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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS Uma transcorrência analítica em Rio Verde

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: Uma transcorrência analítica em Rio Verde 
 
Cledson Matias de Oliveira* 
Lucy Gleide Santos de Souza Lins** 
Rafael Silva dos Santos*** 
 
RESUMO 
 
É indubitável que a contação de histórias é uma técnica humana que transcende de 
tempos mais remotos à contemporaneidade. Outro fator relevante é a compreensão 
de que a prática traz às crianças incontáveis sensações, aprendizagens, e o 
professor deve encarregar-se de formular metodologias capazes de envolver os 
aprendizes, nesse universo literário. De tal modo, essa pesquisa empenhou-se em 
aclarar por conceitos voltados a essa prática literária tão significativa. Para tal feito, 
uma pesquisa em campo foi formulada, com ênfase análise crítica da narração de 
histórias em um primeiro ano do Ensino Fundamental, que resultou em um relato de 
experiências. Fato que evidenciou a contemplação de objetivos, assim como a 
participação dos discentes, além do encantamento pelo literário. O trabalho explicita 
ainda, dados apanhados durante uma entrevista com escritores locais, acerca da 
contação de histórias e suas pluralidades. Assim, o desenvolvimento da temática 
fundamentou-se pelas contribuições de teóricos como Abramovich, Cavalcanti, 
Miguez, Rodrigues, Vilard, que a partir das contribuições nortearam a progressão 
deste trabalho. 
 
Palavras-chave: Literatura. Histórias. Pedagogia. 
 
1 INTRODUÇÂO 
 
Contar história é algo natural de todo ser humano, em que é transmitido 
acontecimentos através de palavras, sons e gestos de forma criativa. É comum entre 
as crianças contarem suas histórias ainda que sem muito sentido, mas que ajudam 
no desenvolvimento da criatividade dos pequenos, pois começam a interagir com o 
mundo, contando aventuras imaginárias. O ato de contar história é muito importante 
para o ouvinte e para o contador, pois dividem as emoções, as imagens e o 
aprendizado. Compartilham de momentos marcantes de cada detalhe narrado, 
assim socializando um com outro. 
 
* Acadêmico do 8º Período do Curso de Pedagogia – Licenciatura do Instituto Superior de Educação 
Almeida Rodrigues-ISEAR. 
** Acadêmico do 8º Período do Curso de Pedagogia – Licenciatura do Instituto Superior de Educação 
Almeida Rodrigues-ISEAR. 
*** Orientador Professor do Curso de Pedagogia – Licenciatura do Instituto Superior de Educação 
Almeida Rodrigues-ISEAR. 
2 
 
O uso incorreto da contação de história pode interferir no desenvolvimento 
intelectual e no estímulo à leitura, uma história mal contada não irá instigar o aluno a 
buscar mais sobre aquele determinado assunto. Ao passo que uma história mal 
contada é quando o contador não consegue transmitir de forma lúdica, e não atrair a 
atenção das crianças. 
Contar uma história não é simplesmente pegar um livro e começar a discorrer 
sobre o que nele está escrito, e sim, transformar a história em algo fantástico e 
prazeroso para quem está ouvindo, fazendo com que o ouvinte viaje em mundos 
inimagináveis e fantásticos. Contar de certa maneira, que o próprio destinatário se 
torne parte da história narrada. 
O presente trabalho foi desenvolvido para buscar compreender de acordo 
com o objetivo geral como a contação de história faz diferença na vida escolar de 
uma criança, por isso foi levantadas as propostas de participar de situações de 
leitura planejadas pelo educador para aluno do 1º ano do Ensino Fundamental, no 
intuito de investigar como se dá a contação de história na sala de aula, verificar se 
na hora da narração de história há propensão de prazer. 
É indiscutível que uma boa história encanta a todos, reunindo pessoas desde 
a antiguidade, que não entendiam sobre o assunto, mas sentiam a necessidade de 
se expressar, comunicar e compartilhar sentimentos e emoções. Dessa necessidade 
evoluiu para o que temos hoje, a contação de história por meios formais nas 
escolas, como forma de ensino e as informais como meio de interação e diversão. 
Assim, buscou-se junto ao meio escolar em uma sala de 1º ano, vivenciar na 
pratica o estudo da contacão de história, utilizando-se para tanto, a observação e 
aplicação de algumas teorias trabalhadas. Além disso, utilizou-se do contato com 
autores locais, visando descobrir seus pontos de vista e seus trabalhos relacionados 
ao tema. Por fim os dados obtidos foram colacionados neste trabalho. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Relatos sobre o surgimento da contação de história 
 
