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DELTA GERAL - PARTE II

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💣 Atualizado até os informativos: 1002 (STF); 677 (STJ) 
DISCIPLINAS E LEIS ABRANGIDAS 
PARTE 💀 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
- Constituição Federal (arts. 1º-42; 44-110; 125-144; 170-232; 243) 
- Lei nº 4.717/1965 - Ação Popular 
- Lei nº 7.347/1985 - Ação Civil Pública 
- Lei nº 9.507/1997 - HD 
- Lei nº 9.868/1990 - ADI/ADC 
- Lei nº 9.882/1990 - ADPF 
- Lei nº 11.417/2006 - Súmula Vinculante 
- Lei nº 12.016/2009 - MS 
- Lei nº 13.300/2016 - MI 
DIREITO PENAL - Código Penal (completo) 
DIREITO PROCESSUAL PENAL - Código de Processo Penal (completo) 
DIREITO CIVIL 
- LINDB 
- CC (arts. 1º-232; 927-954; 1.196-1.224; 1.228-1.276) 
DIREITO EMPRESARIAL - Empresarial no CC (arts. 887-926; 966-1.195) 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
- Tributário na CF (arts. 145-162) 
- Lei nº 5.172/1966 - CTN 
PARTE 💀💀 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
- Lei nº 8.112/1990 - Regime Jurídico dos Servidores Civis da União 
- Lei nº 8.429/1992 - Improbidade Administrativa 
- Lei nº 8.666/1993 - Licitações e Contratos 
- Lei nº 8.987/1995 - Serviços Públicos 
- Lei nº 9.784/1999 - Processo Administrativo 
- Lei nº 10.520/2002 - Pregão 
- Lei nº 11.079/2004 - PPP’s 
- Lei nº 11.107/2005 - Consórcios Públicos 
- Lei nº 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
- Decreto-Lei nº 201/1967 - Lei de Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos e 
Vereadores 
- Decreto-Lei nº 3.688/1941 - Contravenções Penais 
- Lei nº 1.521/1951 - Crimes contra a Economia Popular 
- Lei nº 2.889/1956 - Crime de Genocídio 
- Lei nº 4.737/1965 - Crimes Eleitorais 
- Lei nº 7.210/1984 - LEP 
- Lei nº 7.492/1986 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional 
- Lei nº 7.716/1989 - Crimes de Preconceito 
- Lei nº 7.960/1989 - Prisão Temporária 
- Lei nº 8.069/1990 - Crimes do Eca 
- Lei nº 8.072/1990 - Crimes Hediondos 
- Lei nº 8.078/1990 - Crimes contra o Consumidor 
- Lei nº 8.137/1990 - Crimes contra a Ordem Tributária 
- Lei nº 8.666/1993 - Crimes Licitatórios 
- Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais 
- Lei nº 9.296/1996 - Interceptações Telefônicas 
- Lei nº 9.455/1997 - Crime de Tortura 
- Lei nº 9.503/1997 - Crimes de Trânsito 
- Lei nº 9.605/1998 - Crimes Ambientais 
- Lei nº 9.613/1998 - Lavagem de Dinheiro 
- Lei nº 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas 
- Lei nº 10.446/2002 - Lei de Atribuições da Polícia Federal 
- Lei nº 10.671/2003 - Crimes do Estatuto do Torcedor 
- Lei nº 10.741/2003 - Crimes contra o Idoso 
- Lei nº 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento 
- Lei nº 11.101/2005 - Crimes Falimentares 
- Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha 
- Lei nº 11.343/2006 - Lei de Drogas 
- Lei nº 12.037/2009 - Identificação Criminal 
- Lei nº 12.830/2013 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de 
Polícia 
- Lei nº 12.850/2013 - Organizações Criminosas 
- Lei nº 13.260/2016 - Lei Antiterrorismo 
- Lei nº 13.869/2019 - Abuso de Autoridade 
DIREITO AMBIENTAL 
- LC nº 140/2011 
- Lei nº 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente 
- Lei nº 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos 
- Lei nº 9.985/2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 
- Lei nº 11.105/2005 - Lei de Biossegurança 
- Lei nº 11.284/2006 - Florestas Públicas 
- Lei nº 11.428/2006 - Mata Atlântica 
- Lei nº 11.516/2007 - Instituto Chico Mendes 
- Lei nº 12.305/2010 - Resíduos Sólidos 
- Lei nº 12.651/2012 - Código Florestal 
- Resolução do CONAMA nº 237/1997 - Licenciamento Ambiental 
DIREITOS HUMANOS 
- Declaração Universal de Direitos Humanos 
- Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 
- Pacto internacional sobre direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
- Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos 
ou degradantes 
- Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional 
- Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa 
Rica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI Nº 8.429/1992 ....................................................................................................................... 6 
2. LICITAÇÕES E CONTRATOS – LEI Nº 8.666/1993 ................................................................................................................................ 35 
3. PREGÃO – LEI Nº 10.520/2002 .................................................................................................................................................................... 93 
4. SERVIÇOS PÚBLICOS – LEI Nº 8.987/1995 ............................................................................................................................................. 99 
5. PROCESSO ADMINISTRATIVO – LEI Nº 9.784/1999 ......................................................................................................................... 114 
6. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPP’S) – LEI Nº 11.079/2004 .................................................................................................. 135 
7. CONSÓRCIOS PÚBLICOS – LEI Nº 11.107/2005 ................................................................................................................................. 148 
8. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI Nº 12.527/2011 .................................................................................................................. 154 
9. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES CIVIS DA UNIÃO – LEI Nº 8.112/1990 ........................................................................ 167 
10. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA – LEI Nº 12.830/2013 ................................... 231 
11. LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI Nº 12.850/2013..................................................................................................... 233 
12. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/2006 ................................................................................................................................................. 258 
13. LEI DE CRIMES HEDIONDOS – LEI Nº 8.072/1990 .......................................................................................................................... 293 
14. LEI DE PRISÃO TEMPORÁRIA – LEI Nº 7.960/1989 ......................................................................................................................... 302 
15. LEI DE TORTURA – LEI Nº 9.455/1997 ................................................................................................................................................. 306 
16. LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI Nº 9.613/1998.................................................................................................................... 312 
17. LEI DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS – LEI Nº 9.296/1996 ................................................................................................... 330 
18. LEI MARIA DA PENHA – LEI Nº 11.340/2006 .................................................................................................................................... 342 
19. ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI Nº 10.826/2003 ............................................................................................................. 361 
20. ABUSO DE AUTORIDADE – LEI Nº 13.869/2019 .............................................................................................................................. 381 
21. CRIMES AMBIENTAIS – LEI Nº 9.605/1998 ........................................................................................................................................ 389 
22. CRIMES DE PRECONCEITO – LEI Nº 7.716/1989 ............................................................................................................................. 417 
23. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – LEI Nº 8.137/1990 ................................................................................................. 424 
24. CRIMES CONTRA O SISTEMAFINANCEIRO NACIONAL – LEI Nº 7.492/1986 ..................................................................... 439 
25. LEI ANTITERRORISMO – LEI Nº 13.260/2016 .................................................................................................................................... 449 
26. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – LEI Nº 9.099/1995 ................................................................................................................. 453 
27. CRIMES DE TRÂNSITO – LEI Nº 9.503/1997 ...................................................................................................................................... 471 
28. CRIMES DO ECA – LEI Nº 8.069/1990 .................................................................................................................................................. 482 
29. CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR – LEI Nº 8.078/1990 ............................................................................................................ 507 
30. CRIMES DO ESTATUTO DO IDOSO – LEI Nº 10.741/2003 ........................................................................................................... 511 
31. CRIMES LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/1993 ..................................................................................................................................... 515 
32. CRIMES FALIMENTARES – LEI Nº 11.101/2005 ................................................................................................................................ 521 
33. LEI DE PROTEÇÃO À VÍTIMAS E À TESTEMUNHAS – LEI Nº 9.807/1999 ............................................................................... 527 
34. CONTRAVENÇÕES PENAIS – DECRETO-LEI 3.688/1941 .............................................................................................................. 533 
35. LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL – LEI Nº 12.037/2009 ............................................................................................................ 544 
36. CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – LEI Nº 1.521/1951.............................................................................................. 548 
37. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS E VEREADORES – DECRETO-LEI Nº 201/1967 ................................. 552 
38. CRIMES ELEITORAIS – LEI Nº 4.737/1965 ........................................................................................................................................... 560 
39. ESTATUTO DO TORCEDOR – LEI Nº 10.671/2003 .......................................................................................................................... 572 
40. LEI DE GENOCÍDIO – LEI Nº 2.889/1956 ............................................................................................................................................. 574 
41. ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL – LEI Nº 10.446/2002 ........................................................................................................ 576 
42. LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210/1984 ................................................................................................................................ 578 
43. NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO – LEI Nº 12.651/2012 ............................................................................................... 643 
44. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – LEI Nº 6.938/1981 ............................................................................................. 675 
45. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – LEI Nº 9.985/2000 .................................................................. 688 
46. POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS – LEI Nº 9.433/1997 ................................................................................ 706 
47. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS – LEI Nº 12.305/2010 ..................................................................................... 715 
48. MATA ATLÂNTICA – LEI Nº 11.428/2006 ........................................................................................................................................... 731 
49. FLORESTAS PÚBLICAS – LEI Nº 11.284/2006 .................................................................................................................................... 739 
50. LEI DE BIOSSEGURANÇA – Lei Nº 11.105/2005 ............................................................................................................................... 760 
51. INSTITUTO CHICO MENDES – LEI Nº 11.516/2007 ........................................................................................................................ 770 
52. LC Nº 140/2011 ............................................................................................................................................................................................ 772 
53. LICENCIAMENTO AMBIENTAL – RESOLUÇÃO Nº 237/1997 DO CONAMA ......................................................................... 779 
54. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS.................................................................................................................... 790 
55. CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU 
DEGRADANTES – DECRETO Nº 40/1991 ................................................................................................................................................... 795 
56. PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS – DECRETO Nº 592/1992 ............................................ 806 
57. PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS – DECRETO Nº 591/1992 ..... 819 
58. CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS – DECRETO Nº 678/1992 (PACTO DE SÃO JOSÉ DA 
COSTA RICA) ......................................................................................................................................................................................................... 827 
59. ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – DECRETO 4.388/2002 ................................................ 847 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI Nº 8.429/1992 
 
