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Organização do Transporte no Brasil MÓDULO 4 2 Sumário Unidade 11 | Intermodalidade e Multimodalidade 3 1 Introdução 4 2 Intermodalidade X Multimodalidade 4 3 Transporte Multimodal 5 4 Operador de Transporte Multimodal (OTM) 6 5 Composição de Cadeias Multimodais 8 Atividades 10 Referências 11 Unidade 12 | Logística Internacional 13 1 Introdução 14 2 Introdução à Logística Internacional 14 3 Zonas de Atividades Logísticas para o Comércio Internacional 16 4 Transporte Internacional no Mercosul 19 5 Controle Aduaneiro 20 Atividades 22 Referências 23 Gabarito 25 3 UNIDADE 11 | INTERMODALIDADE E MULTIMODALIDADE 4 Unidade 11 | Intermodalidade e Multimodalidade 1 Introdução Muitas vezes as palavras multimodal e intermodal são utilizadas como sinônimas. No entanto, elas significam coisas distintas, tanto do ponto de vista prático nas atividades logísticas, quanto do ponto de vista da legislação brasileira. A seguir, vamos compreender suas diferenças e a forma correta de aplicá-las. 2 Intermodalidade X Multimodalidade A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se realizam pela utilização de mais de um modal de transporte. Isto quer dizer exatamente: “transportar uma mercadoria, do seu ponto de origem até a entrega no destino final, por modalidades diferentes”. A intermodalidade foi definida pelo Art. 8° da Lei n° 6.288, de 11/12/75, apenas como sendo “o transporte de cargas onde são utilizados dois ou mais modalidades numa mesma operação utilizando vários documentos, sendo um para cada modal utilizado”. 5 Mas esta lei foi revogada pela Lei n° 9.611, de 19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o transporte multimodal e que caracteriza a intermodalidade “pela emissão individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores”. Aí está a grande diferença entre os termos, pois na multimodalidade, ao contrário, existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Esse documento é emitido pelo OTM, que também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custódia. 3 Transporte Multimodal A Lei n° 9.611 de 19/02/98 dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas (TMC) e, em seu Art. 2°, define o TMC como sendo “aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade de um Operador de Transporte Multimodal (OTM)”. Para compreender melhor o tema, é preciso considerar, ainda, o Decreto nº 1.563 de 30/12/1995 que se refere à execução do Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte Multimodal de Mercadorias, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Decreto nº 3.411, de 2000, que Regulamenta a Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998, e altera os Decretos nº 91.030, de 5 de março de 1985, e nº 1.910, de 21 de maio de 1996. e Além do transporte propriamente dito, esse tipo de operação inclui os serviços de coleta, unitização, desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário. Existe, ainda, a Resolução ANTT nº 794/2004 que estabelece a habilitação do Operador de Transporte Multimodal, de que tratam a Lei nº 9.611/1998 e o Decreto nº 1.563/1995. 6 Algumas das vantagens da utilização do transporte multimodal: • contratos de compra e venda mais adequados; • melhor utilização da capacidade disponível da nossa matriz de transporte; • utilização de combinações de modais mais eficientes energeticamente; • melhor utilização das tecnologias de informação; • ganhos de escala e negociações do transporte; • melhor utilização da infraestrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manuseio; • aproveitamento da experiência internacional tanto do transporte como dos procedimentos burocráticos e comerciais; • redução dos custos indiretos. 4 Operador de Transporte Multimodal (OTM) A Lei nº 9.611/1998, em seu Art. 5°, ainda define o Operador de Transporte Multimodal (OTM) como sendo “pessoa jurídica contratada como principal, para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros”. 7 e Responsabilidade O OTM não precisa ser necessariamente um transportador, mas assume perante o contratante a responsabilidade pela execução do contrato de transporte multimodal, pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo acordado. A Lei n° 9.611 também determina a emissão do documento de transporte multimodal de cargas, o qual evidencia o contrato e rege toda a operação. Nele, são mencionados os locais de recebimento e entrega da mercadoria, sob responsabilidade total do OTM. e Habilitação O exercício da atividade do OTM depende de prévia habilitação e registro na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Caso o OTM deseje atuar em âmbito internacional, deverá também se licenciar na Secretaria da Receita Federal. Essas habilitações serão concedidas por um prazo de 10 anos. O Decreto Lei n° 3.411, de 12/04/00 e suas alterações, regulamenta a Lei n° 9.611, define os requisitos necessários para a obtenção das habilitações. Para ser um OTM, deve-se atender a Resolução ANTT nº 794/2004 apresentando os seguintes documentos à ANTT: I. requerimentos nos termos do formulário indicado no Anexo I desta Resolução, assinado pelo interessado ou seu representante legal, devidamente habilitado por instrumento de mandato; II. ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedade comercial e, no caso de sociedade por ações, apresentar também documento de eleição e termo de posse de seus administradores; 8 III. registro comercial, no caso de firma individual; IV. inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda, ou no extinto Cadastro Geral de Contribuintes (CGC), para o caso de cartões ainda com validade ou, no caso de empresa estrangeira, a inscrição do seu representante legal. h Para atuar como OTM entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (Decreto 1.563/95), a pessoa jurídica nacional deverá ainda apresentar comprovação de patrimônio mínimo em bens ou equipamentos, ou aval bancário ou seguro caução equivalente. 5 Composição de Cadeias Multimodais No transporte de cargas realizado por meio da multimodalidade pode-se fazer a composição de diferentes cadeias multimodais, já que esta se caracteriza pela utilização de duas ou mais modalidades. Existem dez combinações de cadeias multimodais com a utilização combinada de duas modalidades (bimodal), conforme mostrado a seguir: I. Ferroviário – Rodoviário II. Ferroviário – Hidroviário III. Ferroviário – Aéreo IV. Ferroviário – Dutoviário V. Rodoviário – Aéreo VI. Rodoviário – Hidroviário VII. Rodoviário – Dutoviário 9 VIII. Hidroviário – Aéreo IX. Hidroviário – Dutoviário X. Aéreo – Dutoviário Resumindo Note que o modo de transporte aéreo pode ser combinado a qualquer um dos outros quatro modos na composição e cadeias bimodais. Porém, utilizando mais de duas modalidades há a possibilidade de montagem de diversas combinações de cadeias multimodais. Alguns exemplos: • Ferroviário – Rodoviário – Hidroviário • Ferroviário – Dutoviário – Aéreo • Rodoviário – Hidroviário – Aéreo – Dutoviário • Dutoviário – Ferroviário – Rodoviário – Aéreo – Hidroviário 10 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Um operador de Transporte Multimodal deve apresentar alguns documentos à ANTT de acordo com a Resolução ANTT nº 794/2004. No caso de firma individual, é necessário apresentar um registro comercial. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiroou falso. Na multimodalidade existe a emissão de alguns documentos de transporte, cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Esses documentos são emitido pelo OTM, que também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custódia. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 11 Referências ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, Interestadual e Internacional de Passageiros. Revista da Abrati, nº 37, jun. 2004. ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. AZAMBUJA, A. M. V. Análise de Eficiência na Gestão do Transporte Público por Ônibus em Municípios Brasileiros. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. BALLOU, R. R. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993. EBTU – Empresa Brasileira de Transportes Urbanos. Planejamento da Operação. Módulo de Treinamento, STPP Gerência do Sistema de Transporte Público de Passageiros. Brasília: EBTU, 1988. FERRAZ, A. C. P.; TORRES, I. G. E. Transporte Público Urbano. 2. Ed. São Carlos: RiMa, 2004. FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. FRADERA, V. M. J.; LHEMEN, A. Transporte Multimodal. Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal da internet, 2017. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 10 jul. 2017. NUNES, R. S.; NANCASSa, B. P.; SEEFELD, R.; NIEDZIELUK FILHO, P.; FREITAS, B. C. O transporte marítimo de cabotagem e suas perspectivas no Brasil. Congresso Internacional de Administração, 2008. MCIDADES – Ministério das Cidades. Mobilidade e desenvolvimento urbano/ Ministério das Cidades, Secretaria de Transporte e da Mobilidade Urbana. Brasília: MCidades, 2006. 12 PAROLIN, F. Princípios para a atuação do poder público em mobilidade urbana. In: ABAR – Associação Brasileira de Agências de Regulação. IV Congresso Brasileiro de Regulação da ABAR. Manaus: ABAR, 2005. PASSAGLIA, E.; VALENTE, A. M.; NOVAES A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. Florianópolis: Pioneira Thomson Learning, 2001. RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional. 3. Ed. São Paulo: Aduaneiras, 2005. WANKE, P. F. Logística e transporte de cargas no Brasil: produtividade e eficiência no século XXI. São Paulo: Atlas, 2010. 