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HISTÓRIA GERAL DAS GUERRAS ANGOLANi~S l;'OR ANTÓNIO DE OLIVEIRA DE CADORNEGA 1681 Revisto e anotado • POR Ai/ANUEL Al.VES DA CU1VHA T•' l\11 '1 111 .., . . . • • • . . . . • HISTÓRIA GERAL DAS GUERRAS ANGOLANAS • .. • • REPÚBL.ICA PORT UGUI;:S A MINISTÊ.R10 DAS C0LÓNti.S • • HISTÓRIA GERAL DAS .. • • GUERRAS ANGOLANAS POR ANTÓNIO DE OLIVEIRA DE CADORNE·GA 1 6 8 1 Rei•iJlo e a110/11do r.OR N/1L\'l1El ALVJ::.S DA CU1VffA. TQr.10 LII - -DIVJSAO DE PUDL!CAÇOES E BIBLIOTKCA AGgNCIA GERAL DAS COL()NIAS 9. 4 2 • • • .. .. - Esta publicação foi determinada por ck.<pacho de S. Ex.• o J.finistro das Col6nias, de 13 de A/aio de 1939 NOTA PRÉV IA O falecido Cónego J. M. Delgado, que profi· ciente e laboriosamente corrigiu e emendou muitos erros de datas e factos. correntes na história de Angola. e anotou. com a transcrição e citação das fontes documentais dos nossos ricos arquivos. o 1. • tómo e o 2! da História General das Guerras Ango- lanas, não chegou a fazer o trabalho de correcçiio e anotação do 3.' t6mo. Apesar do que diz no pre· fácio do l .' tô"'º' não. foi encontrada a lista alf abé- tica das palavras duvidosas e antiquadas e das tir radas do kimbundu ou congo, quer para o 3.' tômo, quer mesmo para o 2.'. Sste estudo sôbre o 3.' vo- lume teve que ser agora feito e é bastante desenvol- vido, visto no português angolense empregado por Cadornega no século XVII. quãsi um crioulo, gira- rem muitos termos dos dialectos indígenas ou apor- tuguesados. além dos vocábulos antiquados ou espa• nhóis. Havia necessidade de confrontar a cópia do Manuscrito da Biblioteca de Paris. que serviu de: VlI • • • • • - • • • • • . base à presente edição, com o autógrafo existente na Biblioteca da  C<ldemia d'a.s Ciências de Lisboa· (Ms. n."' 78. cõr vermelha), e mesmo com a cópia . feita em princípios do· século passado. e recente- mente aparecida. arqujvadã 1.1~ mesma Academia· (Ms. n.°'645, cõr azul)·; e por êste motivo aparece o 3.' tõmo· muito depois dos dois primeiros, todos louvàveln1ente editados pela Agén'cia Geral dâs Colónias. Févse esse co11f ronto, reviu-se o manuscrito e fizeram-se vária.~ anotações, tudo da minha respon- s.abilidadé, salvo m1iiio pouças notas deixadas pelo f ãlecldo Cónego. Foi 1nuito valiosa, e por isso aqui a agradeço, a colaboração prestada. n·a busca dos arquivos e no conféon.to corn o puts>grafo. pe(o Rev.~• P. António 13rásio, S. $p. O me,smo agr(Jdecâmento tributo aos esclarecimentos prestados pelos Srs. Drs. Bagõrro Sequeira, F. Frade, natur.alista do· Muse.u Bocage. e F. Mendonçá, do 1. B. de Coimbra; Gastão S.ous.a Dias; P. Ruela Pombo: e Junta das Mis.sões Geo- gráficas e de Investigações Colonil3ís do Ministério da!;. Colonias. Por conpeníênciã da edição sai o 3." (õmo co.m o mesmo título de História Geral das Guei:ras ·Ango- lanas. Na realídade'·êste .tômo não é de história, mas principa(ment.e de geqgra[ia descritíva e de e~o graf<a de A11go(a e Congo, misturando o Autor. CQm li descrição geográfica, a flora. a fauna e a etno- grafia, algumas divagações históricas, e muitas crendices e ingenuidades: segunc(o a predilecção, colorido e prolixidade do seu feitio literário . .Nas legendas das difer-entes partes dêste tômo • Vll1 .. 1 f . • ~ .fi !...-~i.!'.:»li:;Jf14i1t,,-~~ • . .. • " • .J . ' • .L:..;:...t:..~ F~#;-Sl11UI."' !.);\ ~f..J)l(,~f1 </.~IA (·)I) 1 T ()f-Aft (.O.\! ..,\ ~{i\t~ATIJR.\ !il '10<-~l>J\JIA 00 AtFfQJt - 00 ~ts. DA /;.C,\Df!MJj\ t>lt"S ÇlGS,<(_ lf.S, or: liS~ ... , 011talizacJo • ' • o AutOl' chama-lhe História de Angola ou História Geral Angolana. Publicam-se nos seus lugares as estampas que ilustram o original déste volume. São as do autó- grafo da A cademia das Ciências. e_. para confronto, as correspondentes da cópia do Ms. de Paris. de que lemos no ftonwpicio do 1. • tõmo o nome de Rochefort como presumível autor. Faltam no autõ- grafo a estampa referente à palmeira, que dali foi arrancada, e a referente ao peixe mulher . A esta iconografia angolana, que revela no Au- tor «.facilidade de pintor e perfeito conhecimento dos usos e costumes locais», se refere com elogios Fer- dinand Denis: assim o declara no estudo ãcêrca das iluminuras dos M ss. portugueses. que precede a re- produção cromo-litográfica do precioso Missal ilu- minado de Estevão Gonçalves, da Academia das Ciências de Lisboa, reprodução existente na, Biblí.o- teca Nacional de Lisboa e oferecida a El-Rei D. Fernando ( 1879). Postas de lado as suas deficiências. êste tra- balho de Cadornega tem real mereci111.enlo para o conhecimento regional de Angola e para a sua geografia no século XVII. A cucíosidade do Autor levou-o a dar relações ou pautas, como lhe chama, das diferentes províncias de Angola, Congo e Ben- guela, e das denominações e lotações dos seus nu- merosos sobas, que assin1 fixou na sua época. muito pormenorizadas e completas, como também da or- ganização social e maneira de viver de muitas tribus indigen.as. A localização é feita pelo Autor sem referência aos pontos cardeais. Insere ama nota marginal na - J.• parte, em que. com tôda a simplicidade, diz: «Não me meto com Nortr; .e Sul. nem de Leste a Oest.e, por s.er coiia que não entendo. qµe é sô ré• servado aos cosmôgraf os, que o aprenderam e ensin·am». Pela diversidade elos assuntos de que dá noti- ci§l sôbre as terras ardentes de Angola, a que pito- rescaménte chama «esta Adltsta Etíppia Ociden- tal». ro/ocada 110 <(Calcan.har do Mundo»: pela maneira como o faz e pelas singularidades que clese,re.ve; não hf!Sit<UT1os eni classifii:ar êste .com- pêndio cJo cwioso escritor seiscentista, - bene- mérito obreiro da historiografia angolens.e,-como o niais in'teressante dos três volumes dó pai da his- tória dê An17.ola. Comp·õem-s·e em tipo itálíco muitos nonu:s geo- gráficos, os· vocábu~os do.s dialectos vernáculos e dos aportuguesamentos e1npcegados pelo Autor. as·sim com<;> muitos· termos da f auria e flora e vocá- bulos espanhói» N o ã11tógrafo é tudo escrito em caligróifia seguida, de leifu.ra bastante difícil. Pa.ra se ver essa caligrafia publica-se o fac-simile da de- dicatória do r.• tômp com a zjsinàtura antógraf a .do A!ltç>r. Para f acilitac a êonsu~ta jun'tam-.se no fim da obra: os quadr:os alf abético.s dos nomes geográficos. e. dos nomes das pessoas; as coordenadas aproxi- madas dos ponto!! mais importantes mencion·ad<>§. por Cadornega; e um índice .das matérias cla.s quatro partes. O .onomástico é bastante desenvolvido; serve também no quadro discritivo, em grande parte. para as· fi'guras dos ton1os J .• e 2.°. O esbóçq fjl!ogrãficp X -Carta Geográfica da Costa Occidental da AErica -é o desenhado por L. C. C. Pinheiro Furtado em 1786: embora distanciado um século, pode ser de uti- /ídade para a geografia angolana áa época do A11tor. XT AO M UITO ALTO E MUITO PODEROSISSIMO PRINCJPE DOM PEDRO. NOSSO SENJ-IOR. OFFE- RECE A SEUS REAIS PéS ESTA HISTORIA DE ANGOLA ANTONIO DE OLJVEll?cA DE CADORNEGA. CAPl- T AO REFORMADO E CIDADAO DE SAO PAULO DA ASSUMPÇAO. N A TUR,AL DE VlllA-V/ÇOZA. TOMO TERCEIRO ESCRlPTO NO ANNO DE 1681 ( ' l (* ) Boca d<dlc:><ória • !Indo catá tntT< " -pe do ttl do Ccago ~ a do ... dt Angola. (8 o ftcntbp!clo do UI tõmo). 1 • • y . ~· .-)· ·. ' -.. • 1 • • 1 1 ! l l l ,• . . REPRODL'ÇÃO 00 RO~TO DO Ili TOMO. - 00 MS. DA ACADF.MIA DAS CU!NCIAS, Oh USOOA , dt mu,/D . J/it 1,.> .J. J _.,{ l'I n. ('li ' "•11 e_ f I • • YitJJ;1 • lt fé 1. rr~ fJf h/J.l • ,:, , )/N.I 1./,f/,f /'-' IJ/!f, • lftJi(l,/4.. 11 •• l/1.11tt./.J ' , l1tl111itt )c . /)/,l'fll't• .~· · • l 11)vr11 ( tJ1t 1 > ; R; ' \._ '"fi1ln41,.: (._/'''~ 111'1, l • 1.. >,), ),," 11+1 l '/ 6(1 Jc • ' ' I ),, , 4;Á ... í?r114 ltt, /,/.1u1yr11.~ ' '(,;",.ª' ,~ . 1Jl11/8 -flti11\'" 1 • '.J,i11:4 ,,,.,.,,( rr , ,,/t,.lff ,,.~,. Íl.· 110 ... iío1~~ /n'Rf . ' REPRODL•ÇAO DO FO l.10 A DO MS DA lllUl.IOTECA N ACIONAL Of. PARIS ( f . PORTUG. ") AO BENEVOLO E CURTOZO LEITOR. T ER.CEJRA l>eZ me l<>l >W amttter com muito mah ri.Jlco tJ. minha pesaqa em ckscrev.er parlkularmente todas u coaus d~ Rnnos de Angola, que ó minha no• lida. 11lêr&o. por dM c:omprinu!nto ao que pl'Olflelti em a minha Historia das Guerras Angolanas; e di(IQ mais risco • por me p6r em escre11er. e fazer descripçõo desta Cidade <k S&o Paulo da Assumpçáo. de seu por.to. grandeza:. no· bttu. e tu.rltorio da Vil/a da Vic!!oria de Ma;sangano. • saa basta Capitania. e das mais Fortale;:as d;a Conquista. e .fU/ls CapitBTÚ8$ mores; e do mais prov.ido pello Príncipe. nos.to Smhor. e seu ~rnador e Capitão Geral: hínd<> pd/o potenl>e, e eaudalozo Rio Coamza acima relata.ndo suc- <:euos estrau.agant>es e admiraveis. ne/le acorúecidos; suas abundantes aqoas. e ferte'is margMs, em que se cu/tiuão nwnerou.s sear1JS. com abundancia ck caça, e ferozes ani- mais. usím em mar como ~ terra: que mar se pode c/za.. mar por aua upaçoza grandeza: ttndo e criando em si UrvMn.so pucado de diversas castas; navegando por sua rlbdra abaiJl'o e acima nwita$ emba.tcafóens. f'4fB:J:Os de cuberta, &.nch4S. canoas pos$anles. com o negocio da Con· quUta ck#!es Reillos. tudo dos V assa/os Portuguues da 3 ·C-0~ de·Portugal de .sua Alllez~ que Dêus gua.rác; c/.anáo noticia do que .comprehende o Reino de An.go/a e . .!UB$ pro- vin<'ias; Reino.de Dongo. o que er;a de .sua jurisdição; da. d'Íade São Phcfippe do Reino de Btnguella. e ó·qtte dóm·ina; da ~a~ Proi>inc.il. do lubci10. e ilas mais = cónfinanres: t.ocando. cm o opuknto Reino. do Congo • . S(!Us. grandes e pOderozos vtissallos. os rios ctWdaloros, qu:., o rodeão -e com cju"m. confina s1'as limites este dilatado Reino: ·Sem embargo de haver. dado de tudo noticia em a nossa Historia Ang9/.ana, em o primeiro e segundo t.omo dei/a. em os ·gove,-,:ios que houve nestes R einos, desde stu1 primt?ita conquista· ili~ o tempo prcicntc: alem êJe dar cllt<is noticias ao mundo, e lhe fazer notoriq todos . OS SUCC.el<SOS que h OOVI!: na§ gué'rras Angolan.,,s. em o discurso de tantos annos, em tifo traba- lhoza e arriiú:_ada. conquista, por $eroiço ~ seli Princi~. e exaltação da sa~ia fé CBiholica, referimos iambém irm ~e llOSSO terceiro tomo alguns cazos admiraveis. stu:cediçlç,s nes- tts bastos e dilàtados r.einos. tão (!Opulõzos d-S· il1U1u!IUÍ• dade de va~-s;illos ethíçipes oicidentBe}J, mettendO-se.o Auror e.ntre tantos an!macs fetqze~, e biclio.s p_eçonhenlios, confiado em que suas feroc:icWdes o não offenderão. nem tíio pouco suás moidcclurá$ peçonhentas. liirido armado de tão singu- lares contras (' ) .. ·e do "'ª!l.