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Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Microbiologia Mikros (pequeno) + bio (vida) + logos (ciência) Procariotos (bactérias e arqueobactérias) Eucariotos (algas, protozoários e fungos) Vírus Definição e origem: organismos unicelulares microscópicos: fungo, bactérias, protozoários e vírus (acelulares). Primeira prova (AV1): bactérias Segunda prova (AV2): vírus e fungos. Primeiros organismos: 3,5-3,8 bilhões de anos As bactérias surgem antes mesmo da constituição da atmosfera, oxigenada lentamente. Evolutivamente as bactérias são tão evoluídas quanto nós. As bactérias surgem no período pré-cambriano. Impacto dos microrganismos sobre os seres humanos - agricultura: ciclo de fixação de nitrogênio - alimentos: preservação de alimentos, alimentos fermentados. - geração de energia: fonte de biocombustíveis, biorremediação e mineração microbiana. - doenças: identificação de novas doenças e tratamento, cura e prevenção. - biotecnologia: organismos geneticamente modificados, teste de laboratório, geração de medicamentos, geração de fármacos, conhecimento para a terapia gênica para certas doenças. Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Insulina humana produzida no interior de bactérias. Cerca de metade da biomassa do planeta é constituída por microrganismos, sendo 50% restantes distribuídos entre plantas (35%) e animais (15%). - importante para a sobrevivência dos seres humanos, plantas e animais. - infecções primárias e secundárias - reciclagem de resíduos - produção de antibióticos, vitaminas e outras substâncias em geral - engenharia de alimentos - engenharia genética Embora os microrganismos sejam as menores formas de vida, coletivamente eles constituem a maior parte da biomassa da Terra e executam muitas reações químicas essenciais para os organismos superiores. Microbiologia menos de 400 anos de história As primeiras ideias sobre doenças e fermentação: Europa ocidental Povos antigos já tinham ideias sobre doenças e putrefação: África e Ásia História da Microbiologia Antes do século XVIII, a que se atribuía as doenças? Maldição divina Teoria dos miasmas (vapores ou venenos) Mau odores (enxofre, amônia) O ar como meio de transmissão A descoberta dos microrganismos Robert Hooke - Inglaterra Antony van Leeuwenhoek - Delf, Holanda Antony van Leeuwenhoek - o pai da microbiologia Fundador da microbiologia: observações relatadas a Sociedade Real de Londres Observou e descreveu microrganismos (“animáliculos”) A geração espontânea Spallanzani (1729-1799) Frascos com caldos estéril, se permanecerem fechados não apresentam microrganismos. Louis Pasteur (1822-1895) Quebrou a teoria da geração espontânea teoria microbiana das doenças Pasteurização Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Vacina anti-rábica, cólera aviária e antrax Robert Koch (1843-19010) Postulados de Koch Técnicas para a obtenção de culturas puras Técnicas de coloração Mycobacterium tuberculosis - bacilo de Koch Pasteur (1822-1895) John Tyndall e as bactérias produtoras de endósporos: TINDALIZAÇÃO Atualmente, sabe-se que os endósporos bacterianos são formados por diferenciação da célula-mãe (vegetativa) e são estruturas extremamente resistentes ao calor. John descreveu o ciclo de vida da bactéria formadora de endósporos Bacillus (célula vegetativa → endósporo → célula vegetativa) e descobriu que as células vegetativas de Bacillus, mas não seus endósporos, eram mortas pela água em ebulição. Teoria microbiana das doenças Robert Koch Descobriu a etiologia do Anthrax Fez o primeiro isolamento bacteriano Descobriu e isolou o bacilo causador da tuberculose Desenvolveu o primeiro tratamento contra a tuberculose Revolucionou a medicina para diagnóstico e tratamento de doenças e aumentou a expectativa de vida em décadas. Postulados de Koch Primeiro postulado: Os microrganismos devem estar presentes em todos os casos de doenças Os microrganismos devem ser isolados em cultura pura no laboratório. O segundo postulado de Koch afirma que um patógeno suspeito deve ser isolado e crescido longe de outros microrganismos em uma cultura laboratorial; em microbiologia, se diz que tal tipo de cultura é pura. Os mesmo sintomas devem surgir se o microrganismo foi inoculado em um hospedeiro saudável e susceptível O mesmo microrganismo deve ser re-isolado do hospedeiro inoculado. Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Richard Petri, outro associado de Koch, desenvolveu as placas transparentes de dupla face chamadas de “placas de Petri” em 1887, e esta se tornou rapidamente a ferramenta-padrão para obtenção de culturas puras. Meio de cultura semi sólido (ágar): finalidade de isolamento de bactérias e pesquisas Meio de cultura líquido: finalidade ampliar a quantidade de amostra e geração de produtos Taxonomia Sistema de classificação dos seres vivos Linnaeus (séc XVIII) → reinos animal e vegetal Haeckel (1866) → inclusão do reino protista “animais” e “vegetais” unicelulares Whittaker (1969) → cinco reinos - características morfológicas fisiológicas Monera: procariotos Protista: eucariotos unicelulares Fungi: eucariotos aclorofilados Plantae: vegetais Animalia: animais Em 1978, Carl Woese desenvolveu um sistema de classificação com base na organização celular dos organismos. ele classificou os organismos em três domínios como se segue: Bacteria: procariotos Archea: procariotos Eukarya: eucariotos Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Finalidade de estudo da disciplina: Prokaryotes (eubactérias e archaea) e Eukaryotes (fungos e animais) Nomenclatura de organismos 1735, Carolus Linnaeus desenvolveu o sistema de nomenclatura nomes em latim designação de dois nomes: Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 gênero primeiro -sempre letra maiúscula epíteto específico - nome da espécie, sempre letra minúscula Escreve-se os 2 nomes SEMPRE em itálico ou sublinhado Escherichia coli Clostridium tetani Staphylococcus sp. Vírus “microorganismo” muito simples ou “molécula” muito complexa? Caso as proteínas do envelope viral desnature, o vírus perde sua viabilidade de contágio. Vírus não apresenta metabolismo próprio! Microrganismos: benefícios… Vírus Controle biológico Vetores: clonagem, expressão de proteínas heterólogas Vacina convencionais e recombinantes Bactérias Modelo biológico “simplificado”- pesquisa básica Produção de medicamentos: antibióticos e esteróides Produção de alimentos: iogurte, queijo Produção de ácidos, aminoácidos e vitaminas Vacinas convencionais e recombinantes Probióticos Tratamento de efluentes, biorremediação, mineração Agricultura: fixação de nitrogênio Controle biológico Simbiontes Fungos Produção de alimentos Produção de medicamentos Combustíveis Probióticos Expressão de proteínas heterólogas Microrganismos: malefícios... Doenças - bacterioses - micoses - viroses - parasitoses Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 - deterioração de alimentos, roupas, paredes e objetos A idade de ouro (1875-1915) Imunologia: primeiras vacinas Indústria: drogas, antibióticos, alimentos Virologia: Iwanowski O futuro da microbiologia genoma minimalista: geração de organismos artificiais elucidação da origem da vida expedições espaciais Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Características gerais de Microrganismos - Bactérias A célula procariótica é mais simples que a célula eucariótica em todos os níveis: carece da membrana nuclear e das organelas citoplasmáticas.Estrutura da célula bacteriana e suas funções 1. Estruturas externas à parede celular: . cápsula . flagelo . filamento axial . fímbria ou pilus 2. Parede celular (obrigatória em todas as bactérias) 3. Estruturas internas à parede celular . membrana citoplasmática . região nuclear . estruturas citoplasmáticas 1. Estruturas externas à parede celular 1.1 Cápsula Composição: polissacarídeos (90%) ou polipeptídeos (poucas) Substâncias poliméricas extracelulares Cápsula - Camada condensada e bem definida que circunda a célula; - Glicocálice - rede frouxa de fibrilas que se estendem para fora da célula; - Camada de muco - massas de polímeros que parecem totalmente afastadas da célula. As cápsulas crescem como estrutura mais externa da bactéria. Nosso sistema imune tem uma capacidade muito grande de reconhecimento de proteínas, mas a capacidade de reconhecimento de polissacarídeos é bastante reduzida. Com isso, bactéria que possuem cápsula rica em polissacarídeos têm menor chance de ser identificada e eliminada pelo sistema imune. Fator de virulência → elemento que pode aumentar a infectividade; aumenta a capacidade de invasão da bactéria e causar danos. Grau de