Há vários relatos sobre o surgimento da contação de histórias, um deles é 
que séculos atrás, as pessoas se reuniam próximo a uma fogueira para contar 
histórias de tudo que havia no mundo, seus conhecimentos, suas aventuras, suas 
3 
 
crenças. Outros ainda afirmam que tudo começou quando um homem tendo várias 
ideias e a necessidade de compartilhar com os outros. 
A verdade é que cada um tem sua história para contar. De tal modo, é preciso 
buscar a história da narrativa para entender melhor sobre esse acontecimento. 
Joana Cavalcanti (2002, p. 21), doutora em Teoria da Literatura, diz que as primeiras 
narrativas consistem “em relatos sobre o descobrimento do mundo, relatos esses 
marcados por rituais e magias, contavam sobre religiões, sobrenatural e mistérios. 
Muito tempo depois transformavam em histórias e mitos o que contavam”. É preciso 
contar história de uma maneira fantástica e extraordinária. 
 
2.2 O ato de contar história 
 
A humanidade encontrou nas histórias uma maneira mais significativa de 
expressar-se, pois é natural de cada ser humano a capacidade de comunicar-se. 
Sendo assim, além de pertencer à área da educação, a contação de histórias 
envolve outras áreas do conhecimento, bem como aspectos empíricos. Como expõe 
o Pennac (1993, p. 143) que “o ato de contar histórias é próprio do ser humano”. 
A contação de história na vida, na maioria das vezes começa em casa, com 
os familiares e vizinhos, contando sobre sua vida passada, seus acontecimentos e 
até mesmo sobre vários contos de fadas, no qual a criança ri, se emociona e tem 
vários sentimentos no momento que escuta. Cada um contando do seu jeito, em seu 
ritmo. Histórias que transportavam a lugares inimagináveis que ajudam a cultivar na 
mente a imaginação. 
E pelo viés de Abramovich (1997, p.138), 
 
Pois é só estarmos atentos ao nosso processo pessoal, às nossas relações 
com os outros e com o mundo, à nossa memória e aos nossos projetos, 
para compreender que a fantasia é uma das formas de ler, de perceber, de 
detalhar, de racionar, de sentir... o quanto a realidade é um impulsionador (e 
dos bons”!!!) para desencadear nossas fantasias. 
 
A contação de história é fundamental na vida das crianças, por isso, uma boa 
contação desperta o gosto por ouvir. Sendo que o escutar é essencial, visto que 
escutando se imagina qual seria a cena, o que poderia ser melhorado ou 
acrescentado. Assim a criança ao escutar a contação, desperta para o aprendizado 
e ao interagir com o livro, fica entusiasmado ao passo que focará no assunto que 
4 
 
tanto lhe chama atenção. De tal modo, percebe-se que a narração de histórias faz 
se como arte, pois tem o poder literário de encantar, faz com que a criança seja 
levada ao mundo imaginário. A literatura infantil desperta o hábito de leitura. 
 
Como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, 
muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, 
e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de 
compreensão do mundo (ABRAMOVICH, 1997, p. 16). 
 
Muitas crianças, não tem oportunidade de contato com livros em seus lares, 
sendo assim esse contato mais íntimo acontece na escola. Por isso a importância do 
professor em despertar através da contação de história o interesse pela leitura na 
criança. 
 