ºr antidoto, que hc serim <'Slas mas. ob~as •. e trabalho e des11ello. que com ella.s ~ue, <kµi- cadas e·.offe'rcciáas aos Real!S pe"s.d.e sua Alteza. o pockro- ilsslme Prlru:ipe Dom Pedro, nosso Senhor, quê rrmitru annos riõs uiva, e prospere· D~ com toda a Caza Real, como Sl?lJS humlld~s e lcacs uassaf/os lhe dezejamo.s, e. ha- uemos mister. (') O Autor empregn ·multas vn .. uta p~ oo smHdo de «lll• tra'\i't:nmo. ·rem.Mlo cootr.i. qhalquer e.ousa. . . .... _..., - .. TEROELRO TOMO DA IDSTORIA GENERAL AN- GOLAN:A ESCRIPTA POR ANTONlO DEOLlVEIRA DE CADORNEGA CAPITAO REFORMADO E CI- DADÃO DA CIDADE DE SÃO PAU[,0 DA ASSUM- PÇAO, NATURAL 00 VllJLA-V.IÇOZ'A CAPITULO PRIMEIRO DA PRIMEIRA PARTE (') E começaodo esta AOSsa historia pello graadfozo e se-guro Porto da Cidade de São Paulo cb Assumpção que em sua bondade pode faz~ comparação a todos os que hà :no di.tcubttto. sito irntre "' bMn d1> Coamza, e Cutimba. que estão a barlavento cosra acima delle: di.s- tandb o da Coamza algumas q""'tocze legon&: ao da Cwimba fazem illl'C$, >e ittts â barra do rio Be.ngo, a .seu ·ao~avento. e do ..-io Daode e &ua ·barro oit~, "' e5te dito Porlo. Entre estu .rios e .suas bar-rss estã este "p.razivtl Porto, que por &C<l tão ~z e seguro dos combates das ondas e furor dos ventos, fol escolhído p~los antigos. e primeiro con- quistador Paulo Dias de Novaes (') pam refugio e amparo [') o AolO< aso dlv;dlu <Ste l<'<~ro ·- da .... h!St6ria - capltulOIJ, como <fb DO ~ < a<gU.OÔO. ÃpoGM M -oaua aqW .... rtlufoda ~tulo ptlmd:o>, ..... ~ l<m d<peU uvu1 ......... A ~ da -tN coollda """ dl!....,ta port., 1 fttta ou po< meto de ..-. aarvlaa4 ou mtto J><loo dtul"" cem q~ C1>C1ma u dl!c- ...,.., dNOl(lla. A Jlf\'Kme <dlçJo rupetno. como 1 nauand, o c;u.t o Ãlll« fú. (') O ~- de P.ulo •Dias de N- foi de 11 de: Pevcr<1ro s de nos&OS naVioS; e,ser cm .si capaz di« e_s!árem dentro de!Je mu.itas·,àrmad;i.s: p<:>rto quieto ao furor do mar. e vento, por . . ter uma Uha em &ente qu.e lhe ,serve. de t;inchelta e Tepato a todoo ~ seus impetos, tendo uma barra e .entrada p8'l'll dle, •lã.o e.spaçota d.a ponta da Ilha áo morro das lagostas, terra Eirme, dh largura .de duas legoãs pouc9 mals ou menos. Pa~ defeiiça dlo qual porto e cidade tem na marinha a fórtaleza ou forte · da Casomdama. sítio mais condenado a algu)lla invazão lnimiga; o .qual se vê artilhado com muros e cul)e,IJos (') . plataforma frent~ ao mar que· nek bate: e passa.do. algum ·rochedo se dá em.-hµ.ma· praya a modo 4e cotovello. ou enS<?ada espaçoza a que cha.mão·a Casomdama, de quem a fortaleza' toai.ou o appelid·o ( •): desta •praya onde acaba a montanha se acha um: fortim com a.rtclharla assim pa·ra d.eEenta. d 'aquellc .desembarcadouro ~omo para guarda de um caminho. e subida âquell8$ alt11ras. lhlndo correndo huma trincheira ou valle de h!.rra com sua cava, camlnlio d[scante ·atê qua.sí â~ trincheiras de P!'dra e cal, ã · praya· da Cidade, (icando em meyç o •pentdo, onde houve fóme d.entro no .. mar que· e> Flamengo desmantelou. e o tempo consumio. ·de que se vé ·aindà seus vestlgios; Vnl cor.rendo a lgr.eja de Nóssa Senh.ora <l'e Nazareth. e ·Juµto a ella huma trincheira de peçl·ra e;. e.ai que: atiavcça até aos nltoo. e por dian·te o forte ·a q.ue chamão da· F orca. por alr a hav;,r. que ocs1e tempo serve de-estreharia ,ã· cavai- de 1575. data tm que cheçou«ã Ilha de· Luanda .. Bi 9 de .Maro de 1589. d'ata em que folecou em Massahgano. A data da ch<gadai foi rcctlf~• pelo ·Rev~"'"' P~dr.e Francisco ~rigut:.S.-. S. J,: em ·vez. 00 de '20 de· Poverdro. ql!e ero- geralmen!e o ~ada. ( HISt6'1o do C"'!'P."'!hi!l <I~ • 1_. "" A.slMtm:la de Porlugo/, t6mo 2.'. vcl. U, pãg. SIO • nota 6).- ('I iBaluan ... ('J Aqui se coostrulu mals tarde • fonoleza de S. P«ko da. Ba.;ra. hoje cm recoru:tl'\.lçAo. claSstílc.ada hl\ anos monumento "*klnll/. · 9 ~ . laria, h!ndo correndo uma ~ncht.iTa de ~dra e. cal, que. cinge toda a Pr<llYª d:a Cida&e beira mac, de: atrechós ( •) :5e115 fortlns da .mesma materla, para deacorlínar de hui:n ao Pul.ro até frente da fort<il-eza de Nossa~enhora d& Gu.ia ('). ~ta ao ·pt do mouo de São Paulo, em cuja facta.Jeza, le<!hada .COID portas, .cava, ê ponte leliadiçm es.tão os almazen.s reaes de polvora, amna.s e mais muniçoêns com ·~a ciuaoia asso- :bradada e terreas para todos os sobr~dlentes: tendo dentro huma cisterna que toma baatante agoa. muito bem artilha.da· :Com bastante guamiçãi> de lnfantar.ia e attilheltos; com offi. óau, caj>ltãO, alferci. satge:nto, cabo ~e 1!SCJuadra· q_ue tem dita forta,leza, a ~u C:airgo e homcnáge.m: e a feituria. e alma- ~°" ·â ordem d.o.s offdaes Reaes de sua Alteza. tendo de baixo de chaves a boa preVençâó e cuidad'o que não haja desciaminhos: toda a fre11te d~ta fortaleza bat_e· o mar ao pé deQa, mas CQID. pouco combate, por !'Cr de mar m.orto. <1mpatado ,da Uha que estâ fronteira. No alto da 'IDonflin.ha se acha o forte de São Mlguel do :mooro de São PaµJo, onde se tem por trad\ção foz o prl- :m.elro Congulsta.dor o valeros:o e liemafortuna(,io ·Paulo Dias de: Nova1:S, o primeiro 1ort.e e. povoação, em que se fe: Igreja a Deus e a Swa Sacratissfma Muy, em que tlvuãQ os Rév."'' Padrisda Companhia de Jesus, fJlhos daque11e grande pá- ttja.t'Ca sànto lgnado de boyola, caza e ·collegio como o tes- titkaváo p_essoas ;>nHgas &quelle tempo ('): e .o certi.ficou agora neste, .ab~indose a cava ã sua fottífka~o. <iovametue feita, em <:> governo de Airu de Shldanha de Menézes e 'CJ AtrWios-clc dlstaocia .., dlat;\nda. ·c•J Já alio -.:Xiste ha eultoa ª'""'' i'J ~ •• o Colleglo de Siio .Pauto <la Loanaa, como ainda, bofe ~.., •SI• app_eUJdo o <m que h<>!• utl\O. E do todos os SaatO.. (Not• ,,,.,g;n.i do AJJtor). 7. Souza, dattm com alicerces grossos, de ped~a.,. cal que bem dlrni.ons~ava o cru.e tinha sido pdlo ·&ttigo, Esie dito forte (") ~ em si .bum famoio e espeçozo baluarte já em defença, todo de ped:ra e cal com cantaria. pellós cant:os . . de _grossurá à prova de canhão, éom grande. ·alblra do muro já tc+raplanado, com recinto e ·cornich'li, e pioen« nos Cllnlos de boa p~ha 'PM" cubellos QU guaritas. em forma que se ~ jlJ deJle fazer boa defe~a. ·que o cui- dado e desvtllo do Governádor Franciseo de Tavora deixou naquelle esta~o que se ve; tendo mui boa a'l'tl!haria de bronze: e ferro de bi>stante c:itlibre .com attilheiros e capjtáo de arte- lbaria ~ capitão die. guarnição. que dã' homenagem delle 118.!- mãos do Governador e Capitão .G1• Em frente déste lorte ha ibui:oa vista· pell" P~llY>' ~ma. a que chamão do Bispo. por sobre clla• haver tido seu J)'!ll;i- cio · ·episcopal. que o H'oHan.dez arruinou. quando for esta Cidade occupada pot>elle n" Era 'de qua'l'en l~ e hum 'em o m·ez de Agosto. vespora do Apostolo São Bartola.meu; está a fort.a.Jeza ou forte de Santo Amaro('º). que selhe,de.o este nome por naquelle tempo ter naquclle sitio 'Sua· Ermida. que de8pois·se· foz. junto a elle;.o qual p~lla banda do mar, de sua emin'Cncla domina -quasi toda aquel\a espaÇoza praya, e .pella banda da terra defende as":asimas ( 11 ) ou •pOÇo.s da Mai;m- ga, de onde. se provê d'e agoa <a mayor pa~te desta Cidade; he: fortaleza fechada c.om basta.ate muralha e cubellos, f()!;so proporcionado co111 boa e bastante artilhai;ia, casa de muni; çoe.n~ e quai•tei:J.de soldados. arlilheicos, .-necessarios. solda• (') A Footolua de S. Miguel ~ adualinml'C o MutJeu d< Angola. crlaclo e maruloclo ali - .tm 193& pelo Senhor .-Miawro d"' Coló- o!M, P. J. VJdro Moch.,.!o, "°· ~- eh! --..,, r,.....,., <"l Pebt1.cou.« r.s1t. '°'"' ºº .9'W'- d~ 1,u1z M.artJno d• So.1%8 0.lch«to. (N«a nttsrgiMI do Autor). ·r') Do ldmhWldu. ldxlma, i.rJma-~, P.OÇOO. 8 doe que a guamecem cxmt Capitão .pago que ..ndle mora com os mais Offldaes: e ~6 ~ Capitão rt:cebe soldo da fuenda Real de ""ª Altua. e não os mais C<19itaens, que a hJo nomeaodlo. d.oe fortes e fottale:as: o que se tirou aos mais por 94n:cer que conV'inha. que tal vez a emulação o la fucr dos ·mesn.os habitantes. que em. toda -.. paztc do mundo ba C6taS ca~comas, e· quere.m todos terem hum" mes- ma Jgualdndc, não vendo que aquelles que tem trabalhado no auv!ç0 Rea.t de seu Ptincipé tem o primeiro lugar e por Jasa cauza aio gratlflcados co.m es~ e ouctOS ocrescenta- mentos para que {enbão. com que paMar o restante de sua vida pois a lJll$laráo toda em servir e arriscar em multas <>«mloens. o que não hão feito aqudle$ que se lhes querem Igualar. Em os baixos onde ha 'ilS C"'5imas ck .igoo se vê buma cazamata que serve lambem de sua defença, e dahi vai co•· rendo Ulnchelra de tttta com sua cava .para o mais alto, que cbamão a Engombota acé o forte chamado de .Dom A!fonso Mendes (") pello ba:vtt feito, que é da mesma. materia de taypa de pilão: e dabi vão conrendo t.rincheira.s. C<>rtina.s. t.Nwues, e balu~tes com· sua oava, grande d~stnncia que cbeglio a descubrlr a~ barra.nceir,ls e p.rnya da Cnso!Qdama. com o que !!ca fattndo cordão a toda esta Cidade e seu . (•) Nld ...._ ao <ato qu<11> ooria Ht• O . .AJoa.so Maides. Hou,,. o MtQeo.tt: .- Afun,., ~ que ..mu em ~ola • dd- """ - cademo - trata cboc.,...,.. .- e owru --. d.......,_. tu cm ""9ola. .