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Microbiologia Clínica Conceitos Gerais Prof. Me. Ana Cláudia Alves de Oliveira Santos Especialização em Microbiologia Aplicada ao Laboratório Clínico Classificação dos seres vivos • Reino Animalia: animais invertebrados, vertebrados, aves e mamíferos (homem). • Reino Plantae : vegetais. • Reino Monera: organismos unicelulares e procariontes: bactérias e algas azuis. • Reino Fungi: seres eucariontes uni ou pluricelulares: fungos. • Reino Protista: protozoários (giárdias, amebas, tripanossomas) e algas inferiores. Microbiologia – definição • Ramo da Medicina que estuda os seres vivos microscópicos nos seus mais variados aspectos como morfologia, fisiologia, reprodução, genética, taxonomia e a interação com outros seres e o meio ambiente. Áreas da Microbiologia 1- Microbiologia Médica 2- Microbiologia de Alimentos 3-Microbiologia Industrial 4- Microbiologia Ambiental 5- Microbiologia Clínica 6- Microbiologia do Solo 7- Microbiologia Veterinária Campos de estudo da Mirobiologia Microbiologia Clínica – definição Ramo da Medicina que estuda os principais agentes microbianos causadores de doenças infectocontagiosas em humanos; destacando-se os aspectos de diagnóstico clínico laboratorial, patogênicos e epidemiológicos. Um pouco da História da Microbiologia 565 aC a 1892 : A população humana sofreu com epidemias de tifo, varíola, sífilis, cólera e peste. 1684 • Antony Van Lewenhack (Holanda) construiu microscópios que podiam aumentar 300X e observou pequenos animais. • Desenhou e concluiu que existiam seres invisíveis, mas não conseguiu provar a origem deles. ROBERT KOCK - 1857 • Descobriu a cultura. • Postulados de Kock (O postulado de Koch tem o intuito de estabelecer que os microrganismos causam doenças específicas, fornecendo um enquadramento para o estudo da etiologia de qualquer doença infecciosa. O agente causador deve estar presente em todos os casos de doenças e não deve estar presente em animais saudáveis). • Bacillus anthracis • Bacilo da tuberculose (bacilo de Kock) • Etiologia de infecção traumática LOUIS PASTEUR - 1887 • Pasteurização • Fermentação. • Vacina para cólera e raiva. • Observou o fenômeno da antibiose (bloqueio do crescimento) de bactérias frente ao Bacillus anthracis. Alexander Fleming • (1928) Penicilina - Cogumelo Penicillium • (1943) Penicilina utilizada em larga escala (Início da era dos antibióticos). Células • As células são as unidades fundamentais dos seres vivos, da menor bactéria a maior das plantas e dos animais. • Representa a menor porção de matéria viva dotada da capacidade de autoduplicação. • São as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. • As funções vitais de um organismo ocorrem dentro das células. Células • Todas elas contêm informação genética necessária para desempenhar as funções vitais, e transmitir a informação para a geração seguinte. • Apesar da sua complexidade e variedade, todas as células vivas podem ser classificadas em dois grupos: procarióticas eucarióticas Eucarióticas x Procarióticas • Quimicamente similares – contém ácidos nucléicos, proteínas, lipídios e carboidratos. • Utilizam os mesmos tipos de reações químicas para o processo de metabolização • A diferença entre as duas está principalmente na estrutura das membranas celulares na presença de parede celular e na ausência de organelas. Células Eucarióticas • São encontradas nas plantas, animais, protozoários, fungos e algas; • Tamanho: 10 e 100μm de diâmetro; ✓Estrutura celular: • membrana citoplasmática, • aparelho de Golgi, • retículo endoplasmático, • mitocôndria, • núcleo definido, separado pela membrana nuclear, • citoplasma, • Ribossomos Células Procarióticas • São células simples; • São encontradas nas bactérias; • As células bacterianas são caracterizadas por: • Tamanho • Forma • Arranjo • Estruturas O tamanho, a forma e o arranjo das células bacterianas Bactérias esféricas : geralmente são redondos, mas podem ser ovais, alongados ou achatados em uma das extremidades. Bactérias em forma de bastão (bastonete) Bactérias espirais: possuem uma ou mais curvaturas Bastões curvos Forma helicoidal, como um saca- rolha, e um corpo bastante rígido Forma helicoidal e flexível Outras formas bacterianas (menos comum) Pleomorfismo ✓ A forma de uma bactéria é determinada pela hereditariedade. ✓ Geneticamente, a maioria das bactérias é, monomórfica, ou seja, mantém uma forma única. ✓ Entretanto, uma série de condições ambientais pode alterar sua forma, que, quando alterada, dificulta uma identificação (Pleomorfismo) Estrutura bacteriana Externa à parede celular Interna à parede celular Parede Celular • Manutenção da forma bacteriana • Desempenha um papel importante na divisão celular como iniciadora da sua própria biossíntese, dando origem ao septo que separa as duas novas células oriundas da divisão celular • A composição química é usada na diferenciação em dois grupos bacterianos (Gram+ e Gram -) • Sítio de atuação de antimicrobianos Composição da parede celular - Peptidoglicano: dissacarídeo repetitivo unido por polipeptídeos. - Dissacarídeo: N-acetilglicosamina (NAG) e ácido Nacetilmurâmico (NAM) - cadeias laterais de tetrapeptídio (4 aminoácidos) se ligam ao NAM • A síntese do peptidoglicano é divida em três estágios: • 1º no citoplasma • 2º na membrana citoplasmática • 3º fora da membrana O peptidioglicano representa a maior parte da parede das bactérias Gram-positivas, atingindo de 45% a 50% da massa seca da célula, ao passo que nas Gram-negativas não ultrapassa 5%. Parede celular de Gram + ▪ Possui uma parede celular espessa; ▪ Formada por múltiplas camadas de peptidoglicano (70- 75%) envolvendo a membrana plasmática; ▪ Outros compostos: ▪ polissacarídeos ▪ ácidos teicóicos: Parede celular de Gram + ácidos lipoteicóicos Parede celular de Gram - São estruturalmente e quimicamente mais complexas do que as paredes celulares das Gram positivas. Possui duas membranas plasmáticas Peptideoglicano: uma ou duas camadas (5-10%) Membrana externa: fosfolipídeos e lipopolissaarídeos (LPS) ou endotoxina, e proteínas (porinas). Parede celular de Gram - Lipopolissacarídeo Os açúcares que formam a cadeia lateral deste polissacarídeo variam de espécie para espécie e, por isso, são responsáveis pelas características antigênicas em bactérias Gram-negativas Membrana plasmática • A membrana citoplasmática bacteriana ou membrana plasmática, é uma estrutura de