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Improbidade Administrativa (Lei 8429)

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LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LIA) – Lei 8.429/92.
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: Lei nº 13.650, de 2018; Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30 dias – artigos alterados/incluídos: art. 17).
Última atualização jurisprudencial: 31/08/2019 – Súmula 634-STJ (vide arts. 3º e 23).
Última atualização questões de concurso: 15/05/2020.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na Lei 8.429/92).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc.
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
	 
	Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
	##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJCE-2018: ##CESPE: ##TJAL-2019: ##FCC: O STF decidiu recentemente não haver prerrogativa de foro nas ações de improbidade administrativa. Não existe foro por prerrogativa de função em ação de improbidade administrativa proposta contra agente político. O STF reafirmou esse entendimento e fixou a seguinte tese: “O foro por prerrogativa de função é previsto pela Constituição Federal apenas para as infrações penais comuns, não podendo ser estendido para ações de improbidade administrativa, que têm natureza civil.” (STF. Plenário. Pet. 3.240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, j. 10.5.18, Info 901). 
##Atenção: Portanto, não se admitindo foro privilegiado, é inevitável a conclusão de que as ações de improbidade administrativa devem ser julgadas perante as instâncias ordinárias. Assim, fica afastada a competência originária do STF como do STJ para o julgamento dessas ações de natureza civil.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJDFT-2014: ##CESPE: ##MPMG-2014: ##MPF-2015: Para o STJ, a ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de responsabilidade. STJ. Corte Especial. AgRg na Rcl 12.514-MT, Rel. Min. Ari Pargendler, j. 16/9/13 (Info 527).
	(MPF-2015): Em relação à competência e entendimento atual do STJ: A ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de responsabilidade. BL: Info 527, STJ.
(MPMG-2014): De acordo com a jurisprudência pacificada no âmbito do STJ, a ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que proposta contra deputado federal. BL: Info 527, STJ.
	(TJMA-2013-CESPE): Conforme entendimento do STF, não se admite a impetração de habeas corpus para o trancamento de ação de improbidade administrativa. BL: STF, HC 100.244/AgR).
        Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. [obs.: > 50% = INTEGRAL - Art. 1º, caput] (MPMG-2010) (TJSP-2011) (TJRO-2011) (TJRR-2015) (MPPB-2018) (DPEAM-2018)
	##Atenção: #TJPB-2015: ##CESPE: A ação de improbidade administrativa é um instrumento tipicamente repressivo, voltado para a verificação da ocorrência de um ato de improbidade e para a aplicação das sanções que lhe forem imputadas por lei, não se apresentando como instrumento adequado para a imposição de medidas preventivas, ou seja, para a prevenção de ameaças a direitos subjetivos da Administração. Nesse sentido, o Ministro Teori Albino Zavascki explica a ação de improbidade administrativa “não se presta a prevenir a lesão ao direito, mas se destina, sim, a aplicar sanções, o que tem por pressuposto necessário a anterior ocorrência do ilícito”. (Fonte: ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 95).
	(TJPA/Reaplic.-2019-CESPE): À luz da Lei 8.429/92, assinale a opção correta, a respeito de improbidade administrativa: Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, seja ele servidor público ou não, sujeitam-se à referida lei. BL: art. 1º, caput, da LIA.
##Atenção: A LIA traz o conceito de “agente público” como gênero e o de “servidor público” como uma espécie do primeiro.
(MPMG-2018): Assinale a alternativa CORRETA: Os atos de improbidade praticados por agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. BL: art. 1º da LIA. [adaptada]
(MPMG-2011): A ação de improbidade administrativa poderá ser proposta mesmo já havendo sentença de procedência transitada em julgado em ação popular que anulou ato lesivo e determinou o ressarcimento do dano ao patrimônio público. Isso porque deve ser buscada a aplicação de sanções, observado o prazo decadencial.
##Atenção: A ação popular e a ação de improbidade são consideradas ações concorrentes, isto é, ações que embora variando quanto a causa de pedir ou aos seus legitimados ativos, prestam-se a atingir o mesmo resultado. Enquanto a primeira anula e determina o ressarcimento do dano, a segunda apura as irregularidades (dimensão do dano) e visa aplicar sanção quanto ao ato praticado. Assim, uma não impede a propositura da outra, na verdade, se completam.
        Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. [obs.: < 50% = PATRIMONIAL - Art. 1º - §único] (MPAM-2007) (TJRR-2015) (DPEAM-2018)
	(TJAL-2019-FCC): Suponha que tenha sido interposta ação de improbidade administrativa em face de diretor de uma empresa na qual o Estado do Alagoas detém participação acionária minoritária, apontando a ocorrência de prejuízos financeiros à companhia em face da realização de investimentos em projetos deficitários. A inicial da ação judicial aponta, ainda, a responsabilidade de Secretários de Estado na formatação de tais projetos e possível conluio com o diretor da companhia para as aprovações societárias correspondentes. Considerando as disposições da legislação aplicável, a referida demanda afigura-se cabível, tanto em face do diretor como dos Secretários de Estado, limitando-se a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos à companhia.BL: art. 1º, § único, da LIA.
(MPMG-2018): Assinale a alternativa correta: Estão sujeitos às penalidades da Lei nº 8.429/92, os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. BL: art. 1º, § único, da LIA. [adaptada]
(MPSC-2016): As sanções aplicáveis em razão do cometimento de ato de improbidade administrativa são reguladas pela Lei de Improbidade Administrativa. Esse regramento legal também se aplica aos eventos ocorridos no âmbito de ente privado que receba benefício fiscal ou creditício da administração pública. BL: art. 1º, § único, da LIA.
        Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. (TJMG-2007) (MPAM-2007) (MPRR-2008) (TJRS-2009) (TJRO-2011) (MPSP-2011) (TJBA-2012) (TJPE-2013) (MPSC-2016) (TJAL-2019) (TJPA/Reaplic.-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##TJBA-2012: ##CESPE: A jurisprudência do STJ é firme quanto à possibilidade de os prefeitos municipais responderem por seus atos de improbidade administrativa, com base na Lei 8.429/92, sem prejuízo, outrossim, de responsabilização por eventuais crimes de responsabilidade, previstos no DL 201/67. Neste sentido, confira-se o seguinte trecho de recente julgado do STJ: “(...) Os agentes políticos municipais (aí incluídos os Prefeitos) submetem-se aos ditames da Lei 8.429/92, sem prejuízo da responsabilização política e criminal estabelecida no Decreto-Lei nº 201/1967, em face da inexistência de incompatibilidade entre esses diplomas." (STJ, 1ª T. AgInt no REsp 1615010/CE, Min. Rel. Sérgio Kukina, j. 14/8/18). Vejamos, ainda, outro trecho de julgado do STJ sobre o tema: “(...) É pacífico o entendimento no STJ segundo o qual o conceito de agente público estabelecido no art. 2ºda Lei 8.429/92 abrange os agentes políticos, como prefeitos e vereadores, não havendo bis in idem nem incompatibilidade entre a responsabilização política e criminal estabelecida no Decreto-Lei 201/67, com a responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa e respectivas sanções civis (art. 12, da LIA).” (STJ, 1ª T. AgInt no REsp 1125711/SP, Min. Rel. Regina Helena Costa, j. 18/08/16).