2.3 Contação de história na vida escolar 
 
Cada vez mais a contação de história se faz presente no meio escolar, 
através do professor com sua metodologia ou por meio de projetos literários,como 
as feiras de leitura ou até mesmo recebendo um contador. Entretanto, existem 
crianças que só têm o contato com a literatura na própria escola, por isso é tão 
importante estudar métodos que despertem nas crianças o prazer pela leitura. A 
escola é um lugar fantástico para realizar um conto de história, pois a criança está 
em fase de crescimento intelectual, no qual estimula com mais rapidez esse 
crescimento intelectual na criança em fase de crescimento. 
Segundo Miguez (2000, p. 28), 
 
Na maioria dos casos, a Escola acaba sendo a única fonte de contato da 
criança com o livro e, sendo assim, é necessário estabelecer-se um 
compromisso maior com a qualidade e o aproveitamento da leitura como 
fonte de prazer. 
 
A contação de história em sala de aula ajuda a educar, instruir, desenvolver a 
inteligência, socializar, sensibilizar e vários outros objetivos. Como explicita 
Abramovich (1997, p. 23) “O OUVIR HISTÓRIAS PODE ESTIMULAR o desenhar, o 
musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o 
escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou outra)”. 
 
5 
 
2.4 A responsabilidade do contador de história 
 
Através da história a criança viaja, como se estivesse em um outro planeta, 
ela cria situações e imagina algo fora do comum, em um mundo só seu, no qual 
pode modificar o que quiser. Pensa como poderia ser os personagens, seus olhos, 
mãos, sua casa, sua vida, cada uma imaginando de seu jeito. Segundo Abramovich 
(1997, p. 17) “é através de uma história que se podem descobrir outros lugares, 
outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética”. 
A contação de história tem o poder de aguçar o interesse pela leitura, pois, 
lendo terá melhor conhecimento sobre a história. A escolha de um conto é uma 
estratégia positiva para que a criança se interesse mais para ouvir e é claro, o 
contador tem que levar toda a fantasia e magia ao contar a história, fazer com o que 
está escrito se torne algo fantástico e real através de sua maneira de contar 
Conforme Abramovich (1997, p. 120), 
 
...os contos estão envolvidos no maravilho, um universo que detona a 
fantasia, partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com 
emoções que qualquer criança já viveu... Porque as personagens são 
simples e colocadas em inúmeras situações diferentes, onde tem que 
buscar e encontrar uma resposta de importância fundamental, chamando-a 
criança a percorrer e a achar junto uma resposta sua para o conflito. 
 
Na contação de uma história utilizam-se vários recursos, como: roupa, sapato, 
decoração, ruídos, sons, expressões corporais, tudo para chamar a atenção do 
ouvinte, para que possa ter prazer em ouvir e apreciar cada segundo. Por isso o 
contador não pode apenas ler a história, ele tem que contar e interpretar para que os 
ouvintes possam imaginar cada cena. 
Segunda Abramovich (1997, p. 20) 
 
O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar 
admiração. Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuose que 
sabe seu texto, que o tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer 
variações sobre o tema. 
 
Ao ouvir uma história, a criança imagina todo cenário, uma história bem 
contada instiga o aluno a um universo cheio de magia, assim toma gosto pela leitura, 
querendo ler mais para imaginar mais. Conforme Abramovich (1997, p. 121) “a 
6 
 
magia não está no fato de haver uma fada já anunciada no título, mas na sua forma 
de ação, de aparição, de comportamento, de abertura de portas”. 
Não podendo esquecer que as histórias transmitem várias emoções, como: 
medo, raiva, tristeza, angustia e até mesmo alegria, como se estivesse realmente 
naquele mundo, naquela cena, presenciando tudo. Pois as cenas contadas são em 
sua maioria o que acontece na vida real. 
 
A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o 
trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, 
tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e 
ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os 
fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os 
sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida 
real (RODRIGUES, 2005, p. 4). 
 
Por todos os fatores mencionados, a hora do conto tem que ser preparada, 
projetada, para que o aluno sinta todas as emoções da história escutada, consiga 
entrar na cena para poder prestar atenção e interagir com o conto e assim 
desenvolver a sua imaginação e criatividade. 
Pelo viés de Abramovich (1997, p.21), 
 
AH, É BOM SABER COMEÇAR O MOMENTO DA CONTAÇÃO, talvez do 
melhor jeito que as histórias sempre começaram, através da senha mágica 
“Era uma vez...”, ou de qualquer outra forma que agrade ao contador e aos 
ouvintes... não precisa ter pressa em acabar, ao contrário, ir curtindo o ritmo 
e o tempo que cada narrativa pedi e até exige. 
 
