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DIDÁTICA 1 DIDÁTICA BELO HORIZONTE / MG DIDÁTICA 2 SUMÁRIO TÓPICO 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática ........................ 4 Tópico 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática .......................... 7 Aula 1. As considerações conceituais sobre didática ......................................................... 7 Aula 2. Do processo ensino-aprendizagem ........................................................................ 11 Aula 3. A importância da didática......................................................................................... 16 Tópico 2: O essencial da didática e o trabalho de professor .............................................. 20 Aula 1. A didática e o ensino ................................................................................................ 20 Aula 2. A linha histórica da didática ..................................................................................... 21 Aula 3. A Influência da psicologia da educação nas práticas didáticas ........................... 22 TÓPICO 3: A unidade entre a didática, as metodologias específicas das disciplinas e a prática de ensino ................................................................................................................. 26 Aula 1. As práticas de ensino .................................................................................................... 26 Aula 2. As metodologias ativas ................................................................................................ 28 Aula 3. A unidade entre didática, metodologia e as práticas de ensino ........................... 29 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 35 UNIDADE II - Didática do Ensino Superior ................................................................................ 39 Tópico 1. Considerações Gerais sobre didática ..................................................................... 39 • Aula 1. Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior ....................................... 39 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 41 DIDÁTICA 3 Tópico 1: A expansão do ensino superior .............................................................................. 42 Aula 1. Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior ............................... 42 Aula 2. O perfil do novo aluno no ensino superior .............................................................. 43 Aula 3. O ensino superior noturno ........................................................................................ 44 Tópico 2: A didática do ensino superior .................................................................................. 51 Aula 1. Considerações sobre didática .................................................................................. 51 Aula 2. A importância da didática no ensino superior ........................................................ 53 Aula 3. Sugestões hipotéticas de comportamento do docente no ensino superior ....... 55 Tópico 3: Os desafios da didática no ensino superior ......................................................... 58 Aula 1. A deficiência do ensino de base .............................................................................. 58 Aula 2. A abordagem no processo de ensino .................................................................... 59 Aula 3. Aperfeiçoamento dos métodos ................................................................................. 61 NOSSO RESUMO .................................................................................................................... 64 DIDÁTICA 4 UNIDADE I - Didática geral Objetivos de aprendizagem: • Conceituar didática; • Identificar a importância da didática para o sistema do ensino aprendizagem; • Analisar a relação entre didática e pedagogia. PLANO DE ESTUDO TÓPICO 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática • Aula 1. O conceito de didática • Aula 2. Do processo ensino e aprendizagem • Aula 3. A importância da didática TÓPICO 2: O essencial da didática e o trabalho de professor • Aula 1. A didática e o ensino • Aula 2. A linha histórica da didática • Aula 3. A Influência da psicologia da educação nas práticas didáticas TÓPICO 3: A unidade entre a didática, as metodologias específicas das disciplinas e a prática de ensino • Aula 1. As práticas de ensino • Aula 2. As metodologias ativas • Aula 3. A unidade entre didática, metodologia e as práticas de ensino Conversa Inicial Querido (a) aluno (a), neste módulo abordaremos as questões relacionadas com a didática. É importante que você se dedique ao estudo, pois a didática de ensino é entendida, em síntese, como um processo pedagógico que estuda os objetos, as condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. E, deve-se, portanto, pensar na didática como DIDÁTICA 5 elemento de substancial importância para o desenvolvimento das atividades no âmbito da educação. Nesse sentido, no momento em que há disposição para o processo de construção do conhecimento através da relação ensino-aprendizagem, buscar-se-á a compreensão dos mecanismos para a aplicação do conhecimento apreendido. E, sendo assim, o referido processo só será possível de ser construído através da compreensão dos caminhos que se destinam a construção do ensino-aprendizagem. E, portanto, observa-se, que o professor não poderá se limitar apenas ao conhecimento do conteúdo, mas também, deverá dominar o processo de transferência de conhecimento, questão que só pode ser apresentada a partir da compreensão da didática. Nesse sentido, para que seja possível compreender os elementos que se referem ao sistema apresentado pela didática, faz-se necessário observar os seguintes instrumentos técnicos, quais sejam: Objetivo Geral Analisar os elementos necessários para a compreensão das questões que se referem à didática geral. Objetivos Específicos Conceituar didática; Identificar a importância da didática para o sistema do ensino aprendizagem; Analisar a relação entre didática e pedagogia. Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a didática! Bons estudos e sucesso! INTRODUÇÃO Olá, caro (a) aluno (a)! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade de estudos, sob o título de Didática. Antes de tudo, precisaremos compreender a conceituação de didática, onde será possível apreender que vem a ser uma disciplina pedagógica que estuda os objetos, as condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. DIDÁTICA 6 No início desta unidade, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais a respeito da didática como elemento de substancial importância para o desenvolvimento das atividades ensino-aprendizagem. Nosso foco, como se pode apreender do título, é o conhecimento e aplicação dos conceitos sobre Didática e, além de conhecer mais profundamente a respeito dos elementos pedagógicos, observa-se também a importância da didática no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, será parte da presente unidade o desenvolvimento dos estudos sobre a relação da didática, o ensino e a pedagogia. E,por fim, serão apresentados também, os elementos essenciais para a construção da relação entre didática e professor, visto que, o professor para além da compreensão do conteúdo, deverá ter também o entendimento acerca dos caminhos que deve buscar para atingir o objetivo. Tópico 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática Na presente aula inicia-se o processo de reflexão acentuada acerca das relações instrumentais inerentes ao processo da didática. Observa-se que, o processo de didática como instrumento a ser utilizado pelo docente em sala de aula, instrui e apresenta caminhos adequados para o desenvolvimento das atividades pelo docente. Portanto, será importante partir de um estudo que se deriva da etimologia da palavra didática a partir dos seguintes passos: conceituar a didática a partir de elementos caracterizadores que irão nortear a compreensão, funcionalidade e objetivo do instrumento didático, no sentido de compreender a importância do uso da didática no desenvolvimento das atividades acadêmicas. Aula 1. As considerações conceituais sobre didática A Didática é uma disciplina pedagógica que estuda os objetos, as condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da disciplina de ensino decorrem da ciência que lhes servem de base. A disciplina de ensino implica numa seleção de conhecimentos pautada por critérios pedagógicos e didáticos; do mesmo modo, os métodos da ciência e os métodos de ensino são conexos, não idênticos, porque a atividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe é peculiar, distinguindo-se daquela que ocorre na atividade científica (LIBÂNEO, 1994). O ensino está associado ao processo de transmissão de saberes, cabe à Didática adequar os elementos do planejamento de ensino e os procedimentos e técnicas necessários para ensinar. Não basta conhecer bem a ciência, nem os conhecimentos a serem transmitidos, porque o método de ensino decorre do conteúdo e da forma de investigação da ciência que é ensinada. Esta posição mostra um reducionismo do campo de estudos da DIDÁTICA 7 Didática, tomando-a como disciplina prescritiva de métodos e técnicas (FONSECA; FONSECA, 2016). A ciência da educação constitui uma tarefa da pedagogia para conhecer e explicitar as diversas configurações que a educação se manifesta, enquanto prática social, bem como, a contribuição que ela pode dar visando definir rumos para a sociedade. Surge a Didática enquanto ciência, que tem como objeto de estudo o ensino e aprendizagem (FRONZA- MARTINS, 2009). O foco da didática incide no estudo do conhecimento, dos processos de ensino e aprendizagem, na investigação de possibilidades, de estruturação e funcionamento das diferentes dimensões dos conhecimentos, com objetivo de criar probabilidades de ensinar e aprender (MARIN, 2011). Compreender o objeto de estudo da didática, envolve a interiorização de quaisquer propostas didáticas que, implicitamente ou explicitamente partem de duas concepções básicas. Por um lado, uma concepção de ensino e aprendizagem que relacione e articule as dimensões: humana técnica e político-social e por outro lado, uma concepção que valorize as diferentes maneiras de ensinar que integram o saber, o fazer e o ser; a racionalidade e a sensibilidade; a teoria e o tecnológico de que resultam em novos modos de pensar e de aprender. O desafio da didática na atualidade é superar a uma dimensão técnica propondo alterações na maneira de agir e pensar do docente (MARIN, 2011). Nesse sentido, cabe ao professor tentar compreender as percepções inerentes a condição humana, ou seja, o professor deverá ter conhecimento da maneira como irá trabalhar dentro das perspectivas de comunicação do indivíduo. Pois, sem esta noção, tornam-se inábil para desenvolver didáticas articuladas e contextualizadas com os problemas, desafios, questões relacionadas aos conteúdos e condições para se conseguir uma aprendizagem significativa. A metodologia do ensino é uma questão metodológica e também a inserção do professor na prática escolar, mediante a pesquisa-ação (MARIN, 2011). E, em virtude da educação, ser considerada como um objeto de substancial importância dentro da prática da pedagogia, visto que é elemento essencial para o desenvolvimento da sociedade, pois vislumbra o caminho seguro para a formação elementar da população, a didática se transforma no vetor indisponível para atingir o objetivo de uma educação de qualidade através de métodos de ensino e aprendizagem. Suponha que a professora Maria, doutora em psicologia da aprendizagem é contratada por uma Universidade para lecionar a disciplina de formação de professores. No processo de contratação da referida professora, o meio utilizado para selecionar a candidata, foi tão somente a análise curricular dos candidatos, deixando, portanto de se utilizar da aula como averiguação dos dotes didáticos que devem ser apresentados pelo professor. E, sabendo que a Didática, segundo Marin (2011) é um elemento exclusivo da pedagogia que se refere ao conteúdo do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento, pode ser observado, portanto, um equívoco por parte da comissão de seleção, visto que a contratação se deu, tão somente através da análise dos métodos curriculares e, não, analisando amplamente as competências da professora. DIDÁTICA 8 Dessa maneira, para evitar a dissonância entre o plano do ensino e da aprendizagem, a partir de uma possibilidade em que o professor não dispõe de competência procedimental para desenvolver as atividades intrínsecas a condição do professor, se limitando apenas aos critérios materiais, ou seja, a competência material é importante que não apenas Maria, mas todas as pessoas que desejam desenvolver a atividade docente tenham ou busquem o aperfeiçoamento profissional. PARA VOCÊ REFLETIR O PROCESSO DE INTERIORIZAÇÃO OU APROPRIAÇÃO TEM AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS Desenvolvimento mental dos alunos Dependem da transmissão-apropriação de conhecimentos, habilidades, valores, que vão sendo constituídos na história da humanidade Propiciar aos alunos os meios de domínio dos conceitos Modos próprios de pensar e de atuar da matéria ensinada, de modo a formar capacidades intelectuais com base nos procedimentos lógicos e investigativos da ciência ensinada Intervenção mental A ação de ensinar, mais do que “passar conteúdo”, consiste em intervir no processo mental de formação de conceitos por parte dos alunos, com base na matéria ensinada. Figura 01- Relação em Construção: Professor x Aluno. Fonte: banco de imagens, 2018. DIDÁTICA 9 Objetivos e razões pessoais As relações intersubjetivas na sala de aula implicam, necessariamente, a compreensão dos motivos dos alunos Situações de cooperação/interlocução/diálogo Chance de formular e opera com conceitos A ação didática ocorre na relação ensino e aprendizagem, para melhor compreensão e aplicação, são necessários subsídios teóricos e práticos, pois, ao tratar da ação docente, a didática compreende também