	(MPSC-2014): Considera-se agente público, para fins da Lei 8.429/92, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgãos da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. BL: arts. 1º e 2º da Lei 8429/92.
(TJMG-2014): Os agentes públicos exercem uma função pública como preposto do Estado. Sobre o conceito de agente público, assinale a alternativa CORRETA: Agentes públicos são todos os que, ainda que transitoriamente, com ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, exercem mandato, cargo, emprego ou função nas entidades de direito público. BL: art. 2º da Lei 8429/92.
        Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. (MPSP-2006) (TJAP-2008) (TJRO-2011) (TJRS-2009/2012) (TJBA-2012) (TJPE-2013) (PGESC-2014) (TJRR-2015) (TJPB-2015) (TJSP-2011/2018) (MPPB-2018) (TJAL-2019)
	Súmula 634-STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de improbidade administrativa para os agentes públicos.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJMS-2015: #TJPB-2015: ##MPSC-2016: ##VUNESP: ##CESPE: É possível imaginar que exista ato de improbidade com a atuação apenas do “terceiro” (sem a participação de um agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade administrativa, o terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei 8.429/92 é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de improbidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. STJ. 1ª T. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, j. 25/2/14 (Info 535).
	(DPEAM/Reaplic.-2018-FCC): No que concerne ao alcance, objetivo e subjetivo, das disposições da Lei de Improbidade, tem-se que atingem particulares que tenham se beneficiado de forma direta ou indireta da conduta improba. BL: art. 3º da LIA.
(TJDFT-2016-CESPE): O estagiário de órgão público, independentemente do recebimento de remuneração, está sujeito à responsabilização por ato de improbidade administrativa. BL: STJ. 2ª Turma. REsp 1.352.035-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/8/2015 (Info 568).
##Atenção: O foco da ação de improbidade administrativa é a conduta do agente público, que é pautada por deveres e regras específicos, e que não necessariamente coincidem com as condutas do agente particular. Ademais, não é necessário que haja punição do particular para que o agente público seja responsabilizado (STJ. 2ª T. REsp 896.044/PA, rel. Min. Herman Benjamin, j. 16.9.10). Desse modo, não há que se falar em litisconsórcio necessário, podendo a ação ser proposta somente em face do agente público. O que não se admite é que ela seja proposta somente em face do particular - caso em que deverá ele figurar ao lado do agente público no polo passivo da ação.
(MPSC-2016): É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. BL: art. 3º da LIA e Info 535 do STJ.
        Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. (MPRR-2008) (TJPE-2013) (MPMG-2010/2018)
	(MPSC-2010): A Lei de Improbidade Administrativa guarda correspondência e atende essencialmente ao princípio constitucional da moralidade. BL: art. 4º, LIA e art. 37, caput, CF.
        Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (MPRR-2008) (MPMG-2011) (MPPR-2011) (TJAC-2012) (TJCE-2012) (TJPE-2013) (PGESC-2014) (MPSC-2016) (MPPB-2018) (TJPA/Reaplic.-2019)
	##Atenção: ##TJPA-2019: ##CESPE: Em se tratando de ato de improbidade administrativa que atente contra o patrimônio público, seja ele comissivo ou omissivo, não há necessidade do elemento dolo, basta a existência de culpa. Em outras palavras, o ato que importe lesão ao patrimônio público é a única hipótese de improbidade que admite a forma culposa. Todas as demais modalidades (enriquecimento ilícito, violação aos princípios administrativos e concessão indevida de benefício de ISS) apenas caracterizam improbidade administrativa se houver dolo. Logo, não existe qualquer diferenciação quanto a ato comissivo ou omissivo.
        Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (TJPE-2013) (MPSC-2016) (TJSP-2018)
	(TJMT-2009-VUNESP):José, funcionário público, recebeu dinheiro para deixar de tomar determinada providência a que estava obrigado em decorrência do cargo que ocupa. Assim sendo, em virtude da Lei de Improbidade Administrativa, José estará sujeito, entre outras, à pena de perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio. BL: art. 6º c/c art. 9º, I da LIA.
        Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. (TJRO-2011) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (TRF5-2013) (MPSC-2016) (PGM/BH-2017) (TJMG-2018) (MPCE-2020)
	(MPPB-2018-FCC): No que tange à lei de improbidade administrativa, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. BL: art. 8º, LIA.
        Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. (TJRO-2011) (MPMG-2011) (TJRN-2013) (MPSP-2008/2015) (MPSC-2014/2016)
	##Atenção: ##DOD: A redação do art. 7º não é muito clara, mas o que a lei quer dizer é que a autoridade administrativa irá comunicar a suposta prática de improbidade ao MP e este irá analisar as informações recebidas e, com base em seu juízo, irá requerer (ou não) a indisponibilidade dos bens do suspeito ao juiz, antes ou durante o curso da ação principal (ação de improbidade). Em outras palavras, a indisponibilidade pode ser requerida como medida preparatória ou incidental. Quando o art. 7º fala em “inquérito”, está se referindo a inquérito administrativo, mas essa representação pode ocorrer também no bojo de um processo administrativo ou de um processo judicial.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPCE-2020: ##CESPE: A exegese do art. 7º da Lei 8.429/92, conferida pela jurisprudência do STJ, é de que a indisponibilidade pode alcançar tantos bens quantos necessários a garantir as consequências financeiras da prática de improbidade, mesmo os adquiridos anteriormente à conduta ilícita, excluídos os bens impenhoráveis assim definidos por lei, salvo quando estes tenham sido, comprovadamente, adquiridos também com produto da empreitada ímproba, hipótese em que se resguarda apenas os essenciais à subsistência do indiciado/acusado. STJ. 2ª T. REsp 1461892/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 17/3/15.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPCE-2020: ##CESPE: A indisponibilidade prevista no art. 7º, § único, da LIA pode recair sobre bens de família. STJ. 2ª T. EDcl no AgRg no REsp 1351825/BA, Rel. Min. Og Fernandes, j. 22/9/15.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPAC-2014: ##MPF-2015: ##PGM-Salvador/BA-2015: ##MPSC-2016: ##TJPR-2017: ##TJMG-2018: ##MPMG-2018: ##MPCE-2020: ##CESPE: Pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se desfazendo de seus bens. É desnecessária a prova de que os réus estejam dilapidando efetivamente seus patrimônios ou de que eles estariam na iminência de fazê-lo (prova de periculum in mora concreto). O requisito do periculum in mora está implícito no referido art. 7º, parágrafo único, da Lei 8.429/92, que visa assegurar “o integral ressarcimento” de eventual prejuízo ao erário, o que, inclusive, atende à determinação contida no art. 37, § 4º, CF/88. Como a indisponibilidade dos bens visa evitar que ocorra a dilapidação patrimonial, o STJ entende que não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou dissipação, na medida em que exigir a comprovação de que esse fato estaria ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difícil a efetivação da medida cautelar em análise. Além do mais, o disposto no referido art. 7º em nenhum momento exige o requisito da urgência, reclamando apenas a demonstração, numa cognição sumária, de que o ato de improbidade causou lesão ao patrimônio público ou ensejou enriquecimento ilícito. Vale ressaltar, no entanto, que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da excepcionalidade legal expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação do patrimônio, não é uma medida de adoção automática, devendo ser adequadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade (art. 93, IX, CF/88), sobretudo por se tratar de constrição patrimonial (REsp 1319515/ES). STJ. 1ª S. REsp 1366721-BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Ac. Min. Og Fernandes, j. 26/2/14 (recurso repetitivo) (Info 547). 