A cada vez mais o aluno está se afastando da leitura, no qual não tem mais o 
prazo em ler, por isso a contação de história vem proporcionar uma experiência 
positiva, pois não adianta fazer tarefas rotineiras, como pegar um livro e 
simplesmente querer que o aluno leia, porque ele não tem que só ler, ele tem que 
gostar de ler. É bom para o aluno e bom para o professor, pois a aula será 
prazerosa e satisfatória. Como relata Villardi (1997, p. 2) “É preciso ensinar a gostar 
de ler”. 
Ao final da contação, o contador deve fazer uma auto avaliação, verificar se 
os recursos e a metodologia foram boas para que as crianças prestassem atenção e 
sentissem emoção no momento contado. É importante também questioná-las do que 
gostaram mais, do que acreditam que pode ser acrescentado, pois são elas que 
devem gostar e não o contador. 
7 
 
Conforme Abramovich (1997, p. 143), 
 
Pois é preciso saber se gostou ou não do que foi contado, se concordou ou 
não com o que foi contado. É perceber que ficou super envolvido, querendo 
ler de novo mil vezes (a penas algumas partes, um capitulo especial, o livro 
todinho...) ou saber que detestou e não querer mais nenhuma aproximação 
com aquela história tão chata, tão boba ou tão sem graça. 
 
A função da literatura é despertar o gosto pela leitura e nada melhor que uma 
boa contação de história para que a criança entre nesse universo “mágico” no qual a 
criança ouve, imagina, ler e faz suas próprias interpretação, quebrando o rótulo a 
não ler, ou que leitura é cansativa. A criança desperta também vários valores, senso 
de mundo, formação de identidade, pois os personagens parecem com os 
acontecimentos da vida real. 
Enfim, contar uma história não é simplesmente pegar um livro e começar a 
discorrer sobre o que nele está escrito, e sim, transformar a história em algo 
fantástico e prazeroso para quem está ouvindo, fazendo com que estas viagens em 
mundos inimagináveis e fantásticos. Contar de certa maneira, que o próprio ouvinte 
se torne parte da história narrada. 
 
3 METODOLOGIA 
 
O presente trabalho foi desenvolvido em uma Escola Municipal de Ensino 
Fundamental em Rio Verde-Goiás, localizada próximo a uma das Faculdades da 
Cidade, em uma turma de 1º ano com 29 alunos matriculados, no período 
vespertino. Buscando compreender de acordo com o objetivo geral, como a 
contação de história faz diferença na vida escolar de uma criança. Para que os 
objetivos sejam atingidos, foi focado como se dá a contação de história na sala de 
aula pela professora regente no primeiro dia, fazendo anotações no caderno do que 
poderia ser feito para melhorar. No segundo dia, foi dramatizada a história “O 
gafanhoto e as formiga” tendo como decorações, fotos de formigas e gafanhotos no 
quadro. Antes da história houve uma conversa com as crianças, sobre o que 
conhecem desses insetos. 
Após a contação de história, houve um momento de questionamentos, em 
que as crianças, se gostaram se foi diferente, se querem outra vez. ConformeAbramovich (1997, p. 143). Foi solicitado às crianças que recontassem a história 
8 
 
