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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Impressão 
e 
Editoração 
 
 
2 
 
Sumário 
 
O PLANEJAMENTO NA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA ................. 3 
A didática no ensino superior: práticas e desafios ............................................ 8 
DIDÁTICA: CONCEITOS FUNDANTES ...................................................... 10 
PROCESSO DE APRENDIZAGEM: DESAFIOS PARA A PRÁXIS DIDÁTICA ........ 14 
PRÁXIS EDUCATIVA NA PERSPECTIVA DA DIDÁTICA ................................. 20 
História da didática................................................................................ 27 
Desafios didáticos .............................................................................. 28 
Postura do Professor .......................................................................... 30 
Práticas contraditórias ......................................................................... 31 
Métodos tradicionais ........................................................................... 32 
Professor reflexivo e pesquisador ........................................................... 33 
A Didática Moderna ............................................................................ 35 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 40 
 
 
 
 
3 
 
Caro aluno, essa disciplina pretende articular os conhecimentos já 
adquiridos no Núcleo Comum de estudos, e ampliar a discussão da práxis 
docente. A Didática como ferramenta e metodologia da prática docente deve 
ser elevada à condição de ciência máxima da docência. Leia os textos abaixo 
sugeridos e assista aos vídeos. Bons estudos! 
Disponível em: 
 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/57837/a-
contribuicao- dadidatica-para-a-pratica-docente-no-ensino-superior-
acessoem23/05/2016 
 
 
 
O PLANEJAMENTO NA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 
Sobre o currículo 
 
De início, um breve sobre o currículo como a expressão dos vínculos 
entre a cultura e a sociedade exterior a escola e a educação; entre o 
conhecimento e a aprendizagem dos alunos, entre a teoria (ideias, 
suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas 
condições. Neste sentido, o currículo pode ser entendido como o caminho 
para o conhecimento útil ao desenvolvimento pleno do ser humano em seu 
meio. 
 
Entendido desta forma há, pelo menos, duas perspectivas do currículo: 
 
 A perspectiva realista, na qual predomina uma visão conservadora da 
função social da escola/educação; uma teoria curricular e pedagógica 
tradicional; o conhecimento como objetos e fatos de significado fixo e, 
consequentemente, a cultura como algo fixo, herdado e estável. 
 A perspectiva da construção social, na qual o currículo é local de 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/57837/a-contribuicao-dadidatica-para-a-pratica-docente-no-ensino-superior-acessoem23/05/2016
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construção do conhecimento, onde circulam e são produzidos os 
significados; o conhecimento é forma de compreender o mundo e 
torná-lo inteligível e a cultura é prática de significação. Os estudos 
curriculares têm a responsabilidade específica de analisar as 
diferentes concepções de currículo e suas relações com o significado 
das diferentes práticas educativas. 
 
As contribuições destes estudos podem ser resumidas a partir da 
seguinte classificação: 
 
 Currículo tradicional – currículo abstrato que desenvolve saberes 
fragmentados, dogmáticos, prontos e acabados. Portanto, é 
desprovido de significado social, não desenvolvendo a consciência 
critica do educando. Nesta concepção de currículo o ensino é simples 
transmissão de conhecimento. 
 
 Currículo tecnicista – currículo com ênfase excessiva no planejamento 
e nos elementos técnicos do processo curricular, especialmente na 
metodologia e nos recursos técnicos. É uma concepção curricular de 
natureza instrumental, voltada para a racionalização do ensino e para 
o uso de meios e técnicas consideradas eficazes. 
 
 Currículo crítico – currículo que desenvolve saberes plurais, 
inacabados, contextualizados e enriquecidos com uma leitura crítica-
construtiva da prática social. Articula a dimensão social e política dos 
conteúdos curriculares, voltando-se para a formação da consciência 
critica. 
 
 Misto de Tradicional e Crítico – currículo com ênfase na concepção 
tradicional, intercalando, em momentos estanques, com assuntos de 
contexto social que não se articulam aos demais conteúdos 
trabalhados. Nessa inaceitável combinação, o que ocorre é uma 
pseudo-crítica. 
 
5 
 
 Currículo contextualizado – o conhecimento é tratado de forma 
integrada ao contexto social provocando, se bem trabalhado, 
aprendizagens signifi cativas e uma relação de reciprocidade entre o 
educando e o objeto do conhecimento. 
 
A consonância entre a concepção curricular e a sua prática promove 
práticas pedagógicas que potencializam a aprendizagem, pois, a depender 
da concepção curricular - a qual expressa um tipo de relação com o 
conhecimento e com o contexto - a aprendizagem será configurada a partir 
destas relações. 
 
Os princípios da democracia em curso não nos permitem mais 
pensar currículos e posturas pedagógicas que não levem a uma gestão 
democrática e libertadora, onde todos se sintam protagonistas da construção 
do conhecimento em meio à diversidade cultural. 
 
Tais princípios e seus desdobramentos estão explícitos na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei nº 9.394/96), no seu Art. 9º, no 
qual se estabelece que a União incumbirse-á de estabelecer, em colaboração 
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes 
para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que 
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar 
formação básica comum‖. E complementa no Art. 26º que os currículos do 
ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser 
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por 
uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da 
sociedade, da cultura, da economia e da clientela. 
 
Considerando o aspecto legal, cabe à escola a elaboração de um 
currículo que se paute nas Diretrizes Curriculares elaboradas pelo Ministério 
da Educação para criar uma base nacional comum e, ao mesmo tempo, que 
traduza as características culturais do contexto no qual a escola está 
 
6 
 
inserida. 
 
Retomando nosso início de conversa, o currículo se constitui num 
caminho para a construção do conhecimento útil em determinada sociedade. 
Percebemos que o currículo não é um fim em si mesmo, um conjunto de 
saberes legalizados como um ―lugar ou posição a ser atingida. Ao contrário, 
este currículo deve ser a expressão dos sujeitos da educação no sentido de 
valorizar a comunidade e promover a aprendizagem contextualizada e 
significativa. 
 
O currículo não é fixo e nem único, pois deve ser constantemente 
refletido e Retomando nosso início de conversa, o currículo se constitui num 
caminho para a construção do conhecimento útil em determinada sociedade. 
Percebemos que o currículo não é um fim em si mesmo, um conjunto de 
saberes legalizados como um ―lugar ou posição a ser atingida. Ao contrário, 
 
Este currículo deve ser a expressão dos sujeitos da educação no 
sentidode valorizar a comunidade e promover a aprendizagem 
contextualizada e significativa. O currículo não é fixo e nem único, pois deve 
ser constantemente refletido e [re] construído no movimento da diversidade 
cultural, de acordo com o momento histórico e considerando a sua dimensão 
social. 
 
Embora a LDB expresse a intenção de apenas nortear os currículos e 
seus conteúdos mínimos, bem sabemos que as instituições escolares, ao se 
submeterem aos processos de avaliações nacionais (a exemplo do ENADE 
escolas e o IDEB), estão submetidas a cumprir um currículo o qual será 
objeto da avaliação para identificar a qualidade da educação a partir destas 
instituições. 
 
 
 
 
7 
 
Esclarecendo: 
 
 ENADE 
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Tem o objetivo de 
aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos 
conteúdos programáticos, suas habilidades e competências. 
 
 
 IDEB 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Criado em 2007 , é 
um dos indicadores da qualidade na educação. A partir deste instrumento, o 
Ministério da Educação traçou metas de desempenho bianuais para cada 
escola e cada rede até 2022. 
 
A despeito da base curricular nacional, a qual pode garantir 
conhecimentos reconhecidamente válidos para nossa nação, o currículo é 
prática de significações, de atribuições de sentidos relevantes para os grupos 
sociais. Portanto é dispositivo de definição de poderes, o local de luta das 
representações sociais e das identidades e alteridades que se produzem no 
interior destas práticas curriculares na perspectiva de uma educação que 
seja, necessariamente, multicultural como é o Brasil. 
 
Mais do que conteúdo a ser definido em grades curriculares, o 
currículo corresponde a uma forma de entender o ensino, a relação 
educativa, o saber, a experiência de aprender, a importância de escutar o 
outro, de contar com o trabalho do aluno, de fixar-se no importante sem 
desprezar o imprevisto. Uma prática aberta ao criativo, ao inesperado, no 
que está por ocorrer. 
 
