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Livro do professor Livro didático © Sh ut te rs to ck /F ilip e Fr az ao Livro do professor er st oc k/ Fil ip e © Sh ut te Educação Física 9o. ano Volume 2 Danças de salão e tradição 16 Práticas corporais e cultura nacional 3 4 3 Tema: Práticas corporais e mídia A mídia exerce grande influência em nossa sociedade. A TV e a internet, por exemplo, fazem parte da vida de muitas pessoas em todo o mundo. A presença desses meios de comunicação e de entretenimento também influencia nossa relação com as práticas corporais. Por meio da mídia, conhecemos práticas que, talvez, nunca poderíamos saber que existem sem a veiculação delas na TV ou na internet. Além de ampliar os horizontes do espectador, a mídia também cria modas, desejos e necessidades que não existiam. As danças, os esportes e todo o universo que os cercam aparecem e somem com a velocidade de um clique. Portanto, é preciso ir além da grande quantidade de informações que nos chega todos os dias. É necessário compreender como as práticas corporais estão inseridas no contexto sociocultural, para que seja possível apreciar criticamente tudo que é transmitido pela mídia. Para atingir esse objetivo, você conhecerá uma diversidade de práticas corporais como o sumô, o futebol americano e a dança. Cada um com sua lógica interna e sua relação de forma mais ou menos direta com a mídia. É importante que as reflexões desenvolvidas ao longo deste semestre estejam presentes no evento comunitário. Além da vivência das práticas corporais, é válido levar à comunidade as relações estabelecidas por você ao longo dos capítulos.p g p Th eo S zc zp an sk i. 2 01 8. D ig ita l. DK O E st úd io . 2 01 7. D ig ita l. 2 9o. ano – Volume 2 1. Você conhece o esporte representado na imagem? 2. Existe algum elemento que chame a sua atenção em relação à prática corporal retratada na imagem? 3. Você já assistiu a esse esporte na televisão? 3 Práticas corporais e cultura nacional © Sh ut te rs to ck /J . H en ni ng B uc hh ol z Orientações metodológicas.1 3 Sumô Você conheceu algumas lutas orientais com contato direto, como o judô e o caratê, e outra, ocidental, sem con- tato direto: a esgrima. Estudou também as lutas brasileiras, mais especificamente a capoeira e as lutas indígenas. Todas elas, além das suas dinâmicas próprias, têm relação com a cultura dos seus locais de origem. Por meio delas, povos se defenderam, e mitos e valores ancestrais são transmitidos para as novas gerações. A luta que vamos abor- dar neste capítulo tem uma forte relação com a cultura japonesa, os seus mitos e a sua filosofia: o milenar sumô. Conhecendo o sumô O surgimento do sumô está cercado de lendas que envolvem a própria história do Japão. O esporte mais popular do país, que existiria desde o século II a.C., apareceu pela primeira vez no livro Kojiki (Crônica das coisas antigas), de 712 d.C., o livro mais antigo sobre o Japão. De acordo com essa lenda, houve um desafio entre os deuses Takemikazuchi e Takeminakata pelo controle das ilhas da costa de Izumo. Afirma-se que são disputados torneios desde o século VII, tornando-se popular durante a era Tokugawa (1603-1868). • Discutir as transformações históricas, o proces- so de esportivização e a midiatização do sumô, valorizando e respeitando as culturas de origem. • Identificar as transformações históricas do fenômeno esportivo e discutir a forma como a mídia os apresenta. • Experimentar e fruir a execução dos movi- mentos pertencentes ao sumô. • Planejar estratégias básicas do sumô e uti- lizá-las de forma que se reconheçam suas características técnico-táticas. • Praticar o futebol americano usando habi- lidades técnico-táticas básicas, formulando estratégias para solucionar os desafios téc- nicos e táticos. • Experimentar diferentes papéis (jogador, ár- bitro e técnico) e fruir o futebol americano e o sumô, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. • Experimentar e fruir a execução dos movi- mentos pertencentes ao sumô, adotando procedimentos de segurança e respeitando o oponente. • Verificar locais disponíveis na comunidade para a prática de esportes e propor alterna- tivas para utilizá-los no tempo livre. • Propor alternativas e produzi-las para expe- rimentação das práticas corporais não dis- poníveis na comunidade. Objetivos © W ik im ed ia C om m on s/ Yu ki ka ze 12 34 4 9o. ano – Volume 2 © Sh ut te rs to ck /J ef W od ni ac k Xinto ou Kami-no-michi pode ser traduzido como “o caminho para os deuses”. Seria o estudo filosófico do espírito, da essência e da divindade. A divindade pode ter uma forma humana, animal ou qualquer elemento da natureza, como montanhas, rios, trovões, vento, ondas, árvores e pedras. Na escola, como você já sabe, é necessário adaptar as regras e formas de praticar um esporte para que todos possam participar. Siga as orientações do professor e conheça alguns jogos de oposição, cujos ele- mentos estão relacionados ao sumô. Atividades Ao final deste semestre, você e sua turma realizarão o evento comunitário. Para que tudo aconteça de acordo com o planejamento, é preciso retomar as etapas já desenvolvidas anteriormente e reavaliar as atividades e dinâmicas elencadas a partir dos novos conteúdos estudados neste capítulo. Reveja as etapas de pesquisa e programação e inicie os preparativos para a execução e avaliação do evento. Ao final, todas as práticas, reflexões, espaços, materiais e convidados devem estar listados e verificados para garantir o sucesso do evento. Orientações metodológicas.3 Orientações para a realização da atividade. Aula 1.2 O sumô, além de ter conexão com os mitos da formação do Japão, se relaciona com a religião xintoísta, e por isso alguns elementos rituais dessa religião estão presentes nessa luta até os dias atuais. Educação Física 5 Regras do sumô O sumô é disputado sobre o dohyo. A área de luta é composta de um campo circular de 4,55 metros de diâmetro, marcada com feixes de palha de arroz. Ela fica sobre um tablado quadrado construído com um tipo especial de argila, mede 6,7 metros de lado e tem 60 centímetros de altura. © Sh ut te rs to ck /J . H en ni ng B uc hh ol z Orientações para a realização da atividade. Aula 2.4 Agora que você já conhece algumas regras básicas do sumô, vamos praticar mais alguns jogos de oposi- ção. Lembre-se de que o cuidado e o respeito com o colega são muito importantes. Banzai! Como parte do ritual xintoísta que acompanha a luta, antes de entrarem no ringue, os lutadores purificam-se lançando sal diante de si. Na luta de sumô, vence o confronto quem colocar o oponente para fora do círculo, forçá-lo para que toque o feixe de palha com os pés ou conseguir fazer o outro tocar o dohyo com qualquer parte do corpo além da sola dos pés. O choque inicial da luta é chamado banzai: os dois lutadores vão um de encontro com o outro com o obje- tivo de derrubar o adversário ou empurrá-lo para fora do dohyo. É permitido agarrar e puxar o cinto (mawashi) do oponente para tentar desequilibrá-lo; também é possível utilizar empurrões e quedas. Socos com os punhos fechados são proibidos. No sumô, além dos oponentes, a única pessoa autorizada a ficar dentro do dohyo é o árbitro. Os demais responsáveis pela condução da competição são os quatro juízes que ficam em cada um dos lados do tablado do dohyo. Caso haja alguma dúvida sobre a decisão do árbitro, os juízes sobem ao ringue e resolvem entre eles a questão. Pode acontecer de os juízes anularem a decisão do árbitro, ou pode ser solicitada uma nova luta. Isso geralmente ocorre quando ambos os participantes aparentam ter tocado o chão ao mesmo tempo e é impossível decidir quem é o vencedor. O nome dohyo é derivado de como são conhecidos os feixes de arroz que limitam o espaço de luta. Esse é um dos elemen- tos que caracterizam a relação dessa prática corporal com a cultura japonesa e com a colheita do arroz. 