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5 PROCESSO PENAL

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Processo Penal
· Princípios constitucionais EXPLÍCITOS do processo penal:
1. Princ. Do Devido Processo Legal; 	2. Princ. do Contraditório e da Ampla Defesa;
3. Princ. da Vedação das Provas Ilícitas (a jurisprudência admite prova ilícita quando for a única forma de provar a inocência, porém não é pacífico); 		 
4. Princ. da Presunção de Inocência (ou da não culpabilidade): STF/2009 - entendeu o STF que em virtude do princípio da presunção de inocência não era possível a execução provisória da pena (segundo o STF, a execução da pena só poderia ocorrer com o trânsito em julgado de sentença penal condenatória). Em 17/02/2016 o STF entendeu que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofenderia o princípio constitucional da presunção de inocência. PORÉM esse entendimento foi abandonado pelo STF, quando do julgamento das ADCs 43, 44 e 54, tendo o STF retomado seu entendimento clássico: a presunção de inocência deve ser compreendida nos exatos termos da CF/88, ou seja, até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, de forma que é vedada a execução provisória de pena criminal
5. Princ.da Não Auto-incriminação (Nemo tenetur se detegere): De acordo com o referido princípio ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Possui status supralegal (Convenção Americana de Direitos Humanos) e também constitucional (na CF se confere o direito ao silêncio). A testemunha enquanto tal não tem direito ao silêncio (crime do art. 342, CPP). Todavia se das perguntas formuladas puder resultar uma autoincriminação poderá alegar o referido princípio. Desdobra-se deste princípio -> Direito de não declarar contra si mesmo, Direito de não confessar e Direito de não falar à verdade (que é diferente do “direito de mentir”).
		* Comportamento Ativo (O acusado está protegido pelo princípio do Nemo tenetur se detegere) -> A. Reconstituição do crime, nesse caso, o acusado não é obrigado (mas pode) participar; B. Doação de sangue para submeter a DNA; C. Exame grafotécnico, acusado não é obrigado (mas pode) a submeter-se; D. O acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a subsidiar prova pericial de verificação de interlocutor.
		* Comportamento Passivo (NÃO haverá proteção pelo princípio) -> A. Reconhecimento; B. Identificação criminal;
6. Princ.do Favor Rei ou in dubio pro reo: na dúvida prevalece o direito de liberdade do acusado;
7. Princípio da inércia: o Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria em violação da sua imparcialidade. O titular da ação é o MP.
8. Princípio da obrigatoriedade da fundamentação das decisões judiciais: previsto no art. 93, IX da CF. quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a sentença, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se baseia para indeferir a prova ou para tomar a decisão que tomou na sentença (condenando ou absolvendo). A decisão de recebimento da denúncia ou queixa não precisa de fundamentação complexa; As decisões proferidas pelo Tribunal do Júri também não são fundamentadas.
9. Princípio da publicidade: prevista no art. 93, IX da CF, os atos processuais e as decisões judiciais serão públicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Entretanto, essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer restrição, quando a intimidade das partes ou interesse público exigir (publicidade restrita). 
10. Princípio da isonomia processual (par conditio ou paridade de armas): Está previsto no art. 5° da CF. 
11. Princípio do Juiz Natural, Art. 5º da CF, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
· Princípios constitucionais IMPLÍCITOS do processo penal:
Princ. da Iniciativa das Partes (ne procedat judex ex officio): o juiz não pode dar início ao processo de ofício sem a provocação da parte interessada (previsto nos art. 24 e 30); Princ. Do Juiz Imparcial; Princ.da Oficialidade (pretensão punitiva do Estado será ajuizada por um órgão oficial); Princ. da Oficiosidade; Princ.do Duplo Grau de Jurisdição (este decorre do Pacto de São José da Costa Rica e não tem previsão constitucional); Princípio do non bis in idem: uma pessoa não pode ser punida duplamente pelo mesmo fato. Além disso, uma pessoa não pode, sequer, ser processada duas vezes pelo mesmo fato.
· Princípios Do Processo Penal propriamente dito; Princípio da busca da verdade real: Caberá ao judiciário, através da colheita de informações, objetivar a verdade REAL e decidir através da livre apreciação das provas (OBS: a confissão não tem valor absoluto, a produção de prova será por iniciativa própria do juiz); Princípio da Oralidade; e Princípio da indivisibilidade da ação penal privada. 
- Finalidade IMEDIATA (direta) do Processo Penal – Fazer valer o jus puniendi do Estado, com a aplicação, em concreto, da Lei penal, respeitando os direitos fundamentais do indivíduo.
- Finalidade MEDIATA (indireta) do Processo Penal – A obtenção da paz social, da restauração da ordem violada pela prática do delito, por meio da aplicação concreta do Direito Penal ao caso.
- Fonte formal (ou de cognição) do CPP – Meio pelo qual a norma é lançada no mundo jurídico. Podem ser imediatas (também chamadas de diretas ou primárias) mediatas (também chamadas de indiretas, secundárias ou supletivas). 
a) IMEDIATAS – São as fontes principais, aquelas que devem ser aplicadas primordialmente (Constituição, Leis, tratados e convenções internacionais). Os diplomas normativos nacionais e internacionais. 
b) MEDIATAS – São aplicáveis quando há lacuna, ausência de regulamentação pelas fontes formais imediatas (costumes, analogia e princípios gerais do Direito).
- Fonte material (ou de produção) – É o órgão, ente, entidade ou Instituição responsável pela produção da norma processual penal. No Brasil, em regra, é a União (por meio do processo legislativo federal), por força do art. 22, I da CF, podendo os Estados legislarem sobre questões específicas. Sobre Direito Penitenciário a competência é concorrente entre União, estados e DF.
- No Tempo -> Princípio da Aplicação Imediata (Tempus Regit Actum): O CPP possui aplicação imediata, ou seja, as normas processuais penais serão aplicadas aos processos em andamento, ainda que o fato tenha ocorrido antes de sua entrada em vigor, e mesmo que seja em prejuízo ao réu. Assim, o artigo 5º, XL da CF ([A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu) NÃO é aplicável ao processo penal. 
		- Esse Principio consagra a Teoria do Isolamento dos Atos Processuais – Para esta teoria a lei processual penal nova pode ser aplicada imediatamente aos processos em curso, mas somente será aplicável aos atos processuais futuros, ou seja, não irá interferir nos atos processuais que já foram validamente praticados sob a vigência da lei antiga.
		- Normas híbridas: possuem ao mesmo tempo conteúdo de direito material e processual. EX: 366 do CPP.
		- Normas Heterotopia -Leis materiais, inseridas em normas processuais (e vice versa).
- No Espaço -> Princípio Da Territorialidade: a lei processual penal aplica-se a todas as infrações cometidas em território brasileiro. Exceção: (tratados), convenções e regras de Direito Internacional.
OBS: Processo da Justiça Militar NÃO se aplica o CPP nem mesmo de maneira subsidiária; - Processos relativos a crimes de imprensa aplica-se o CPP ainda que subsidiariamente; - Para o STF e STJ as normas referentes a execução penal são normas de direito material.
- Interpretação Extensiva: a lei disse menos do que queria e a interpretação vai ampliar seu significado. Ex: No crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo, é lógico que a lei quis incluir, também, extorsão mediante cárcere privado. 
- Interpretação Analógica: A analogia consiste em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a disposição relativa a um caso semelhante. Deve-se respeitar três fatores: Semelhança essencial entre os casos (previsto e não previsto pela norma), Igualdade de valoração jurídica das hipóteses e Igualdade de circunstâncias ou igualdade de razãojurídica de ambos os institutos.
- O SISTEMA ACUSATÓRIO (adotado pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL) existe uma figura que acusa e outra figura que julga (MP e juiz), há o contraditório, a ampla defesa e imparcialidade do juiz. Neste sistema, na fase investigatória não é dada ao juiz produzir prova de ofício, porém, na fase processual lhe é permitido, desde que atue de forma residual; Diferentemente é o sistema inquisitivo (ou inquisitorial), no qual todas as funções encontram-se concentradas nas mãos do juiz, não havendo contraditório. As críticas a esse sistema são: o eventual abuso de poder, contra a imparcialidade do juiz, o acusado não era considerado sujeito de direito, sendo tratado como mero objeto do processo.
· REGRAS LEGAIS SOBRE O JUIZ DAS GARANTIAS: VEDADA a iniciativa do juiz na fase de investigação – Todas as eventuais disposições do CPP (e de leis especiais) relativas à atuação do Juiz “ex officio” (sem provocação) na fase de investigação passam a ser consideradas tacitamente revogadas. O Juiz, agora, só pode agir durante a fase pré-processual se houver provocação (em regra, do MP ou da autoridade policial); VEDADA a substituição da atuação probatória do órgão de acusação – Crítica antiga da Doutrina, a atuação proativa do Juiz na produção de provas restou severamente restringida. A antiga possibilidade de, mesmo antes de iniciada a ação penal, determinar “ex officio” (sem provocação) a produção antecipada de provas urgentes e relevantes (prevista no art. 156, I do CPP), parece não estar mais de acordo com o novo sistema do Juiz das Garantias, até porque o art. 3º-B do CPP trata como uma das competências do Juiz das Garantias “decidir sobre o REQUERIMENTO de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral. Ou seja, ao que parece, o Juiz das Garantias (aquele que irá atuar na fase préprocessual, acompanhando a investigação) não poderá determinar a produção antecipada de provas sem que haja provocação, revogando-se tacitamente o art. 156, I do CPP.