Muitos adjetivos podem ser usados para o currículo: Flexível, crítico, 
multicultural ou democrático. Para além destas adjetivações, o currículo 
como recuperação de uma trajetória do desenvolvimento do ser humano, de 
uma sociedade democrática, mais igualitária e justa pressupõe não a seleção 
 
8 
 
de conteúdos e práticas, mas a capacidade de autogoverno coletivo das 
pessoas. 
 
Sendo assim, o conteúdo escolar deve ser definido a partir do 
cotidiano; da possibilidade de transformação do vivido; e da oportunidade de 
construção do conhecimento significativo. 
 
O currículo é o primeiro nível de planejamento, dado que ele 
expressa a proposta educativa e estabelece objetivos gerais e seus 
desdobramentos em objetivos específicos. É ele que orienta as ações dos 
vários educadores envolvidos no mesmo programa. 
 
 
A didática no ensino superior: práticas e desafios 
 
 
A expansão do ensino de nível superior tem demandado cada vez 
mais docentes qualificados tanto para responder às exigências conteudistas 
curriculares quanto para a condução pedagógica no espaço da sala de aula, 
constituindo-se assim num duplo desafio. Este artigo tem por objetivo discutir 
os aspectos da didática aplicáveis ao processo de ensino aprendizagem no 
nível superior, considerando-se a necessidade de ressignificação dos 
modelos de ensino visto que as abordagens didáticas tradicionais amiúde 
deixam de atender às especificidades da contemporaneidade. 
 
Desde a última década do século XX temos observado ampla 
expansão das instituições de nível superior que buscam suprir a demanda 
por profissionais cada vez mais qualificados. Somente no Brasil o número de 
alunos universitários quase que dobrou no período de 2001 a 2010, 
alcançando o notável montante de 6,5 milhões de ingressos nos cursos 
de graduação e 173 mil na pós-graduação, conforme demonstram os dados 
do Censo da Educação Superior naquele país. (MEC, 2011). 
 
 
9 
 
Esta crescente demanda pela qualificação de nível superior tem 
elevado a procura por docentes universitários nas mais diferentes áreas de 
competência. 
No caso específico do Brasil podem atuar no nível de ensino superior 
professores que tenham concluído no mínimo um curso de pós-graduação 
lato sensu¹ e que possuam aderência na sua formação acadêmica e/ou 
profissional com as disciplinas que porventura ministrarem. 
¹ Pela legislação brasileira os cursos de pós-graduação são subdivididos em 
Stricto Sensu, destinados a formação de mestres e doutores, e Lato Sensu, 
cursos de especialização em determinada área do saber, com carga horária 
mínima de 360h. 
 
Todavia, diferente dos cursos de pós-graduação stricto sensu 
(mestrado e doutorado) que frequentemente incluem nos seus currículos 
disciplinas relacionadas com a formação docente, os cursos de pós 
graduação lato sensu são especializações em áreas distintas do saber que 
raramente oferecem qualificação pedagógica, apesar de também habilitarem 
seus egressos para o magistério superior. 
 
Todavia, muitos países em desenvolvimento sequer requerem que o 
professor universitário tenha cursado a pós-graduação, admitindo-se assim 
graduados que desejam lecionar apesar de não terem uma formação 
pedagógica que lhes auxiliem no desenvolvimento das competências 
necessárias para o exercício da práxis docente, induzindo os a reproduzirem 
em sala de aula os modelos de ensino a que foram expostos durante a sua 
formação nos mais diversos sistemas educativos. 
 
Acrescente-se à discussão a dinâmica da vida moderna em que os 
alunos do ensino superior têm amplo acesso à informação e frequentemente 
necessitam conciliar sua atividade de estudo com as profissionais, não 
admitindo aulas que lhe deixe de acrescentar valor. A queixa que 
observamos por parte dos alunos é que seus professores „conhecem bem a 
 
10 
 
matéria, mas não sabem passar‟, isto é, são especialistas e dominam o 
conteúdo de ensino, no entanto, deixam de utilizar as técnicas didáticas 
corretas para ajudá-los a compreender. 
 
Com estas ideias como pano de fundo, este artigo busca responder à 
seguinte pergunta problematizadora: de que forma o docente universitário 
pode e deve utilizar a didática como elemento facilitador do processo de 
ensino-aprendizagem? Nosso objetivo é discutir os aspectos da didática 
aplicáveis ao processo de ensino-aprendizagem no nível superior, 
considerando-se a necessidade de ressignificação dos modelos de ensino, 
visto que as abordagens didáticas tradicionais amiúde deixam de atender às 
especificidades da contemporaneidade. Para tanto optamos pela estratégia 
metodológica de uma pesquisa exploratória descritiva que utiliza como fonte 
de dados uma ampla pesquisa bibliográfica sobre a temática. 
 
 
 
DIDÁTICA: CONCEITOS FUNDANTES 
 
 
A palavra didática origina-se do grego didaktiké e tem sido 
usualmente traduzida por „a arte de ensinar‟. Pode-se definir didática como 
um conjunto de atividades organizadas pelo docente visando favorecer a 
construção do conhecimento pelo estudante, sem caráter normativo ou 
mesmo prescritivo, ajustando-se ao projeto educativo de uma sociedade. Já 
o didata é o profissional de ensino que tanto desenvolve como reflete sobre 
sua prática numa disciplina específica do conhecimento. (FIORE FERRARI; 
LEYMONIÉ SÁEN, 2007) 
 
 
Até o século XIX a didática aparece no campo da educação 
fundamentando-se nos estudos da filosofia, tendo-se difundido 
especialmente a partir do livro de Jan Amos Comenius (1592-1670) intitulado 
 
11 
 
„Didactica Magna‟ ou „Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos‟, 
publicado em 1657. Também são relevantes as contribuições de Jean 
Jacques Rousseau (1712-1778), Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), 
Johan Friederich Herbart (1777-1841) dentro outros autores que discutiram a 
temática. (GIL, 2008). 
 
Todavia, a partirdo início do século XX a didática passou a receber 
aportes significativos de outras ciências como a Biologia e Psicologia, 
impulsionando muitos movimentos de reforma escolar que admitiam a 
falência didática do modelo tradicional e buscavam uma educação que 
considerasse os aspectos psicológicos relacionados com o processo de 
ensino e aprendizagem. Com as ideias tecnicistas de meados do século XX, 
a didática assumiu um conceito instrumental que enfatizava tão somente a 
elaboração de planos de ensinos, elaboração de objetivos, seleção de 
conteúdos e técnicas de ensino, confundindo-se assim com a metodologia de 
ensino. (GIL, 2008; FIORE FERRARI; LEYMONIÉ SÁEN, 2007). 
 
 
Gil (2008) destaca que o conceito meramente instrumental da 
didática tem sido criticado por educadores da corrente denominada Didática 
crítico- social dos conteúdo, pois defendem a necessidade de se estabelecer 
um projeto de sociedade que contemple a educação como elemento 
transformador da realidade e então uma proposta pedagógica que forneça 
instrumentos para que o educando atue como cidadão agente de mudança. 
 
 
Nesta abordagem, são significativas as ideias de José Carlos 
Libâneo ao afirmar que, [...] não existe o aluno em geral, mas o aluno 
vivendo numa sociedade determinada, que faz parte de um grupo social e 
cultura determinado, sendo que estas circunstâncias interferem na sua 
capacidade de aprender [...] Um bom professor que aspira ter uma boa 
didática necessita aprender a cada dia como lidar com a subjetividade dos 
alunos, sua linguagem, sua percepções, sua prática de vida. Sem esta 
 
12 
 
disposição, será incapaz de colocar problemas, desafios, perguntas 
relacionadas com o conteúdo, condição para se conseguir uma 
aprendizagem significativa. (LIBÂNEO, 2001, p. 3) 
 
 
Corroborando com esta ideias, os autores Fiore Ferrari e Leymonié 
Sáen, (2007) propõem que o campo da didática compreenda um estudo de 
três dimensões distintas, ou seja, o estudante, os saberes culturais e o 
docente. O estudo de cada uma destas dimensões ajudanos a conhecer 
melhor os processos de aprendizagem dos estudantes e os de ensino 
do docente, atentando-se para os obstáculos, propondo soluções de 
aprendizagem para transpô- los e promover a apropriação dos saberes 
culturais. Conforme demonstra a figura 1, numa situação didática o docente 
possui conhecimentos e habilidades que lhe dão competências para atuar 
com base num contrato didático. 
 
