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Introdução à Citogenética Síndrome de Li Fraumeni - Síndrome de baixa incidência e que é pouco investigado - Segue um padrão mendeliano: síndrome monogênica e recessiva - Acontece uma mutação no gene Tp53, presente no cromossomo 17 → gene produz uma proteína chamada de p53, A GUARDIÃ DO GENOMA (principal proteína envolvida no mecanismo para evitar o aparecimento de células cancerígenas) - A mutação leva a uma perda de função, ou seja, quem tem a síndrome, não tem nenhuma proteína p53, logo, se acontecer alguma mutação, as células não vão ser corrigidas e vão continuar se dividindo com mutações - É possível, através de um exame, saber se existem possíveis mutações para a prole - Teste CGH-Array identifica até 4800 genes relacionados à doença DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL (PGD) -Realiza exame genético dos embriões antes da implantação, para o diagnóstico precoce de doenças genética -Permite: ● Análise genética de todos os cromossomos pela técnica de CGH (Hibridização Genômica Comparativa) por array ● Análise de todos os cromossomos em células embrionárias de casais portadores de translocações ou inversões pela técnica de CGH por array -Atualmente o exames citogenéticos são recomendados nos casos: ● Problemas precoces de crescimento e desenvolvimento: retardo no desenvolvimento, malformações múltiplas, baixa estatura, genitália ambígua.. ● Natimortos e morte infantil ● Problemas de fertilidade: infertilidade e abortos recorrentes ● Histórico familiar ● Gestação em uma mulher de idade avançada -Se for feito um cariótipo no início do desenvolvimento infantil, a criança tem todo o suporte para estimular o desenvolvimento dela para que, futuramente, não tivesse perda ou essa perda fosse menor -A primeira síndrome genética identificada e a mais famosa é a SÍNDROME DE DOWN ● 95% dos casos é a presença de um cromossomo 21 a mais ● 5% são outras alterações menos comuns: como uma translocação do 21 para o cromossomo 14 caso de euploidia (multiplicação do conjunto haplóide): sofreu um aborto espontâneo, incompatível com a vida cariótipo triplicado: ovócito foi fecundado por 2 espermatozóides, feto com 69 cromossomos COMO SABER ONDE O GENE SE ENCONTRA? -Através de um mapeamento, é possível identificar onde um gene está, qual sua sequência.. para que se possa fazer um diagnóstico -Como que é confirmado que um paciente tem a Distrofia muscular de Duchenne? ● É feito um teste genético que analisa a parte p do cromossomo X CROMOSSOMOS -Cromatina pode atingir vários graus de condensação ● Quando atinge o máximo de condensação, dá origem ao cromossomo -Só é possível ver os cromossomos dentro da célula, se a cromatina estiver condensada -Cromossomos só são visíveis durante a mitose: ● Durante a interfase, não é possível ver os cromossomos: só se vê a cromatina descondensada ● Durante a prófase, cromatina começa a se condensar, uma vez que ela está se preparando para a metáfase (onde as cromátides irmãs vão ser separadas) ● Ainda em mitose, a cromatina começa a descondensar ● Para que uma célula dê origem a outra, gasta em média 24hrs: mitose só gasta 1hr -Toda as vezes que o cromossomo está visível ele já passou pela fase S do ciclo celular e já está duplicado. Por isso, que ao ser visto, ele está com duas cromátides (cromátides-irmãs) constrição primária: onde fica o centrômero -Centrômero é a região que está mais condensado, onde a cromatina atingiu seu nível máximo de condensação -Baseado na posição do centrômero, os cromossomos são classificados em 3 tipos, além do telocêntrico: OBS.: telocêntrico não está presente no genoma humano “Cariótipo é montado de acordo com o tamanho do cromossomo, nos padrões de banda e no tipo de cromossomo” COMO É MONTADO UM CARIÓTIPO? 1. Pega a célula do embrião, como é feito no diagnóstico genético pré-implantação 2. Destrói sua célula: remove sua membrana celular e nuclear, liberando os cromossomos 3. São realizados vários processos, para no final, ser retirado da célula só o que se quer (cromossomos) 4. Com a ajuda de um microscópio, observa-se 5. Cromossomos são organizados ao pares: ● 22 primeiros pares: autossômicos → classificados de acordo com o tamanho ● 23º par: sexual ● Características para organizar os cromossomos: tamanho, anatomia e bandeamento (padrão que é formado nos braços p e q; são as linhazinhas presentes nos braços do cromossomo) “Cromossomo 1 além de ser o maior, é metacêntrico, cromossomo 2 é grande e é submetacêntrico.. isso ajuda na organização, mas não interfere na expressão gênica” IDEOGRAMAS -Citogenética é separada em dois “grupos”: 1. Citogenética clássica: usa as técnicas mais comuns, as primeiras técnicas desenvolvidas, de fácil