#INFO 
- lrretroatividade da lei n• 8.429/92. 
A Lei nº 8.429/92 pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor? 
NÃO. É pacifico o entendimento do STJ no sentido de que a Lei nº 8.429/92 não pode ser aplicada retroativamente 
para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição da Constituição Federal de 1988. 
STJ. REsp 1129121/GO. Rel. p/ Acórdão Min. Castro Meira. Julgado em 03/05/2012. 
 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por QUALQUER agente público, SERVIDOR OU NÃO, contra a 
ADMINISTRAÇÃO direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Municípios, de Território, de EMPRESA incorporada ao patrimônio público ou de ENTIDADE para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com MAIS de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, 
serão punidos na forma desta lei. 
 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o 
patrimônio de ENTIDADE que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem 
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com MENOS de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual, LIMITANDO-SE, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do 
ilícito sobre a CONTRIBUIÇÃO DOS COFRES PÚBLICOS. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
ESTADO PARTICIPA COM + DE 50% 
(art. 1º, caput) 
ESTADO PARTICIPA COM – DE 50% 
(art. 1º, p. único) 
A ação de improbidade deve discutir a TOTALIDADE 
do desvio, sendo que todas as medidas terão esse 
montante como referência. 
A discussão em ação de improbidade é LIMITADAao 
montante investido pelo Estado, NÃO abrangendo a 
totalidade do desvio. 
 
 
Art. 2° Reputa-se AGENTE PÚBLICO, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, AINDA QUE 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma 
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público 
(TERCEIRO), INDUZA OU CONCORRA para a prática do ato de improbidade ou dele SE BENEFICIE sob qualquer 
forma direta ou indireta. 
- Súmula nº 634, STJ: “Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de improbidade 
administrativa para os agentes públicos.” 
 
SUJEITOS 
PASSIVO ATIVO 
- Administração Pública (direta, indireta ou fundacional); 
 
- empresa incorporada ao patrimônio público; 
 
- entidade em que o erário concorreu ou concorra com 
mais 50% do patrimônio ou receita anual para criação 
ou custeio; 
 
- Próprio: agente público (servidor ou não); 
 
- Impróprio: terceiro (induz, concorre ou se beneficia). 
7 
 
- entidade em que o erário concorreu ou concorra com 
menos 50% do patrimônio ou receita anual para criação 
ou custeio, limitando-se a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos; 
 
- entidade que receba subvenção, benefício ou 
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público. 
 
#INFO 
- Não é permitido que Constituição Estadual institua foro por prerrogativa de função para processos de 
natureza cível. #IMPORTANTE 
É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que disponha sobre nova hipótese de 
foro por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a processar e julgar atos de improbidade 
administrativa. 
STF. Plenário. ADI 4870/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/12/2020 (Info 1002). 
 
- Ação de improbidade administrativa: ministro de estado e foro competente (inexistência de foro 
privativo). 
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a DUPLO REGIME 
SANCIONATÓRIO, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade 
administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. 
O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns 
não é extensível às ações de improbidade administrativa. 
STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
10/5/2018 (Info 901). 
 
- A ação de improbidade contra agentes políticos é de competência do juízo de 1ª instância. 
A ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que proposta 
contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de responsabilidade. 
STJ. Corte Especial. AgRg na Rcl 12514-MT, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 16/9/2013 (Info 527). 
 
- É INCOMPATÍVEL com a Constituição Federal o entendimento de que o Governador do Estado deve 
autorizar a propositura de ação de improbidade pela Procuradoria. 
Para que o Procurador do Estado possa propor ação civil pública (ex: ação civil pública de improbidade 
administrativa), não é necessária autorização do Govenador do Estado. No entanto, é indispensável a anuência do 
Procurador-Geral do Estado. 
STF. 1ª Turma. ARE 1165456 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 1º/9/2020 (Info 989). 
 