A forma de ensinar está cada vez mais voltada para as necessidades 
e realidades vivenciadas pelos alunos, de acordo com sua comunidade e 
meio social. Mas a ação do professor precisa estar embasada também em 
fins pedagógicos de amplitude, pois trabalhar somente o meio social do aluno 
pode significar que a intenção da escola é aprisioná-lo numa realidade 
limitada, onde o mesmo não poderia ser nada além do que previsto por ela. 
 
Somente o meio social do aluno significa prepará-lo não só para a 
comunidade na qual vive, mas para todo o meio social. 
 
 
13 
 
 
 
 
O triângulo didático proposto por Fiore Ferrari e Leymonié Sáen 
(2007) na figura 1 considera elementos que se relacionam intrinsecamente. 
 
 
Nos vértices do triângulo temos: 
 
a) os saberes culturais que representa os conceitos teóricos daquela área 
do conhecimento; 
b) no vértice discentes verificamos as distintas estratégias de aprendizagem, 
a psicologia de quem aprende, suas concepções prévias, condicionadas num 
modelo sócio cultural; 
c) no polo docente, percebemos os modelos de ensino, o projeto das 
atividades, a psicosociologia dos professores condicionados pela instituição e 
o contexto em que ensina. 
 
 
 
14 
 
No nível da sala de aula e conforme evidenciado na figura 1, os 
autores supracitados propõem o contrato didático, isto é, um acordo 
geralmente implícito que regula a ação didática, compreendendo o que o 
docente espera de seu grupo e o que os discentes esperam do docente. 
 
Trata-se do conjunto de expectativas do processo de ensino e 
aprendizagem, abordando-se o que é importante para os estudantes e para o 
docente. Não obstante toda a evolução observada nos conceitos fundantes 
da didática, muitos docentes universitários não valorizam a sua importância; 
deveras, neste nível de ensino as práticas didáticas são reduzidas a aulas 
expositivas (mais ou menos dialogadas) e o professor aprende a ensinar pela 
tentativa e erro. O docente normalmente incentiva a memorização dos 
conteúdos e utiliza a prova escrita e o „dar notas‟ como instrumento de 
autoridade; quanto aos discentes, só lhe restam colocar-se na posição de 
meros ouvintes, quais seres sem luz, à espera que os professores deem 
suas aulas e termine logo a agonia do período letivo. Quantos equívocos! 
(LOWMAN, 2004; FIORE FERRARI; LEYMONIÉ SÁEN, 2007; GIL, 2008) 
 
 
 
PROCESSO DE APRENDIZAGEM: DESAFIOS PARA A PRÁXIS DIDÁTICA 
 
Compreender como ocorre o processo de aprendizagem é crucial se 
havemos de obter êxito nas estratégias de transposição didática. Não 
obstante, o conceito de aprendizagem encontra-se entre um dos mais difusos 
e controversos, pois no decorrer do tempo tem recebido influências de 
diferentes doutrinas filosóficas e psicológicas, bem como do próprio patamar 
em que se encontra o conhecimento científico. (REBOLLO; SCAFO, 1994). 
 
 
Assim, mesmo considerando-se o risco de simplificar o conceito em 
demasia, por estar inserido num complexo e dinâmico campo interdisciplinar, 
pode-se buscar os indícios para a sua fundamentação através das 
 
15 
 
proposições de Mizukami (1986 apud GIL, 2008) que apresenta pelo menos 
cinco abordagens distintas para explicar o processo de aprendizagem e suas 
consequentes proposições didáticas, a saber, tradicional, 
comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural que discutiremos 
adiante. 
 
 
Na abordagem tradicional o processo de aprendizagem é centrado 
no professor que transmite os conteúdos para os alunos que por sua vez 
devem assimilar passivamente as informações. Visto que a característica 
principal é o ato de transmitir ou transferir valores, Freire (2007) qualifica este 
método como educação bancária, ou seja, o educador deposita 
paulatinamente as informações na cabeça de seus alunos, como se estes 
fossem uma conta corrente num banco e supostamente depositários de todo 
o conhecimento a que é exposto. A prática da didática na abordagem 
tradicional resume-se em aulas expositivas ministradas pelo professor 
especialista e na consequente memorização dos conteúdos pelos alunos, 
cabendo ao docente a tarefa de verificar se os conteúdos transmitidos em 
sala de aula foram reproduzidos rigorosamente em seus poucos instrumentos 
de avaliação de aprendizagens. Embora tais conceitos tradicionais não se 
coadunem com as concepções da contemporaneidade, infelizmente ainda 
percebemos que é frequentemente assumida por professores universitários 
na condução de sua práxis docente, visto que tendem a reproduzir os 
métodos tradicionais a que foram submetidos durante a sua própria formação 
acadêmica. (FREIRE, 2007; GIL, 2008). 
 
Na abordagem comportamentalista ou behaviorista a aprendizagem é 
fruto da experiência, como resposta aos estímulos do docente que modela ou 
reforça o comportamento desejado. De acordo com Sezanowith (2008) é no 
século XX que o comportamentalismo tem o seu ápice, especialmente entre 
as décadas de 20 e 50, com os estudos de Pavlov, Watson, Guthrie e 
Skinner. A teoria behaviorista visualiza a mente humana como uma „caixa 
preta‟ em que as respostas aos estímulos são mensuradas 
 
16 
 
quantitativamente, ignorando-se a possibilidade de um processo. Também 
propõe que os comportamentos humanos são determinados pelas condições 
do meio, ou seja, no tocante à aprendizagem o estudante é um ser passivo 
que reage aos estímulos do meio, através da associação do estímulo-
resposta; assim,nesta abordagem o elemento principal da aprendizagem são 
os estímulos do ambiente e não o próprio sujeito, uma vez que ao se 
manipular as condições do meio ambiente gera-se mudanças nos 
educandos. (SANTO, 2008) 
 
 
No tocante a prática didática, a abordagem comportamentalista 
pressupõe que o docente seja o responsável pela instrução programada visto 
que parte do princípio que o ser humano, como produto do meio, pode ser 
manipulado ou controlado e o papel do professor é manter este controle, 
independente da interação do aluno. (Gil, 2008) Trata-se do modelo de 
professor técnico muito comum nas instituições técnicas profissionalizantes 
em que a formação ocorre pela aprendizagem imitativa; o instrutor é um 
prático experiente e estabelece o modelo, pois domina as competências 
técnicas. (PERRENOUD, 2000). 
 
Na tipologia de Mizukami (1986 apud GIL, 2008)) outra abordagem 
que busca explicar a aprendizagem é o cognitivismo, fundamentado nas 
teorias da reestruturação que concebem a aprendizagem como uma 
mudança, não automática nem tampouco mecânica, antes implica que 
aquele que aprende tenha consciência de seus próprios saberes, sendo 
capaz de refletir sobre eles dando-lhes novos significados a partir dos 
conceitos atuais. Ausubel (1998) na dedicatória de seu livro resume o 
conceito ao afirmar que se fosse possível reduzir toda a psicologia educativa 
num único princípio, este seria que o fator mais importante e que exerce forte 
influência na aprendizagem é a constatação que o aluno já sabe e a partir 
disso ensiná-lo adequadamente. 
 
Um dos mais destacados teóricos da abordagem construtivista foi 
 
17 
 
Jean Piaget (1896- 1980), com trabalhos que abrangem diversas áreas como 
Ciência, Zoologia, Psicologia, Filosofia e Epistemologia. No modelo 
piagetiano de funcionamento cognitivo, o conceito de adaptação se 
apresenta sob dois aspectos simultâneos e complementares, a saber, a 
assimilação e acomodação. A assimilação relaciona-se com o processo em 
que o sujeito interpreta a informação proveniente do meio em função de suas 
próprias estruturas mentais internas; todavia é necessário um processo 
complementar denominado por Piaget por acomodação, em que os conceitos 
e idéias se adaptam às características reais do mundo. O processo de 
acomodação não somente explica a tendência dos esquemas e 
conhecimentos humanos se adequarem à realidade, como também 
esclarece as mudanças de tais esquemas quando a adequação não ocorre, 
pois se os esquemas são insuficientes para assimilar uma situação torna-se 
necessário alterá-los a fim de adaptá-los às características da situação. Cabe 
observar que a acomodação também supõe uma prévia assimilação ou 
reinterpretarão dos conhecimentos anteriores em função dos novos 
esquemas construídos, modificando assim toda a estrutura conceitual 
anterior. (POZO, 2002). 
 