aproximadamente 8nm de espessura. • Forma uma barreira responsável pela separação do meio interno (citoplasma) e externo sendo vital para a célula. Composta de proteínas (60%) imersas em uma bicamada de lipídeos (40%), sendo os fosfolipídeos os mais importantes. Funções - Membrana Plasmática • Permeabilidade seletiva da célula; • Transporte de moléculas para dentro e para fora da célula • Sítio de atividade enzimática específica (produção de energia e digestão de nutrientes) • Duplicação do DNA De acordo com o tipo de parede bacteriana as bactérias são classificadas em dois grupos: • Gram-positivas • Gram-negativas Coloração de Gram Foi desenvolvida em 1884 por Hans Christian Gram; Método de coloração diferencial Coloração de Gram Safranina Estrutura externa a parede celular 1- Glicocálice Cápsula / Camada viscosa Funções: • adesão celular (biofilme) • aumento da capacidade invasiva: escapam da fagocitose Ex: Streptococcus pneumoniae • reservatório de água e nutrientes: proteção ao dessecamento 2. Flagelos • Longos apêndices filamentosos que propelem as bactéria (Movimentação celular) • São divididos em três partes: - filamento: região mais externa que contém a proteína flagelina (as proteínas flagelares servem para identificação bacteriana), - alça: aderidaao filamento, -corpo basal: liga ao flagelo a parede celular e à membrana plasmática. Arranjos de flagelos bacterianos Distribuídos ao longo da célula Um único flagelo em um polo Dois ou mais flagelos na extremidade Flagelos em ambas as extremidades celulares • Obs: Algumas bactérias movimentam-se por outros meios, diversos da atividade flagelar, tais como o deslizamento provocado pelo fluxo protoplasmático ou pela resposta táxica (fototaxia, quimiotaxia). 3. Pili / Fimbrias Apêndices semelhantes a pelos que são mais curtos, retos e finos que os flagelos são usados para fixação (fímbrias) e transferência de DNA (pili sexual) Estrutura internas a parede celular 1. Citoplasma • Cerca de 80% do citoplasma são compostos de água, contendo principalmente proteínas (enzimas), carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos e compostos de peso molecular muito baixo. • área nuclear (nucleóide/material genético), ribossomos as inclusões (depósitos de reserva ) e os plasmídeos. Inclusões • Tipos - grânulos metacromáticos: reserva de fosfato inorgânico, usado na síntese de ATP, - grânulos de polissacarídeos: reserva de glicogênio e amido -inclusões lipídicas -grânulos de enxofre: obtém energia oxidando o enxofre, - carboxissomos: contém a enzima ribulose 1,5- difosfato carboxilase, para fixação do dióxido de carbono (fonte de Carbono ), - vacúolos de Gás: bactéria aquáticas, mantém a flutuação. Ribossomos • Partículas citoplasmáticas onde ocorre a síntese proteica. • São compostos de RNA (60%) e proteína (40%). • São denominados ribossomos 70S, formados por duas subunidades: 30S e 50S • Vários antibióticos atuam inibindo a síntese proteica nos ribossomos procarióticos. Plasmídeos • Moléculas de DNA circulares, menores que o cromossomo. • Conferem vantagens seletivas às células que as possuem (fatores de resistência e /ou a antibióticos) • São capazes de autoduplicação independente da replicação cromossômica e podem existir em número variável. • São removidos após situações como: - mudanças de temperaturas, - presença de certos corantes, - carência de nutrientes • Podem ser transferidos de uma bactéria para outra através de conjugação (tranferência de plasmídeo através do contato entre as células). • Atualmente utilizados na biotecnologia. Endosporos • Estruturas formadas por algumas espécies de bactérias, como os gêneros Bacillus e Clostridium, quando o meio se torna carente de água ou nutrientes essenciais • É um tipo de diferenciação celular. • O processo de formação do esporo dentro de uma célula é chamado esporogênese. • Quando completa a esporogênese a maior parte da água é eliminada, e o esporo contém apenas: DNA, RNA, ribossomos, enzimas e algumas moléculas essenciais. • Sobrevivem ao aquecimento extremo, falta de água, exposição a radiação e a vários agentes químicos (forma de resistência). • Não possui atividade metabólica. Na presença de água e nutrientes, enzimas degradam a capa, a água e os nutrientes penetram e a célula voltam a germinar. Importantes como patógenos: - Bacillus anthracis: antraz - Clostridium tetani: tétano -Clostridium botulinum: botulismo -Clostridium perfringens: gangrena gasosa Metabolismo bacteriano: reprodução, nutrição e crescimento Reprodução • Geralmente reproduzem – se assexuadamente por fissão binária ou cissiparidade. • Embora não ocorra reprodução sexuada, pode ocorrer troca de material genético entre as bactérias. • Tal recombinação genética pode ocorrer por transformação, conjugação ou transdução. • Transformação: incorporação de fragmentos de DNA perdidos por outra bactéria que se rompeu. • Conjugação: duas células bacterianas geneticamente diferentes trocam DNA através do pêlo sexual. • Transdução: moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria para outra usando os vírus como vetores (bacteriófagos). Quando o bacteriófago entra numa célula bacteriana, o DNA do vírus mistura-se com uma parte do DNA bacteriano, de modo que o vírus passa a carregar essa parte do DNA. • Se o vírus infecta uma segunda bactéria, o DNA da primeira pode misturar-se com o DNA da segunda. Essa nova informação genética é então replicada a cada nova divisão. Crescimento Aumento do número de células e não ao aumento das dimensões celulares. A divisão celular nas bactérias ocorre por divisão binária Como as bactérias se multiplicam? ➢Ácidos nucléicos ➢Proteínas ➢Lipídeos ➢polissacarídeos 1 2Tempo de Geração Quando se dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos). 