- Membros do MP e possibilidade de sanção de perda do cargo. 
O membro do Ministério Público pode ser processado e condenado por ato de improbidade administrativa? 
SIM. É pacífico o entendimento de que o Promotor de Justiça (ou Procurador da República) pode ser processado 
e condenado por ato de improbidade administrativa, com fundamento na Lei 8.429/92. 
Mesmo gozando de vitaliciedade e a Lei prevendo uma série de condições para a perda do cargo, o membro do 
MP, se for réu em uma ação de improbidade administrativa, poderá ser condenado à perda da função pública? O 
membro do MP pode ser réu em uma ação de improbidade de que trata a Lei 8.429/92 e, ao final, ser condenado 
à perda do cargo mesmo sem ser adotado o procedimento da Lei 8.625/93 e da LC 75/93? 
SIM. O STJ decidiu que é possível, no âmbito de ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação 
de membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista no art. 12 da Lei 8.429/92. 
A Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do MP) e a LC 75/93 preveem uma série de regras para que possa ser ajuizada 
ação civil pública de perda do cargo contra o membro do MP. Tais disposições impedem que o membro do MP 
perca o cargo em ação de improbidade? 
8 
 
NÃO. Segundo o STJ, o fato de essas leis preverem a garantia da vitaliciedade aos membros do MP e a necessidade 
de ação judicial para a aplicação da pena de demissão não significa que elas proíbam que o membro do MP possa 
perder o cargo em razão de sentença proferida na ação civil pública por ato de improbidade administrativa. 
Essas leis tratam dos casos em que houve um procedimento administrativo no âmbito do MP para apuração de 
fatos imputados contra o Promotor/Procurador e, sendo verificada qualquer das situações previstas nos incisos do 
§ 1º do art. 38, deverá obter-se autorização do Conselho Superior para o ajuizamento de ação civil específica. 
Desse modo, tais leis não cuidam de improbidade administrativa e, portanto, nada interferem nas disposições da 
Lei 8.429/92. 
Em outras palavras, existem as ações previstas na LC 75/93 e na Lei 8.625/93, mas estas não excluem (não 
impedem) que o membro do MP também seja processado e condenado pela Lei 8.429/92. Os dois sistemas 
convivem harmonicamente. Um não exclui o outro. 
Se o membro do MP praticou um ato de improbidade administrativa, ele poderá ser réu em uma ação civil e perder 
o cargo? Essa ação deverá ser proposta segundo o rito da lei da carreira (LC 75/93 / Lei 8.625/93) ou poderá ser 
proposta nos termos da Lei 8.429/92? 
SIM. O membro do MP que praticou ato de improbidade administrativa poderá ser réu em uma ação civil e perder 
o cargo. Existem duas hipóteses possíveis: 
• Instaurar o processo administrativo de que trata a lei da carreira (LC 75/93: MPU / Lei 8.625/93: MPE) e, ao final, 
o PGR ou o PGJ ajuizar ação civil de perda do cargo contra o membro do MP. 
• Ser proposta ação de improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429/92. Neste caso, não existe legitimidade 
exclusiva do PGR ou PGJ. A ação poderá ser proposta até mesmo por um Promotor de Justiça (no caso do MPE) 
ou Procurador da República (MPF) que atue em 1ª instância. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.191.613-MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015 (Info 560). 
 
- Ação de improbidade administrativa proposta contra Promotor de Justiça (podendo resultar na perda do 
cargo): julgada em 1ª instância; ação civil de perda de cargo de Promotor não envolvendo improbidade 
administrativa: julgada pelo TJ. 
Ação Civil de perda de cargo de Promotor de Justiça cuja causa de pedir não esteja vinculada a ilícito capitulado 
na Lei nº 8.429/92 deve ser julgada pelo Tribunal de Justiça. 
AÇÃO CIVIL DE PERDA DE CARGO PROPOSTA CONTRA PROMOTOR DE JUSTICA 
Se for uma ação de improbidade administrativa 
Se a causa de pedir não estiver vinculado a ilícito 
capitulado na Lei nº 8.429/92 
A ação pode ser proposta por um Promotor de 
Justiça ou pela Pessoa Jurídica Interessada 
A ação deverá ser proposta pelo Procurador-Geral de 
Justica 
A ação será julgada pelo juízo de 1ª instância A ação deverá julgada pelo Tribunal de Justiça 
É regida pela Lei nº 8.429/92 É regida pela Lei nº 8.625/93 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.737.900-SP, Rel. Min. Herman Benjamin,julgado em 19/11/2019 (Info 662). 
 
- Estagiário de serviço público está sujeito à Lei de Improbidade. 
O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está sujeito a 
responsabilização por ato de improbidade administrativa. Isso porque o conceito de agente público para fins de 
improbidade abrange não apenas os servidores públicos, mas todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública. 
Além disso, é possível aplicar a lei de improbidade mesmo para quem não é agente público, mas induza ou 
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta. É o 
caso do chamado "terceiro", definido pelo art. 3º da Lei nº 8.429/92. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.352.035-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/8/2015 (Info 568). 
 
- Notários e registradores estão sujeitos à Lei de Improbidade. 
Os notários e registradores podem ser considerados agentes públicos para fins de improbidade administrativa? 
SIM. Os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não são apenas os servidores públicos, mas todos 
aqueles que estejam abarcados no conceito de agente público, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 8.429/1992. 
Os notários e registradores estão abrangidos no amplo conceito de "agentes públicos", na categoria dos 
"particulares em colaboração com a Administração". 
9 
 
Dessa forma, encontram-se no campo de incidência da Lei n• 8.429/1992. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1186787/MG, Rel. Min. Sárgio Kukina. Julgado em 24/04/2014. 
 
- O que é o “terceiro” para fins de improbidade administrativa? 
Terceiro é a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo agente público, induziu ou concorreu para a prática 
do ato de improbidade ou dele se beneficiou direta ou indiretamente. 
Desse modo, o papel do terceiro no ato de improbidade pode ser o de: 
- induzir (instigar, estimular) o agente público a praticar o ato de improbidade; 
- concorrer para o ato de improbidade (auxiliar o agente público a praticar); 
- ser beneficiário do ato de improbidade (obter vantagem direta ou indireta). 
O "terceiro" pode ser uma pessoa jurídica? 
SIM. Apesar de existirem vozes em sentido contrário (ex.: Carvalho Filho), prevalece que "as pessoas jurídicas que 
participem ou se beneficiem dos atos de improbidade sujeitam-se à Lei 8.429/1992" (STJ. REsp 1.122.177/MT); 
 
- Impossibilidade de ação apenas contra o terceiro. (DPF-2018-CESPE) 
É possível imaginar que exista ato de improbidade com o atuação apenas do "terceiro” (sem a participação de um 
agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade administrativa, o terceiro figure sozinho como réu? 
Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº 8.429/92 é indispensável que seja identificado 
algum agente público como autor da prática do ato de improbidade. 
Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a 
concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535). 
 
 
Art. 4° Os agentes públicos de QUALQUER nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância 
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. 
 
 
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de 
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. 
 
 
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, PERDERÁ o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores 
acrescidos ao seu patrimônio. 
 
 
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá 
a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a 
INDISPONIBILIDADE DOS BENS do indiciado. 
 
Parágrafo único. A INDISPONIBILIDADE a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem 
o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. 
 