9o. ano – Volume26 Atividades Mirim – até 13 anos. Infantil – 13 a 16 anos. Juvenil – 16 a 19 anos. Adulto leve – 85 kg para homens e 65 kg para mulheres. Adulto médio – 85 kg a 115 kg para homens e 65 kg a 85 kg para mulheres. Adulto pesado – acima de 115 kg para homens e acima de 85 kg para mulheres. Adulto absoluto – sem limite de peso. Sumô no Brasil O sumô chegou ao Brasil com os imigrantes japoneses por volta do início do século XX. O primeiro campeonato da modali- dade foi realizado na colônia de Guatapará, no interior paulista, em 1912. Em 1963, foi criada a Federação Paulista de Sumô, e em 1998, a Confederação Brasileira de Sumô. Em 2000, o Brasil sediou o Campeonato Mundial no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi a primeira vez que o torneio foi disputado fora do Japão. Relatos de adeptos do sumô, em diversos lugares do mundo, apresentam a dificuldade de o esporte atingir os mesmos níveis de prestígio e investimento que outros, pois os lutadores são vistos como caricaturas, sofren- do com o preconceito em relação à sua forma física e a essa prática esportiva. Isso influencia negativamente na busca do esporte por novos atletas. Apesar disso, os brasileiros apresentam grande interesse pelo sumô, pois a luta não é violenta e tem como características principais os confrontos rápidos e emocionantes, pois muitas lutas são decididas no primeiro golpe. O Brasil é o único país do mundo que possui uma arena exclusiva para o treino do sumô fora do Japão. Aqui, essa luta apresenta algumas particularidades. A principal delas é a divisão por sexo, idade (mirim, in- fantil e juvenil) e peso (para adultos), divisões que não existem no sumô profissional japonês. © Sh ut te rs to ck /J . H en ni ng B uc hh ol z Como você pôde ler acima, muitos lutadores de sumô relatam a dificuldade de o esporte atingir o mesmo status de outras práticas. Segundo os atletas, parte dessa falta de prestígio está relacionada à visão de grande parte do público em relação à forma física dos lutadores de sumô. A imagem que temos do corpo é fortemente influenciada pela mídia, e nos dias atuais, diferen- temente de outros períodos históricos, o corpo magro é altamente valorizado, mesmo que não seja a forma física da grande maioria das pessoas. A imagem corporal que é veiculada como saudável e bela está sempre ligada às pessoas magras. Para verificar qual é a concepção que a comunidade na qual sua escola está inserida tem do corpo, faça uma pesquisa para conhecer de que modo o padrão de beleza sofre influência da mídia e como a vivência do sumô no evento comunitário pode abordar essa questão. No material de apoio, você encontra uma sugestão de dados que podem ser coletados pela turma. Orientações metodológicas.5 Educação Física 7 Saiba + A vida dos lutadores de sumô não é fácil, apesar do status de herói que eles têm no Japão. A maioria dos lutadores vêm de áreas rurais, e quando recebem a aprovação da família, passam a ser treinados por um oyakata (mestre do estábulo), um lutador aposentado que cuida de até 50 heya (estábulos) no Japão e em outros países. Em cada estábulo, são treinados entre 6 e 30 lutadores. © Sh ut te rs to ck /O le an dr a Agora você vai participar de um torneio de sumô. Algumas atividades podem servir de teste para o evento comunitário. Portanto, preste atenção às orientações do professor e seja um bom competidor! Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas 3 e 4.6 Os lutadores passam a morar nesses locais e recebem uma pequena mesada. Os treinos e a rotina são duros, e a cada 700 lutadores, cerca de 70 se tornam sekitori (profissional da luta). Durante a carreira, muitos se aposentam por conta de doenças e contusões; são raros os atletas que lutam depois dos 30 anos de idade. Os lutadores acordam por volta das cinco horas da manhã, vestem seu mawashi (vestimenta tradicional) e iniciam seu keiko (prática). O keiko é dividido em três exercícios: shiko, teppo e matawari. No shiko, o lutador levanta a perna o mais alto possível. No teppo, as palmas das mãos, abertas, são batidas contra um pilar de madeira. O matawai é um exercício no qual o lutador se senta sobre suas pernas, abrindo-as o máximo possível. Uma sessão de treinos dura todo o dia, e à noite os lutadores jantam, comumente, um ensopado chamado chankonabe, com vários tipos de carne e vegetais, tigelas de arroz e bebidas fermentadas. Com esse regime alimentar, os atletas do sumô podem atingir mais de 150 kg. A rotina de treinos de um lutador de sumô é rígida e exige muita disciplina dos atletas. 9o. ano – Volume 28 Futebol americano no Brasil O futebol americano começou a ser praticado no Brasil em 1986, com uma versão praticada nas praias do Rio de Janeiro: o beach football. A po- pularidade do esporte no país aumentou, na década de 1990, graças às transmissões de jogos nos canais de TV a cabo e também na TV aberta. Em 1991, foi criada a primeira equipe de futebol americano no Brasil, o Joinville Blackhawks. No ano 2000, foi realizado o Carioca Bowl (disputado na areia), e em 2006 aconteceu o primeiro campeonato de futebol americano na grama, em Santa Catarina. A seleção brasileira de futebol americano jogou pela primeira vez em 2007, em uma partida amistosa contra a seleção do Uruguai. Também no ano 2000 foi fundada a Associação Brasileira de Futebol Americano, sendo substituída, em 2013, pela Confederação Brasileira de Futebol Americano, que é a entidade responsável por regulamentar e organizar o esporte no Brasil. Futebol americano O futebol americano é um esporte coletivo de invasão muito tra- dicional nos Estados Unidos da América (EUA). Apesar de não apre- sentar uma história milenar como o sumô, o futebol americano está intimamente relacionado à cultura dos EUA e é, sem dúvida, uma paixão da população daquele país. Sua origem está no rúgbi, cuja dinâmica e regras foram adap- tadas até chegar ao esporte atual. A prática do futebol americano iniciou-se nas universidades estadunidenses, mais especificamente em Harvard e Yale, em 1867. A tradição universitária permanece até hoje, sendo essas instituições consideradas celeiros de formação de atletas desse esporte. Até 1875, as regras do futebol americano não eram padronizadas, e cada time jogava de um jeito diferente. Naquele mesmo ano, o time de Harvard convenceu o time da Universidade de Yale a adotar as mesmas regras para os jogos entre as duas universidades. Em 1876, foi fundada a Associação de Futebol Interuniversitária (Intercollegiate Football Association), que passou a adotar como padrão as regras do rúgbi, com exceção da pontuação. Ao longo dos anos, as regras foram alteradas até chegarem ao formato usado hoje em dia. Atualmente, nos EUA, esse esporte é organizado pelas ligas, e a maior delas é a National Football League (NFL), atingindo um alto nível de especialização dos jogadores e de espetacularização, como veremos ao longo das aulas. © Sh ut te rs to ck /E ve re tt Hi st or ic al Para que você possa vivenciar a dinâmica do futebol americano, deverá realizar uma série de atividades com movimentações similares às realizadas pelos jogadores. Lembre-se de que é fundamental seguir as orientações do professor. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aula 5. 7 @ co rit ib ac ro co di le s • John Heisman vestido com o uniforme de fute- bol americano da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, em 1891 • Símbolo do Coritiba Crocodiles, equipe formada em 2011 Educação Física 9 Saiba + Neste momento, serão inseridos mais alguns elementos do futebol americano, tornando as atividades mais complexas e dinâmicas. Uma boa visão de jogo e de estratégia serão fundamentais. Orientações para a realização da atividade. Aula 6. 