para saber se prestaram atenção realmente e questionar o que aprenderam com 
ela? Se pensavam da mesma forma da formiga? Se possuíam algum relato de 
alguém preguiçoso? Se faziam as tarefas de casa? Com quais dos personagens são 
mais parecidos? De acordo com Rodrigues (2005, p. 4). 
Ao findar, com um som e um pen drive será colocada a música “sai preguiça” 
com ilustração e dança, pois a moral da história que foi contada, é que há sempre 
um tempo reservado para o trabalho, e outro tempo reservado para a diversão. Um 
momento de descontração e aprendizado para as crianças. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
No primeiro dia foi observada a forma como a professora regente desenvolve 
a contação de história em sala de aula, com intuito de preparar a apresentação do 
dia seguinte. Fazendo uma roda sentada no chão, juntamente com as crianças, a 
turma prestava muita atenção, a professora contou a história “Os 3 porquinhos” 
fazendo vários dramas e expressões, alguns riram outros ficaram apavorado com o 
lobo, mas todos atentos. 
 Ao final a professora pediu para que os alunos desenhassem a história de 
forma diferente para que após o término, fosse falado qual foi sua modificação e o 
porquê mudou determinada parte. No momento da explicação todos participaram, 
discutiram acerca da preguiça dos 2 porquinhos e a maldade do lobo. Durante o 
intervalo a professora relatou que a turma que gosta de ouvir estória e assim, 
aprende mais rápido, pois despertam neles a vontade de ler para aprender mais 
sobre o que foi contado, assim o professor deve estar preparado para o momento da 
contação. 
Mencionou que no segundo semestre, começou a ministrar aula em uma 
turma de 3º ano, no qual havia alunos que ainda não sabiam ler e não gostavam de 
ouvir história, comparou com sua turma de 1º ano que alguns já sabem escrever seu 
nome completo e ler, assim ela percebeu a grande importância da contação de 
estória para que o aluno tome gosto pela leitura. 
No início do segundo dia, com a presença da professora regente, foram 
apresentados os acadêmicos responsáveis pela contação de estória do dia. Alguns 
combinados foram feitos como objetivos de manter a ordem da sala, a professora 
9 
 
regente cantou junto com os alunos a música do ‘silêncio’ e as deixou sentada no 
chão da sala, tomando em seguida o acento em sua mesa para observação. 
Dando continuidade às atividades em sala, sobre o comando dos 
acadêmicos. Foram questionadas as crianças sobre os insetos que foram citados na 
estória. Cada um relatava sobre eles, alguns não gostavam de formigas, outros de 
gafanhotos, descobriu-se que algumas crianças nunca viram um gafanhoto. Dentre 
os questionamentos, foi perguntando o que comiam, onde viviam. As crianças ainda 
falaram sobre as formigas de suas casas, que as viam todos os dias, às vezes no 
armário da cozinha. Durante esse período houve uma interação com as crianças 
preparando-as para a contação. Segundo Abramovich (1997, p. 21). 
Durante a contação de estória as crianças demostravam interesse em escutar 
e interagiram quando necessário. Riram muito com a dramatização apresentada e 
em certos momentos impactados com o suspense para saber se as formigas iriam 
ajudar o gafanhoto. Ao término, foi questionado para as crianças se gostaram do 
que escutaram, se tiveram sono, ou se queriam ouvir mais. Segundo Abramovich 
(1997, p.143) as mesmas responderam que amaram tudo, acharam divertidas a 
vestimenta usada, os dramas feitos e que não iriam ser igual ao gafanhoto, pois ele 
era preguiçoso e só queria brincar. Segundo Rodrigues (2005, p.4) foi feito alguns 
questionamentos para as crianças, no qual algumas falavam que não iam ajudar o 
gafanhoto, que se a estória fosse deles iram fazer um final triste para ele aprender a 
lição, já outras queriam que o gafanhoto tivesse família e para ensiná-lo a não ser 
preguiçoso, relataram sobre seus parentes e amigos preguiçosos, todo interagiram. 
Para concluir foi pedido que as crianças levantassem, e com a música “sai 
preguiça” dançaram e ilustraram junto com os acadêmicos. 
Após terminar a música, alguns falaram que a preguiça tem que procurar 
outra pessoa, pois eles já aprenderam a lição, um aluno falou que não iria dormir 
mais na aula, 2 alunos falaram que sempre iram fazer a tarefa de casa. Assim foi 
encerrada a contação. 
Por meio deste artigo científico foi possível explorar acerca da visão que os 
autores regionais possuem sobre a importância do literário e da contação de 
histórias na Educação Infantil. 
A pesquisa foi realizada também com 03 escritoras Rio-verdenses e logo 
abaixo podemos observar as tabelas com as perguntas e respostas dos 
questionários respondidos pelas autoras. 
10 
 