13 UNIDADE 12 | LOGÍSTICA INTERNACIONAL 14 Unidade 12 | Logística Internacional 1 Introdução Com a intensificação da comercialização de mercadorias entre as diversas nações do mundo, um novo movimento de ordem mundial se tem consolidado nos últimos tempos. A este movimento de intensificação de trocas além das fronteiras dos países convencionou-se chamar de globalização. 2 Introdução à Logística Internacional Com a abertura das fronteiras entre os países, alguns fatores passaram a ter destaque especial nas relações de troca de mercadorias. São eles: • Domínio de informações estratégicas sobre negócios; • Custos competitivos; • Atratividade do país para absorver capitais privados e autônomos para investimentos em estruturas produtivas; • Domínio de tecnologias avançadas de produção e de gerenciamento; • Cadeias de suprimentos competitivas; • Posturas competitivas em megamercados (mercados mundiais para o comércio de bens); • Macroparcerias internacionais (parcerias entre grandes conglomerados). 15 e Essa nova ordem está centrada na capacidade de competição no campo econômico. O mundo tem assistido a um processo de deslocalização da produção, isto é, as grandes corporações buscam intensa e constantemente bases mais baratas de produção. Assim, os grandes grupos industriais passaram a construir suas fábricas e, em seguida, produzir os bens em países onde a mão de obra é mais barata e abundante, e onde os governos fornecem incentivos fiscais (isenção de impostos e tributos) para as empresas investirem em projetos industriais. Ocorre que na maioria dos casos o mercado consumidor não coincide com os países onde as empresas instalam suas fábricas. Por vezes, nem mesmo a matéria-prima necessária para produzir os bens é abundante nos países nos quais a empresa está localizada. Desta maneira, há necessidade de se movimentar as matérias-primas desde suas fontes fornecedoras até o local de produção. Em seguida, o produto acabado precisa ser deslocado desde a fábrica até os pontos de consumo, ou seja, os mercados consumidores. Enfim, com a globalização, é frequente que uma empresa se localize em determinado país, traga as matérias-primas de diversos outros países, fabrique o bem final, e, em seguida, o distribua para os diversos centros consumidores (vários outros países). Não é, portanto, difícil de perceber que cresce a importância da logística no processo atual de comercialização de mercadorias entre países, agregando valor e reduzindo custos e tempo ao longo da cadeia produtiva. A complexidade dos problemas em cadeias logísticas internacionais é maior do que nas cadeias internas de um país, pois as funções da logística internacional englobam, além das atividades clássicas da logística, outros itens como: • fretes e seguros; • desembaraços aduaneiros; • acordos de comércio entre países; 16 • normas e regulamentos para a movimentação de mercadorias entre países; • modais de transporte; • transporte porta a porta; 3 Zonas de Atividades Logísticas para o Comércio Internacional O transporte entre países pode ser feito por meio aeroviário, aquaviário, dutoviário, ferroviário e rodoviário. No Brasil, o transporte além das fronteiras é realizado com a maior parte dos países por meio do transporte marítimo ou do transporte aéreo. O transporte rodoviário também tem participação importante na movimentação de cargas internacionais, principalmente com os países do Mercosul e com os outros países da América do Sul. A diferença de tratamento logístico entre as trocas de mercadorias ocorridas no interior do país e a comercialização realizada entre o Brasil e outros países é acentuada, principalmente, pelos trâmites aduaneiros necessários aos processos de importação e de exportação de mercadorias. Há todo um conjunto de procedimentos e de obtenção de documentos (licenças, seguros, acordos, contratos, entre outros) que necessitam ser observados para o caso da comercialização de produtos entre países. e Vale ressaltar que o modal dutoviário também é utilizado para o transporte internacional. Exemplo disso é o transporte de gás natural desde a Bolívia até o Brasil pelo gasoduto Brasil-Bolívia. Normalmente, os procedimentos aduaneiros são desenvolvidos em Zonas de Atividades Logísticas mais conhecidas como portos marítimos, aeroportos, portos secos e entrepostos aduaneiros. 