8 Atualmente existem diversos campeonatos estaduais e muitas equipes no Brasil, como Coritiba Crocodiles, Brown Spiders, Porto Alegre Pumpkins, Recife Pirates, Sinop Coyotes, Botafogo Reptiles, GoiâniaRednecks, Corinthians Steamrollers e Minas Locomotiva. As regras utilizadas no Brasil seguem as orientações da Federação Internacional de Futebol Americano (Ifaf ), que são baseadas nas regras da estadunidense Associação Atlética Universitária Nacional (National Collegiate Athletic Association – NCAA). Essencialmente, o futebol americano é um esporte de contato físico e agressivo, por isso espera-se que jogadores e técnicos tenham espírito esportivo, com padrões elevados de conduta e não usem, propositalmente, táticas que possam lesionar os adversários. Sendo assim, uma das preocupações do esporte é com a segurança e a integridade física dos atletas. Um dos destaques do Livro de Regras e Interpretações do futebol americano para o Brasil diz respeito ao uso do capacete: em relação ao seu uso indevido, como meio de derrubar um adversário, e em relação ao uso correto, como ferramenta de proteção do atleta. Em 2008, foi introduzida uma regra que proíbe iniciar o contato com o capacete e mirar um adversário indefeso. O defensor que fizer uso dessa tática é desqualificado do jogo. Outra regra exclui o jogador cujo capacete saia completamente durante uma jogada, ficando de fora da partida por uma descida (down). A preocupação com a vestimenta correta e com o uso de todos os equipamentos protetores também deve ser objeto de atenção de árbitros e técnicos, para evitar danos à saúde dos atletas. Estes são os equipamentos obrigatórios para a prática do futebol americano: • capacete; • proteções de quadril; • camisa; • protetores de joelho; • protetor bucal; • calças; • protetores de ombros; • meias; • protetores de coxa. © Sh ut te rs to ck /D R- im ag es 9o. ano – Volume 210 Atividades Os jogos profissionais são divididos em quatro tempos (chamados de quartos) de 15 minutos, com um in- tervalo de 12 minutos ao final do segundo quarto. Entre os outros quartos são realizados tempos de 2 minutos. O 1º. e o 3º. quartos são iniciados com um kick off, ou seja, um chute inicial. Já os 2º. e 4º. quartos iniciam com a bola no mesmo local onde estava quando o jogo foi interrompido. O tempo é parado a cada passe incompleto, quando um jogador sai de campo com a bola ou em caso de penalidade. Por conta disso, um jogo de futebol americano, que deveria durar aproximadamente 80 minutos, chega a ter mais de quatro horas de duração. As equipes são organizadas em diferentes unidades, de acordo com a função de cada jogador em campo. Existem três unidades diferentes: o time de ataque, o time de defesa e o time especial, que entra em campo em situações específicas, como os chutes. O futebol americano atingiu um alto grau de especialização; portanto, cada jogador atua em apenas uma dessas unidades, com apenas uma função durante o jogo. Dinâmica do jogo Uma partida de futebol americano sempre começa com um chute inicial (kick off). O objetivo desse chute é lançar a bola o mais longe possível, dificultando a ação ofensiva da equipe adversária. A equipe que está no ata- que terá quatro chances para avançar 10 jardas; quando consegue, ganha o direito à primeira descida (down), ou seja, mais quatro tentativas para avançar mais 10 jardas, e assim por diante. Quando a equipe ofensiva não consegue avançar as 10 jardas nas quatro tentativas, perde a posse de bola. Ao perder a posse de bola, o time que estava atacando pode realizar um punt, um chute para afastar a bola o máximo possível, dificultando o retorno da equipe adversária, que passou, então, a atacar. Regras e dinâmica do futebol americano O futebol americano, assim como o futebol praticado no Brasil – chamado nos EUA de soccer –, é disputado por duas equipes, com 11 jogadores em cada uma. As equipes alternam as funções ofensivas e defensivas ao longo da partida. O objetivo do jogo é chegar, com a bola oval, à zona defensiva (end zone) da equipe adversária. O campo de futebol americano tem 100 jardas de comprimento e 53 de largura (91,44 m × 48,5 m). Ele apresenta marcações de 10 em 10 jardas, bem como marcações menores, de 1 em 1 jarda. jardas: unidades fundamentais de comprimento, do sistema inglês, equivalentes a 3 pés ou 0,9144 m. Campo de futebol americano 10 jardas 9,14 metros 10 jardas 9,14 metros 53 ja rd as 48 ,5 m et ro s 100 jardas 91,44 metros DEND ZONE END ZONE 10 20 30 40 50 10203040 102030405010 20 30 40 Educação Física 11 Existem duas formas de realizar uma jogada de ataque: • jogo corrido – no qual o quarterback passa a bola para o corredor, que avança tentando desviar dos defensores; • jogo aéreo – o quarterback lança a bola para um recebedor que está livre da marcação adversária. A defesa pode impedir o avanço dos jogadores adversários realizando um tackle, ou seja, derrubando o adversário no chão. Um jogador é derrubado quando encosta pelo menos um joelho no chão. Agora, veja como é contada a pontuação no futebol americano. • Touchdown: vale 6 pontos. Ocorre quando um jogador chega à zona final adversária com a posse de bola ou quando a recebe dentro dessa área. • Ponto extra (point after touchdown) ou conversão de dois pontos: após realizar um touchdown, a equipe ganha o direito de realizar uma das duas jogadas – chutar a bola, valendo 1 ponto, ou fazer uma jogada normal, que vale 2 pontos. • Chute de campo (field goal): vale 3 pontos. É utilizado quando a equipe não consegue chegar à zona final do time adversário. Ele pode ser rea- lizado em qualquer local do campo, mas, normalmente, é utilizado da metade do campo para a frente. Para o chute valer, a bola deve passar no meio do Y que fica na zona final. • Safety: vale 2 pontos. Ocorre quando um jogador de ataque é derrubado, com a posse de bola, na sua própria zona final. © Sh ut te rs to ck /P ho nl am ai P ho to © Sh ut te rs to ck /D eb by W on g O quarterback é responsável por lançar a bola de acordo com a jogada previamente combinada. Cada jogada ofensiva começa com um snap: o jogador do cen- tro passa a bola por baixo da per- na, para trás, para o quarterback, jogador que executa a jogada pre- viamente combinada pela equipe. © Sh ut te rs to ck /R ic ha rd P au l K an e • O snap inicia uma jogada ofensiva 9o. ano – Volume 212 O Superbowl é um dos maiores eventos esportivos do mundo. Nele, é disputada a final entre os campeões das duas Conferências Americanas de Futebol, que fazem parte da NFL: a Conferência Nacional (National Football Conference) e a Conferência Americana (American Football Conference). Ao longo da história desse jogo, o evento tornou-se um dos mais assis- tidos pela televisão em todo o mundo. Com isso, o investimento da mídia e das empresas patrocinadoras vem crescendo a cada ano. Nos EUA, no fi- nal de 2018, teve uma audiência de 103,4 milhões de espectadores. Para que uma empresa possa divulgar seu produto em um comercial durante a partida, ela precisa pagar cerca de R$ 15 milhões para uma inserção de 30 segundos. O Superbowl faz parte da cultura estadunidense, sendo considerado quase um feriado. Estima-se que, em todo os EUA, são vendidas cerca de 1,8 tonelada de pipoca, 4 milhões de pizzas e 50 milhões de garrafas de bebida durante a partida. A importância do evento é tanta que, para que uma cidade receba o Superbowl, ela precisa apresentar sua candi- datura com cinco anos de antecedência. A cidade-sede arca com grande parte dos custos e deve apresentar alguns pré-requisitos, como rede hoteleira, áreas de entretenimento e um estádio com capacidade para 70 mil pessoas. Outro aspecto que faz com que o Superbowl seja um dos eventos mais assistidos do mundo é o show do intervalo. Até a década de 1990, as apresentações eram restritas a bandas marciais e apresentações de entretenimento. Mas, com o objetivo de atrair um público maior, a organização passou a convidar grandes artistas para os shows. Com isso, apresentar-se no intervalo do Superbowl tornou-se uma grande oportunidade de reconhecimento para os artistas, osquais são muito aguardados pelo público. Michael