QUADRO 1- Questionário 
 
Questões Respostas 
Questão 1: Qual é o poder da Literatura 
e contação de histórias em sua visão? 
 66,7% das entrevistadas responderam 
que a Literatura Infantil contempla 
objetivos como aguçar a criatividade, 
despertar para a fantasia, ampliar a 
oralidade. 
 33,3% Disseram que a criança aprende 
a discernir o que está à sua volta, 
desperta a curiosidade e amplia o senso 
de comunicação. 
Questão 2: Em sua visão, a narração de 
histórias é dom ou planejamento? 
 33,3% Disseram que todo dom deve 
ser trabalhado e aperfeiçoado, assim, é 
uma parceria entre ambos. 
 33,3% Disseram que os dois precisam 
andar juntos, pois o planejamento 
aperfeiçoa e é o segredo de qualquer 
trabalho. 
 33,3% Disseram que é um dom 
aperfeiçoado com prática e planejamento 
coerente. 
Questão 3: No Brasil, a índice de leitura 
é mediano, você vê a contação como um 
incentivo à pratica de ler? 
 33,3% Disseram que com certeza, 
porque é um contato direto da criança 
com a Literatura e as histórias podem 
despertar o interesse pela leitura. 
 33,3% Disseram que por certo, pois 
contar uma história é inserir a criança em 
situações de aprendizagem e letramento. 
 33,3% Disseram que sem sombra de 
dúvidas, pois a contação é o “carro 
chefe” para despertar o gosto por ler. E 
que metodologias como deixar a criança 
11 
 
recriar a história, de um livro que ela teve 
contato, ou criar situações em que haja 
leitura por deleite, podem ser um grande 
incentivo. 
Questão 4: Em sua opinião, quando os 
pais devem começar a ler para as 
crianças? 
 66,7% Disseram que desde bebês. 
 33,3 Disseram que desde o ventre. 
Questão 5: Qual a dificuldade de 
estimular o hábito de leitura nas 
crianças? 
 33,3% Disseram que a falta de 
oportunidade, assim como o fato 
tradicionalista da leitura por imposição e 
ausência de estímulo familiar. 
 33,3% Disseram que por raízes 
históricas e culturais a habilidade sofre 
um bloqueio para a contemplação. 
 33,3% Disseram que o fato de os pais 
deixarem que as crianças decidam 
quando começar a jornada de leituras, e 
que o contato muitas vezes inicia-se 
apenas na escola. 
FONTE: Elaborado pelos autores (2018). 
 
A literatura torna as pessoas pensantes, e esse benefício trará tantos outros 
ao longo de sua vida, ela tem o poder de transportar a criança para o mundo 
imaginário. Forma crianças leitoras e produtivas de texto insere a criança em 
ambiente de fala, interação e socialização. 
Quando é oferecida à criança a oportunidade de uma leitura deleite, quando é 
dada a ela a chance de contar uma história, de ler um livro mesmo que não saiba, 
ela se sente importante e isso contribui para o gosto da leitura. 
Como não se tem o hábito de ler, acaba-se por não adquirir com os filhos. 
Deixa-se que eles decidam quando e como iniciar sua jornada na literatura. O que 
normalmente acontecerá somente na escola. Porém isso não é positivo e muitos 
acabam assim como os pais, não tomando gosto por ler. Por não terem essa 
oportunidade enquanto criança, consequentemente não ser leitoras.12 
 