- Mas por qual razão seria necessário um Juiz apenas para a fase de investigação e outro para a efetiva instrução e julgamento do processo futuramente? Durante a investigação, existem diversas situações nas quais é necessária a atuação de um Magistrado (autorizar busca e apreensão, interceptação telefônica, decretar prisão preventiva, etc.). Este Juiz que atua durante a investigação acaba se envolvendo demais com a atividade investigatória, acaba por atuar durante meses (às vezes anos) “ao lado” dos órgãos da persecução penal (autoridade policial e membro do MP), ouvindo suas teses, suas conjecturas, etc. Isso faz com que este Magistrado muitas vezes se sinta “parte” da atividade persecutória (e não é), de maneira que a futura denúncia contra o réu seria, em grande parte, fruto também do seu trabalho durante a investigação.
Competências: Receber a comunicação imediata da prisão; Receber o APF para o controle da legalidade da prisão; Zelar pela observância dos direitos do preso; Ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; Decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar; Prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogálas; Decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; Prorrogar o prazo de duração do inquérito (por até 15 dias, como regra), estando o investigado preso; Determinar o trancamento do IP quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; Requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; Decidir sobre os requerimentos de: ▪ interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; ▪ afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; ▪ busca e apreensão domiciliar; ▪ acesso a informações sigilosas; ▪ outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; Julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia (desde que, naturalmente, a autoridade coatora não seja de igual ou superior hierarquia); Determinar a instauração de incidente de insanidade mental; Decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa; Assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; Deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; Decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; Outras matérias inerentes às atribuições relativas à supervisão da investigação criminal.
· Inquérito Policial: Fase PRÉ-PROCESSUAL; Procedimento de natureza administrativa preliminar de caráter informativo cuja finalidade é produzir provas no sentido de demonstrar a materialidade (existência do crime), autoria e circunstâncias em que o crime foi praticado; Eventual irregularidade ocorrida durante a investigação não gera nulidade do processo. (*Nat. Administrativa: significa que o delegado não profere sentença, não exerce jurisdição).
- IP possui valor probatório relativo, pois não há contraditório e ampla defesa; 
- As provas colhidas durante o IP precisam ser repetidas caso haja a instauração de uma ação penal, sob o crivo do contraditório e ampla defesa. EXCEPCIONALMENTE, porém, é possível a utilização de provas produzidas no IP para a formação da convicção do magistrado, se tais provas forem CAUTELARES (interceptação telefônica), REPETÍVEIS (bafômetro, exame de corpo de delito nas infrações penais cujo vestígios podem desaparecer) e ANTECIPADAS (testemunha correndo risco de morte); 
- O IP é presidido pela autoridade policial, o delegado, que atuará com discricionariedade. Caso a requisição de instauração do inquérito seja por parte do JUIZ ou do MP será natureza de ORDEM; 
- Do despacho que indeferir abertura do inquérito caberá RECURSO ao CHEFE DE POLÍCIA. 
- Existem outras formas de investigação além do inquérito policial (art. 4), ex. investigação pelo MP ou CNJ.
- Persecução Penal: quando ocorrer um crime, devem ser realizados um conjunto de atos e diligencias por órgãos oficiais buscando dar uma resposta a sociedade. Divide-se em fase pré-processual ou investigativa, e fase processual ou fase da ação penal.
*OBS: Polícia Judiciária ou investigativa: é aquela voltada para a investigação criminal, tendo caráter repressivo, já que atua após a prática da infração penal; ex. é a PC em âmbito estadual e a PF no âmbito da União. Polícia Administrativa ou de Segurança: é polícia ostensiva e preventiva, que visa evitar a ocorrência de um delito; ex. PM ou a PRF.
· CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: 
1. Inquisitivo: não há direito ao contraditório nem à ampla defesa, pois não existe acusado (não há autor) e o indiciado (investigado) não é sujeito de direitos, mas objeto de investigação. O Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o JUIZ NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP.
2. Procedimento Escrito.
3. Sigiloso: Somente acessível ao delegado, Juiz, MP e ao advogado (mesmo sem procuração). Exceção: Publicidade – Retrato Falado: O retrato falado chega a ser importante para o desenvolvimento das investigações a publicidade nesta hipótese. Nesse caso, a publicidade é de caráter importante para constatar outras pessoas que foram vítimas daquele criminoso.
4. Oficialidade: A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial do Estado, no caso, a Polícia Judiciária.
5. Oficiosidade: Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade policialtem o dever de ofício de proceder à apuração do fato delitivo.
6. Indisponibilidade: Uma vez instaurado o IP, a autoridade policial não pode arquivá-lo, pois esta atribuição é exclusiva do Judiciário, quando o titular da ação penal assim o requerer.
7. Dispensável: caso o titular da ação penal já possua todos os elementos necessários ao oferecimento da ação penal, o MP dispensará o Inquérito, ou seja, não é obrigatório. (MP oferecerá a denúncia, neste caso, no prazo de 15 dias). OBS: Nessa esteira, o STF já decidiu que é possível o oferecimento de ação penal com base em provas colhidas no âmbito de inquérito civil conduzido por membro do MP.
8. Inexistência de nulidades: os vícios acaso existentes não afetam a ação penal a que deu origem.
9. Discricionariedade na sua condução - A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera, sem necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido.
- Inicio do IP por Ação Penal Publica Incondicionada:
-De ofício pela autoridade policial;				-Requisição do Juiz** ou Ministério Publico;
-Por REQUERIMENTO do OFENDIDO ou representante (é retratável) 	-Por Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD).
-Por delação de terceiro (ou delatio criminis*);
*OBS: Delatio criminis simples – Comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo (art. 5º, §3º do CPP);
Delatio criminis postulatória – É a comunicação feita pelo ofendido nos crimes de ação penal pública condicionada ou ação penal privada, mediante a qual o ofendido já pleiteia a instauração do IP; Delatio criminis inqualificada – É a chamada “denúncia anônima”, ou seja, a comunicação do fato feita à autoridade policial por qualquer do povo, mas sem a identificação do comunicante.
** Com relação à instauração do IP por REQUISIÇÃO DO JUIZ com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19, cremos que esta possibilidade se torna absolutamente inviável, tendo havido a REVOGAÇÃO TÁCITA de tal previsão (art. 3-A).
OBS: Admite-se a denúncia anônima como instrumento de deflagração de diligências, pela autoridade policial, para apurar a veracidade das informações nela veiculadas, conforme jurisprudências do STF e do STJ.
- Inicio do IP por Ação Penal Pública Condicionada a Representação: Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o ato mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à responsabilização do autor do fato, se for o caso; NÃO é cabível de oficio, somente por REPRESENTAÇÃO do ofendido (delatio criminis postulatória) ou de quem tiver qualidade para representá-lo, sendo dirigida ao juiz, ao MP (que encaminhará ao delegado) ou ao delegado; Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, a contar da data em que tomou conhecimento da autoria do fato, estará extinta a punibilidade; - Pode ser iniciada por REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA que é irretratável, dirigida somente ao MP e não esta sujeita a prazo decadencial; Pode ser instaurado mediante requisição do Juiz, do membro do MP, e ainda por APFD, entretanto, nestes casos, dependerá da existência de representação da vítima.
- Inicio do IP por Ação Penal PRIVADA: NÃO é cabível de oficio, somente pode ser instaurado por REQUERIMENTO (pode ser informal) do ofendido, se vier a falecer o CADI poderá oferecer; É possível também pelo Juiz, MP e por APFD, porem dependerá da existência de representação da vítima; Prazo decadencial de 6 meses.
*OBS: Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para instaurar o IP.
- Em se tratando de determinados crimes: Sequestro ou cárcere privado; Redução à condição análoga à de escravo; Tráfico de pessoas; Extorsão mediante restrição da liberdade (“sequestro relâmpago”); Extorsão mediante sequestro e; Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA), a autoridade policial ou o MP poderão requisitar dados ou informações cadastrais da vítima ou de suspeitos, podendo a requisição ser dirigida a órgãos públicos ou privados (empresas de telefonia, etc.).
- Além disso, em se tratando de crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do MP ou a autoridade policial poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serv de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os dados (meios técnicos) que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como sinais, informações e outros). CONTUDO, o acesso a esse sinal Não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação, que dependerá de autorização judicial (apenas dados como local aproximado em que foi feita a ligação, destinatário, etc.), e deverá também ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 dias (renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos superiores será necessária ordem judicial.