virulência = Patogenicidade → a quantidade de fatores que aumentam seu grau de virulência Funções: . adesão celular (biofilme): receptores específicos . aumento da capacidade invasiva: protegem da fagocitose (estrutura de resistência) - papel antifagocitário . reservatório de água e nutrientes: proteção ao dessecamento 1.2 Flagelos - constituição polipeptídica A maioria dos bacilos possuem flagelos; cocos raramente Funções: . motilidade: rotação helicoidal . taxia: quimiotaxia, aerotaxia, fototaxia → comportamento influenciado por estímulos do ambiente . subunidade proteicas: flagelinas Antígeno flagelar (AgH): diferentes sorotipos Ex: Escherichia coli = > ~50 Ags H diferentes Mecanismo de identificação porque tem muito antígeno protéico. O flagelo permite identificar o sorotipo de bactéria, assim o sistema imune reconhece a proteína do antígeno e consegue sintetizar anticorpo. São denominados de acordo com sua distribuição na célula: Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 1.3 Filamento axial ou flagelo periplasmático - constituição polipeptídica Propulsão em espiral - (saca rolhas) invasão de tecidos - Ex: Treponema pallidum 1.4 Fímbrias ou Pili - constituição polipeptídica Presente na maioria das bactérias Gram-negativas . subunidade protéica: pilina Funções: . adesão às células do hospedeiro e outras superfícies, ou seja, fixação bacteriana - Ex: Neisseria gonorrhoeae, E. coli Esse fator de virulência permite que a bactéria cresça mais. Fímbrias F ou Pili Sexual . responsável pela conjugação: transferência de material genético, transferência de plasmídios. Isso está relacionado com a resistência à antibióticos. 2. Parede celular As bactérias não possuem citoesqueleto, portanto caso a parede celular perca sua integridade, a bactéria morre! Estrutura complexa, semi-rígida e que confere forma à bactéria. (grupo Archaea é considerado reino à parte) Principal constituinte - peptideoglicana (mureína ou mucopeptídeo) – polímeros de ácido N-acetil murâmico e N-acetilglicosamina, em ligações cruzadas. Funções: . previne a ruptura da célula (lise celular) . proteção contra choques físicos . essencial para crescimento e divisão celular . importância clínica e taxonômica . confere proteção osmótica à célula bacteriana, devido sua rigidez; . a forma bacteriana é devido a estrutura da parede celular; . atua na divisão celular, além de ser modelo para sua própria síntese. Visualização individualizada somente em microscopia eletrônica. 2.1 Bactérias Gram-positivas Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Estão associadas a um técnica desenvolvida por Gram, uma técnica de coloração. Nessa técnica de coloração, as bactérias gram positivas conseguem fazer um processo de coloração que resiste ao processo de descoloração, apresentando então uma coloração roxa-azulada. . não possui membrana externa . até 25 camadas de peptideoglicano (corresponde a 90% da parede) . ácidos teicóicos e lipoteicóicos confere a carga negativa à superfície celular, regulando o movimento de cátions (cálcio e magnésio) na célula . os ácidos teicóicos (polímeros hidrossolúveis, com resíduos de ribitol ou glicerol) . os ácidos teicóicos respondem pela especificidade antigênica da parede, tornando possível a identificação de bactérias em testes laboratoriais . apresenta parede celular (características específicas) Possuem antígenos bacterianos; regulação das autolisinas; moléculas de adesão para ligação as células do hospedeiro. 2.2 Bactérias Gram-negativas . membrana externa só está presente nesse tipo de bactérias . apresenta parede celular (características específicas) Membrana externa composta de lipopolissacarídeos (LPS), lipoproteínas e fosfolipídeos. Impede a saída de proteínas periplasmáticas. As proteínas de membrana externa (OMPs) presentes permitem a identificação da bactéria. . lipoproteínas formam ligações cruzadas com a membrana externa e a peptideoglicana. Estabiliza a membrana e ancora-a na parede celular. Espaço periplasmático: corresponde ao espaço entre a membrana externa e a membrana citoplasmática. Contém fluido com alta concentração de enzimas e proteínas de ligação a substratos específicos - transporte - (consistência de gel). Uma ou poucas camadas de peptideoglicano (que não contém ácido teicóico). . LPS → endotoxina dos Gram negativos (firmemente