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APS Trabalho Grafismo Infantil

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14
UNIVERSIDADE PAULISTA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo - SP
2020
Sumário
1 Introdução
Este é um trabalho para a matéria APS – Atividades Práticas Supervisionadas e tem como objetivo elucidar as fases do desenvolvimento das crianças através do grafismo infantil. Aqui vamos apresentar e analisar cinco desenhos de crianças de 4 a 11 anos. Esta análise será correlacionada com as teorias de Luquet e Lowenfeld acerca do desenho infantil, de acordo com as fases de desenvolvimento apresentadas por esses dois grandes estudiosos. 
 Georges Henri-Luquet (1876 -1965), iniciou seus estudos observando de maneira sistemática os desenhos de seus filhos, Simone e Jean. Percebia o desenhar como um ato de representação da realidade e, nesse sentido, afirma que o grafismo é realista na intenção. Portanto, o “realismo” do desenho é uma concepção chave em sua teoria. Ele compreendia o desenvolvimento do grafismo infantil em quatro importantes etapas, demonstrando que o desenho sofre mudanças e destacando um realismo que se desenvolve na medida em que a criança vai avançando em idade. 
 Viktor Lowenfeld (1903-1960) também realizou vários estudos sobre o grafismo infantil e, entre as publicações a respeito, destacam-se no Brasil duas obras: A criança e sua arte (1954/1976) e Desenvolvimento da Capacidade Criadora (1947/1977) em coautoria com W. Lambert Brittain. 
 Os resultados de suas pesquisas revelaram que há uma transformação no grafismo infantil que inicia na infância e vai até a adolescência, percorrendo sucessivas fases de desenvolvimento. São elas: Garatujas (2 aos 4 anos); Pré-Esquemática (4 aos 7 anos); Esquemática (7 aos 9 anos); Realismo (9 aos 12 anos). Em outras palavras, o realismo do desenho infantil ocorre em diferentes fases, segundo esses dois estudiosos e detalharemos a seguir. 
 
2	- FASES DA EVOLUÇÃO DO GRAFISMO INFANTIL – LUQUET 
•	Realismo Fortuito (2 a 3 anos): livre exploração dos materiais pela criança, cujos traços aos poucos ganham intencionalidade, uma analogia entre o traço e o objeto, dando nome e isso ocorre ao acaso, fortuitamente. 
•	Realismo Mal Sucedido (3 a 4 anos): existe a intenção realista, porém depara-se com obstáculo físico (coordenação) e psíquico (percepção). é a criança aprende a representar, mas com fracassos e sucessos. Ocorre o início da representação da figura humana; badamecogirino (braços e pernas saem da cabeça) e badameco (braços e pernas saem do corpo). 
•	Realismo Intelectual (4 a 8 anos): desenha o conjunto, com pormenores do objeto e suas relações recíproca, contendo aspectos visíveis, invisíveis e abstratos. Fase importante, pois a criança desenha aquilo que sabe sobre os objetos e não aquilo que vê deles. Utiliza três técnicas em seus desenhos: transparência, plano deitado, rebatimento. 
•	Realismo Visual (9 a 12 anos): as transparências dão lugar à opacidade e o rebatimento dá lugar à perspectiva. Essa fase instala-se gradualmente e leva ao “empobrecimento” e à perda de espontaneidade dos desenhos, pelo apego maior à realidade. Acriança desenha o que vê e não mais o que sabe. 
 