A INDISPONIBILIDADE DO BENS PODE SER DECRETADA EM QUALQUER HIPÓTESE DE ATO DE 
IMPROBIDADE? 
Redação dos arts. 7º e 16 da LIA STJ e doutrina 
NÃO. 
A indisponibilidade é decretada apenas quando o ato 
de improbidade administrativa: 
a) causar lesão ao patrimônio público; ou 
b) ensejar enriquecimento ilícito. 
Assim, só cabe a indisponibilidade nas hipóteses dos 
arts. 9º e 10. 
SIM. 
Não se pode conferir uma interpretação literal aos arts. 
7º e 16 da LIA, até mesmo porque o art. 12, III da Lei nº 
8.429/92 estabelece, entre as sanções para o ato de 
improbidade que viole os princípios da administração 
pública, o ressarcimento integral do dano - caso exista 
- e o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor 
da remuneração percebida pelo agente. Logo, em que 
10 
 
Não cabe a indisponibilidade no caso de prática do 
art. 11 (PRINCÍPIOS). 
pese o silêncio do art. 7º, uma interpretação sistemática 
que leva em consideração o poder geral de cautela do 
magistrado induz a concluir que a medida cautelar de 
indisponibilidade dos bens também pode ser aplicada 
aos atos de improbidade administrativa que impliquem 
violação dos princípios da administração pública, 
mormente para assegurar o integral ressarcimento de 
eventual prejuízo ao erário, se houver, e ainda a multa 
civil prevista no art.12, III da Lei n' 8.429/92. 
(AgRg no REsp 1.311.013/RO, DJe 13/12/2012); 
(AgRg no REsp 1.299.936/RJ, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, DJe 18/04/2013). 
 
#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE INDISPONIBILIDADE DE BENS 
- Indisponibilidade deve garantir o integral ressarcimento do prejuízo ao erário e a multa civil. 
A indisponibilidade é decretada para assegurar apenas o ressarcimento dos valores ao Erário ou também para 
custear o pagamento da multa civil? 
Para custear os dois. A indisponibilidade de bens deve recair sobre o patrimônio do réu de modo suficiente a 
garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, Levando-se em consideração, ainda, o valor de 
possível multa civil como sanção autônoma (STJ AgRg no REsp 1311013 I RO). 
 
- Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado ato de 
improbidade exige-se a demonstração de fumus boni iuris e periculum in mora? (DPC/MT-2017-CESPE) 
NÃO. Basta que se prove o fumus boni iurís, sendo o periculum in mora presumido (implícito). 
A decretação de indisponibilidade de bens em improbidade administrativa dispensa a demonstração de periculum 
in moro, o qual está implícito ao comando normativo do art. 7º da Lei nº 8.429/92, bastando a demonstração do 
fumus boni iuris, que consiste em indícios de atos ímprobos. 
Desse modo, a medida cautelar de indisponibilidade não está condicionada à comprovação de que o réu esteja 
dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, tendo em vista que o periculum in mora encontra-se 
implícito no comando legal que rege, de forma peculiar, o sistema de cautelaridade na ação de improbidade 
administrativa, sendo possível ao juiz, fundamentadamente, decretar a indisponibilidade de bens do demandado, 
quando presentes fortes indícios da prática de atos de improbidade administrativa. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.366.721/BA, Re. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Min. Og Fernandes. 
Julgado em 26/02/2014. 
 
- Desnecessária prova de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio. (DPC/MT-2017-CESPE) 
Pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se desfazendo de seus bens? 
SIM. É desnecessária a prova de que os réus estejam dilapidando efetivamente seus patrimônios ou de que elesestariam na iminência de fazê-lo (prova de periculum in mora concreto). 
O requisito do periculum in mora está implícito no referido art. 7º, parágrafo único, da Lei nº 8.429/1992, que visa 
assegurar "o integral ressarcimento" de eventual prejuízo ao erário, o que, inclusive, atende à determinação contida 
no art. 37, § 4º, da CF/88. 
Como a indisponibilidade dos bens visa evitar que ocorra a dilapidação patrimonial, o STJ entende que não é 
razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou dissipação, na medida em que exigir a 
comprovação de que esse fato estaria ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difícil a efetivação da medida 
cautelar em análise. 
Além do mais, o disposto no referido art. 7º em nenhum momento exige o requisito da urgência, reclamando 
apenas a demonstração, numa cognição sumária, de que o ato de improbidade causou lesão ao patrimônio público 
ou ensejou enriquecimento ilícito. 
Vale ressaltar, no entanto, que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da excepcionalidade legal 
expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação do patrimônio, não é uma medida de 
adoção automática, devendo ser adequadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade (art. 93, 
IX, da Constituição Federal), sobretudo por se tratar de constrição patrimonial (REsp 1319S15/ES). 
11 
 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.366.721/BA. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filha. Rel. para acordão Min. Og 
Fernandes, Julgado em 26/02/2014 (recurso repetitivo) (Info 547). 
 
- Desnecessária a individualização dos bens. 
É necessário que o Ministério Público (ou outro autor da ação de improbidade), ao formular o pedido de 
indisponibilidade, faça a indicação individualizada dos bens do réu? 
NÃO. A jurisprudência do STJ está consolidada no sentido de que é desnecessária a individualização dos bens 
sobre os quais se pretende fazer recair a indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único da Lei nº 8.429/92. 
STJ. AgRg no REsp 1307137/BA Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 25/09/2012. 
 
- Pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possuía antes da suposta prática do ato 
de improbidade. 
A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes quanto depois da prática do ato de 
improbidade. A jurisprudência do STJ abona a possibilidade de que a indisponibilidade, na ação de improbidade 
administrativa, recaia sobre bens adquiridos antes do fato descrito na inicial. A medida se dá como garantia de 
futura execução em caso de constatação do ato ímprobo. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1301695/RS, Rel. Min. Olindo Menezes (Des. Conv. TRF 1ª Região), julgado em 
06/10/2015. 
 
- A indisponibilidade pode ser decretada antes do recebimento da petição inicial da ação de improbidade. 
A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens em 
improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 07/03/2013. 
 
- É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial. 
A indisponibilidade pode ser determinada sobre bens com valor superior ao mencionado na petição inicial da ação 
de improbidade (ex.: a petição inicial narra um prejuízo ao erário de R$ 100 mil, mas o MP pede a indisponibilidade 
de R$ 500 mil do requerido)? 
SIM. É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial da ação, 
visando a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, até 
mesmo, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. Isso porque a indisponibilidade acautelatória 
prevista na Lei de Improbidade Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos que porventura 
tenham sido causados ao erário. 
STJ. REsp 1.176.440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Mota Filho. Julgado em 17/09/2013. 
 
- A indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu. 
É admissível a concessão de liminar inaudita altera parte para a decretação de indisponibilidade e sequestro de 
bens, visando assegurar o resultado útil da tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário. 
Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza acautelatória, a medida de indisponibilidade de bens em ação 
de improbidade administrativa pode ser deferida nos autos da ação principal sem audiência da parte adversa e, 
portanto, antes da notificação para defesa prévia (art. 17, § 7º da LIA). 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 671.181/BA. Rel. Min. Olindo Menezes. Julgado em 03/09/2015. 
 