métodos que sugerem organização de estratégias para o ensino. O professor, ao lançar mão de uma determinada técnica para desenvolver o processo de ensinar, não está trazendo para a sua sala de aula apenas técnica, mas toda uma teoria que a sustenta (SOUZA; SANTO, 2013). PARA VOCÊ LER MAIS Não é de hoje que a formação de professores tem sido interpelada, a começar pela própria área, a responder mais enfaticamente às exigências relativas ao trabalho docente. Diante de contextos sociais e culturais diversificados, professores em formação e em atuação são instados ao cumprimento de sua responsabilidade profissionalà frente de processos de formação humana, habilitando os seus alunos à compreensão do mundo e ao agir social. Tal demanda se dá em um cenário social, cultural e educacional diverso, porém desigual e instável, e, por isso, exigente de intervenções pedagógicas favorecedoras de aprendizagens efetivas tanto cognitivas quanto sócio afetivas (CRUZ, 2018). Para ler mais sobre Didática e formação de professores acessarem o texto de autora de Giseli Barreto da Cruz através do endereço indicado no link http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf Fonte: Elaborado pela autora, 2018. http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf DIDÁTICA 10 PARA VOCÊ SABER Brasil: 50% dos professores não tem didática para tudo que ensinam. “Quatro em cada dez professores brasileiros não tiveram formação para a prática de sala de aula para todas as matérias que ensinam durante a faculdade. Isso significa que eles não aprenderam a lidar com problemas de indisciplina ou como trabalhar com adolescentes, por exemplo, com adolescentes, por exemplo.”. Leia reportagem completa de Karina Yamamoto através do link através do endereço: https://educacao.uol.com.br/noticias/2014/06/25/brasil-50-dos-professoresnaotemdidatica- para-tudo-que-ensinam.htm. Através do ensino, podemos compreender que o ato de aprender é o ato no qual assimilamos mentalmente os fatos e as relações da natureza e da sociedade. Esse processo de assimilação de conhecimentos é resultado da reflexão proporcionada pela percepção prático-sensorial e pelas ações mentais que caracterizam o pensamento. Entendida como fundamental no processo de ensino a assimilação ativa desenvolve no indivíduo a capacidade de lógica e raciocínio, facilitando o processo de aprendizagem do aluno (LIBÂNEO, 2002). Aula 2. Do processo ensino-aprendizagem O ensino pode ser visto como uma sequência de tomadas de decisões pelo professor. E esse ato de decidir representa um momento muito importante da atividade do professor. Por esta razão a problemática da tomada de decisões pelo professor desperta cada vez mais o interesse de pesquisadores da área da educação e, em particular, de Didática (KRÜGER; ENSSLIN, 2013). Dessa maneira, podemos compreender que a educação compreende o conjunto dos processos, influências, estruturas, ações, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando à formação do ser humano, pois é uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma configuração à nossa existência humana individual e grupal (LIBANEO, 2002). Por isso, torna-se de substancial importância o papel do educador, pois irá apresentar de maneira adequada o conteúdo para o aluno em sala de aula. Por isso, as estratégias no sentido de alcançar o objetivo final, qual seja, a compreensão do conteúdo, se tornam essenciais. A reflexão-na-ação é um processo de extraordinária riqueza na formação do profissional prático. Pode considerar-se o primeiro espaço de confrontação empírica com a realidade problemática, a partir de um conjunto de esquemas teóricos e de convicções implícitas do profissional. Quando o profissional se revela flexível e aberto ao cenário DIDÁTICA 11 complexo de interações da prática, a reflexão-na-ação é o melhor instrumento de aprendizagem. No contato com a situação prática, não só se adquirem novas teorias, esquemas e conceitos, como se aprende o próprio processo dialético da aprendizagem (GOMES, 1997). A Didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa. Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe segurança profissional. Essa segurança ou competência profissional é muito importante, mas é insuficiente. Além dos objetivos da disciplina, dos conteúdos, dos métodos e das formas de organização do ensino, é preciso que o professor tenha clareza das finalidades que tem em mente na educação das crianças (LIBÂNEO, 2002). A atividade docente tem a ver diretamente com o “para quê educar”, pois a educação se realiza numa sociedade formada por grupos sociais que têm uma visão distinta de finalidades educativas. Há grupos que se identificam com as necessidades e aspirações do povo que desejam uma educação que contribua para formar crianças e jovens capazes de compreender criticamente as realidades sociais e de se colocarem como sujeitos ativos na tarefa de construção de uma sociedade mais humana e mais igualitária (LIBÂNEO, 2002). A Didática, portanto, trata dos objetivos, condições e meios de realização do processo de ensino, ligando meios pedagógico-didáticos a objetivos sócio-políticos. Não há técnica pedagógica sem uma concepção de homem e de sociedade, como não há concepção de homem e sociedade sem uma competência técnica para realizá-la educacionalmente. Por isso, o planejamento do ensino deve começar com propósitos claros sobre as finalidades do ensino na preparação dos alunos para a vida social: que objetivos mais amplos queremos atingir com o nosso trabalho, qual o significado social das matérias que ensinamos, o que pretendemos fazer para que meus alunos reais e concretos possam tirar proveito da escola etc. As finalidades ou objetivos gerais que o professor deseja atingir vão orientar a seleção e organização de conteúdos e métodos e das atividades propostas aos alunos. Essa função orientadora dos objetivos vai aparecer a cada aula, perpassando todo o ano letivo (LIBÂNEO, 2002). PARA VOCÊ REFLETIR Uma das maiores dificuldades do professor em sala de aula é conseguir envolver o aluno no processo de ensino e aprendizagem e, portanto, afastar qualquer possibilidade de interrupção, ou seja, criação de obstáculos que venham a descontruir o processo de assimilar o conteúdo por parte dos alunos. DIDÁTICA 12 Entretanto, nem sempre a turma está aberta para a concretização do processo de ensino e aprendizagem, gerando, de certa forma, um desconforto significativo não apenas para o professor, visto se sentir desafiado a buscar métodos mais adequadosque possam surtir efeitos mais significativos, mas também para os alunos, pois eles poderão construir uma aversão à disciplina ministrada e, ainda, a própria figura do professor. Destaca-se, portanto, uma pergunta problema: Como combater a indisciplina em sala de aula? Sugere-se que, para alcançar uma solução adequada, você analise o infográfico a seguir e tente compreender as estratégias que o professor deve utilizar para realização de um adequado sistema de gestão de sala de aula. Infográfico elaborado pela autora a partir de informações coletadas de (GAZOLA, sd) disponíveis em: https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ PARA VOCÊ SABER MAIS A indisciplina é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos educadores para desenvolverem o trabalho pedagógico. Os conflitos em sala de aula caracterizam-se pelo descumprimento de ordens e pela falta de limites como, por exemplo: falar durante as aulas o tempo todo, não levar material necessário, ficar em pé, interromper o professor, gritar, andar pela sala, jogar papeizinhos nos colegas e no professor, dentre outras atitudes que impedem os docentes de ministrar aulas mais qualidade (BENETTE; COSTA, 2008). Disciplinar significaria educar tanto para o adestramento pessoal como no alargamento das possibilidades de assimilação dos bens culturais. As normas disciplinares são dadas como conquista da civilização e disciplina escolar como aquele que se propõe a manter a ordem e garantir o aproveitamento dos alunos (FONSECA; FONSECA, 2016). Dessa maneira, para se combater a indisciplina, o professor deve se utilizar de estratégias de gestão para se identifique a solução adequada. A figura representativa abaixo apresenta os métodos que devem ser utilizados para a gestão da disciplina em sala de aula. https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/ DIDÁTICA 13 A indisciplina identificada em sala de aula pode ser combatida através de intervenções com medidas positivas, ou seja, o reforço positivo. Nesse sentido, cabe ao professor valorar de maneira significativa o bom comportamento do aluno, mesmo que mínimo e, contornar implicitamente o comportamento que não condiz com às necessidades de uma sala de aula. Sendo assim, o referido reforço positivo se torna mais favorável do que a intervenção punitiva. Infográfico produzido pela autora a partir de informações de (AVANZI, 2009) disponíveis em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina Fonte: elaborado pela autora, 2018. https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina DIDÁTICA 14 No processo ensino-aprendizagem o professor precisa ficar atento à sua metodologia no ensinar. A metodologia científica é capaz de proporcionar uma compreensão e análise do mundo através da construção do conhecimento. O conhecimento só acontece quando o estudante transita pelos caminhos do saber, tendo como protagonismo deste processo o conjunto ensino/aprendizagem. Pode-se relacionar então metodologia com o “caminho de estudo a ser percorrido” e ciência com “o saber alcançado” (PRAÇA, 2015). Aula 3. A importância da didática Se a atividade de ensino-aprendizagem (instrução) é a que promove e amplia o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos, trata-se de buscar tais capacidades nos procedimentos lógicos e investigativos que deram origem ao conhecimento científico do qual deriva a matéria ensinada. [...] A culminância da aprendizagem é a consolidação do método de pensar por conceitos teóricos das ciências, o que é possibilitado aos alunos por um ensino que leve ao processo de interiorização desses conceitos como meios da sua atividade interna para lidar com a realidade (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016). O conhecimento que a pessoa carrega influencia a aprendizagem de novos conceitos e informações, como também, voltando o que foi dito, a forma com que o material será organizado e contextualizado para o ensino. Pois é muito mais simples recordar de um acontecimento feliz de nossa infância que aconteceu a vários anos, por exemplo, uma brincadeira com amigos que era prazerosa e estimulante, do que a aula de línguas da semana passada. Isso se dá pela forma que sucedeu e pelo prazer sentido (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016). A didática vem dar apoio ao focar no prazer educativo, ou melhor dizendo, a forma de envolver o discente pelo sentimento e importância do aprender, desde o momento em que enfrenta o seu assento dentro da sala de aula, até quando retorna para casa com vontade e busca por aprender mais (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016). O verdadeiro educador é aquele que através de qualquer que seja a metodologia e/ou método utilizado elucida seu educando o que ele precisa saber para se tornar individualmente um cidadão de caráter. Portanto, não é só tentar impor e impregnar as pessoas de informações e preceitos, mas sim, contribuir para o crescimento pessoal do educando, com o objetivo de conseguir através do ensino a evolução do homem (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016). PARA VOCÊ REFLETIR A sala de aula não pode ser o espaço apenas de instruir, isto é, transmitir conhecimento, formar o erudito, mas sim ensinar, marcar profundamente com sinais e chegar a um verdadeiro educar. Para o aluno ser educado, é necessário que realize as qualidades que perfazem seu próprio eu, que realize valores dentro de si. Educar é despertar no educando aqueles elementos positivos que nele se acham adormecidos, como verdade, justiça, amor, solidariedade e liberdade(BERTAN; ROCHA e BECHARA, 2000). DIDÁTICA 15 A educação em valores, que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e nas organizações sociais, é uma questão fundamental da sociedade atual, imersa numa rede complexa de situações e fenômenos que exige, a cada dia, intervenções sistemáticas e planejadas dos profissionais da educação escolar (CONSTRUIR, 2013). Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido, historicamente, a instituição escolhida pelo Estado e pela família como o melhor lugar para o ensino– aprendizagem dos valores, de modo a cumprir, em se tratando de educação para a vida em sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mundo do trabalho (CONSTRUIR, 2013). PARA VOCÊ SABER MAIS A educação em valores está presente em todas as disciplinas do currículo escolar. Para educar em valores, é necessário que o professor organize seu plano de ensino em atividades lúdicas, reflexivas e conceituais sobre temas transversais. Apontaremos, na tabela da página seguinte, dez temas transversais, por ordem alfabética, com seus conceitos básicos, que podem ser trabalhados na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Para saber um pouco mais sobre a prática dos valores na escola, acesse o conteúdo da Construir Notícias pelo endereço através do link http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/. 1. Autonomia Refere-se ao valor que reconhece o direito de um indivíduo tomar decisões livremente, ter sua liberdade, independência moral ou intelectual. É a capacidade apresentada pela vontade humana de se autodeterminar segundo uma norma moral por ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou externo. 2. Capacidade de convivência Valor que desenvolve no educando a capacidade de viver em comunidade, na escola, na família, nas igrejas, nos parques, enfim, em todos os lugares onde se concentram pessoas, de modo a garantir uma coexistência interpessoal harmoniosa. 3. Diálogo Valor que reconhece na fala um momento de interação entre dois ou mais indivíduos, em busca de um acordo. 