1 220min 420min 820min Fatores Físicos • Temperatura de crescimento: • Mínima (menor temperatura onde é capaz de crescer) • Ótima (onde apresenta melhor crescimento) • Máxima (mais alta temperatura para crescer) • Classificação primária: • Psicrófilos – crescem em temperaturas baixas (-10° – 20°C ) • Psicotróficos - temperatura de refrigeração (0° – 30°C) • Mesófilos – crescem em temperaturas moderadas (10° – 50°C) • Termófilos – crescem em temperaturas altas (40° – 70°C) • Termófilos extremos ou hipertermófilos (ótima em > 80°C) Classificação microbiana - Temperatura – Ideal para bactérias: • faixa da neutralidade ( pH 6,5 – 7,5) - – Exceção: – pH 0,5 a 6,0 (com ótimo entre 2 e 3,5) – pH acima de 7,0 – Fungos filamentosos e leveduras: • São tolerantes a maior variação de pH • Ótimo na faixa de 5 - 6 pH Influência dos fatores químicos Carbono • Corresponde à base de todas as moléculas orgânicas (aminoácidos, ácidos orgânicos, açúcares, bases nitrogenadas, etc.) • Peso seco bacteriano • (50% C, 14% N e 4% S e P) • Obtenção: • Quimioheterotróficas: a partir de materiais orgânicos como proteínas, carboidratos e lipídeos • Quimioautotróficas e fotoautotróficas: a partir de dióxido de carbono Nitrogênio, fósforo e enxofre • Síntese de aminoácidos e proteínas • Síntese de DNA e RNA • Síntese de ATP • Composição de vitaminas – tiamina e biotina Oxigênio- Classificação •Aeróbios estritos ou obrigatórios •Anaeróbios facultativos •Anaeróbios obrigatórios •Anaeróbios aerotolerantes •Microaerófilas Classificação • Aeróbios estritos ou obrigatórios – necessitam da presença de O2 livre para crescer • Ex. Mycobacterium tuberculosis Classificação • Anaeróbias facultativas – crescimento aeróbio e anaeróbio. • Ex. Staphylococcus, Escherichia Classificação • Anaeróbias obrigatórias – só crescem na ausência de O2. • Ex. Treponema pallidum Classificação • Anaeróbias aerotolerantes – crescem na ausência de O2, mas toleram sua presença. • Ex. Streptococcus Classificação • Microaerófilas – crescimento aeróbio, porém, em baixas concentrações de O2. • Ex. Neisseria Classificação 1)Aeróbicos estritos 2)Anaeróbicos estritos 3)Anaeróbico facultativo 4)Microaerófilo 5)Anaeróbicos aerotolerantes Condições de cultivo • Para se cultivar microrganismos deve-se obedecer a requisitos básicos obrigatórios: - incubá-los em meios de cultura e em condições ambientais adequados. • Inóculo é uma amostra de material contendo geralmente uma pequena quantidade de microrganismos que em condições adequadas multiplicam-se, aumentando em número e massa Meios de Cultura • É uma mistura de nutrientes necessários ao crescimento microbiano. • Deve conter a fonte de energia e de todos os elementos imprescindíveis à vida das células. • A formulação de um meio de cultura deve levar em conta o tipo nutritivo no qual o microrganismo pertence, considerando-se a fonte de energia, de carbono. Fatores de Crescimento • São compostos nas quais os microrganismos são incapazes de sintetizarem e devem ser obtidos do meio natural ou artificial em que vivem. Fatores que influenciam na velocidade de crescimento: • Natureza do Meio: em geral o desenvolvimento bacteriano é mais eficiente em meios complexos. • A concentração e a presença de todos osnutrientes essenciais no meio de cultura são fatores que irão influenciar na velocidade de crescimento. • Natureza do microrganismo Fases do Crescimento Bacteriano • Os estudos de crescimento são feitos essencialmente em meios líquidos. • Quando uma determinada bactéria é semeada num meio líquido de composição apropriada e incubada em temperatura adequada, o seu crescimento segue uma curva definida e característica. – Fase lag: processo de divisão pouco ou ausente; adaptação das células ao meio. – Fase log: alto processo de divisão; crescimento exponencial; absorção de nutrientes do meio; produção de metabólitos (toxinas). – Fase estacionária: diminuição da velocidade de divisão bacteriana; diminuição da atividade metabólica; tiram nutrientes das células mortas; acúmulo de substâncias tóxicas; esporulação. – Fase de morte celular: número de células mortas excede o número de células vivas. Fases do crescimento bacteriano Fases do crescimento bacteriano Em meio de cultura • Meios de cultura são composições de substâncias que fornecem nutrientes necessários para o desenvolvimento de microrganismos. • Sendo favorecido o crescimento, é possível a identificação desses organismos através das suas atividades bioquímica e metabólica. • O ágar-ágar, também conhecido simplesmente como ágar ou agarose, é um hidrocolóide fortemente gelatinoso extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas vermelhas que consiste em uma mistura heterogênea de dois polissacarídeos, agarose e agaropectina. • Utilizado em grande escala na microbiologia, principalmente para culturas sólidas https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrocol%C3%B3ide https://pt.wikipedia.org/wiki/Alga https://pt.wikipedia.org/wiki/Polissacar%C3%ADdeos • Além dos nutrientes, existem condições ambientais para o crescimento microbiano, como: • Inóculo ❖Temperatura; ❖pH; ❖Umidade; ❖Presença ou não de oxigênio (condição aeróbia e anaeróbia), entre outras. • Fatores de crescimento: • Alguns micro-organismos crescem na presença de poucos nutrientes. Ex: glicose sais de amônio e alguns sais minerais. • Sintetizam seus principais compostos; • Micro-organismos exigentes ou fastidiosos; • Fatores de crescimento. De acordo com a consistência Sólidos Líquidos Semi-sólido • Meios Sintéticos: composição química é qualitativa e quantitativamente conhecida. por exemplo, o seguinte meio: NH4Cl, 1,0g; K2HPO4, 1,0 g; MgSO4. 7H2O, 0,2 g; FeSO4. 7H2O, 0,01 g; CaCl2, 0,02 g; MnCl2. 4H2O, 0,002 g; NaMoO4. 2H2O, 0,001g; água q.s.p., 1,0 L • Meios Complexos: composição química não é perfeitamente definida. Ex: extrato de carne, extratos de órgãos animais como fígado, coração, extratos de vegetais como soja, arroz, ou outras como sangue, soro. • Meios Seletivos: • Contém substância que inibe o crescimento de um determinado grupo de micro-organismos; • Permite o desenvolvimento de outros. Eosin, Methylen-Blue Ágar MacConkey • Meios Diferenciais: • Permitem a distinção de colônias; • Micro-organismos diferentes. • MEIOS DE CULTURA PARA TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO: Cary Blair Meio Stuart • MEIOS DE CULTURA PARA TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO: • PRINCÍPIO: A carência de uma fonte de nitrogênio impede consideravelmente a multiplicação de microrganismos e a composição nutritiva garante a sobrevivência deles. • UTILIDADE: Transporte de diversos materiais e conseqüente conservação dos microrganismos. Conservação de microrganismos patogênicos como: Haemophilus spp., Pneumococcus, Salmonella spp., Shigella spp. entre outros. Ágar Nutriente Princípio: O Àgar Nutriente é um meio relativamente simples, de fácil preparação e barato, muito usado nos procedimentos do laboratório de Microbiologia. Ágar Nutriente Utilidade: utilizado mais freqüente para a conservação e manutenção de culturas; Observação da esporulação