Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O Contexto Socioeducacional na Perspectiva da Inclusão Aula 3 2 ▪ Continuação COnCeitOS, PrinCíPiOS e PreSSuPOStOS legaiS da eduCaçãO eSPeCial Bons estudos!!! Débora Margot de Barros Caro (a) Aluno (a) Seja bem-vindo (a)! Nesta segunda unidade, estamos tratando de questões relacionadas às pessoas com de iciência no que diz respeito a conceito, princípios, legislação. É importante compreender discursos, leis, documentos para se buscar ações apropriadas no espaço de trabalho escolar. Plano Nacional de Educação no Brasil O PNE 2001-2010, aprovado pelo Congresso Nacional e instituído pela Lei nº 10.127, de 9 de janei- ro de 2001, por sua vez, traçou rumos para as políti- cas e ações governamentais, ixando objetivos e metas para a Educação Brasileira por um período de dez anos - a chamada “Década da Educação”. Contribuiu para a construção de políticas e programas voltados à melhoria da educação sendo que esteve sem instru- mentos executivos para consecução das metas por ele estabelecidas. Coube aos Estados, o Distrito Federal e os Municípios elaborar planos decenais adequados. A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal, os municípios e a sociedade civil, devem instaurar avaliações periódicas da implemen- tação do Plano Nacional de Educação. Para o Poder Legislativo, por intermédio das Comissões de Educa- ção, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados e da Comissão de Educação do Senado Federal, cabe observar a execução do Plano Nacional de Educação. Cabe ao Congresso Nacional aprovar as medidas le- gais decorrentes, com vistas à correção de de iciências e distorções. A União instituiu o Sistema Nacional de Avaliação e estabelece os mecanismos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Plano Na- cional de Educação. Os planos plurianuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de- vem ser preparados de modo a dar suporte às metas constantes do Plano Nacional de Educação e dos res- 4 pectivos planos decenais. Os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios empe- nham na divulgação deste Plano e no desenvolvimen- to e realização de seus objetivos e metas, para que a sociedade tenha o conhecimento e possa acompanhar sua implementação. A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal, os municípios e a sociedade civil, deveria instaurar avaliações periódicas da implemen- tação do Plano Nacional de Educação.Para o Poder Legislativo, por intermédio das Comissões de Educa- ção, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados e da Comissão de Educação do Senado Federal, coube observar a execução do Plano Nacional de Educação, ao Congresso Nacional aprovar as medidas legais decorrentes, com vistas à correção de deficiências e distorções. A União instituiu o Sistema Nacional de Avaliação que estabelecia os mecanismos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Pla- no Nacional de Educação. Os planos plurianuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios deveriam ser preparados de modo a dar suporte às metas constantes do Plano Nacional de Educação e dos respectivos planos decenais. Os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- cípios empenharam na divulgação deste Plano e no desenvolvimento e realização de seus objetivos e me- tas, para que a sociedade tivesse o conhecimento e pudesse acompanhar sua implementação. 5 Objetivos: . a elevação global do nível de escolaridade da po- pulação; . a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; . a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e . democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da es- cola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Metas: . a elevação global do nível de escolaridade da po- pulação; . a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; . a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e . democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na ela- boração do projeto pedagógico da escola e a partici- pação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Define, por conseguinte: . as diretrizes para a gestão e o financiamento da 6 educação; . as diretrizes e metas para cada nível e modalidade de ensino e . as diretrizes e metas para a formação e valoriza- ção do magistério e demais profissionais da educação, nos próximos dez anos. EDUCAÇÃO BÁSICA 1. EDUCAÇÃO INFANTIL 2. ENSINO FUNDAMENTAL 3. ENSINO MÉDIO EDUCAÇÃO SUPERIOR 4 - EDUCAÇÃO SUPERIOR MODALIDADES DE ENSINO 5 - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 6 - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLO- GIAS EDUCACIONAIS 7 - EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E FORMA- ÇÃO PROFISSIONAL 8 - Educação Especial 9 - EDUCAÇÃO INDÍGENA Educação Especial A Constituição Federal estabelece o direito de as pessoas com necessidades especiais receberem educação preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208, III) 1988) O conhecimento da realidade é importante para isso é preciso dispor de estatísticas completas 7 sobre o número de pessoas com deficiências, sobre o atendimento. Estas podem ser de diversas ordens - visuais, auditivas, físicas, mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e