ligada à superfície celular, liberado somente quando há lise ou divisão celular) - Lipídio A → fração tóxica do LPS - Polissacarídeo (Core e Antígeno O) → imunogenicidade (Antígeno O importante antígeno de superfície) O que é Gram positivo e Gram negativo??? Comportamento da célula bacteriana frente a coloração pelo método de Gram: . CRISTAL VIOLETA + LUGOL (CORANTES) . ÁLCOOL ACETONA (DESCORANTE) . FUCSINA (CORANTE DE FUNDO) Nas bactérias que apresentam fina camada de peptideoglicana, o uso do solvente (descorante) dissolve a membrana externa e remove o corante. Após a ação do solvente, utiliza-se um corante de fundo, que impregna a célula descorada, caracterizando as bactérias sensíveis à ação do descorante como Gram negativas e corando-as de ROSA. As células com espessa camada de peptideoglicana não sofrem ação do descorante, retendo o corante cristal violeta. São chamada Gram positivas e coram-se de VIOLETA ou ROXO. 3. Estruturas internas à parede celular Citoplasma → alto conteúdo de água (~90%), com algumas proteínas de baixo peso molecular; 3.1 Membrana citoplasmática Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Estrutura típica - proteínas e fosfolipídios Invaginações da membrana: mesossomas (atuam na divisão celular e na respiração) . membrana semipermeável com formato de mosaico fluido . bactérias possuem hopanol. Em substituição ao esterol das membranas dos eucariotos (o que torna a membrana menos rígida) . algumas bactérias possuem dobras internas da membrana citoplasmática onde localizam-se enzimas e pigmento envolvidos na fotossíntese (cromatóforos ou tilacóides) . não possuem esteróides, colesterol, para deixar a membrana mais fluídas, eles tem hopanol, em substituição. Funções: . barreira para a maior parte das moléculas solúveis em água, é muito mais seletiva que a parede celular . sítio de localização de permeases, proteínas específicas que transportam pequenas moléculas para dentro das células . enzima produzem energia e auxiliam a síntese da parede celular 3.2 Cromossomos . único (exceção: Brucella abortus - 2 cromossomos diferentes), circular, altamente enovelado, DNA de fita dupla, semhistonas . apresentam todos os genes necessários à vida da bactéria 3.3 Plasmídios . DNA circular extra-cromossomal . número variável por bactéria . replicação autônoma . confere vantagem à bactéria: genes de resistência dos antimicrobianos, tolerância a metais pesados, síntese de toxinas, fímbrias F, enzimas. 3.4 Ribossomos . subunidade menor (30s) . subunidade maior (50s) total: ribossomos 70s → esse valor é menor que o 80, pois essa medida é de diâmetro, quando os ribossomos interagem eles diminuem seu diâmetro total. Função: síntese protéica RNAm sem CAP → isso ocorre pois as bactérias não apresentam íntrons, apenas éxons, não necessitando de processamento pós transcricional. Os processos de transcrição e tradução bacterianos são contínuos e simultâneos. Além disso, esses processos ocorrem no mesmo local, diferente dos eucariotos em que a transcrição ocorre no núcleo e a tradução ocorre no citoplasma. 3.5 Grânulos ou inclusões citoplasmáticas . natureza química varia de bactéria para bactéria - grânulos metacromáticos: polifosfato - grânulos de enxofre - grânulos de polissacarídeos: glicogênio, amido - inclusões lipídicas: poli-beta-hidroxibutirato Funções: . reserva de substâncias .auxilia na identificação bacteriana 3.6 Esporos bacterianos Estrutura de resistência bacteriana. A formação do esporo ocorre com a divisão do DNA, envolvendo metade do DNA com poucos nutrientes e água. O esporo é liberado quando a bactéria morre, pois o ambiente está inóspito para o crescimento da bactéria. Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Quando o ambiente volta a ser favorável o esporo se desenvolve e uma nova bactéria. - Endósporos Gêneros Bacillus e Clostridium (bactérias Gram-positivas) e outros apresentam um ciclo de diferenciação em resposta a condições ambientais desfavoráveis (depleção nutricional). Formam o esporo interno, que é liberado quando a célula mãe sofre autólise. . A esporulação envolve a produção de novas estruturas, enzimas e metabólitos e o desaparecimento de componentes celulares da forma vegetativa (ativação e inativação de diferentes genes); . O esporo é uma célula em repouso, com baixíssimo teor de água, altamente resistente a dessecação, ao calor e agentes químicos; . Alguns agentes podem lesar o esporo (calor intenso, abrasão, acidez). . Sob condições nutricionais favoráveis, ocorre germinação, produzindo uma única célula vegetativa. 