de espécies de bacilos Gram positivos; Análise de água, alimentos etc. • ÁGAR SALMONELLA-SHIGELLA (SS) Utilidade: Selecionar e isolar espécies de Salmonella e Shigella, em amostras de fezes, alimentos e água. Princípio: Ágar SS possui componentes (sais de bile, verde brilhante e citrato de sódio) que inibem microrganismos Gram positivos. A incorporação de lactose ao meio permite diferenciar se o microrganismo é lactose positiva. Bactérias lactose (-) viram o meio para amarelo e as lactose (+) viram para róseo. Tissulfato de sódio e o citrato férrico permitem a detecção de H²S evidenciado por formação de colônias de cor negra no centro. • ÁGAR MACCONKEY Princípio: O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente enterococos e estafilococos. A concentração de sais de bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por isso não é tão seletivo para Gram negativos como, por exemplo, o ágar SS. Utilidade: Isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou não da lactose. ÁGAR MACCONKEY • ÁGAR Manitol Salgado Princípio: é um meio seletivo para isolamento de estafilococos patogênicos. Utilidade: A degradação do manitol com a produção de ácido muda a cor do meio de rosado a amarelo. Devido ao seu alto conteúdo de cloreto de sódio, pode-se fazer uma inoculação maciça da amostra em estudo. Geralmente se incubadas as placas por mais ou menos 36 horas, aparecendo as colônias de estafilococos não patogênicos de tamanho pequeno e rodeadas de uma zona vermelha. As colônias de Staphylococcus aureus fermentadores do manitol são maiores e rodeadas de uma zona amarela. • ÁGAR Manitol Salgado ÁGAR Manitol Salgado http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=manitol+positivo&source=images&cd=&cad=rja&docid=TTEMEQNyAJJDwM&tbnid=T5suGZDOCiv6ZM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.fotogeriatria.net/laboratorio_y_otras.htm&ei=NTsVUYO0D4La9AS2woF4&bvm=bv.42080656,d.eWU&psig=AFQjCNFkPRTSKPA3vCZYzNkCfP-CfEiXSg&ust=1360432297662964 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=manitol+positivo&source=images&cd=&cad=rja&docid=tGkEH-6ec-0sBM&tbnid=XEwCKKzqg6lwJM:&ved=0CAUQjRw&url=http://higieneialiments.blogspot.com/2011/03/staphylococcus-aureus-enterotoxigenico.html&ei=aTsVUYaQI4T89gS5zYCIAw&bvm=bv.42080656,d.eWU&psig=AFQjCNFkPRTSKPA3vCZYzNkCfP-CfEiXSg&ust=1360432297662964 • ÁGAR EOSINA AZUL DE METILENO Princípio: Diferencia fermentadores de lactose (E. coli) de não fermentadores (Salmonella, Shigella). Fermentadores: azul/preto; não fermentadores: sem cor ou roxo claro Utilidade: Os microrganismos fermentadores de lactose, tais como coliformes, são visualizados como colônias na coloração azul-preta, enquanto os nãos fermentadores de lactose, tais como Salmonella spp. e Shigella spp. aparecerem incolores, transparentes ou na coloração ambar. ÁGAR EOSINA AZUL DE METILENO • ÁGAR Sangue • Princípio: promove o crescimento da maioria dos microrganismos. A conservação dos eritrócitos íntegros favorecem a formação de halos de hemólise nítidos, úteis para a diferenciação de Streptococcus spp e Staphylococcus spp • Utilidade: Meio seletivo e diferencial indicado para o isolamento de estafilococos. Seletividade devido ao alto teor salino e diferenciação a partir da fermentação do Manitol. ÁGAR Sangue (Padrões de Hemólise) β- Beta hemolíticas – hemólise total: Streptococcus pyogenes α - Alfa hemolíticas – hemólise parcial: Streptococcus pneumoniae γ -Gama hemólise – não hemolítico: Enteococcus faecalis • ÁGAR CLED – CYSTINE LACTOSE ELECTROLYTE DEFICIENT • Princípio: Usado para isolamento e quantificação de microrganismos presentes em amostras urina. A deficiência de eletrólitos inibe o véu de cepas de Proteus. • Utilidade: Isolar e quantificar microrganismos Gram positivos, Gram negativos e leveduras. Os organismos que fermentam a lactose irão reduzir o pH e alterar a cor do meio de verde para amarelo. A cistina permite o crescimento de bactérias coliformes anãs. • ÁGARMUELLER HINTON • Princípio: Ágar padronizado por Kirby e Bauer e pelo NCCLS que oferece condições de crescimento das principais bactérias. • Utilidade: Meio utilizado para a realização do teste de avaliação da resistência aos antimicrobianos pelos métodos de difusão em disco e E-test para enterobactérias, não fermentadores, Staphylococcus, Enterococcus sp. • O meio apresenta uma excelente difusibilidade. • CALDO BHI – BRAIN HEART INFUSION • Princípio: É um meio derivado de nutrientes de cérebro e coração, peptona e dextrose. A peptona e a infusão são fontes de nitrogênio, carbono, enxofre e vitaminas. A dextose é um carboidrato que os microrganismos utilizam para fermentação. • Utilidade: Meio para cultivo de estreptococcos, pneumococos, meningococos, enterobactérias, não fermentadores, leveduras e fungos. • ÁGAR DNASE • Princípio: Cepas de alguns microrganismos produzem DNase e endonuclease termoestável. Estas enzimas hidrolisam ácido desoxirribonucléico (DNA) contido no meio de cultura após um período de incubação. Posteriormente este meio é acidificado com HCl 1N para a revelação da prova. • Utilidade: Prova de identificação que separa os principais microrganismos de importância clínica, entre eles: DNase positivos: Staphylococcus aureus , Serratia spp. e Proteus spp., Stenotrophomonas maltophilia, Cryseobacterium meningosepticum, Moraxella catarrhalis. Parede celular atípica Coloração de Ziehl Neelsen (Pesquisa de BAAR) • A técnica de Ziehl-Neelsen foi desenvolvida por Franz Ziehl e posteriormente melhorada por Friedrich Neelsen, no final do século 19. • Essa técnica de coloração é mais agressiva que a técnica de Gram, sendo usada em bactérias que são má coradas pela coloração de Gram, como por exemplo as bactérias do gênero Mycobacterium e Nocardia. • Existem bactérias que são resistentes à coloração, porém quando coradas, resistem fortemente à descoloração, mesmo quando submetidas a ácidos fortemente diluídos e ao álcool absoluto. Essas bactérias são denominadas de bacilos álcool-ácido-resistentes (BAAR). • A característica álcool-ácido-resistente é conferida a essas bactérias devido ao alto teor de lipídeos estruturais na parede celular, que causa uma grande hidrofobicidade, que dificulta a ação de corantes aquosos. Um exemplo de ácido graxo altamente presente na parede celular dessas bactérias é o ácido micólico. • Na técnica de Ziehl-Neelsen, após o processo de coloração da amostra, a fucsina de Ziehl irá corar todos