Diante do exposto, percebe-se que os processos de assimilação e 
acomodação propostos por Piaget são complementares, baseando-se numa 
tendência de crescente equilíbrio entre si. Quanto maior o equilíbrio entre 
acomodação e assimilação menor será o fracasso decorrente de uma 
interpretação errônea, contudo, somente a partir dos desequilíbrios surge a 
aprendizagem no campo cognitivo (Santo, 2008). Como bem expressa Flavell 
pela teoria piagetiana “la mente construye sus estructuras de conocimiento 
tomando datos del mundo exterior, interpretándolos, transformandólos y 
reorganizandólos [...]” (1996, p. 16 apud FERRARI; LEYMONIÉ SÁENZ, 
2007, p. 70) 
 
Quais são os impactos na práxis didática da teoria cognitivista? Gil 
(2008) nos ajuda a compreender que nesta abordagem o ensino deve 
basear- se na instigação constante por parte do docente, impulsionando os 
 
18 
 
estudantes na busca das respostas e solução dos problemas e não 
meramente na memorização de fórmulas e definições. 
 
A estratégia de ensino é ajudar o aluno no desenvolvimento de um 
pensamento crítico e autônomo, com ações mediadoras do processo de 
aprendizagem visando ajudá-los a estabelecer as relações entre os 
conteúdos e possibilitar entre a interação entre o novo conhecimento 
formulado e as estruturas cognitivas já existentes. Deveras um desafio para 
docentes que buscam o aprendizado significativo de seus alunos e não 
meramente que memorizem o conteúdo! 
 
Todavia, uma concepção comumente equivocada da abordagem 
construtivista é que os docentes nunca devem dizer nada aos seus 
estudantes, antes permitir que construam o conhecimento por si mesmo. 
Devemos lembrar que o aluno não é o único responsável pelo aprendizado, 
pois necessita da ajuda de alguém que detenha algum conhecimento para 
instigá- lo nesta direção, sem contudo abandoná-lo nesta trajetória. 
Bransford, Brown e Cocking (2007) admitem que “[...] os professores ainda 
precisam prestar atenção às interpretações dos alunos e fornecer orientação 
quando necessário.” (p.20) Adicionalmente Pires de Almeida (2005) pontua 
que “[...] ser professor, na era do conhecimento, é ser um gestor: líder, 
motivador, pesquisador, questionador, inovador, criativo, equilibrado 
emocionalmente, humilde e ecologicamente consciente [...]”. (p.17) 
 
Outra abordagem interacionista que busca explicar a aprendizagem é 
o enfoque sociocultural que atribui ênfase especial ao sujeito como autor e 
criador de seu próprio conhecimento. Nesta perspectiva, o ser humano qual 
ser sujeito integrado ao seu contexto é capaz de refletir sobre este e evoluir 
rumo a uma consciência mais crítica. 
 
Desta maneira, as ações educativas devem promover o ser humano 
e não ajustá-lo à ordem social existente. O principal expoente desta corrente 
é o brasileiro Paulo Freire que defende a educação problematizadora como 
 
19 
 
ferramenta para a superação da relação opressor e oprimido. (GIL, 2008; 
FREIRE, 2007) 
 
O enfoque sociocultural da aprendizagem preconiza uma abordagem 
didática de ensino fundamentado na dialogicidade como instrumento que 
impulsiona o crescimento tanto do educando quanto do educador. Assim, 
nesta abordagem a aprendizagem não ocorre pela transmissão de conteúdos 
programados, mas pela transformação e questionamento contínuo da 
realidade (GIL, 2008). O próprio Freire (2007) resume a práxis didática 
apropriada para este enfoque ao afirmar que “ensinar não é transferir 
conhecimento, mas criar a possibilidade para a sua própria produção ou 
construção” (p. 22). Ao utilizar o termo construção, Freire estabelece 
inequivocamente sua proposta colocando educador e educando como 
parceiros na implementação do dinâmico processo de ensino e 
aprendizagem. 
 
Ao refletirmos sobre as diversas abordagens que buscam explicar o 
processo de aprendizagem verificamos quantos equívocos os docentes 
universitários têm frequentemente cometido na sua práxis pedagógica. 
 
É evidente que boa parte destes professores aprendeu o oficio no 
dia-a- dia com raras oportunidades de cursos, seminários ou reuniões 
esclarecedoras sobre a didática; resultando assim numa visão ultrapassada 
sobre o processo de aprendizagem e a perpetuação de aulas expositivas 
maçantes e pouco instigativas. Todavia, ressaltamos que muitos professores 
do ensino superior estão atentos às novas concepções de aprendizagem e 
têm se adaptado às inovações pedagógicas, não obstante a atitude 
conservadora de tantos outros. (FIORE FERRARI, LEYMONIÉ SÁEN, 2007; 
GIL, 2008) 
 
 
 
 
 
20 
 
PRÁXIS EDUCATIVA NA PERSPECTIVA DA DIDÁTICA 
 
 
Certamente, a prática didática como já foi mencionada 
anteriormente, necessita ser vivenciada pelos educadores e não somente 
descrita como importante instrumento pedagógico que norteia a educação 
nos projetos políticos pedagógicos das instituições de ensino, desta forma, 
compreendemos que a utilização da didática assim como suas adequações 
na sociedade do conhecimento é uma condição sine qua non para a garantia 
de uma educação deexcelência. 
Vivenciamos hoje ampla discussão acadêmica em relação ao 
surgimento da Andragogia que vem se apresentando como a área do 
conhecimento responsável pelo processo de ensino e aprendizagem dos 
adultos em adição à pedagogia que discute estas mesmas questões, porém 
relacionado-as ao universo da criança. 
 
Gil (2008) aponta que com a popularização das ideias de Malcom 
Knowles em seu livro The Modern Practice of Adult education, publicado em 
1970, a terminologia Andragogia tem sido utilizada para referir-se a arte de 
orientar adultos a aprender, ainda que não tenhamos um consenso na 
literatura, pois alguns preferem chamá-la de pedagogia de adultos ou, no 
caso do ensino superior, pedagogia universitária. 
 
Numa perspectiva Andragógica ou da pedagogia de adultos, a prática 
docente deve fundamentar-se em cinco princípios básicos, a saber: 
 
a) conceito de aprendente: o adulto é responsável pela sua aprendizagem 
com plena capacidade de auto desenvolvimento; 
 
b) necessidade de conhecer: os adultos sabem de sua necessidade de 
conhecimento e como colocá-lo em prática é o fator decisivo para seu 
comprometimento; 
 
 
21 
 
c) motivação para aprender: as motivações externas como incremento 
salarial, promoções, boas notas são importantes, todavia, as motivações 
internas tais como vontade pessoais de crescimento, autoestima, 
autoconfiança são mais relevantes e decisivas para o aprendizado do adulto; 
 
d) o papel da experiência: as experiências prévias são decisivas para a 
disposição para o aprendizado do adulto. Os recursos didáticos pedagógicos 
não são garantia para que se consiga despertar o interesse do aprendiz, 
antes devem ser considerados como fontes opcionais colocadas à livre 
disposição do aluno adulto; 
 
e) prontidão para aprender: o estudante adulto é pragmático, pois está 
pronto para aprender aquilo que decide, razão pela qual se nega a aprender 
o que lhe é imposto. Ademais, sua atenção diminui quando não percebe 
aplicação imediata do conhecimento e está pronto para aprender o que 
decide aprender. (LIMA, 2006; GIL, 2008) 
 
 
Outro fator da aprendizagem de adultos que influencia diretamente 
na prática da didática é a sua reduzida capacidade de retenção e 
concentração. A nossa experiência docente tem revelado que os estudantes 
adultos são capazes de lembrar por mais tempo aquilo que e ouvem, vêm e 
fazem neste mesmo período. Neste sentido, é necessário estabelecer 
metodologias didáticas de ensino que contemplem diversas técnicas 
instigativas de ensino, em contraposição à clássica aula expositiva como 
única técnica. “O professor precisa produzir o mel que alimenta e dá prazer, 
que atrai que mantém os alunos atentos”. ( PERISSÉ, 2004, p. 30) 
 
Oportunas são as reflexões adicionais de Perissé (2004) ao afirmar 
que, Para fazer com que alguém preste atenção em mim preciso ser um 
estímulo suficientemente interessante. Para que alguém concentre sua 
atividade psíquica sobre mim, professor, e, ouvindo-me consiga fixar-se nas 
minhas palavras, nos meus gestos, consiga definir e selecionar percepções, 
 
22 
 
absorver conceitos [...] para que tal concentração aconteça, preciso 
desdobrar-me. Só assim conquistarei a atenção de meus alunos, seja 
essa atenção espontânea ou voluntária, despertando neles o processo 
intelectivo, afetivo e volitivo. (PERISSÉ, 2004, p. 45, grifo nosso). 
 