	(MPMG-2018): A indisponibilidade de bens do agente a quem se imputa a prática de ato de improbidade administrativa revelou-se medida extremamente útil à efetividade da pretensão de ressarcimento ao erário dos prejuízos causados pela malversação da coisa pública. A respeito dela, é CORRETO afirmar: tem natureza de tutela cautelar de evidência, sendo desnecessário, para sua decretação, demonstrar o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. BL: Info 547 do STJ.
(TJPR-2017-CESPE): Tratando-se de tutela provisória que determina a indisponibilidade de bens do réu em ACP por ato de improbidade administrativa, dispensa-se a comprovação de periculum in mora. BL: Info 547 do STJ.
(MPF-2015): O MP AJUIZOU ACP DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONTRA O PREFEITO MUNICIPAL DE MARACUTAIA E SEU SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO POR DESVIO DE VERBAS FEDERAIS, DESTINADAS AO CUSTEIO DE MERENDA E TRANSPORTE ESCOLAR. COM BASE NO ART. 7° DA LIA, FOI POSTULADA A INDISPONIBILIDADE DOS BENS DOS RÉUS. EM HIPÓTESES COMO A PRESENTE, ENTENDE O STJ QUE: A indisponibilidade dos bens e cabível quando o julgador entender presentes fortes indícios de responsabilidade na pratica de ato de improbidade que cause dano ao erário, estando o periculum in mora implícito no referido dispositivo, atendendo determinação contida no art. 37, § 4°, da Constituição Federal. BL: Info 547, STJ.
(MPF-2015): O MP AJUIZOU ACP DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONTRA O PREFEITO MUNICIPAL DE MARACUTAIA E SEU SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO POR DESVIO DE VERBAS FEDERAIS, DESTINADAS AO CUSTEIO DE MERENDA E TRANSPORTE ESCOLAR. COM BASE NO ART. 7° DA LIA, FOI POSTULADA A INDISPONIBILIDADE DOS BENS DOS RÉUS. EM HIPÓTESES COMO A PRESENTE, ENTENDE O STJ QUE: A decretação de indisponibilidade dos bens não está condicionada a comprovação de dilapidação efetiva ou iminente de patrimônio, porquanto visa, justamente, a evitar a dilapidação patrimonial. BL: Info 547, STJ.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial. REsp 1.176.440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 17/9/13.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPCE-2020: ##CESPE: A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens em improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 07/03/2013)
        Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. (MPRR-2008) (TJRO-2011) (TJBA-2012) (STM-2013) (TJMT-2014) (TJDFT-2014) (MPMS-2015) (MPPB-2018)
	(MPSC-2014): Falecido o autor de ato de improbidade administrativa, transmite-se ao sucessor a responsabilidade patrimonial, a multa inclusive, até o limite da herança. BL: art. 8º da LIA.
##Atenção: "[...] Consoante o art. 8º da Lei de Improbidade Administrativa, a multa civil é transmissível aos herdeiros, 'até o limite do valor da herança', somente quando houver violação aos arts. 9° e 10° da referida lei (dano ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito), sendo inadmissível quando a condenação se restringir ao art. 11. [...]" (REsp 951389SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 04/05/2011).
CAPÍTULO II
Dos Atos de ImprobidadeAdministrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
        Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: [obs.: Exige DOLO] (TJDFT-2014)
        I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; (MPPE-2008) (TJDFT-2015)
	(TJMT-2009-VUNESP): José, funcionário público, recebeu dinheiro para deixar de tomar determinada providência a que estava obrigado em decorrência do cargo que ocupa. Assim sendo, em virtude da Lei de Improbidade Administrativa, José estará sujeito, entre outras, à pena de perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio. BL: art. 6º c/c art. 9º, I da LIA.
        II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; (TJPR-2013)
        III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; (TJPR-2013)
        IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; (MPPE-2002) (MPMG-2010/2017)
        V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; (TJDFT-2015)
        VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; (MPPE-2002)
        VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; (MPPE-2008) (MPMG-2010) (TJBA-2012) (MPSP-2011/2013) (TJPR-2013) (MPMS-2015)
	(MPSC-2016): O agente público que adquirir, para si ou para outrem, no exercício da função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do seu patrimônio, pratica ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito. BL: art. 9º, VII da LIA.
##Atenção: ##STJ: ##Sobre o inciso VII do art. 9º da LIA: "[...] Para fins de caracterização do ato de improbidade administrativa previsto no art. 9º, VII, da Lei 8.429/92, cabe ao autor da ação o ônus de provar a desproporcionalidade entre a evolução patrimonial e a renda auferida pelo agente no exercício de cargo público. Uma vez comprovada essa desproporcionalidade, caberá ao réu, por sua vez, o ônus de provar a licitude da aquisição dos bens de valor tido por desproporcional." (AGARESP 187235 RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 1ª T, j. 09/10/12).
        VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; (MPMG-2010) (TJPE-2011)
	(TJDFT-2014-CESPE): A respeito da improbidade administrativa, assinale a opção correta: Constitui ato de improbidade exercer atividade de consultoria para pessoa física que tenha interesse que possa ser amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade. BL: art. 9º, VIII, LIA.
        IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
	(MPMT-2014): Levando em conta a Lei de Improbidade Administrativa, analise a assertiva: Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito. BL: art. 9, IX, da Lei 8429.