- A indisponibilidade pode recair sobre bem de família. 
A indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da LIA pode recair sobre bens de família. 
STJ. 2ª Turma. Edcl no AgRg no REsp l351825/BA, Rel. Min Og Fernandes. Julgado em 22/09/2015. 
 
- A indisponibilidade não pode recair sobre verbas absolutamente impenhoráveis. 
A exegese do art. 7º da Lei nº 8.429/1992, conferida pela jurisprudência do STJ, é de que a indisponibilidade pode 
alcançar tantos bens quantos necessários a garantir as consequências financeiras da prática de improbidade, 
mesmo os adquiridos anteriormente à conduta ilícita, excluídos os bens impenhoráveis assim definidos por lei. 
Salvo quando estes tenham sido, comprovadamente, adquiridos também com produto da empreitada ímproba, 
hipótese em que se resguarda apenas os essenciais à subsistência do indiciado/acusado. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1461892/BA. Rel. Min. Hermon Benjamin. Julgado em 17103/2015. 
12 
 
As verbas absolutamente impenhoráveis não podem ser objeto da medida de indisponibilidade na ação de 
improbidade administrativa. Isso porque, sendo elas impenhoráveis, não poderão assegurar uma futura execução. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1164037/RS. Rel. p/ Ac. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Julgado em l0/02/2014. 
Obs.: Vale ressaltar que esse entendimento acima exposto é contraditório com os julgados do STJ que afirmam 
que é possível que a indisponibilidade recaia sobre bem de família, por exemplo, que é impenhorável. 
 
- Verbas trabalhistas não podem ser objeto de medida de indisponibilidade em ação de improbidade. 
A indisponibilidade pode recair sobre verbas salariais investidas em aplicação financeira? 
NÃO. A 1ª Turma do STJ decidiu que os valores investidos em aplicações financeiras cuja origem remonte a verbas 
trabalhistas não podem ser objeto de medida de indisponibilidade em sede de ação de improbidade 
administrativa. Isso porque a aplicação financeira das verbas trabalhistas não implica a perda da natureza salarial 
destas, uma vez que o seu uso pelo empregado ou trabalhador é uma defesa contra a inflação e os infortúnios. 
Desse modo, é possível a indisponibilidade do rendimento da aplicação, mas o estoque de capital investido, de 
natureza salarial, é impenhorável. 
Ex.: o trabalhador recebeu R$100 mil de rescisão trabalhista (verba de natureza trabalhista). Após alguns meses 
investidos, o dinheiro aplicado está em R$ 110 mil. Desse modo, em tese, é possível que seja feita a 
indisponibilidade de apenas R$ 10 mil (rendimento da aplicação). 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.164.037-RS. Rel. Min. Sérgio Kukina. Rel p/ acórdão Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 
Julgado em 20/02/2014 (lnfo 539). 
 
JURISPRUDÊNCIA RESUMIDA SOBRE INDISPONIBILIDADE DE BENS 
- Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens, basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum 
in mora presumido (implícito) (STJ. 1ª Seção. REsp 1.366.721/BA); 
 
- Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens é desnecessária prova de que o réu esteja dilapidando 
(desfazendo) do seu patrimônio (STJ. 1ª Seção. REsp 1.366.721-BA – Info 547); 
 
- Na Indisponibilidade de bens é desnecessária a individualização dos bens (AgRg no REsp 1307137/BA); 
 
- A indisponibilidade de bens deve garantir o integralressarcimento do prejuízo ao erário e a multa civil (STJ. 
AgRg no REsp 1311013/RO); 
 
- É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial (STJ. REsp 
1.176.440-RO); 
 
- A indisponibilidade pode ser decretada antes do recebimento da petição inicial da ação de improbidade (STJ. 
2ª Turma. AgRg no REsp 1317653/SP); 
 
- A indisponibilidade pode ser decretada sobre bens que o acusado possuía antes da suposta prática do ato de 
improbidade (STJ. 1ª Turma. REsp 1301695/RS); 
 
- A indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu (STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 
671.281/BA); 
 
- A indisponibilidade de bens pode recair sobre bem de família (STJ. 2ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 
1351825/BA); 
 
- A indisponibilidade não pode recair sobre verbas absolutamente impenhoráveis (STJ. 2ª Turma. REsp 
1461892/BA); 
 
- A indisponibilidade de bens não pode recair sobre verbas trabalhistas (STJ. REsp 1.164.037-RS). 
 
 
13 
 
Art. 8° O SUCESSOR daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito 
às cominações desta lei ATÉ o limite do valor da herança. (DPC/AP-2017-FCC) 
 
#NÃOCONFUNDA: 
RESSARCIMENTO INTEGRAL DO DANO MULTA CIVIL 
Natureza indenizatória Natureza punitiva 
Atinge os sucessores Não atinge os sucessores 
 
CAPÍTULO II 
Dos Atos de Improbidade A dministrativa 
 
Seção I 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito 
Art. 9° CONSTITUI ato de improbidade administrativa importando ENRIQUECIMENTO ILÍCITO auferir qualquer 
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade 
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, E NOTADAMENTE: 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta 
ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, 
que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel 
ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público 
ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de 
propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de 
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de 
jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar 
promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição 
ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou 
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer 
natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica 
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do 
agente público, durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência 
ou declaração a que esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei. 
 
#INFO 
- Desnecessidade de lesão ao patrimônio público em ato de improbidade administrativa que importa 
enriquecimento ilícito. 
Ainda que não haja dano ao erário, é possível a condenação por ato de improbidade administrativa que importe 
enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei nº 8.429/92), EXCLUINDO-SE, contudo, a possibilidade de aplicação da pena 
de ressarcimento ao erário. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.412.214-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Benedito 
Gonçalves, julgado em 8/3/2016 (Info 580). 
 
14 
 
Seção II 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário 
Art. 10. CONSTITUI ato de improbidade administrativa que CAUSA LESÃO AO ERÁRIO qualquer ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos 
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, E NOTADAMENTE: 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, 
de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou 
regulamentares aplicáveis à espécie; 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, 
bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem 
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades 
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente 
ou inidônea; 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie; (DPC/SP-2018-VUNESP) 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com 
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; 
 
#NÃOCONFUNDA: 
Frustrar a licitude de PROCESSO LICITATÓRIO Frustrar a licitude de CONCURSO PÚBLICO 
Prejuízo ao Erário Princípios da Administração 
 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do 
patrimônio público; 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua 
aplicação irregular; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer 
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o 
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratadospor essas entidades. 
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da 
gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; 
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar 
as formalidades previstas na lei. 
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou 
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas 
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
(DPF-2018-CESPE) 
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos 
transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais 
ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela 
administração pública com entidades privadas; 
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita 
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. 
 
