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Organização do Transporte no Brasil_MODULO 4

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Organização do 
Transporte no 
Brasil
MÓDULO 4
2
Sumário
Unidade 11 | Intermodalidade e Multimodalidade 3
1 Introdução 4
2 Intermodalidade X Multimodalidade 4
3 Transporte Multimodal 5
4 Operador de Transporte Multimodal (OTM) 6
5 Composição de Cadeias Multimodais 8
Atividades 10
Referências 11
Unidade 12 | Logística Internacional 13
1 Introdução 14
2 Introdução à Logística Internacional 14
3 Zonas de Atividades Logísticas para o Comércio Internacional 16
4 Transporte Internacional no Mercosul 19
5 Controle Aduaneiro 20
Atividades 22
Referências 23
Gabarito 25
3
UNIDADE 11 | 
INTERMODALIDADE E 
MULTIMODALIDADE
4
Unidade 11 | Intermodalidade e Multimodalidade
1 Introdução
Muitas vezes as palavras multimodal e intermodal são utilizadas como sinônimas. 
No entanto, elas significam coisas distintas, tanto do ponto de vista prático nas 
atividades logísticas, quanto do ponto de vista da legislação brasileira. A seguir, vamos 
compreender suas diferenças e a forma correta de aplicá-las.
2 Intermodalidade X Multimodalidade
A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se realizam pela utilização 
de mais de um modal de transporte. Isto quer dizer exatamente: “transportar uma 
mercadoria, do seu ponto de origem até a entrega no destino final, por modalidades 
diferentes”.
A intermodalidade foi definida pelo Art. 8° da Lei n° 6.288, de 
11/12/75, apenas como sendo “o transporte de cargas onde são 
utilizados dois ou mais modalidades numa mesma operação 
utilizando vários documentos, sendo um para cada modal 
utilizado”.
5
Mas esta lei foi revogada pela Lei n° 9.611, de 
19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o 
transporte multimodal e que caracteriza a 
intermodalidade “pela emissão individual de 
documento de transporte para cada modal, 
bem como pela divisão de responsabilidade 
entre os transportadores”.
Aí está a grande diferença entre os termos, pois na multimodalidade, ao contrário, 
existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total da 
carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Esse documento é emitido pelo 
OTM, que também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custódia.
3 Transporte Multimodal
A Lei n° 9.611 de 19/02/98 dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas (TMC) e, 
em seu Art. 2°, define o TMC como sendo “aquele que, regido por um único contrato, 
utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é 
executado sob a responsabilidade de um Operador de Transporte Multimodal (OTM)”.
Para compreender melhor o tema, é preciso considerar, ainda, o Decreto nº 1.563 de 
30/12/1995 que se refere à execução do Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação 
do Transporte Multimodal de Mercadorias, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, 
o Decreto nº 3.411, de 2000, que Regulamenta a Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 
1998, e altera os Decretos nº 91.030, de 5 de março de 1985, e nº 1.910, de 21 de maio 
de 1996.
 e
Além do transporte propriamente dito, esse tipo de operação 
inclui os serviços de coleta, unitização, desunitização, 
movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário.
Existe, ainda, a Resolução ANTT nº 794/2004 que estabelece a habilitação do Operador 
de Transporte Multimodal, de que tratam a Lei nº 9.611/1998 e o Decreto nº 1.563/1995.
6
Algumas das vantagens da utilização do transporte multimodal:
• contratos de compra e venda mais 
adequados;
• melhor utilização da capacidade 
disponível da nossa matriz de transporte;
• utilização de combinações de modais 
mais eficientes energeticamente;
• melhor utilização das tecnologias de 
informação;
• ganhos de escala e negociações do transporte;
• melhor utilização da infraestrutura para as atividades de apoio, tais como 
armazenagem e manuseio;
• aproveitamento da experiência internacional tanto do transporte como dos 
procedimentos burocráticos e comerciais;
• redução dos custos indiretos.
4 Operador de Transporte Multimodal (OTM)
A Lei nº 9.611/1998, em seu Art. 5°, ainda define o Operador de Transporte Multimodal 
(OTM) como sendo “pessoa jurídica contratada como principal, para a realização do 
Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por 
intermédio de terceiros”.
7
 e
Responsabilidade 
 