também superdotação ou altas habilida- des. O atendimento particular oferecido por entidades filantrópicas, ainda é responsável por grande parcela da Educação Especial no País. A eliminação das barreiras arquitetônicas nas escolas é uma condição importante para a integração dessas pessoas no ensino regular. Outro elemento fun- damental é o material didático-pedagógico adequado, conforme as necessidades específicas dos alunos. Inexistência, insuficiência, inadequação e pre- cariedades podem ser constatadas em muitos centros de atendimento a essa clientela. Em relação à qualificação dos profissionais de magistério os sistemas de ensino costumam oferecer cursos de preparação para os professores, oferecidos pelo governo nas modalidades a distância, semipre- sencial e presencial disponíveis na Plataforma Freire. Considerando a diretriz da integração, ou seja, de que, sempre que possível, as crianças, jovens e adultos especiais sejam atendidos em escolas regula- res, a necessidade de preparação do corpo docente, e do corpo técnico e administrativo das escolas au- menta enormemente. Segundo os dados de 1997, pre- dominam as "classes especiais", nas quais estão 38% das turmas atendidas. 13,7% delas estão em "salas de recursos" e 12,2% em "oficinas pedagógicas". Apenas 5% das turmas estão em "classes comuns com apoio pedagógico" e 6% são de "educação precoce”. Em "outras modalidades" eram atendidas 25% das tur- 8 mas de Educação Especial. As informações de 1998 estabelecem outra classificação, chamando a atenção que 62% do atendimento registrado está localizado em escolas especializadas, o que reflete a necessidade de um compromisso maior da escola comum com o atendimento do aluno especial. Apesar do crescimento das matrículas, o déficit é muito grande e constitui um desafio imenso para os sistemas de ensino, pois diversas ações devem ser realizadas ao mesmo tempo. Entre elas, destacam-se a sensibilização dos demais alunos e da comunidade em geral para a integração, as adaptações curriculares, a qualificação dos professores para o atendimento nas escolas regulares e a especialização dos professores para o atendimento nas novas escolas especiais, pro- dução de livros e materiais pedagógicos adequados para as diferentes necessidades, adaptação das escolas para que os alunos especiais possam nelas transitar, oferta de transporte escolar adaptado,etc. Mas o grande avanço que a década (2011- 2020) da educação deverá produzir será a construção de uma escola inclusiva, que garanta o atendimento à diversidade humana. Diretrizes A Educação Especial se destina-se às pessoas com necessidades especiais no campo da aprendiza- gem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos. A integração dessas pessoas no sistema de ensi- no regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), 9 fazendo parte da política governamental há pelo me- nos uma década. Mas, tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar. Uma política explícita e vigorosa de acesso à educação, de respon- sabilidade da União, dos Estados e Distrito Federal e dos Municípios, é uma condição para que às pesso- as com deficiência sejam assegurados seus direitos à educação. Tal política abrange: o âmbito social, do re- conhecimento destas crianças, jovens e adultos como cidadãos e de seu direito de estarem incluídos na so- ciedade o mais plenamente possível; e o âmbito educa- cional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos), quanto na qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfei- ta inclusão. A garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência é uma medida importante. Entre outras características dessa política, são importantes a flexibilidade e a diversidade, quer porque o espectro das deficiências é variado. A União tem um papel essencial no planeja- mento e direcionamento da expansão do atendimen- to, diante das desigualdades regionais. O apoio da União é mais urgente e será mais necessário onde se verificam os maiores déficits de atendimento. Quanto mais cedo se der a intervenção edu- cacional, mais eficaz ela se tornará no decorrer dos anos, produzindo efeitos mais profundos sobre o de- senvolvimento das crianças. Por isso, o atendimento deve começar precocemente, inclusive como forma preventiva. Na hipótese de não ser possível o aten- 10 dimento durante a Educação Infantil, há que se de- tectarem as deficiências, como as visuais e auditivas, que podem dificultar a aprendizagem escolar, quando a criança ingressa no ensino fundamental. Em relação às crianças com altas habilidades (superdotadas ou ta- lentosas), a identificação levará em conta o contexto sócio-econômico e cultural e será feita por meio de observação sistemática do comportamento e do de- sempenho do aluno, com vistas a verificar a intensida- de, a frequência e a consistência dos traços, ao longo de seu desenvolvimento. O desenvolvimento e aprendizagem das crian- ças, jovens e adultos com deficiências, a articulação e a cooperação entre os setores de educação, saúde e as- sistência é fundamental e potencializa a ação de cada um deles. A necessidade de atendimento não se limita à área educacional, mas envolvem especialistas, sobre- tudo