Não obstante, a maioria dos docentes universitários ainda planejam 
suas aulas para serem realizadas na tradicional estrutura do modelo de sala 
de aula, negando a possibilidade da interação e associação das novas 
tecnologias da educação para uma prática educativa eficiente e positiva no 
contexto da realidade acadêmica. Morin (2006) afirma contundentemente que 
os alunos já não mais aceitam essa postura e cobram um processo de 
aprendizagem mais dinâmico, rápido e eficiente, condizente com os 
princípios andragógicos supracitados. Desta forma, o nosso desafio quais 
docentes é pensar em uma aula que atenda essas necessidades muitas 
vezes imediatistas e conteudistas dos alunos sem perder de vista os 
objetivos de aprendizagem propostos no contrato didático. 
 
Diante do exposto, é oportuno relembrar as ideias de Freire (2007) ao 
apontar a relação de mão dupla, onde o professor, que além de ensinante, 
também aprende no processo de ensino e aprendizagem. Assim, torna-se 
mister a necessidade constante da reflexão docente no que diz respeito a 
sua arte de ensino a fim de propor movimentos emancipatório e pedagógicos 
para a formação de um aprendizado que respeite as especificidades dos 
adultos. 
 
Para a ratificação dessa relação apontada por Freire (2007) se 
constitui com elementos primordiais a compreensão da utilização da didática 
como instrumento da prática docente, a seriedade na construção dos planos 
de aula, compromisso na interação com os discentes, a necessidade da 
formação contínua e a quebra a superioridade da pesquisa em detrimento do 
ensino e da extensão, práticas comuns na educação brasileira. 
 
Desta forma, percebemos que um dos grandes desafios e, 
 
23 
 
sobretudo, oportunidades para uma aprendizagem significativa é transformar 
a aula em um espaço coletivo e privilegiado que permita não mais a mera 
transmissão de informações, mas sim a construção de saberes e debates 
acerca de questões inerentes aos seus estudos e as suas vivencias. 
 
A compreensão dessa temática pode ser relacionada ao Relatório 
Internacional sobre a Educação para o Século XXI, exposto por Jaques 
Delors em 1999 ao apresentar os quatros pilares para a educação, a saber: o 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, 
sustentáculos das novas propostas educativas nos mais diversos níveis de 
ensino ao redor do mundo, pois tais pilares convidam os educadores a uma 
mudança significativa e conceitual no que se refere à construção de 
habilidades e competências. (DELORS, 2006). 
 
Todavia, não podemos deixar de abordar algumas questões de 
extrema relevância no que se refere à necessidade da didática no processo 
da construção do conhecimento. Como avaliar no processo ensino e 
aprendizagem dos adultos? Como mensurar o processo de ensino e de 
aprendizagem em nossas instituições de ensino superior se o tradicionalismo 
ainda é uma constante neste universo? Tais questões são um calcanhar de 
Aquiles para os educadores e coordenadores de departamentos das 
universidades que têm dificuldades para implementar práticas que 
respondam os desafios da contemporaneidade. 
 
Contudo, é notória a insatisfação dos alunos ao se depararem com 
instrumentos de avaliação desatualizados e excessivamente conteudistas 
que os impede de socializar suas construções acerca da disciplina estudada, 
assim como responder com seriedade questões da sua futura prática 
profissional. Com base nestas discussões, apresentamos abaixo algumas 
recomendações didáticas que podem ser implementadas com êxito, visando 
alavancar o processo de ensino e aprendizagem em adultos, a saber: 
 
a. elaborar um diagnóstico das necessidades e expectativas dos estudantes. 
 
24 
 
Esta avaliação diagnóstica prévia visa adequar todo o planejamento de 
ensino aos anseios dos alunos, considerando-se que seus desejos e 
experiências são decisivas para o desencadeamento do processo cognitivo 
da aprendizagem; 
 
b. definir claramente com os alunos os objetivos e planejamento das 
atividades e seus respectivos contratos didáticos para que a aprendizagem 
seja orientada pela tarefa ou na resolução de problemas. Devemos lembrar 
que os adultos são pragmáticos no tocante à sua aprendizagem e desejam 
saber para onde estão sendo conduzidos; 
 
c. selecionar conteúdos significativos para os estudantes. A Avaliação 
diagnóstica poderá nos fornecer valiosas pistas sobre os interesses dos 
alunos, assim podemos utilizar tais feedbacks na busca de conteúdos 
adicionaisque tenham relação direta ou indireta com as discussões 
conteudísticas e sejam de interesse e relevante para o grupo; 
 
d. estabelecer um clima amigável cooperativo e informal que propicie a 
aprendizagem significativa. A utilização de técnicas de oratória são muito 
úteis para nos ajudar a captar e manter a atenção do aluno adulto que 
rapidamente se dispersa; 
 
e. promover projetos de investigação científica conjunto com os alunos. 
Além de promover o aprendizado no âmbito da sala de aula, tais projetos 
ajudam a despertar o interesse pela pesquisa e, ao incentivar a apresentação 
dos 
resultados conseguidos em eventos científicos da área, propiciamos nos 
estudantes o desenvolvimento das competências essenciais do saber 
aprender; 
 
f. valorizar a discussão e solução dos problemas em grupo. Muitas técnicas 
de ensino foram elaboradas para serem utilizadas pelos docentes como 
ferramentas otimizadoras da dinâmica resultante dos grupos e vale a pena 
 
25 
 
utilizá-las no dia-a-dia das aulas. Adicionalmente as discussões em grupo 
possibilitam o desenvolvimento e aprimoramento das competências 
relacionadas com o aprender a conviver, indispensáveis para todos os 
aspectos da vida em sociedade; 
 
g. fazer da avaliação uma prática constante visando obter o feedback quanto 
a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. A avaliação como 
componente do ato pedagógico deve ser realizada rotineiramente e não tão 
somente nos períodos estabelecidos nos calendários acadêmicos; assim 
sugerimos utilização de diversos instrumentos para a avaliação das 
aprendizagens dos alunos. (LOWMAN, 2004; PIRES DE ALMEIDA, 2005; 
GIL, 2008; LUCKESI, 2011) 
 
 
Certamente a didática aplicada no ensino superior apresenta muitos 
desafios, especialmente quando consideramos a pouca qualificação do 
docente universitário nas questões pedagógicas e a incipiente contribuição 
que as faculdades de pedagogia oferecem nesta área. 
 
Ademais, as especificidades de aprendizagem relacionadas com o 
estudante adulto nos induzem a constantemente refletir sobre a nossa 
própria eficácia didática enquanto arte de ensino. Não obstante as 
dificuldades que se apresentam, o docente universitário tem à sua frente 
excelentes oportunidades para buscar qualificar-se qual professor reflexivo 
que na concepção de Perrenoud (2001) é a chave da profissionalização do 
ofício. 
 
Ao analisarmos os conceitos que balizam a compreensão da didática, 
percebemos a necessidade de constante reflexão desta temática para a 
inserção de uma práxis que seja coerente com o projeto educativo proposto 
pela sociedade em que estamos inseridos. 
 
Infelizmente ainda temos instituições que seguem, ainda que não 
 
26 
 
declaradamente, os preceitos da pedagogia tradicional, centrados na figura 
do professor e que pouco incentiva a interação entre aluno, professor e 
conhecimento. 
 