acesso -Bandeamento G -Bandeamento Q -Bandeamento R -Não consegue detectar pequenas alterações, mutações -São indicados para alterações cromossômicas numéricas ou observar uma translocação → Joga um corante específico, onde o cromossomo reage: algumas partes irão absorver esse corante e, outras, absorvem muito pouco ou nem absorvem, criando um padrão (que vai ser repetido em qualquer cromossomo que se esteja estudando) → O padrão não se repete se houver alguma mutação ou uma parte faltando → Dentro do cromossomo condensado vai sempre haver uma variação de regiões mais ou menos condensadas QUANDO SE JOGA CORANTE: 1. A primeira coisa, quando se joga o corante, é entender onde está o centrômero ● Esse centrômero geralmente vai ter uma coloração diferente, por possuir um grau de condensação diferente dos demais 2. A partir do centrômero é possível saber onde estão os limites do braço curto e do braço longo 3. Alguns cromossomos possuem uma região, abaixo do centrômero, que pode ter uma coloração variável ● Faz parte da variabilidade genética entre as pessoas 4. Os braços, curto e longo, são divididos em regiões, as quais são divididas em bandas ● O propósito disso é definir os locus, para quando for se definir a um gene específico, usar essa numeração 5. Faz-se uma designação para descrever onde está o gene, a mutação ● Ex.: está no cromossomo 9, no braço p, na parte 23 → 9p23 (lócus onde está o gene) 6. De acordo com o tamanho do cromossomo pode ter mais ou menos regiões ● Número que vem na frente representa a região ● Número posterior é a banda regiões mais escuras são regiões mais condensadas, absorvem mais corantes ao jogar corante nos dois cromossomos homólogos, eles ficam iguaizinhos bandeamento do braço curto é diferente do bandeamento do braço longo Designação: é o que simboliza o ideograma um laudo genético pode vir com o cariótipo ou somente com a designação se for uma mulher normal: 46, XX se for Down em uma mulher: 47, XX +21 -Se houver alguma deleção, translocação ou inserção: precisa detalhar de qual locus saiu e para onde foi “Os exames genéticos, com o passar do tempo, vão se tornar cada vez mais comuns.. a interpretação desses exames é de extrema importância” 2. Citogenética molecular: procedimentos especiais -Bandeamento C -Hibridização in situ com fluorescência -CGH array -Detecta pequenas mutações -Utilizado para identificar casos mais específicos de mutação OBS.: as técnicas em si são baseadas em se utilizar corantes, que fazem marcações específicas → Existem corantes que possuem mais afinidades com certas bases nucleotídicas, absorvendo mais esse corante PROCEDIMENTOS NO PRÉ-NATAL -Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores as chances de desenvolvimento do embrião -Durante a gestação, existem diversas estratégias, que variam de acordo com o períodoque a mulher está, para se poder realizar um cariótipo “Por exemplo, em um período mais precoce, é possível remover as células via intravaginal (remove células das vilosidades coriônicas como se fosse uma biópsia) ou faz isso através de uma seringa transplacentária (fura a barriga, a placenta, com o intuito de atingir as células das vilosidades coriônicas)” “Quando o bebê é mais velho, pode-se fazer o mesmo procedimento, só que agora pode remover as células estão em suspensão com o líquido amniótico ou as células do cordão umbilical” “É melhor esperar o bebê nascer porque pode ter riscos ao embrião, por ser altamente invasivo. Além de que, faz pouca diferença obter o diagnóstico no momento embrionário ou esperar o bebê nascer” ❖ AMNIOCENTESE: procedimento realizado ainda durante o período fetal, onde se remove as células do líquido amniótico método convencional porque tem que pegar as células, cultivá-las, colocar colchicina e extrair os cromossomos teste molecular só é preciso coletar, extrair o DNA e fazer a análise direta ❖ BANDEAMENTO G: principal técnica de bandeamento clássico; utilizado, principalmente, para observar aneuploidias -O corante utilizado marca bandas claras e escuras no cromossomo -As regiões escuras tendem a ser heterocromatinas e, as regiões claras, eucromatinas -Permite a contagem do número de cromossomos -Muito usado em dosimetria biológica -Tem como importância a detecção de deleções, inversões e duplicações em humanos APLICAÇÕES DO BANDEAMENTO G, Q e R - Malformação congênita: aborto de repetição - Atraso no desenvolvimento: natimorto - Amenorréia primária: suspeita de síndrome cromossômica - O cariótipo de sangue com banda G pode diagnosticar: Síndrome de Down: trissomia do 21 Síndrome de Patau: trissomia do 13 Síndrome de Edwards: trissomia 18 Síndrome de Turner: monossomia do X Síndrome de Klinefelter: 47, XXY Síndrome Cri-du-chat: deleção 5p