da área da saúde e da psicologia e dependem da colaboração de diferentes órgãos do Poder Público, em particular os vinculados à saúde, assistência e pro- moção social, inclusive em termos de recursos. O Programa de Renda Mínima Associado a Ações Sócio-educativas (Lei n.9.533/97) estendido a essa clientela, pode ser um importante meio de garan- tir-lhe o acesso e à frequência à escola. A formação de recursos humanos com capa- cidade de oferecer o atendimento aos educandos es- peciais nas creches, pré-escolas, centros de Educação Infantil, escolas regulares de Ensino fundamental, Médio e Superior, bem como em instituições especia- lizadas e outras instituições é uma prioridade para o Plano Nacional de Educação. Não há como ter uma 11 escola regular eficaz quanto ao desenvolvimento e aprendizagem dos educandos especiais sem que seus professores, demais técnicos, pessoal administrativo e auxiliar sejam preparados para atendê-los. Requer-se um esforço determinado das auto- ridades educacionais para valorizar a permanência dos alunos nas classes regulares, eliminando a nociva prática de encaminhamento para classes especiais da- queles que apresentam dificuldades comuns de apren- dizagem, problemas de dispersão de atenção ou de disciplina. A esses deve ser dado maior apoio pedagó- gico nas suas próprias classes, e não os separar como se precisassem de atendimento especial. Em 15 de dezembro de 2010, o Ministro da Educação Fernando Haddad, entrega ao governo o PROJETO DE LEI que aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 e dá outras providências. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Fica aprovado o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 (PNE - 2011/2020) constante do Anexo desta Lei, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição. “Art. 10. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deverão ser formulados de ma- neira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias do PNE - 2011/2020 e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução. Art. 11. O Índice de Desenvolvimento da Educação Bá- 12 sica - IDEB será utilizado para avaliar a qualidade do en- sino a partir dos dados de rendimento escolar apurados pelo censo.” Este documento representa um importante avan- ço institucional para o país, definindo metas e estraté- gias para avançar no processo de melhoria da Educação Brasileira. A sociedade deve estar mobilizada, governo e os mais diversos segmentos, em torno da ampliação do acesso à educação de qualidade para todos os brasileiros. A melhoria continuada do nível de educação da população certamente irá refletir-se não só na qualida- de da vida, efetivação da democracia e ampliação da cidadania para muitos brasileiros, mas, também no de- senvolvimento econômico do país. Diante de tal fato, estabelecimento de metas e estratégias para garantia de uma educação de qualidade para todos os brasilei- ros tem que ser prioridade nacional. Foram apresentadas 20 metas para alcançar os objetivos propostos. Ao tema discutido nesta unidade cito a meta 4 e suas estratégias: “Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a de- zessete anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e al- tas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino. Estratégias: 4.1) Contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Ma- nutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, 13 as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especia- lizado complementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular. 4.2) Implantar salas de recursos multifuncionais e fomen- tar a formação continuada de professores para o aten- dimento educacional especializado complementar, nas escolas urbanas e rurais. 4.3) Ampliar a oferta do atendimento educacional espe- cializado complementar aos estudantes matriculados na rede pública de ensino regular. 4.4) Manter e aprofundar programa nacional de acessibi- lidade nas escolas públicas para adequação arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de mate- rial didático acessível e recursos de tecnologia assistiva, e oferta da educação bilíngue em língua portuguesa e Lín- gua Portuguesa de Sinais - LIBRAS. 4.5) Fomentar a educação inclusiva, promovendo a articu- lação entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado complementar ofertado em salas de recur- sos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas. 4.6) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por partedos beneficiários do benefí- cio de prestação continuada, de maneira a garantir a am- pliação do atendimento aos estudantes com deficiência na rede pública regular de ensino.” A Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência (ONU 2006), ratificada no Brasil pelos Decretos 186/2008 e 6949/2009, em seu artigo 9º, afirma que: 14 “a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver com autonomia e participar plenamente de to- dos os aspectos da vida, os Estados Partes deverão tomar as medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso, em igualdade de oportunidades com as de- mais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à infor- mação e comunicação”. O Ministério da Educação – MEC, de acordo com os marcos legais políticos e pedagógicos da Edu- cação Inclusiva, atua para assegurar o direito de todos à educação regular. Em 2008, estabelece a Política Na- cional de Educação Especial na perspectiva da Edu- cação Inclusiva, documento orientador para estados e municípios organizarem suas ações no sentido de transformarem seus sistemas educacionais em siste- mas educacionais inclusivos. Decretos, resoluções, notas técnicas e pare- ceres foram organizados para auxiliar e subsidiar as discussões, ações na efetivação dos compromissos estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência. Foram elaborados a partir de demandas dos sistemas de ensinos e sociedade em geral e para o controle social das políticas públicas voltadas à inclusão escolar das pessoas com deficiên- cia, transtornos globais do desenvolvimento, altas ha- bilidades/superdotação. 15 Mecanismos para a garantia do direito das pessoas com deficiência à Educação Inclusiva A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada pelo MEC em 2008, dá um novo limite teórico e orga- nizacional na Educação Brasileira, estabelecendo Educação Especial como forma não substitutiva à escolarização; o conceito de atendimento educacio- nal especializado complementar ou suplementar à formação dos estudantes; e o público alvo da Educa- ção Especial constituído pelos estudantes com defici- ência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. De acordo com as diretrizes da nova política: “A Educação Especial é definida como uma modali- dade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços, realiza o atendimento educacional especializado e orienta quanto a sua utilização no processo de en- sino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.” PNE-MEC 2008 Os princípios definidos na atual política são ra- tificados pelas Conferências Nacionais de Educação – CONEB/2008 e CONAE/2010, que no documento final salientam: “Na perspectiva da Educação Inclusiva, cabe des- tacar que a Educação Especial tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com defici- 16 ência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas turmas comuns do ensino regular, orientando os sistemas de ensino para garantir o acesso ao ensino comum, a partici- pação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados de ensino; a transversalidade da Educação Especial desde a Educação infantil até a Educa- ção superior; a oferta do atendimento educacional especializado; a formação de professores para o atendimento educacional especializado e aos demais profissionais da educação, para a inclusão; a parti- cipação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informações; e a articulação inter- setorial na implementação das políticas públicas”. (Brasil, 2008) A Educação Inclusiva torna-se ponto de gran- de importância nos debates educacionais brasileiros, gerando novas concepções, que geram apoio técnico e financeiro, no sentido de buscar as condições para a inclusão escolar dos estudantes, público alvo da Edu- cação Especial nas redes públicas de ensino. O termo acessibilidade é colocado como forma de promoção da igualdade de condições entre todos. Visando instituir uma política pública de finan- ciamento da Educação Inclusiva, é publicado O De- creto nº 6.571/2008, amplia a oferta do atendimento educacional especializado – AEE a estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e estabelece o seu financiamento no âmbito do FUNDEB. 17 Conforme o Decreto 6.571/2008: “O atendimento educacional especializado - AEE é o conjunto de atividades, recursos de acessibi- lidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.” (Brasil, 2008) No seu artigo 3º, é definido o apoio técnico e financeiro a ser prestado pelo Ministério da Edu- cação, com a finalidade de promover o atendimento educacional especializado tanto na educação básica quanto na superior por meio das seguintes ações: “I - implantação de sala de recursos; II – formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado; III – formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para Educação Inclusiva; IV – Adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidades; V - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para acessibilidade; e VI – estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de Educação Superior” (Brasil, 2008) O financiamento da dupla matrícula de estu- dantes público alvo da Educação Especial na Educa- ção básica é instituído, no âmbito do FUNDEB, de modo a alimentar a organização e oferta do Atendi- mento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva conforme disposto no artigo 6º: Diretrizes para orientar a implantação do De- 18 creto 6.571 Resolução Nº. 4 CNE/CEB. Este documento define, no artigo 1º, que cabe: [...]”aos sistemas de ensino matricular os alu- nos com deficiência, transtornos globais do desenvol- vimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educa- cional Especializado – AEE[...]” (Brasil, 2009) O AEE deve integrar o projeto político peda- gógico - PPP da escola, envolver a família e ser feito e junto às políticas públicas. É uma oferta institucio- nalizada, prevendo na sua organização a implantação da sala