O OTM não precisa ser necessariamente um transportador, mas 
assume perante o contratante a responsabilidade pela execução 
do contrato de transporte multimodal, pelos prejuízos 
resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sob sua 
custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua 
entrega, quando houver prazo acordado.
A Lei n° 9.611 também determina a emissão do documento de transporte multimodal 
de cargas, o qual evidencia o contrato e rege toda a operação. Nele, são mencionados 
os locais de recebimento e entrega da mercadoria, sob responsabilidade total do OTM.
 e
Habilitação 
 
O exercício da atividade do OTM depende de prévia habilitação 
e registro na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). 
Caso o OTM deseje atuar em âmbito internacional, deverá 
também se licenciar na Secretaria da Receita Federal. Essas 
habilitações serão concedidas por um prazo de 10 anos.
O Decreto Lei n° 3.411, de 12/04/00 e suas 
alterações, regulamenta a Lei n° 9.611, 
define os requisitos necessários para a 
obtenção das habilitações.
Para ser um OTM, deve-se atender a Resolução ANTT nº 794/2004 apresentando os 
seguintes documentos à ANTT:
I. requerimentos nos termos do formulário indicado no Anexo 
I desta Resolução, assinado pelo interessado ou seu representante 
legal, devidamente habilitado por instrumento de mandato;
II. ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, 
devidamente registrado, em se tratando de sociedade comercial 
e, no caso de sociedade por ações, apresentar também documento 
de eleição e termo de posse de seus administradores;
8
III.	 registro	comercial,	no	caso	de	firma	individual;
IV. inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), 
do Ministério da Fazenda, ou no extinto Cadastro Geral de 
Contribuintes (CGC), para o caso de cartões ainda com validade ou, 
no caso de empresa estrangeira, a inscrição do seu representante 
legal.
 h
Para atuar como OTM entre o Brasil, Argentina, Paraguai e 
Uruguai (Decreto 1.563/95), a pessoa jurídica nacional deverá 
ainda apresentar comprovação de patrimônio mínimo em bens 
ou equipamentos, ou aval bancário ou seguro caução equivalente.
5 Composição de Cadeias Multimodais
No transporte de cargas realizado por meio da multimodalidade pode-se fazer a 
composição de diferentes cadeias multimodais, já que esta se caracteriza pela utilização 
de duas ou mais modalidades.
Existem dez combinações de cadeias multimodais com a utilização combinada de duas 
modalidades (bimodal), conforme mostrado a seguir:
I. Ferroviário – Rodoviário
II. Ferroviário – Hidroviário
III. Ferroviário – Aéreo
IV. Ferroviário – Dutoviário
V. Rodoviário – Aéreo
VI. Rodoviário – Hidroviário
VII. Rodoviário – Dutoviário
9
VIII. Hidroviário – Aéreo
IX. Hidroviário – Dutoviário
X. Aéreo – Dutoviário
Resumindo 
 
Note que o modo de transporte aéreo pode ser combinado a qualquer um 
dos outros quatro modos na composição e cadeias bimodais. 
 
Porém, utilizando mais de duas modalidades há a possibilidade de 
montagem de diversas combinações de cadeias multimodais. Alguns 
exemplos: 
 