15 
 
#NÃOCONFUNDA: 
Liberar recursos a entidades privadas parceiras sem 
observar as normas aplicáveis 
Transferir recurso a entidade privada na área de 
saúde sem contrato ou convênio 
Prejuízo ao Erário Princípios da Administração 
 
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita 
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (DPC/AC-2017-
IBADE) 
 
#INFO 
- Necessidade de efetivo dano para configurar o art. 10. 
Em regra, para a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei nº 8.429/92 
exige-se a presença do efetivo dano ao erário. 
STJ. 1ª Turma. AgRg na MC 24.630/RJ. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/10/2015. 
Exceção: no caso da conduta descrita no inciso VIII do art. 10 não se exige a presença do efetivo dano ao erário. 
Isso porque, neste caso, o dano é presumido (dano in re ipsa). Julgado abaixo: 
 
- A dispensa indevida de Licitação ocasiona prejuízo ao erário in re ipsa. (DPC/AC-2017-IBADE) 
Em casos de fracionamento de compras e contratações com o objetivo de se dispensar ilegalmente o 
procedimento licitatório, o prejuízo ao erário é considerado presumido (in re ipsa), na medida em que o Poder 
Público, por força da conduta ímproba do administrador, deixa de contratar a melhor proposta, o que gera 
prejuízos aos cofres públicos. 
Assim, nos casos de contratação irregular decorrente de fraude à licitação, o STJ considera que o dano é in re ipsa. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1499706/SP. Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 02/02/2017. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1280321/MG. Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 06/03/2012. 
STJ. 2ª Turma. REsp 728.341/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/03/2017. 
 
Seção II-A 
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício 
Financeiro ou Tributário 
Art. 10-A. CONSTITUI ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou 
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei 
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 
 
Seção III 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública 
Art. 11. CONSTITUI ato de improbidade administrativa que ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, 
legalidade, e lealdade às instituições, E NOTADAMENTE: 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
 
#NÃOCONFUNDA: 
Frustrar a licitude de PROCESSO LICITATÓRIO Frustrar a licitude de CONCURSO PÚBLICO 
Prejuízo ao Erário Princípios da Administração 
 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de 
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela 
administração pública com entidades privadas. 
16 
 
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. 
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração 
de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
Liberar recursos a entidades privadas parceiras sem 
observar as normas aplicáveis 
Transferir recurso a entidade privada na área de 
saúde sem contrato ou convênio 
Prejuízo ao Erário Princípios da Administração 
 
#INFO 
- Requisitos. 
Para a configuração dos atos de improbidade tipificados no art. 11 da Lei nº 8.429/92, exige-se que a conduta seja 
praticada por agente público (ou a ele equiparado), atuando no exercício de seu munus público, havendo, ainda, 
a necessidade do preenchimento dos seguintes requisitos: 
a) conduta ilícita; 
b) improbidade do ato, configurada pela tipicidade do comportamento, ajustado em algum dos incisos do 11 da 
LIA; 
c) elemento volitivo, consubstanciado no DOLO de cometer a ilicitude e causar prejuízo ao Erário; 
d) ofensa aos princípios da Administração Pública. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1306817/AC. Rel. Min. Napoledo Nunes Maio Filha, julgado em 06/05/2014. 
 
- Improbidade por ofenda a princípio da administração e dolo genérico. 
A configuração do ato de improbidade por ofensa a princípio da administração depende da demonstração do 
chamado dolo genérico ou lato sensu. 
(STJ. 2ª Turma. REsp 1383649/SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/09/2013). 
Ressalte-se que não se exige dolo específico (elemento subjetivo específico) para sua tipificação. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 307.583/RN. Rel. Min. Castro Meira, julgado em 18/06/2013. 
 
- Dispensabilidade de prova do dano ou de enriquecimento ilícito do agente. 
Para a configuração dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração 
pública (art. 11 da Lei 8.429/92), é DISPENSÁVEL a comprovação de efetivo prejuízo aos cofres públicos. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.192.758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. 
Sérgio Kukina, julgado em 4/9/2014 (Info 547). 
 
 
CASOS ESPECÍFICOS QUE CONFIGURAM 
- Tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial e improbidade. (DPC/AC-2017-IBADE) 
A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade administrativa que 
atenta contra os princípios da administração pública. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 26/08/2015 (Info 577). 
 
- Contratação irregular de escritório de advocacia sem licitação. 
A conduta de contratar diretamente serviços técnicos sem demonstrar a singularidade do objeto contratado e a 
notóriaespecialização, e com cláusula de remuneração abusiva, fere o dever do administrador de agir na estrita 
legalidade e moralidade que norteiam a Administração Pública, amoldando-se ao ato de improbidade 
administrativa tipificado no art. 11 da Lei de Improbidade. 
É desnecessário perquirir acerca da comprovação de enriquecimento ilícito do administrador público ou da 
caracterização de prejuízo ao Erário. 
O dolo está configurado pela manifesta vontade de realizar conduta contrária ao dever de Legalidade, corroborada 
pelos sucessivos aditamentos contratuais, pois é inequívoca a obrigatoriedade de formalização de processo para 
justificar a contratação de serviços pela Administração Pública sem o procedimento Licitatório (hipóteses de 
dispensa ou inexigibilidade de licitação). 
STJ. 2ª Turma. REsp 1377703/GO. Rel. p/ Acórdão Min. Herman Benjamin. Julgado em 03/12/2013. 
17 
 
STJ. 2ª Turma. REsp 1444874/MG. Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03/02/2015. 
 
- Contratação irregular de servidores temporários. 
Configura ato de improbidade administrativa a contratação temporária irregular de pessoal (sem qualquer amparo 
legal) porque importa em violação do princípio constitucional do concurso público. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1403361/RN, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 03/12/2013. 
 
- Professor que assedia sexualmente aluno. 
Configura ato de improbidade administrativa a conduta de professor da rede pública de ensino que, aproveitando-
se dessa condição, assedie sexualmente seus alunos. 
Isso porque essa conduta atenta contra os princípios da administração pública, subsumindo-se ao disposto no art. 
11 da Lei nº 8.429/1992. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.255.120-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2013 (Info 523). 
 
- Prefeito que pratica assédio moral contra servidor público. 
O assédio moral, mais do que provocações no local de trabalho- sarcasmo, crítica, zombaria e trote-, é campanha 
de terror psicológico pela rejeição. 
A prática de assédio moral enquadra-se na conduta prevista no art. 11, caput, da Lei nº 8.429/92, em razão do 
evidente abuso de poder, desvio de finalidade e malferimento à impessoalidade, ao agir deliberadamente em 
prejuízo de alguém. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1286466/RS. Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 03/09/2013. 
 
- Publicidade governamental que não tenha fins educacionais, informativos e de orientação social. 
Configura ato de improbidade administrativa a propaganda ou campanha publicitária que tem por objetivo 
promover favorecimento pessoal, de terceiro, de partido ou de ideologia, com utilização indevida da máquina 
pública. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 496.566/DF. Rel. Min. Humberto Martim, julgado em 27/05/2014. 
 
- Autoridade que deixa de encaminhar ao MP cópia do inquérito administrativo. 
Se o relatório da sindicância administrativa instaurada contra servidor público federal concluir que a infração 
funcional em tese praticada está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente deverá encaminhar cópia 
dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar (art. 154, 
parágrafo único, da Lei nº 8.112/90). 
A autoridade que deixa de fazer esse encaminhamento incorre na prática de ato de improbidade administrativa 
prevista no art. 11, lI, da Lei nº 8.429/92 ("retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício"). 
STJ. 1ª Turma. REsp 1312090/0F. Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 08/04/2014. 
 
