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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO Resenha Crítica de Caso Julia Bravo Trabalho da disciplina: Contaminação e Tratamento de Água Tutor: Prof. Simara Ferreira Bruno SERRA/ES 2020 http://portal.estacio.br/ 2 FALTA DE ÁGUA E INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO NA CIDADE DO MÉXICO Referências: MACOMBER, Johnd; CUELLAR, Regina Garcia; JAMES, Griffin H. Falta de água e investimento imobiliário na Cidade do México. Havard Business School Case 9- 210-085, Rer.: 23 de Janeiro de 2014. Os autores apresentam o caso da Cidade do México, que mesmo construída no leito do lago, passava por sérios problemas com os reservatórios que abasteciam o DF (Distrito Federal, região da capital nacional do México), e sem o devido reabastecimento, enfrentaria grandes problemas econômicos, sociais e políticos, afetando fortemente as indústrias e o mercado imobiliário. Frida Orozco, diretora imobiliária do Carranza Property Fund, diante da crise financeira que enfrentava, viu-se no meio de uma série de opiniões contraditórias de empresários e investidores imobiliários sobre a questão, decidiu então, ela mesma reunir informações e se encontrar pessoalmente com pessoas do governo e empresas de infraestrutura do setor privado; para assim, analisar como o sistema funcionava, quais os cenários futuros e como a falta de água impactaria o mercado da Carranza. O crescimento da Cidade do México ocorreu de forma acelerada e desorganizada, o volume retirado do aquífero era significativamente mais alto que o reabastecimento e isso se dava devido a uma combinação de fatores, tais como a demanda da população, fontes financeiras, confrontos políticos e questões de engenharia; contribuindo para impactos nas mudanças climáticas, afundamento do solo e redução no nível de águas subterrâneas. O que acontecia na Cidade do México era uma desigualdade sem igual. Para termos noção, os autores explanam sobre o estudo comparativo do uso da água em regiões no lado oeste (cerca de 300 litros por habitante por dia) e em regiões no leste, que é pobre, as pessoas têm cerca de apenas 50 litros por dia. Além dessa distribuição desigual, estima-se que cerca de 40% da água é perdida em vazamentos, além de que, mesmo o transporte para as delegações seja gratuita, os esvaziamentos e roubos não autorizados são problemas recorrentes. A perda de água ocorre em qualquer processo de abastecimento através de redes de distribuição. Essas perdas relacionadas aos vazamentos são chamadas de perdas reais, e aquelas relacionadas a insuficiência/ falta de hidrômetros ou outros erros de mediação são conhecidas como perdas aparentes. Segundo um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, 3 37% da água no Brasil é perdida, tanto para perdas aparentes quanto reais. O problema da crise hídrica vai além, o desperdício da água da população, seja o mau funcionamento de descargas, vazamentos em torneiras e tempo excessivo com fluxo de água corrente (chuveiros e torneiras) são algumas medidas que geradoras do desperdício de água. Um ponto importante trazido no estudo é o surgimento das Parcerias Público-Privadas (PPP), onde os consumidores passariam a pagar de acordo com seu consumo, e não mais taxas fixas. Assim, além de aumentar a eficiência da distribuição através de concessões, o governo alinharia os incentivos das empresas privadas com os objetivos do próprio governo. Rui Sobral, gerente geral de operações de TECSA e IACMEX (dois dos quatro operadores privados envolvidos na gestão de água da Cidade do México), aborda diversas discussões como a disponibilidade, engenharia, armazenamento, transporte, regulamentação, tomada de decisão, desafios, propostas, modelos, iniciativas e escolhas. Um ponto a se destacar trazido por Sobral é o fato de não haver nenhum regulador federal que fiscalize os diversos operadores públicos e privados, aspecto incomum da água no México, pois é essencial o estabelecimento de padrões e fiscalizações para uma maior responsabilidade, principalmente nos casos em que houver degradação ao meio ambiente, como a poluição da água e do ar que já é uma realidade da região. A questão da água se tornou uma preocupação mundial, seja no abastecimento e/ou saneamento. O deficiente saneamento resulta em problemas de saúde, doenças e até mortes; além da ascensão da degradação ambiental causada pela poluição das águas residuais. A possível escassez colocará em risco o crescimento econômico, a produção de energia e comida, o comércio internacional e a segurança regional e nacional. A divergência entre interesses políticos no México poderia prejudicar a busca por soluções na engenharia, visto que os operadores competiam por publicidade e influência. Devido aos diversos fatores que estão envolvidos nessa problemática da água, torna-se evidente no estudo que a Orozco vai da hidrologia à economia, na busca de entender a situação que se encontravam, e observou que era necessário antecipar os cenários para ser responsável com seus investidores. O artigo apresenta 16 anexos e entre eles um dos que chamam atenção é o Anexo 6 que trata da disponibilidade de água no México como um todo e por região hidrológica. Através de um diagrama é representado a disponibilidade da água no decorrer dos anos, mais 4 especificamente entre 1950 e 2005. É notório que a maior diferença se observa na década entre 1950 e 1960, e por mais que a redução permaneça constante ao longo das décadas posteriores, essa queda brusca só demonstra o quanto a urbanização e o desenvolvimento econômico afetaram no sistema hídrico como um todo. Na época do “pico” do desenvolvimento é provável que a população não tinha a noção da relevância de proteção da água que, como recurso limitado e essencial, poderia acabar. Os autores apresentam as diferentes opiniões sobre como será o futuro do abastecimento no México, alguns mais negativos e outros mais otimistas, o fato é que, a água necessita ser tratada como prioridade. Analisando a forma como o conteúdo é apresentado nesse artigo, de maneira clara e didática, alcança um público geral devido à importância e abrangência do tema, através de pesquisas, imagens, gráficos e diagramas, que são demonstrados principalmente nos anexos, se tornando facilitadores para um melhor entendimento e compreensão do conteúdo abordado em texto. O estudo é interessante pois transmite ao leitor que a crise hídrica também alcança lugares que possuem fonte direta de abastecimento (como o México) e atinge todas as áreas, inclusive o setor imobiliário. Ademais, para tomada de decisões efetivas, cada setor de serviços precisa analisar, estudar e, até mesmo, desenvolver ideias que possam contribuir para a continuação dos serviços em meio à crise. Desse modo, entende-se que medidas corretivas são fundamentais para minimizar os impactos, todavia, é crucial medidas preventivas a fim de não chegue ao ponto de racionalização de água, como já ocorre em muitos lugares do mundo. Proteger e preservar o meio ambiente é dever de todos, para as presentes e futuras gerações. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001. Sistemas de gestão ambiental – especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro. ABNT, 1997. JERN, Magnus. Dirty Secret about the carbon footprint of bottled water. Junho, 2019. Disponível em: https://medium.com/@magnusjern/dirty-secret-about-the-carbon-footprint-of- bottled-water-a13a0737dc0e. Acesso em: 29/06/2020. Perdas de água na distribuição: causas e consequências. TRATA BRASIL, 2017. Disponível em: http://www.tratabrasil.org.br/blog/2017/11/16/perdas-de-agua-causa-e-consequencias/. Acesso em: 18/07/2020. https://medium.com/@magnusjern/dirty-secret-about-the-carbon-footprint-of-bottled-water-a13a0737dc0e https://medium.com/@magnusjern/dirty-secret-about-the-carbon-footprint-of-bottled-water-a13a0737dc0ehttp://www.tratabrasil.org.br/blog/2017/11/16/perdas-de-agua-causa-e-consequencias/
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