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Genética 3 Aula 1 - Citogenética Clínica Anormalidades Cromossômicas Dentro da citogenética temos vários nuances e tudo o que envolve as alterações dos cromossomos, sendo alterações que modificam estruturas ou quantidades desses cromossomos. Isso é estudado na área médica pois as anormalidades cromossômicas estão dentro de tipos de mutações associadas as doenças genéticas. Portanto, quando vamos estudar as causas de perdas gestacionais, por exemplo, pode ser que tenhamos ligação com anormalidades cromossômicas, que podem ter causado o aborto espontâneo. Deficiências intelectuais podem ser causadas por algumas síndromes e cromossomopatias. Existem ainda malformações congênitas que podem estar relacionadas às anormalidades cromossômicas e ainda algumas alterações ou perdas cromossômicas estão intimamente ligadas ao aparecimento de câncer. Os exemplos dados estão presentes em quantidades significativas de pessoas e casos, sejam elas recém nascidos vivos (aprox. 1%), gestações em mulheres acima dos 35 anos (2%) ou ainda metade de todos os abortos espontâneos de 1º trimestre. Indicações clínicas para análise cromossômica No que se refere a citogenética, existem alguns exames e abordagens que são recomendadas ou até exigidas para que se entenda e feche um diagnóstico sobre a síndrome de determinada pessoa. Por exemplo, quando temos problemas de crescimento ou até mesmo desenvolvimento precoce - podendo citar falhas no crescimento, malformações múltiplas, deficiência intelectual, fácies dismórficas, baixa estatura ou ainda genitália ambígua – há os indicativos para solicitar exames citogenéticos, sendo de tradicionais até moleculares. Sabemos que existem também síndromes relacionadas a natimortos e morte neonatal devido a alterações cromossômicas. Segundo dados, que são escassos sobre o tema, a incidência de alterações envolvendo cromossomos é de cerca de 10% em natimortos e de 0,7% em nativivos, além de cerca de 10% em crianças que falecem no período neonatal. Análises cromossômicas, segundo a OMS, deveriam ser realizada em todos natimortos e óbitos neonatais, pois, rastreando essas alterações cromossômicas, temos o mapeamento e a possibilidade de um aconselhamento genético para os pais, trazendo mais segurança para uma possível futura gravidez. Temos também algumas cromossomopatias que estão intimamente ligadas à problemas de infertilidade. Temos associações com a amenorreia em mulheres e ainda com casais com história de infertilidade ou abortos recorrentes (de 3 a 6% dos casos). Neoplasias também tem alta associação a anomalias cromossômicas, sendo praticamente todos os canceres relacionados com 1 ou mais alterações. Um último indício é a gestação em mulher de idade avançada, pois há um risco aumentado de anomalias nos fetos de mães com idade maior de 35 anos (processo regular de ovogênese). Obtendo células para análise cromossômica Para análises cromossômicas precisamos obter células que contenham cromossomos. Temos vários materiais biológicos para que isso seja feito, sendo o mais usado a cultura de sangue periférico, obtendo um número grande de células que possuam cromossomos (leucócitos), e aí fragmentamos e conseguimos analisar, como vantagem desse processo temos que sua análise é rápida, porém, após a coleta a cultura tem curta duração, com apenas 3 ou 4 dias. Podemos fazer análises cromossômicas através de biópsia de pele, sendo a sua desvantagem o método invasivo e sua vantagem a produção de fibroblastos, que possui riqueza para a análise de cromossomos. Temos também a análise via linfócitos, que podem ser imortalizados via procedimentos laboratoriais, porém é caro e trabalhoso. A medula óssea também pode ser utilizada para essas análises, não sendo necessário a cultura, porém é um processo extremamente invasivo e, dependendo da forma da coleta, há riscos de obtenção de cromossomos pobres. Podemos fazer a análise de cariótipo em indivíduos já nascidos e em fetos através de células obtidas antes do nascimento (células fetais). Uma das técnicas nesse processo é a Amniocentese, onde fazemos cultura de amniócitos, ou ainda pela coleta de células das vilosidades coriônicas, que não dependem de cultura. Cariótipo Quantidade e os aspectos dos cromossomos eucariotos, ou seja, conjunto completo de cromossomos em uma espécie ou em um organismo individual. O intuito da determinação do cariótipo é avaliar o comprimento, posição dos centrômeros, padrão de bandas e qualquer diferença entre os cromossomos. A técnica mais comum de análise de cariótipo é: Amniocentese – obtenção de amniócitos Método de amostragem do fluído amniótico que se insere uma agulha por via transabdominal na cavidade amniótica Agulha é inserida através das paredes abdominal e uterina (evitando placenta e feto) no saco amniótico que rodeia o feto 10-30 mL de líquido é retirado – contém células expelidas da pele, do trato respiratório e do trato urinário do feto Células são separadas por centrifugação e cultivadas em laboratório Utilizado no diagnóstico de transtornos genéticos e do desenvolvimento fetal Geralmente realizada na 16ª semana de gravidez Punção de vilosidades coriônicas (CVS) Método de amostragem de células coriônicas fetais (tecido fetal que faz parte da placenta) inserindo um cateter através da vagina (transcervical) ou parede abdominal no útero (transabdominal) Normalmente realizado na 8ª ou 9ª semana de gravidez Amniocentese e CVS podem ser acoplados com testes de DNA genômico para o diagnóstico pré-natal de alelos mutantes Identificação Cromossômica À medida que os cromossomos se condensam e tornam-se visíveis durante a divisão celular, certos aspectos estruturais podem ser reconhecidos: Cromossomos replicados – cromátides irmãs Centrômero (constrição primária) • É importante observar no centrômero principalmente as proteínas que darão o arcabouço para as fibras do fuso na hora de divisão das cromátides, chamadas de cinetócoro. Além disso, a localização confere ao cromossoma a sua forma característica, sendo que o braço curto é igual o p e o braço longo é o q. Temos outras regiões, como as secundárias de constrição (RON), com alta repetição de DNA, temos regiões organizadoras de nucléolo e, ainda, não podemos esquecer que quando vamos avaliar o cariótipo não temos apenas cromossomos autossomos, mas também cromossomos sexuais, importantes para avaliar situações onde houve a perda ou duplicação desses cromossomos, que geram algumas síndromes. Cariótipo – Bandeamento A forma mais comum de coloração de cariótipo é o bandeamento. Quando fazemos um coração de um material de cromossomos, conseguimos identificar regiões mais claras e mais escuras, esses graus de coloração são observados até no próprio ideograma (representação esquemática dos cromossomos no próprio banco do projeto genoma). Há diferentes corantes e padrões de bandas específicas para cada cromossomo mediante o corante utilizado. Bandeamento G Essa representação segue o tipo de bandeamento G, que significa guinça. As regiões mais escuras são ricas em A e T e em relação a quantidade de genes presentes são pobres e essa região é chamada de heterocromatina, regiões mais condensadas. As regiões mais claras são chamadas de eucromatina, ricas em G e C e rica em genes. É importante a observação e comparação de bandas pois, caso observarmos diferenças e não apresentação de bandas, há indícios de que houve a perda dos genes que ali deveriam estar. Bandeamento Q Coloração pela quinacrine mostarda e examinado por microscopia fluorescente Bandas brilhantes ou turvas com diferentes intensidades de fluorescência Bandas brilhantes são ricas em A e T, pobres em genes e as bandas opacas são ricas em G e C, ricas em genes Importância: detecção de deleções, inversões e duplicações em humanos.Bandeamento C Antes de corar com guinça, fazemos várias lavagens de hidróxido de bário Coloração de DNA altamente repetitivo (centrômero, heterocromatina constitutiva, telômeros, DNA satélite) Quando há bandas heterocromáticas aumentadas pode ser indício de problemas no pareamento e não disjunção dos cromossomos ou ainda influencia na expressão de alguns genes, resultando em prole anormal, abortos ou morte neonatal. Bandeamento R Cromossomos aquecidos, antes da coloração, apresentam bandas reversas Alta temperatura desnatura proteínas e DNA de constituição AT rica, mantendo o DNA GC-rico com a configuração original Pode ocorrer a utilização tanto de corantes fluorocromos como de convencional Usado para detectar deleções ou translocações que envolve regiões dos telômeros ou cromossomos de difícil coloração em G ou Q Citogenética Molecular Até agora, todos os métodos de coloração citogenética estão contidos na citogenética clássica, porém, nem sempre essas técnicas são certeiras, uma vez que é necessária uma capacidade observatória muito avançada. Portanto, são desenvolvidas técnicas e métodos de citogenética mais avançados, chamada de era da citogenética molecular. Sendo assim, foi possível a utilização de sondas específicas para jogar na cultura e dizer se tem ou não o que é procurado na sua procura. Fluorescent In Situ Hybridization – FISH Técnica de mapeamento físico de DNA em que uma sonda de DNA marcada com fluorocromo é hibridizada ao cromossomo ou núcleo interfásico e visualizado em microscópio de fluorescência O material consiste em núcleo interfásico ou cromossomos metafásicos, e podem comtemplar tecidos preservados, tecidos fixados em formol, preparações para citogenética convencional, amostras de sangue periférico, entre outros. Pode