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Prévia do material em texto

“Ambiente: meio em que se vive.” Qualquer dicionário razoável 
lhe dará esta definição básica, podendo acrescentar “conjunto 
de coisas que nos cercam”. Já sabe que a Quero Saber existe para 
o ajudar a compreender melhor o mundo que nos rodeia – e foi 
assim que decidimos lançar a nossa primeira edição especial 
temática, dedicada ao Ambiente. São 212 páginas que continuarão 
a despertar a sua mente e a satisfazer a sua avidez por 
conhecimento. Surpreenda-se com a enorme quantidade 
e diversidade de factos e respostas incríveis à sua espera nesta 
“Especial Ambiente”: a compilação de artigos que tem nas mãos 
cobre os mais diversos e fascinantes temas dos reinos animal, 
geológico, climático, botânico, geográfico, ecossistémico, entre 
outros, do interior da Terra aos brincalhões e inteligentes golfinhos.
Bem-vindo à
Ambiente
Por favor recicle esta revista 
quando terminar de a utilizar
Editor
Goody S.A.
Sede Social, Edição, Redação e Publicidade
Av. Infante D. Henrique, nº 306, Lote 6, R/C 
1950-421 Lisboa
Tel.: 218 621 530 - Fax: 218 621 540
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Diretora
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serviço De assinantes e leitores
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Diretor aDm. e finanCeiro
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ContabiliDaDe
Cláudia Pereira 
apoio aDministrativo
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pré-impressão e impressão
SOGAPAL  
Estrada das Palmeiras,
Queluz de Baixo, 
2745-578 Barcarena
Distribuição
Logista Portugal
tiraGem 11.000 exemplares
A Quero Saber é propriedade da Goody, S.A. Todos os artigos 
originais são propriedade da mesma. Os artigos adaptados da revista 
How It Works são propriedade da Imagine Publishing, estando 
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É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotografias 
ou ilustrações da revista Quero Saber para quaisquer fins, 
incluindo comerciais, sem autorização expressa do editor.
FICHA TÉCNICA
Boas leituras!
004 | Quero Saber
SUMÁRIO
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Secções
Joaninhas
Supercélulas
46
96
A edição esp
ecial que o d
esperta para
 o Ambiente!
Animais
10 Os animais mais inteligentes
 Acha que o seu cérebro o distingue 
 dos demais? Olhe que a diferença 
 é menor do que possa pensar.
14 Sanguessugas
14 Espiráculos / O camarão-mantis
15 No interior de uma termiteira 
16 Percebes
16 Anatomia da carraça
17 Como flutuam os peixes?
17 O olfato das cobras
17 As uges
18 A maxila do hipopótamo
 Como é que estas criaturas amantes 
 da água abrem tanto a boca?
19 O que é um tardígrado?
19 O incrível pombo-correio
 Como se orienta esta espantosa ave 
com GPS incorporado?
20 Como se formam os cardumes?
22 A tática do crocodilo 
22 A muda de pele da cobra
23 O incompreendido abutre
24 O “melhor amigo” do homem
 A história e a anatomia do cão 
 doméstico e de tudo aquilo 
 que o faz mover e correr.
26 Os polvos, maravilhas de oito braços
28 A toca do texugo
28 Os sons dos golfinhos
29 A migração das aves
 Guiadas por estrelas e impelidas 
 pelos genes, as aves embarcam 
 em viagens anuais épicas.
30 O gafanhoto
30 Como nada a lula?
31 As abelhas
 Em declínio em todo o mundo, 
 têm um papel crucial na preservação 
 de ecossistemas.
32 O panda-gigante
 Saiba mais sobre este fascinante 
 e encantador carnívoro que pensa
 que é herbívoro.
34 Micromonstros: ácaros, lepismas,
 piolhos e mais – conheça-os melhor!
38 O escorpião, caçador implacável
40 Alfaiates / Peixes-arqueiros
40 A viúva-negra
41 Como pescam os ursos?
 Precisa de apanhar um salmão 
 de 15 quilos sem cana nem rede?
 Arranje um urso!
42 O pica-pau
43 Ligres e tigreões
43 O ciclo de vida anfíbio
44 Os golfinhos
 Muito populares devido à sua 
 inteligência e espírito brincalhão, 
 podem ser encontrados por todo 
 o mundo, com os mais variados
 tamanhos, formas e temperamentos.