17 Uma Zona de Atividades Logísticas destinada ao comércio exterior necessita dispor de locais onde os procedimentos e os regimes aduaneiros possam ser aplicados, tais como recintos alfandegados de uso privativo e de uso público e armazéns onde possam ser guardadas mercadorias esperando despacho. Os serviços de aduanas são divididos em duas zonas (RODRIGUES, 2005): a) Zona Primária b) Zona Secundária A zona primária é formada pela área ocupada pelos portos, aeroportos e pontos de fronteira. Nestes locais estão localizadas as unidades aduaneiras que têm jurisdição sobre um ponto de entrada ou saída de veículos. Por outra parte, a zona secundária é formada pelo restante do território nacional, incluindo-se as águas territoriais e o espaço aéreo. Nas zonas secundárias estão localizadas as unidades aduaneiras interiores que permitem a armazenagem das cargas por médioprazo, o despacho, a nacionalização e a transferência de modal de transporte para as mercadorias que estão sob o regime aduaneiro (importação e exportação de mercadorias). Exemplos de unidades aduaneiras secundárias (RODRIGUES, 2005): • Entreposto aduaneiro: são áreas totalmente administradas e operadas e controladas pelo poder público (Receita Federal). Nelas é realizada a liberação das mercadorias de importação e exportação sob controle fiscal. • Terminal retroportuário alfandegado: são áreas administradas e operadas por instituições privadas, permissionárias de serviços aduaneiros e controladas pela Receita Federal. Estão localizadas em áreas particulares, próximas dos portos e requerem a existência de uma zona primária interligada. 18 • Estação Aduaneira de Interior (EADI): áreas também conhecidas como portos secos, administradas e operadas por instituições privadas, permissionárias de serviços aduaneiros e controladas pela Receita Federal. Localizam-se, normalmente, em áreas concentradoras de cargas, distantes dos portos marítimos, e funcionam como verdadeiros portos secos. • Estação aduaneira de interior frigorífica: são áreas destinadas exclusivamente a cargas frigorificadas localizadas em zonas concentradoras de cargas distantes das zonas portuárias. São administradas por permissionárias de serviços aduaneiros. Nas zonas primárias (portos, aeroportos, pontos de fronteira) e nas unidades aduaneiras secundárias, além dos serviços inerentes às operações aduaneiras, podem ser prestados outros serviços complementares à movimentação e à armazenagem de mercadorias. Entre eles: • Estadia de veículos e unidades de carga (contêineres e paletes) • Pesagem • Limpeza e desinfecção dos veículos • Retirada de amostras para controle e fiscalização • Lonamento e deslonamento • Colocação de lacres • Unitização e desunitização de cargas • Marcação, numeração e etiquetagem de volumes • Marcação e colocação de selos fiscais em produtos importados • Consolidação dos documentos • Etiquetagem e marcação de produtos destinados à exportação • Demonstração e testes de funcionamento de veículos • Acondicionamento e montagem de máquinas e equipamentos 19 4 Transporte Internacional no Mercosul O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um bloco econômico constituído para a liberação de comércio de bens e de serviços, e livre circulação de pessoas e capital, entre os países membros e os associados. A união visa à ampliação dos mercados nacionais e ao desenvolvimento econômico com a preservação da justiça social dos parceiros. Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela (incorporada em 31/07/2012) são os atuais membros do Mercosul. O Paraguai fazia parte como país membro, mas foi suspenso do bloco em 29/06/2012. Já o Peru, Chile, Bolívia, Colômbia e Equador (estes dois últimos em 2004) se tornaram sócios, conseguindo tarifas preferenciais para a venda e compra de produtos como os demais países membros. O Mercosul negocia acordos com países da União Europeia e do Pacto Andino, além de países como Canadá e Austrália, entre outros. O Mercosul representa um esforço de integração econômica, cuja meta é o estabelecimento de um Mercado Comum entre os países membros. Esses países, ao se integrarem, ganham peso nas negociações internacionais, já que passam a negociar não mais individualmente, mas como um bloco diante de outros blocos econômicos, representados por outros países. Este acordo busca facilitar o desenvolvimento do comércio, turismo e cultura entre os países, no transporte de bens e pessoas, permitindo que veículos e condutores de um país circulem com segurança e tenham trâmites fronteiriços simplificados nos territórios dos demais. e Em virtude de sua situação geográfica, o Brasil mantém acordos de transporte internacional terrestre, principalmente rodoviário, com quase todos os países da América do Sul. Foram também estabelecidos acordos específicos no Mercosul, como o de Transporte de Produtos Perigosos e o Acordo sobre Trânsito. 