		PRAZO:	 Justiça Estadual:				Justiça Federal:
			 -Preso: 10 dias improrrogáveis;		-Preso: 15 dias (prorrogável por mais 15);
			 -Solto: 30 dias prorrogáveis.		 	-Solto: 30 dias (prorrogável por mais tempo).
		
			 Lei de Drogas: 				Inquérito militar:
			 -Preso: 30 dias (prorrogáveis).		-Preso: 20 dias (improrrogáveis);
			 -Solto: 90 dias (prorrogáveis).		-Solto: 40 dias (prorrogável por mais 20).
Prazo no Processo Penal: exclui-se o dia do início e inclui-se o dia do final; mas se o último dia do prazo for feriado ou final de semana, prorroga-se para o próximo dia útil. Há entendimento da não prorrogação, pois as polícias possuem plantões nos fds e feriados.
Notitia Criminis Direta/espontânea ou de Cognição Imediata: Ocorre quando a própria autoridade policial investigando, OU quando a imprensa toma conhecimento da prática do delito. Ex: interceptação telefônica sobre determinado delito e descoberta fortuita de elementos quanto a outros delitos.
Notitia Criminis Indireta ou provocada ou de Cognição Mediata: Ocorre quando o delegado toma conhecimento da prática do delito por meio de provocação de terceiros. Ex: representação da vítima ou de seu representante legal, MP, Juiz, qualquer pessoa do povo na incond.
Notitia Criminis Coercitiva: mediante prisão em flagrante.
OBS: não seria possível admitir a instauração de um IP com base tão-somente em uma Delatio Criminis Anônima (ou Delação Apócrifa ou Notitia Criminis lnqualificada), a popular "denúncia anônima". Contudo, o delegado pode antes realizar diligências preliminares para averiguar se os fatos narrados nessa ‘denúncia’ são materialmente verdadeiros, para, só então, iniciar as investigações.
· Ao concluir o IP, o delegado fará um relatório enviando os autos ao juiz competente; a falta de relatório enseja apenas mera irregularidade. Deverá oficiar o Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere sobre os dados dos autos; Os instrumentos do crime e os objetos de prova deverão acompanhar os autos de inquérito; O MP somente pode pedir ao juiz a devolução dos autos do IP ao delegado se houver a necessidade da prática de diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia; 
Art. 28, CPP (REDAÇÃO ANTIGA DO CPP) – O órgão do MP (promotor) terá 3 opções: I. Se entender que há indícios de autoria e materialidade oferecerá a denúncia; 
II. Não existindo indícios de autoria e materialidade e entendendo que poderá colher indícios faltando, requisitará NOVAS DILIGENCIAS imprescindíveis; 
III. Não havendo condição de iniciar o processo, ele poderá requerer o ARQUIVAMENTO ao juiz, este poderá: concordar (homologar o arquivamento); discordar, remetendo os autos ao Procurador-Geral que: poderá oferecer a denúncia para iniciar o processo; - designar outro membro do MP para denunciar e ele estará OBRIGADO a agir; - ou insistir no arquivamento e o juiz estará obrigado a homologar.
· ART. 28 NOVO DO CPP (PACOTE ANTICRIME ESTA COM EFICACIA SUSPENSA) -: O próprio MP ordena o arquivamento do IP (ou do PIC – procedimentoinvestigatório criminal); Ordenado o arquivamento o membro do MP comunicará o arquivamento à vítima, ao investigado e à autoridade policial; O membro do MP encaminha os autos para a instância de revisão ministerial (órgão do MP que fará a revisão da decisão) para fins de homologação. Portanto, que a despeito de ter mudado a sistemática, continua havendo um controle da decisão de arquivamento. Cabe, agora, ao próprio membro do MP (após ordenar o arquivamento e realizar as comunicações legais) encaminhar os autos do procedimento para a instância revisora (um órgão superior do MP, geralmente chamado de “Câmara de Coordenação e Revisão”). Vale frisar que a revisão do arquivamento pode se dar, ainda, por requerimento expresso da vítima ou do seu representante legal (no prazo de 30 dias a contar do recebimento da comunicação de arquivamento):
*OBSERVAÇÕES: - Quando o juiz FEDERAL invocar o art. 28 do CPP os autos serão remetidos para Câmara de Coordenação e Revisão do MPF que atua por delegação Procurador Geral da República. 
- Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) é a investigação simplificada que almeja apurar infrações de menor potencial ofensivo, quais sejam, crimes com pena de até 2 anos e as contravenções penais. 
- O juiz pode determinar de ofício, a reconstituição do crime durante a fase inquisitorial.
- A autoridade policial tem o dever jurídico de atender à requisição do Ministério Público pela instauração de IP, podendo, entretanto, se recusar a fazê-lo na hipótese de ordem manifestamente ilegal.
- O arquivamento do I.P embasado no princípio da insignificância faz coisa julgada material, o que impede seu desarquivamento diante do surgimento de novas provas.
- ARQUIVAMENTO INDIRETO – Era um termo utilizado por PARTE da Doutrina para designar o fenômeno que ocorria quando o membro do MP deixava de oferecer a denúncia por entender que o Juízo (que estava atuando durante a fase investigatória) era incompetente para processar e julgar a ação penal. Todavia, o Juízo entendia que era competente, então recebia o pedido de declínio de competência como uma espécie de pedido indireto de arquivamento. 
- TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL – O trancamento (encerramento anômalo do inquérito) consiste na cessação da atividade investigatória por decisão judicial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento (Ex.: É instaurado IP para investigar fato nitidamente atípico, ou para apurar fato em que já ocorreu a prescrição, etc.). Neste caso, aquele que se sente constrangido ilegalmente pela investigação (o investigado ou indiciado) poderá manejar HABEAS CORPUS (chamado de HC “trancativo”) para obter, judicialmente, o trancamento do IP, em razão do manifesto abuso.
- A decisão de arquivamento do inquérito, EM REGRA, não gera coisa julgada material, podendo ser revista a qualquer tempo, desde que haja novas provas, ou seja, não conhecidas anteriormente, as quais permitem o seu desarquivamento. PORÉM, apesar de o arquivamento do IP, a princípio, não fazer coisa julgada material, existem EXCEÇÕES, ou seja, situações em que o arquivamento do IP irá produzir “coisa julgada material” (não será possível retomar as investigações): ARQUIVAMENTO POR ATIPICIDADE DO FATO (entendimento pacifico); ARQUIVAMENTO EM RAZÃO DO RECONHECIMENTO DE EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU DE CULPABILIDADe (divergências – STJ entende que gera coisa julgada, - STF entende que o arquivamento com base em excludente de ilicitude ou excludente de culpabilidade não faz coisa julgada material); ARQUIVAMENTO PELO RECONHECIMENTO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (Doutrina E Jurisprudência entendem que se trata de decisão que faz coisa julgada material, ou seja, não admite a reabertura do IP).
- SÚMULA Nº 444 DO STJ - É VEDADA A UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS POLICIAIS E AÇÕES PENAIS EM CURSO PARA AGRAVAR A PENA-BASE.
- Súmula vinculante 11 - “só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado.”
- STF - HC 104356/RJ – O STF firmou entendimento no sentido de que é incabível a figura do arquivamento implícito.
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL:
Violada a norma penal, surge para o Estado o poder dever de punir (jus puniendi). É a expressão do poder de império do Estado, visando à punição daqueles que feriram gravemente bens jurídicos penalmente tutelados. Pode-se compreender o jus puniendi sob duas perspectivas: in abstacto e in concreto. No primeiro caso, tem-se que o Estado possui o jus puniendi no momento em que elabora leis penais, cominando penas ao que transgredirem uma norma penal. Contudo, no exato momento em que determinada pessoa viola a norma penal, surge o jus puniendi in concreto.
1. Possibilidade Jurídica do pedido: Para que haja a possibilidade do início da ação, é necessário que o fato narrado seja TÍPICO (não se exige que a conduta tenha sido típica, ilícita e o agente culpável).
2. Interesse de agir: Constitui a presença de elementos mínimos que sirvam de base para o Juiz concluir no sentido de que se trata de acusação viável. Doutrinamente conhecida como justa causa.
3. Legitimidade para agir: Pode ser ativa e passiva. Ativa trata-se da pessoa que pode dar inicio à ação penal, que em regra, é o MP, e em alguns casos o ofendido; Na passiva será o acusado (CUIDADO! O sujeito ativo do crime (infrator) será, no processo penal, o sujeito passivo na relação processual). ** OBS: A inimputabilidade por critério meramente biológico é somente uma, e refere-se à menoridade penal. Ou seja, somente o menor de 18 anos será sempre inimputável, sem que se exija qualquer análise do mérito da demanda. Entretanto, se estivermos diante dos demais casos de inimputabilidade, a hipótese não é de ilegitimidade passiva,
4. Justa Causa: envolve indício mínimo para o oferecimento da ação penal, o somatório de indícios de autoria com prova da materialidade do delito (pela literalidade do CPP, a justa causa não é condição da ação, sendo assim considerada apenas por parte da Doutrina).