        X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; (MPSC-2010)
        XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; 
        XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. (MPMG-2010/2011)
	(TJMG-2006): Os atos de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito não admitem a forma culposa. BL: art. 9º da LIA.
##Atenção: De acordo com a Lei 8.429/92, a doutrina e a jurisprudência majoritária, apenas o ato que causa lesão ao erário (art. 10) admite a forma culposa. O ato que importa em enriquecimento ilícito só pode ser praticado de forma dolosa.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
        Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: [obs.: Exige DOLO ou, no mínimo, CULPA] (MPSP-2005) (MPMG-2010) (TJRO-2011) (TJAC-2012) (TJPE-2013) (TJDFT-2014) (PGESC-2014) (TJRR-2015) (PGEPR-2015) (TJMG-2018) (DPEAM-2018) (Anal. Judic./STM-2018) (TJAL-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##MPMG-2010: ##TJPA-2012: ##CESPE: ##DPEAM-2018: ##TJAL-2019: ##FCC: O STJ tem externado, pacificamente, que improbidade é ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente, sendo "indispensável para a caracterização de improbidade que a conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92, ou pelo menos eivada de culpa grave, nas do artigo 10 (AIA n. 30/AM, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Corte Especial, DJe 28/09/11). (REsp 1237583/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª T, j. 8/4/14)
        
	(TJPR-2019-CESPE): Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, para a configuração de um ato de improbidade por dano ao erário, é imprescindível que haja, além do efetivo prejuízo, culpa do agente, ao menos. BL: art. 10, caput, da Lei 8429/92 e Jurisprud. em teses do STJ.
##Atenção: ##STJ: ##Jurisprudência em Teses: ##DPEAM-2018: ##FCC: Segundo o STJ, “É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exigindo-se a presença de dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o enriquecimento ilícito e o atentado aos princípios administrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do art. 10, que censura os atos de improbidade por dano ao Erário” (Jurisprudência em Teses, Edição 38).
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; (MPPE-2008)
        II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidadesmencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
        III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
        IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
         V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; (TJBA-2012) (MPSP-2013) (Anal. Judic./TRT7-2017) (TJSP-2018)
	##Atenção: ##TJSP-2018: Permitir que a Administração contrate por preço superior ao de mercado é ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário (art. 10, V, da Lei 8.429/92). Como tal, importa, entre outros, em (i) ressarcimento integral do dano, (ii) perda dos bens acrescidos ao patrimônio, se houver, (iii) e multa de até duas vezes o valor do dano (art. 12, II, da Lei de Improbidade).
        VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
        VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
       VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (MPPE-2002) (MPSC-2014/2016) (Anal. Judic./TRT7-2017) (TJSP-2018)
	##Atenção: ##STJ: De acordo com o STJ, o vício na licitação importa em presunção de prejuízo ao erário – e importa em improbidade administrativa, desde que demonstrado dolo ou culpa pelo agente (STJ. 1ª T. REsp 1.499.706/SP, rel. Min. Gurgel de Faria, j. 02.02.2017).
	(TJSE-2015-FCC): Uma autarquia realizou inúmeras e sucessivas compras de material sem realização de licitação, sendo que não foi demonstrado o enquadramento em nenhuma das hipóteses do artigo 24, da Lei 8.666/93. O Tribunal de Contas, durante o processo de prestação de contas, apurou que o valor pago não foi superior ao praticado no mercado, tendo o responsável justificado o ocorrido na economicidade da conduta e no princípio da eficiência. Esse cenário indica, ilegalidade da conduta, pois o não atendimento ao princípio licitatório configura ato de improbidade e enseja presunção de prejuízo ao erário. BL: art. 10, VIII da Lei 8429/92.
(MPMT-2014): Levando em conta a Lei de Improbidade Administrativa, analise a assertiva: Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário. BL: art. 10, VIII, da Lei 8429.
        IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
        X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; (MPMT-2014)
        XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
        XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; (MPMG-2011)
	(TJRS-2012): O servidor público que permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente, ensejando perda patrimonial dos bens ou haveres de uma autarquia municipal, incorre na prática de ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário. BL: art. 10, XII, LIA.
        XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. (MPMG-2010)
        XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;        (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
        XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.  (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) (MPPE-2008) (MPSP-2013) (Anal. Judic./TRT7-2017)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)  (Vigência)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)  (Vigência)
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;       (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)  (Vigência)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.  (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)  (Vigência)
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) 
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)  (Produção de efeito)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A.  Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. [obs.: Exige DOLO] (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (TJMG-2018)
	Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
(...)
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços,que fica sujeito ao ICMS).
(...)
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
(...)
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública
        Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: [obs.: Exige DOLO] (MPMG-2010) (MPPR-2008/2011) (TJBA-2012)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJBA-2012: ##MPF-2017: Para a configuração dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11, Lei 8.429/92), é DISPENSÁVEL a comprovação de efetivo prejuízo aos cofres públicos. STJ. 1ª T. REsp 1.192.758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, j. 4/9/2014 (Info 547).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: O assédio moral, mais do que provocações no local de trabalho — sarcasmo, crítica, zombaria e trote —, é campanha de terror psicológico pela rejeição. A prática de assédio moral enquadra-se na conduta prevista no art. 11, caput, da Lei 8.429/92, em razão do evidente abuso de poder, desvio de finalidade e malferimento à impessoalidade, ao agir deliberadamente em prejuízo de alguém. STJ. 2ª T. REsp 1286466/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 3/9/13.
##Atenção: ##STJ: ##TJPA-2014: ##VUNESP: A Lei 8.429/92 visa a resguardar os princípios da administração pública sob o prisma do combate à corrupção, da imoralidade qualificada e da grave desonestidade funcional, não se coadunando com a punição de meras irregularidades administrativas ou transgressões disciplinares, as quais possuem foro disciplinar adequado para processo e julgamento. (STJ, 2ª T., AgRg no REsp 1245622/RS, Rel. Min. Humberto Martins, j. 16/6/11).
##Atenção: ##STJ: ##TJBA-2012 ##CESPE: Para o STJ, “(...) 1. Não infringe o princípio da congruência a decisão judicial que enquadra o ato de improbidade em dispositivo diverso do indicado na inicial, eis que deve a defesa ater-se aos fatos e não à capitulação legal. 2. Os tipos da Lei de Improbidade estão divididos em três categorias: a) art. 9º (atos que importam em enriquecimento ilícito); b) art.10 (atos que causam prejuízo ao erário) e c) art. 11 (atos que atentam contra os princípios da administração). 3. Os atos de improbidade só são punidos à título de dolo, indagando-se da boa ou má fé do agente, nas hipóteses dos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92. 4. Embora mereçam acirradas críticas da doutrina, os atos de improbidade do art. 10, como está no próprio caput, são também punidos à título de culpa, mas deve estar presente na configuração do tipo a prova inequívoca do prejuízo ao erário. 5. Recurso especial provido.” (STJ, 2ª T. REsp 842.428/ES, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 24/4/07)
	(TJBA-2012-CESPE): Assinale a opção correta a respeito da ação civil por improbidade administrativa: Pode o juiz condenar os réus em penas diversas das pleiteadas pelo autor, como também pode o magistrado dar ao fato capitulação legal diversa da descrita pelo autor. BL: Entendimento jurisprudencial.