Trissomia do X: 47, XXXX BANDEAMENTOS ESPECIAIS Essas técnicas foram inventadas baseadas em: conhecimento sobre o DNA e no projeto genoma ❖ FISH - Fluorescence in situ hybridization baseia-se na formação duplex: DNA alvo/sonda - Detecta cromossomos individuais, regiões cromossômicas ou genes - Pode ser utilizada em células em metáfase, mas principalmente em interfase - Sondas hibridizam estruturas cromossômicas específicas - Aplicações da técnica: mapeamento dos genes e sequências gênicas identificação de rearranjos cromossômicos: pequenas deleções identificação de alterações cromossômicas em esperma diagnóstico de neoplasias estrutura e organização dos cromossomos monitoramento de indivíduos/populações expostas à mutagênicos diagnóstico pré-natal e pré-implantação ❖ CGH array: técnica mais ampla - Distingue regiões clinicamente significativas de todo o genoma - Detecta deleções, microdeleções e amplificações gênicas, que podem não ser detectadas através do cariótipo com banda G e FISH - Analisa todo o genoma num único experimento, sem a necessidade de cultura de células SISTEMA DE DETERMINAÇÃO SEXUAL -A diferenciação sexual é finalizada quando o concepto tem 12 semanas, quando ele tem, mais ou menos, 9cm -Existem muitas etapas que precisam ser cumpridas para que o sexo cromossômico seja correspondente ao sexo fenotípico -Sabe-se que, predominantemente, mulher tem cariótipo 46, XX e, homem, 46, XY ● Mas pode existir um homem que seja 46, XX e, uma mulher, 46, XY SEXAGEM FETAL: exame de sangue feito para buscar vestígios do cromossomo Y (gene SRY) - Pode ser feito a partir da 8ª semana - Cromossomo Y tem um expressão tardia, só entra em ação na 7ª semana de desenvolvimento PERGUNTA: Mas será que só a presença ou ausência do cromossomo Y explicaria a determinação do sexo em humanos? - NÃO!! Existem as anormalidades ETAPAS DE DETERMINAÇÃO DO SEXO EM HUMANOS 1. Identificação do sexo cromossômico, que é estabelecida na fertilização (só com essa etapa não é possível afirmar o sexo; sexo cromossômico e sexo fenotípicos podem não ser compatíveis) 2. Diferenciação das gônadas em testículos ou em ovários (se houver entrada do gene SRY, produz seus produtos, fazendo com que suas gônadas virem um testículo) 3. Diferenciação dos genitais internos e externos masculinos ou femininos a partir de estruturas indiferenciadas presentes no embrião, que é dependente da presença ou ausência de testículos 4. Diferenciação secundária, que é a resposta de vários tecidos aos hormônios produzidos pelas gônadas para completar o fenótipo sexual OBS.: características sexuais secundárias em relação a determinação genética, no homem é a produção de testosterona (faz a densidade muscular ser maior), voz grossa, presença de pêlos… CROMOSSOMO X - 5% do DNA total do genoma - 160 Mb - Mais de 1400 genes codificantes - Maioria das doenças ligadas ao cromossomo X é de caráter recessivo CROMOSSOMO Y - Pequeno quando comparado com o X - 70 Mb - Poucos genes conhecidos (80 genes funcionais) - Praticamente, é um cromossomo para formar o homem os cromossomos sexuais, apesar de não serem homólogos, realizam recombinação (crossing-over) trocam apenas as extremidades, são regiões pseudoautossômicas as regiões mais internas não podem ser trocadas, porque serão encontrados genes que são exclusivos de cada cromossomo Gene SRY é o gene responsável pela determinação do sexo: - Tem Y: é homem - Tem Y: é mulher - No braço longo desse gene, existem os genes AZF: regiões deletadas na azoospermia que estão relacionados com a produção dos espermatozóides CASOS ATÍPICOS ● Homem XX fenotipicamente homens secreção de testosterona pelas células de Leydig costuma ser normal translocação entre X e Y (contém o SRY em um dos cromossomos X) só vai descobrir que não tem o cromossomo Y quando for tentar ter filhos: são estéreis (não tem os genes presentes no braço longo dos cromossomos Y) ● Hermafroditas verdadeiros presença dos órgãos sexuais internos e externos de ambos os sexos (incluindo ovários, útero, vagina, testículos e pênis) muitos tecidos estão subdesenvolvidos cerca de 90%: 46, XX não tem o gene SRY são estéreis OBS.: estuda-se o fato de se ter outros genes, autossômicos, que podem estar presentes no desenvolvimento do sexo em humanos ● Pseudo-hermafrodita feminino nasce com os ovários, mas possui genitália masculina externa, aparentemente, bem definida cariótipo: 46, XX ● Pseudo-hermafrodita masculino nasce com a genitália feminina, mas os testículos estão alojados dentro da cavidade pélvica e não possui ovários nem útero cariótipo: 46, XY OBS.: está sendo investigado o fato de diversos cromossomos, não somente os sexuais, determinarem o sexo em humanos
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