ser utilizado para várias razões diferentes, como na onco-hematologia visando identificação de anormalidades cromossômicas em leucemia/câncer, na genética constitucional, a fim de diagnóstico de síndromes genéticas específicas ou ainda no diagnóstico pré-natal para detecção de aneuploidias cromossômicas Tudo isso tem um envolvimento técnico: Nesse momento iremos entrar na parte que discute acerca das características das alterações cromossômicas. Dentro das alterações cromossômicas podemos envolver tantos cromossomos autossômicos e/ou sexuais, sendo as alterações podendo ser numéricas ou estruturais. Dentro das numéricas temos as poliploidias ou as aneuploidias. O ser humano é diploide, com dois conjuntos cromossômicos n de nossos pais, portanto, quando temos adições do que foge do normal, temos a poliploidia, sendo a mais comum a triploidia e a tetraploidia. As aneuploidias acontecem quando temos perda ou acréscimo de cromossomos individuais, como a monossomia (estudaremos as perdas em cromossomos sexuais, como a síndrome de Turner 2n-1, X) e as trissomias (S. Down 47 XX ou XY + 21, S. Edwards 47 XX ou XY + 18 e S. Klinefelter 47 XXY). Nas estruturais temos as deleções, duplicações, translocações (recíprocas ou robertsonianas), inversões e inserções Alterações cromossômicas numéricas Euploidia • Composição cromossômica normal de um indivíduo (eu = verdadeiro ou normal, ploide = múltiplo), ou seja, 23 cromossomos • Gametas haploides e células somáticas diploide são euploides • Quando ocorre a adição de lote haploide é chamado poliploidia ou heteroploidia (ex: triploidia 3n e tetraploidia 4n) • São considerados anormais porque os cromossomos adicionais expressam produtos gênicos extra que provocam anomalias Triploidia (3n) – 69, XXX ou XYY • Número cromossômico três vezes o número haplóide de todos os autossomos e sexuais, com uma incidência de 1:10.000 nascidos vivos • É encontrado de 15-18% de todas as alterações cromossômicas • Os recém-nascidos triploides tem múltiplas anormalidades: macrocefalia, dedos dos pés e mãos fundidos, malformações na boca, olhos e genitais, sendo que não sobrevivem por muito tempo. Tetraploidia (4n) – 92, XXXX ou 92, XXYY Número cromossômico 4 vezes o número haploide: 4 cópias de todos autossomos e sexuais Encontrado em 5% de todos os abortos espontâneos Incompatível com a vida Erro mitótico no embrião inicial (todos cromossomos duplicados migram para uma das células filhas) e fusão de dois zigotos diploides Alterações cromossômicas numéricas – Origem das euploidias Principalmente quando falamos em triploidias, temos a sua principal causa de um processo chamado dispermia, que pode ser ocasionada por três fatores: dupla contribuição paterna na fertilização, fertilização de um óvulo 2n ou a fertilização por um espermatozoide 2n. Diandria = erro paterno e Diginia = erro materno A ocorrência de gametas 2n é devido, majoritariamente, por anomalia meiótica, em que não ocorre a disjunção meiótica (erro na meiose I ou II), resultando num óvulo ou espermatozoide diploide. Aneuploidias Síndrome de Down • Única trissomia autossômica que permite a sobrevivência na idade adulta – embora poucos tenham 50 anos • Incidência de 1:800 – dados EUA • Características: hipotonia, braquicefalia com occipital plano, aspectos faciais dismórficos, pescoço curto, ponte nasal baixa, orelhas de baixa implantação e com aparência dobrada, boca aberta com a língua protusa, mãos curtas, manchas na íris, 40% tem defeitos cardíacos congênitos • Fatores que podem causar a S. Down: Predisposição genética, Exposição à radiação, infecção viral e níveis anormais de hormônios • A idade materna é o principal fator de risco: menores de 30 anos tem chance de 1:1000, maiores de 35 1:400, maiores de 40 1:100 e maiores de 45 1:25. Outro fato é de que 94% das não-disjunções ocorrem na mãe Por que a idade materna é um fator de risco? 1- Meiose não é completa até a ovulação: Ovócitos I são formados no desenvolvimento embrionário e a meiose I é concluída somente na ovulação, durante este tempo, eventos intracelulares ou agentes ambientais podem aumentar o risco de não disjunção 2- Seleção materna – embriões cromossômicos anormais normalmente resulta em abortos espontâneos: Esse mecanismo torna-se menos efetivo quando aumenta-se a idade • A trissomia simples é responsável por 95% dos casos de S. Down, sendo que a não disjunção meiótica materna na meiose I corresponde a cerca de 75% dos casos, da meiose II corresponde a 25% e a meiose paterna II corresponde apenas a 5% dos casos. • A translocação robertsoniana rob (14;21) corresponde a cerca de 4% dos casos. Nele ocorre a translocação do 21q, sendo assim, uma fertilização entre 46, XY e 45, XXrob (14;21) pode gerar prole normal, indivíduos com Down ou ainda prole