##Atenção: A Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa praticado com CULPA é PRESCRITÍVEL (devem ser propostas no prazo do art. 23 da LIA).
##Atenção: A Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa praticado com DOLO é IMPRESCRITÍVEL (§ 5º do art. 37 da CF/88).
	(TJSP-2018-VUNESP): No tocante à improbidade administrativa, pode-se afirmar a caracterização de ato de improbidade por violação dos princípios da administração pública exige prova de dolo do agente. BL: art. 11, LIA.
##Atenção: ##STJ: ##TJPA-2012: ##CESPE: A orientação do STJ é no sentido de que a configuração da improbidade administrativa do art. 11 da Lei 8.429/92 pressupõe a comprovação de dolo – e, para tanto, basta o dolo genérico ou lato sensu (STJ. 1ª T. AgInt no AREsp n. 873.901/SP, rel. Min. Sérgio Kukina, j. 12/6/18). No mesmo sentido, ressalte-se que NÃO SE EXIGE dolo específico (elemento subjetivo específico) para sua tipificação (STJ. 2ª T. AgRg no AREsp 307.583/RN, Rel. Min.Castro Meira, j. 18/6/13).”
(PGM/AM-2018-CESPE): Considerando o entendimento do STJ acerca da improbidade administrativa, julgue o item subsequente. O ato de improbidade administrativa violador do princípio da moralidade não requer a demonstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, exigindo-se apenas a demonstração do dolo genérico. BL: art. 11, LIA e julgados acima.
        I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra de competência; (MPPE-2002) (MPMG-2011) (TJDFT-2011) (TJMT-2014)
        II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (TJPA-2012) (MPSP-2013)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A autoridade que deixa de encaminhar ao MP cópia do inquérito administrativo comete ato de improbidade. Desse modo, se o relatório da sindicância administrativa instaurada contra servidor público federal concluir que a infração funcional em tese praticada está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente deverá encaminhar cópia dos autos ao MP, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar (art. 154, § único, da Lei 8.112/90). A autoridade que deixa de fazer esse encaminhamento incorre na prática de ato de improbidade administrativa prevista no art. 11, II, da Lei 8.429/92 (“retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício”). STJ. 1ª Turma. REsp 1312090/DF, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 08/04/2014.
##Atenção: ##STJ: ##TJPA-2012: ##CESPE: O retardamento ou omissão na prática de ato de ofício não pode ser considerado de maneira objetiva para fins de enquadramento do agente público no campo de incidência do art. 11 da LIA. É preciso que a conduta seja orientada pelo dolo de violar os princípios da administração pública. (STJ, 2ª T., AgRg no REsp 1191261/RJ, Rel. Min. Humberto Martins, j. 22/11/2011).
        III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; (MPPE-2008) (TJDFT-2011) (MPSP-2013)
	(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): O servidor público que revelar a particular determinado fato sigiloso de que tenha ciência em razão das atribuições praticará ato de improbidade administrativa atentatório aos princípios da administração pública. BL: art. 11, III, LIA.
(MPAM-2007-CESPE): De acordo com a LIA, assinale a opção correta: Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições e, notadamente, revelar fato ou circunstância de que se tenha ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo. BL: art. 11, III, LIA.
        IV - negar publicidade aos atos oficiais; (DPEAL-2009) (Cartórios/TJRR-2013) (MPSC-2016)
	(TJCE-2018-CESPE): A publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos, razão pela qual pode caracterizar prática de ato de improbidade administrativa a desobediência ao dever de publicação de atos oficiais. BL: art. 11, IV, LIA.
(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): Conforme previsão expressa da Lei Federal nº 8.429/92, negar publicidade aos atos oficiais constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. BL: art. 11, IV, da LIA.
        V - frustrar a licitude de concurso público;
	(Assist. Téc./MPBA-2017-FGV): Maria, servidora pública civil estável do Estado da Bahia, exercia a função de membro da comissão de concursopúblico para professores estaduais. Em conluio com sua sobrinha Fátima, Maria frustrou a licitude de concurso público, eis que lhe forneceu com antecedência o gabarito da prova. A fraude foi descoberta um mês após a nomeação de Fátima, e o seu ato de investidura foi declarado nulo pela Administração Pública, que remeteu cópia do processo administrativo ao Ministério Público. O Promotor de Justiça com atribuição na área de tutela coletiva deve ajuizar ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face de Maria e Fátima, esta última porque, mesmo particular, concorreu e se beneficiou do ato ímprobo. BL: art. 3º c/c art. 11, V, da LIA.
##Atenção: Art. 3° da LIA: As disposições desta lei são aplicáveis, NO QUE COUBER, àquele que, MESMO NÃO SENDO AGENTE PÚBLICO, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
        VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; (MPPE-2002) (TJDFT-2011/2014) (MPAC-2014)
	##Atenção: ##CESPE: ##MPAC-2014: A falta de prestação de contas constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11, VI); porém, a caracterização do ato de improbidade não está dissociada do elemento subjetivo da conduta do agente, pois depende da comprovação de dolo.
	(TJMG-2006): O Prefeito Municipal de Ponte Nova recebeu, em virtude de convênio firmado com o Estado de Minas Gerais, uma verba de R$80.000,00 para construção de uma ponte na zona rural. Depositado o valor em conta bancária da Prefeitura, não individualizada, o Prefeito decidiu que atenderia melhor o interesse público se construísse um posto de saúde no Bairro de Fátima cuja comunidade necessitava extremamente desse atendimento. Instado à prestação de contas, não o fez. Mas foi, pelo fato, denunciado por um Vereador ao MP, que propôs, na Comarca, uma ação civil pública em que pedia a condenação do Prefeito à reposição do valor recebido e, segundo o MP, desviado. Sendo o Juiz, você: condenaria o Prefeito por ato de improbidade (art. 11), sem a aplicação cumulativa das penalidades previstas no art. 12. BL: art. 11, VI, da LIA.
        VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. (MPPE-2002)
  VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.  (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Anal. Judic./TRT7-2017)
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)  (Vigência)
	(TJMSP-2016-VUNESP): A Lei 8.429/92, prescreve como ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da Administração Pública, qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, lealdade às instituições e, notadamente: deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. BL: art. 11, IX, da LIA.