- vk1aa ~ - M.. alltt na 8. N. ele U... bae, R.......SC.. a. 6196. • ld c>liHlcado na ..wca Diogo Cio,•..,, - da coea& ....W..., l,lb:>o, 193S. Ser4 talva o luiwlaci« do !arlt • qix • ttfut o Ãvl.or. Nada· t'Xlst< clblt lo<tt. Cadomt11• tt!~ ~ YWI• vau no - ll a mn Af9<DIO IDO<. Afoa.to M<ndu de Moun. oo -po do oovm>ador toiZ Ma.111» de So.11• Qld>ouo (IE54-t6S8). 9 arrabalde'; o que se obttiu em -tempo do Gove:rnador Andrt V!dal & Negreiros. como se J?el.a.tou no tuipo de seu go.- veroo em o segundo tomo di! .nossa Historia General das •Guerras Angolana$: e hoje 5" vé estai f()[tHicação hum pouco danificada, a qual se fez quando teve 11.CJV'1S que vinha a Armada C<!siel6ana a Infestar este Relllo. AU agot,a ""1da. mos p:or fora da Cidade, en.tremo.s .pai:a dentro della. Estão em sua .praça as cazas .; Pallacio di<» Governado.- :res e Capitacns Geraes déStes reino~ e suas dmquistas com ·honrada e ~umptuoza morada, e Cll). .. Ír_ente o corpÓ da guarda principal. ond.e todos os dl1:1s cnt.ra hum capitão com sua companhia de guard·a. e se despedé outro pata o corpo da guarda· da praya. co.m. Mestre de Campo com seu terçó, tcnen~ general. S'argento mor e capitaen.s, e mais Offíclaell . todos de ·milltar d isclplna e farga e.xpcrien.cia no serviço do Ptiliclpe· nosso Scn:hor . . Está logo o Paço Episcopal em:que ~e.zide o Uustrlsslmo senhóo Bispo Dom Frcy M•anoet da Natividade("), dlgniS. sim.o desta e :de outri!s prelasla-s. mayores por ·SIJa.s Letras e virtude, ·sito em frente da Igreja Matriz d8m Cidade. \ c,m cuja· patocMa ~i: d~ rezidt:llcia o cib!do d'a· Sê do Co11.90 onde de manhãa e ·tarde louyão a ,óous rez.an4o:em coro as horas canonkas • . assistindo a este santo· exercido as dfgnfdad es de deão, chantre. arcediago, mestre escola, e thezouréfro mor com o numem dôs maís conegos q.ue lhe he dado, recebendo suas ordinarias da faz.e_nda ~eaJ de Stl.a Alteia. sendo esta TgreJ.a Matriz do padroado da Or<lem d!e nosso Senh()[ Jesus Chrlsto, tendo viga.rio provido pella Meza:da Co11-scíência, com cura. coadfutor e s&n.cbristão<WD· (") .Sjspo do Q,,,go e ÃojJcla, (!~lli$S), cm cuJo g°"&uo dlo- cnaoo R fixou em Lllallda. oodt wnpre ,...1dlu, a .Kdc do blllpa<lo. transru'1f• •sslm. de hclD, do Coago. · 10 • bem pagos da real fazenda. com custozos acrescentamentos de obras. como ae h& ttlataào em a nos.a Hlstoda General Aogol408: feita hWl\3 cap.Ua particular para o Saotlsslmo Saaamento mandada faz~ pello Governador e Capitão G•· cal Airu de SaldaoJ>a de Menezes e Soozao, e t:ambtm huma via aacra para o c:.ruztko, 11U112dando acabar o forro db teclo da igreja em quarteis com. pahleis divididos. e seus llot0C12S nos ~ematea. E o Prelado, •por -.i viga.rio geral e provl:ior deão da St Manoe\ Fernandes Curado, maodndo fazer o rctabolo do Ercotksplcio da capella inor, onde a Senhora da Con~i ção pctilde. como patrona que tbe desta Cidade. em seu bizarro trono e nicho, que a devoção de seW1 mordomos man- dou esculpir e dourar: e pdlos !;{dos se ...em. em seus nichos e ca:as, São Ptdro e São ~; com seu camarim em todo o cima, com uu trono, que a devoção do Juiz e mordomes da coofrana do Senb~ maudou fazer pa.ra se expor a nosso Saihor nas endoenças. e em suas festividades: e fjca ser- vindo de porta para o mais do tempo hum fumozo painel do Apostolo AfriellAo e Evangel;lsta ("). que foi mandado obrar por quem dto ordlcm ao tet&bolo; tambem se fez o bautlatel.ro de aboboda com multa perfeição e custo. obra tombem do Pnlado e de seu V iga.rio ~al. A Senhora da Conceição de quem aslma f<IU.amos. hc a que ae achou milagr~ente em Masangano, quando foi da tomada desta terra pello Hollandez, a qual esteve por empreat1mo em a ~ fonaleza de Muchima; e oella estava no arco que ·ntlla teve o Hollandlu com toda a provinda (") A tgr<ja malri: do No.a Seobora da ÔOD<dçlo. - ma o ~ da cldodt o!ta • foi Catedral do bi.pado. flcava <>Od• t hol• o a..rv-. Otúou de - oo culio - l&JS. tood0« da-...IUldo. Oda rata a l6rr<, que f a do Obtervat6rlo. (•) s. Mom.. 11 • \ do gentio da Qulsaa>a t.111 seu fiJW>t, • loi IUSlmtada • ia- m""ba oppozição mmgroeamente, • dw:ueacb pdlu armaa portuguuu mal tnlerior-..s a tanta multldlo Jnlmiga, cOlllo o havemos relatado em o primeiro tomo da nos• Historia Ca>aal. ~Jos mn..!Jl'H ~ autem:imrão por pesae>a dnola desta Senhora May de De.os. e amparo dos peccado-. Tecm esra cidade que bimos dêscrevádo quatro CODVU· aos, Igrejas, • donnrtorios ~ custo e fmp0rtU>Cla. prlodpal- mente o c:olle;iio da~ de Jesus ("), (abrica mu.ito ma1Jnlfica. que pudera $ua igreja tu lugar entre as $UmplUO• iu da Europa em g.r.....iua, ornato de capella5, pia-. e ottabolos doundos. mui ricos ornamentos, alampadarlos· e castlçaes de praia cm que tba uiu e.xemp!.,,,., Religioios todo o clesvdlo e cuidado.. que tudo o que tbn e posautm bc para gr.mdeu e om&lo da sua igffja e collegio, ttodo as MissOt."5. qu• vtm do !«mo. de tão dignos sugdtos com- pe<C>cia. a qu:il ha de laier mais. • o deixar mai& eugnm· detido.. T..,,,, gr.u>c!cs e dilatados donultorios. ...utas ollidnll$ e dous claustros as.sobmdodos e terr~ que faitm huma clllauida quaclta. e hlllDa galat!a novaU1t:ntc fdta que fai lr"2!!te á praça. e a autoriu de Jllllitas fane}la$, #llafstla custou. e port>1rla com orn.ato de plntura5, tudo leito com pede!çio: o ltollll$pido de fora da Igreja novamente l<ko ~coluna&• cotDJc:has. tudo mui ~IUlvd. com o Salvndor . . (") bc colfVlo f 0<1U•lm""te a r<lldfDda q>l5cq>al e ,.m;nMo dlom-. .....soado -- ""'pc~ -~- A tgr<ja dtâ .... "'1aao ..... culto dcwh ,(Jn.s do okulo XVJIL em col~ e lg,qa. cm .,,,,._,~ do q"lllt p1mdro ttwr.mi ao mõrro de.. S. Pau3o. fonm comttulcbi ncv tt.rrt:oo. doada. ã. Cc:mipanhla por. Paulo Dt» de NoY31s -cm 1584: N ...... ~ tm 1(41' ~ lrvõram ano. • coac.1ulr..,.: o local ""-'"' .,,.., • pnça da Pdn. (P.• P,..,dl<O ~ oó. dt. 1169. ~). 12 do mundo de. vulto em $ell clclto, ficando fazendo frente por igual com a. prunelra torre dos sinós, portaria e galariá, e a torre com bastante;! sinos de boa .grandura. Tem trcs classes onde $e ·~ cazos; a segunda, e .pri- meira, de liatlm, donde tem sabido com ensino ·toda a c.le.re- 'Zla com que ·hoje estes ioeinos se achão, que he muita. e passa de um. cento. que o dignisslmo Ptclad.o ·Dom Manoel da Natividade tem ordenado: não entrando aqui os do tem- po do virtuo:o Bispo Uom Pr&ndsco do Soveral ("), que são pwoàs de Idade e respeito; e muitos tem ·sido .. vigarios geraLs, vizltadores da "~nquísta ·e mais reinos. todos .. com o lclte e ensino dito, com escola em que c.nsinão a ler, escre- ver e contar aos .ra.paus e menlnos que são multo.a, instrui- do.; ·em a douf.rlna &mstã; ·sahi.n<lb o ·reitó.r com ·s'Cu com- panheiro todo! oS doaiingos em doutrina, c·om os estudantes e rapazes em procl~o. cantando a la.daynba de n~à se. nho~ com. seus ·pendoens e fnsig.n.ias ·a lugar publico da Ci· dacle. donde dizem seus capitulos. e oraçoens. dando pre. mias aos- que melhor tt:.ziio e respondem 4i<> que lhes per- guntam dos mís.terios da nossa sainr,t·ít. que deve S..l:ier .tOdó o cbristão •. em que e:ntrão de mistura . alguns negrinhos que tambem apprendem a ler. es.<rever. e as oi:açoens; e alguns. que são (otros de su·a nilSce:nça, ·seguem 05' estudos, e sê Vet.m hojê sacerdotes com pretexto de bitem como.natura•~ da terra às caP.dlas do· s,ertã:o dentro; o que neste mlnlst"f e ~erci· cio (azJ'm est~ bons ;eligiozos scrvQS de Ó1'05 mu<to 6C!Vlço a Dt<>S· em bem das alm.as christaãs, estand'o fodos .os ~eli giozos deste collegio pron.10$ <í tudç o que oo ocrupãó os fiJ?is christãl>S, assim com '!S pregaçõen.~. ·como conEis.sO!'Jls, e 84Slstlr aos enfel'IJlos moribundos, ajudandloos a btll;l mor- ("') &.po da dlOceoe do Collga e Aogola ( 16zs,.I~: rdl<llu ""'1 Loanda. • mC<rtu ·..,, M.usougµ>a durank a lnv...lib dois holand...._ 13 im, com zcllo pio e cathollco, que n«Sta sâgni& ~g;ão he bem <:onheçido; e be. murto para loovar " Deo,s em estas partes tão remotas de ·tan.ra geiittlidade haver •tão bon.s e au- tor.i;:adós rclig'io•os que idlão tão bom exemplo, trabalhando tan10 na vinha do Senhor por seu amor. lia na sua Jgreja à- conlrarja do Senlior que Rrvem os spais autorizados cidadpens e .morad-ores com a invocação do Corpo de Deos do ·Collegio . . onde fazem as endoenças em camarim ·Que tem .no &!to de;> frontisplcio do altu mor, com porta em lamozo retl\bolo, tudo d01Jrai:lo. que o focha 0 m11is. do tempo do ano h11m •Pai!\el da Circuncirio feito por aqudle ·.,ntigo e afamado pintor Simão Ro- driguez em que fa= os Tcverendos. padres· oom muito gasto de cecii. g.rande:a e disJ'rci!dii:>; tendo outra· (Q]Úrar!a da S.cnhora·do ~ocorro. em que estão. no seu Uvro de i.rman- dade asseutad:os qu.asi tod<o a gente .branca que ba nestes ·reinos. e suas conquistas, homens. mulheres. e meninO'!· vi- vos ê defuntos. p0r gozarem todos ·de tanta_s graças e indul- genci!IJ! conci!d;das pdlo Sµmmo PontiHce, mnndandos!' dizer mujtas missas po.r. Vivos e de.luntos; hà ou(J'a de São Francísoo Xavl.er on·d'e são tambem irmãos a· mayor parte da gente desra dd:nde. ·tendo missa can!ada e: Jadaynha de Nossa SC11hora todas as s•lstas feiras do anuo. em que está . . em altar par.ticular a Imagem ·do Santo Apos.tolo do Orien,te, onde se tem e venera. um braço de .prata e nelle ooa Relll- qula .(''). que no priméiro e ultimo dia de sua novena se dá a. beijM a f:Ddo o .põvo, acuclJndo grande concurso, e att (") E.!;te. R~o do br~ço d• preta J!Orlcn~ boje ao teoouro da.~ de (.µanda. que fol h~rd,dr,; cie mul~ pratas do· Colégio. Ha a riadlÇ3o que Íó! inrldo .,.;· õrmád4 de Salvadcir <':omla .., 1643. tradlçlo qut: Cadoratga. :o.