Condições de Procedibilidade da Ação Penal:
- Representação do Ofendido e Requisição do Ministro de Justiça.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: Titularidade do Ministério Público, excepcionalmente pelo ofendido. Princípios:
1. Obrigatoriedade: o MP por ser um órgão do Estado está obrigado a propor a ação penal (denúncia). Atualmente esta regra está EXCEPCIONADA pela previsão de transação penal nos Juizados especiais (Lei 9.099/95), que é hipótese na qual o titular da ação penal e o infrator transacionam, de forma a evitar o ajuizamento da demanda, bem como em razão do acordo de não persecução penal (previsto no art. 28-A do CPP, incluído pela Lei 13.964/19).
2. Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação penal pub instaurada. Exceção: transação penal e suspensão condicional.
3. Oficialidade: A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP, caso o MP fique inerte, a lei prevê que o ofendido poderá promover ação penal privada subsidiária da pública. 
4. Oficiosidade: A autoridade publica tem o dever de ofício de proceder à apuração da ação penal. Porem qualquer pessoa do povo (delatio criminis) pode provocar a atuação do órgão publico.
5. Intranscendência: O processo penal não pode passar da pessoa do réu.
6. Divisibilidade: O MP poderá sempre, ate o final da sentença, indiciar novos agentes ou propor ação a somente um deles. 
-> PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA: 5 dias réu preso (contados da data que o MP receber os autos de inquérito)
15 dias réu solto ou afiançado (se houver devolução do inquérito à autoridade policial, conta-se da data em que o órgão do MP receber novamente os autos.
OBS: Quando o MP dispensar o inquérito, o prazo para oferecimento da denuncia conta-se da data em quetiver recebido as peças de info.
Qualquer pessoa do povo pode provocar a iniciativa do MP, nos casos em que caiba AÇÃO PÚBLICA.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: para que o MP (titular) possa exercer legitimamente o seu direito de ajuizar a ação penal púb, deverá estar presente uma condição de procedibilidade, que é a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça. Frise-se que, em regra, a ação penal é pública e incondicionada. Somente será condicionada se a lei expressamente dispuser neste sentido.
· Representação do Ofendido:
-Legitimidade para Representação: Ofendido maior e capaz, representante legal (curador, tutor) e a pessoa jurídica; Se o ofendido falecer aplica-se o C.A.D.I.; Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, só começa a fluir quando este completar 18 anos;
-Prazo para oferecimento: Em regra, ela deve ser oferecida no prazo decadencial de 6 MESES, contados do conhecimento da autoria. Na Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, o prazo é contado do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público; No caso de requisição do Ministro da Justiça: não há prazo decadencial.
-Retratação: Cabe retratação da representação até antes do OFERECIMENTO da denúncia (art. 25), sem limites( ou seja, admite-se ainda, a retratação da retratação). EXCESSÃO: nos crimes praticados mediante violência doméstica e familiar contra a mulher, a retratação da representação pode ser feita até o recebimento da denúncia, exigindo-se que ela seja feita perante o juiz, em audiência especial para esse fim, ouvido o Ministério Público.
-Destinatários: Deve ser dirigida à autoridade policial, ao juiz ou ao membro do Ministério Público; Não há formalismo para a elaboração da Representação.
· Requisição do Ministro da Justiça:
- NÃO há prazo para o oferecimento da requisição, podendo ocorrer enquanto não estiver extinta a punibilidade do crime;
- A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição;
- Destinatário: Deve ser dirigida ao Ministério Público, na figura do seu Procurador-Geral de Justiça.
AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA: o Estado legitima o ofendido ou seu representante legal a propor a ação penal. Princípios:
1. Oportunidade: O ofendido tem a faculdade de ofertar ou não a ação penal, já que é ela a titular desse direito. Caso não queira poderá deixar transcorrer o prazo decadencial, ocorrendo a decadência ou renúncia, causas de extinção da punibilidade.
2. Disponibilidade: o ofendido pode desistir da ação penal proposta.
3. Indivisibilidade: Não pode o ofendido escolher contra qual agente oferecerá ação penal privada, ou ele ingressa com a ação penal em face de todos os agentes ou não ingressa em face de nenhum deles.
- Legitimidade para Representação: ofendido ou o seu representante legal e a pessoa jurídica; Se o ofendido falecer aplica-se o C.A.D.I.;
- Prazo para oferecimento: Deve ser oferecida a QUEIXA no prazo decadencial de 6 MESES, contados do conhecimento da autoria. Se o indiciado estiver preso, devera ser proposta no prazo de 5 dias. *OBS: A jurisprudência admite que o simples registro de ocorrência em sede policial, desde que conste informação de que a vítima pretende ver o infrator punido, PODE ser considerado como representação. No caso de já ter se iniciado o prazo decadencial de seis meses, e houver a morte do ofendido, os sucessores terão como prazo aquele que faltava para o ofendido. Ex.: Se havia transcorrido 04 meses do prazo, os sucessores terão apenas 02 meses para ajuizar a ação penal.
· A atuação do Ministério Público é também obrigatória na ação penal privada, devendo operar como fiscal da lei, possui o poder de aditar a queixa, que será de 3 dias (tríduo), contados de quando o MP receber os autos.
- Decadência: perda do direito de responsabilizar alguém por parte da vítima, pelo decurso do tempo; O prazo é preclusivo e improrrogável, e não pode ser suspenso ou interrompido; Extingue a punibilidade; O prazo, salvo disposição em contrário é de 6 meses; O prazo decadencial é para o oferecimento da queixa crime, e não para o seu recebimento; Somente pode se verificar na ação privada e na ação pública condicionada à representação do ofendido; No caso de crime continuado é contado, separadamente por cada delito parcelar; No crime habitual, o prazo é computado a partir do último fato praticado pelo agente.
- Renúncia: ato UNILATERAL, ou seja, que não depende da concordância da outra parte, se efetua com a desistência do direito de ação pela vítima; Ocorre ANTES da ação penal; É irretratável, já que enseja a extinção da punibilidade; Pelo Princípio da Indivisibilidade da ação penal privada, a renúncia feita para um agressor necessariamente beneficia os demais; Não ocorre na ação penal subsidiária da pública;
Expressa: assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou por procurador, que não precisa ser advogado.
Tácita: por meio de atos incompatíveis com a vontade de exercer; Não acarreta em renúncia tácita o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime; admite todos meios de prova.
* A lei 9.099/95 dispõe que sendo a ação privada ou pública condicionada a representação, o acordo entre o ofensor e o ofendido, homologado em juízo, acarreta a renúncia.
- Perdão: é ato BILATERAL, pois depende da aceitação do agressor, já que ele pode recusá-lo; Ocorre DEPOIS do início da ação privada, até o trânsito em julgado da sentença; A aceitação pode ser processual ou extraprocessual, expresso ou tácito; Pelo Princípio da Indivisibilidade, o perdão dirigido a um dos agentes pode beneficiar todos os demais, devendo o juiz intimar todos os querelados para que se manifestem se aceitam ou não este perdão; Não ocorre na Ação Penal Privada Subsidiária da Pub; O querelado tem 3 dias para dizer se aceita, o silêncio importará em anuência; Refere-se a cada crime individualmente considerado; Pode ser aceito por procurador especial.
- Perempção: é a perda do direito do ofendido prosseguir na ação penal privada por desídia ou desinteresse que acarreta na extinção da punibilidade; Tb não ocorre na Ação Penal Privada Subsidiária da Pub., pois o MP dará andamento à ação na hipótese de omissão ou desídia do querelante. Ocorrerá perempção quando: 1 - O querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 2 - No caso de falecimento ou incapacidade do querelante, o C.A.D.I não comparecerem em juízo no prazo de 60 dias; 3 - Deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo OU nas alegações finais, deixar de formular pedido de condenação. (Não é obrigatório o comparecimento dele em: audiência preliminar e audiência prevista no 520 do CPP); 4- Sendo o querelante, pessoa jurídica, se extingui sem deixar sucessor.
· A ação penal, nas contravenções será iniciada com APFD ou por portaria expedida pelo juiz ou delegado.
· Ação Penal Privada Personalíssima: só poder ser iniciada ou conduzida EXCLUSIVAMENTE pelo ofendido, não havendo transferência do direito para o cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos.
· Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: Trata-se de hipótese na qual a ação penal é, na verdade, pública, ou seja, o seu titular é o MP. Ocorre em razão da inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal (15 dias se réu solto, ou 05 dias se réu preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ação penal privada (queixa) que substitui a ação penal pública. O ofendido tem o prazo decadencial de 6 meses para oferecer a chamada queixa-crime substitutiva, prazo este contado desde o fim do prazo que possui o Ministério Público para oferecer denúncia. O MP poderá intervir em todas as fases do processo (atuação sui generis -peculiar), eis que atua como fiscal da lei, mas por ser o original titular da ação penal, sua atuação será bem mais ampla que nas ações privadas exclusivas.