de recursos multifuncionais, a elaboração do plano de AEE, professores para o exercício da docên- cia no AEE, demais profissionais como tradutor e in- térprete da Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e aqueles que atuam em atividades de apoio. De conformidade com o artigo 5º dessa resolução: “O Atendimento Educacional Especializado é rea- lizado, prioritariamente, na sala de recursos multi- funcionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em Centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantró- picas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secre- taria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal e Municípios” (Brasil, 2009) 19 Essas ações mobilizam o desenvolvimento da política de inclusão das escolas sendo compreendido como uma perspectiva ampla de reestruturação da Edu- cação, que pressupõe a articulação entre a Educação Es- pecial e o ensino comum. Faz parte do trabalho a ela- boração, a disponibilização e a avaliação de estratégias pedagógicas, de serviços e recursos de acessibilidade para a promoção efetiva do direito de todos à Educação. Programas e Ações de apoio ao desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino O Ministério da Educação, em parceria com os sistemas de ensino, coloca ações e programas com o objetivo de transformação dos sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos, taiscomo: Programa de Formação Continuada de Professores em Educação Especial - modalidade à distância Oferta de cursos na modalidade à distância pelas instituições públicas de Educação Superior, por meio da Universidade Aberta do Brasil - UAB para a formação continuada de professores. Ver também a Plataforma Freire (MEC). Programa de Formação Continuada de Professo- res em Educação Especial - RENAFOR - moda- lidade presencial Objetiva a oferta de cursos de formação continu- ada em Educação Especial, na modalidade presencial. 20 Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade Objetiva a transformação dos sistemas edu- cacionais em sistemas educacionais inclusivos. Anu- almente é realizado seminário nacional de formação dos coordenadores, com a disponibilização de mate- riais pedagógicos e apoio financeiro para a formação em cada município polo, contemplando a totalidade dos municípios brasileiros. Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais O Programa de Implantação de Salas de Re- cursos Multifuncionais, criado em 2005, foi instituído pela Portaria Ministerial nº 13/2007, no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE. As Salas de Recursos Multifuncionais constituem-se em espaços para a oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE, complementar à escolarização de estudantes público alvo da Educação Especial. Deve atender escolas públicas com matrícula de estu- dantes público alvo da Educação Especial em classe comum do ensino regular, registradas no Censo Esco- lar INEP/MEC. São disponibilizadas salas Tipo I, compostas por equipamentos, mobiliários, recursos de acessibi- lidade e materiais didático/pedagógicos e salas Tipo II, acrescidas de recursos e equipamentos específicos para o atendimento de estudantes cegos. A seleção das escolas é feita pelo gestor da rede de ensino, no Sistema de Gestão Tecnológica do Mi- nistério da Educação – SIGETEC. Assim, compro- mete-se com a disponibilização do espaço físico e do 21 professor para o AEE, bem como com a manutenção e segurança dos recursos. Programa Escola Acessível Disponibiliza recursos para ações de acessibili- dade nas escolas públicas, promovendo o pleno aces- so e a participação das pessoas com deficiência nos ambientes escolares. O Programa integra o Plano de Desenvolvi- mento da Educação – PDE.. Dinheiro Direto na Escola – PDDE, executa- dos diretamente pelas Unidades Executoras. Em 2009 o Programa seguiu os critérios do PDE-Escola. Em 2010 o Programa contemplou as escolas com Salas de Recursos Multifuncionais, implantadas no perío- do de 2005 a 2008. Segundo a Resolução FNDE nº 10 – alterada pela Resolução FNDE nº 31 - adota-se como sistemática a apresentação de planos de aten- dimento por meio do Sistema de Monitoramento do Ministério da Educação – SIMEC, prevendo despesas de custeio e capital para adequações estruturais e para a acessibilidade, além da aquisição de recursos de tec- nologia assistiva. Programa BPC na Escola O Programa de Acompanhamento e Moni- toramento do Acesso e Permanência na Escola dos Beneficiários do Benefício da Prestação Continuada da Assistência Social – BPC com Deficiência, na faixa etária de zero a dezoito anos, é uma ação interministe- rial envolvendo a Educação, a Saúde, a assistência so- cial e os direitos humanos, cujo objetivo é promover a 22 inclusão escolar destes beneficiários. Promoveu a apli- cação do questionário de identificação das barreiras, que envolve 119 questões referentes ao acesso às po- líticas de saúde, Educação, Assistência social e outras. Essas informações são disponibilizadas por meio do hotsite BPC na Escola, no portal do MEC. Projeto Livro Acessível Objetiva promover a acessibilidade no âmbito dos Programas do Livro MEC/FNDE, assegurando a estudantes com deficiência visual matriculados em escolas