4. Dignidade da pessoa humana Valor absoluto que tem cada ser humano. A pessoa é fim, não meio. A pessoa tem valor, não preço. 5. Igualdade de direitos Valor inspirado no princípio segundo o qual todos os homens são submetidos à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações. DIDÁTICA 16 6. Justiça Entre os temas transversais, é o valor mais forte. No educando, manifesta-se quando o mesmo é capaz de perceber ou avaliar aquilo que é direito, que é justo. É princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado. 7. Participação social Valor que se desenvolve no educando à medida que o torna parte da vida em sociedade e leva-o a compartilhar com os demais membros da comunidade conflitos, aflições e aspirações comuns. 8. Respeito mútuo Valor que leva alguém a tratar outrem com grande atenção, profunda deferência, consideração e reverência. A reação de outrem será no mesmo nível: o respeito mútuo. 9. Solidariedade Valor que se manifesta no compromisso pelo qual as pessoas se ajudam umas às outras e, cada uma delas, a todas, particularmente diante dos pobres, dos desprotegidos, dos que sofrem, dos injustiçados, com o intuito de confortar, consolar e oferecer ajuda. 10. Tolerância Valor que se manifesta na tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas. A SOLIDARIEDADE É UM DOS PRINCIPAIS VALORES HUMANOS. Em um mundo cada vez mais violento e individualizado, a escola e o corpo docente tem o dever de tentar promover uma reflexão com os alunos sobre os valores humanos, que andam esquecidos pela maioria da sociedade, especialmente pelos jovens. Esse tipo de reflexão pode ser feito por qualquer professor, seja qual for sua formação (FREITAS, 2014). A sociedade atual tem produzido indivíduos que não possuem apreço e respeito à vida. A violência não tem como autores somente criminosos de classes excluídas, existem pessoas de camadas sociais elevadas que promovem deploráveis atos dessa natureza (FREITAS, 2014). Diante dessa realidade, os educadores podem trabalhar temas em sala como o respeito à: vida, natureza, raças, etnias, cultura, origem, entres outras; destacando que as pessoas são diferentes, mas que cada uma possui sua identidade e carrega consigo uma história de vida. Outro tema a ser abordado é a equidade, termo que está vinculado à igualdade e justiça entre todas as camadas sociais, até porque grande parte das constituições dos países espalhados pelo mundo afirma que todos são iguais perante a lei (FREITAS, 2014). A didática é considerada arte e ciência do ensino, ela não objetiva apenas conhecer por conhecer, mas procura aplicar seus princípios com a finalidade de desenvolver no indivíduo as habilidades cognitivas para torná-los críticos e reflexivos (SANTOS et al, 2014). Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/ DIDÁTICA 17 É dever de o professor garantir uma relação didática entre ensino e aprendizagem, tendo em mente a formação individual da personalidade do aluno. Por meio da aula o docente organiza esse processo de ensino e transmite aos alunos o conhecimento adquirido durante seu processo de formação (SANTOS et al, 2014). O trabalho docente é parte integral do processo educativo aos quais os indivíduos são preparados para viver em sociedade, o educador deve formar alunos que sejam cidadãos ativos, reflexivos, críticos e participativos na sociedade em que vivem. A didática tem grande relevância no processo educativo de ensino e aprendizagem, pois ela auxilia o docente a desenvolver métodos que favoreça o desenvolvimento de habilidades cognoscitivas tornando mais fácil o processo de aprendizagem dos indivíduos (SANTOS et al, 2014). Tópico 2: O essencial da didática e o trabalho de professor Aula 1. A didática e o ensino Ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. Dessa forma, o ensino, que é o objeto de estudo da Didática, não pode ser tratado apenas levando em consideração o professor, mas também, deve-se considerar a aprendizagem por parte do aluno. A Didática é o estudo do processo de ensino e aprendizagem e, portanto, enfatiza a relação professor aluno (HAYDT, 2006). A Didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa. Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe segurança profissional (LIBÂNEO, 2002). Essa segurança ou competência profissional é muito importante, mas é insuficiente. Além dos objetivos da disciplina, dos conteúdos, dos métodos e das formas de organização do ensino, é preciso que o professor tenha clareza das finalidades que tem em mente na educação das crianças (LIBÂNEO, 2002). O papel do professor, portanto é o de planejar, selecionar e organizar os conteúdos, programar tarefas, criar condições de estudo dentro da classe, incentivar os alunos, ou seja, o professor dirige as atividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem. Não há ensino verdadeiro se os alunos não desenvolvem suas capacidades e habilidades mentais, se não assimilam pessoal e ativamente os conhecimentos ou se não dão conta de aplica-los, seja nosexercícios e verificações feitos em classe, seja na prática da vida (LIBÂNEO, 2002). DIDÁTICA 18 Aula 2. A linha histórica da didática A evolução histórica da Didática nos mostra que até o início do século XIX, predominou-se na prática escolar uma aprendizagem do tipo passivo e receptivo, ou seja, aprender era basicamente memorizar. Essa forma de ensino baseava-se na concepção de que o aluno era como um papel em branco sem nada escrito onde tudo podia ser impresso. O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse literalmente as frases e palavras decoradas (HAYDT, 2006). Ao longo dos séculos, os filósofos e educadores visando tornar o ensino mais estimulante e adaptado aos interesses dos alunos, criaram algumas teorias que tentavam explicar como o ser humano é capaz de apreender e assimilar o mundo que o circunda. Com base nessas teorias do conhecimento, alguns princípios didáticos foram formulados, tais como: Sócrates (século V a.C.) acreditava que o saber, o conhecimento, é uma descoberta que a própria pessoa realiza, portanto, a função do mestre é apenas ajudar o discípulo descobrir, por si mesmo, a verdade; Comenius (1592-1670) valorizava o processo indutivo como sendo a melhor forma de chegar ao conhecimento generalizado; Pestalozzi (1746- 1827) defendia a doutrina dos naturalistas que acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Comenius (15921670) Pestalozzi (1746-1827) Herbart (1776-1841) dizia que a característica fundamental do ser humano era a sua capacidade de assimilação, portanto, ao nascer o ser humano não é bom e nem mal, mas irá desenvolver para um lado ou para o outro a partir das influências externas, das representações formadas e de suas combinações; Dewey (1859-1952) mostra que o conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à experiência, ou seja, o saber é um meio para ajudar o homem na sua existência, na sua vida prática (HAYDT, 2006). Figura: O professor como um dos protagonistas em sala. Fonte: banco de imagens, 2018. DIDÁTICA 19 Esses educadores e filósofos, bem como outros pensadores, defenderam a necessidade