• Ferroviário – Rodoviário – Hidroviário 
 
• Ferroviário – Dutoviário – Aéreo 
 
• Rodoviário – Hidroviário – Aéreo – Dutoviário 
 
• Dutoviário – Ferroviário – Rodoviário – Aéreo – Hidroviário
10
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Um operador de Transporte 
Multimodal deve apresentar alguns documentos à ANTT de 
acordo com a Resolução ANTT nº 794/2004. No caso de firma 
individual, é necessário apresentar um registro comercial. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiroou falso. Na multimodalidade existe a 
emissão de alguns documentos de transporte, cobrindo o 
trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de 
destino. Esses documentos são emitido pelo OTM, que 
também toma para si a responsabilidade total pela carga sob 
sua custódia. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
11
Referências
ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, 
Interestadual e Internacional de Passageiros. Revista da Abrati, nº 37, jun. 2004.
ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. 
São Paulo: Pioneira, 1994.
AZAMBUJA, A. M. V. Análise de Eficiência na Gestão do Transporte Público por 
Ônibus em Municípios Brasileiros. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de 
Produção. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
BALLOU, R. R. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e 
Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993.
EBTU – Empresa Brasileira de Transportes Urbanos. Planejamento da Operação. 
Módulo de Treinamento, STPP Gerência do Sistema de Transporte Público de 
Passageiros. Brasília: EBTU, 1988.
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2004.
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). 
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.
FRADERA, V. M. J.; LHEMEN, A. Transporte Multimodal. Rio Grande do Sul: Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, 2003.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal da internet, 2017. Disponível 
em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 10 jul. 2017.
NUNES, R. S.; NANCASSa, B. P.; SEEFELD, R.; NIEDZIELUK FILHO, P.; FREITAS, B. C. O 
transporte marítimo de cabotagem e suas perspectivas no Brasil. Congresso 
Internacional de Administração, 2008.
MCIDADES – Ministério das Cidades. Mobilidade e desenvolvimento urbano/
Ministério das Cidades, Secretaria de Transporte e da Mobilidade Urbana. Brasília: 
MCidades, 2006.
12
PAROLIN, F. Princípios para a atuação do poder público em mobilidade urbana. In: 
ABAR – Associação Brasileira de Agências de Regulação. IV Congresso Brasileiro de 
Regulação da ABAR. Manaus: ABAR, 2005.
PASSAGLIA, E.; VALENTE, A. M.; NOVAES A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. 
Florianópolis: Pioneira Thomson Learning, 2001.
RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de Transporte no Brasil e à Logística 
Internacional. 3. Ed. São Paulo: Aduaneiras, 2005.
WANKE, P. F. Logística e transporte de cargas no Brasil: produtividade e eficiência no 
século XXI. São Paulo: Atlas, 2010.
13
UNIDADE 12 | LOGÍSTICA 
INTERNACIONAL
14
Unidade 12 | Logística Internacional
1 Introdução
Com a intensificação da comercialização de 
mercadorias entre as diversas nações do mundo, 
um novo movimento de ordem mundial se 
tem consolidado nos últimos tempos. A este 
movimento de intensificação de trocas além das 
fronteiras dos países convencionou-se chamar de 
globalização.
2 Introdução à Logística Internacional
Com a abertura das fronteiras entre os países, alguns fatores passaram a ter destaque 
especial nas relações de troca de mercadorias. São eles:
• Domínio de informações estratégicas sobre negócios;
• Custos competitivos;
• Atratividade do país para absorver capitais privados e autônomos para 
investimentos em estruturas produtivas;
• Domínio de tecnologias avançadas de produção e de gerenciamento;
• Cadeias de suprimentos competitivas;
• Posturas competitivas em megamercados (mercados mundiais para o comércio 
de bens);
• Macroparcerias internacionais (parcerias entre grandes conglomerados).
15
 e
Essa nova ordem está centrada na capacidade de competição no 
campo econômico.
O mundo tem assistido a um processo de deslocalização da produção, isto é, as grandes 
corporações buscam intensa e constantemente bases mais baratas de produção. Assim, 
os grandes grupos industriais passaram a construir suas fábricas e, em seguida, produzir 
os bens em países onde a mão de obra é mais barata e abundante, e onde os governos 
fornecem incentivos fiscais (isenção de impostos e tributos) para as empresas 
investirem em projetos industriais.
Ocorre que na maioria dos casos o mercado 
consumidor não coincide com os países onde 
as empresas instalam suas fábricas. Por vezes, 
nem mesmo a matéria-prima necessária para 
produzir os bens é abundante nos países 
nos quais a empresa está localizada. Desta 
maneira, há necessidade de se movimentar 
as matérias-primas desde suas fontes 
fornecedoras até o local de produção. Em 
seguida, o produto acabado precisa ser deslocado desde a fábrica até os pontos de 
consumo, ou seja, os mercados consumidores.