Jackson, Madonna, Paul McCartney, Coldplay, Beyoncé, Lady Gaga, Katy Perry e Justin Timberlake são exemplos de artistas e bandas que já se apresentaram no evento. O exemplo da final da NFL demonstra o processo de espetacularização do esporte na sociedade contemporânea, aliando o jogo com o espetáculo de som e imagem, atraindo o público e os patrocinadores. A presença da mídia nesse caso é enorme, divulgando o esporte, os artistas, a cidade-sede e os patrocinadores. Cria-se, com isso, um mercado em torno da prática esportiva, que vai muito além da dinâmica interna do futebol americano, tornando-o um fenômeno cada vez mais globalizado. A expansão do Superbowl para outros países, como o Brasil, que apresentou um crescimento de 800% na audiência nos últimos quatro anos, faz com que os mer- cados se ampliem e, com eles, os investimentos e o con- sumo ligado ao esporte. Conexões ©Getty Im ages/Focus on Sport • Justin Timberlake foi a atração do intervalo do Superbowl 52, em 2018 bandas marciais: bandas compostas de músicos instrumentistas, cuja apresentação costuma se dar nas ruas, agregando movimentos corporais e marchas à apresentação. Além de praticar mais algumas dinâmicas relacionadas ao futebol americano, você participará de um festival de flag football. Essa é uma sugestão de atividade que pode fazer parte do evento comunitário. Fique atento às regras e boa aula! Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas 7 e 8.9 © Sh ut te rs to ck /K en D ur de n 13 Educação Física Hora de estudo 1. Qual a relação entre o sumô e a cultura japonesa? O sumô apareceu pela primeira vez no livro Kojiki (Crônica das coisas antigas), de 712 d.C. , o livro mais antigo sobre o Japão. Segundo a lenda, houve um desafio entre os deuses Takemikazuchi e Takeminakata pelo controle das ilhas da costa de Izumo. Afirma-se que são disputados torneios desde o século VII, tornando-se popular durante a era Tokugawa (1603-1868). O sumô também tem relação com a religião xintoísta, sendo que elementos rituais dessa religião estão presentes nessa luta até os dias atuais. 2. No sumô, por que o ringue de luta é chamado dohyo e qual a sua relação com a cultura japonesa? O nome dohyo é derivado de como são conhecidos os feixes de arroz que limitam o espaço de luta. Esse é um dos elementos que caracterizam a relação dessa prática corporal com a cultura japonesa e com a colheita do arroz. 3. Qual o objetivo da luta de sumô? Como é possível vencer um confronto? Na luta de sumô, vence o confronto o oponente que colocar o outro para fora do círculo ou derrubá-lo no dohyo. Contudo, não é preciso arremessar o oponente para longe do círculo ou derrubá-lo com força no chão para ganhar a disputa, basta conseguir fazê-lo tocar o chão com qualquer parte do corpo que não seja a sola dos pés ou fazer com que ele apenas pise no fardo de palha que marca o círculo. 4. Como o sumô chegou ao Brasil? Qual a especificidade das competições realizadas no país? O sumô chegou ao Brasil com os imigrantes japoneses por volta do início do século XX. O primeiro campeonato da modalidade foi realizado na colônia de Guatapará, no interior paulista, em 1912. No Brasil, foi instituída a divisão por sexo, idade (mirim, infantil e juvenil) e peso (para adultos), que não existe no sumô profissional japonês. 5. Leia o texto abaixo sobre a gordofobia. A origem do termo ainda é desconhecida. Alguns afirmam que a expressão vem do inglês fatphobia e significa: aquele que teme ou tem uma percepção negativa de pessoas gordas e/ou da obesidade. […] O preconceito com os gordos é presente no mercado de trabalho. Na pesquisa “Profissionais Brasileiros – Um Panorama sobre Contratação, Demissão e Carreira”, feita pela Catho em 2013, 6,2% dos empregadores assumiram não contratar obesos. Em maio deste ano [2014], uma profes- sora foi impedida de assumir cargo público em São Paulo por ter essa condição. […] Júlia Tussi, psicóloga e sócia fundadora do Espaço Nova Forma, clínica de reeducação alimentar, afirma que o preconceito com o gordo reside na não aceitação da sociedade com o diferente. MARTINI, Felipe. Gordofobia: quando o sobrepeso é alvo de intolerância e preconceito. Disponível em <http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/ noticia/2014/08/gordofobia-quando-o-sobrepeso-e-alvo-de-intolerancia-e-preconceito-4568939.html>. Acesso em: 8 out. 2018. Com base nas informações do texto e no relato de atletas do sumô sobre a falta de reconhecimento em função de sua imagem corporal, escreva um texto dissertativo-argumentativo de 10 linhas sobre o tema “preconceito em relação às pessoas gordas na sociedade e no esporte”. 5. O aluno deverá apresentar argumentos que indiquem as razões do preconceito, como a influência da mídia na formação de um ideal de corpo perfeito, de beleza e de saúde. Deve também relacionar a questão do preconceito com o relato dos atletas do sumô sobre a luta para atingir um status de esporte semelhante às demais lutas, e como o senso comum e a falta de respeito ao outro influenciam na apreciação do esporte. A tarefa pode fazer parte da avaliação dos alunos, relacionada aos aspectos de superação do senso comum e atitudinal. 14 6. Preencha o quadro com as informações solicitadas sobre o futebol americano. Duração da partida Os jogos profissionais são divididos em quatro tempos de 15 minutos (chamados de quartos), com um intervalo de 12 minutos ao final do segundo quarto. Entre os outros quartos, são realizados tempos de 2 minutos. Objetivo Chegar com a bola à zona defensiva (end zone) da equipe adversária. Formas de pontuação - Touchdown: vale 6 pontos. Ocorre quando um jogador chega à zona final adversária com a posse de bola ou quando a recebe dentro dessa área. - Ponto extra (point after touchdown) ou conversão de dois pontos: após realizar um touchdown, a equipe ganha o direito de realizar uma das duas jogadas – chutar a bola, valendo 1 ponto, ou fazer uma jogada normal, valendo 2 pontos. - Chute de campo (field goal): vale 3 pontos. É utilizado quando a equipe não consegue chegar à zona final do time adversário. Ele pode ser realizado em qualquer local do campo, mas, normalmente, é utilizado da metade do campo para a frente. Para o chute valer, a bola deve passar no meio do Y que fica na zona final. - Safety: vale 2 pontos. Ocorre quando um jogador de ataque é derrubado, com a posse de bola, na sua própria zona final. Subdivisões internas de cada equipe Time de ataque, time de defesa, time especial (que entra em campo em situações específicas, como os chutes). O que uma equipe deve fazer para permanecer no ataque? A equipe que está no ataque terá quatro chances para avançar 10 jardas; quando consegue, ganha o direito à primeira descida (down), ou seja, mais quatro tentativas para avançar mais 10 jardas, e assim por diante. Quando a equipe ofensiva não consegue avançar as 10 jardas nas quatro tentativas, perde a posse de bola. 7. Qual é a relação entre o futebol americano – expressa, principalmente, pelo Superbowl – e a cultura dos EUA? O Superbowl faz parte da cultura estadunidense, sendo considerado quase um feriado. Nos EUA, no final de 2018, teve mais de 103 milhões de espectadores. A importância do evento é tanta que, para que uma cidade receba o Superbowl, ela precisa apresentar sua candidatura com cinco anos de antecedência. A cidade-sede arca com grande parte dos custos e deve apresentar alguns pré-requisitos, como rede hoteleira, áreas de entretenimento e um estádio com capacidade para 70 mil pessoas. 8. Cite duas medidas adotadas para evitar o uso da violência e os danos físicos no futebol americano. O uso do equipamento obrigatório e a proibição de iniciar o contato com o capacete ou mirar um adversário indefeso. 15 © Sh ut te rto ck /A nn a Ju rk ov sk a 4 Danças de salão e tradição © Sh ut te rto ck /A nn a Ju rk ovv sk a ©Sh ut te rto ck /A nn a Ju rk ov sk a 1. Você gosta de dançar? Que estilo de dança mais lhe agrada? 