públicas da educação básica, livros em forma- tos acessíveis (Braille). O projeto é implementado por meio de parceria entre SEESP, FNDE, IBC e Secreta- rias de Educação, às quais se vinculam os CAP - Cen- tro de Apoio Pedagógico a Pessoas com Deficiência Visual e os NAPPB – Núcleo Pedagógico de Produ- ção Braille. Produzem e distribuem, nas cinco regiões, os livros didáticos e paradidáticos no formato Braille, a estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental e no formato digital acessível (Mecdaisy,) que possi- bilita acessar o texto por meio de áudio, carácter am- pliado e diversas funcionalidades de navegação pela estrutura do livro para estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e Médio. Disponibilização de laptop para estudantes ce- gos do Ensino Médio (2007/2008); e para estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, EJA e Edu- cação profissional (2009/2010); Criação do acervo digital acessível – ADA, ambiente virtual destinado a postagem de materiais digitais e a produção coletiva de livros em Mecdaisy; 23 Disponibilização aos CAP e NAPPB (2009/2010) do conjunto de equipamentos para pro- dução de livros acessíveis, contemplando: impressora Braille, scanner, computador, linha Braille, leitor de tela, guilhotina, grampeador e perfurador elétrico, du- plicador Braille, estabilizadores e mobiliários. O Projeto Livro Acessível realiza a reprodução das obras escolhidas pelas escolas, seguindo o crono- grama estabelecido no âmbito dos programas de dis- tribuição de livros do MEC/FNDE. O Projeto Livro em Libras tem por objetivo a disponibilização de materiais didáticos em Libras, garantindo a acessibilidade aos estudantes surdos. Nos anos de 2007 e 2008 foram distribuídos 463.710 exemplares da coleção Pitanguá em Libras (Língua portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia e Histó- ria), destinados aos estudantes com surdez dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Programa INCLUIR - Acessibilidade na Educação Superior Criado em 2005 e instituído no âmbito do PDE/2007, é implementado em parceria com a Se- cretaria de Educação Superior, objetiva promover a acessibilidade nas instituições públicas de educação superior, garantindo condições de acesso e partici- pação às pessoas com deficiência. O Programa apoia projetos apresentados pelas IES, para a eliminação de barreiras físicas, pedagógicas, nas comunicações e informações, nos diversos ambientes, instalações, equipamentos e materiais didáticos disponibilizados pelas instituições. 24 PROESP - Programa de Apoio à Educação Especial Desenvolvido em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, tem por objetivo apoiar projetos de pesquisa e de formação na área da Educação Especial na pers- pectiva da Educação Inclusiva, no âmbito da pós-gra- duação stricto sensu. O Programa é voltado à produção e avaliação de referenciais, metodologias e recursos de acessibilidade na educação e demais processos pe- dagógicos e formativos que envolvem o atendimento educacional especializado para estudantes com defici- ência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. PROLIBRAS - Programa Nacional para a Certifi- cação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras e para a Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portuguesa Tem por objetivo viabilizar, por meio de exa- mes de âmbito nacional, a certificação de proficiência no uso e ensino de Libras e na tradução e interpreta- ção da Libras. A partir do Decreto nº 5.626/2005 que regula- menta a Lei nº 10.436/2002, foram realizadas quatro edições do PROLIBRAS, em todas as capitais, resul- tando na certificação de 5.126 profissionais. 25 Centros de Formação e Recursos - CAP, CAS e NAAH/S Os Centros de Apoio Pedagógico para Atendi- mento às Pessoas com Deficiência – CAP e os Núcle- os de Apoio Pedagógico e Produção Braille – NAPPB são centros de apoio técnico e pedagógico à educação de estudantes com deficiência visual, promovendo a acessibilidade no sistema regular de ensino. Os Cen- tros de Formação de Profissionaisda Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez – CAS tem por objetivo promover a educação bilíngue, por meio da formação continuada de profissionais para oferta do AEE a estudantes surdos e com deficiência auditiva e da produção materiais acessíveis. No contexto da inclusão escolar, os CAS atuam junto às escolas com Salas de Recursos Multifuncionais, como centro de re- ferência e apoio aos sistemas de ensino. Os Núcleos de Atividades para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação - NAAH/S, MEC, com função de orientar os sistemas de ensino quanto ao atendimento e desenvolvimento de práticas peda- gógicas que atendam às necessidades específicas de estudantes com altas habilidades/superdotação. Cabe aos núcleos realizar: a formação continuada de profes- sores das salas de recursos multifuncionais quanto à oferta do AEE e do ensino regular; a articulação com as instituições de Ensino Superior para a formação de redes colaborativas voltadas ao desenvolvimento de atividades de pesquisa, artísticas, esportivas, entre outras, promovendo a participação de estudantes com altas habilidades /superdotação. 26
Compartilhar