Enfim, com a globalização, é frequente que uma empresa se localize em determinado 
país, traga as matérias-primas de diversos outros países, fabrique o bem final, e, em 
seguida, o distribua para os diversos centros consumidores (vários outros países).
Não é, portanto, difícil de perceber que cresce a importância da logística no processo 
atual de comercialização de mercadorias entre países, agregando valor e reduzindo 
custos e tempo ao longo da cadeia produtiva.
A complexidade dos problemas em cadeias logísticas internacionais é maior do que nas 
cadeias internas de um país, pois as funções da logística internacional englobam, além 
das atividades clássicas da logística, outros itens como:
• fretes e seguros;
• desembaraços aduaneiros;
• acordos de comércio entre países;
16
• normas e regulamentos para a movimentação de mercadorias entre países;
• modais de transporte;
• transporte porta a porta;
3 Zonas de Atividades Logísticas para o Comércio 
Internacional
O transporte entre países pode ser feito por meio aeroviário, aquaviário, dutoviário, 
ferroviário e rodoviário. No Brasil, o transporte além das fronteiras é realizado com 
a maior parte dos países por meio do transporte marítimo ou do transporte aéreo. 
O transporte rodoviário também tem participação importante na movimentação de 
cargas internacionais, principalmente com os países do Mercosul e com os outros 
países da América do Sul.
A diferença de tratamento logístico entre as trocas de mercadorias ocorridas no 
interior do país e a comercialização realizada entre o Brasil e outros países é acentuada, 
principalmente, pelos trâmites aduaneiros necessários aos processos de importação e 
de exportação de mercadorias.
Há todo um conjunto de procedimentos e de obtenção de documentos (licenças, 
seguros, acordos, contratos, entre outros) que necessitam ser observados para o caso 
da comercialização de produtos entre países.
 e
Vale ressaltar que o modal dutoviário também é utilizado para o 
transporte internacional. Exemplo disso é o transporte de gás 
natural desde a Bolívia até o Brasil pelo gasoduto Brasil-Bolívia.
Normalmente, os procedimentos aduaneiros são desenvolvidos em Zonas de 
Atividades Logísticas mais conhecidas como portos marítimos, aeroportos, portos 
secos e entrepostos aduaneiros.
17
Uma Zona de Atividades Logísticas destinada ao comércio exterior necessita dispor de 
locais onde os procedimentos e os regimes aduaneiros possam ser aplicados, tais como 
recintos alfandegados de uso privativo e de uso público e armazéns onde possam ser 
guardadas mercadorias esperando despacho.
Os serviços de aduanas são divididos em duas zonas (RODRIGUES, 2005):
a) Zona Primária
b) Zona Secundária
A zona primária é formada pela área 
ocupada pelos portos, aeroportos e pontos 
de fronteira. Nestes locais estão localizadas 
as unidades aduaneiras que têm jurisdição 
sobre um ponto de entrada ou saída de 
veículos.
Por outra parte, a zona secundária é formada 
pelo restante do território nacional, 
incluindo-se as águas territoriais e o espaço 
aéreo. Nas zonas secundárias estão localizadas as unidades aduaneiras interiores que 
permitem a armazenagem das cargas por médioprazo, o despacho, a nacionalização 
e a transferência de modal de transporte para as mercadorias que estão sob o regime 
aduaneiro (importação e exportação de mercadorias).
Exemplos de unidades aduaneiras secundárias (RODRIGUES, 2005):
• Entreposto aduaneiro: são áreas totalmente administradas e operadas e 
controladas pelo poder público (Receita Federal). Nelas é realizada a liberação 
das mercadorias de importação e exportação sob controle fiscal.
• Terminal retroportuário alfandegado: são áreas administradas e operadas por 
instituições privadas, permissionárias de serviços aduaneiros e controladas 
pela Receita Federal. Estão localizadas em áreas particulares, próximas dos 
portos e requerem a existência de uma zona primária interligada.
18
• Estação Aduaneira de Interior (EADI): áreas também conhecidas como portos 
secos, administradas e operadas por instituições privadas, permissionárias 
de serviços aduaneiros e controladas pela Receita Federal. Localizam-se, 
normalmente, em áreas concentradoras de cargas, distantes dos portos 
marítimos, e funcionam como verdadeiros portos secos.
• Estação aduaneira de interior frigorífica: são áreas destinadas exclusivamente 
a cargas frigorificadas localizadas em zonas concentradoras de cargas distantes 
das zonas portuárias. São administradas por permissionárias de serviços 
aduaneiros.
Nas zonas primárias (portos, aeroportos, pontos de fronteira) e nas unidades 
aduaneiras secundárias, além dos serviços inerentes às operações aduaneiras, podem 
ser prestados outros serviços complementares à movimentação e à armazenagem de 
mercadorias. Entre eles:
• Estadia de veículos e unidades de carga (contêineres e paletes)
• Pesagem
• Limpeza e desinfecção dos veículos
• Retirada de amostras para controle e fiscalização
• Lonamento e deslonamento
• Colocação de lacres
• Unitização e desunitização de cargas
• Marcação, numeração e etiquetagem de volumes
• Marcação e colocação de selos fiscais em produtos importados
• Consolidação dos documentos