de se rever os processos de ensino e aprendizagem, por isso suas obras representam verdadeiros marcos que repercutiram diretamente no campo da Didática, principalmente, pelo fato de todos esses educadores tentarem fazer com que a reforma do ensino não ficasse restrita a uma elite, mas fosse estendida a parcelas cada vez maiores da população. Ou seja, eles acreditavam na educação popular (HAYDT, 2006). Para que a concepção de Educação ou de Didática não envelheçam, é preciso analisar, constantemente, sob nova luz, os conceitos conhecidos e a prática social atual, ou seja, é preciso refletir regularmente a respeito das ações e estratégias desenvolvidas no cotidiano escolar, tendo como referência as mudanças percebidas na sociedade (LIBÂNEO, 2006). De acordo com Penin (2006), o mundo contemporâneo exige dos educadores novos objetivos, novas habilidades cognitivas, mais capacidade de pensamento abstrato e flexibilidade de raciocínio, capacidade de percepção de mudanças. (PENIN, 2006). Dewey (18591952) Aula 3. A Influência da psicologia da educação nas práticas didáticas O papel da Psicologia é investigar as modificações que ocorrem nos processos envolvidos na relação do indivíduo com o mundo (cognitivos, emocionais, afetivos etc.), analisando os seus mecanismos básicos. Para realizar sua proposta, a Psicologia interage com outras ciências tais como a Medicina, a Biologia, a Filosofia, a Genética, a Antropologia, a Sociologia, além da Pedagogia. Estes ramos do conhecimento estão imbricados uns nos outros, de tal forma que, muitas vezes, é difícil saber em que domínio se está atuando. [...]. Ao se dedicar ao estudo de tantos e diferentes aspectos, a Psicologia acaba por desenvolver campos de investigação mais específicos e delimitados. Importam, para a Educação, os Sócrates ( Século V a.C.) Pestalozzi (1746 - 1827) Fonte: elaborada pela autora, 2018. DIDÁTICA 20 conhecimentos advindos da Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, áreas específicas da ciência psicológica (DAVIS; OLIVEIRA, 1997). Os processos didático-pedagógicos e metodológicos envolvidos na organização do currículo e planejamento de ensino do conhecimento sistematizado pelas escolas e IES – Instituições de Ensino Superior, a serem mediados pelo professor, não podem prescindir das contribuições da Psicologia da Educação, e todos os seus fundamentos a respeito da relação entre desenvolvimento e aprendizagem, pensamento e linguagem, dentre outros, do aluno, bem como do professor (SOBRAL, 2017). Os conteúdos relacionados à Psicologia da Educação contribuem com a didática e prática de ensino do professor na medida em que informam a ele sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos seres humanos, isto é, o seu próprio processo e os de seus alunos, possibilitando uma capacidade de autoconhecimento pessoal e profissional. Tal fato tem a chance de promover a identificação do docente com sua profissão e, consequentemente, uma ampliação e um aprimoramento de suas atividades pedagógicas (SOBRAL, 2017). PARA VOCÊ REFLETIR A multidimensionalidade do processo ensino-aprendizagem, ressaltando a necessidade de articular as dimensões humana, técnica e sociopolítica do fenômeno educativo; b) a contextualização da prática pedagógica; c) a explicação e análise dos pressupostos que fundamentam as diferentes abordagens de ensino; e d) a reflexão sobre experiências concretas, procurando trabalhar continuamente a relação teoria-prática (ANDRÉ, 2006). Figura 04 – Ambientes de aprendizado. Fonte: banco de imagens, 2018. DIDÁTICA 21 PARA VOCÊ SABER MAIS A Didática é uma disciplina eminentemente pedagógica e opera a interligação entre teoria e prática. Ela tem como objeto de estudo o processo de ensino na sua globalidade, ou seja, envolvem condições e meios de direção, princípios, finalidades, conteúdos, objetivos, métodos e organização do ensino e da aprendizagem. Nesse sentido, podemos entender a Didática como a disciplina que define a direção do processo de ensinar e unifica a atividade teórica e a atividade prática (METZNER, 2011). O processo de ensino deve estimular o desejo e o gosto pelo estudo, mostrando assim a importância do conhecimento para a vida e o trabalho, (LIBÂNEO, 1994). Nesse processo o professor deve criar situações que estimule o indivíduo a pensar, analisar e relacionar os aspectos estudados com a realidade que vive. Essa realização consciente das tarefas de ensino e aprendizagem é uma fonte de convicções, princípios e ações que irão relacionar as práticas educativas dos alunos, propondo situações reais que faça com que os indivíduos reflitam e analise de acordo com sua realidade (TAVARES, 2011). Ensino Didática Aprendiz agem Fonte: elaborada pela autora com base em ANDRE (2006) DIDÁTICA 22 A aula é a forma predominante pela qual é organizado o processo de ensino e aprendizagem. É o meio pelo qual o professor transmite aos seus alunos os conhecimentos adquiridos no seu processo de formação, experiências de vida, conteúdos específicos para a superação de dificuldades e meios para a construção de seu próprio conhecimento, nesse sentido sendo protagonista de sua formação humana e escolar (SANTOS et al, 2014). É ainda o espaço de interação entre o professore o indivíduo em formação constituindo um espaço de troca mútua. A aula é o ambiente propício para se pensar, criar, desenvolver e aprimorar conhecimentos, habilidades, atitudes e conceitos, é também onde surgem os questionamentos, indagações e respostas, em uma busca ativa pelo esclarecimento e entendimento acerca desses questionamentos e investigações (SANTOS et al, 2014). Por intermédio de um conjunto de métodos, o educador busca melhor transmitir os conteúdos, ensinamentos e conhecimentos de uma disciplina, utilizando-se dos recursos disponíveis e das habilidades que possui para infundir no aluno o desejo pelo saber (SANTOS et al, 2014). TÓPICO 3: A unidade entre a didática, as metodologias específicas das disciplinas e a prática de ensino Aula 1. As práticas de ensino A pedagogia e suas práticas são da ordem das práxis; assim, ocorrem em meio a processos que estruturam a vida e a existência. A pedagogia caminha por entre culturas, subjetividades, sujeitos e práticas. Caminha pela escola, mas a antecede, acompanha-a e caminha além. A didática possui uma abrangência menor, mais focada nos processos escolares dentro das salas de aula. A pedagogia coloca intencionalidades, projetos alargados; a didática compromete-se a dar conta daquilo que se instituiu chamar de “saberes escolares”. A lógica da didática é a lógica da produção da aprendizagem (nos alunos), a partir de processos de ensino previamente planejados. A prática da didática é, portanto, uma prática pedagógica. A prática pedagógica inclui a didática e a transcende (FRANCO, 2015). Planeja-se o ensino na intencionalidade da aprendizagem futura do aluno. No entanto, o grande desafio da didática tem sido a impossibilidade de controle ou previsão da qualidade e da especificidade das aprendizagens que decorrem de determinadas situações de ensino (FRANCO, 2015). A contradição