inviável Síndrome de Edwards • Incidência de 1:6.000 nascimentos • Sobrevida: 2 a 4 meses • 95% são abortados espontaneamente • Características: hipertonia, deformação da mandíbula inferior, pequenos ao nascer, crescem lentamente, punhos cerrados, malformações cardíacas, esterno curto, “pé de cadeira de balanço” • 47, XX ou XY +18 em 95% dos casos • Trissomias completas ou translocação envolvendo todo ou quase todo o cromossomo 18 Síndrome de Patau (+13) – (47, XY ou XX +13) • Incidência: 1:10000 nascimentos • 50% dos indivíduos afetados morrem no 1º mês • Malformações faciais, defeitos oculares, dedos ou dedos extras, malformações do SNC, defeitos cardíacos congênitos, fendas labial e palatina • Pais de criança com S. Patau são mais velhos (média de 32 anos) do que pais que tem filhos sem síndromes • 80% dos casos são 47, XX ou XY, +13 Síndrome de Turner (45, X) – monossomia X • Incidência de 1:2.500 do sexo feminino • Resulta em esterilidade feminina • Características: baixa estatura, peito largo, ovários rudimentares, inchaço das mãos e pés, pode apresentar constrição da aorta, sem retardo mental e pescoço alado. Síndrome de Klinefelter(47, XXY) • Incidência de 1:1.000 sexo masculino • Comprometimento intelectual • Características: altos e magros, pênis e testículos pequenos, ginecomastia, infertilidade, dificuldade de aprendizagem • Em 50% dos casos o cromossomo X é derivado da mãe, em 50% dos casos pode ser relacionado ao erro da meiose I paterna. Há outras influencias genéticas que podem caracterizar um monaicismo. • Formas variantes apresentam fenótipos e acometimentos mais graves Alterações cromossômicas estruturais Rearranjos estruturais resultam da ruptura dos cromossomos seguida pela reconstituição em uma combinação anormal, sendo menos frequentes do que aneuploidias Uma vez que temos um defeito de estrutura dos cromossomos, a reconstituição pode ser balanceada, ou seja, aquilo que foi alterado ainda complementa uma quantidade normal de cromossomos sendo o impacto fenotípico ausente (inversões, translocações e inserções); ou ainda a recombinação pode ser não-balanceada, faltando material cromossômico ou tendo um acréscimo, afetando o fenótipo das pessoas (deleções, duplicações, marcadores e cromossomos em anel, isocromossomos e cromossomos discentricos) Inversões (B) • Cromossomo sofre duas fraturas e é reconstituído de forma invertida • Não provoca fenótipo anormal na maioria das vezes • Apresenta risco de gerar gametas anormais. • As inversões podem ser paracentricas, que não incluem o centrômero, ou paricentrica, que inclui o centrômero e ruptura em cada braço, que pode apresentar características fenotípicas, mas de maneira mais rara. Translocações (B) • Envolve a troca de segmentos de dois cromossomos, geralmente não homólogos • Translocações recíprocas: Ocorre a ruptura de cromossomos não homólogos com a troca recíproca dos segmentos. Geralmente só 2 cromossomos são envolvidos, sendo que o número total de cromossomos normal. São comuns em 1:600 neonatos • Alto risco de produção de gametas desbalanceados Translocações robertsonianas (B) • Ruptura de dois cromossomos acrocêntricos (13, 14, 15, 21 e 22) que se fundem próximo a região do centrômero, causando como consequência a perda dos braços curtos • Cariótipo de 45 cromossomos, sendo 1 cromossomo com os braços longos • Perda dos braços curtos não é deletaria devido a presença de genes RNAr. Deleções (Não-B) • Perda de um segmento resultando em desequilíbrio cromossômico • Portador monossômico para informação genética (homólogo normal e homólogo removido) • Deleção terminal – simples quebra, sem reunião das extremidades • Deleção intersticial – dupla quebra, perda de um segmento inteiro e depois união • A consequência que chama mais atenção é a Síndrome do Cri Du Chat, que acomete 1:50.000 nascidos vivos, caracterizada por deficiência intelectual, microcefalia, hipertelorismo, baixa implantação da orelha. Taxas de mortalidade elevada e choro infantil que se assemelha a um miado de gato. Duplicações (Não-B) • Repetição de um segmento cromossômico, causando um aumento do número de genes ou outras sequencias • Maioria resultante de crossing over desigual entre cromátides homólogas durante a meiose, produzindo segmentos adjacentes duplicados ou deletados Cromossomo em Anel (Não-B) • Geralmente originam-se da quebra de ambos os braços de um cromossomo com a subsequente fusão das extremidades e perda de segmento distal • Acomete 1:27.000 nascimentos • Pode ocorrer em todos os cromossomos, mas é mais comum no 13 e no 18 • Pode resultar em monossomia das regiões onde ocorreram as deleções • É visto com frequência em anomalias congênitas e está relacionado a deficiência mental e mal formações
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