ão aboo!I oa aua de.arlç&o, ccmo .ae vf. a pesar de <0a1cmporanto da ~ 14 ., muito do gentio baut!zado, cllzendose ·todos os dorníngcs missa pdlo.s ·lrmios dofWltOS. Oa estudantes aclm!niatriio lambem em dito collegio a Ml1Úatla das onze mJI Virgens com sua generalissíma Sa.ota Ursula. aendo sua capella particular com •eu ~etabolo e ima- gem de vulto (10), com seu juiz e mordomos, que faum sua celebridade com g<ande gasto e festa, fazendo ala.rdns. mascazas, encamlzadas, lumlna:rias e logo do ar. estando nouo Senhor exposto com gasto de muita ara, &ennão e missa cantada, muitas d&içes. e atanclas. e Igreja muito ornada. E pan acabarmos com a grande:ta e magnilicencia deste Colleglo. diremos em como att os ntgl'OS. forros e escravos dle seu domlnlo têm a sua conlrari& da Senhora do Rosario, em capella partlculu, em que fazem sua Iestividade accom- pa11hando ~ confrarias dos brancos com seus pendbens, tendo senaão, mlasa cantada, com o Senhor exl'O"to. com gasto de cera, danças doa mt•mos pretos. e suas estandas. por onde dã volta a p~oclssão. O eonveoto da Orde.m Tcrctln do seraphico Padre São Francisco, com a Invocação d~ Pay putatlvo de Christo Senhor nosso o g lortozo São Joacph ( .. ). he tamliem de: bastante fabrica, Igreja e dormitorlo. oltos. e balxo5. caza particular com sua cape lia para a Congregação dos Ter- ceiros secuiare&. em que 111!18i•tem e serve:m muito.• principaes (" ) Ãloda 'ulal• "" ._ia do actual Paço d<O Luanda ""' grande quadto. f>in!ura •m ...,..,, reiirtm1111tldo Sll1ta Ursula ~ au .. _.,... ahdtv. ~ o tt"*>ulo 'I que .. tt~I«• o Aut0<. ("). l!ra o cauvmto dt. S. Joot, que JA nllo ub1<; !lava oade t .......,_,,,. o ~ wtral de ~da. &tu rdtglosas vieram para Lc•M>C!a ..,. 160+, DO pd.mlro govtmo do ;ov•rudor Manuel Cuvelra p-.., e Jnnl"-• junlo da PniiJ!& de S. J~. q~ Já <lllJtia .oaqaelt: IH""' • local. IS ddadoens e moradores que por ~ offldaes dl&poem e or• denã.o todos os •annos a proci.ssão dos Te<ak0$ de quarta feira de cinza. com multas lma:geii.s ·de santos de wlto que florecerão na dita OrdeJ11, a qúal se faz com dlspendlo, 9ran-. . . deza e dev~o ... mostrando a esta gentilidade p;ua 5ua <ion- fuzão, e os metter por deiitro á. per!eiçãoe devoção com que .se empregão os Portugueses em o culto divíno, gas- tando sua fa.zcnda com tan~a liberalidade; ibavendo sempre em dito convento sugeit0s dignos d• ·respeito, muito bons pulpltos, e mui diligentes em acudirem ao bem. das almas c.a1holica5, quando são chamado»; tendo em seu convento a 'con,lr.-iria da lm.aiaculadól Conc.el~o. a quem (estejão com multa d~o. ·e dispend.fo da:s mord0mos, como as ma.Is festividades· de sua Ordem, principalmente ·a do Patriarcha São Francisco e São Joseph. como a; ora90 do ~u convento. O. conven\o e hc>spiclo de.Santo Antó!tio dos Capuclünos t~aHanos e Missionarlos Apostolicos ( " ) he de mui gra.nde devoção, onde. achão ·todos oaquelles servos de Deos a con- solação c0rporal e espiritual. estando sempre· com os braços abertOs para tudo o que 1ie do.serviço de Deos, com apre- ga@o gratuita, <!$Sim cpmo as .confi.ssoi:ns n$S festi.vidades e quaresmas como para algum enfemio a todo o ·tempo e botas a que são Gba~dos; estando a sua pobraa. e Virtude melltcndo· por dentro. ·c..:~do de~oção ai iod0$ os cjue os communi~o. el!(p.ond9$t aos -rigores do serüio, sacrificando (") NDl:la eXl.Ste d_&.tt- fiosplclO. que <ftcava Ood.t .!: ac:tun.lmtntt o Jardim ·da d!l•d• ..trã ·ck LuMda. OsCopuchlnhós e.tObolk'eT<\m-.sc: t1e$hl c:ldadt em Duembro de 16i9. vindos do Coago, a ,podido doo morado- ru:d • í.u."'4a e· d e Sàl~ador (Àrrela. iNo Coag.Q lnlclanun o ~cu ~ cundo apoololado em IM9. oo Zaire, cm S. Salva<lor • no lncvior. ' . . . .. - l!.m Luanda .se !fiXO<> 'J>O<l.<G d~"~ •ede -da· P"'1eltura.· A)>.OO.t611ca" do Coago. cm. 1654 oú prlocfplos de I~: e ali cootlouoa ••mpt<, conllada am OspÕ_chl~, att ià ~Uraâa do uttimo rCUgi~ e~ li&lS. fG auts vidas pello 9eTV!ço de Dea.s em bem das aln>a$ dest.a gentilld..U. tmdo em aeu coove.nto a c:onlrat:ia de nossa Scohora d'o Rozario dos brancos, onde tres dia.a na •emana ae ttza o ktÇO cl:o SantiMimo Ro%8'do: a d'e Smto Antonlo que he a Invocação do Convento; a coagregação dos caza- dos diu Chagas de nouo Senhor }Ula CbriJto; e dos sol· tthos do seraplilc:o Slio Boaventura, a qual suvem com Jnufta devoç1o e dlspendlo, ti:ndo em andores todo$ os passos da paixão de nOS3o Si:nhor Jesus Ch rilto, sahindo {odaJ aa adsw fdras da qW11Uma em procissão accompanhados de muitos irmãos veoUdos de auas vestias de pe.nltencia, des- calços. c~ muitas lanternas com astl• (") <i!las que vão allumJ.ando. <h!nclo com muito devoção coittDdo os passos com mU4ica, cantando a ladaynha dos Sllllltls, e allJWlll mo- túeo ao ajodbar; e ao :reeolber no convtIJto. bã pratica e disciplina. ~mo tém 'huma e outra. cou%ot •todas as quartas feir"'S do anno. e na ultima selsta feira o descendimento da Cru%, em, que prega bum dos melhores sugeltos. e sahem no fim e111 procbsão com todos os andores, com os passos da paixão de nouo Senhor }tUSus Cbrlsto. accompanbado.s de toda a irmandade e congregação. vestidos de ve~tias ro.xas e ·bmncas, com c.aira eubetta e pe, descalços. e.Xcepto os offlcioes que võo compondi:> a proclsSáo com s11as vestias de tafclà roxo ,e muitos anjoa vestidos e ornados com ~as ttmic:a.s do mesmo, com todos os mnrtirlos: desta• sorte cor- rem os passos com multo d'evoçao, cantando o5 muzicos aos andores as ladaynhas dlos Santos. com ..:ua moletes a todos os passos a que ajoelhão, com o Senhor morto em bem con- certado andor e" Seohora atrai de vulto, levando es "'cadas com que se fa o dU«:ndimento, a.a llguras dos santo• ve- lho• Nkodemos, e abre Matbfas. levando muitas lu:os de 11 lantern;is. e de camtldade de cera, dispendlda pda derezía que accompanba; 11111,iitos ·delles irmã.os, ·e m.ais Irmandade: e ao 1'i?í:olher já! de noite no convento se acha o ·pttgador no pulpito, e faz. o ·.sbmão d a Soledade; não Sie podie cn<:arectt a grandu;i desta devota procissão. fabrica e grandaa de seu or·n~o. que he de muito cus.(o. Têm t<>mbem estes exeinp k>= religiozos em· o a!twr 'lllOt hu.m santuálrio de dous coq>OS de S<mtos. e ou~ mulw rcllqulas que tr.ouxcrão de R(1ma com que ornãO tambc.m os alta~· colr.a.t.eraes; cu. seus cofres e braços doux;ados- e pin, tadc0s, com· suas. vidraças patentes ·a· todos, com o Santo L& nbo = ·sua. cruz de prata.i e têm a este Remo enl'.iquecido com .muitas Slllltas rellquias, camandolas, ·e •medalhas de gr.mdes indulgencia~. O convento dos Padres Marianos descalços, filhos da sem par santa Thereiai de 1~· dé Avllla (") reformadora de taes fllhos, não ~e J).O!le rclatar s.UlJ v.lrrode e zcllo que têm no se:rviç0 de ~. e bem d~ a!mae chrlsraãs; .pois com seu exemplo •têm mostrad.o o serem fUbos ire!Otlmados por tal May, não falla.ndo na anliguidad·e de sua relljiião: poi),. á <ódns lie notprla vem do Mon~e C..rmclo, e c:lbs Pro- phetas· lllias oe E.l;zeu, que a\Ssim como ~u progenitor foi a~rel;>atado naquelle c!ltro de logo .. os co;açoen5 de:. aeus fl. lh.os· o <!Sião sempre nas dlivillJ1lS conremplaçoens offeoecildos a tudo aqillUo que os fieis ·ch•fstãos os hão mister, para s"aS consolaçoens espirituaes, prê°gando; a .palavra d'e Ocos com gnmde esp.iríl.o, geraes (") a todos nas co!!Iisso.ells, l!Sslm em· seu convento como a todos os que os' chamão para lhes lissfsti.rem em su·as enfeanidades, com !>om exemplo ~;pala,. (") SootB T.,.... ·cl~. )"5\1$. lllstltul~ a r•fonna ...,. A~ Os Pedru Mlart...,.. . .a., os e.,.,,.uiu de.<eãlç~ ü Sa®. Tensa. (•) Pattct.,., 18 vras c:on.soladoras, mostrandi:>lhes o ca.minho da salvação. asslstindo atê os ultimos D.occ:.eJo.s aoa q.ue estão .em paasa- ~to; os quaes por tão conh~tjd0s na virtude; sainJ.a pobreza e catidàde com que em ·tudo obrão, farão mandados a es.te tt!no e cidade pelfa Rsmh·a Mày ,;, Senhora Sereníssima Dona Luiza de ·6uz:man, ~nndar este comento, .!ia·ra o que lhe mandou d:ar toda ajuda e favor- da. su;i real í~enda. para o augmento de61a fabrica; e c:m qua-nto vive<> se alem· brou dellei;; mandandolbés db Reino grandii:>~a..• esmolas-, em todas as..moo~s, de pão e vinho e aiOite, é o <11áis ·Mces- $Btio para ajuda de seu sustento, com o .que a fundação (") lgreja.. donnitorios e mais offiànas, ajudados da caridndec cbristãra dos cldadoe:ru; e moradores: em breve 1empo. tive- rão Igreja é ·convento cm boa forma (."), para 11ellc in:<itn· rem, em que se celebr5o os divinos offfd0$ com. gn mde de- voção e aceyo: tendo sua- ·irmandade ... confrar-ia da s:• do Mc:mt.e do Carmo, rom juiz e official?S. que Eaiem ~ fesfi· vidadf: •. como ·tam~m a festa da Madre. Santa Thcrexa. e de Santo Elias, e ago.ra .oov.amente ·a <i'e Sã o João da Cruz, em ·cuja· canonização se lixerão grandes feS1as cbm mu!-io gasto do5 .mor<lomos, e fieis d-evótos quo: de:táo su1" esmo• w, ·para a juaa de se louVM a DeQ.s. e .,. seu santo: fazendo tilmbem todos os annos. nas endoe-nçl!S l>astante gasto. Bstt$ aão os qua-tro CônVentOS com quê éSla cidade he 1?n110- brec.ida. A Santa· C.am da Mixerkord!a q'!e Jol'lilou o ·Bispo Go- (•) Com o q<>• c-o.r.im " -fuodação da ;g,.,p. ete. (•) é.s Cànntllta> dt5cll!ÇW. Vl"""1 para Luan_da •m 16;1.1.-0 COO• ...,.9 • lgr.eJ1> lotam·~• CDllS!rulodo ô~e. Jonclt-o de Ui@, na -<n<Oll\a • local code eslll "'"'•lm•n~ a lgn:la de N.- ~º·"' do Carmo, qur ~ a ~ lgr:tfa do prtmlli\to ca:iVtnto e agÕra ~ da &egu~ã do Carmo d:a ddad•, dem. 1907, • ànde de há mullo Ulll'.• enctà a V. O. Tm;.i;a de·S. P-- de •Pcidtfod•. 