(TJRJ-2016-VUNESP): Não se pode confundir improbidade com simples ilegalidade, por isso, a jurisprudência do STJ considera indispensável, para a caracterização de improbidade, que a conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas como enriquecimento ilícito ou como atentatórias a princípios da Administração Pública, ou pelo menos eivada de culpa grave, nas hipóteses descritas como causadoras de dano ao erário. BL: arts. 9º, 10 e II da LIA e STJ, REsp 1504289 RN 2014/0335599-7.
(MPSC-2014): A Lei n. 8.429, de 1992, divide os chamados atos de improbidade administrativa em três grupos, a saber: aqueles que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e os que atentam contra os princípios da Administração Pública. BL: arts. 9º, 10 e 11 da LIA.
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.     (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)
	##Resumo: ##DOD: Parte inferior do formulário Vale ressaltar que apenas o art. 10 da Lei nº 8.429/92 admite a prática de ato CULPOSO de improbidade administrativa. Relembre:
	Critério objetivo
	Critério subjetivo
	Art. 9º — Atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente público
	Exige DOLO
	Art. 10 — Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário
	Pode ser DOLO ou, no mínimo, CULPA
	Art. 10-A — Atos de improbidade administrativa decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário
	Exige DOLO
	Art. 11 — Atos de improbidade que atentam contra princípios da administração pública
	Exige DOLO
 
CAPÍTULO III
Das Penas
        Art. 12.  Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:   (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). (TJPR-2010) (MPMG-2010/2011) (TJRS-2012) (TJAC-2012) (TCU-2013) (MPSC-2014) (MPMT-2014) (PGESC-2014) (MPMS-2015) (PGEPR-2015) (TJBA-2012/2019)
        I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; (TJMT-2009) (MPMG-2011) (TJAC-2012) (TJPE-2013) (TJPR-2013) (TJSP-2018) (TJMT-2018)
	##Resumo:
· Suspensão dos direitos políticos:  8 a 10 anos;
· Multa civil: até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial;
· Proibição de contratar ou receber benefícios: 10 anos.Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
##Atenção: ##MPMT-2014: ##TJPA-2014: ##VUNESP: A LIA é uma lei essencialmente de caráter cível, de sorte que não é verdade que estejam previstas penas privativas de liberdade, de caráter penal, pela prática de atos de improbidade. Nesse contexto, a partir da leitura do art. 12 da LIA, chega-se à conclusão de que as reprimendas estabelecidas são: perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.
        
	(TJPE-2011-FCC): Nos termos da Lei vigente no Brasil, um agente público que aceite emprego, comissão ou exerça atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade, está praticando um ato caracterizado como de improbidade administrativa, estando sujeito, por este enquadramento, entre outras, às penas de perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio e suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos. BL: art. 9º, VIII c/c art. 12, I, da LIA.
(MPMG-2010): O agente público municipal, em cidade diversa da sua, pagou, com recursos públicos, um jantar em comemoração ao seu aniversário, no valor de R$ 1.200,00. O membro do MP, ao tomar conhecimento do fato, instaurou inquérito civil e, após comprovar a despesa e a motivação, propôs a ação civil pública prevista na Lei 8.429/92. Considerando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,o agente político responsável pela conduta ímproba estará sujeito à perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. BL: art. 9º, XII c/c art. 12, I, da LIA.
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; (TJAL-2008) (MPSC-2010) (MPMG-2010/2011) (TJAC-2012) (TJBA-2012) (TJPE-2013) (TJPR-2013) (PGEPR-2015) (TJSP-2018) (TJMT-2018)
	##Resumo:
· Suspensão dos direitos políticos:  5 a 8 anos;
· Multa civil: até 2 vezes o valor do dano;
· Proibição de contratar ou receber benefícios: 5 anos.Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
        
	(MPSC-2010): Quando o agente sofrer condenação por ato de improbidade administrativa que cause prejuízo ao erário, podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato, a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos, pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos. BL: art. 12, II, LIA.
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. (TJAC-2012) (TJPR-2013) (TJMT-2014)
	##Resumo:
· Suspensão dos direitos políticos:  3 a 5 anos;
· Multa civil: até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;
· Proibição de contratar ou receber benefícios: 3 anos.Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
	(TJMT-2018-VUNESP): A suspensão dos direitos políticos, no caso de condenação pela prática de atos de improbidade, será pelo prazo de 3 a 5 anos para atos que atentam contra os princípios da Administração Pública. BL: art. 12, III, LIA.
(MPSC-2014): Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública às sanções de ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos, pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos. BL: art. 12, III da LIA.
        IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
 Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. (MPMG-2010/2011) (TJMT-2014)
	(MPTO-2012-CESPE): Na ACP por improbidade administrativa, o juiz pode impor ao réu pena diversa da postulada pelo MP. BL: art. 12, LIA.
##Atenção: Segundo o STJ, o magistrado não está obrigado a aplicar cumulativamente todas as penas previstas no art. 12 da Lei 8.429/92, podendo, mediante adequada fundamentação, fixá-las e dosá-las segundo a natureza, a gravidade e as consequências da infração. Além disso, é possível condenar os agentes ímprobos em pena diversa das pleiteadas pelo parquet. Compreensão dos princípios do Direito Romano jura novit curia e da mihi factum dabo tibi ius, em que as leis são do conhecimento do juiz, bastando que as partes lhe apresentem os fatos. (STJ, REsp 1134461/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 2ª Turma, j. 3/8/10).
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
        Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (MPSP-2011) (STM-2013) (TJRR-2015)
        § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. (TJRR-2015)
        § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. (MPSP-2011) (STM-2013) (TJDFT-2014)
	(MPSC-2014): Todo o agente público, qualquer que seja sua categoria ou a natureza do cargo, emprego ou função, é obrigado, na posse, exoneração ou aposentadoria, a declarar seus bens, bem como atualizar anualmente a declaração. BL: art. 13, §2º da Lei 8429.
        § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. (TJBA-2012)
	(Téc. Minist./MPPB-2015-FCC): Uma das exigências contidas na Lei de Improbidade consiste na apresentação da declaração de bens do agente público dentro do prazo determinado pela Administração pública. Ângelo, agente público, recusou-se injustificadamente, a apresentá-la sendo punido com a pena de demissão. BL: art. 13, §3º, Lei 8429.
        § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.
	(MPSP-2011): Em relação à evolução patrimonial desproporcional à renda do agente público, considere a seguinte afirmação: a obrigatoriedade de atualização anual da declaração de bens do agente público se presta a seu controle, podendo ser satisfeita mediante a entrega de cópia da declaração prestada anualmente à Receita Federal. BL: art. 13, §4º, Lei 8429.
CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
        Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. (TJAL-2008) (MPSP-2008) (TJRO-2011) (MPMG-2010/2011) (TJCE-2012) (MPRJ-2012) (PGESC-2014) (TJPA/Reaplic.-2019)
	##Atenção: ##TJPA-2019: ##CESPE: Pela leitura do caput do art. 14 da LIA, conclui-se não há necessidade de o indivíduo estar em gozo dos direitos políticospara que possa apresentar representação. A propósito, a lei nem utiliza a expressão em “cidadão”, mas sim “qualquer pessoa”, conceito consideravelmente mais amplo. Não há, portanto, a exigência de status de cidadão.
        § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. (TJCE-2012)
	##Atenção: ##TJCE-2018: ##CESPE: O procedimento administrativo e/ou processo judicial somente se iniciam após a prática do ato de improbidade. Essa é a interpretação que se faz do art. 14, caput e § 1º da lei nº 8.429/92.
##Atenção: Do rito estabelecido pela Lei 8.429/92, percebe-se que a ação de improbidade administrativa só pode ser proposta quando já praticado o ato ímprobo, sendo certa a afirmação de que descabe a referida demanda em caráter preventivo. Isso não significa que a ação de improbidade administrativa, uma vez ajuizada, não tenha caráter de prevenção; não só há finalidade preventiva no ajuizamento, possibilitando inclusive o afastamento cautelar do agente público (art. 20, § único, da Lei 8.429/92), como as sanções aplicadas ao agente ímprobo buscam desestimular que este, no futuro, pratique novos atos de improbidade. Portanto, a ação de improbidade administrativa possui apenas caráter repressivo.
        § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. (MPMG-2010)
        § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. (MPSP-2005)
	##Atenção: Dica:
· Representação: Qualquer pessoa
· Propor ação: MP e Pessoa jurídica interessadaParte superior do formulárioParte inferior do formulário
        Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. (TJCE-2012)
        Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. (TJCE-2012)
        Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. (MPSP-2005) (MPMG-2010) (TJCE-2012) (TRF5-2013) (TJDFT-2014) (PGM/BH-2017)
        § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. (TJCE-2012)
        § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
        Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. (TJAL-2008) (MPRN-2009) (PCPB-2009) (TRT15-2011) (TJBA-2012) (MPRJ-2012) (TJRN-2013) (MPMT-2014) (Anal. Judic./TJCE-2014) (TJMS-2015) (MPRS-2017) (MPMG-2010/2018) (MPSC-2014/2016/2019) (TJPA/Reaplic.-2019)
	(MPMS-2015-FAPEC): É correto afirmar que a ação de improbidade administrativa só pode ser intentada: Pelo Ministério Público e a pessoa jurídica interessada. BL: art. 17, LIA.
##Cuidado: O prazo de 30 dias, para propositura da ação principal, não é contado do deferimento da medida cautelar, mas sim de sua efetivação. Primeiramente, se efetiva a medida cautelar, depois, em até 30 dias poderá ser proposta a ação principal. Na verdade, enquanto não efetivada a medida liminar, ou seja, tornados efetivamente indisponíveis os bens dos requeridos, não começa a fluir o prazo de decadência do direito de promover a ação principal.
(DPEES-2012-CESPE): A petição inicial da ação de improbidade administrativa ajuizada pelo MP pode ser objeto de aditamento pelos demais legitimados, em atuação supletiva, para suprir omissão objetiva ou subjetiva. BL: art. 17, LIA.
##Atenção: A petição inicial da ação de improbidade administrativa ajuizada pelo MP pode ser objeto de aditamento pelos demais legitimados, em atuação supletiva, para suprir omissão objetiva ou subjetiva, isto é, desde que seja supletiva poderá sim ser realizada. 
##Atenção: Da atuação supletória dos co-legitimados e do abandono da ação: O princípio da obrigatoriedade impera na ação civil por improbidade tanto por força do interesse defendido, quanto pelo que decorre dos artigos 1º, 2º, 3º, 5º e 6º, da Lei 8.429/92. Defende Rogério Pacheco Alves que “a atuação supletiva dos demais co-legitimados deve incidir sempre que constatada alguma omissão, subjetiva (agentes causadores) ou objetiva (fatos caracterizadores de improbidade) na petição ajuizada. Ante a omissão, o aditamento deverá ser feito para que sejam acrescidos elementos que guardam relação lógica com o originariamente narrado na inicial.” (Manual de atuação na defesa do patrimônio público / Marlene Nunes Freitas, Bueno, Coordenadora - Goiânia : ESMP/GO, 1996 – pag. 31)
(MPSC-2010): A ação de improbidade tramita no rito ordinário. BL: art. 17, LIA.
 § 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
	##Atenção: ##MPMG-2018: Muito embora a vedação expressa contida na LIA, temos a Res. 179/17 do CNMP, que regulamenta o compromisso de ajustamento de conduta, e, em seu art. 1º, § 2º, dispõe: “§2º - É cabível o compromisso de ajustamento de conduta nas hipóteses configuradores de improbidade administrativa, sem prejuízo do ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das sanções previstas em lei, de acordo com a conduta ou ato praticado”. Interpretando-se rapidamente a resolução, dá a entender que é cabível a transação no âmbito da Lei de Improbidade Administrativa. Todavia, cumpre ressaltar que uma resolução, que é um instrumento jurídico hierarquicamente inferior, não pode contrariar uma lei. Portanto, a disposição do art. 1º, §2º da Resolução do CNMP, se aplicaria apenas às ACP’s autônomas, mesmo que visassem o ressarcimento do erário, regulamentadas pela Lei n. 7.347/85, nas quais se tem a possibilidade de ajuste de condutas prevista no art. 5º, §6 da LACP.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. (MPMG-2010) (TJMS-2015)
        § 3o  No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996) (MPSP-2005) (MPMG-2011) (Cartórios/TJPI-2013) (TJPB-2015) (MPRS-2017)
	§ 3o A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.
        
	##Atenção: ##PGM/BH-2017: ##CESPE: O art. 6º, §3º, da Lei 4.717/65, é aplicável às ações de improbidade administrativa por força do disposto no art. 17, §3º, da Lei 8.429/92, que a pessoa jurídica de direito público ou privado, cujo ato da autoridade a ela vinculada é impugnado, poderá atuar ao lado do autor, se isso corresponder ao interesse público, "a juízo do respectivo representante legal ou dirigente". Portanto, trata-se de uma faculdade e nãode uma obrigação legal. Enfim, a participação da pessoa jurídica não está limitada à condição de litisconsorte passivo, podendo migrar para o polo ativo da ação se houver interesse público. 