4. Morfologia 4.1 Cocos: bactérias ovais ou esféricas .diplococos: 2 cocos . tétrade: 4 cocos . sarcina: 8 cocos (cúbico) .estreptococos: cocos em cadeia . estafilococos: cocos agrupados ou em formato de uva 4.2 Bacilos: bactérias cilíndricas ou em forma de bastão . diplobacilos: 2 bacilos . estreptobacilos: bacilos em cadeia . cocobacilos 4.3 Espirilos ou espiroquetas: helicoidais → possuem o filamento axial e permite a invasão de tecidos pelas estruturas frontais das bactérias Leptospira sp. Campylobacter sp. Helicobacter sp. 5. Fisiologia bactérias As bactérias se proliferam por fissão binária duas metades equivalentes . ácidos nucleicos . proteínas . lipídeos . polissacarídeos Tempo de geração: refere-se ao tempo de 1 bactéria para gerar 2 bactérias-filhas Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 A maioria das bactérias o tempo de geração é de 20 minutos. a segunda maior parte das bactérias tem um tempo de geração de 40 min. As bactérias demoram 1 hora para duplicar o DNA, então ela divide duplicando o DNA. 1h --- 3 gerações 24h --- 72 gerações Curva de Crescimento A: fase Lag → fase de adaptação: a bactéria se acostuma com o novo ambiente B: fase exponencial ou logarítmica (Log) → fase de crescimento exponencial, quantidade de bactérias que nasce é maior que a quantidade de bactéria que morre C: fase estacionária → quando a bactéria entra em um sistema limitante, limitação energética, em equilíbrio, quantidade de bactéria que nasce é similar a quantidade de bactéria que morre D: fase de declínio → quando há maior limitação energética, quantidade de bactéria que morre é maior que a quantidade de bactéria que nasce. Acompanhando o crescimento bacteriano . contando-se o número de células ao longo do cultivo . acompanhando-se o aumento da turvação ao longo do cultivo Nutrientes necesários Fontes de energia orgânicos inorgânicos luz Fontes de carbono orgânicos (heterotróficos): açúcares, proteínas inorgânicos (autotrófico): CO2 Fontes de nitrogênio orgânicos: NH4+ inorgânicos: N2 (fixadores de nitrogênio), NO2-, NO3- Fontes de fósforo e enxofre HPO4-2 SO4-2 Fontes de outros elementos cátions: sódio, potássio, magnésio, ferro traços de cátions de zinco, manganês, cobalto, molibdênio e selênio Fatores de crescimento vitaminas aminoácidos fatores presentes no sangue Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 pH acidófilos neutrófilos (pH 5-9) alcalófilos Osmolaridade solução fisiológica (0,9% NaCl) Continuação… 25/08/2020 Para o crescimento bacteriano são necessários diferentes pontos de energia. Quando a gente fala de nutrientes necessários fala-se de tudo que é necessário para a manutenção do metabolismo. As fontes de energia podem ser orgânicas, inorgânicas. . Ágar sangue: sangue normal . Ágar chocolate: sangue autoclavado Exemplo de vitaminas necessárias para a nutrição de algumas bactérias. pH Bactérias acidófilas se desenvolvem em ambiente entre 1-4 pH. pH do estômago é considerado um mecanismo de sistema imune inato. Alguns parasitas utilizam a acidez do estômago para a eclosão do ovo. Bactérias neutrofílicas se desenvolvem em pH entre 5,5-8,5, são as bactérias que colonizam a maior parte do nosso corpo. Alcalófilas se desenvolvem em pH entre 7,5-11,5. O gráfico de pH X curva de crescimento Tem-se o pH ótimo cresce com maior eficiência se tiver nutrientes para sustentar esse crescimento. Entre o pH mínimo e o pH máximo a bactéria funciona, mas não no seu maior potencial de crescimento que só ocorre na faixa de pH ótimo. Exemplos . Staphylococcus aureus . Escherichia coli . Clostridium sporogenes Condições físicas - fatores ambientais Temperatura . psicrófilas: bactérias que vivem muito bem abaixo de 0 até 20°C . mesófilas: bactérias que vivem muito bem em 15° até 45°C - Bactérias que vivem conosco e nossos patógenos. . termófilas moderadas: bactérias que vivem muito bem de 45° até 70°C . extremas termófilas: bactérias que vivem entre 70° e 98°C . extremas termofílicas arqueas: 105° até 120°C. A faixa de temperatura para baixo é grande, enquanto a faixa de temperatura alta é pequena. Abaixo da