3	-FASES DA EVOLUÇÃO DO DESENHO INFANTIL – LOWENFELD 
•	Garatujas (2-4 anos): ‘rabiscos’ de quatro tipos: desordenadas (rabiscos que não respeitam o limite do papel, saem da folha, a criança risca a base onde está a folha); controladas (os riscos não saem mais da folha, a criança respeita os limites do papel); nomeadas (a criança começa a tirar o lápis do papel dando nome aos riscos que faz na folha); diagramadas (traços e linhas se interligam formando uma espécie de mosaico ou mandala). 
•	Pré-esquemática (4-7 anos): início da representação da figura humana; há justaposição dos elementos desenhados sem a presença da linha de chão. 
•	Esquemática (7-9 anos): ocorre o aparecimento da linha de base possibilitando maior coordenação no desenho: objetos do chão e objetos no céu; há exageros e omissões, e a utilização de plano deitado e dos raios-X. 
•	Realismo (9-12 anos): instala-se preocupação com a perspectiva, profundidade, sobreposição, detalhes e pormenores, desenhos satíricos; a criança desenha por opção e muitas vezes, não desenha mais pela perda da espontaneidade. 
 
 
2 Desenho 1
Pedro, 4 anos. 
Este desenho foi feito pelo Pedro, um garotinho de 4 anos e 2 meses. Ao ser perguntando sobre o que era seu desenho ele o descreveu da seguinte forma: - “É uma cabeça, com a letra da cabeça. Esse é meu amigo Felipe, ué!” 
 Segundo Luquet, Pedro está na fase do Realismo Gorado, Fortuito ou Mal Sucedido, existe a intenção realista de desenhar o seu amigo Felipe, porém ele depara-se com obstáculo físico, pois ainda não tem coordenação motora e o desenvolvimento psíquico (percepção) suficientes para que seu desenho seja elaborado conforme a sua ideia original. Ele está dando o início à representação da figura humana, através dos desenhos e isso é mostrado no desenho através do badameco (braços e pernas saem do corpo). 
 Para Lowenfeld, ele estaria na fase Pré-esquemática, quando se dá início à representação da figura humana; há justaposição dos elementos desenhados sem a presença da linha de chão. 
Figura 1 - desenho 1
Fonte: Pedro 
3 desenho 2
Carolina, 5 anos. 
No desenho abaixo, Carolina, uma criança de 5 anos e 2 meses desenhou alguns carros e 3 borboletas sobre os carros. Segundo ela, os carros estão parados e as pessoas estão dentro deles, observando as borboletas sorrirem pra eles. 
 Segundo Luquet, Carolina está na Realismo Intelectual (4 a 8 anos): desenha o conjunto, com pormenores do objeto e suas relações recíproca, contendo aspectos visíveis, invisíveis e abstratos. Ela fala por exemplo, que tem pessoas nos carros, observando as borboletas coloridas no céu. Ela não desenha o que vê, mas o que sabe. Utiliza três técnicas em seu desenho: transparência, plano deitado, rebatimento. 
 Já na visão de Lowenfeld, ela está na fase Pré-esquemática, pois em seu desenho já aparece a linha de base possibilitando maior coordenação no desenho: objetos do chão e objetos no céu. 
Figura 2 - desenho 2 
Fonte: Carolina
4 desenho 3
Beatriz, 6 anos. 
Desenho feito por Beatriz, uma menina de 6 anos e 2 meses. 
 Sobre o desenho Beatriz relata que é uma brincadeira de pega-pega e que o amigo vem correndo tentando pegar as meninas. Estão na rua de casa e tem muitos passarinhos passando. 
 Segundo a teoria de Luquet, esta menina está dentro do estágio de realismo Intelectual já que no desenho apresenta traços firmes e a criança desenha o que sabe, não o que vê. 
 De acordo com Lowenfeld, o grafismo desta menina encontra-se no Estágio de Figuração Esquemática, pelo fato de seu desenho apresentar nuvens, pássaros e pessoas sendo assim com um limite espacial e também a relação com sua realidade. 
Figura 3 - desenho 3 
Fonte: Beatriz
5 desenho 4
Daniel 7 anos 