sempre está posta nos processos educativos: o ensino só se concretiza nas aprendizagens que produz. E as aprendizagens, em seu sentido alargado e bem estudadas pelos pedagogos cognitivistas, decorrem de sínteses interpretativas realizadas nas relações dialéticas do sujeito com seu meio. Não são imediatas, não são previsíveis, ocorrem por interpretação do sujeito, dos sentidos criados, das circunstâncias atuais e antigas. Enfim, não há correlação direta entre ensino e aprendizagem. Quase que se pode dizer que as DIDÁTICA 23 aprendizagens ocorrem sempre para além, ou para aquém do planejado; ocorrem nos caminhos tortuosos, lentos, dinâmicos das trajetórias dos sujeitos (FRANCO, 2015). As aprendizagens ocorrem entre os múltiplos ensinos que estão presentes, inevitavelmente, nas vidas das pessoas e que competem ou potencializam o ensino escolar. Há sempre concomitâncias de ensino. Aí está o desafio da tarefa pedagógica hoje: tornar o ensino escolar tão desejável e vigoroso quanto outros ensinos que invadem a vida dos alunos. Dessa forma, podemos perceber o perigo que ronda os processos de ensino quando este se torna excessivamente técnico, planejado e avaliado apenas em seus produtos finais. A educação se faz em processo, em diálogos, nas múltiplas contradições que são inexoráveis entre sujeitos e natureza, que mutuamente se transformam. Medir apenas resultados e produtos de aprendizagens como forma de avaliar o ensino pode se configurar como uma grande falácia (FRANCO, 2015). As práticas pedagógicas devam se estruturar como instâncias críticas das práticas educativas, na perspectiva de transformação coletiva dos sentidos e significados das aprendizagens (FRANCO, 2015). O trabalho pedagógico requer espaço de ação sobre e de análise do não planejado, do imprevisto, da desordem aparente. Isso deve pressupor a ação coletiva, dialógica e emancipatória entre alunos e professores. Toda ação educativa tem em seu fazer uma carga de intencionalidade que integra e organiza sua práxis, confluindo, de maneira dinâmica e histórica, tanto as características do contexto sociocultural como as necessidades e possibilidades do momento as concepções teóricas e a consciência das ações cotidianas, em um amalgamar provisório que não permite que uma parte seja analisada sem referência ao todo, nem que este seja visto como síntese provisória das circunstâncias parciais do momento (FRANCO, 2015). Aula 2. As metodologias ativas Podem-se entender Metodologias Ativas como formas de desenvolver o processo do aprender que os professores utilizam na busca de conduzir a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas áreas. A utilização dessas metodologias pode favorecer a autonomia do educando, despertando a curiosidade, estimulando tomadas de decisões individuais e coletivas advindos das atividades essenciais da prática social e em contextos do estudante (BORGES; ALENCAR, 2014). DIDÁTICA 24 Ao tratar das metodologias ativas de ensino e aprendizagem, entende-se que a função o professor deixa de ter uma ação de “transmissão da informação” e passa a ser aquela de mediador do processo de aprendizagem, modificando as suas próprias formas de pensar e também aquela dos alunos, em função da experiência do aprender, estimulando a autoaprendizagem e a co-aprendizagem, como forma de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes (MELO, 2017). O professor deve adotar e abrir a perspectiva dos alunos, deve acolher seus pensamentos, sentimentos e ações, sempre que manifestados, e apoiar o seu desenvolvimento motivacional e capacidade para autorregular-se (BERBEL, 2011). Nas metodologias ativas estimula-se a educação continuada, despertando a curiosidade do aluno, fazendo com que ele desenvolva a capacidade de analisar situações diversas, enfatizando a solução de problemas ou o alcance de objetivos de aprendizagem, em consonância com o perfil psicossocial da comunidade na qual está inserido (MELO, 2017). As metodologias ativas de ensino podem abrir caminho para novas formas de se pensar a educação no nível superior, discutindo pontos tensionais como o que significa conhecer, quem produz conhecimento e por que, quem define quais conhecimentos são considerados mais válidos que outros, o que uma sociedade faz com o conhecimento, quem o controla, dentre outros (MELO, 2017). A intenção em se trabalhar com metodologias ativas é equilibrar as interações entre professor e alunos, colocando esses últimos no centro das atenções no processo de ensino- aprendizagem (MELO, 2017). Aula 3. A unidade entre didática, metodologia e as práticas de ensino A Didática é uma disciplina unitária, incluindo em seu campo de estudos as Metodologias Especificas de ensino das matérias (as também denominadas “didáticas especiais) ”. Segundo: a Prática de Ensino não deve ser tratada como disciplina isolada, uma vez que é parte integrante do conteúdo da Didática e das Metodologias específicas, o mesmo acontecendo com o Estágio Supervisionado (ANDRÉ, 2006). Dessa maneira, didática é a teoria e a prática do processo de ensino. As Metodologias específicas das matérias têm como objeto de estudo as peculiaridades do processo de ensino Disponível: https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas- favorecem-o-aprendizado DIDÁTICA 25 de cada uma dessas matérias, quanto aos objetivos, conteúdos e métodos conforme os níveis de escolarização. A Prática de Ensino é o processo e o resultado da formação profissional propiciada por essas duas disciplinas, pelo currículo do curso em seu conjunto, pela unidade teórica metodológica da instituição formadora (ANDRÉ, 2006). Há uma unidade e um vínculo recíproco entre a Didática e as Metodologias específicas, assim como ambas são disciplinas pedagógicas. Neste sentido, compreende-se a Didática como campo de estudos unitário, unidadeque é assegurada pela Pedagogia, que é o campo de conhecimento que investiga finalidades e meios do processo educativo. Com efeito, na prática educativa, em decorrência de seu caráter histórico-social, conteúdos e formas não existem por si mesmos, mas referidos a finalidades educativas, ou seja, a propósitos pedagógicos que orientam a ação escolar dentro de um determinado contexto de interesses sociais (METZNER, 2011). A didática estabelece uma conexão entre a teoria pedagógica e a prática educativa escolar. Inclui, portanto a reflexão teórica proporcionada pela teoria pedagógica e os elementos científicos e características do processo de ensino no seu conjunto e das suas peculiaridades conforme cada matéria de ensino (METZNER, 2011). As tarefas da Didática incluem as Metodologias específicas, porém as extrapola. Primeiro, porque as lógicas das ciências, que se convertem em lógica das matérias de ensino, não são idênticas a lógica do processo didático. Segundo, porque sendo teoria da instrução e do ensino, generaliza leis, princípios e procedimentos obtidos na investigação das próprias disciplinas específicas e nas demais ciências que explicam as conexões entre ensino e aprendizagem. Verifica-se, assim, que a Didática e as Metodologias são