19 vemador DODl Frey Simão Muc:attnha.s ("), e .fiospt. cal ( .. ) que fundou o zelo e piedade do vittuozo e cama.. tivo Prelado D0m Francisco do Soveral. Bispo de Congo e Angola, e fabrica sumptuosa, como Jl o Autor tem feito mcnçíio na sua Histori11 General do primeiro tomo. em que d(l noticia da virtude eicemplar d'es1e bom prelado: sua Igreja se acabou 'Ileste noS<,o tempo de reedificar, como tambem o {em escrlpto no segundo iomo da nossa <il.iorfa vn o go- verno de Aires de Saldn11ha de Menezes e Souzn; e. como se descreve padkulnrmtnte as granduaJJ desta populoza cid1ade. hc força fazermosoutra vez menção: sua Igreja se acabou neste tempo. que dizemos. com a a5Sistencla e desvcllo do provedot Antonio de Buiça, e uia offidaes e mezas. servindo em dito cargo tres annos arreyo ( .. ). vo- tando sempre os eleitores Delle. em as deiçoens que se fj. zerão, em os d ias que .Jie costume. de Santa babel ou da Vizltação, só afim de se dar fim a obra <tão magnilka e aumptuosa, duejad;a de todos. ficando muito mais augmcn. tado, e com ·mayor augmcnlo do que era: com teto todo pintado e dourado, com ·hum throno na c;ipella mor de mui- tos de~raos. muito ~ esculpidos. todo dourado, em 0 mais alto, a modo d•c camarim espaçozo para 4e expor a ·n~so Senhor pellas endocnças, e em as maia festividades da c1>za, e diante um •painel da Vtzitação, que fica todo o mais do anno servindo d'e porta ao camarim: e no &ontlspido de lodo o cima bum quadro de nossa Senhora do Amparo, e 1- 1 8 ispo do Coovo •~Ãn9<>1• 11W.16~) • govauador de Ar>- gole •f 22 dt Junho« 162'1. ~ .... s. Salwdor do Congo- 1) dt 0..hlbro ><gulnte. (• ) 0 t.copiQJ ji •zist! .. COCDO foi .DOlado 00 l6mo [ dts!a bia- tdtto. "° QO\'fnlO do Bilpo •D. Pr. SI'"'° Mucattllbas. Natmaimon~ O ~Po Sovcnl .i..mvotv.u,.o • prOC.gni,.,_ 1•1 Am:go-.. guJdoo, """""ª""" adv.rblalmmlo. 20 nas ilhargas os afamados medico.• em sabu e ·santidade CóSm« e 'Damião, .e; o altar mor em baixo com doura<lo e fennoro Samarlo, co111 maiS di:>us (·altares) C:ollatera.S àos lados, bum do ~ Jesus, e outr.o de Sa.ntO Thomas. A1Ç•c bispo de Cantuaria: e pelloit altos . . pellas ban·das ·do corpo da Igreja vão corre11do ·tribwtas ou janellas; e entre hullla e ou«:& entalhados ricos quadios, de lioas e: finai; plntu.cil.s. ,Ott o coro, da- Rayn!ta Santa lzabel, da de Un9da, de São João de Deos, de São Martinho wrti:ndo ai- capa 00111 05, pobres, e de outros Santos que foráo esm.oleres, e derão tudo peUo amor de Deos. No hQSP.i~ se airão '""'tt de quatrocf:n;tas pe5.S0<1·S todos os annos. e .nã.q ·he ·muito para a ·calamidade da terra. dandose a muitos delles· o azougue. em que se fa~ multo g;isto e cllspendio, vizítan<fo a multa genté pobre honrada todos os m~es ("). com bást!!iite Sifsttnto, para· pas.sa.re:m. defendendo p.or lettra<\o e sollidtador ai:ialariados muitas cauzas de prezos dezempar.;idos. sustentandoos. na prizão, e mordomo das cadeias, que attende e procura- seus livra- me1>ec;.,; pagando capelão. coadjutor. e -Sancristão', medico e cirurgião, com •t1id() o que he neces5a<io c!à· ootii:a, tendo 1'!lf~eiros bastant"'! e escraVO§ .dQ ho.spital p;im .as,sfs.ti- tem ao serviço dos enf~rmos; e ·enfermeiros. te.ndo ha·rbeiro btanéo em caza dentro a que se paga e .negro escravo do m~mo género p1>ra acudir em falta; muitas " boas ce)zfnh.Ci• ras_ que fazem o comer dos "1Jfetmôs iom actyo e limpeza, sendo providas de t_odo o .ne~essarlo; há a-!gllDS' .seMenta irmãos desta Santa Caza. os ··mais oobr.es da cidade, e offi- cfàes honrados que fazeut com muita devoção a proci&São (") B hll ...,,. qut"vlo •ct hoopltal mal.< de O<l$Cento.s· cnfmnao. -ia..- <11 - de Mayo ~ .SO aiulto dcoot~ - dd~ qlllUlr do cl!ov< =!11>. (Notit núrgfnal do·Autor). 21 dos Paii_sós com.sermão ao .sahk e !l'eCoihet: e a de quln~ leira de endoenças á noitl!, com grande quli!'!çáo ·C $i,lendo, levando ·todas ""5 lnsignias da Paix.ão de Christo nosso Se- nhor. tudo cm boas ardem. correndo as Igrejas com muitas luz~ de lantcJ')llls, e lugareos, assim os que vão em as- t.!a• (01 j, como: po.stós por toda a parte, por onde dà vo.Jta esta prociss.ão tão devota. Tendo .esta Santa Caza duzentos mil ll'tis de orcl!naria da fazenda real de sua Alteza, e não tendo outras ttlidàs particulares. g~sta tE>dos o~ annos na éuEa d~s en.fermos <tOl!l_<>s salarios que paga e m!'is gastos. outo e dez mil cru- zados: e·-são alguns nnnos tão ·generoz.as e •pias as esmoll~s dos fieis christão:s, que fica. o mais dos a.no:os a ·carga pella dcspeza. e alguns <iobeJa para os que de novo entrão: pre- z_;indose o que lhe t0ca servir de provedor. que sempre be dos mafa pos.santes, e principae.s ddadoens e moradores, de deixarem a despenço bem provida de todo o ne<:essario, prillcipalme.nte de a~sucar, azeite. vinho, e. vinagre, marme- lada e. dos piais do.ces· i:le Portugal. biscouto. farit\ha .,,,;. moza, ~jus (;') , •maça !'u milho. e mludo para .rilção da ~crav.aria da caza. farii>ha de ·guerra, tudo com gr.ande dis- pendio: e he para dar graças a Deus em t etros tão remotas do nosso Ponu·gaJ haver tanto zelo. devoção e caridade p_ara com os po_bres. A (reguezía da Prayá ~· foi a.cahando ne~te -tempo a sua fabclca. que he tambem do padroado: com -ordinatia o vígnrio. cura, e sa.ncri$tão da fazendà Real. dando tamhem para vinho e h.osiia~. ? dlfklo .sumptuozo de boa fabrica. c"onfraria e Irmandade -<lo Corpo de Dec,>s. e a invocação (") Ast1 .. - •• h'1Stt.'1 ,d .. ·i.inttm.,.. (ª) Bel/u ora t~l'lllo broSileilo dndo a. ain prt'patailo ftlto cqn ~ "1ploc:o ou a mo.ndloca rala<h e que d"'°"' .,, .. a.1Ado. 22 pe nàSsa Senhora dos Remedras (U) ·que servem os cida.• doens: e mora<!c>r.es com muito disp1'11dlo de .suas. fazendll.\1 • . havendo capella;s do Bom Jesus. das Almas. e de São Lóu- ienço. a que tudo assistem, oclebrando suas festividades. Tendo outra igreja, sita na mesma Praya, dos ma.rean· tes, com. a invocação do Corpo Santo e São Frey Pedro Gonçalves (" }. que servem ós homens do nlli+. fàz_mdoselhe sua lestividaqe, cuja fabri~a · se deve~ à assistencia e °dlspen· dio de Mmioel Correa, homem possante e lioj.e .catado e cldaclão. que a poz no estado .. que :se vi; igreja l;astanle obrada com aceyC) e l'erfclção. Nai mesma cónÍotmI~ade s.e f.e~ e fabrk:.ou a. lgreja do Ptecuriioi: de Clirlsto, São João Bautista (") .. com d<esvello .(ª) A lrtQu<!iil d;o Pra;•. a Oigwula ·paróqula da cldotle. fol fun- dada .pelo B~. D. Fr. Frandll<o do Sovcra!. em 11628. qu• • erigiu na. pdmftiva c:.çt;nid.a .do Corpo Santo da. Pn.ta. dl? LtJ:1nd·a, . .sepilrau):lo a.s3J:m esta. j~i.:idlção paroquii.11 401. lrégu.csta da i'gr"ja· matrf:, da Con- ·-ttição dit cklOOc a.lra.._ .eara .csta .~ç-ã.O e er~ç~ t~}~e au.co."i+-açâ~ r~la q~ havfa p~didQ llt~ da Stla cht-gad.a ao htspado, co;tqo CJlnSta dá Alvará c:<im Í> valor dó C.rt>s, daw!~ d< 16 cL; AhnJ de 1628 .. (Arqulvo N•clooal da T6rrc do Tc>mbó. C/r4ne(i/JJria dtj Flltpo Ili. t.· .:n, il. 86) . A ti:c-gue'Jla m11dou .. sc mais ·tru:dt. 90.ra a nov::i Jgrcja de N. Sra. ·e!<» IRmM;0•, que <foi· bc!ltido. ª"'es:dc ""'" ()eabodn. cm 29 .. de Julho dt 11679. COll\O ,.fere Cadomcga no <•P· I()." d8 f.' f>·'" do i.Y tbmo de •ua hl>tótla. e actu•lmenuo ~roquiál doo Rem,édloo c sé ca!e~ral d·o arcebl~pã.do# Canõntca·nseni' ereda. (")A tnVornçle> do Co'tpo'Santo n~O'l5t rcí~i'.?- ao C.Orpo de· Otu.s.. como podê iparec:er ~ primeira. -vL~ta. ma& ao Co'rpo de S . .PcdrO Goa.· ça.lvea. qu~· é S. Ttlmo.. Sempre· qile na..,· Chanalarlas:-~giás- aparece a d.~gni!Ção de· confri;\tja do (Àr.po Santo.. lnvariâvclmentc- _s·c rtfcre A con&aria d~ S1 P~dro ~ya1vC$. Nc~ igtt-Ja cz:a nort~tntc e:P c~ra:r:i11, l))Cla dcvoç:S.o dõ5i marc~~.\ dó.s qtJals «6 .padroe:tro ~-. 1",Jow. (•) Esta .lg.icJa, conto u da. MÍlll•len•. S." ll.1inro, N. Srn. do Rasârlo doi "'"'"' e Go<J>O Sonlo, )6 nao i!xl.ilóm hã multo. As di s; Joio • do Corpo S"'1tO {Oram demolidas cm 1906: Jd cm rutoaS. 23 • • e d!sptndio dos homens de negocio assisunt.s e forasteiros: e uhlmamen1e teve stu fim sua visto1a e accada íabdca. co111 ao asslstencla e desvello de João Rodrigues Carneiro. que tftlre os mais servio com paulcular dev~: be obra custo:a e111 que se lc• 111ullo dispendio. e está sua ~ta caza. não e111 o duerto onde [e: este glorlozo santo péni- 1enda, se n5o na praça e mdbor sitio desta cidade, &o<i- leira eo collrgio da Companhia de Jesus. A ca•n com !avocação Nossa S<ahota de Nazareth. sita mtre a Cidade e Casomda.ma. &itio cm que esteve pello an- 1190 a for1ale:a de Santa Cru•(").que o Hollandez e tentpo desbaratou. que como 1eve aqu~le singular appellido, era digna aquella p;1ra9tm de que tivesse em seu lugar bum ião e.~cellcn ie •lemplo com tão devota invocação: que. se a fortaleza servia de ckfença ao canal que por alJ 1pa..<Sa .para a cidade, serve lt1p1bém esta santa· caia de dcfcnça às !nva- •oens Inimigas, poia a sua invocação, que se appellidou da May de Ocos. Senhora de Nnzaretl>. foi a principal cam:a do vencimento de ·huma tão grande e assignalada victorla. qual foi a do podero•o Rey d'o Congo(") , como j/r have- ( ;"~ ~ f«lnlttõ dr San1n Cni: fot cona1rutdA p(lo ·governador Fernão de Sott.aa. &n\ 162-t, 90UtO tlfpols. .dt lnlcl"1o o 1cu g:ov~rno. Pa:la p!lrtc do •~ttrnn dcfc.ntl'-'O da ddndr ~ da .praia, ;por t.1c .mIUJ. clodo OeVD.nl&r, 90.rtr acour.iuço '(OfltrO n.s Drff't,ncUdM dN bolWcses: A:l.sbn o dl:= nQI .seus rrl3tórios n1nnu1crlt0t exí$trotu na Bi.bl!ot·~a· dn Aj1'<111, 1•) Relcnlocia do Autor ~ B•tolhn Jo Ambullo. A Brmid• da Na· 1-l\t~ tem tias p3ttdrt dit c•lri n1or quadro:\ ~m llndOJ a.:ulcjm-, alu:d ... vas a fste olorlOIO &ucaao dna ann.u po.rtuQutAaJ. Fot h6 &m:I$ clN-- s-lflada como monumwo n:»clol\01 c>Qr •pol'tetlo do Covtrno Geral d~ Ango!