2. Você conhece outros estilos de dança além do seu favorito? 3. Na sua opinião, a mídia influencia a dança? Como? Orientações metodológicas.1 16 A dança é uma linguagem que expressa sentimentos e emoções ligados aos diversos aspectos da vida social. Ela está presente na cultura há milênios, tendo passado por diversas transformações e processos criativos ao longo de sua história. Você já teve a oportunidade de conhecer alguns aspectos ligados à dança, como sua manifestação popular e os ritmos musicais. Conheceu também a capoeira e o maculelê que, apesar de sua origem como lutas, podem ser considerados formas de dança. Neste capítulo, vamos conhecer melhor a dança de salão e, por meio dela, vamos estudar a história da dança e sua presença no Brasil, bem como vivenciá-la em suas diversas possibilidades. Danças de salão As danças de salão, também conhecidas como “danças sociais”, surgiram no contexto da Europa Renascentista (séculos XIV a XVI), tendo como principais objetivos a socialização e a diversão dos dançantes. Entre as diferentes danças ori- ginadas por volta do século XV, é possível destacar a pavana, a ga- vota e o minueto como exemplos clássicos de danças presentes nos bailes daquela época. As danças se originaram como manifesta- ção popular e, com o passar dos anos, foram apropriadas pela no- breza, que passou a realizar gran- des bailes, contratando, inclusive, mestres de bailes para ensinar os passos para membros da corte. Com as transformações so- ciais advindas da alteração dos regimes de monarquia, as dan- ças saíram dos palácios e volta- ram para os espaços públicos, tornando-se, novamente, mani- festações populares realizadas em diversos lugares. Objetivos • Identificar as transformações históricas das danças e discutir a forma como a mídia as apresenta. • Analisar as características (ritmos, gestos, coreografias e canções) das danças de salão, bem como suas transformações históricas e os grupos de origem. • Planejar estratégias e utilizá-las para se apropriar dos elementos constitutivos (rit- mo, espaço e gestos) das danças de salão. • Experimentar, fruir e recriar as danças de salão, valorizando a diversidade cultural e respeitando a tradição dessas culturas. • Discutir estereótipos e preconceitos relati- vos às danças de salão e propor alternativas para sua superação. • Verificar locais disponíveis na comunidade para a realização das práticas corporais te- matizadas na escola, propondo alternativas para utilizá-los no tempo livre. • Propor alternativas e produzi-las para expe- rimentação das práticas corporais não dis- poníveis na comunidade. © Sh ut te rs to ck /M ar zo lin o • Baile 17 Atualmente, as danças de salão são ricas na diversidade de ritmos, tornando-se um espaço democrático, pois atende a diferentes gostos. Além disso, podem ser praticadas por qualquer pessoa. Existem diversos tipos de dança de salão e elas podem ser divididas em grupos em função de sua origem. Vamos conhecer dois grupos: as danças latinas e as danças europeias. As danças latinas foram elaboradas com base em danças trazidas pelos europeus a diversos países que eles colonizaram na América. A seguir, você conhecerá alguns exemplos de danças latinas. Samba de gafieira: surgiu entre as décadas de 1940 e 1950, quando o samba começou a receber influências de outras danças latinas e americanas. Começou a ser dan- çado em duplas nos salões públicos, gafieiras e cabarés no Rio de Janeiro. © Sh ut te rs to ck /K ob by D ag an • Rumba Soltinho: é uma dança muito divertida e animada que, no Brasil, teve origem nas gafieiras. Também é conhecido como swing (pelo balanço descon- traído) e, de acordo com alguns professores de dança, é uma variação do fox americano, inter- pretado de forma bem particular no Brasil. Ela não é acompanhada de um gênero musical específico e deve ser dançada com ritmos que sejam seme- lhantes ao rock, que tenham “balanço”. © D. A Pr es s/ Pa ul o de A ra új o/ CB • Samba de gafieira © Sh ut te rs to ck /Ia ko v Fil im on ov • Soltinho Rumba: dança surgida nos bairros pobres de Cuba, é fruto da mistura das culturas africana e espanhola. É uma dança muito animada e dinâmica. Em 2016, foi reco- nhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como patrimônio imaterial da humanidade, representando a autoestima e resistência do povo cubano. Você sabia que, durante a Primeira Guerra Mundial, era proibido dançar na França e na Alemanha? Já na Inglaterra, con- juntos estadunidenses animavam os soldados que estavam de férias do front, mostrando os ritmos vindos do Novo Mundo (como era chamada a América). 9o. ano – Volume 218 Paso doble: o nome faz referência ao passo acelerado da infantaria, que deu origem à dança. Ela é uma representação das touradas espanholas, na qual o homem representa o touro, e a mulher, a capa do toureiro. Dois exemplos de danças de salão europeias são o paso doble e a valsa. © Sh ut te rs to ck /M ax im us 19 • Paso doble Para iniciar o trabalho com a dança, você desenvolverá algumas noções de ritmo e o passo básico da valsa. Também poderá desenvolver os passos em dupla e com deslocamentos pelo salão, como era feito nos bailes das cortes europeias. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas 1 e 2.2 • Tango Valsa: originária da Áustria e da Alemanha, ganhou popularidade quando passou a ser usada pela elite nos salões de Viena, na Áustria. É, normalmen- te, uma das primeiras danças de salão a serem ensinadas, por ser simples e possibilitar o desenvolvimento de noções básicas, como a necessidade de trocar o peso do corpo, ora apoiado em uma das pernas, ora em outra. É dançada sob o som de uma melodia suave, em que o movimento de vaivém, aliado à elevação dos pés e aos giros de quem os realiza, produz um grande espetáculo. Um som que representa esse ritmo é a valsa An der schönen blauen Donau, conhecida como Danúbio azul, de Johann Strauss II. Tango: assim como o samba e a rumba, o tango surgiu nas camadas populares, passando da mar- ginalização para o sucesso internacional. Como as demais danças latinas, surgiu da mistura de diversas influências africanas e europeias, que faziam parte da cultura do Rio da Prata, na Argentina. É uma dança muito forte e emocionante, com passos firmes e pre- cisos. Também é considerado patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco. © Sh ut te rs to ck /J us t d an ce • Valsa © Sh ut te rs to ck /D av id H ay ka zy an Educação Física 19 Os processos de imigração ocorridos no Brasil, desde o século XIX, trouxeram inúmeras culturas que foram, ao longo do tempo, apropriadas e transformadas, criando uma grande variedade de estilos de dança de salão. Até a década de 1960, os bailes em salões eram eventos muito importantes no país, sendo local de encontro, lazer e convívio so- cial. Com a ascensão das discotecas, na década de 1970, nas quais as músicas eletrônicas predominavam e as pessoas dançavam sozinhas, a dança de salão passou por um período de esquecimento. A lambada – fusão de ritmos caribenhos, como o merengue, com danças brasileiras, como o forró e o carimbó –, nos anos 90, fez com que a dança em pares voltasse à moda, resgatando a dança de salão. Ao longo da história brasileira, com períodos de altos e baixos, as dan- ças de salão tiveram grande importância em eventos festivos, como casa- mentos, formaturas, festas de 15 anos, bailes, entre outros, e a valsa é um dos ritmos mais comuns nessas comemorações. © Sh ut te rs to ck /A ly st a No Brasil, a lambada fez muito sucesso na década de 1990. Danças de salão no Brasil No contexto social brasileiro, as danças de salão ganharam importância com a vinda, em 1808, da Família Real Portuguesa, que estava acostumada a assistir às dançasem eventos promovidos na Corte e a praticá-las. Estudos indicam que as danças, nesse período, faziam parte da educação dos membros da Corte e eram símbolo de distinção