os elementos celulares de vermelho, porém após a descoloração com o álcool, somente os bacilos álcool-ácidos-resistente irão continuar preservando a cor vermelha, os demais elementos celulares na amostra serão descorados. • Então, para podermos visualizar os outros elementos celulares (descorados) na amostra, deve-se utilizar azul de metileno, que dará um contraste, deixando os elementos celulares em azul e os bacilos álcool-ácidos-resistentes continuarão em vermelho. • A pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) em materiais clínicos pode constituir a primeira evidência de doença, permitindo assim o início de um tratamento, enquanto aguarda-se o resultado de cultura. Mecanismos Microbianos de Patogenicidade Para causar doença, os microrganismos: -aderir -penetrar -colonizar -lesar tecidos A doença pode ser causada também: -acúmulo de produtos tóxicos microbianos. Portas de entrada das bactérias Adesão ➢Glicocálice, fímbrias, pili, flagelos, ácidos lipoteicóicos Colonização Representa uma estratégia universal desenvolvida para garantir a sobrevivência e otimizar o aproveitamento dos nutrientes. Formação do Biofilme Ação dos Agentes Químicos e Físicos sobre as populações bacterianas Controle de Populações Microbianas- Princípios • O agente deve afetar diretamente o microrganismo; • O efeito normalmente não é instantâneo, sendo importante o tempo de exposição; • O efeito normalmente não é instantâneo, sendo importante o tempo de exposição; • Escolha de um método: material, resultados e objetivos • Esterilização: destruição de toda e qualquer forma de vida (formas vegetativas, esporos, fungos, vírus, etc) de um material. • Desinfecção: destruição de microrganismos patogênicos presentes num material inanimado (Desinfetantes). • Anti-sepsia: destruição de microrganismos patogênicos num tecido vivo (Antissépticos); • Assepsia: conjunto de medidas para prevenir a entrada de microrganismos num material (vivo ou não) ou reduzir o número dos já presentes (Profilaxia) • Inibir propagação de bactérias patogênicas: • humanos • animais • Conservação de alimentos; • Contaminação da Água e ambiente; • Aumento da validade de produtos alimentícios; Por que não devemos comprar alimentos enlatados e “estufados”? Por que o leite de caixa dura mais que o “leite de saco “? Motivos para controle microbiano Fatores que influenciam na efetividade dos tratamentos antimicrobiano -Número de micróbios -Influências ambientais -Tempo de exposição -Caracterísicas microbianas Métodos físicos no controle microbiano Calor Úmido -fervura (100 °C por 15 minutos) -autoclave (Vapor d’água sob pressão (121 ° C/15 minutos) Esterilização por calor seco - Mata por efeitos de oxidação Chama direta Forno de esterilização: ✓ oxidação de componentes orgânicos; ✓ esterilização (170oC – 2 horas); ✓ instrumetos cirúrgicos. Calor seco Calor seco Incineração: ✓ queima dos microganismos até se tornarem cinzas; ✓ esterilização; ✓ lixo hospitalar, animais de experimentação. Adaptado de: www.cibg.rj.gov.br/detalhenotici as.asp?codnot http://www.cibg.rj.gov.br/detalhenoticias.asp?codnot Filtração - Passagem de um líquido ou gás através de um material semelhante a uma tela, suficientemente pequenos para reter micro-organismos. -utilizada para realizar a esterilização de materiais sensíveis ao calor, como por exemplo enzimas. Filtros HEPA (high efficiency particulate air) Filtros de membranas Radiação Ionizante (raio X e ) Destroem o DNA Não-ionizantes (UV) Alteram DNA através da formação de dímeros Ionizante Não-ionizante Raios gama e X Raios UV Destruição DNA Lesão no DNA Esterilização Microbiostático ou microbicida Produtos farmacêuticos e suprimentos médicos e odontológicos Controle de ambiente fechados Adaptado de: www.uvcomparison.com/uvs cience.php http://www.uvcomparison.com/uvscience.php Principais grupos: 1. álcoois; 2. compostos fenólicos (fenóis); 3. aldeídos e derivados; 4. halogênios e derivados; 5. biguanidas; 6. agentes de superfície (detergentes); 7. conservantes químicos de alimentos; 8. quimioesterelizantes gasosos ( gases); 9. agentes oxidantes (peroxigênios); 10. metais pesados. Alvo dos agentes químicos • Parede Celular e membrana: Proteínas/Camada fosfolipidica/ Lipopolisacarideos/ peptidioglicano. • Ação: Afeta a permeabilidade Síntese, rompimento, favorecimento da lise celular. • Afeta o crescimento celular e pode levar a morte. Alvo dos agentes químicos • Proteínas • Ação: Romper pontes de hidrogênio, Cross-linking, alquilação, reduzir ou oxidar pontes disulfetos • Desnaturação de proteínas e/ou inativação. Alvo dos agentes químicos • DNA ou RNA • Ação: Ligar covalentemente ou degradar. • Inibir a transcrição e tradução . Fixa a Bactéria – Atua apenas na Membrana Externa AGENTES QUIMIOTERÁPICOS ✓ Antimicrobianos úteis para a ingestão ou injeção no tratamento de doenças ✓ Principal propriedade de um agente quimioterápico para que tenha sucesso: ✓ TOXICIDADE SELETIVA ✓ Capacidade de inibir bactérias ou outros agentes patogênicos sem provocar efeitos adversos no hospedeiro Mecanismos de ação de drogas antibacterianas 1. Inibição da síntese da parede celular 2. Inibição da síntese proteica 3. Inibição da síntese de ácidos nucleicos 4. Destruição da membrana plasmática 5. Inibição da síntese de metabólitosessenciais 1. Antibióticos que inibem a síntese da parede bacteriana Classes de fármacos que inibem a síntese da parede celular: Beta-lactâmicos: Penicilinas (amoxicilina), Cefalosporinas (cefalexina), Monobactâmicos (Aztreonan) e Carbapenens (imipenem). Glicopepetídeos: Vancomicina e teicoplania. Beta-lactâmicos • Classe de antibióticos que inibem a síntese da parede celular de bactérias através do impedimento de enzimas que catalizam a transpeptidação do peptidoglicano. Proteínas ligadoras de penicilina (PBPs – penicillin binding proteins). • Com a estrutura incompleta do peptidoglicano, a parede celular da bactéria é enfraquecida e a célula morre. Classificação - βlactâmicos • Os antibióticos beta- lactâmicos são classificados pela semelhança estrutural adicionados de radicais que fornecem a estabilidade dessa droga • Os mecanismos de ação e de resistência são comuns a todos! Antibióticos glicopeptídicos • A vancomicina foi o primeiro dessa classe a ser descoberto. • Os glicopeptídeos ligam especificamente ao precursor da parede celular , o UDP-N- Acetilmuramilpentapeptídeo 2. Antibióticos que inibem a síntese proteica Aminoglicosídeos (30S) Macrolídeos (50S) Tetraciclinas (30S) Lincosamina (50S) Cloranfenicol (50S) Glicilciclinas (30S) Estreptograminas (50S) 3. Antibióticos que inibem a replicação do DNA: Quinolonas Mecanismo de ação das Quinolonas 4. Antibióticos que levam a destruição da membrana plasmática Antibióticos peptídicos – polimixina B 5. Inibidores metabólicos Sulfametoxazol e Trimetoprim • Sulfas são similares em estrutra ao PABA, um intermediário crítico na síntese de nucleotídeos para síntese de DNA e RNA. • Sulfas bloqueam a síntese de DNA/RNA e assim, a síntese proteica. Inibem a enzima dihidropteroato sintase Sulfonamidas e trimetoprina Introdução á Micologia Como nossas vidas estão ligadas aos fungos? Micologia – definição • A Micologia é um ramo especializado da Biologia que se preocupa em estudar os Fungos. Introdução • Cerca de 105.000 espécies descritas; • Estimativas: 1,5 milhão de espécies; • Os fungos emergiram nas últimas décadas como a principal causa de doenças em humanos; • Especialmente entre indivíduos imunossuprimidos ou hospitalizados com doenças de base graves. Espécies como C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei, e C. glabrata, são consideradas emergentes, e têm surgido como causadoras de infecções invasivas nosocomiais, principalmente em pacientes internados em UTIs. Em 2019 outra espécie, a Candida auris, despertou a atenção de diversas entidades pelo mundo. As infecções fúngicas em instituições de assistência à saúde passaram a ter uma grande importância nos últimos anos, devido ao seu aumento progressivo e pelas altas taxas de morbidade e mortalidade. Muitas destas infecções são adquiridas por via endógena e outras por via exógena, sendo a última proveniente de mãos de trabalhadores da área da saúde, instrumentos terapêuticos, biomateriais, entre outras fontes ambientais. Importância dos fungos Áreas de Importância dos Fungos ✓Produção de Alimentos (fermentação de produtos) ✓Agricultura (praga agrícolas/ controle biológico) ✓Veterinária ✓Industrial (produção de medicamentos) ✓Médica (Infecções fúngicas em humanos) ❖Micotoxicoses ❖Alergias ❖Micoses ❖Micetismos ✓ De e 25 a 30 % das produtos agrícolas são destruídos por fungos ou suas micotoxinas anualmente. ✓ Apodrecimento de frutas. ✓ Gasto de milhões de dólares anualmente para a proteção das lavouras. Importância dos Fungos na Agricultura IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL • Produção de medicamentos como: ✓Penicilinas ✓Ciclosporinas ✓Vitaminas • Produção de compostos orgânicos ✓Etanol ✓Ácido cítrico ✓Ácido glucônico ✓Aminoácidos ✓Várias enzimas Ex: Lactase • Produção de alimentos • Produção de bebidas alcoólicas ALGUMAS SUBSTÂNCIAS ORIGINADAS DE FUNGOS Penicillium notatum Penicillium citrinum Tolypocladium inflatum Penicilium griseofulvum Lentinula edodes IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL ALIMENTAÇÃO FABRICAÇÃO DE: Pães Vinhos Queijos Gorgonzola , Camembert e Roquefort Shoyos Sake Vinagre Cerveja - Saccharomyces cerevisae Diretamente como alimentos – Champignons , Shitake e a Trufa (200 espécies) P. roquefortii Penicillium camemberti QUEIJOS: Gorgonzola, Camembert e Brie P. candidum IMPORTÂNCIA NA ALIMENTAÇÃO COGUMELOS COMESTÍVEIS Lentinula edodes Shitake Morchella esculenta Agaricus bisporus Champignon Agaricus blazei Cogumelo do Sol Trufa de 1,5 kg- 2007 Tuber melanosporum trufa FUNGOS COMO CAUSADORES DE DOENÇAS Superficiais Cutâneas Subcutâneas Sistêmicas Oportunistas EXEMPLOS DE MICOSES • No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde, de 2016, sugerem que mais de 3,8 milhões de indivíduos sofram de alguma infecção fúngica séria. • Só em 2017, houve 390 mil casos de aspergilose alérgica bronco-pulmonar; quase 600 mil de asma severa afetada por fungos, principalmente Aspergillus sp; • 28 mil casos de candidemia, causada pela presença de fungos do gênero Candida no sangue; e 6,8 mil casos de meningite por Cryptococcus. • O custo estimado por paciente com uma micose disseminada, durante todo o tratamento, pode superar 250 mil reais por paciente. https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/avanco-dos-fungos Características Gerais dos Fungos Características gerais dos Fungos • Vivem no solo, água e em organismos • São EUCARIONTES • São heterótrofos (digestão extracelular utilizando-se enzimas, como: proteinases, lipases, fosfolipases e etc). • UNICELULARES (leveduras) ou PLURICELULARES (filamentosos) • Parede celular de Quitina ( Plantas – celulose) • Reserva de energia – glicogênio ( Plantas – amido/ Animais - gordura) ➢ Reprodução sexuada (meiose) e assexuada (mitose) por meio de esporos. ➢ São Aeróbios, anaeróbios ou anaeróbios facultativos • Todos os fungos são Gram positivos. • Algumas espécies de fungos apresentam melanina de forma visível na sua parede celular. Em meios de cultivo formam colônias de dois tipos e variadas cores. ➢ Leveduriformes- Cremosas, pastosa e lisas ➢ Filamentosas – Aveludadas, Algodonosas, pulverulentas e etc ➢ Crescem em uma faixa de pH variável (3,0 a 8,0), mas possuem afinidade por pH ácido. ➢ Toleram também uma elevada variação de temperatura (-6 a 50ºC), mas a maioria tem como temperatura ótima de crescimento de 25 a 30ºC. Morfologia das colônias Colônias leveduriformes Colônias Filamentosas cremosas Pastosas Algodonosas Pulverulentas Aveludadas Bolores (fungos filamentosos) Morfologia Micélio Vegetativo Micélio Aéreo Absorção de nutrientes Morfologia Leveduriformes Filamentosas Unicelulares Blastoconídios Brotamento multinucleares Hifas Septadas Não-Septadas Micélio Citologia de Fungos ▪Parede celular •Forma do fungo – força mecânica •Proteção osmótica – evita o choque osmótico •Sede de antígenos - induz a produção de Anticorpos •Composição química: principalmente •Manoproteina, glucanas e quitina (Leveduras – restrita a área de formação do blastoconídio: brotamento da célula-mãe). •Quitina •Glucanas (Bolor) •Alguns lipídios e pigmentos (melanina – demáceos) Manoproteínas são proteínas glicosiladas. A PAREDE CELULAR NÃO TEM PEPTIDEOGLICANO, FATO QUE A DIFERE DA DAS BACTÉRIAS Citologia de Fungos Membrana celular • Atua como uma barreira semi – permeável no transporte ativo e passivo das substâncias • Constituída por uma porção hidrofóbica e outra hidrofílica • Esteróis – Ergosterol • Lipídeos associados a açucar –glicolipídeos - importantes na aderência da célula fúngica às células do hospedeiro ergosterol Citologia de fungos