•. &.ta E1mlda j.6 rxlMla. atlltt dtt ~ta!h~; ttm. sobrt i':l 'J)Of'ta pd.oc:L- pal uma h\p14'r ttn 9Nra.. u. qual '~ lê que foi COC*nl!da pclo govcr· nlldor Nogrdros, cm 1664. Mas foi logo •prõvclt;id<I ~ro """""°'"' "4U'l• bat1111• (29.10-1666) • 24 mos ~ferido "1 o segund.o tomo da no$Sa Historia Genual das Guerras A<lgolanas em o Governo de André Vida! de Negreiros; e serve .no dia de ··boje dé louvar a DeoS: e a su.a l\.jay Sanli$sima,, e a seus Santos, lazendolbe lestivJ- ~des; e para os gastos ordinarlos de cera, aztite, orna1nen- tos. sustento do trmitão, deixou a caridade e devoção do Govero.a.dor. hum wrral de· gado varum com seus· pastor.es negr0s. com~ .pad.roéiro que Éoi desta fabrica, ~ qu~l ·gado pasta nos ·arredores de sua igreja•, oude mandQu fazer. ca- ·6ima de ped~a e tal, éomo poço com seu tanque; · ~m que !em o gado onde beber. llllJndandolhe ·tambe·m fiuer sua alame.da de coqueiros e tamar:irÍhei<os. para frescura e soµi, bra dos que yão. âquella romagem, que he mui Erequ~ntada do concurso dos fieis· cli.rlstãos, principalmente· to:d'os os sa. bados; e· vão muitos sacerdotes ·a .diierlhe mis5a, P:Ot -.sua. devoc;iio e fazer novenas; .e be a sabida mais visJoza que tem esta cidade, t segura de do.ença; mas cpmo tem a con- fraria dos Santos Cosmts, com jui:r. ·~e mordomos. será o preservativo ,para·· e'Jla. Na eminwcia· do alto, estâ a caza .ou ei:mld'a de Sa·n'ta Maria MagdaJena, que com ser tamanha santa, permitte estar fora ·da cidade. como quem ainda faz«penitencia fora do concu.rso dal! gent.es, para ·com mais quiêtóção akançar 111'ª'ª de Deos. para os peccadores, que a ·dia •~e encom.- muidão; em o s.eu dia (" ) tem sua festividad~ d'e' 5e,rmao e alissa ~antada: com seu c-aplillão que aos domingos e (lla.s .santõs lhe vay dizer missa, e ermitão que' Lem cuidado da Jimpe.za d~ sua lgr.eja, e de da.r a·s ,scpulturas a. tod:a a gen\e nova que . mor<!' a95 armador~ negocia!ll.<'s, que vai ·ali a enterrar, por ser é<mlterio no campo· ao •redor da E=ida; conclgnado e bento parà isso, de que se pagw áqpelle er- 25 • • mlliio, por cada cova, duas maculas de //bongos ("). que valem bum tostão de bom dinbtlro. a clncoenta reis cada huma, que senie para ajuda de seu sustento, com zs e;.. mollas que úra pella cidade: assistindo ao mais dlspendio do anno o jui: e mais mordo.mos que são clltltos para ,;er- vlrem a ·Pcccadora santa. Tendo esta cidade em seu contorno e à sua vista a Igreja e crmlda do glorro:o S. 'º Amaro, que vem l1Umas e outras o servlrlbe de cordão. como sentincllas ganhadas e não ptt· didns que a li"rem de· inva1oens inimigas, ficando ~ra me· jbor dlxer sl?'l"Vindo em suw eminencia de atalayas; nesta er- mida ha todo o aJmo multa romagem. buns que vão a dia pdl11 saude esplrit<Jal. e ouuos peU:i, corporal. tendoo .por sabida ao campo e passatempo, em que se derramarão muitas lagrlmas. humas que sabem do coração devoto. e outras que entrio a aUegralo; festeja-se seu dia com multa solemnldade. tendo capdlão. juiz • mordomos: e como bc umida não lhe deve de faltar o que nas mais ha. que ·he ermitão. com atrmão e missa cantada. e curio:t\ e fc·t:S(a armnç:ão: e o mes.mo se fax a São Gonçalo que cslà na mesma erm.ida. que se não estis ao longo ·do rio. se acha sobre o mu, e jWltO aos poços da agoa d., Maianga, E porque se não que:- xem os pr<1.os que se passa por cllcs <Uu silencio. lêm .sua igrcljai particular multo linda e bem acabada, da Invocação da Sc.nhora do Roza;rio. mui bem ornada com bons &on· taes, pulpito, coro, e sancrfstia, tudo fei to com pe.rftlção. que o jlÚ% que então era da lmsandadc dos pretos, 0 Rev ... (•) A• ,,,_.,.,. qut <CD Aailola contam como dJAhdro cnm. ca ~ do Autor. as panlahôis de ~lha a que se cham.t~ li/longos. que o 9mtlo bbricava para ..mr d< mo<do. Só mots t>tdc • .., llru do •kulo XVII. foi para LWlllda a prl· mclr• mD«f.l de cobtt. oo ttmpO do 9ovuoedor Htllliquo Joques e!< Mag.thã ... cm. 1'$+, 26 , , • ' , padre Diogo Rodr!gue: da SUva. que assislio emquanto durou sua fabrica com seu dlspcndlo, a.fudado das esmaltas dos fltis christãos, a poz no estado que se vê: tendo alem da im81Je>m dia S." do Ro:aTio de Vlàto. outras. como são a de S. Bento, São Domingos, nos altares collatcracs: e no da 111ão esquerda o Santo que. ainda que foi preto nas cõres, foi mui bmnco nas obras. da religião dos menores do Pa- triarca São Francisco. São Benedito d'e Palermo, Cabeça jlo Reino de Sicilla, onde floresceo cm virtude e santidade: e <ião falt1io Autores que dlg5o fora mtural da adusta Ethio- p!a, que fõra sua may naluml deste relno de Angola da provinc!a da Quisama. que o cativarão pequeno ('')< 3 quem festeja a gente preta, e particularmente a S." cfo Ro=>o (''). a segunda domfnga de Outubro: porque em (•) n um pouco obS<Ura a orlg<m dd S. Btotdllo, pr<to, ldgo professo da Ordvn do.s Pr11ncltt0ncs rtfOt'madai. /\lgu.n.s A\lton.i lht chamaram o Mouro. dlundo.o fllhc:; de pO!t mouro$, de ""'~ª africana, pretOl'fl. qut ylvlam na Slctlla e trMl (.!ICf'aVot. çrbt~. Apa ... rca nos agJol6gl06 tom a dcaomlnac;lo dt- •S. Btntdlto de. S. P-J. ... dei/o•. '.1oulLdad< da S!cHlo, onde ·oll.Scru •m lil+. • d< cS. Bentdllo dC' 'PaJcrmo>, onde vlVtli rm comunldndr. no convtntb frnnclM:aoo t Roructu trn virtudes. Faleceu n + de /\brU de JS89. com 6S anos dt> id'a.i.. &,! beotlfloado 90r ll<nto XIV <'Ili 17-t3 • llol•n•m<nle <anwl- :odo <m 1'807 "º' Pl11 vn. C.lebr••I< o SUA 1 ... 1. "º dia 3 de Jll)rU. Logo dudt o ·fnlectmenro foi vtntrodo como aMto. Em Portugal tt.m cullo d<ode 16)1), com coal....nu. lmooons ""' •lw .. • lua.o. Ni!O enrmtramas º°' Autorca nfC'ttncla ~ tradição d11 orJ911m da Qu1&samw para os :St'U.I 9ala ou avós. O nUdm~to d.o a.nto n6o Gbega a mdo !lfcuJo dtpOiS do dtseohrimrnco m4rSdmo dã c;OSCA angoJana. (Vl~.1 de.r Ptrt.1. Mart11r1 et nutre1· prtnclpau:c sair.ta. tdl(lo d!' P. P. X. dt R•m, Bruxtlu, t&f7, t. U. p4g, 2i3 e Jtg,; The Ctr.1olic &cvclopodl•, Nov• York, 1913, vol. li, ptg. i 72; Plos Santto1Vm. de P. Diogo do Rco<lr!o. <dlç&o do P, Co<iotlçlo Vidra, Lhboa, 1870. vol. IV. pig. i3 e .. g.). (") A dtvoç1lo do Rcurio com<çou em Bclooha po< bum .mMa· vdho:o mllagrt> qut a ~oq obrou por bum 1tu dtvoto. como o tra: 27 • • o prim6ra faz a .sua festividade a gente branca. em memoria da glorioia victoria que •akançou a Liga CaLholica da Ar- mada do Grão Turco cm o Golfo de Lepanto. sendo della general Dom João de AusLria. Hiho do Invicto Emparador Cru:los Quinto: q_uc ta~ cm bom que os pretinlios. como n.'ltlli'aes da tt'.U'e. tives.sem1 sua igrejn·, -e o st:u dia, o que c:n toda a parte rhe he dado. em que concorre fnnumcravel gt:ndo que se pode·àva·lfn.r em ma·is de vin'll~ miloJmás. tottbs Dt.sistentes ncstn cidade. os ma.Is dcllcs cazados, e d\: comu- nliiio. a may<>r parte csc.ravarlA, .., 3lguns forre>s, que estão a=tados aos morad-0res d~ta opulenta .., aobre cidade (") . Eimobrecro o se:r cabeça de •ooa esla Ethiopia O<ciden- tol, sogeita ao muito a.lto e pod>erozfssimo Pnndpe Dom Pe- dro, nosso Senhor. o Smado da Camara. cldadoens p;iocl- paes e moradores ;intigos de alguns cem c:auies de que têm produzido abundozas familias com cazas e cdlficlos de custo- zas e sumptuozas fabricas, que a faz mais ennobrecida, os mais d1:lles Q~te branca do nosso Reino de Portugal. filhos e netos daquclles primdros apl!oens mores, t conquista- dores antigos. que com seµ vn.lor e A custo de seu sansue derramado esrendecão a conquista destes r"tnos pe.llo serlão deocro desta E thiopia. como o havc010S relatado em n pn.- me!ro e. scgiutda parte do nosso primeiro tomo dos prlnd- pios das Guerrá~ Angolanas: por cu/o respeito e seus Jeaes e conUrili'1dos Sl'fViços. se vêf!m holt alguns honrados da tm atu Strmlo o PJSd.te Pra.ac.l.Jc.o de: Mendaoça o• 1ua MQUD<b partt. (N«a nwgm.I do Alsto.). (•) Foi no ltmpO do Bi!po O. Prd p-., do Sovor.d. em 1628. que,. orct.oou • coalrartl d<N. Sra. do R..Odo doo p..- A 1~1• duta lavocaçJio era """' up<clt de 9"TOqUIA dOI prttoo; o cap<IAo "'" <!brigado a ('OOfrm ... los e a acompachj.olos. '" .cc:ipultun e a Wu • cattqu .. • •• Ungwi Lacllg..,•. (Blbllotea da Aluda. c6dla. jl-Vlll-31. 8. 19-29. vol. 2.• d .. matórlco do IJDV<r1>1dOI' P<rolo de Sousa). 28 • Real e grandioza mão de sua Alteza, com i.nalgnla:; nos pdtos das tres ordcn.s mllitattoS: e para ser esta cidade m.W ennobredda, lhe fez mer.:ê do foral da cidade do Porto para seu ddado..'Ds 9"""""' <k seus privilegias e !ztllÇC>ellS, por attender a aeus serviços e lealdade ( 0 ), Hé oulr0$ ·momdo1•e'" que fazem avultar o povo com multa gente moça, principalmente mulherio, que hc o que neste rclJ!o se conserva melhor. que como niio cxpcrimcntiío ao calamidades do sol, e ~!gores. do sertão, se ouoreccm ( " ) melhor, e, quando morrem algumas femeas, se fa: disso grande upanto. ainda que .a tod<>s lhe chega o sua hor., a huns mais tarde e a outri>s maJs cedo. conforme J~ De.os utà determinado: e o que Iaz esta cidade mais opulen:.i he o ruço da Lo.fantaria com.seu mestre de campo. rcne.nre general, sargento mor. capltaens. e mal! offu:iau: hum terço, J! se sabe o que lhe he dado de gente paga, huma vc: mais e outra menos. conformr: as enebentts ou vaza,ntes. que con .. soinmt o clima deste reino muito, hum G>pittio de cavallos com seu tenente, alferes. e furtiel. com huma companhia de cincoenta cavallos, montadqs de vistozos e destros soldados. todo.s armados de cravínas ·e pistolas, com tenente general da a.rtelbatla. com capitão, que a .sabe mandar, e mnnelar: capflão de fogo, ajudai11tes, condeslahles. e nrtllhelros, gente be.,tante para aquelle m!nl.stcr, ·todos pagos da fozcndn real de suo Alteza, uccpto o tenente gen·crul, que rnmbcm se rutranglo o soldo. com capitão enginhciro, que c,omia bw porção. (" ) A Provlalo :f9la que ~ a coo~ ~ dd1dt dt Luanda doo priv\Uglm dai ~ cio P6"o foi publi<sodii pela C6ma:• Munl- dpal de L.....r. e - cio ..,. ..J.thlrio cdl todo oo folheto O Mwd· <!pio de Lu-1& Lu-'2. L N- 1918. pig, 33, (") Gu-.r-ddcudtr. 