social. No Período Colonial, a dança mais praticada no Brasil era a chamada “contradança”: realizada em grupos nos quais os pares formavam círculos, filas e outras figuras. Muitos estudiosos apontam a contradança como a origem das quadrilhas juninas. © W ik im ed ia C om m on s/ NY PL • Exemplo de contradança 9o. ano – Volume 220 Danças gaúchas As danças de salão estão em constante transformação, seja pelo surgimento de novos ritmos, seja pela transformação de passos e elementos de um determinado estilo. Foi nesse contexto de mudanças, aliado à expressão de uma cultura regional, que, no século XIX, surgiram as danças gaúchas, originárias das danças de salão europeias, como a valsa e a polca. Os gaúchos criaram ritmos como o vanerão, a milonga, a rancheira, o xote e a chula. As danças gaúchas deram espaço para que o “crioulo” (termo utilizado para identificar o nativo gaúcho) do Rio Grande do Sul expressasse sua teatralidade. A mais típica representação tradicional do Rio Grande do Sul é o fandango, que une as cantigas regionais com o sapateado (conhecido pelos gaúchos como sapateio) dos que participam da dança. No sétimo ano, você conheceu o fandango paranaense, uma das manifestações populares que têm esse nome. Além do Paraná e do Rio Grande do Sul, há em Santa Catarina, São Paulo e diversos estados do Nordeste do Brasil danças e festas populares chamadas de “fandango”. O termo se aplica a dois grandes grupos de danças e festas populares: o primeiro é conhecido como “o automarítimo do ciclo natalino”, encontrado em alguns estados do Nordeste; o segundo é representado pelos bailes dos estados do Sul do Brasil e do estado de São Paulo. Especificamente no Rio Grande do Sul, o fandango utiliza uma série de cantigas que possibilitam o sapateado e é repre- sentado por um conjunto de 21 danças. Entre elas, podemos citar a rancheira, o pericom, o pezinho e o maçarico, que, em suas coreografias, utilizam os passos de juntar, de marcha, de recuo, de valsa e de sapateio. © Sh ut te rs to ck /T . P ho to gr ap hy Como estudamos no capítulo anterior, o conceito de mídia engloba uma série de meios de comunicação, propaganda e internet. Entre esses meios, a influência da TV é muito grande, pois, no Brasil, a partir da década de 1950, ela começou a fazer parte do dia a dia das pessoas. Segundo uma pesquisa da Unicef feita em 2002, a televisão ocupa cerca de quatro horas diárias da vida de grande parte das crianças e dos jovens nas grandes cidades. Existem diversos estudos sobre a influência da TV na formação cultural de uma população. Alguns autores afirmam que aquilo que é veiculado na televisão influencia, por exemplo, a concepção de crianças e jovens sobre padrões corporais e a escolha de consumo de determinados gêneros musicais e de danças. A cultura transmitida pela TV tem um caráter diferente das transmissões feitas de forma mais tradicional, por- que a televisão enfatiza a informação em detrimento do conhecimento e privilegia a velocidade em vez da refle- xão. A TV produz uma cultura efêmera, passageira; o que era sucesso hoje pode não ser mais lembrado amanhã. Por outro lado, a televisão também pode ter um papel de ampliação dos horizontes dos telespectadores, mostrando lugares e práticas aos quais eles não teriam acesso de outro modo. Os diversos tipos de dança, por exemplo, podem atingir um grande público por meio de programas que mostram competições de dança. As novelas também são exemplos de meios de criação de uma cultura da dança. Já houve histórias que mos- travam as discotecas, na década de 1970, a lambada, na de 1990, e o samba de gafieira, nos anos 2000. Conexões © Sh ut te rs to ck /A sia Im ag es G ro up • Fandango Educação Física 21 Porém, de acordo com o caráter dessa cultura de mídia, essas modas são lançadas, vivenciadas e, depois, desaparecem. A dança é uma prática corporal que está muito presente em diversos programas de televisão, por meio de uma competição, de um corpo de bailarinas, de uma festa em cenas de novelas ou em reality shows. A forma como a música e a dança estão repre- sentadas pode influenciar a percep- ção das pessoas sobre os sentidos e os significados dessa representação: como ela dever ser realizada e quais gêneros musicais são mais populares e divertidos. A internet, que talvez tenha a mesma ou até mais influência que a TV na vida das crianças e dos jovens, tam- bém transmite imagens de dança, principalmente pelos videoclipes de artistas e bandas de todo o mundo. A imagem dos grandes artistas ligados à cultura hip hop, por exemplo, mostra uma dança de rua estilizada, muito glamourizada e que, na maioria das vezes, está muito distante da origem do break na periferia das grandes cidades estadunidenses. Assim, percebemos que a mídia pode influenciar a percepção que as pessoas têm dos diversos estilos de dança, estimulando determinadas práticas corporais. As modas criadas pela cultura midiática são efêmeras e devem ser apreciadas de forma crítica e autônoma, evitando excessos e julgamentos baseados em preconceitos. © Sh ut te rs to ck /T ar cz as Assim como outras práticas corporais, a dança também pode ser praticada de forma competitiva. A dança é um conteúdo muito rico e que pode fazer parte do evento comunitário. Para que o evento cumpra seu objetivo, é importante superar os estereótipos relacionados a essa arte, levando questionamentos e práticas diferentes para a comunidade. Para que sua turma consiga verificar o imaginário criado pela mídia em relação à dança, sugere- -se uma atividade de pesquisa, na qual você terá a tarefa de, no prazo determinado pelo professor, levantar as informações solicitadas por meio de um olhar atento aos programas de TV e internet. No material de apoio, estão algumas sugestões de itens que deverão ser observados por você. Orientações metodológicas.3 Você terá a oportunidade de vivenciar os passos básicos das danças do Sul do Brasil. Se você já as conhe- ce, poderá reviver seus passos, aprimorando-os. Caso nunca tenha visto essa dança, terá uma experiência diferente e enriquecedora. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas 3 e 4.4 9o. ano – Volume 222 Forró Assim como as danças gaúchas são parte da identidade e da tradição da Região Sul do país, o forró tornou-se uma dança de salão símbolo da Região Nordeste do Brasil. Como as demais danças de salão brasileiras, foi criada da junção e transformação de outras danças, misturando as influências europeias com as de manifestações populares do Brasil. História do forró Existem duas teorias que explicam a origem da palavra “forró”: uma é a de que ela vem do termo galego forbodó, que, na Península Ibérica, descreve uma dança pontuada por golpes de bumbo; a outra é a de que a palavra surgiu da expressão inglesa for all. Essa versão está ligada ao fato de que, no início do século XX, quando havia uma grande quantidade de engenheiros britânicos em Pernambuco construindo uma estrada de ferro, as festas promovidas por eles teriam, na entrada, uma placa indicando que o baile era “para todos” (for all). A imprecisão sobre a história do termo comprova a complexidade da cultura popular brasileira, que foi construída a partir de inúmeras influências. A palavra “forró”, além de nomear uma dança de salão, também determina um gênero musical, produzido com alguns instrumentos como o acordeão, a zabumba e o triângulo. Além disso, os bailes de forró incluem outros ritmos musicais ligados a ele, como o xaxado, o xote e o baião. Esse estilo musical passou a ser conhecido em todo o país a partir do forte movimento migratório de nordestinos para a construção de Brasília, na década de 1950 e, posteriormente, para a Região Sudeste do país. Naquele momento, os programas de rádio erama forma mais popular de mídia, levando diversos estilos musicais para todas as casas do Brasil e consagrando artistas como Luiz Gonzaga. © La tin st oc k/ Ci a de Fo to A zabumba, o triângulo