O desenho abaixo foi feito pelo Daniel, um garoto de 8 anos e 2 meses. Perguntado sobre o desenho, Daniel disse que desenhou vários carros, por ser a coisa que ele mais gosta de desenhar e brincar. Segundo a explicação dele, os carros são muitos velozes, tanto que dois deles bateram (à direita) por não prestarem atenção. Há um carro que de tão veloz, chega a voar sobre uma rampa. 
Segundo Luquet, Daniel está na fase Realismo Intelectual: desenha o conjunto, com pormenores do objeto e suas relações recíproca, contendo aspectos visíveis, invisíveis e abstratos, como um carro voador. Vimos que ele faz carros, com alguns detalhes, como a batida, entre eles. Ele sabe o que está desenhando. Não desenha apenas o que ele vê. 
De acordo com os estudos de Lowenfeld, o garoto está na fase Esquemática: vimos no desenho dele que já ocorre o aparecimento da linha de base, possibilitando maior coordenação no desenho. Há também objetos no chão e objetos no céu; exageros (carro voador) e omissões (onde vai parar o carro voador), e a utilização de plano deitado.
Figura 4 - desenho 4
Fonte: Daniel
6 Desenho 5
Lorrany de 11 anos
Desenhou uma cantora de “k-pop” (música popularcoreana), de quem é fã. Segundo ela, reproduziu a pessoa tanto nas vestes, quanto nas características físicas. Vemos, uma mulher, de cabelos longos e castanhos, usando um vestido rosa justo, uma jaqueta amarelo claro e botas. Ela usa também um colar com pingente de coração que, segundo ela, não faz parte do figurino original. A menina completa dizendo que a mulher tem também um short sob o vestido, saltos altos e detalhes na parte de trás das botas, que não aparecem no desenho. Sobre as mãos da pessoa, ela diz que as mangas da jaqueta as escondem, pois são muito difíceis de desenhar e que o cabelo é longo, mas não conseguimos visualizar todo o comprimento.
Concluímos, portanto, que a criança está no estágio do Realismo Visual, segundo Luquet, e no Realismo de Lowenfeld. A criança desenha aquilo que é possível ver e não mais figuras geométricas ou exageros e omissões. Ela tenta desenhar de forma mais realista e é possível ver essa preocupação no momento em que ela se nega em desenhar as mãos por achar difícil, e as coloca dentro das mangas. Ao olhar para o desenho, identificamos claramente e com detalhes, uma figura humana.Figura 5 - desenho 5
Fonte: Lorrany
7 Conclusão
Esta experiência foi significativa, pois trouxe a oportunidade de aplicar na prática as fases de desenvolvimento infantil aprendido na disciplina e para que se obtivesse uma visão da criança como um ser sensível que se expressa através de representações gráficas, demonstrando sua visão de mundo, real ou imaginária. 
Nota-se que aos poucos a criança vai aprimorando seu traço e seu grafismo, atribuindo-lhe cada vez mais semelhança a realidade que a cerca, concedendo cada vez mais detalhes , optando ao longo de sua produção,aquilo que lhe é mais significativo. Essa evolução no traço e na representatividade da criança envolve fatores externos psíquicos e motor. 
A partir da realização deste estudo foi colocada em prática a teoria sobre o Grafismo Infantil proposta por Luquet e Lowenfeld. Foi possível notar as diferenças das fases do grafismo infantil que também está atrelado às fases do desenvolvimento infantil de Piaget.
É através da evolução do grafismo que podemos acompanhar as mudanças e aprimoramentos dos desenhos das crianças, ou seja, se tratando de construtivismo, o grafismo é uma ferramenta eficaz no entendimento do processo e etapas da construção da percepção da criança frente o mundo que a cerca.
2
Referências
luquet, Georges-Henri. O desenho infatil. Barcelona: Porto Civilização, 1969.
Méredieu, de Florence . O desenho infantil: Trad. Álvaro Lorencini e Sandra M. Nitrini. São Paulo : Cultrix, 2000.
Pillotto, Silvia Sell Duarte. Grafismo Infantil: linguagem do desenho. Revistas Udesc. Joenvile-SC, 2004. 9 p. Disponível em: . Acesso em: 4 Mai. 2020.

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