Cabe ao docente reflexivo compreender o estágio de 
desenvolvimento da instituição de ensino em que está inserido e realizar 
ações didáticas condizentes, buscando paulatinamente impulsionar uma 
melhoria nos processos de ensino e aprendizagem. 
 
Esta análise também evidenciou que a compreensão dos processos 
de aprendizagem do estudante são cruciais para que os docentes 
desenvolvam estratégias didáticas apropriadas. 
 
A compreensão da abordagem interacionista e seus processos na 
construção do conhecimento induz o docente a atuar qual mediador que 
deve ser capaz estabelecer o contrato didático e fazer a transposição entre 
os saberes sociais, estabelecidos nos conteúdos de ensino, e os alunos no 
exato espaço da aula. 
 
Todavia, não podemos ignorar que esta tríade formada pelo aluno, 
professor e conhecimento é complementada pela retroalimentação fornecida 
pelos processos avaliativos visto que estes fornecem valiosos inputs para a 
práxis didática Nesta perspectiva é fundamental que o professor busque uma 
metodologia de ensino que contemple os aspectos relacionados com a 
educação de adultos, considerando-se suas peculiaridades relacionadas com 
as maneiras como aprende. 
 
Assim, são relevantes para a prática didática os princípios resultantes 
da moderna Andragogia ou Pedagogia de adultos/universitária, pois 
fornecem direcionamentos para a condução de um processo de 
aprendizagem significativo para o adulto. 
 
Podemos afirmar que o docente universitário pode e deve utilizar a 
 
27 
 
didática como elemento facilitador do processo de ensino aprendizagem 
desde que adote uma postura dialógica subsidiada por técnicas de ensino 
instigadoras e facilitadoras para a construção do conhecimento, em 
contraposição ao ensino incentivador da memorização e recheado de 
autoritarismo. 
 
Deveras, os docentes universitários têm a sua frente excelentes 
oportunidades para desenvolvimento de competências que lhes auxiliem 
neste desafio. Certamente que não tivemos a pretensão de encerrar esta 
discussão, pois a didática no ensino superior necessita ser constantemente 
revisitada visando à reinvenção das nossas práticas docentes. 
 
Sugerimos como tópicos de continuidade desta investigação a 
análise de técnicas de ensino que sejam condizentes com os processos 
interacionistas de aprendizagem dos adultos, bem como a realização de 
pesquisas de campo que busquem verificar in loco a sua aplicabilidade. 
 
 
História da didática 
 
A história da didática surge das ações de Comênio (1592-1670), que 
tinha como objetivo reformar a escola e o ensino. Esse termo deriva do 
grego, cuja significação é “arte de ensinar”. O fundamento da didática magna 
de Comênio era ensinar tudo a todos, deixando a formação de um homem 
ideal em segundo plano. 
 
Práticas e desafios sobre a forma de ensinar estão cada vez mais 
voltados para as necessidades e realidades vivenciadas pelos alunos, de 
acordo com sua comunidade e meio social. Mas a ação do professor precisa 
estar embasada também em fins pedagógicos de amplitude, pois trabalhar 
somente o meio social do aluno pode significar que a intenção da escola é 
aprisioná-lo numa realidade limitada, onde o mesmo não poderia ser nada 
 
28 
 
além do que previsto por ela. 
 
É de fundamental importância trabalhar técnicas voltadas à realidade 
e meio social em que o aluno está inserido, porém não se deve focar 
somente nesse contexto, engessando a sua aprendizagem de forma a torná-
lo limitado em sua comunidade ou meio social. Diante desses pressupostos, 
o fazer didático que deve ser aplicado, é o que possibilitará a reflexão em 
relação a cada situação de aprendizagem, partindo da realidade em que 
professor e aluno estão inseridos e expandindo essa aprendizagem para 
outras realidades e meios sociais, para que o discente detenha as variadas 
formas de vivência e habilidades. 
 
Os desafios e práticas docentes devem ser exercidos além de uma 
simples renovação pedagógica de novas formas de ensinar e aprender. Isso 
remete a superação da visão instrumental didática, em direção a uma 
didática fundamental. 
 
Disponível em: http://www.itpac.br/arquivos/Revista/43/5.pdf- 
 
Texto debate o Tradicional e o Moderno em Didática. 
 
Desafios didáticos 
 
Saber lidar com alunos em sala de aula, manter a harmonia no 
ambiente, concentração nas disciplinas ministradas e assimilação dos 
conteúdos são uma tarefa desafiadora para o professor. Isso por que a 
globalização, acompanhada da tecnologia, traz um envolvimento de distração 
ao discente em relação às atividades em sala de aula. 
 
 
 
http://www.itpac.br/arquivos/Revista/43/5.pdf-
 
29 
 
Mas como agir diante de tamanho desafio? 
 
 
De acordo Içami Tiba (2006), a aula deve ser como uma boa 
refeição, capaz de despertar o paladar, tem de ser saborosa, ter um cheiro 
atraente, que mesmo sem estar com fome, irá fazer o aluno querer provar, 
transformando essa degustação em algo inesquecível e saboroso. Do 
contrário, uma refeição malpreparada e desagradável ao olhar, faz com que 
o indivíduo não sinta vontade de comer, mesmo que esteja com fome, pode 
até provar, mas logo deixará de lado por não ser agradável. 
 
Diante disso, cabe ao professor buscar as ferramentas adequadas 
para atrair a atenção do aluno, despertando nele a vontade de aprender e 
continuar aprendendo. Os equipamentos audiovisuais auxiliam muito nesse 
caso, no entanto, não são suficientes. 
 
O planejamento, a metodologia, o diálogo, são essenciais para o 
sucesso da aula. Outra forma de atrair o aluno a participar dessa dialética 
ensino/aprendizagem é envolvê-lo na aula, perguntando sobre assuntos 
anteriores, fatos ocorridos na aula passada, falas colocadas em ênfase e 
argumentos convincentes ou não. Estimular nos alunos o desejo de assistir 
as próximas aulas, já antecipando algo interessante é fundamental, pois 
serve como aperitivo, despertando nele a vontade de participar da próxima 
discussão. 
 
 
Disponível em: https://youtu.be/seiw4gwsfYA-acesso23/05/2016 
 
- Vídeo Prof. Mário Cortella – 
 
 
 
https://youtu.be/seiw4gwsfYA-acesso23/05/2016
 
30 
 
Postura do Professor 
 
A postura do professor na sala de aula Estar aberto a indagações, 
questionamentos, à curiosidade dos alunos, faz do professor um ser que 
ensina, respeita, e não um ser que só transfere conhecimento. 
 
Segundo Freire (2006), o educador já não é apenas o que educa, 
mas o que , enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, 
ao ser educado, também educa. Nesse sentido, pode-se afirmar que a 
postura do professor na sala de aula deve ser democrática, de respeito 
mútuo e de flexibilidade em relação ao ponto de vista do aluno, sabendo 
associar sua mediação ao conhecimento dos discentes, ampliando esse 
conhecimento de forma a somar com o já adquirido pelo aluno no meio social 
em que vive. 
 
 
É importante saber qual é a visão do aluno em relação a um 
determinado assunto, pois é dessa forma que o professor mediador 
constituirá um caminho para ampliar esse ponto de vista ou até mesmo 
reverter essa ideia que poderá ser equivocada. Impor-se na sala de aula, 
como se fosse o detentor do conhecimento e o “dono do saber ou da razão”, 
não é o melhor caminho. 
 
O professor que age de forma imperativa, sem diálogo, sem ouvir as 
justificativas dos discentes, está influenciando-o a perder o interesse pela a 
aula. Sabe-se que há professores de postura imperativa e grotesca, onde 
quer mostrar para o aluno que ele é quem manda na sala de aula, deixando 
o aluno privado de aprender sobre determinado assunto por conta de um ou 
dois minutos de atraso, na maioria das vezes ele nem começou a apresentar 
o conteúdo e nem fez a chamada, mas mesmo assim, não permite a entrada 
do aluno na sala, alegando que se o mesmo tivesse interesse, estaria ali 
presente desde o início. 
 
 
31 
 
Práticas contraditórias 
 
Disponível em: https://youtu.be/msEmUDGYAzs-acessoem23/05/2016 
 
Na educação básica de ensino a postura do professor está voltada 
para uma forma de diálogo e de mediação. O aluno deve participar das 
aulas, tendo em vista que o docente ali presente não é o detentor do 
conhecimento e que a sua presença na aula é uma forma de incentivar o 
discente a desenvolver ou despertar o interesse pelos conteúdos e colocá-los 
em prática. Contudo, ao ingressar no ensino superior, a realidade é 
diferenciada da vivida por ele na educação básica. 
 