e o acordeão (também conhecido como sanfona ou gaita) são os instrumentos principais do forró. Orientações para a realização da atividade. Aula 5.5 Saiba + Luiz Gonzaga nasceu em 13 de dezembro de 1912, no povoado de Araripe, Pernambuco. Ele aprendeu a tocar acordeão com o pai e logo co- meçou a se apresentar em bailes e feiras. Em 1939, ele deixou o exército e passou a se dedicar à música. Em 1941, conseguiu assinar contrato com uma gravadora, depois do grande sucesso que fez em programas de rádio. Gonzagão, como era chamado, usava roupas que remetiam à cultura do cangaço – o que fez com que sofresse preconceito no início da carrei- ra –, e suas canções buscavam retratar as alegrias e agruras do Nordeste, ilustrando a saudade que o migrante sentia da sua terra natal. A partir desses elementos, a identidade do nordestino passou a ser valorizada, tornando-se um elemento muito presente até os dias de hoje, principal- mente para aqueles que estão longe de seu local de nascimento. O “rei do baião”, como ficou conhecido, morreu em 1989, mas seu le- gado permanece vivo por meio da cultura popular ligada ao forró. Agora que você conheceu um pouco da história do forró, conhecerá o passo básico dessa dança. Lem- bre-se de que, assim como nos esportes, para dominar uma dança, é preciso praticá-la. Atividades © Sh ut te rs to ck /F ili pe F ra za o Educação Física 23 Estilos de forró e influência da mídia Assim como os demais elementos da cultura – esportes, música e moda, por exemplo –, as danças também sofrem influência da mídia. Como vimos nas aulas anteriores, a televisão e a internet têm a capacidade de criar, reinventar e desestimular modas ligadas às diversas danças. O forró também passou por processos de transformação desde os anos 40. Após sua popularização na dé- cada de 1950, sofreu com o desinteresse do público, que foi atraído por outros gêneros musicais, como a bossa nova e, com isso, por outros estilos de dança. Até os anos 70, as canções do forró tratavam de temas ligados à vida no Nordeste, porém, junto com o mo- vimento de retomada do gênero, nos anos 90, passou a diversificar os temas, instrumentos musicais e ritmos, elaborando um novo estilo: o forró universitário. Ele recebeu esse nome em função do novo público que alcan- çava: jovens das grandes cidades que já não tinham a mesma relação de identidade com o Nordeste, como o público das décadas de 1950 e 1960. Além do forró universitário, surgiu, também na década de 1990, o forró eletrônico, que valoriza outros ritmos, é tocado com teclados e passou a fazer grande sucesso principalmente no Norte e no Nordeste do país. Mesmo com as novas criações ligadas ao forró, o forró tradicional, mais ligado à identidade nordestina, como a construída a partir das canções de Luiz Gonzaga, ainda permanece, e agora é chamado de “forró pé de serra”, o qual mantém as tradições e a sonoridade do acordeão, da zabumba e do triângulo. © W ik im ed ia C om m on s/ Pa tri ck -P at ric k Apesar das transformações, o forró ainda é símbolo da cultura nordestina. Como você já viu, o termo “forró” denomina tanto a dança quanto o gênero musical tocado nos bailes; portanto, os estilos de forró (pé de serra, universitário e eletrônico) apresentam ritmos diferentes de ser dançados. O pé de serra é mais lento e cadenciado, o universitário é mais ágil e com alguns passos de floreios mais destacados, e o eletrônico, mais acelerado. O objetivo das próximas atividades é agregar mais dois movimentos básicos do forró àqueles que você aprendeu na aula anterior. Para que a dança se desenvolva bem, é preciso que você busque a harmonia com o seu colega/parceiro de dança. Boa aula! Atividades Orientações para a realização da atividade. Aula 6.6 9o. ano – Volume 224 Como toda produção humana, os diferentes estilos de forró levantam questionamentos, principalmente em relação à sua ligação com a identidade e a cultura nordestinas. Para aqueles que criticam o forró universitário e o forró eletrônico, esses estilos podem demonstrar a força da mídia na criação de uma cultura empobrecida, simplificada que, por meio da massificação, é divulgada, vendida e consumida. Por outro lado, a criação do forró universitário trouxe a cultura nordestina novamente aos meios de comuni- cação, tornando-a conhecida e valorizada por uma nova geração. O novo público atraído pelo forró universitário pode optar por dois caminhos: apenas fruir dessa dança e do estilo musical, como opção da moda; ou buscar conhecer a origem do estilo, apropriando-se, assim, de uma tradição rica e importantíssima para a formação cultural brasileira. Quando uma nova moda surge, estimulada pela mídia, é importante apreciá-la criticamente, buscando co- nhecer as origens daquela manifestação cultural e compreender que sempre existem interesses econômicos na veiculação dessas modas. A inserção de propagandas na internet, por exemplo, busca associar produtos aos artistas mais assistidos nos sites de compartilhamento de vídeos. Como tudo que é produzido na sociedade, é preciso apreciar o lado positivo e identificar as ilusões que podem ser vendidas com cada inovação.preciso apreciar o lado positivo e identificar as ilusões que podem ser vendidas com cada inovação. A mídia tem grande capacidade de influenciar na formação do nosso gosto; portanto, é necessário compreender os processos sociais nos quais a cultura e as práticas corporais estão inseridas. Depois de vivenciar três tipos de dança de salão, forme uma equipe com os colegas e, juntos, escolham uma dança estudada para elaborar uma coreografia. Preste atenção nos passos básicos e nas músicas. Em seguida, explore as possibilidades de criação baseando-se em cada uma dessas danças de salão. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas 7 e 8.7 © Sh ut te rs to ck /M BI Educação Física 25 Chegamos ao final do semestre e agora você e sua turma terão o desafio de realizar mais um evento comunitário. É importante retomar as pesquisas realizadas e a programação definida anteriormente, avaliando as possibilidades de execução de cada prática corporal. No primeiro volume, você estudou os esportes com rede tênis de mesa e voleibol e conheceu melhor as lutas orientais judô e caratê. Neste volume, estudou o sumô, o futebol americano e as danças. Lembre-se de que, além das dinâmicas próprias de cada prática, você pôde refletir sobre as relações entre as práticas, a cultura local e a mídia. Essas relações devem estar presentes no evento comunitário por meio de debates, apresentações de cartazes, vídeos e materiais sobre cada prática apresentada. Assim, cumpre-se uma das principais funções do evento comunitário, que é a de levar novos conhecimentos à comunidade, ampliando seus horizontes e superando o senso comum sobre as práticas corporais. Orientações metodológicas.8 Saiba + Assim como outras práticas corporais, a dança também passou por um processo de esportivização, o que significa que ela pode ser classificada como esporte, pois apresenta regras e competições organizadas por institui- ções internacionais. A dança esportiva ou dancesport é uma atividade que combina esporte e dança, cujos objetivos são melhorar a aptidão física, pro- mover a socialização e a competição. Nas com- petições, as danças são sempre praticadas em pares e incluem dez ritmos internacionais de dança de salão, divididos nas duas modalida- des a seguir. • Modalidade standard: valsa lenta, tango internacional, valsa vienense, slow fox e quickstep. • Modalidade latin: samba internacional, chá- -chá-chá, rumba, paso doble e jive. A dança esportiva é organizada internacio- nalmente pela World Dancesport Federation (WDSF) e, no Brasil, pelo Conselho Nacional de Dança Desportivae de Salão (CNDDS), entida- de fundada em 2013. Existem praticantes de dança esportiva no mundo todo, fato que fez com que o esporte fosse reconhecido como modalidade olímpica pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), porém, ainda não foi inseri- da no programa olímpico. Por se tratar de uma prática esportiva, os dançarinos são divididos em categorias, as músicas e as vestimentas uti- lizadas são padronizadas e as danças incluídas nas competições têm passos codificados, que são ensinados e avaliados da mesma forma em todo o mundo. A prática da dança esportiva foi trazida para o Brasil pelos imigrantes japoneses, sendo, atualmente, muito praticada em estados como Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco. Dependendo da competição, podem ser incluídos outros tipos de dança de salão, como rock ‘n’ roll, hip-hop, salsa, wheelchair, showdance, formation, country western, boogie woogi e cheerleading. 