- A ausência de prestação de contas configura ato de improbidade administrativa? 
A ausência de prestação de contas, quando ocorre de forma dolosa, acarreta violação ao Princípio da Publicidade. 
Vale ressaltar, no entanto, que o simples atraso na entrega das contas, sem que exista dolo na espécie, não 
configura ato de improbidade. 
Para a configuração do ato de improbidade previsto no art. 11, inc. VI, da lei nº 8.429/92, não basta o mero atraso 
na prestação de contas, sendo necessário demonstrar a má-fé ou o dolo genérico. 
Assim, por exemplo, se o Prefeito não presta contas, para que ele seja condenado por improbidade administrativo 
será necessário provar que ele agiu com dolo ou má-fé. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.382.436-RN. Rel. Min. Humberto Martins. J. em 20/08/2013 (Info 529). 
 
 
CASOS ESPECÍFICOS QUE NÃO CONFIGURAM 
- A nomeação da esposa do prefeito como Secretária Municipal não configura, por si só, nepotismo e ato 
de improbidade administrativa. 
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de 
natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. 
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
4/9/2018 (Info 914). 
18 
 
Em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo, 
Secretário Municipal. 
Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de 
parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura 
nepotismo. 
Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique demonstrada 
a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade 
moral do nomeado. 
STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018. 
 
- Prefeito que intercede junto ao Delegado para que este libere preso para comparecer em um enterro. 
Não configura ato de improbidade a conduta do agente político de intervir na liberação de preso para 
comparecimento em enterro de sua avó, uma vez que não está presente o dolo, ou seja, a manifesta vontade, 
omissiva ou comissiva, de violar princípio constitucional regulador da Administração Pública. 
A conduta do agente, apesar de ilegal teve um fim até mesmo humanitário, pois conduziu- se no sentido de liberar 
provisoriamente o preso para que este pudesse comparecer ao enterro de sua avó, não consistindo, portanto, em 
ato de improbidade, em razão da ausência do elemento subjetivo do tipo, o dolo. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1414933/Rl, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 26/11/2013. 
 
- Se o médico não atuou, no caso concreto, como agente público, não há ato de improbidade. 
Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobra honorários por procedimento realizado em 
hospital privado que também seja conveniado à rede pública de saúde, desde que o atendimento não seja 
custeado pelo próprio sistema público de saúde. 
Em outras palavras, médico de hospital conveniado com o SUS que cobra do paciente por uma cirurgia que já foi 
paga pelo plano de saúde não pratica improbidade administrativa. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.414.669-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/2/2014 (Info 537). 
 
- Improbidade administrativa e conduta direcionada a particular. 
Não ensejam o reconhecimento de ato de improbidade administrativa eventuais abusos perpetrados por agentes 
públicos durante abordagem policial, caso o ofendido pela conduta seja particular que não estava no exercício de 
função pública. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.558.038-PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/10/2015 (Info 573). 
 
Critério Objetivo Critério Subjetivo 
Art. 9º – Atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do 
agente público 
Exige DOLO 
Art. 10 – Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário Pode ser DOLO ou, no mínimo, CULPA 
Art. 10-A – Atos de improbidade decorrentes de concessão ou aplicação 
indevida de benefício financeiro ou tributário 
Exige DOLO 
Art. 11 – Atos de improbidade que atentam contra princípios da 
administração pública 
Exige DOLO 
 
CAPÍTULO III 
Das Penas 
 
Natureza das Sanções 
Administrativa Civil Política 
- Perda da função pública; 
- Proibição de contratar com o 
poderpúblico; 
- Proibição de receber do poder 
público benefícios ficais e 
creditícios. 
- Ressarcimento ao erário; 
- Perda dos bens e valores 
acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio; 
- Multa civil. 
- Suspensão dos direitos políticos. 
 
19 
 
Art. 12. INDEPENDENTEMENTE das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, 
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a GRAVIDADE DO FATO: 
 
I - na hipótese do art. 9° (Enriquecimento Ilícito), perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, ressarcimento integral do dano, QUANDO HOUVER, perda da função pública, suspensão dos 
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo 
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de dez anos; 
 
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO 
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; 
 
- ressarcimento integral do dano (QUANDO HOUVER); 
 
- perda da função pública; 
 
- suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos; 
 
- pagamento de multa civil (até 3x o valor do acréscimo patrimonial); e 
 
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos. 
 
II - na hipótese do art. 10 (Prejuízo ao Erário), ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, SE CONCORRER ESTA CIRCUNSTÂNCIA, perda da função pública, 
suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do 
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, 
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo 
de cinco anos; 
 
PREJUÍZO AO ERÁRIO 
- ressarcimento integral do dano; 
 
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio (SE 
CONCORRER ESTA CIRCUNSTÂNCIA); 
 
- perda da função pública; 
 
- suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; 
 
- pagamento de multa civil (até 2x o valor do dano); e 
 
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos. 
 
III - na hipótese do art. 11 (Princípios da Administração Pública), ressarcimento integral do dano, SE HOUVER, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de 
até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público 
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio 
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. 
 
20 
 
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
- ressarcimento integral do dano (SE HOUVER); 
 
- perda da função pública; 
 
- suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos; 
 
- pagamento de multa civil de (até 100x o valor da remuneração percebida pelo 
agente); e 
 
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos. 
 
Obs.: NÃO HÁ PENA DE PERDA DE BENS! 
 
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 
(oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. 
 
APLICAÇÃO OU 
CONCESSÃO INDEVIDA 
DE BENEFÍCIO 
FINANCEIRO OU 
TRIBUTÁRIO 
- perda da função pública; 
 
- suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; e 
 
- pagamento de multa civil de (até 3x o valor do benefício financeiro ou 
tributário concedido). 
 
Parágrafo único. Na FIXAÇÃO DAS PENAS previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, 
assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. 
 
NA FIXAÇÃO DAS PENAS, 
O JUIZ LEVARÁ EM CONTA 
- extensão do dano causado; 
 
- proveito patrimonial obtido pelo agente. 
 
 
Enriquecimento 
Ilícito 
Prejuízo ao 
Erário 
Concessão ou 
Aplicação Indevida 
de Benefício 
Financeiro ou 
Tributário 
Princípios da 
Administração 
Pública 
Previsão Legal Art. 9° da LIA Art. 10 da LIA Art. 10-A da LIA Art. 11 da LIA 
Elemento Subjetivo Dolo Dolo ou Culpa Dolo Dolo 
Perda de Bens Sim Sim, se houver – – 
Perda da Função Sim Sim Sim Sim 
Ressarcimento 
Integral do Dano 
Sim, se houver Sim – Sim, se houver 
Suspensão dos 
Direitos Políticos 
08 a 10 anos 05 a 08 anos 05 a 08 anos 03 a 05 anos 
Multa 
Até 3x 
(valor acrescido) 
Até 2x 
(valor do dano) 
Até 3x 
(valor do benefício 
concedido) 
Até 100x 
(valor da 
remuneração) 
Proibição de 
Contratar 
10 anos 05 anos – 03 anos 
21 
 
#INFO 
- Inaplicabilidade das sanções por ato de improbidade administrativa abaixo do mínimo legal. 
No caso de condenação pela prática de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública, as penalidades de suspensão dos direitos políticos e de proibição de contratar com o Poder 
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios não podem ser fixadas abaixo de 3 anos, 
considerando que este é o mínimo previsto no art. 12, III, da Lei nº 8.429/92. 
Não existe autorização na lei para estipular sanções abaixo desse patamar. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.582.014-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/2016 (Info 581). 
 