• Etiquetagem e marcação de produtos destinados à exportação
• Demonstração e testes de funcionamento de veículos
• Acondicionamento e montagem de máquinas e equipamentos
19
4 Transporte Internacional no Mercosul
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um bloco econômico constituído para a 
liberação de comércio de bens e de serviços, e livre circulação de pessoas e capital, 
entre os países membros e os associados. A união visa à ampliação dos mercados 
nacionais e ao desenvolvimento econômico com a preservação da justiça social dos 
parceiros.
Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela 
(incorporada em 31/07/2012) são os atuais 
membros do Mercosul. O Paraguai fazia 
parte como país membro, mas foi suspenso 
do bloco em 29/06/2012. Já o Peru, Chile, 
Bolívia, Colômbia e Equador (estes dois 
últimos em 2004) se tornaram sócios, 
conseguindo tarifas preferenciais para a 
venda e compra de produtos como os demais 
países membros. O Mercosul negocia acordos com países da União Europeia e do Pacto 
Andino, além de países como Canadá e Austrália, entre outros.
O Mercosul representa um esforço de integração econômica, cuja meta é o 
estabelecimento de um Mercado Comum entre os países membros. Esses países, ao 
se integrarem, ganham peso nas negociações internacionais, já que passam a negociar 
não mais individualmente, mas como um bloco diante de outros blocos econômicos, 
representados por outros países.
Este acordo busca facilitar o desenvolvimento do comércio, turismo e cultura entre 
os países, no transporte de bens e pessoas, permitindo que veículos e condutores 
de um país circulem com segurança e tenham trâmites fronteiriços simplificados nos 
territórios dos demais.
 e
Em virtude de sua situação geográfica, o Brasil mantém acordos 
de transporte internacional terrestre, principalmente rodoviário, 
com quase todos os países da América do Sul. Foram também 
estabelecidos acordos específicos no Mercosul, como o de 
Transporte de Produtos Perigosos e o Acordo sobre Trânsito.
20
5 Controle Aduaneiro
A aduana é um órgão ligado à Receita Federal e tem como função cobrar e, se for o caso, 
fiscalizar impostos de exportação e importação, assim como administrar e estabelecer 
regras em relação ao produto e/ou cliente, promovendo um cenário favorável ao 
comércio nacional. Pode-se dizer que aduana é o mesmo que alfândega.
O controle aduaneiro sobre mercadorias importadas e exportadas é executado por 
meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Trata-se de um método 
utilizado pelo Serviço de Alfândegas para aplicar medidas com a finalidade de exercer 
o Poder Aduaneiro por meio da intervenção no tráfico das mercadorias e das pessoas.
A presença aduaneira no momento da efetiva entrada ou saída das mercadorias no 
território nacional justifica-se, principalmente, em razão da necessidade de execução 
de ações de combate à fraude, nas situações em que seja impossível ou não proveitosa a 
realização de fiscalização posterior no estabelecimento do importador ou exportador.
O Conselho do Mercosul aprovou, pela Resolução GMC nº 50, a “Norma Relativa ao 
Despacho Aduaneiro de Mercadorias”. Essa norma trata do controle aduaneiro no 
ingresso e na saída da mercadoria do território aduaneiro do Mercosul.
O controle aduaneiro sobre a mercadoria que ingressa no território aduaneiro do 
Mercosul, ou que sai desse território, é realizado sobre qualquer que seja o modo ou 
meio pelo qual se realize, e abrange toda a carga transportada, bem como as unidades 
de carga e meios de transporte que a conduzem.
A entrada e/ou a saída de mercadoria do território aduaneiro do Mercosul somente são 
efetuadas pelos locais previamente habilitados e pelas rotas e horários estabelecidos 
pela autoridade aduaneira. A permanência, a circulação, a entrada e a saída da 
mercadoria desses locais são sujeitos aos requisitos estabelecidos pela autoridade 
aduaneira e sob o seu controle.
São realizadas no controle aduaneiro a análise documental e a verificação da mercadoria 
com o objetivo de comprovar a exatidão da declaração apresentada e o cumprimento 
dos requisitos de ordem legal e regulamentar correspondente ao respectivo regime 
aduaneiro. Essa análise compreende:
a) os dados da declaração da mercadoria;
21
b) os documentos que integram a declaração, para efeito de estabelecer a 
exatidão e correspondência dos dados neles consignados para o regime 
aduaneiro solicitado.
 e
A verificação da mercadoria consiste no exame físico da mesma, 
com a finalidade de constatar se sua natureza, qualidade, estado 
e quantidade estão de acordo com o declarado, assim como de 
obter informações de origem e valor da mercadoria. Essa 
verificação é realizada nos locais e horários habilitados pela 
autoridade aduaneira.
As irregularidades constatadas pela autoridade aduaneira de um Estado-Parte 
deverão ser informadas imediatamente aos demais Estados-Partes. Quando a 
autoridade aduaneira, no curso do controle, identificar elementos discordantes entre 
a declaração apresentada ou os documentos que a integram e a mercadoria, exigirá 
seu cancelamento ou uma garantia, previamente à entrega da mercadoria.
Resumindo 
 