A forma de mediação dos assuntos desenvolvidos na sala de aula 
passa a responsabilizá-lo com mais ênfase, a cobrança por conhecimento de 
assuntos específicos são constantes, fazendo com que o aluno busque em 
tempo mínimo ao que era acostumado, a desenvolver hábitos e compromisso 
com a leitura. O problema é que se ele não está engajado nesse tipo de 
cobrança desde a educação básica, acabará abandonando a escola e não 
obtendo êxito de conclusão dos estudos. 
 
O fato relevante é que ainda há um enorme abismo em relação à 
didática aplicada no ensino básico para o ensino superior, dificultando o 
desempenho de alunos que não tiveram ensino de qualidade na educação 
básica ou que estudaram de forma muito restrita em relação aos conteúdos e 
métodos de ensino. Diante desse pressuposto, podese dizer que a maneira 
como a maioria dos alunos de escolas públicas chega ao ensino superior não 
lhes dão condições que acompanhar de forma eficaz os métodos de ensino 
do professor, pois infelizmente a didática aplicada por muitos desses 
docentes ainda tem muito do tradicionalismo. Não se afirma aqui que isso 
seja o principal problema da aprendizagem, mas que pode se tornar um 
grande problema quando a educação básica desse aluno foi aplicada com 
métodos opostos, mesmo que parcialmente, ao dos professores do ensino 
superior. 
https://youtu.be/msEmUDGYAzs-acessoem23/05/2016
 
32 
 
Métodos tradicionais 
 
Disponível em: https://youtu.be/YR5ApYxkU-U-acessoem23/05/2016 
 
- Clipe Pink Floyd – Another Brick In The wall. 
 
 
O método tradicional de ensino surgiu no século XVIII, a partir do 
Iluminismo. Tinha como principal objetivo expandir o acesso ao 
conhecimento. Esse método possui um modelo firmado e certa resistência 
para aceitar inovações. As escolas que adotam métodos tradicionais 
acreditam que a formação de um aluno criativo e crítico dependem da 
bagagem de informações adquiridas e de conhecimentos consolidados por 
eles. 
 
O professor é o transmissor e detentor do conhecimento e mantém 
certa distância do aluno, deixando-o como um ser passivo na sala de aula. 
As avaliações são periódicas, envolvendo provas com a função de “medir” a 
capacidade individual dos discentes, onde o quantitativo prevalece sobre o 
qualitativo. Pode-se afirmar que os métodos utilizados no ensino superior são 
parcialmente aplicados de forma tradicional, mesmo envolvendo um pouco 
de inovação como o uso de equipamentos tecnológicos, mas a postura de 
professores em relação à forma de avaliar, ainda provém muito do “medir” 
conhecimento. Segundo Mizukami (2001), na abordagem tradicional o aluno 
apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores; é 
instruído e ensinado pelo professor. Dessa forma a inteligência é concebida 
pelo acúmulo de informações. Os métodos tradicionais têm como objetivo a 
transmissão de conteúdos definidos, onde a variedade e a quantidade de 
noções, conceitos e informações prevaleçam sobre a formação do 
pensamento reflexivo. 
 
 
 
https://youtu.be/YR5ApYxkU-U-acessoem23/05/2016
 
33 
 
Professor reflexivo e pesquisador 
 
https://youtu.be/outmfB7-hzI-acessoem23/05/2016 
 
- Vídeo da Profa. Selma Garrido – PUC Santos Refletir significa pensar 
excessivamente, meditar sobre algo. 
 
 
O professor reflexivo é aquele que medita, pensa o seu fazer 
pedagógico e seus conceitos didáticos. Segundo CADAU(2000) [...] o 
educador nunca estará definitivamente “pronto”, formado, pois que sua 
preparação, sua maturação se faz no dia a dia, na mediação teórica sobre 
sua prática. 
 
A sua constante atualização se fará pela reflexão diurna sobre os 
dados de sua prática. Os âmbitos do conhecimento que lhe servem de base 
não deverão ser facetadas, estanques e isoladas de tratamento do seu objeto 
de ação: a educação. Mas serão, sim, formas de ver e compreender 
globalmente, na totalidade, o seu objeto de ação. (CADAU, 2000, p.89) A 
necessidade do professor repensar sua prática pedagógica é fundamental 
para a construção do conhecimento e problematização de hipóteses. O 
professor reflexivo vai além dos muros da escola, pesquisa, inova e 
transforma. 
 
Aplicar métodos inovadores na didática do ensino superior, como 
pesquisas voltadas para o meio social, partindo de sua realidade e 
abrangendo essas pesquisas para uma amplitude, desenvolverá no aluno 
uma capacidade crítica e reflexiva dos conteúdos assimilados. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante disso, cabeao professor buscar as 
ferramentas adequadas para atrair a atenção do aluno, despertando nele a 
vontade de aprender e continuar aprendendo. Os equipamentos audiovisuais 
auxiliam muito nesse caso, no entanto, não são suficientes. 
 
https://youtu.be/outmfB7-hzI-acessoem23/05/2016
 
34 
 
O planejamento, a metodologia, o diálogo, são essenciais para o 
sucesso da aula. Estar aberto a indagações, questionamentos, à curiosidade 
dos alunos, faz do professor um ser que ensina, respeita, e não um ser que 
só transfere conhecimento, a ação do professor precisa estar embasada 
também em fins pedagógicos de amplitude, pois trabalhar somente o meio 
social do aluno pode significar que a intenção da escola é aprisioná-lo numa 
realidade limitada, onde o mesmo não poderia ser nada além do que previsto 
por ela. É de fundamental importância trabalhar técnicas voltadas à realidade 
e meio social em que o aluno está inserido, porém não se deve focar 
somente nesse contexto, engessando a sua aprendizagem de forma a torná-
lo limitado em sua comunidade ou meio social. 
 
A aula deve ser atraente, planejada, participativa e acolhedora, pois 
avaliar o aluno através de métodos tradicionais pode lavá-lo ao fracasso, 
“medi-lo” por acúmulo de conteúdos supostamente armazenados não irá 
transformá-lo num ser crítico e reflexivo, mas transformá-lo em um ser 
mecanizado, robótico, onde o professor fala e o aluno na sua passividade 
acumula o que foi falado e armazena na mente para transmitir a outros da 
mesma maneira que foi transmitido a ele. 
É importante que seja construída uma visão crítica sobre a 
metodologia no processo de ensino- aprendizagem, conduzindo a pensar na 
necessidade da capacidade do professor em refletir em favor de uma 
metodologia que seja atrativa e interessante. 
 
Dessa forma, Zabala (1998) afirma que: As atividades de ensino 
devem promover aprendizagens mais significativas e funcionais possíveis, 
que tenham sentido e desencadeiem uma atitude favorável para realizá-las, 
que permitam o maior número de relações entre os distintos conteúdos, que 
constituam estruturas de conhecimento, por um lado. Por outro, devem 
facilitar a compreensão de uma realidade que nunca se apresenta 
compartimentada (p.186). 
 
Portanto, a didática do ensino superior traz práticas e desafios, onde 
 
35 
 
se faz necessário o desenvolvimento de ambientes de ensino- aprendizagem 
com condições para o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos, levando-
os a aprender de forma crítica e reflexiva. 
 
É importante também que o professor assuma a função de criar 
situações para momentos de questionamentos, desacomodações, 
propiciando situações de desafios a serem vencidos pelos alunos, para que 
possam construir conhecimentos e aprender além do seu meio social, com 
amplitude de conhecimentos onde não se sintam engessados à realidade 
fora do seu cotidiano. 
 
 
 
A Didática Moderna 
 
Na história da didática, também ocorreram momentos em que a 
importância do aprender predominou sobre o ensinar. O momento inicial 
deste predomínio dá-se com Rousseau, no século XVIII, para, em seguida, 
ser amplamente desenvolvido pelo movimento da Escola Nova, no século 
XX. 
A ênfase no “ser que aprende”, como paradigma para o ensino 
superior, altera o papel dos participantes do processo: “ao aprendiz cabe o 
papel central de sujeito que exerce as ações necessárias para que aconteça 
sua aprendizagem”. (MASETTO, 2003). 
 