· Casos Especiais para oferecimento da denuncia: Lei de Tóxicos (10 dias); Lei de Abuso de Autoridade (48 horas); 
· ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL - Os pressupostospara a proposição, pelo MP, são: ⇒ Tratar-se de infração penal (crimes ou contravenções penais,), sem violência ou grave ameaça à pessoa, e com pena MÍNIMA INFERIOR A QUATRO ANOS (se for igual a 04 anos, não será cabível!); ⇒ O acordo deve se mostrar necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime;
- CONDIÇÕES (cumulativamente ou alternativamente): ⇒ Reparação do dano à vítima (salvo impossibilidade de fazê-lo); ⇒ Renúncia voluntária a bens e direitos que sejam instrumentos, produtos ou proveitos do crime; ⇒ Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços; ⇒ Pagar prestação pecuniária a entidade pública ou de interesse social; ⇒ Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo MP, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
- Além de outras situações que impedem o oferecimento da proposta (ler art. 28-A, paragrafo 2), vale destacar o não oferecimento da não-persecução penal no caso de crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
** Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é PÚBLICA INCONDICIONADA.
JURISDIÇÃO e COMPETÊNCIA:
· JURISDIÇÃO é o poder soberano do Estado de dizer o direito no caso concreto, resolvendo conflitos, em substituição à vontade das partes. Características:
SUBSTITUTIVIDADE: caráter substitutivo. A vontade do Estado substitui à vontade das partes. *Porém, nem sempre pode ocorrer, ex: MP denuncia A por homicídio de B. No entanto, A concorda com a punição e reconhece como merecida e justa, não se importando em ser preso, pois matara o assassino de seu irmão.
INÉRCIA: os órgãos jurisdicionais, para atuarem, precisam ser provocados; existem algumas exceções, ex: a possibilidade que o Juiz tem de, ex officio (sem provocação), conceder a ordem de Habeas Corpus, sempre que a pessoa estiver presa mediante abuso de poder ou ilegalidade.
*Obs: A jurisdição é inerte pois um conflito jurídico pode não ser um conflito social, e não cabe ao Juiz criar um; e também não pode um Juiz dar início a um processo (salvo as raríssimas exceções legais), sob pena de violação ao Princípio da Imparcialidade do Juiz.
EXISTÊNCIA DE LIDE: um conflito de interesses;
DEFINITIVIDADE/IMUTABILIDADE: em um dado momento, a decisão prestada pelo Estado-Juiz será definitiva, imodificável (no mérito).
ATUAÇÃO DO DIREITO.
Princípios da Jurisdição -> Investidura: Para exercer jurisdição é necessário estar investido do Poder jurisdicional (ser magistrado); Indelegabilidade: o juiz não pode delegar a função jurisdicional a quem não possui. Na sua vertente externa, significa que não pode o Poder Judiciário (a quem a CF/88 conferiu a função jurisdicional) delegá-la a outros órgãos ou a outro Poder, e na vertente interna, significa que, após fixadas as regras de competência para julgamento de um processo, não pode um órgão do Judiciário delegar sua função para outro órgão jurisdicional; 
Inevitabilidade (irrecusabilidade): A jurisdição não está sujeita à vontade das partes, estas estão sujeitas a suportar a decisão (tutela jurisdicional), gostem ou não. Após iniciado o processo, as partes possuem vinculação obrigatória; 
Inafastabilidade (indeclinabilidade): Refere-se à possibilidade que todo cidadão tem, de levar à apreciação do Poder Judiciário uma demanda, e de ter a prestação de uma tutela jurisdicional (Isso não garante uma sentença de mérito, lembre-se!). A segunda vertente é a de que o processo deve garantir o acesso do cidadão à ordem jurídica justa, na visão de que o Estado só cumpre efetivamente seu papel quando efetivamente tutele o interesse da parte. É necessário um acesso mais adequado a propositura de uma ação privada, uma defesa mais satisfatória da Defensoria e uma razoável duração do processo com fortalecimento dos poderes do juiz para fazer valer usa decisão; 
Princípio do Juiz Natural: ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente, e não haverá juízo ou tribunal de exceção. Visa a evitar que a parte escolha o magistrado que irá julgar a sua causa, ou que o Estado determine quem será o Juiz de uma causa; 
Princípio da Territorialidade (ou aderência ou imporrogabilidade): Todo juiz tem jurisdição em todo território nacional. Se uma questão afirmar que quando um Juiz de São Paulo solicita a outro, do Rio de Janeiro, a prática de um ato processual (carta precatória) porque não tem jurisdição no Rio de Janeiro, está ERRADA! O Juiz de São Paulo tem jurisdição em todo o território nacional, o que ele não tem é competência fora de sua base territorial; e o Princípio do Devido Processo Legal.
Espécies De Jurisdição -> Jurisdição inferior – A inferior é exercida pelo órgão que atua no processo desde o início. 
Jurisdição Superior - é exercida em grau recursal. Os Tribunais podem atuar TANTO COMO JURISDIÇÃO INFERIOR COMO SUPERIOR. Jurisdição Especial - é formada pelas 02 “Justiças especiais” estabelecidas na CF, em razão da matéria: Justiça Eleitoral e Militar. 
Jurisdição Comum - é exercida residualmente. Tudo que não for jurisdição especial será jurisdição comum, que se divide em estadual e federal. * OBS: A Justiça do trabalho não possui competência criminal
· COMPETÊNCIA é o conjunto de regras que estabelecem os limites em que cada Juiz pode exercer o seu Poder Jurisdicional. 
Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração; 	II - o domicílio ou residência do réu; 	III - a natureza da infração; 
IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função.
-> Há 03 espécies de competência:
1. Em razão da matéria (ratione materiae) ou competência de Jurisdição ou competência de Justiça: é aquela q leva em conta a natureza da infração (do fato) a ser julgada; Se divide em Justiça Especial (eleitoral ou militar) ou Justiça Comum (Estadual ou Federal); A competência da JF é sempre expressa e taxativa, já a competência da Justiça Comum é Residual. Por conta disso, a Justiça Federal é especial, prevalece, em relação à Justiça Estadual.
-> Somente será competente a Justiça Comum Federal se estivermos diante de uma das hipóteses previstas no art. 109 da CF;
-> A Justiça Comum Estadual possui competência DUPLAMENTE RESIDUAL: 1) é residual porque a Justiça Comum é residual em relação à Justiça Especial; 2) é residual em relação à Justiça Comum Federal.
-> É COMPETÊNCIA ABSOLUTA.
2. Por prerrogativa de função ou em razão da pessoa (ratione personae): é aquela que leva em conta o cargo público ocupado por determinada pessoa que cometeu a infração penal; vulgarmente conhecida como “foro privilegiado”;
-> EXEMPLOS: art. 96, III da CF estabelece que cabe aos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF, julgar os Juízes estaduais de primeiro grau, bem como os membros do MP que atuem na primeira instância, tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; O STF julga nas Infrações penais comuns: Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o PGR. E nas infrações penais comuns e de responsabilidade: os Ministros de Estado e os Comandantes das Forcas Armadas, ressalvado o disposto no art. 52, I (estabelecendo a competência do Senado Federal para julgar os comandantes das forças armadas em crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República e Vice), os membros dos Tribunais Superiores, os do TCU e os chefes de missão diplomática de caráter permanente, etc.
-> O foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
-> É COMPETÊNCIA ABSOLUTA.
-> Súmula Vinculante 45: "A competência constitucional do tribunal do júri PREVALECE sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamentepela Constituição ESTADUAL".EX 1: Paulo é Juiz de Direito e pratica um homicídio doloso. Neste caso, no aparente conflito entre a competência constitucional do TJ para processar e julgar Paulo (foro por prerrogativa de função) e a competência do Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida), prevalece a competência de foro por prerrogativa de função, eis que esta prerrogativa de foro está prevista na Constituição Federal; EX 2: Júlio é Secretario Estadual de Fazenda em determinado estado X, e pratica um homicídio doloso. No estado X os Secretários possuem foro por prerrogativa de função perante o TJ (só está previsto isso na Constituição ESTADUAL, não na Federal). Neste caso, no aparente conflito entre a competência do TJ para processar e julgar Júlio (foro por prerrogativa de função NÃO PREVISTO NA CF/88), e a competência do Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida), prevalece a competência de do Tribunal do Júri, eis que a competência do Júri está prevista na CF/88 e a competência por prerrogativa de função (neste caso) não.
-> OBS.: Os DEPUTADOS ESTADUAIS possuem prerrogativa de foro perante o TJ. Isso não está previsto expressamente na CF/88, mas entende-se que está IMPLÍCITO, pelo princípio da SIMETRIA. Assim, caso um deputado estadual cometa crime doloso contra a vida, prevalecerá a competência de foro por prerrogativa de função.
3. Territorial (ratione loci): Considera o local onde ocorreu a infração (ou outros critérios territoriais) para que seja definida a competência. COMPETÊNCIA RELATIVA.
-> COMPETÊNCIA TERRITORIAL (Ratione Loci): Como REGRA GERAL (crimes Plurilocais) para definição da competência territorial, adota-se o local em que ocorreu a consumação do delito ou, no caso de tentativa, o local em que foi praticado o último ato de execução. 