Os procedimentos para uma empresa de Transporte Rodoviário de Carga 
obter permissão para o tráfego internacional estão regulamentados no 
Brasil pela ANTT, que dispõe sobre as licenças e autorizações para o 
transporte rodoviário de carga internacional para empresas nacionais e 
estrangeiras. No transporte rodoviário, cabe à ANTT fiscalizar diretamente, 
ou por meio de convênios de cooperação, os veículos que cruzam as 
fronteiras com os países do Mercosul. Somente veículos devidamente 
habilitados são autorizados a cruzar a fronteira na realização do Transporte 
Rodoviário Internacional.
 g
Neste site, você pode encontrar a Resolução ANTT nº 1.474/06 
e pesquisar as exigências operacionais para a empresa que 
pretende se habilitarpara o transporte internacional rodoviário 
de cargas. Confira! 
 
http://www.antt.gov.br
22
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Um dos objetivos da alfândega 
é controlar a entrada ou saída das mercadorias no território 
nacional, a fim de combater a fraude nas situações em que 
seja impossível ou não proveitosa a realização de fiscalização 
posterior no estabelecimento do importador ou exportador. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. O Mercosul representa um 
esforço de integração econômica. O objetivo consiste no 
estabelecimento de um Mercado Comum entre os países 
membros, os quais adquirem força nas negociações 
internacionais. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
23
Referências
ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, 
Interestadual e Internacional de Passageiros. Revista da Abrati, nº 37, jun. 2004.
ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. 
São Paulo: Pioneira, 1994.
AZAMBUJA, A. M. V. Análise de Eficiência na Gestão do Transporte Público por 
Ônibus em Municípios Brasileiros. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de 
Produção. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
BALLOU, R. R. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e 
Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993.
EBTU – Empresa Brasileira de Transportes Urbanos. Planejamento da Operação. 
Módulo de Treinamento, STPP Gerência do Sistema de Transporte Público de 
Passageiros. Brasília: EBTU, 1988.
FERRAZ, A. C. P.; TORRES, I. G. E. Transporte Público Urbano. 2. Ed. São Carlos: RiMa, 
2004.
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: Fleury, P. C., Wanke, P.; Figueiredo, K. F. (orgs.). 
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.
FRADERA, V. M. J.; LHEMEN, A. Transporte Multimodal. Rio Grande do Sul: Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, 2003.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal da internet, 2017. Disponível 
em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 10 jul. 2017.
NUNES, R. S.; NANCASSa, B. P.; SEEFELD, R.; NIEDZIELUK FILHO, P.; FREITAS, B. C. O 
transporte marítimo de cabotagem e suas perspectivas no Brasil. Congresso 
Internacional de Administração, 2008.
MCIDADES – Ministério das Cidades. Mobilidade e desenvolvimento urbano/
Ministério das Cidades, Secretaria de Transporte e da Mobilidade Urbana. Brasília: 
MCidades, 2006.
24
PAROLIN, F. Princípios para a atuação do poder público em mobilidade urbana. In: 
ABAR – Associação Brasileira de Agências de Regulação. IV Congresso Brasileiro de 
Regulação da ABAR. Manaus: ABAR, 2005.
PASSAGLIA, E.; VALENTE, A. M.; NOVAES A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. 
Florianópolis: Pioneira Thomson Learning, 2001.
RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de Transporte no Brasil e à Logística 
Internacional. 3. Ed. São Paulo: Aduaneiras, 2005.
WANKE, P. F. Logística e transporte de cargas no Brasil: produtividade e eficiência no 
século XXI. São Paulo: Atlas, 2010.
25
Gabarito
Questão 1 Questão 2
Unidade 11 V F
Unidade 12 V V
	Unidade 11 | Intermodalidade e Multimodalidade
	1 Introdução
	2 Intermodalidade X Multimodalidade
	3 Transporte Multimodal
	4 Operador de Transporte Multimodal (OTM)
	5 Composição de Cadeias Multimodais
	Atividades
	Referências
	Unidade 12 | Logística Internacional
	1 Introdução
	2 Introdução à Logística Internacional
	3 Zonas de Atividades Logísticas para o Comércio Internacional
	4 Transporte Internacional no Mercosul
	5 Controle Aduaneiro
	Atividades
	Referências
	Gabarito

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