Por isso é muito importante a contação de história, pois é através dela que a 
criança entra no meio da leitura, uma história boa faz com a criança pesquise mais 
sobre o assunto, assim irá buscar o livro e nada melhor que começar a gostar de ler 
do que ler o que a gente gosta. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Investigando a contação de histórias em uma determinada instituição de 
ensino, verificou-se que se trata de uma atividade de fundamental importância para 
o professor, uma ferramenta poderosa que contribui de diversas maneiras no 
amadurecimento e educação das crianças, despertando nas mesmas a imaginação, 
a criticidade, criatividade e principalmente o interesse pela leitura. 
 Na realização do mesmo, percebemos que a contação de histórias além de 
uma ferramenta indispensável para o professor, é um instrumento que deve se 
tornar rotina em sala de aula, pois pode apresentar para o aluno sendo a leitura algo 
extraordinário que ao ouvir um conto narrado de maneira lúdica e criativa, 
transborda-o para a narrativa de maneira imaginária, fazendo com essa conexão 
despertar alguns sentimentos como prazer, gosto e êxtase além de propiciar esse 
ato, uma interação direta entre quem narra e ouve. 
Percebe-se também, nas entrevistas realizadas para a culminância deste, que 
os escritores de contos infantis, ao escrever uma narrativa, os mesmos têm a 
preocupação de discorrer fatos e relatos que emocionalmente sensibiliza o seu 
público infantil, para isso preocupa-se que o conto deve ser narrado de maneira 
lúdica, criativa e principalmente prazerosa, de uma maneira que encanta quem 
estiver ouvindo. 
Em uma sala de aula, quando o professor tem o hábito de contar histórias 
para com os seus alunos, apresenta para os pequenos como é o mundo em que 
estão inseridas, ajudando assim a criança a olhar em seu redor, a pensar e entender 
um pouco daquilo que até no momento era desconhecido. Essa estimulação deve 
ser realizada de maneira simples e lúdica, por isso o papel de quem está no ato de 
contar uma narrativa, é de suma importância, pois uma narrativa mal contada, pode 
levar a frustação, medo e outros sentimentos negativos. 
Emoções como alegrias, bem-estar, tranquilidade, paz e inúmeras outras, faz-
se brotar em um conto muito bem narrado, por isso a preocupação de ao preparar 
13 
 
uma narrativa para uma criança, o narrador coloca-se no lugar de quem está a ouvir 
sua narrativa. 
Com o avanço da tecnologia, o narrador deve usar esse mecanismo ao seu 
favor, de maneira que enriquece o conto. Precisa-se mostrar que o livro 
tradicionalmente conhecido, é um mecanismo existente nos diversos tipos de 
aparelhos eletrônicos como celular, tablete e computador, sendo assim disponível 
para todos. 
Conclui-se então, que antes de contar uma história, o narrador deve 
previamente conhecer a mesma e realizar um planejamento de maneira que sua 
narrativa alcance o objetivo, usando quaisquer mecanismos de ludicidade como 
fantoches, fantasias, caracterização de personagens, mudança de tom de voz 
conforme os personagens, e muitas outras formas lúdicas que possa valorizar a 
narrativa de história. 
 
STORY TAKING: An analytical transcurrence in Rio Verde 
 
ABSTRACT 
 
It is indubitable that storytelling is a human technique which transcends from the 
most ancient times to the contemporaneity. Another relevant fact is the 
comprehension that this practice brings the children countless feelings, learning, and 
the teacher must make sure to provide capable methodologies to involve its pupils 
into this literary universe. In such way this research aimed at clarifying concepts 
related to this meaningful literary practice. For that, a field research was formulated, 
emphasizing the critical analysis of storytelling in a group of Elementary first graders 
students, which resulted in an experience report. A fact that has highlighted the 
contemplation of objectives was the participation of the teachers, and the 
enchantment for the literature. The research also demonstrates collected data during 
an interview with local authors, about the story telling and its pluralities. The 
development of thematic was based in the contributions of theoreticians like 
Abramovich, Cavalcanti, Miguez, Rodrigues, Vilard, whose contributions guided the 
progression of this work. 
 
Keywords: Literature. Histories. Pedagogy. 
 
 
 
 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil. 5. ed. São Paulo: Scipione,1997. 
CAVALCANTI, Joana. Caminhos da Literatura Infantil e Juvenil: dinâmicas e 
vivências na ação pedagógica. São Paulo: Paulus, 2002. 
MIGUEZ, Fátima. Nas arte-manhãs do imaginário infantil. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Zeus, 2000. 
PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. 
RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. 
Goiânia: Gwaya, 2005. 
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler: formando leitores para a vida inteira. 
Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.

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