Regra geral => TEORIA DO RESULTADO.
· Prevenção: Sempre quando dois ou mais juízes são competentes para o mesmo caso, haverá conflito entre jurisdições, portanto a competência será fixada por aquele que primeiro praticou algum ato sobre o processo (IP, decretação de prisão preventiva, etc); Aplica-se a prevenção quando incerto o limite territorial ou quando incerta a jurisdição por ter sido o crime cometido nas divisas de duas ou mais jurisdições; 
O crime continuado ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições também estará sujeito à prevenção; e tb quando o réu tiver mais de uma residência, será aplicada a prevenção; Será aplicada nesses casos não a teoria do resultado, mas sim a Teoria da Ubiquidade (adotada pelo CP).
· Crimes Plurilocais (mesmo território nacional) e Preterdolosos aplica-se a REGRA GERAL => Teoria do Resultado; 
Porém, a jurisprudência entende que no caso de HOMICÍDIO, deve prevalecer o juízo da ação ou omissão (teoria da atividade), como forma de privilegiar a verdade real, facilitando-se a colheita de prova.
· Crimes à Distância: conforme o art. 6° do CP, quando o crime for cometido em território nacional e o resultado ocorrer em território estrangeiro, será competente tanto o juiz do local onde se deu a conduta quanto o juiz onde se deu o resultado, aplica-se, a Teoria da Ubiquidade.
· Crimes Continuados e Crimes Permanentes: Teoria da Ubiqüidade.
· Juizados Especiais (infrações de menor potencial ofensivo ): teoria da atividade.
· Atos Infracionais: teoria da atividade.
· Crime de Estelionato pela Emissão de Cheque Sem o foro competente será o do local onde houve a recusa no pagamento, pois aí é que se consuma a infração.
Contrabando ou Descaminho: prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens.
· FORO DO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU (FORO SUBSIDIÁRIO): Quando não se tem conhecimento sobre o lugar da consumação do crime; 
- Se o réu tiver mais de um domicílio ou residência a competência será firmada pela PREVENÇÃO. 
- Caso o réu não tenha residência certa OU for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
- No caso de AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA (**exclui-se a hipótese de crime submetido à ação penal privada subsidiária da pública, mas inclui a ação penal privada personalíssima), mesmo que conhecido o local da infração, o querelante pode OPTAR PELO FORO do domicílio ou residência do réu.
· Distribuição (sorteio) fixará a competência quando, em uma mesma comarca, existirem juízes igualmente competentes para o julgamento de determinada infração penal; Sendo realizada para efeito de fiança, prisão preventiva ou diligencia anterior a denuncia ou a queixa, prevenirá a da ação penal.
· A conexão e a continência importam na modificação de uma competência fixada e já consolidada, importam unidade de processo (HÁ EXCEÇÕES); 
· Será fixada pela CONTINÊNCIA -> Continência por cumulação subjetiva (Art. 77, I) quando 2 ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração (concurso de pessoas). Diferentemente da hipótese de conexão, aqui há apenas um fato criminoso, e não vários; 
⇒ Continência por concurso formal (art. 77, II do CP, c/c art. 70 do CP) – Aqui, mediante uma só conduta, o agente pratica dois ou mais crimes, sem que tenha tido a intenção de praticá-los.
· CONEXÃO -> A Doutrina classifica a conexão em: ⇒ Intersubjetiva por simultaneidade ocasional (art. 76, I do CPP) – Ocorre quando várias pessoas cometem infrações diversas no mesmo local, na mesma época, mas desde que não estejam ligadas por nenhum vínculo subjetivo. ⇒ Intersubjetiva por concurso (art. 76, I do CPP) – Nao importa o local e o momento da infração, desde que os agentes tenham atuado em concurso de pessoas. Assim, exige-se para esta hipótese de conexão que os agentes tenham agido unidos por um vínculo subjetivo, uma comunhão de esforços para a prática das infrações penais. ⇒ Intersubjetiva por reciprocidade (art. 76, I do CPP) – Traduz a hipótese de conexão de infrações praticadas no mesmo tempo e no mesmo lugar, mas os agentes praticaram as infrações uns contra os outros. Ex: Dois crimes de lesões corporais praticados reciprocamente entre fulano e beltrano. ⇒ Conexão objetiva teleológica (art. 76, II do CPP) – Uma infração deve ter sido praticada para “facilitar” a outra. Ex: um assassino espancou um vigia para entrar na casa e assassinar o dono da residência. ⇒ Conexão objetiva consequencial (art. 76, II do CPP) – Uma infração é cometida para ocultar a outra, ou, ainda para garantir a impunidade do infrator ou garantir a vantagem da outra infração. Ex: alguém que comete homicídio e, logo após, mata também a única testemunha, para garantir que ninguém poderá provar sua culpa, garantindo, assim, a impunidade do fato. ⇒ Conexão instrumental (art. 76, III do CPP) – Exige-se, nesse caso, que a prova da ocorrência de uma infração e de sua autoria influencie na caracterização da outra infração. Ex: a conexão entre o crime de furto e de receptação, no qual a prova da existência do furto, e de sua autoria, influencia na caracterização do crime de receptação.
· Nas jurisdições da MESMA CATEGORIA, primeiro se utiliza a competência territorial com base no lugar onde ocorreu o crime de PENA MAIS GRAVE; 
· Se as Penas forem de igual gravidade, será o lugar em que ocorreu o maior número de infrações.
· Se as penas forem idênticas e com o mesmo número de infrações, ou qualquer outro caso -> PREVENÇÃO.
· Diversas categorias: maior graduação.
· Haverá separação OBRIGATÓRIA do processo: concurso entre Justiça Comum e Militar; entre Justiça Comum e a Infância e Juventude; Superveniência de doença mental após a prática do crime; e no caso de fuga de um dos réus.
· Separação FACULTATIVA do processo: em caso de circunstância de tempo ou lugar diferenciado; no caso do excessivo número de acusados; e em face de algum outro motivo relevante do juiz.
** OBS: Existe uma outra hipótese de separação de processos no entendimento jurisprudencial. No caso de CRIMES DOLOSOS contra a vida praticados em concurso de pessoas, quando um dos acusados possui foro por prerrogativa de função fixado na CF, ao invés de todos os acusados serem julgados perante o Tribunal (em razão da prerrogativa de foro deum dos comparsas), haverá a separação dos processos, de forma que o detentor de prerrogativa de foro será julgado perante o Tribunal respectivo e os demais pelo Tribunal do Júri.
· Perpetuação da Competência (Art. 81) - Se um Juiz recebe dois processos (reunidos por conexão ou continência), e no processo de sua competência originária (e não aquele que lhe foi remetido em razão da conexão ou continência) ele profere sentença absolutória ou desclassifica o fato para outro crime, que não seja de sua competência, mesmo assim ele continua competente para julgar o processo recebido pela conexão. Exceção se houver reunião de processos para julgamento pelo Tribunal do Júri. 
· Crimes praticados fora do Brasil -> competente a Capital do Estado onde o acusado residia; Nunca havendo residido no Brasil, será competente a Capital da República.
· Crimes em embarcações nas águas do Brasil -> competente o primeiro porto brasileiro que tocar, após o crime; ou se afastar-se do pais, ultimo porto que houver tocado. Quando incerto, será firmado pela prevenção.
· Crimes a bordo de aeronave nacional (ou estrangeira, desde que dentro do Brasil) -> competente a comarca de onde se verificar o pouso, após o crime; ou pela comarca de onde houver partido a aeronave. Quando incerto, será firmado pela prevenção.
- Compete à Justiça Estadual Comum, o processo por contravenção penal, mesmo que conexas com crimes de competência da Justiça Federal (em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades), devendo ocorrer a separação de processos. 
- Compete à Justiça Estadual Comum, o processo contra sociedade de economia mista (Banco do Brasil).
- Compete à JUSTIÇA FEDERAL, julgar os crimes contra: fundação púb federal; autarquias; EP; crimes políticos; contra funcionário púb federal, quando relacionados com o exercício da função; contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens; os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvados a competência da Justiça Militar; crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista; uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou; prefeito municipal por desvio de verba perante órgão federal; crimes contra a organização do trabalho; se envolver o direito indígena propriamente dito, OAB,... 
- Súmula 522 do STF - “Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, compete à justiça dos Estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.”
- Súmula 603 do STF - “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri.”
- Súmula 140 do STJ Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima. PORÉM, caso os crimes versem sobre direitos indígenas e ligados às questões da comunidade indígena, será competência da Justiça Federal.
- STF - RE 459510 – O STF firmou entendimento no sentido de que cabe à Justiça Federal processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo.
- STJ - CC 133.823/PR – O STJ decidiu que, em se tratando de tráfico internacional de arma de fogo, a competência será da Justiça Federal apenas se restar comprovada a internacionalidade da conduta, sendo insuficiente mera alegação de que se trata de produto de origem estrangeira.
- Súmula 521 do STF - “O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.”
- Súmula 611 do STF - “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.”