A partir desta perspectiva, pergunta-se: Com quem se aprende? Com 
o professor. Este, porém, deixa de ser sujeito do processo de ensino 
aprendizagem. Torna-se “apenas um orientador e organizador das situações 
de ensino”. (PIMENTA; ANASTASIOU, 2005). 
 
O professor, hoje, é aquele que ensina o aluno a aprender e a 
ensinar a outrem o que aprendeu. · Elemento incentivador, orientador e 
controlador da aprendizagem. Porém, não se trata aqui de um ensinar 
 
36 
 
passivo, mas de um ensinar ativo, no qual o aluno é sujeito da ação, e não 
sujeito-paciente. 
 
Em última instância, fica evidente que o professor, agora, é o 
formador e, como tal, precisa ser autodidata, integrador, comunicador, 
questionador, criativo, colaborador, eficiente, flexível, gerador de 
conhecimento, difusor de informação e comprometido com as mudanças 
desta nova era. 
 
Segundo Vasconcelos (2000), para o professor tornar efetiva: A sua 
atuação profissional enquanto docente, não há como ignorar o fato de que o 
centro de toda e qualquer ação didático pedagógica está sempre no aluno e, 
mais precisamente, na aprendizagem que esse aluno venha a realizar. 
 
No desempenho adequado do papel do professor, o que não se pode 
deixar de cumprir são as funções inerentes ao exercício de uma docência 
produtiva. O professor, agora, tem o papel de coordenar as atividades, 
perceber como cada aluno se desenvolve e propor situações de 
aprendizagens significativas. Torna-se um orientador que remove obstáculos 
à aprendizagem, localiza e trabalha as dificuldades do aluno. 
Elabora aulas a partir das necessidades geradas e da interação 
acadêmico-professor, em sala de aula. Cabe a ele, como mediador dos 
saberes, dominar a estrutura dos conteúdos, construir a sua estrutura do 
saber e do saber fazer, de forma organizada, clara e significativa, e ver seus 
alunos sob outra perspectiva, bem como o trabalho conjunto entre colegas, 
que favorece também a ação do outro. 
 
Além de pensar na elaboração de aulas diferentes, o professor deve 
contextualizá- las incluindo-as em um planejamento de curso mais dinâmico 
e completo, fornecendo informação coerente e de forma clara e progressiva. 
De acordo com Gil, (2005): a preparação do professor universitário, no Brasil, 
é ainda bastante precária. 
 
 
37 
 
A maioria dos professores brasileiros, que lecionam em 
estabelecimentos de ensino superior, não passou por qualquer processo 
sistemático de formação pedagógica. Porém, esse cenário vem, aos poucos, 
sendo mudado. Há estabelecimentos de ensino superior isolados oferecendo 
cada vez mais cursos de Metodologia do Ensino Superior, em nível de 
especialização, para que o professor seja o elo entre o aprender e ensinar. 
 
O professor tem que se adaptar ao meio e tentar transmitir sua 
didática, partindo de um princípio onde o meio em que o aluno vive deve ser 
levado em conta, assim buscando sua cultura e sua realidade. Daí então o 
professor começa a apresentar para o aluno o mundo que ele não conhece 
(CANDAU, 1999). Na escola de hoje, o professor é um facilitador. Está mais 
próximo de seus alunos e aberto ao diálogo. Ele é o organizador do espaço 
da sala de aula, o conhecedor dos objetivos e dos conteúdos da disciplina. É 
o responsável pela escolha das técnicas mais adequadas para o correto 
desenvolvimento dos trabalhos didáticos. 
É o planejador das atividades discentes em sala. É o avaliador 
constante de todo esse processo. O professor, ao lançar um conhecimento 
novo, é aquele que, no início da aula, conversa com seus alunos, 
contextualiza o conteúdo a ser ensinado, dá muitos exemplos, questiona, 
instiga, enfim, seduz. Só então, juntamente com o aluno constrói o texto da 
matéria trabalhada, observando os caminhos que essa interação traçou. 
 
Como mediador do conhecimento, o professor tem a difícil missão de 
canalizar as informações necessárias para que os educandos possam 
apreender os conteúdos interdisciplinares que o ensino os oferece. Logo, o 
professor precisa se adaptar a realidade de seus educandos instigando o 
interesse de seus alunos pelas aulas. 
 
DIAZ BORDENAVE (2008), afirma: O professor moderno, 
responsável por sua função, solícito, inteligente, que todos queremos ter em 
nossas universidades, é aquele que cada dia está ensinando a seus alunos o 
caminho da biblioteca. O papel do professor será, então, o de desafiar, 
 
38 
 
estimular, ajudar os alunos na construção de uma relaçãocom o objeto de 
aprendizagem que, em algum nível, atenda a necessidade dos mesmos, 
auxiliando-os a tomar consciência das necessidades socialmente existentes 
numa formação universitária. 
 
Ser professor hoje (Gadotti, 2004) é viver intensamente o seu tempo, 
com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a 
humanidade sem professor. 
 
Eles não só transformam a informação em conhecimento e em 
consciência crítica, mas também formam pessoas. Eles fazem fluir o 
saber, porque constroem sentido para a vida dos seres humanos e para a 
humanidade, e buscam, numa visão emancipadora, um mundo mais 
humanizado, mais produtivo e mais saudável para a coletividade. Por isso 
eles são imprescindíveis. 
 
Nesta descrição do que deva ser o professor do século XXI, não tem 
mais espaço para professores donos de um saber, mas sós aqueles que 
tenham a humildade de ser também eles aprendizes e a única diferença que 
os separa de seus alunos é que eles professores são profissionais do ensino 
e por isso comprometidos com o aprender e o ensinar. Na escola de hoje, o 
foco muda de direção e o aluno passa a ser considerado o centro do 
processo de ensino-aprendizagem. 
 
De acordo com esse posicionamento, pode-se levantar a seguinte 
questão? Quem aprende? O aluno. Colaborador, participativo, ele, ao 
dominar solidamente os conteúdos que lhe são apresentados, percebe-se 
determinado e capaz de operar conscientemente mudanças na realidade. 
Busca informações, aprende a localizá-las, analisá-las. 
 
Relaciona estas novas informações com os conhecimentos 
anteriores, dando-lhes significado próprio. Redefine conclusões. Observa 
situações de campo e as registra. Trabalha com esses dados e procura 
 
39 
 
solucionar certos problemas. O aluno assume, agora, um papel 
explicitamente ativo. A aplicação da didática moderna tem possibilitado a 
formação de alunos que ultrapassam as barreiras da mera assimilação de 
conteúdos. São sujeitos mais críticos, opinativos, investigativos. 
 
A inserção do diálogo, em sala de aula, contribuiu em muito para a 
constituição de tal situação, visto que, nele, dá-se prioridade à forma como o 
aluno aprende, enfatizando a construção do conhecimento a partir das 
relações com a realidade. 
 
Um objetivo educacional é, na verdade, a tradução concreta para o 
aqui e o agora, para uma determinada situação, da finalidade da educação, 
ou seja, da promoção humana. 
 
De fato, tem-se argumentado que um objetivo fornecerá ao professor 
e ao estudante “alguma direção envolvendo o conteúdo e o processo mental 
que se espera que o aluno desenvolva” (BLOOM, 1963). 
 
É possível inferir que a didática tradicional, centrada na preocupação 
com o “ensinar”, continua predominando nas práticas pedagógicas do ensino 
superior, apesar do notável avanço da didática moderna, centrada na 
preocupação com a “aprendizagem”. 
 
Esta última, porém, tem seu desenvolvimento brecado por diversos 
entraves, dentre os quais, pode-se citar a influência de preconceitos 
pedagógicos tradicionais, a precária formação dos futuros docentes e as 
exigências, sobretudo quantitativas, do sistema educacional vigente, 
principalmente o brasileiro. Apesar disso, percebe-se que muitos docentes, 
de nível superior, preocupados com a aprendizagem de seus alunos, vêm 
inovando suas práticas, tornando suas aulas diferenciadas. São esses 
profissionais que, talvez, expressem melhor o grande desafio da educação 
superior atual: a constante inovação. 
 
 
40 
 
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