Núcleo • Contém o genoma fúngico •Agrupado em cromossomos lineares • Composto de DNA dupla fita em hélice • Contém histonas associadas ao DNA cromossomal Plasmídeos: • estruturas circulares de DNA dupla fita •localização extra cromossômica, • capacidade de autoduplicação de modo independente dos cromossomos • auto transferência para outras células • Raramente evidenciados em leveduras Ribossomos: síntese proteica Mitocôndria: Fosforilação oxidativa Retículo endoplasmático •Membrana em forma de rede distribuída por toda a célula fúngica •Ligada à membrana nuclear •Os ribossomos podem estar aderidos Aparelho de golgi •Agregação interna de membranas •Armazenamento de substâncias que serão desprezadas pela célula fúngica Vacúolos •Armazenamento de substâncias de reserva (glicogênio) Citologia de fungos Cápsula: ▪Facultativa ▪Mucopolissacarídeos ▪Fator de virulência→função:resistência à fagocitose (algumas leveduras) ▪Ex:Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii Citologia de fungos DIMORFISMO FÚNGICO Habilidade de alguns fungos de crescerem em duas formas distintas em resposta à temperatura e a fatores nutricionais. Os fungos dimórficos, quando cultivados à temperatura ambiente ou no seu nicho ecológico apresentam-se na forma filamentosa; quando incubados a 37ºC ou em parasitismo, apresentam-se na forma de levedura ou esférula. OBS: O dimorfismo ocorre principalmente nas espécies patogênicas e endêmicas. Dimorfismo fúngico Forma parasitária ou patogênica Forma infectante Tipos de reprodução dos fungos • Denominação anamórfica: imperfeita ou assexuada. • Denominação teleomórfica: perfeita ou sexuada. Anamorfa Teleomorfa Blastomyces Ajellomyces Candida Pichia Cryptococcus Filobasidiella Histoplasma Filobasidium Microsporum Arthroderma Sporothrix Ceratocystis Trichophyton ESQUEMA GERAL DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA: Útil para a identificação dos fungos SEXUADA : Útil para a classificação dos fungos REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO DOS FUNGOS É através da morfologia das estruturas reprodutivas que se identifica e classifica os fungos • A classificação é feita com base nas estruturas de reprodução sexuada. • A identificação é feita com base nas estruturas de reprodução assexuada MICÉLIO VEGETATIVO Artroconídios Blastoconídios Clamidoconídios Blastoartroconídios Divisão binária Cissiparidade Fragmentos de hifas e etc MICÉLIO REPRODUTIVO Estruturas de frutificação REPRODUÇÃOASSEXUADA • O micélio vegetativo pode sofrer transformações. • Formando estruturas de reprodução; • Fundamental na identificação dos fungos: • Podem ser de origem sexuada (teleomorfo) ou assexuada (anamorfo). Reprodução ◼ BASIDIOMYCOTA ◼ ASCOMYCOTA ◼ ZYGOMYCOTA ◼ DEUTROMYCOTA Classificação Taxonômica dos Fungos FILOS: ❑ FILO MYXOMYCOTA: Não possuem parede celular, formado por fungos gelatinosos - sem importância na micologia médica ❑ FILO EUMYCOTA: Possuem parede celular, formado por hifas ou leveduras – tem importância na micologia médica Sub-filo Ascomycota • agrupa fungos de hifas septadas sua principal característica é o asco; • Reprodução sexuada e assexuada; Sub-filo Zygomycota • Inclui fungos de micélio cenocítico; • A reprodução pode ser sexuada, pela formação de zigósporos e assexuada com a formação de esporos. Sub-filo Basidiomycota • compreende os denominados fungos superiores ou cogumelos; • Apresentam hifas septadas, e produzem esporos sexuados; Sub-filo Deuteromycota • Engloba fungos com hifas septadas e que reproduzem assexuadamente; • Formando conídios externos; • Esta divisão compreende os fungos mais patogênicos. ASCOMYCOTA /ASCOMICETO BASIDIOMYCOTA / BASIDIOMECETO ZYGOMYCOTA / ZIGOMICETO REPRODUÇAO ASSEXUADA - MICÉLIO VEGETATIVO ♠ CLAMIDOCONÍDIOS: células de descanso e resistência, diâmetro aumentado, paredes espessas, arredondadas e citoplasma rico. REPRODUÇÃO ASSEXUADA - MICÉLIO VEGETATIVO Artroconídio ARTROCONÍDIOS: São formados pela fragmentação e desarticulação da hifa vegetativa, inicialmente são retangulares e posteriormente tornam-se arredondados. REPRODUÇÃO ASSEXUADA - MICÉLIO VEGETATIVO Blastoconídio BLASTOCONÍDIOS: conídios que originam por brotamento na célula, podem ser unibrotantes ou multibrotantes (comuns nas leveduras) OBS: Algumas levedurasformam blastoconídios que não se separam da célula mãe formando assim a estrutura chamada pseudohifa. Ex. : Candida albicans. REPRODUÇÃOASSEXUADA MICÉLIO VEGETATIVO Divisão binária ou cissiparidade Brotamento é diferente de cissiparidade: um ocorre internamente e o outro externamente REPRODUÇÃO ASSEXUADA Estruturas de frutificação Ailton Soares IPTSP/UFG Colorações e Meios de Cultura Para Fungos Colorações em Micologia • Laboratórios clínicos preparam lâminas de para a observação e identificação das estruturas reprodutivas e ou vegetativas dos fungos. • São necessários a utilização de técnicas de coloração: ✓Coloração de Gram ✓Coloração de Giemsa ✓Coloração com tinta Nanquim ✓Coloração com azul de lactofenol ✓Solução de KOH Coloração de Gram • Todos os fungos são Gram- positivos, por isso a coloração não visa a diferenciação dos microrganismos, mas possibilita discriminar elementos fúngicos de artefatos existentes nas amostras. • Estas colorações são usadas para pesquisa de Histoplasma capsulatum. • Faz-se um esfregaço semelhante ao usado para coloração de Gram. Fixa-se com metanol e cora-se com o corante Giemsa. Coloração de Giemsa Histoplasma capsulatum • Colocar uma gota de tinta nanquim e uma gota da amostra centrifugada sobre uma lâmina. • Cobrir a preparação com lamínula e observar ao microscópio óptico. • Nesta técnica, um erro bastante frequente é confundir linfócitos com células de leveduras. Coloração com tinta Nanquin Cryptococcus sp • O método de coloração com Lactofenol Azul Algodão é usado para preparar exame microscópico de colônias de fungos. • É uma técnica que tem a finalidade de visualizar o micélio vegetativo e reprodutor de um fungo filamentoso, como também as características da célula vegetativa. Coloração com Azul de Lactofenol Técnica 1. Colocar uma gota de lactofenol azul-algodão sobre a lâmina. 2. Retirar pequeno fragmento da cultura de bolor ou uma alíquota da cultura de levedura, utilizando alça ou fio de platina. 3. Colocar o fragmento da cultura ou a alíquota de levedura sobre a gota de lactofenol e homogeneizar. 