ESPÉCIES DE PRISÃO:
· PRINCIPAIS:
- Prisão pena: decretada APÓS o trânsito definitivo da sentença penal condenatória.
- Prisão sem-pena (ou prisão cautelar/provisória/processual): Prisão efetuada ANTES do trânsito em julgado.
· Outros tipos de prisões (Extrapenais): Prisão civil, Prisão Administrativa (apenas para prisão de estrangeiros com fim de expulsão), Prisão Disciplinar (crimes militares e transgressões disciplinares militares), Prisão para Averiguação (inválida) e Prisão do eleitor.
Prisão Cautelar - Provisória – Processual, GERAIS: Prisão em Flagrante, Prisão Preventiva e Prisão Temporária. *Previstas no CPP.
		
1. PRISÃO EM FLAGRANTE: Possui natureza administrativa, pois não depende de autorização judicial; Pode ser facultativo ou obrigatório; Espécies:
a. Flagrante Próprio/Propriamente dito (ou Perfeito ou real): Ocorre quando o agente está cometendo o crime, sendo capturado praticando os atos executórios, ou, acaba de cometê-lo (o autor do delito continua no local do crime).
b. Flagrante impróprio/quase flagrante (ou imperfeito ou irreal): Ocorre quando o agente LOGO APÓS a pratica do crime é perseguido e preso em flagrante. Perseguição é ininterrupta, na lei não há prazo. Não é necessário contato visual.
c. Flagrante presumido/ficto (ou assimilado): Ocorre quando o agente LOGO DEPOIS de praticar o crime, embora não tenha sido perseguido, é encontrado com armas, instrumentos ou objetos que façam presumir ser ele o autor do crime.
d. Flagrante preparado/provocado (Súmula 145 STF): a autoridade instiga o infrator a cometer o crime, criando a situação para que ele cometa o delito e seja preso em flagrante. É INVÁLIDO. A conduta do agente deve ser dolosa ou culposa.
e. Flagrante forjado: a própria autoridade policial pratica a conduta para incriminar falsamente alguém. Ex: Agente policial "plantando" drogas no veículo de um determinado sujeito, que sequer toma conhecimento de tal atitude. É INVÁLIDO.
f. Flagrante Esperado: A autoridade policial toma conhecimento de que será praticada uma infração penal e se desloca para o local aguardando-se, de campana (tocaia), o início dos atos executórios para a efetivação da prisão em flagrante.
g. Flagrante diferido/retardado (Ação Controlada): a autoridade policial retarda a realização da prisão em flagrante, a fim de obter maiores informações e capturar mais integrantes da organização criminosa. No crime organizado deve a polícia oficiar ao juiz, e ele ouvindo o MP pode definir os limites da diligência. No tráfico de drogas deve a polícia requerer previamente ao juiz que deliberará ouvindo o MP. Entretanto, a polícia fornecerá ao juízo provável itinerário da droga e os infratores envolvidos.
h. Flagrante Obrigatório: é inerente a atuação das policias.
i. Flagrante Facultativo: inerente a qualquer do povo.
· Formalização da prisão em flagrante se dá com a lavratura do APFD. Na falta das testemunhas numerárias, não se impede a lavratura do APFD, mas com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos 2 pessoas que testemunharam a apresentação do preso à autoridade (chamado de testemunhas instrumentárias/ instrumentais/de apresentação).
· Na falta de escrivão, qualquer pessoa prestará compromisso de lavrar o auto.
· Deverão ser ouvidos, nesta ordem: CONDUTOR (que normalmente é um PM), TESTEMUNHAS, VÍTIMA (SE POSSÍVEL) E O CONDUZIDO (ACUSADO); Expedição da Nota de Culpa em até 24 horas após a captura; O APFD será encaminhado em até 24 horas ao Juiz e Promotor com competência e atribuição. Será entregue uma cópia também ao advogado. Caso não tenha advogado, será enviada cópia para a Defensoria Pública.
· O JUIZ ao tomar conhecimento da prisão em flagrante deverá: RELAXAR a prisão em flagrante quando ILEGAL; se entender que a prisão é legal, devera CONVERTER a prisão em flagrante em prisão preventiva, se presentes os requisitos desta e se forem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares; ou caso a prisão seja legal, mas desnecessária, deve CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA, com ou sem fiança.
· Se o juiz verificar no APFD que o agente praticou o fato em alguma condição de excludente de ilicitude, poderá conceder liberdade provisória, mediante termo de comparecimento.
· A condução de quem se encontra em situação de flagrante é chamada de PRISÃO CONDUÇÃO pela maioria da Doutrina.
· Nãoé necessário ordem judicial nos casos de -> Infrações inafiançáveis e recaptura de réu foragido.
· NÃO PODERÁ SER PRESO (suj passivo) EM FLAGRANTE: 
- Menores de 18 anos;
- Presidente da República (só pode ser preso pela prática de crime comum após sentença condenatória);
-Juízes e membros do MP (Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime INAFIANÇÁVEL);
-Parlamentares do CN (Só podem ser presos em flagrante de crime INAFIANÇÁVEL. Aplica-se o aos Deputados Estaduais e Distritais);
-Diplomatas Estrangeiros e sua família;
-Infrator que se apresenta espontaneamente;
- Autor de acidente automobilístico CULPOSO que preste pronto e integral socorro à vítima;
-Infrações de menor potencial ofensivo (se o autor recusar a comparecer ou se negar a assumir compromisso de comparecer ao Juizado após a lavratura do TCO poderá ser decretada sua prisão em flagrante);
-Uso de entorpecentes.
· CRIMES HABITUAIS - Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma em apenas um ato, exigindo-se uma sequência de atos isolados para que o fato seja típico (maioria da Doutrina e da Jurisprudência). Parte minoritária, no entanto, entende possível, se quando a autoridade policial surpreender o infrator praticando um dos atos, já se tenha prova inequívoca da realização dos outros atos necessários à caracterização do fato típico. Há decisões jurisprudenciais nesse último sentido (desde que haja prova da habitualidade).
· CRIME CONTINUADO - Por se tratar de um conjunto de crimes que são tratados como um só para efeito de aplicação da pena, pode haver flagrante quando da ocorrência de qualquer dos delitos.
2. PRISÃO PREVENTIVA: prisão de natureza cautelar, servindo como instrumento de preservação da persecução penal; 
Poderá ser decretada -> durante a fase do inquérito policial ou do processo penal, antes do trânsito em julgado; por conversão do flagrante em preventiva; decorrente do descumprimento de medida cautelar alternativa a prisão; e até antes do inicio formal da investigação. É ao contrário da prisão temporária (que apenas pode ser decretada na fase de investigação criminal); Decretada tanto nos crimes de ação penal pública quanto nos de ação penal privada;
-> Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo JUIZ, a requerimento do MINISTÉRIO PÚBLICO, do QUERELANTE ou do ASSISTENTE, ou por representação da AUTORIDADE POLICIAL.
· A necessidade da prisão deve ser revisada a cada 90 dias;
· Havendo indícios da presença de excludente de ilicitude não poderá ser decretada a prisão preventiva. 
· A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada; Na motivação, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
· Antes de converter a prisão em flagrante em preventiva, o juiz deve verificar se não é possível sua substituição por uma medida cautelar ou por prisão domiciliar.
· Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. O simples fato de “ser investigado” ou de ser “réu” não é fundamento para, por si só, decretar-se a prisão preventiva de alguém.
· NÃO CABE MAIS DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA EX OFFICIO PELO JUIZ DURANTE A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.
· A revogação da prisão preventiva pode ser realizada de ofício pelo Juiz.
- ** OBS: O art. 20 da Lei Maria da Penha, possibilita o Juiz, em se tratando de crime que envolva violência doméstica e familiar contra a mulher, decretar a prisão preventiva de ofício, ou seja, sem provocação (a qualquer momento). Todavia, cremos que essa possibilidade não subsistirá, na medida em que a redação do art. 311 (que veda a decretação ex officio) possui redação mais recente e está mais sintonizada com as modificações realizadas no processo penal brasileiro.
· REQUISITOS PARA A DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA: 
- PRESSUPOSTOS: fundados indícios de autoria, prova da materialidade do crime e perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado => OBRIGATÓRIOS;
- Fundamentos: garantia da ordem pública; garantia da ordem econômica; conveniência da instrução criminal; garantia de aplicação da lei penal; e em caso de descumprimento de medidas cautelares.
Hipóteses de cabimento da PP: É preciso também a presença de ao menos uma das circunstâncias legitimadoras do art. 313:
	I - nos crimes dolosos punidos com PPL superior a 4 anos;
	II - reincidência em crime doloso, por sentença transitada em julgado, SALVO se decorrido o prazo de 5 anos da reincidência;
	III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou deficiente;
	IV - quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação.
* Não é possível decretação da preventiva nos crimes culposos e nos crimes dolosos cuja pena máxima seja igual ou inferior a quatro anos.
3. PRISÃO TEMPORÁRIA: é uma medida cautelar de restrição da liberdade, mas que visa resguardar a instrução na fase de investigação criminal. Portanto, poderá ser decretada tanto na fase do INQUÉRITO POLICIAL, quanto no curso de outras investigações; Não pode ser decretada, nem mantida depois da denúncia ou queixa.