20 5 Controle Aduaneiro A aduana é um órgão ligado à Receita Federal e tem como função cobrar e, se for o caso, fiscalizar impostos de exportação e importação, assim como administrar e estabelecer regras em relação ao produto e/ou cliente, promovendo um cenário favorável ao comércio nacional. Pode-se dizer que aduana é o mesmo que alfândega. O controle aduaneiro sobre mercadorias importadas e exportadas é executado por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Trata-se de um método utilizado pelo Serviço de Alfândegas para aplicar medidas com a finalidade de exercer o Poder Aduaneiro por meio da intervenção no tráfico das mercadorias e das pessoas. A presença aduaneira no momento da efetiva entrada ou saída das mercadorias no território nacional justifica-se, principalmente, em razão da necessidade de execução de ações de combate à fraude, nas situações em que seja impossível ou não proveitosa a realização de fiscalização posterior no estabelecimento do importador ou exportador. O Conselho do Mercosul aprovou, pela Resolução GMC nº 50, a “Norma Relativa ao Despacho Aduaneiro de Mercadorias”. Essa norma trata do controle aduaneiro no ingresso e na saída da mercadoria do território aduaneiro do Mercosul. O controle aduaneiro sobre a mercadoria que ingressa no território aduaneiro do Mercosul, ou que sai desse território, é realizado sobre qualquer que seja o modo ou meio pelo qual se realize, e abrange toda a carga transportada, bem como as unidades de carga e meios de transporte que a conduzem. A entrada e/ou a saída de mercadoria do território aduaneiro do Mercosul somente são efetuadas pelos locais previamente habilitados e pelas rotas e horários estabelecidos pela autoridade aduaneira. A permanência, a circulação, a entrada e a saída da mercadoria desses locais são sujeitos aos requisitos estabelecidos pela autoridade aduaneira e sob o seu controle. São realizadas no controle aduaneiro a análise documental e a verificação da mercadoria com o objetivo de comprovar a exatidão da declaração apresentada e o cumprimento dos requisitos de ordem legal e regulamentar correspondente ao respectivo regime aduaneiro. Essa análise compreende: a) os dados da declaração da mercadoria; 21 b) os documentos que integram a declaração, para efeito de estabelecer a exatidão e correspondência dos dados neles consignados para o regime aduaneiro solicitado. e A verificação da mercadoria consiste no exame físico da mesma, com a finalidade de constatar se sua natureza, qualidade, estado e quantidade estão de acordo com o declarado, assim como de obter informações de origem e valor da mercadoria. Essa verificação é realizada nos locais e horários habilitados pela autoridade aduaneira. As irregularidades constatadas pela autoridade aduaneira de um Estado-Parte deverão ser informadas imediatamente aos demais Estados-Partes. Quando a autoridade aduaneira, no curso do controle, identificar elementos discordantes entre a declaração apresentada ou os documentos que a integram e a mercadoria, exigirá seu cancelamento ou uma garantia, previamente à entrega da mercadoria. Resumindo Os procedimentos para uma empresa de Transporte Rodoviário de Carga obter permissão para o tráfego internacional estão regulamentados no Brasil pela ANTT, que dispõe sobre as licenças e autorizações para o transporte rodoviário de carga internacional para empresas nacionais e estrangeiras. No transporte rodoviário, cabe à ANTT fiscalizar diretamente, ou por meio de convênios de cooperação, os veículos que cruzam as fronteiras com os países do Mercosul. Somente veículos devidamente habilitados são autorizados a cruzar a fronteira na realização do Transporte Rodoviário Internacional. g Neste site, você pode encontrar a Resolução ANTT nº 1.474/06 e pesquisar as exigências operacionais para a empresa que pretende se habilitarpara o transporte internacional rodoviário de cargas. Confira! http://www.antt.gov.br 22 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Um dos objetivos da alfândega é controlar a entrada ou saída das mercadorias no território nacional, a fim de combater a fraude nas situações em que seja impossível ou não proveitosa a realização de fiscalização posterior no estabelecimento do importador ou exportador. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O Mercosul representa um esforço de integração econômica. O objetivo consiste no estabelecimento de um Mercado Comum entre os países membros, os quais adquirem força nas negociações internacionais. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 23 Referências ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, Interestadual e Internacional de Passageiros. Revista da Abrati, nº 37, jun. 2004. ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. AZAMBUJA, A. M. V. Análise de Eficiência na Gestão do Transporte Público por Ônibus em Municípios Brasileiros. 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São Paulo: Atlas, 2010. 25 Gabarito Questão 1 Questão 2 Unidade 11 V F Unidade 12 V V Unidade 11 | Intermodalidade e Multimodalidade 1 Introdução 2 Intermodalidade X Multimodalidade 3 Transporte Multimodal 4 Operador de Transporte Multimodal (OTM) 5 Composição de Cadeias Multimodais Atividades Referências Unidade 12 | Logística Internacional 1 Introdução 2 Introdução à Logística Internacional 3 Zonas de Atividades Logísticas para o Comércio Internacional 4 Transporte Internacional no Mercosul 5 Controle Aduaneiro Atividades Referências Gabarito
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