9o. ano – Volume 226 Hora de estudo 1. Qual é a origem da dança de salão e como ela se desenvolveu ao longo de sua história? As danças de salão surgiram na Europa Renascentista. Originaram-se como manifestação popular e, com o passar dos anos, foram apropriadas pela nobreza, que passou a realizar grandes bailes. Com as transformações sociais advindas da alteração dos regimes de monarquia, as danças saíram dos castelos e voltaram para os espaços populares, tornando-se, novamente, manifestações populares realizadas nos diversos espaços de dança. Essa arte passou por altos e baixos ao longo de sua história, mas sempre esteve presente nos diversos espaços sociais. 2. Cite duas danças latinas e duas europeias. Danças latinas: samba de gafieira e tango. Danças europeias: valsa e paso doble. 3. Que fato histórico deu impulso à dança de salão no Brasil? No Brasil, as danças de salão tomaram força com a vinda, em 1808, da Família Real Portuguesa, que estava acostumada a assistir às danças em eventos promovidos por membros da Corte e a praticá-las. 4. A que se refere o termo fandango? O termo se aplica a dois grandes grupos de folguedos populares: o primeiro é conhecido como “o automarítimo do ciclo natalino”, encontrado em alguns estados do Nordeste; o segundo é representado pelos bailes dos estados do Sul do Brasil e do estado de São Paulo. Especificamente no Rio Grande do Sul, o fandango utiliza uma série de cantigas que possibilitam o sapateado e é representado por um conjunto de 21 danças. 27 28 5. Quais são as explicações para o uso do termo “forró” e sua relação com a história dessa dança? Existem duas teorias que explicam a origem da palavra “forró”: uma é a de que ela tem origem no termo galego forbodó, utilizado na Península Ibérica para descrever uma dança pontuada pelos golpes de bumbo; a outra é a de que a palavra teria surgido da expressão inglesa for all. Essa versão está ligada ao fato de que, no início do século XX, quando havia uma grande quantidade de engenheiros britânicos em Pernambuco construindo uma estrada de ferro, as festas promovidas por eles teriam, na entrada, uma placa indicando que o baile era “para todos” (for all). A imprecisão sobre a história do termo comprova a complexidade da cultura popular brasileira, que foi construída com base em inúmeras influências. 6. De que forma se estabeleceu uma identidade nordestina por meio do forró? Por meio dos instrumentos, das roupas e dos temas das letras das canções, que tratavam da saudade do Nordeste, suas qualidades e dificuldades de vida. Pelas canções, muitos nordestinos que saíram de suas cidades, em busca de trabalho no Centro-Oeste e no Sudeste, puderam reafirmar sua identidade e seu sentimento de pertencimento. 7. Quais são os atuais estilos de forró e suas diferenças em relação à forma de dançar? Forró pé de serra, mais tradicional; forró universitário, criado e consumido por jovens das grandes cidades; forró eletrônico, produzido com instrumentos eletrônicos, principalmente teclados. O pé de serra é mais lento e cadenciado, o universitário é mais ágil e com alguns passos de floreios mais destacados, e o eletrônico, mais acelerado. 8. Neste semestre você estudou a influência da mídia nas práticas corporais e, no capítulo 4, mais especifi- camente em relação à dança. Com base nos temas abordados, elabore um texto dissertativo-argumenta- tivo de 10 linhas sobre a relação entre mídia e dança. Os alunos devem apresentar o conceito de mídia, articulando-o com as práticas corporais. O texto deve apresentar as influências da mídia em relação à dança, lançando modas e apresentando estilos de dança ao grande público. É importante que os alunos compreendam as características da cultura midiática, bem como os tipos de dança mais presentes nos meios de comunicação. O texto pode ser utilizado como instrumento de avaliação dos objetivos ligado à superação do senso comum e ao fazer corporal. Capítulo 3 – Página 7 – Você em ação! Sugestão de pesquisa sobre a imagem corporal relacionada ao sumô Capítulo 3 – Página 8 – Tabela para anotação dos pontos – minissumô canguru 9o. ano – Volume 2 Material de apoio Educação Física 1 Nome: Conversar com pessoas de idades e profissões/ocupações diferentes para verificar se existe diferença entre as respostas em função da idade ou profissão. Profissão: Idade: Durante quanto tempo do seu dia você assiste à TV ou acessa a internet? Essa informação é essencial para verificar qual é a importância dessas mídias no dia a dia das pessoas e qual o tamanho da sua influência. Quais programas/sites você mais assiste/acessa? Verificar se a pessoa entrevistada assiste a novelas e a programas de entretenimento, se é na TV aberta ou na TV a cabo. Se ela assiste a videoclipes ou a programas de humor, a séries, etc. Que tipo de pessoa mais aparece nesses programas ou sites (tipo físico)? Verificar se a pessoa entrevistada reconhece um padrão no tipo físico das pessoas que aparecem na TV ou na internet e se as respostas indicam que essas pessoas são, via de regra, magras. Na sua opinião, como é uma pessoa bonita? Verifique se o conceito de beleza está relacionado ao tipo físico predominante na mídia ou se a pessoa reconhece que isso não corresponde à realidade. Você conhece o sumô? Qual é a principal caraterística dessa luta? Esta questão pode trazer elementos importantes para o planejamento do evento comunitário, caso o sumô seja contemplado durante as atividades. Verificar o que as pessoas sabem sobre a luta, se relatam algum estereótipo ou preconceito em relação ao corpo dos lutadores ou se desconhecem a luta. Com base nas respostas, será possível programar as atividades que podem ser desenvolvidas com a comunidade. Nome do jogador 1 ponto 2 pontos 3 pontos 4 pontos 5 pontos Capítulo 4 – Página 22 – Você em ação! Informações Programa/site observado Programa de variedades Que tipo de dança está presente Dança de salão Horário/dia da semana Domingo, das 16 h às 20 h Objetivo da dança Competição Público-alvo Todas as idades Quem dança Homens e mulheres, pessoas famosas e professores de dança Sua opinião sobre a dança Pode ajudar a incentivar as pessoas a praticar a dança de salão Informações Programa/site observado Programa de variedadesQue tipo de dança está presente Balé, jazz Horário/dia da semana Domingo, das 16 h às 20 h Objetivo da dança Ilustrar o programa, acompanhar os artistase quadros apresentados Público-alvo Todas as idades Quem dança Somente mulheres Sua opinião sobre a dança As bailarinas servem apenas de “enfeite”, utilizam roupas que expõem sua beleza Informações Programa/site observado Programa de videoclipes Que tipo de dança está presente Break, funk Horário/dia da semana Diariamente, das 10 h às 12 h 30 min Objetivo da dança Ilustrar as canções dos artistas Público-alvo Adolescentes e jovens Quem dança Mulheres e homens Sua opinião sobre a dança As danças são, na maioria, executadas por mulheres, com roupas que expõem seus corpos, com o objetivo de demonstrar seus sentimentos em relação a alguém Sugestão de pesquisa sobre a imagem corporal relacionada à presença da dança nas diversas mídias 2
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