- Hipóteses para se decretar a prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (e qualificado); b) seqüestro ou cárcere privado; c) roubo; d) extorsão;be) extorsão mediante seqüestro; f) estupro; g) atentado violento ao pudor; h) rapto violento; i) epidemia com resultado de morte; j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela; l) quadrilha ou bando; m) genocídio; n) tráfico de drogas; o) crimes contra o sistema financeiro.
** É cabível quando estivermos diante de um dos crimes do art. 1°, III E que esteja presente uma das duas situações previstas nos incisos I e II do art. 1°– É a posição que predomina na Doutrina e Jurisprudência. Exige, apenas, dois requisitos: a) Trate-se de crime previsto na lista do inciso III; b) Esteja presente um dos outros dois requisitos previstos nos incisos I e II. Assim, não bastaria, por exemplo, que o crime fosse de homicídio doloso. Deveria, ainda, haver a necessidade de se proceder à prisão temporária por ser indispensável às investigações (indiciado está atrapalhando as investigações) ou o indiciado não ter residência fixa ou não colaborar para sua identificação.
-A prisão temporária NÃO PODE: - SER DECRETADA DE OFÍCIO pelo Juiz ou a requerimento do querelante ou assistente. Deve ser requerida pelo MP ou de representação da autoridade policial (Juiz ouvirá o MP nesse ultimo caso).
* REGRA -> PRAZO DA PRISÃO TEMPORÁRIA: 5 dias (+ 5 prorrogáveis); O pedido de prorrogação tem que ser feito dentro do prazo de 5 dias.
* EXCEÇÃO -> PRAZO NOS CRIMES HEDIONDOS ou EQUIPARADOS (Tortura, Tráfico ilícito e o Terrorismo): 30 dias (+30 prorrogáveis); A prorrogação depende de decisão motivada do juiz com prévia oitiva do MP.
- o juiz tem o prazo de 24 horas para decidir fundamentadamente;
- Esgotado o prazo determinado pelo juiz para a duração da prisão temporária (até 5 dias, com ou sem prorrogação), o investigado deve ser imediatamente liberado pela própria autoridade policial, independentemente de alvará de soltura, sob pena de cometimento de crime de abuso de autoridade; SALVO se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
· PRISÃO DOMICILIAR: o juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliarquando o agente for:
1 - Maior de 80 anos; 					 2 – extremamente debilitado por motivo de doença grave;
3 – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos ou com deficiência;	
4 – estando a partir do 7º mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. 5 - gestante; 
6- mulher com filho de até 12 anos incompletos; 7 -homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos incompletos.
=> Não pode ser cumulada com medida cautelar prevista no art. 319 do CPP.
· MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISAO:
-> As medidas cautelares deverão ser aplicadas observando-se a: I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.
-> Podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente na fase de: 
- Investigação criminal (pré processual) = decretada pela autoridade policial ou a requerimento do MP; - 
- Curso da Ação Penal = Pelo JUIZ a requerimento das partes.
* NÃO podem ser decretadas de ofício pelo Juiz, nem mesmo durante o curso do processo criminal.
* o Juiz poderá, ainda, a qualquer tempo, revogar a medida, substituí-la (ou cumular com outra) ou voltar a decretá-la, desde que sobrevenham novos fatos que alterem as circunstâncias até então existentes. Perceba que, neste caso, o Juiz pode agir de ofício.
- Hipóteses:
I- comparecimento periódico em juízo;	 II- proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares por circunstâncias relacionadas ao fato; III- proibição de manter contato com pessoa determinada relacionada ao fato; IV- proibição de ausentar-se da Comarca; 
V- recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga; V - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira; VII- internação provisória nos crimes de violência ou grave ameaça (sendo inimputável ou semi-imputável); VIII- fiança, nas infrações que a admitem; IX- monitoração eletrônica.
· LIBERDADE PROVISÓRIA: será concedida sempre que ausentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva; O juiz poderá sempre impor também alguma medida cautelar do art. 319.
· A liberdade provisória é cabível para atacar uma prisão em flagrante legal desnecessária. Jamais combate prisão preventiva. Se a prisão em flagrante for ilegal, o remédio a ser utilizado é o relaxamento desta prisão.
· Revogação da Prisão: É remédio que combate a prisão preventiva legal e desnecessária; Também ataca a prisão temporária, quando se extrapola o seu prazo de duração. Relaxamento da Prisão: combate a prisão ilegal, geralmente a prisão em flagrante, mas também a prisão preventiva por excesso de prazo na formação da culpa.
· O Delegado só poderá conceder a fiança nos crimes cuja pena máxima não seja superior a 4 anos.
· O Juiz poderá conceder a fiança nos crimes com pena máxima superior a 04 anos, decidindo em até 48 horas. A concessão de liberdade provisória sem fiança é PRIVATIVA do Juiz.
· Ainda que NÃO se possa arbitrar fiança, É POSSÍVEL A CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA.
· Não será concedida fiança: crimes de racismo; os crimes hediondos e equiparados (3T); a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; Quando o réu tiver quebrado a fiança anteriormente, no mesmo processo ou descumprido as condições, sem motivo justo (Ex: deixar de comparecer a ato do processo a que tenha sido intimado, mudar-se da comarca sem autorização judicial ou dela ausentar-se por mais de 8 dias sem comunicar o local onde poderá ser encontrado); Em caso de prisão civil ou militar; e quando presentes os motivos que autorizam a prisão da preventiva.
· Ao condutor do veículo, nos casos de acidente de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
· Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal (crimes em que a PPL não seja superior a dois anos e todas as contravenções penais), ao autor do fato que, após a lavratura do TCO, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. 
· É vedada também a imposição de prisão em flagrante (e de qualquer outra modalidade de prisão) para o autor do crime de uso de entorpecentes (art. 28), em qualquer situação, mesmo que não compareça ao Juizado Especial Criminal.
· Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração: a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias de sua periculosidade, bem como a importância das custas do processo, até final julgamento.
· A fiança será considerada como QUEBRADA quando: o réu não comparecer ao ser intimado; mudar de residência sem prévia autorização; ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência sem comunicar a autoridade o lugar onde será encontrado; Resistir, injustificadamente, à ordem judicial; Praticar, ato de obstrução ao processo; Descumprir medida cautelar imposta CUMULATIVAMENTE com a fiança; ou praticar nova infração penal DOLOSA.
· Consequências no caso de quebramento da fiança: Perda de METADE do valor da fiança, Possibilidade de o Juiz fixar alguma outra medida cautelar ou decretar a prisão preventiva, Impossibilidade de prestação de nova fiança no mesmo processo.
· OBS: A perda da totalidade do valor da fiança ocorrerá caso o réu, condenado DEFINITIVAMENTE, não se apresentar para cumprimento da pena. OBS 2: Tanto no caso de perda total quanto no caso de perda parcial do valor da fiança, o saldo (após recolhidas as custas processuais e demais encargos aos quais esteja obrigado o acusado) será recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO.
· A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.
· A fiança será sempre definitiva, e consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal ou em hipoteca.
· O MP não será ouvido previamente ao arbitramento da fiança, mas terá vista dos autos após esse momento, para que requeira o que achar necessário.
---> A fiança será devolvida ao réu -> caso absolvido, se extinta a ação ou se for declarada sem efeito a fiança; 
---> Será perdida em favor do Estado -> Caso o réu seja condenado. Servirá para pagar as custas do processo, indenizar o ofendido..
· A CASSAÇÃO da fiança só pode ser decretada pela autoridade judiciária (nunca pela autoridade policial), de ofício ou a requerimento do Ministério Público. Ocorre em duas situações de ilegalidade: quando a fiança não era cabível; e quando reconhecido delito inafiançável, no caso de inovação da classificação do delito.
· REFORÇO da fiança -> quando o valor recolhido foi insuficiente; Depreciação dos bens dados em fiança; e quando inovado o delito.
· Consequencias da Fiança -> Fiança sem efeito; Cassação da fiança; Reforço da fiança; Quebra da fiança; Restauração da fiança; Perda da fiança; Restituição da fiança.
· LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA: quando o réu livrar-se solto; Quando o fato for praticado sob uma causa excludente de ilicitude; Quando ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva; Quando o réu for pobre e não puder arcar com o valor da fiança; Quando a infração for de menor potencial ofensivo e o agente comparecer imediatamente ao JECRIM ou se comprometer a ele comparecer; Ao condutor do veículo...; Uso de entorpecentes;
P R O V A: 
Destinatário imediato/direto –> Juiz; Destinatário mediato/indireto –> as partes.
Sistema Legal (da Prova Tarifada ou certeza moral do legislador): O próprio legislador determina o valor da prova; a CONFISSÃO possui valor máximo; EM REGRA, não é adotado pelo Brasil, mas possui exceções: 
· No exame de corpo de delito nas infrações que deixarem vestígio

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