23 Tem seu corond da genle da ordenança, com sargento mor, cnpilaens dos moradores, estia;vagantes, e genfe do mar: o dos moradores be sempre ;bum d°" pr:indpaes da d· dade: esta gente avulta muito, que foz bom numero. e não se especifica, porque ora be menos, or& he mais. fÉm quanto à cfe mar em fora, h6 muica• producção que cauui & lnfan- tarJa e oucra gente particular, em falta das damas brancas. nas negras d'amas. de que hã muitos mulatos e pardos. fllhos desce gencro que são grandes soldados, ptindpalmente em as guerras dt> sertão contra o gentio d.,Ue: soHredores dos trobalhos. e passão com qualquer cou;a de sustento: e pouco calçado: dcllu se fazem grandes homens: e no pdndplo da conquista des tes rclnos. todos ou dos mais .autorizados que vierão a conqulsUtr, excepto alguns cazaes. todos os de mais se accommodarno com mulatas. fifhas de homens de bem. conquistadores, havidas cm suas escravas, e outras cm negras forras: e aindn hoje .hà descenduda multo hon- rada e .nobre, que cm seu tnnco se pode comparar com a lndia, e esta.do do Bra:tl. quando o grande Affopço de Albuquerque fez aqudles caz.amcntos em a cidade de Goa(''). cabeço dnquclle lmptrlo indiano, para assím am- plificar ·aquclln põpulozn cidade, e estado. caiando a muitQ• princ!pnes q'llc lcv:wa cai sua compan<hia, com a gente femi- nina. daqudle OtlcnCc. de quem ho/e se vt mui fidalga g-e- ração: o Brazll de camnrus e mam·alucos ('!), Angola com .mulatos e .p'llrdos. que cstt.s vêm a ser os naturais destas terras. l"t Nll$ D&:od., d• )ollo de &,.,.,. ,. Vf Isto muito duo: • .DO Epitome do Mm1od do Poria e Sou:L (Nota mar(Tl•al do Av.t«). (~) O..Ve str-C.rllDlurlll. O. M""'<iucos do Br0$!1 Ião <>& lndJY!duos prov<ni<Dles dos cru:.. mtntos de ewq><u com mulhu aborig<Ae Amcrlndla (lndloo d• JVM- rito) . Tambtm IJlo ch11110do> CebOco> ou Cobodo<. 30 i • H à muitos homr:ns de oegocio, huos que estão de assento e outros que fue:m suas viagens, alguos delles de grosso cabedal, ·multa producção. e gen~ marítima que vem em navios ao ua.to do '1tgocio das peça~; e se achiio continua- mente oo porto desta cidade .passante de vinte navios. huns po.ssaa>tes, artilhados. e• outros de mf!nor. todos mucane(s: e hum anno por outro, se despai:hão pata 85 pfaç°" do Estado do Brn.zll, e outros portos, o_uto e dn mil c!Lbeças de estta- vos, eot<e gri!ndes e pequenos. que passão a·lgu·mas por cria& ( •T). de q"e .se .pag~ os direitos aos olflcfaes reaés. pa.-a 111 faze.nda de sua Al!e2:a, de cada peça qu.,.tro mil reis e do dirdto novo tres. que fazem sete, e mil reis ao subsidio pura satisfação do Imposto do dote ·da Stt<ClliSS<ma Senhorn Rainha. de loglatetta (U) e pu de Holl'anda ( ' '). de que coube por rtpartlçâo a estes reinos lftz"'1tos e sessenta mJI cnuados, que com dito subsidie;> se vai satisfuendo: os dirti- tos novos cobra o Sr:nado da Camara por seu procurador do conselho, que neste tempo veyo ordem real para o cobra; o fdtor da Real F'1zenda. e só lhe fie.ou a cobrança do subsidio por ser illlposto do Senado da Camara ao povo para a dita contribu ição e satlafeção; e com o .dirclto novo dos •tres mil rei.o em ((!da peÇ<> s.e ®jui(a a pagar -a inlant:ada, primeira pJaina desta praça, fottale.zas da conq'llista, e reino de Ben• guela. e ordlnarias ecdesiasti.,as, e o mai$ a que $t poga. t•) Ausm ~e ch~va ~s crla.açea fQhu de ucr•vo.s. na llngua.- gr:m da. 6poca do t.rtflco da daavatura. I") D. C.ttrloa de Bragança. filha d< El-Rd D. Jo&o IV, q•• c.uoo com C.tloo li. Rd dt b>g~tzrro, om 1662. (" ) O <rolado <0m a li<>boda !ol ..Wn>do •m 6 do Agoo<o ck 1661, ftlltt 6-IUt O. Alomo VI • oo Es!ad"" ~ A& dupuu pora ~gamauo do dolo da Rainha e da contrlbu1çlio a Jatblnor à Ho'-la ptla P•» («..,. rot<ad>s "'Ire • m<trdpolo • u ..w coló- at.o.s. e1bcodo • Angola o encuqo a que: .se ttfirr o Autor. 31 Os pataxos de cuberta que sae:m deste porto ao res- gote ( .. ) são muitos. ~uas para batlavento costa acima para o reino de Bengotla. porto dt Manlqulcombo. Benguela a Velha. onde~esgaslâo peçu e marfim, e tambcm zimbo qut em Bengutla se pesca, que be a moeda que corre no reino dlt Congo; e outros vêm carregados de sal daquellas .. bun- dozas saUna.s di1 jurisdição do dito reino. e para sotavento cosia abaixo ao port.o de Pinda (., ). e relno de :Loan90 (••)! e p116são alguns á Ilha de Sõo ThomE. e dahi vão ltilmbcm algUJlS com pennlssão avuç.idos como t esllllo. com os oHlclacs reats d.U:n a buscM pnnoria de 1'Csgatc ã llba do Prindpe e Costa de Guint. e chegando alguns à Mm... fortaleza de São Jorge. que trazem della algum i)Õ, não de barro ou de (erra,se não do metal que a fortuna a tantos atga ("). Outros navcgão o rio Co311Wl entrando sua barra a té à vllla da Victoria de Masnngano. rio acima distante qua- renta legoas desta cidade. a buscar basUmentos. pe_ças e mrultm, e outras multas couzas; outro1 o ca.uegar madrua de mangue para sLtas fabricas. wmacas. toibiln'.açoens ala- gadas, que cnttam a barra do Bcn90, a encher de ogoa doce (") O Algnlficado ht&tôrfco dt.1~ lfrmot - re•stllrlo e ruga.lar- ~. 11.1t.ruv~ da êpcc.l do rifko dn Het1tv11tur.1. a ()ptr11ção iD<'l'(!tlnill dO com&clo dcOt escravos. da c0ltipr1' dt negros. l!.m vci <te « cmprtg;ir • ipo!avra ;irôpcta, wa.va'lõe, ne llagaagcn\ oífd31 e partlc1,1-tor, df!i-t~ rutl0o10 tultm~ como R st ttatwt ~tmpr4t dr pdllOClclro.s qut'. por hu.manldadt • .R: tt.!J1M.iJ11.11m do cnpUvelro e anlm ._ eublralãm à.. moctC"l Rupate do el'Ct'at>O. a quf • tcnnlnotoola d1 mesma fpoc.a c.hà· m:.và K~ 1J4a. (") l'-'a la: do no Zattt, boJ• S~•o J\nt6olo do Zal~ (•) O :imbo que vem dr S.Ogotla hc r<putodo po< m<lhor. dt: 11111 • lmboo h• um Llloi:o. (Nolo nilwf/Ílllli do Au10<). (•t Dl::Ulek\ costa abaixo por ur a :IOl.t.Vf'ato df.ltr poc-to, xodo qu< ht c .. t.a •dm• -• o d• Guio~. (Note IMrfllJ>ol do k/a<j. 32 li o • • • p&la a.t agoadas dos navios dos escravos q~ vão mar em {6ra: ou1roa que vão ao Dande enirando ,(ambem sua barra a catngar de lenha e madei:ru, e ao do LlfunJ (14 ) para gasto da cidade e apresto dos .navios: oulnls que aoda.m á cal e .pedra: e algu=s champrana.s. que ca<regiio pedras grossas para porlaes, e cunhae.,. e muitas, que entriio a barra do rio. buscar aos arim.os do Bengo iodo o genero de mantimento. o que se JJâo pode .esmar (") com foclHdjldc: Isto de canoas. <he huma lnimeosidade. multas dellM de bas- tante carga. Esta he a opulencia e dispodção do porto des1a Cidade, de suu fortificaçoens. seus iemplos e conventos 1lio sum- ptuozos. e de la.llta gmndua e mlliJDJfkenc.ia, eonobrtdda semprco com Ulu..ttts Goveaiadore.s e Capflaens Geraes, assistida de um Prelado tão virtuo~o. carimlivo, e exemplar. accompmibada de bum Cabído de tan10 cuidildo e :elo no exuclclo das horas canonicas e louvar a Deos: provida de tio nobres c.idadoen.s e moradores. e seu magnifico Senado honrado e engrandecido por .sua Alleza o Principe nosso Senhor: dtfe.ndida de bum terço de JnfantAlrill poriugueza e bellicoza, com ollícíaes mayores e menores do experlcoc1a e mll!c~ir disc!pUoo. com hu·m coronel ie seu ~erço ,do gente nuxillnr c Olldenwçi. c0m offidaes '!llayores e illltd>OTCS. tudo de gr:nie veterana. e cx~r!meniada nas armas: vizilada cm seu porto de lnn.tos navios merclln·tis; abundoz& de todo o necessario para o passar da vida humana: frequen tada com IJUllOS bome1u d e 11egocio. est<ava9an1es e gente maritlma: provida. por suas numero2'1S emha<eaçoens, d.., todos os bas- tlmu1os, com felras. ;s qut cbamão qoitandas, cotldlanas de pescado, frutas., e verdura q,ue delcl1ão a vida humana: • ( • ) H oj<-rio Ll!ut. ( •J &mar - illVlliar, 33 • • 1 • ! toda • mais droga do 1105$0 Portugal se acha a veda nell .. a uoco da moeda qu• cottt. &i.s P<> •• couzu qu• k tn<Lrrio em cita nobu • populaA cldad• d• São Poulo ela A>S1>mpção. ch.imoda pello a11tJ90 de Loanda, cabeça dat,. rdnos e Rllhorlos de Allgola: e .. o Auior que a descrevt andou curto em Stla louvons. .ainda poded haver alguma pmna mais bem •P"r~da e esquadrinhadora, que dtS<Uba com mdhor tstll!o. rdaumdo ""ª graode:a: • ·po<q<le lhe falta ao Autor dar notlcJ4 dt seu dlstrl<.to e~. cnn- llado na h<nevolêftcla do dise<ero Leitor que por aovldade qlllu.r ler .. ras =:u. qu• em si tJlSário estu partes tão remot>s do nosso Rtrno de Portugal. blt.\ por diante, att dar fim a este - tacciro tomo da H istoria Geral Ango- lana. E por <Se,r a cou.za mais proxlma a esta oobrt Odade a Uba di.......ia da l.oanda. por aua antiguidade e """' frente a ella. a qual dívlcle um braço <k =ai- morto. como at.ru d"5emos, qu~ terà quasl humn leg<>ó\ d e rugura • • por - de lata mnR.t11encia l Odade a SJ11 sustento, CO?ll~OS por ella qu• be dígoa dt se fazer particular menção. DESCRBVH-SE A IUIA DA WANDA Esta Ião provtl1oza Ilha tem doze lega.s de comprido. com~ndo de sua ponta que fez por10. e serve dt seu am- paro b m.fluccill do V!'ftto e. fu.ror do mar. tendo tw:s líudtts att d<>nde chamão o Tampo, e a bam. do Curimba. que tstá quasl em meyo, sete. e de Lugo mr:ya lego.. pouco cnais ou mtnoa.. T em cm .i t<es Igrejas e IJW11a ennlda oo a~llo dos Revetudoo Padres da Companhia de Jesus . ., lgref•. invo- uçlo "°"'" SenbOQ do Cabo. por e..<Ur sua lwidaçáo 11»i• 34 • chegada 6 ponta. Cabo. ou começo da Ilha, conforme o quJ- zuem chamar, assistida de seu capellão e ermitão. que tem o prlmelro cuidado de dizer missa. e da limpeza das im<l-- gen.s, t actlo dos altares, vindo o ttmltãe> á cidade cada ••· mana a pedit esmolla para ajuda do seu sustento: tende> juiz e mordamos que fazem huma vez no anno suo festividade com toda n solernnklnde, freguczia muito necessnda naquclla pa.rngcm a respeito da muita gente forasceira e do mar que ali assiste com was armaçoens e n·avios. que cm descarte· gando no porto sua carga. os mais possantes vão vazios para aquclla banda, até lhe chegar a sua vc:. prlndpalmtnte os que estlio a• caber (.,) a seu ~o. e ser nll onde se vay a lazer ptllos officlae:s reaes, e ouvem todos missa. que concorre numerou gente, o dia que a ha: e vão uim!Km os <'ilttqulzadores assistir a dles. por se ac•!O por desculdo falta 11l9uma gente do gentio que se embarca por bauUzar. e a instruJUos nos mystttios da nossa santa fl!, que deve saber lodo o c.hri.stão: onde há poç.os de agoa c!'