temperatura ideal o metabolismo trava, acima da faixa de temperatura ideal a bactéria morre, ligações de hidrogênio e pontes dissulfeto são rompidas, desnaturando as proteínas. Presença de oxigênio na atmosfera A bactéria pode reagir à dois cenários: . ausência de oxigênio na atmosfera . presença de oxigênio na atmosfera A bactéria pode ser anaeróbica (não utiliza oxigênio) ou aeróbia (utiliza oxigênio). Caso o ambiente bacteriano não possa ter oxigênio, ou seja, se tiver oxigênio a bactéria morre, ela é conhecida como anaeróbica restrita. Agora, pode ter oxigênio, mas a bactéria não usa, essa bactéria é conhecida como anaeróbia facultativa, e dentro desse grupo tem-se a bactéria anaeróbica tolerante Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 No caso das aeróbias existem dois grupos de bactérias, um grupo de bactérias que pode ficar sem oxigênio seria o caso do aeróbio facultativo; e, o outro grupo que tem que sempre ter oxigênio é conhecido como aeróbico restrito. Bactérias Anaeróbio não usa oxigênio Anaeróbio estrito não pode ser expostoa oxigênio Anaeróbio facultativo pode ser exposto ao oxigênio, sem sofrer dano Aeróbio usa oxigênio Aeróbio estrito não sobrevive sem oxigênio Aeróbio facultativo sobrevive sem oxigênio 1. Aeróbios obrigatórios. Pseudomonas spp. 2. Facultativos. Escherichia coli 3. Anaeróbios obrigatórios. Clostridium tetani → precisa estar em vácuo Metabolismo Para identificar a bactéria consegue-se chegar a classe da bactéria com testes de laboratório bioquímicos. O metabolismo segue um eixo clássico podendo ser: heterotróficos ou autotróficos. Metabolismo heterotrófico (quimioheterotrófico) → substâncias orgânicas → realizam fermentação e respiração. Nas bactérias existem dois tipos de fermentação: lática e alcoólica. 1. Vias de fermentação em diferentes bactérias Técnicas de coloração Objetivos: As técnicas de coloração usadas em microbiologia se destinam à observação de estruturas morfológicas como esporos, flagelos e forma das células diferenciando microorganismos. Microscópio óptico (luz): 1000 a 1500; até 5000x. . lâmina a fresco: não dá p ver nada! . lâmina preparada com coloração: identificar gram positiva (roxa) de gram negativa (rosa) . caracterização da morfologia das bactérias Microscopia eletrônica . cores: preto e branco . descoberto em 1932 . existem dois tipos: ME transmissão (1000000x) e ME varredura (10000x) ME transmissão: feixe de elétrons. . possível visualizar estruturas bem menores, estudo de ultraestrutura celular: envoltórios, microvilosidades. . estruturas com carga negativa são mais claras . estruturas com carga positiva tendem a ficar mais escuras, prendem o elétron. ME varredura . só consegue visualizar as estruturas externas: estudo da morfologia celular . a coloração acontece no computador também! Como na microscopia por transmissão eletrônica… As colorações permitem visualizar a bactéria de modo rápido e barato. Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 As colorações podem ser: . simples: quando se utiliza apenas um corante → importante para a contagem, estudo morfológico básico da célula, como forma e agrupamentos dos microorganismos. ex. coloração por azul de metileno. . diferencial ou composta: quando se utiliza dois ou mais corantes → estudo morfológico e de algumas ultra estruturais dos microorganismos. exemplo: coloração de gram, coloração de esporos, coloração de flagelos, coloração de corpúsculos de inclusão, etc. Coloração de gram positiva → roxa Coloração de gram negativa → rosa Qualquer processo de coloração segue basicamente três passos: 1. preparar o esfregaço: o esfregaço é a colocação dos microrganismos na lâmina de vidro para serem submetidos à coloração. Deve ser oval e delgado. 2. fixação do esfregaço: serve para fixar os microrganismos do esfregaço na lâmina de vidro, para que posteriormente não sejam removidos durante o processo de coloração. . este procedimento faz com que o protoplasma das células dos microrganismos se coagule, aderindo-os desta forma na lâmina. . a forma mais utilizada de fixação de esfregaço, é passá-lo pela chama umas três vezes. Há também outros processos utilizando produtos químicos. 