##Atenção: ##STJ: ##PGM/BH-2017: ##CESPE: Para o STJ, “o § 3º do art. 17 da Lei 8.429/92 traz hipótese de litisconsórcio facultativo, estipulando que o ente estatal lesado poderá ingressar no polo ativo do feito, ficando a seu critério o ingresso (ou não) na lide, de maneira que sua integração na relação processual é opcional, não ocasionando, destarte, qualquer nulidade a ausência de citação do Município supostamente lesado. Precedentes desta egrégia Corte Superior de Justiça”. (REsp 1197136/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª T., j. 3/9/13).
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. (MPAM-2007) (MPF-2008) (MPPR-2008) (MPRR-2008) (MPSP-2008) (DPEAL-2009) (PCPB-2009) (MPSC-2010) (TJMS-2015) (Anal. Judic./TJPE-2017) (PCMA-2018) (TJPA/Reaplic.-2019)
	(MPSC-2016): O MP, caso não intervenha no processo regulado pela Lei de Improbidade Administrativa como parte, atuará, de acordo com a referida norma, necessariamente como fiscal da lei, sob pena de nulidade. BL: art. 17, §4º, LIA.
        § 5o  A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) (PGM-Salvador/BA-2015) (MPSP-2017) (MPRS-2017) (MPMG-2018) (PCMA-2018)
        § 6o  A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) (MPMG-2010) (MPTO-2012)
	(TJCE-2018-CESPE): Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ, é correto afirmar que a ação de improbidade administrativa admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. BL: art. 17, §6º, LIA c/c art. 372, NCPC e entendimento jurisprudencial.
##Atenção: É justamente a posição adotada pelo STJ e pelo STF (STF. AI 769.094/MT, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 21.10.09). Além disso, dispõe o art. 372, CPC/15, aplicável subsidiariamente à Lei 8.429/92, que "o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório".
        § 7o  Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) [obs.: Só há previsão desse tipo de defesa na LIA.] (DPECE-2008) (MPMG-2010) (TRT2-2010) (TRT15-2011) (TJRN-2013) (TRF2-2013) (MPDFT-2015) (TJMS-2015) (TJRJ-2016) (MPSP-2015/2017)
	##Atenção: ##STJ: ##MPMG-2014: Segundo o STJ, em que pese o rito específico contido no § 7º do art. 17 da LIA, que prevê a notificação do requerido para manifestação prévia, sua inobservância não tem o efeito de invalidar os atos processuais ulteriores, exceto se o requerido sofrer algum tipo de prejuízo. Ainda que inexistente a notificação prévia prevista no art. 17, § 7º, da Lei 8.429/92, a citação tem o condão de interromper o prazo prescricional, retroagindo, nos termos do art. 219, § 1º, do CPC/73 [atuais arts. 802, § único e 240, §1º do NCPC], à data da propositura da ação. (REsp 619.946/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 2ª T, j. 12/06/07).
	(MPMG-2014): Sobre as normas processuais aplicáveis à ação de improbidade administrativa, pode-se afirmar: A falta da notificação prevista para que o réu apresente manifestação por escrito antes do recebimento da petição inicial não invalida os atos processuais ulteriores em ação de improbidade administrativa, salvo quando comprovado prejuízo. BL: REsp 619.946/RS, STJ.
	(MPRS-2017): Com relação às regras da Lei de Improbidade Administrativa, assinale a alternativa correta: Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. BL: art. 17, §7º, LIA.
(MPMS-2015-FAPEC): Assinale a alternativa correta: Em ação de improbidade administrativa cabe a concessão de tutela antecipada inaudita altera pars. BL: arts. 12 e 17, §7º, LIA e Info 531, STJ.
##Atenção: ##STJ: ##Info 531: ##DOD: ##MPCE-2020: ##CESPE: Em ação de improbidade administrativa, é possível a concessão de liminar "inaudita altera parte" a fim de obstar o recebimento pelo demandado de novas verbas do poder público e de benefícios fiscais e creditícios. Isso porque, ressalvadas as medidas de natureza exclusivamente sancionatória - por exemplo, a multa civil, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos -, pode o magistrado, a qualquer tempo, com fundamento no poder geral de cautela, adotar a tutela necessária para fazer cessar ou extirpar a atividade nociva, a teor do que disciplina o art. 804 do CPC/73 [art. 300, §1º do CPC/2015], os arts. 12 e 21 da LACP e o art. 84, §3º do CDC. Assim, embora o art. 17, § 7º, da LIA estabeleça como regra a prévia notificação do acusado para se manifestar sobre a ação de improbidade, pode o magistrado, excepcionalmente, conceder medida liminar sempre que verificar que a observância daquele procedimento legal poderá tornar ineficaz a tutela de urgência pretendida. (REsp 1385582/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, j. 1/10/13).
        § 8o  Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) (DPECE-2008) (TRT2-2010) (TJBA-2012) (MPRJ-2012) (TRF2-2013) (TJDFT-2014) (MPAC-2014) (TJMS-2015) (MPRS-2017) (MPMG-2010/2018)
	##Cuidado: ##MPMG-2018: Não há previsão de intimação do MP após a manifestação do requerido.
##Atenção: ##STJ: ##TJBA-2012: ##TJDFT-2014: ##CESPE: Vejamos o seguinte trecho de julgado do STJ: “(...) Deve-se destacar que, nos termos do art. 17, § 8º, da Lei 8.429/92, a ação de improbidade administrativa só deve ser rejeitada de plano se o órgão julgador se convencer da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita, de tal sorte que a presença de indícios da prática de atos ímprobos é suficiente ao recebimento e processamento da ação, uma vez que, nessa fase, impera o princípio do in dubio pro societate. Nesse sentido: AgRg no AREsp 531.550/RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, 2ª T., j. 15/9/15, DJe 25/9/15; AgRg no REsp 1.433.861/PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 3/9/15, DJe 17/9/15; AgRg no REsp 1.520.167/SE, Rel. Min. Humberto Martins, 2ª T., j. 1º/9/15, DJe 16/9/15.” (STJ, 2ª T. AgInt no REsp 1600528/CE, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 6/3/18). 
(MPSP-2017): Quanto à ação de responsabilidade por ato de improbidade administrativa, prevista na Lei n° 8.429/92, assinale a alternativa correta: O juiz poderá rejeitar a ação, em decisão fundamentada, se convencido da inexistência do ato de improbidade administrativa, da improcedência do pedido ou da inadequação da via eleita. BL: art. 17, §8º, LIA.
(MPMG-2014): Sobre as normas processuais aplicáveis à ação de improbidade administrativa, pode-se afirmar: Recebida a manifestação por escrito, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. BL: art. 17, §8º, LIA.
        § 9o

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