.oce. como os hã em 1oda "' di~taricia desta Uha. que ~ornada em boa conjunção de maré serve p.ara o gasto e para fazerem agoada para o mar. que para tudo he boa, e he humo ptovidcncí~ grande de •Ocos, que sendo ata !lha ião baixa que quaaj se iguall.a com o llvd ( ") do mar. em qualquer parle que abrtm naquella a:rela poço, se acha agoa. mul clara, e he pora nolnr e admlror esta maravilha que estando a maré pleamar. hc mais doce que em outra conjuncção: mas que multo vem a ser isto, quando " divina Provídend<> sustenta a· ma.is mi· nlma formiga. como nolo ensfna aquelle douto Prey Luis de Granada em o Simholo da r~ nós que somos criados à sua ("J B.t., • clll>cr-u~r ...inda ou odmlssAo. (" ) Llucl-o mtsClO qu< cnlwl>. mau wado do qu< o prlmdt<> vodbulo. • • • imagem • semell\anç.i. nos· não ha <le faltar com o sustento espiritual e ·corporal .. este para o corpo. e o outro para a alma. Tem. distante de. que se te.m ·relatado, a i9réja -e lre- gutiía chamada de São João da Gaz·onga, com seu cap"dlão e confrada_s em que se fáz mui:t;> festividade: e além dos [rcgue:c-s, q·ue n·a l lha motão em suas quin.tas e f~z.endas,, vai muita· .gente <la Cidade por <ltvoçâo, e tter<ip: ·e be das boo9 sa~lidas •que há ptlla (resa1xo- e deleitação que · nclla. echão. de [re,s·cas sombras~ de. coquéíros. tama1'inhefros~ e tamareiras, que crue:cladas a-S ·St1as ramas hum&J.S com outras, evitiló o rJgor das. influencias .do sol d!'Sta .ionil torrlda. t serve ·r:Ste seu amparo aos IQmciro.s d.e. faz.erem seu~ magus .. tos sem .. serem de ca.stanhas. se não de mui.tos e bons pr•· snntos >e payos. e se são ck Lamego os estiirio m11is. que os do noS:So :AJentté·jo. ·por· serem. m·ais etarnudos. e. f:erem mais que co.nier; entrando outro·S bonS .Doca.dos com o licor prezado que vem cfa Maderr.a, ou de Caparica, e se h·e d e barra a barra. mult,o melho.r • llials fte.sco: que ~·m elle nao têm allegda aquellas deleit<µas ~mbra5, que •• ella~ r<· creão a vista. cate rubricondo licor allegra o coração e o fo.rtifíta. quando se- não vay niuilo .ntraz deUe: e s.e uza con1 t'cmpe-ranc;li: como -nestüs occas·ioens ~ romarias succedC. vai p_re.gadór dts~a eidadc a fazcr as preilieas e tc:dn a mu· sica e capella com g~"l!deregozijei. Em m~yo das du~s nomeadas. e.stâ a igrefa. invocação a Senhora c\o D.esterro, fabrJca no ·seu tan,10 e grand-ura muito corioz:a, que a perfeição com q.ue .he obrada pudera tCJ· lugar e.m toda a parte, assim cm a devota Imagem da Mny ·de Deos <lo Desterro. como o curloto de Santa Maria Mad11leiia em paçalJ!Cnto, de balx·o 'do altar mor. os nk bos pcllo acima das paredes das bandas. de Santo Antilo. e . . ' Santo Onofre, e outros Sant<>_s !'fUe fl:z.eráo vida ere.mitica nos • • • dezertos. O :clm.borio do meyo. o pintado da capelki e pare· des, dourado de toda dia. a ID<l<lo oilavada toda a Labdca, com sanc.riatla. casas e varandas pellos lados: a portada prin- dpal e frontispicio cottesponde com o mais. ornamentos e acelo do altar e seu alampadacio, e formoza e aprozi...J enJtada do mar po.r buma ponte, parte de madeira por onde ae communlca, o mar poi; de baixo, e cm ma.r<! vazia fica fazendo huma galllboa do ma:r que alr empoço, onde fica e se cstfl vendo multo peixe que, com facilidade se pesca com cana ou torrala. sendo a pese.ar/a certa e niio duvldoza: que succedeo algumas vezes estarsc pescando. !rigllldo. il$Sando e comendo: he por fõra um paiz de Flaodcs em verdura de divcua. casta de arvoredo, e de muJtas romt.iras. flgueiru. e algumas pattdras, arvores de espinho. laranjas. limas. cidra.se torilnjas. guavciras ("). ilfaçazelros (" ) e pi· tangas. muítas trvas cbeirozas, como são mangericocns, man• jarona. alecrim. e segurclha. cravos girvo!anos, e alguns da Roche.lla, perpetuas, e outras bonina~. 11mita salsa. e toda a Jioruiliç:>, couves. alfaces. nbos e nabos. slnouras, coentro e ontckiã, sebollas 11ão ,têm l!mi<e, aindll> que de pequ"°a cabeça. e paTa adubar ·tudo isto que dilo te.mos. muitos e bons meloens de boa casta, e. ricas melancias. O dlspandlo de hum cidadão authori%ado, por 11ome BaJ. the:r.ar Figueira Boq;es, quiz por oSua devocçlio deixar esta lembrança .para os vJndouios, fazendo na dila Igreja cn- pella conclgnnndolhe terras e fa.zcnda para. sua sustentação e do copcllão: e a muíta curiozidâde do Padre Manoel Ro- drigut$, illslgne piator, e bastantem.cnte nfazandado, ambos de mão coa>mua, se empngaráõ nest& santa e magnifica obra. o que na outra vida 'twão "mbos o galordiio de quem (•) OOWIBlllAS, lruro, " goiaba, PJidlum Guay••• R Mldl. (•) AllAÇAZl!mo. <fruto. o araç~. P>ldl""' llttorlll• RaddL 37 • 1 sabe tambcm premiar. o que •• obra em seu saoto serviço e de sua Sacratissima May • sous Santos: todos os anoos no dia da celebridach do Desterro. vai a mulhe.r do dito cidadão e bcmfeitor por nome Maria da Cunha. dona vluva. pessoa autboriuda. IUha do nosso Rdoo. e <fia. •mui nobre cidade de Eiva~. a fatcr ""ª festa. c.om todo o gasto e d ispcndio. levando desta cJdpdo pregador <par<1 o sormao e n cap·e1Ja da mus'i~a para se cantar a mlf!sa. a que: ac9de muita gente da cidade que vão de romor'4 e l'tm o mesmo gosto e recreyo como os que se tem dito: acodem 6 fcstlvi. dade de Síio Joao da Caznnl)l! qut estnró dislnnle huma da outra humi> boa ltgoa.: e em o discurso do anno se fazem pans alJ muitas sahldas, hlndo em suas tmba1caçoens li- geiras que he sitio mui deldtozo e aprarlvd, como se cem dito. A cape& dos Reverendos Padres da. Companhia de J<Sus. qut têm a sua quinta dos Coqueiros. frente a esta Cidadt, p'11'ilgcm ~ conhecida da gca"' maritlma, prin- cipalmente dos que ''bn nas •n,,os do n05$o Reino, pois ã SU<l vista dão todos as suas salvas de rutdharlo ã cJdad<. t abatem suas handtiiras: esta dita c.npello serve de dlzcrcm missa os Padres Mcei;tres dos <!Slu<l'Os e dn.sscs. qut 11os dias de sue~o vão esparcco~ e ~er ·seu rtcttyo como 11-0'mbcm os mnJs padres que como têm <0sslslldo" 1mbalhos da qua- resma. acudjndo. a- sermocos e conflssocns. têm na djta quJnta boas cazas com soas varandas no redor, qu~ dl!!ila:S descobrem aquclla·11ba to mar dt huma t outra banda. com jogo de truco ('0 ) para seu dezen fodo, cm que ganhão suas coroas e veronkas, que até os seus jogos são para Deus: e ttm tambem livros espirituaes cm que medltão " ~ezão, (• ) Trur:o- o mumo qut. truqur. Jõ9o dt cac1&J en1re dois ou qu•rro po1ctln>o: ou j6go de boi.., 38 n que em coda a parte são os seus mdho= passatempos: e para a sua hora de dívertir, ilê11Lmuitos mucurios e gazetaa. e rdaçoens dos sucesso.s das guerras d'as no.ssas frontelnu: e não são a6s os celigiozos que gozão este recreyo. porque quando là não assistem, vãi alguma ge.nte principal da ci- dade a pas$11rem lá o dia com ~ janllares. tendo uma cs- paç0%B cerca com ~cas sombras ;de coqueiros e tamati· nheiros, arvores muito grandes, e copadas de grande fres- quJdlio. que a folha e fructo .i,.,, multo medicinal: e com a mais fructa. bonlnas e hortaliça de que havemos fe.ito menção. •Muitos dos morado{c da cidade tem tambem nesta fresa Ilha suas quintas com cazas de recreação, e o me.smo que se tem dito. cm que vão assistir alguns mezes do anno com suas famillas. por ser aquelte mar de huma e outra banda mui aha$tado de bom peixe: e tem Sll;)S c:riaçoens para o sustento e regalo da vida, onde têm tambem seu grange!o com os xallos de cal que fazem, e salga de ·peixe para "'S armaçoens dos escravos que se emba.rcão de mar em fora. e fazem resgate de zimho com a gente mix!loandas, moradores da Ilha: tendo seu capitão, a.Ileres e mais offl- claes da M illcí<a que governà a gente branca, moradora della: e tombem havia antes desta terra tomada pello Hol- londci. Cllpltâo da bo.rro .e fortaleza ,a.., Curfmba, com oífl- dacs, artelhari.a, e infantorla, que o inimigo desmantelou e arrarou, com que de então a esta parte, ftcou distlnguJdo ("). Tem tambcm bum fidalgo .descendente dos que o erÍo dei rey de Congo. o qual t.cm not11t de Governador da Ilha e gentio mlxlloa.oda, por nome Dom Ambrozio, com outros que o accompanhão, do seu toque e fidalguia, pessoa de rts- p~to. vestido à portuguesa. com insignia de bastão qu• 90- (") Di#ln(/Vldo por •itlnto. 33 vema aquella naçfío, i obedlOcem.a ".ellS 1D"!'dado~. e elies ~ do Governador e Capitão Ger..J. coino vassallos que .são. do P.rincipe nosso Senhor: he gentio numerozo. bautiuidos, su• ·gatos ao /ugo do santo matrimomo, e de ·a<:ud·ír- ã sua Irtgu~-zia1 a ouvlr miSsa. c.onfcss-ar, e com.mungar: (? quando são ·necessarios para o real serviço de .s.ua Alteza,· ássim p.11<3 t.nibarcaçoen'.f, que são granc11's pilotos e ruaruiht;!ros, ou para outto qualquer ~enriço. Pi1<$.S•· hu.m satRento .á Ilha "' d-01c recado -ao rregro Governador pao;& que ord·ooe e mande ;a seus subditos foção o q;ue . lhe for mandado pello ·Governador bran<o·e ofliciMs-reacs: e :Se<Dâo dá ·a upMição que hc ne«s5aria. o mand~o chamar â Cldade, dar raúo ou descarga. a- nào dar execuçãó o que lh.c ·fói mandado: hum.as . vezes P.a.ssa cbm rt'prezenta.çii;>. e out;as c·hegão com elle à pdzâit honrBdjl, que todo <StC gentJo. ~e niio gov.,ma, l,\n~ o~ece por amQ.r;, se não c.om puro rigor. ~ São estes MlxiJoandas·. <nostura"5 desta Ilha. bons pes<ra• dores, e ·s:alglio multó peixe que vendem aos armadotts· com .seu <ti~~dp, .para o SuStento·de sua·s armaç.otns: e .no tiempo do tl'Sibo, que hc frio. e vefão deste relno. que vém_ entlio ~açq.ens de peix~ a;eites. que ~.âo COmo +atuns e. ean .. tldoqe de que!mcs que $ .o C8$~ens. salgâ()· muito deste ge- ncro. e são tantos. que dos. ligados fa2em azeites. de que enchem mullas pipas e barris, que· s.etve para as querena. dos navios, e mai$ -emhárcaÇoens, ê allu:miar; ainda que tem seu ledor, he mutto 111édicinhl prin,dpalment.é P.ru:ii cura;r r~ r)d.as hescâs. e n1ordedutas de ""chorros. ou de outro quaiquer · bl~ho, escald'.aida· a part~ leia. com . cllc faz grande dfeito, As mu~heres e 61has desta .gente trntão de pes<;aria do . .:imbo, em que sã.o mui dcsrras: e jà hayemos relata.do. em o ·segundo tomo d·a nossa Historia das Guerras Ango- lanas, o como Se: pesca·. -e valor que tê:m utes como cota .. ç~s em o
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