4. Cobrir com lamínula e examinar ao microscópio nas objetivas de 10 e 40 vezes. Coloração com Azul de Lactofenol • O exame microscópico direto a utiliza hidróxido de potássio (KOH) que possibilita a visualização de estruturas filamentosas ou leveduriformes nos tecidos, bem como outros elementos fúngicos típicos que permitem determinar a infecção fúngica ou o diagnóstico presuntivo de sua etiologia. • Também é possível fixar o material na lâmina e corar pelo método de GRAM, GIEMSA..... • O tempo de clarificação depende da concentração do KOH e do material a ser examinado. Solução de KOH Reagentes: ✓ KOH 20 a 40% dependendo do material ✓ Lâminas ✓ Lamínulas 1. Conferir se a amostra está coletada e identificada corretamente. 2. Identificar a lâmina. 3. Retirar uma porção da amostra e colocar entre lâmina e lamínula com algumas gotas de KOH (suficiente para cobrir todo material analisado). 4. Colocar em câmara úmida por no mínimo 2h e no máximo 24h. 5. Fazer a leitura em microscópio ótico em aumento de 10x e 40x. Solução de KOH Interpretação ✓ Hifas hialinas, septadas e artrosporadas: fungos dermatófitos. ✓ Hifas demáceas: fúngos demáceos. ✓ Blastoconídios, blastoconídios com brotamento e pseudo- hifas: levedura. Solução de KOH Meios de Cultura em Micologia ✓Ágar Sabouraud Dextrose ✓Ágar batata ✓Ágar Mycosel. Ágar Sabouraud Dextrose • A função do meio com nutrientes Ágar Sabouraud é o cultivo e crescimento qualitativo de fungos, como filamentoses, leveduras, espécies de cândidas e fungos associados a infecções artificiais. • O Ágar Sabouraud é um método extremamente seletivo, pois seu pH, levemente ácido, favorece o crescimento de dermatófitos e inibe algumas espécies bacterianasde interesse clínico, isso acontece devido a presença de cloranfenicol, um antibiótico de amplo espectro que age contra as bactérias gram negativas, gram positivas e riquétsias. • Um dos diferenciais do meio Ágar Sabouraud é a elevada concentração de dextrose, que proporciona uma vantagem para o desenvolvimento dos fungos estáveis por osmose, a medida que a maioria das bactérias não suporta a elevada concentração de açúcar. Ágar Sabouraud Dextrose • O Agar Batata Dextrose é um meio tradicionalmente utilizado para o isolamento de fungos e leveduras. • O pH deste meio o torna seletivo para impedir o crescimento da maioria dos microrganismos de flora acompanhante e permitem o crescimento do fungo pesquisado. • Características dos componentes: Meio utilizado para isolamento, cultivo e contagem (placa) de bolores e leveduras. Meio composto por extrato de batata, glicose e ágar que estimula a esporulação (preparação em lâminas). • Pode ser utilizado como meio para manutenção de culturas de dermatófitos geofílicos e como meio diferencial das variedades atípicas de dermatófitos Ágar Batata Ágar Batata Procedimento Para a Coleta das Amostras e Processamento Coleta das Amostras Coleta das Amostras Coleta das Amostras • O sucesso na visualização e isolamento do agente etiológico depende, além da coleta e transporte adequados e volume suficiente da amostra, de seu processamento correto antes do exame micológico. • As seguintes recomendações devem ser cuidadosamente, seguidas para boa resolução diagnóstica: ✓ Pelos, cabelos, escamas de unha e pele ✓ Líquor, secreções e fluídos corporais ✓ Urina ✓ Escarro ✓ Tecidos obtidos por biópsia ✓ Sangue e aspirado de medula óssea Processamento das Amostras • Devem ser aliquotadas para exame microscópico e cultura pois, para exame são clarificadas com solução aquosa de KOH a 20% e, para cultura, não podem sofrer nenhum tratamento prévio, sendo por isso, inoculadas diretamente na superfície do meio de cultura. Pelos, cabelos, escamas de unha e pele • (líquido pleural, ascítico, sinovial, pericárdico, aspirado transtraqueal, lavado gástrico e broncoalveolar [BAL]) devem ser concentrados por centrifugação (1500 a 2000 rpm por 10 minutos). • Os materiais coletados com “swabs” devem ser eluidos em solução salina e também devem ser centrifugados. O sedimento obtido é o material adequado para o exame microscópico e semeadura em meios de cultura. Líquor, secreções e fluídos corporais • É recomendável que uma alíquota (alça calibrada) seja semeada, por esgotamento, sobre o meio de cultura distribuído em placa de Petri, para exame quantitativo, pela contagem de unidades formadoras de colônias (UFC). • A outra alíquota deve ser centrifugada (1500 a 2000 rpm por 10 minutos) e o sedimento será utilizado para exame microscópico e nova semeadura em tubo (cultura qualitativa). Urina • Pode ser digerido com enzima (v/v) N-acetil-L-cisteina (250 mg de enzima dissolvidas em 1 L de solução-tampão citrato ou solução fisiológica), que fluidifica e facilita a manipulação da amostra e formação de sedimento após centrifugação. • Porém, não foi comprovado que esse tratamento melhore a recuperação de fungos da amostra sendo, portanto, opcional. Pode-se utilizar, como alternativa, para digestão da amostra, solução de KOH 20%. • A porção purulenta da amostra é preferível e porções liqüefeitas não são adequadas para isolamento do agente. • A porção da amostra tratada com KOH, porém, só pode ser usada para exame microscópico, pois a potassa destrói, após algumas horas, as estruturas do fungo, inviabilizando seu isolamento em meio de cultura. • Neste caso, outra porção da amostra deve ser centrifugada e o sedimento usado para cultura. Escarro • Requerem fragmentação, com o auxílio de um bisturi estéril ou maceração (gânglio) com pistilo em almofariz; pode ser feito dentro de uma placa de Petri estéril. • Esse procedimento visa aumentar a área de superfície e expor o microrganismo ligado ao tecido, ao maior contato com o meio de cultura. Tecidos obtidos por biópsia • Não necessitam preparação, Para cultura, as amostras são semeadas imediatamente, após a coleta, em frascos contendo meio de cultura. • O meio pode ser bifásico (15 ml de ágar inclinado sob 50 ml de caldo) composto de infusão de cérebro-coração (meio BHI) ou Sabouraud. • Meios contendo saponina para lise e posterior centrifugação da amostra são indicados. • Na prática, frascos para hemocultura bacteriológica (simples ou automatizada), proporcionam isolamento adequado de fungos, desde que respeitado os períodos necessários ao seu desenvolvimento. • Para fungos dimórficos, de crescimento lento (>15 d), muitos autores consideram o método de lise-centrifugação o mais sensível. Sangue e aspirado de medula óssea
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