3. coloração propriamente dita: são os procedimentos de cada técnica de coloração. Preparação do esfregaço O importante para a aula de hoje é a coloração de gram em si, que serve para separar o gram positivo e o gram negativo. Isso está associado em diferença a constituição de parede celular. gram positiva: grande quantidade de peptídeos glicanos na parede celular. Gram positiva fica roxa, pois a técnica de descoloração não atinge a gram positivas, que ficam no final roxas. gram negativa: grande quantidade lipídica → fica rosa Coloração de gram 1. corar com roxo: cristal violeta e fixação com lugol → cora gram positiva e gram negativa (1 minuto, 30 segundos para corar, 30 segundos para fixar) 2. realizar a descoloração: álcool 95% com 5% de acetona → retira a coloração roxa apenas na gram negativa (tem membrana externa rica em LPS e peptidoglicano, e a membrana externa é sensível a álcool e acetona, por isso ocorre alteração da cor). (5 segundos) 3. corar com rosa: safranina ou fucsina → cora novamente a gram negativa e a gram positiva, mas, como a gram positiva já estava corada de roxa, ela permanece roxa e a gram negativa que foi descorada da cor roxa, agora será rosa. (30 segundos) Caracterize a microbiota normal. A microbiota normal corresponde as bactérias e fungos residentes permanentes de determinados locais corporais, como a pele, a parte oral da faringe, colo e vagina. Os organismos da microbiota normal são comensais, ou seja, são organismos que se beneficiam, mas não trazem prejuízo ao hospedeiro. No entanto, os organismos da microbiota podem levar ao aparecimento de doenças, principalmente em indivíduos imuno comprometimentos ou debilitados, caso se encontrem em local diferente daquele que é residente permanente. Membros da microbiota normal também constituem um mecanismo de defesa protetor ao limitar o crescimento de patógenos em locais da pele e da mucosa. Os microrganismos da microbiota também podem desempenhar função nutricional, uma vez que bactérias intestinais produzem grande quantidade de vitaminas K e B. Patogenicidade microbiana - Prof. Túlio Patogenicidade microbiana . microorganismo patogênico é aquele que pode causar a doença, não quer dizer que necessariamente ele vai causar a doença. a maioria das bactéria nem interage com os seres humanos . patogenicidade: capacidade do microrganismo de causar doença. . virulência: grau ou extensão da patogenicidade. Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Por exemplo: quem tem maior virulência a E. coli ou a T. coli (sífilis)? Depende, em geral são as T. coli. A virulência da bactéria depende do que ela carrega em si, que nós determinamos fatores e virulência. Quais são os estágios dos processos infecciosos? Normalmente, o processo infeccioso precisa penetrar no hospedeiro com evasão das defesas primárias, a mais complexa para penetrar é a pele (relativamente íntegra), já nas mucosas é mais fácil, e a via parenteral está associado a intervenção humana. A portas de saída estão relacionadas com secreções e excreções gerais. Adesão do microrganismo às células do hospedeiro, antes dos microrganismos se propaguem pelo organismo o agente invasor precisa entrar em contato com nossas células para aderir. Fazendo a adesão a matriz extracelular os microrganismos podem se propagar pelas diferentes vias (linfáticas ou sanguínea). Ocorre dano as células do hospedeiro por toxinas ou pela resposta inflamatória; e a evasão das defesas secundárias do hospedeiro para pode causar dano necessário no organismo se ela quiser infectar e causar a doença. O equilíbrio entre a bactéria e hospedeiro seria o melhor a ser estabelecido, mas quando o equilíbrio não se alcança e não conseguimos retomar o controle, a bactéria ganha e a gente morre. Fatores de virulência são os elementos que a bactéria pode adquirir ou pode acumular para causar mais dano. O que faz uma bactéria ser mais patogênica? A quantidade de fatores de virulência que ela possui, quanto mais fatores de virulência a bactéria tem, mais virulenta a bactéria é, ou seja, mais patogênica ela é (maior o seu risco para o hospedeiro). Qualquer característica expressa por uma bactéria que aumente sua patogenicidade é um fator de virulência. Os principais fatores de virulência são aqueles que causam dano à porta de entrada no hospedeiro (membrana mucosas, pele ou via parental), é um fator importante, vai permitir que o agente invasor tenha êxito na sua entrada. Enzimas que causem dano à epiderme