em sequência sua ruptura torna-se rápida de modo que permita a liberação do tráfego em pouco tempo. Condição do Pavimento Valor IES Conceito ICPF Estratégia Extensão (m) % IGGE ≤ 20 e ICPF > 3,5 0 ÓTIMO 5-4 NECESSITA APENAS DE CONSERVAÇÃO ROTINEIRA 9.800,00 11% IGGE ≤ 20 e ICPF ≤ 3,5 1 20 ≤ IGGE ≤ 40 e ICPF > 3,5 2 20 ≤ IGGE ≤ 40 e ICPF ≤ 3,5 3 40 ≤ IGGE ≤ 60 e ICPF > 2,5 4 40 ≤ IGGE ≤ 60 e ICPF ≤ 2,5 5 60 ≤ IGGE ≤ 90 e ICPF > 2,5 7 60 ≤ IGGE ≤ 90 e ICPF ≤ 2,5 8 IGGE > 90 10 92200,00 100% 48% 11% 10% RUIM 2-1 RECAPEAMENTO COM CORREÇÕES PRÉVIAS 10.400,00 CORREÇÃO DE PONTOS LOCALIZADOS OU RECAPEAMENTO RESUMO DOS SEGMENTOS BOM 4-3 APLICAÇÃO DE LAMA ASFÁLTICA/MICRO RECESTIMENTO 18.400,00 20% Total Geral REGULAR 3-2 PÉSSIMO 44.600,001-0 RECONSTRUÇÃO 9.000,00 Imagem 5 – Trincas couro de jacaré Fonte: Autoria própria, 2020 Com relação às seções na condição regular (3 ≤ IES ≤ 4), pavimento trincado, com “panelas” e remendos pouco frequentes e com irregularidade longitudinal ou transversal representa 10% correspondendo a 9.000 m, cuja estratégia é reparos localizados ou recapeamento. Imagem 6 – Panelas Imagem 7 – Afundamento Fonte: Autoria própria, 2020 Os segmentos identificados na condição ruim (5 ≤ IES ≤ 7) defeitos generalizados com correções prévias em áreas localizadas - remendos superficiais ou profundos representam 11% e extensão de 10.400 m, cuja estratégia é recapeamento com correções prévias. Imagem 8 – Panelas Imagem 9 – Segmento com remendos e panelas Fonte: Autoria própria, 2020 Também foram identificados segmentos na classificação péssimo (8 ≤ IES ≤ 10) defeitos generalizados com correções prévias em toda a extensão. Degradação do revestimento e das demais camadas - infiltração de água e descompactação da base representam 48% e corresponde a 44.600 m cuja estratégia é a reconstrução. Imagem 10 – Afundamento Imagem 11 – Defeito de bordo Fonte: Autoria própria, 2020 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme exposto, foi possível perceber que as condições apresentadas no trecho são insatisfatórias e que o mesmo necessita de reconstrução em praticamente metade de sua extensão, onde o seu precário estado gera riscos eminentes de acidentes aos usuários que por esse trajeto trafegam. Contudo, para atingir as soluções viáveis para sua recuperação é preciso sair de um ciclo vicioso que está retratado em quase todo o país, pois mesmo que haja a metodologia de caráter simplório, existem os obstáculos da falta de planejamento e de recursos disponíveis, no qual o planejamento muitas vezes é mal executado pela falta de recursos, e futuramente os recursos não são mais os mesmos para que se possa realizar os planejamentos atuais. Portanto, é preciso uma ação conjunta de adequação entre os órgãos governamentais e as empresas contratadas para a realização do planejamento correto, de modo que o produto final (pavimento) seja durável e atenda as normativas. Outro fator com determinante importância, é dar ênfase ao monitoramento das condições das rodovias, para que obtenha-se o real estado das mesmas, podendo assim aplicar medidas corretivas que visem a manutenção da funcionalidade do pavimento por mais tempo e que posteriormente irá evitar a necessidade de sua reconstrução parcial ou total, o que tornaria os gastos para sua recuperação bem maiores ou até mesmo inviáveis. REFERÊNCIAS BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: Petrobras: ABEDA, 2008. 496 p. CNT – Confederação Nacional dos Transportes. Pesquisa CNT de rodovias 2019: Relatório Gerencial. Brasília: SEST SENAT, 2019. 238 p. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos: Terminologia – TER 005/2003. Brasília: IPR, 2003. 12 p. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Levantamento visual contínuo para avaliação da superfície de pavimentos flexíveis e semi-rígidos: Procedimento – PRO 008/2003. Rio de Janeiro, 2003. 11 p KARNIKOWSKI, Tamires. Seleção de estratégias de manutenção e reabilitação de pavimentos urbanos baseada na análise do custo do ciclo de vida. Joinvile, 2019. 94 p. SANTANA, Professor Humberto Santana. Manual de Pré-misturados a frio. 1993. 300 p.
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