- Possibilidade de dupla condenação ao ressarcimento ao erário pelo mesmo fato. 
Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e sentença condenatória 
em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o ressarcimento ao erário e se referem ao 
mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor da obrigação que primeiramente foi executada no 
momento da execução do título remanescente. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.413.674-SE, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), 
Rel. para o acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/05/2016 (Info 584). 
 
- É possível aplicar cassação de aposentadoria como sanção por ato de improbidade? 
1ª Turma do STJ: NÃO. 
O art. 12 da Lei nº 8.429/92, quando cuida das sanções aplicáveis aos agentes públicos que cometem atos de 
improbidade administrativa, não prevê a cassação de aposentadoria, mas tão só a perda da função pública. 
As normas que descrevem infrações administrativas e cominam penalidades constituem matéria de legalidade 
estrita, não podendo sofrer interpretação extensiva. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1643337/MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/04/2018. 
2ª Turma do STJ: SIM. 
É possível a aplicação da pena de cassação de aposentadoria, ainda que não haja previsão expressa na Lei nº 
8.429/92. Isso porque se trata de uma decorrência lógica da perda de cargo público, sanção essa última 
expressamente prevista no referido texto legal. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1628455/ES, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 06/03/2018. 
 
- Redução da pena de multa mesmo sem pedido expresso do recorrente. 
O tribunal pode reduzir o valor evidentemente excessivo ou desproporcional da pena de multa por ato de 
improbidade administrativa (art. 12 da Lei nº 8.429/92), ainda que na apelação não tenha havido pedido expresso 
para sua redução.Apesar da regra da correlação ou congruência da decisão, prevista nos arts. 128 e 460 do CPC/1973 (arts.141 e 
492 do CPC/2015), pela qual o juiz está restrito aos elementos objetivos da demanda, entende-se que, em se 
tratando de matéria de Direito Sancionador e revelando-se patente o excesso ou a desproporção da sanção 
aplicada, pode o Tribunal reduzi-la, ainda que não tenha sido alvo de impugnação recursal. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.293.624-DF. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Julgado em 05/12/2013 (Info 533). 
 
- Revisão das sanções impostas em sede de recurso especial. 
Regra: o STJ, ao julgar recurso especial, não pode rever a dosimetria das sanções aplicadas em ação de 
improbidade administrativa considerando que isso significaria reexaminar o conjunto fático-probatório dos autos, 
o que é vedado pela Súmula 7-STJ. 
Exceção: em casos excepcionais, é possível que o STJ reveja as sanções aplicadas quando, da leitura do acórdão 
recorrido, ficar claro que houve desproporcionalidade entre o ato praticado e as sanções aplicadas. 
STJ. 1ª Turma. Aglnt no AREsp 507.804/SE. Rel. Min Gurgel de Faria. Julgado em 07/03/2017 
STJ. 2ª Turma. Aglnt na TutPrv na REsp 1624020/MA, Rel. Min. Francisco Falcão, Julgado em 17/08/2017. 
É possível, em sede de Recurso Especial, a revisão das sanções impostas por improbidade administrativa, desde 
que violados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.215.121-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Julgado em 14/08/2014 (lnfo 549). 
 
 
 
22 
 
- Aplicação de multa eleitoral e sanção por ato de improbidade administrativa. 
A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa por infringência às disposições contidas na Lei nº 
9.504/1997 (Lei das Eleições) não impede a imposição de nenhuma das sanções previstas na Lei nº 8.429/1992 (Lei 
de Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil, pelo ato de improbidade decorrente da mesma conduta. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 606 352-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães. J. em 15112/2015 (Info 576). 
 
CAPÍTULO IV 
Da Declaração de Bens 
Art. 13. A POSSE e o EXERCÍCIO de agente público ficam CONDICIONADOS à apresentação de declaração dos 
bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. 
 
§ 1° A declaração COMPREENDERÁ imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie 
de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores 
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica 
do declarante, EXCLUÍDOS APENAS os objetos e utensílios de uso doméstico. 
 
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do 
mandato, cargo, emprego ou função. 
 
§ 3º Será punido com a pena de DEMISSÃO, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, 
o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar 
falsa. 
 
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da 
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as 
necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo. 
 
CAPÍTULO V 
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial 
Art. 14. QUALQUER PESSOA poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja 
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
Representar à autoridade administrativa Qualquer pessoa (art. 14, caput) 
Propor ação de improbidade MP e Pessoa Jurídica interessada (art. 17, caput) 
 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, 
as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. 
 
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver 
as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição NÃO IMPEDE a representação ao Ministério 
Público, nos termos do art. 22 desta lei. 
 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se 
tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos 
disciplinares. 
 
 
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas 
da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. 
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar 
representante para acompanhar o procedimento administrativo. 
 
23 
 
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à 
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do SEQÜESTRO DOS BENS do agente 
ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. 
 
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo 
Civil. 
 
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e 
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado NO EXTERIOR, nos termos da lei e dos tratados internacionais. 
 
Sequestro de Bens Indisponibilidade de Bens 
Necessária a individualização Desnecessária a Individualização 
 
#INFO 
- A indisponibilidade e o sequestro de bens podem ser decretada antes do recebimento da petição inicial 
da ação de improbidade. 
A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens em 
improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 07/03/2013. 
 
 
Art. 17. A AÇÃO PRINCIPAL, que terá o rito ORDINÁRIO, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa 
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. 
 
Legitimidade Ativa – Ação 
Ministério Público Pessoa Jurídica Interessa 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 1º As ações de que trata este artigo ADMITEM a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos 
desta Lei. 
 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas 
ações de que trata o caput. 
 
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a 
celebração de acordo de não persecução cível, nos 
termos desta Lei. 
 
#INFO 
- Os benefícios da colaboração premiada, previstos nas Leis nº 8.884/94 e 9.807/99, não são aplicáveis no 
âmbito da ação de improbidade administrativa. 
Os benefícios de colaboração premiada previstos na nº Lei 9.807/99 - que instituiu o Programa Federal de 
Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas -, bem como na antiga Lei Antitruste (Lei nº 8.884/94), não são 
aplicáveis para os casos em que não se discute a prática de crimes contra a ordem econômica, nem estão 
demonstradas as hipóteses de proteção previstas na Lei nº 9.807/99. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.464.287-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/03/2020 (Info 674). 
 
Obs,: os fatos julgados pelo STJ ocorreram antes da Lei nº 12.850/2013 e da Lei nº 13.964/2019. 
O § 1º do art. 17 da Lei nº 8.492/92 proibia a realização de transação, acordo ou conciliação nas ações de 
improbidade administrativa. A Lei nº 13.964/2019 alterou esse dispositivo para admitir a celebração de acordo de 
não persecução

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