são importantes fatores de virulência A aderência às células do hospedeiro mediadas por adesinas presentes na superfície dos microrganismos: fímbrias(pili), glicocálice, flagelos, componentes da parede celular. O flagelo pode ajudar tanto na adesão a célula do hospedeiro quanto a penetração, fímbrias permitem a penetração de forma direta, glicocálice e adesinas auxiliam na adesão dos agentes invasores as nossas células. O microrganismo tem um local associado onde ele possa se nutrir e crescer melhor. Quanto mais a quantidade de adesinas e tipos de adesinas, maior a virulência. Fímbrias tendem a se ligar a glicolipídeos da células alvo, glicoproteínas das células alvo e proteínas das células alvo. Quanto mais elementos envolvidos na adesão da bactéria maior a virulência desta. Quanto mais fatores de virulência maior a virulência da bactéria Invasão algumas bactérias são intracelulares, ou seja, causam dano dentro da célula que infectou. Para a bactéria fazer isso ela precisa de elementos que permitam afetar a membrana celular ou matriz extracelular da célula. Quais são esses elementos? enzimas que causam danos: colagenases e hialuronidases! Invasão: penetração nas células hospedeiras ou penetração em superfícies mucosas e disseminação a partir do sítio inicial de infecção; facilitada pela produção de enzimas (hialuronidase e colagenase). Produção de toxinas: exotoxinas e endotoxinas exotoxinas proteínas secretadas pelas bactérias endotoxinas são o lipopolissacarídeo, LPS, da parede da bactéria gram negativa. LPS é o mecanismo específico que faz parte da parede de bactérias gram negativas, e ela só vai causar dano quando a bactéria morre ou entra em divisão celular, liberando o LPS. Boa parte da toxicidade das bactérias são causadas pelas exotoxinas e endotoxinas As exotoxinas possuem diferentes mecanismos de ação dependendo qual o seu objetivo. Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 As exotoxinas em geral são proteínas com 2 subunidades (A e B). Normalmente a subunidade B é uma subunidade de ligação; a subunidade A é a subunidade de ação. Se a subunidade B for bloqueada a exotoxina não consegue se ligar a célula alvo. Os anticorpos se ligam a subunidade B neutralizando a toxina, o que impede que a toxina se ligue à célula alvo, assim, sua ação é bloqueada e o organismo protegido. Tipos de exotoxinas: (todas bactérias podem ter, mas principalmente gram-positivas) Sempre é produzida como base do metabolismo da bactéria. . neurotoxina: sistema nervoso autônomo . citotoxinas: causam dano nas células . enterotoxina: causam dano no sistema digestório. Normalmente, a exotoxina tem uma célula alvo e uma função alvo. Endotoxinas também são conhecidas como pirogênicas: LPS (exclusivo de gram-negativa) → lipídeo A do LPS que causa o dano Normalmente a principal ação da LPS ocorre quando a bactéria gram-negativa é fagocitada e digerida. Com isso, o LPS é liberado da membrana da bactéria. A LPS liberada induz o macrófago a produzir interleucinas. A iL-1 é liberada pelo macrófago na corrente sanguínea, através da qual ela segue para o hipotálamo. No hipotálamo IL-1 induz a produção de prostaglandinas que reajustam o termostato do corpo para uma temperatura mais alta, ocorre a febre. Endotoxina: não tem função específica, a função dela é geral! Fernanda Pereira - 3º período - Microbiologia Básica - AV1 Exotoxina causa a doença, enquanto a endotoxina ajuda no desenvolvimento da doença. Vibrio cólera é perigoso ou não? Não! Só se ele tiver a toxina colérica que leva a um distúrbio eletrolítico, a pessoa não consegue absorver mais líquidos, doença é diretamente causada pela toxina (exotoxina). Resistência aos mecanismos de defesa do hospedeiro: . produção de cápsula (fugir da fagocitose) . componentes da parede celular: adesão, elementos que bloqueiam estruturas do complemento . produção de enzimas (coagulases, quinases, hialuronidases, colagenase, proteases de IgA) . variação antigênica . penetração no citoesqueleto das células do hospedeiro Lesões às células do hospedeiro . utilização de nutrientes do hospedeiro . indução de lesão direta às vizinhanças imediatas da invasão. (“pista falsa”) . produção de toxinas e lesão distante do ponto original de invasão . indução de reações de hipersensibilidade
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