mutuamente referidas, uma dependendo da outra, ainda que guardem cada uma sua especialidade (METZNER, 2011). A Didática, assim como as Metodologias, envolve teoria enquanto um sistema relativamente autônomo de conhecimentos reproduzidos na lógica dos conceitos. A lógica objetiva dos fenômenos e processos da realidade envolvem a prática como a atividade humana real, efetiva, base da ação recíproca que mantem com a teoria. É evidente que quando falo de prática não estou me restringindo à prática de ensino apenas, mas também à prática social em todas as suas implicações com o processo educativo escolar (METZNER, 2011). O mundo contemporâneo exige dos educadores novos objetivos, novas habilidades cognitivas, mais capacidade de pensamento abstrato e flexibilidade de raciocínio, capacidade de percepção de mudanças. Portanto, é necessário que esses profissionais tenham uma formação geral e profissional para além de suas especialidades, ou seja, deve-se estar presente nos currículos de formação inicial e continuada disciplinas voltadas ao repensar dos processos de aprendizagem e das formas do aprender a aprender (METZNER, 2011). DIDÁTICA 26 PARA VOCÊ REFLETIR Diante do que se observa não se indica colocar as metodologias específicas e a didática em grupos separados, pois o processo de ensino e aprendizagem seria reduzido de maneira significativa a elementos meramente técnicos (LIBÂNEO,2002). Dessa maneira, a exclusão do caráter finalista da prática educativa pela afirmação da objetividade do conhecimento tende a tomar a prática educativa como ação neutra, desprovida de aspectos valorativos (LIBÂNEO,2002). Não é outra a razão pela qual a influência norte-americana na educação brasileira nos legou, desde o movimento da escola nova e passando pela tecnologia educacional, a teoria de currículo e as metodologias de ensino para substituir a teoria pedagógica e a Didática (LIBÂNEO,2002). Compreender como ocorre o processo de aprendizagem é crucial se havemos de obter êxito nas estratégias de transposição didática. Não obstante, o conceito de aprendizagem encontrar - se entre um dos mais difusos e controversos, pois no decorrer do tempo tem recebido influências de diferentes doutrinas filosóficas e psicológicas, bem como do próprio patamar em que se encontra o conhecimento científico. (REBOLLO; SCAFO, 1994). Sendo assim, mesmo considerando-se o risco de simplificar o conceito em demasia, por estar inserido num complexo e dinâmico campo interdisciplinar, pode-se buscar os indícios para a sua fundamentação através das proposições de (MIZUKAMI, 1986 apud GIL, 2008) que apresenta pelo menos cinco abordagens distintas para explicar o processo de aprendizagem e suas consequentes proposições didáticas, a saber, tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural. Clipart elaborado pela autora, 2018. DIDÁTICA 27 Figura: Aprendizado Social e Aprendizado Pessoal. Figura: Acervo da autora (2018). PARA VOCÊ SABER MAIS É oportuno relembrar às ideias de Freire (1996) ao apontar a relação de mão dupla, onde o professor, que além de educador, também aprende no processo de ensino e aprendizagem. Assim, torna-se mister a necessidade constante da reflexão docente no que diz respeito a sua arte de ensino a fim de propor movimentos emancipatório e pedagógicos para a formação de um aprendizado que respeite as especificidades dos adultos (SANTO; LUZ, 2013). Para a ratificação dessa relação apontada por Paulo Freire se constitui com elementos primordiais a compreensão da utilização da didática como instrumento da prática docente, a seriedade na construção dos planos de aula, compromisso na interação com os discentes, a necessidade da formação contínua e a quebra a superioridade da pesquisa em detrimento do ensino e da extensão, práticas comuns na educação brasileira (SANTO; LUZ, 2013). PARA VOCÊ LER MAIS Para compreender um pouco mais sobre a influência das metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem, sugere-se ler o artigo de opinião intitulado de como as metodologias ativas favorecem o aprendizado cuja autoria é de Débora Garofalo que está disponível no link https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias- ativasfavorecemoaprendizado. O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE, 1996). DIDÁTICA 28 PARA VOCÊ SABER MAIS O educador é um ser complexo que assume dimensões diversas, especialmente a de ser professor. Mas começa que o educador não tem uma tarefa profissional em sentido estrito: suas funções básicas se desenvolvem intrinsecamente entre o agir, acionando fins, valores e objetos, e o fazer, modificando o homem concreto. O professor se torna educador não ao lidar com os conteúdos programáticos necessários, mas na medida em que possibilita o fazer e o ser do aluno (LINS, [s.d.]) NOSSO RESUMO Nesta unidade destacamos a questão da didática como sendo um elemento exclusivo da Pedagogia e que se refere ao conteúdo do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento. Observou-se, portanto, que a Pedagogia é conceituada como a ciência e a arte da educação, enquanto que a Didática é definida como a ciência e a arte do ensino. Como observado, a Didática é uma disciplina unitária, incluindo em seu campo de estudos as metodologias especificas de ensino das matérias. Por isso, não é adequado que a metodologia seja tratada como uma disciplina isolada, mas como elemento dentro do sistema da didática, já que o processo de ensino aprendizagem passa pela maneira como se expõe o conteúdo em sala de aula. E, por isso, a didática inclui a teoria e a prática do processo de ensino, ou seja, não apenas o conteúdo que deve ser dominado pelo professor, mas também a maneira como o conteúdo é exposto e, nesse caso, pode ser incluído os objetivos e métodos, onde será levado em consideração os níveis de escolarização. E quando se observa essa conexão entre teoria e prática, identifica-se um resultado concreto do processo de formação profissional. Já que os elementos destinados ao ensino foramexecutados de maneira adequada, ou seja, através de métodos equilibrados para exposição do conteúdo. E, muito embora exista uma conexão estreita entre didática e metodologia, a autonomia de cada ramo é deveras importante, pois enquanto sistema relativamente independente, os conhecimentos serão reproduzidos a partir de elementos reproduzidos na lógica de cada conceito a partir do desenvolvimento das vivências/experiências apreendidas no ato da exploração das atividades. DIDÁTICA 29 REFERÊNCIAS ANDRÉ, M. E. D. A. Tendências no ensino de didática no Brasil. In: PIMENTA, S. G. (Org.). Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal. 4a. ed. São Paulo: Cortez, 2006. p. 191-204. BENETTE, Tereza Sanchez Benette; COSTA, Leila Pessoa da Costa. Indisciplina na sala de aula: algumas reflexões. 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2186-8.pdf, Acesso em 2 de outubro de 2018. BERBEL, N. A. N. A metodologia da problematização e os ensinamentos de Paulo Freire: uma relação mais que perfeita. In: ______. (Org.). 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