46 Joaninha, voa, voa...
47 A camuflagem do choco
47 Conheça “o” ladrão de cocos
48 Os mais velozes
 Da chita ao homem, colocamos 
 os mais rápidos do reino animal 
 no confronto de velocidade definitivo. 
52 O incrível beija-flor
52 Será que chovem peixes e rãs?Orquídeas
200
10
Os animais mais inteligentes
www.querosaber.com.pt
Quero Saber | 005
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 2
01
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O nosso amigo cão
Diques de castores
24
65
53 Tudo sobre a pata felina
54 A vida dos elefantes
 Grandes em todos os sentidos 
 da palavra, mas também muito
 sensíveis. A Quero Saber desfaz
 alguns mitos e explica 
 o que os torna tão especiais.
58 No interior da colmeia
59 Como caça a águia-real?
60 O singular ornitorrinco
 É um castor? É um pato? 
 É um lagarto? Não, é algo 
 totalmente diferente…. 
62 Estrela-do-mar...
63 Dentro do estômago da vaca
64 O “mistério” do peixe-balão revelado
65 O sonar dos morcegos
66 Anatomia da baleia-azul
68 Voar em bando
70 Como vivem os tubarões?
 Estas criaturas fascinantes 
 e vulneráveis à extinção são muito
 mais do que os simples predadores
 irracionais que os filmes retratam.
74 Lesmas e caracóis / Camarão-pistola
75 Mosquitos à lupa
75 Porque ronrona o gato?
76 Os lobos
 Descubra a verdade sobre este
 predador tão temido, antepassado 
 do melhor amigo do homem, social 
 e bem equipado para a vida 
 selvagem: será assim tão feroz?
Clima
82 Climas extremos
 Um planeta, muitas regiões 
demarcadas por um conjunto
 de fenómenos meteorológicos
 que caracterizam o estado
 médio da atmosfera nessa zona.
86 O que são as sombras de chuva?
86 Como se forma e cai o granizo?
87 O que é o El Niño?
 A Quero Saber explica-lhe este
 fenómeno alterador do tempo
 atmosférico e recorda também 
 as condições no La Niña. 
88 Supertempestades
92 O ciclo da água
 A chuva que cai hoje passou milhões 
de anos a viajar entre as nuvens, 
 os mares e o gelo da Terra. Explore 
 este ciclo e os diferentes processos 
 da água.
94 Como é previsto o tempo?
96 O que é uma supercélula?
98 Raios vs. relâmpagos
 Os raios são uma descarga altamente
 visível de eletricidade, com um 
 potencial devastador. Mas como
 e porque surgem no céu?
102 Natureza em fúria
106 O que são as monções?
107 A velocidade do vento
107 Balões atmosféricos
108 Neblina vs. névoa vs. nevoeiro
109 A camada de ozono à lupa
 Certamente já ouviu falar muito dela 
 e, sobretudo, de como estamos 
 a destrui-la aos poucos, mas o que 
 é a camada de ozono? 
110 Tempo assassino
A vida do elefante
As abelhas
54
31
www.querosaber.com.pt
006 | Quero Saber
34
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Poder glaciar
Poças de maré
166
206
SUMÁRIO
A edição esp
ecial que o d
esperta para
 o Ambiente!
Geologia
116 Anatomia de um vulcão
 São sinais espantosos, e muitas
 vezes devastadores, da permanente
 evolução da superfície da Terra.
118 Dunas que cantam
118 A captação de carbono
119 Como se formou o Havai?
120 Tectónica de placas
 Os terramotos são alertas pouco subtis
 de que a Terra está viva... e bem viva! 
122 O que é a lava?
124 A formação das montanhas
126 O Grand Canyon
 É uma dasmaiores maravilhas 
 naturais do mundo: um vasto
 desfiladeiro esculpido pelo poder 
 de erosão da água.
127 O Supercontinente Pangeia
128 Tudo sobre as dunas de areia
130 A formação do carvão
 Saiba como os seus gadgets são 
alimentados por plantas anteriores 
aos dinossáurios!
132 Porque se mede o nível do mar?
132 Como ocorre a petrificação?
133 O Anel de Fogo do Pacífico
134 Como se forma o petróleo?
 A fonte energética mais preciosa 
 e precária da Terra, o petróleo tem
 uma enorme procura mundial e vários
 países lutam ferozmente pelos direitos 
 de explorar as suas reservas.
Florestas húmidas
Plantas letais
Exploração oceânica
Anatomia do tubarão
182
208
188
70
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Quero Saber | 007
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Cogumelos 
venenosos
192
136 Quão mortal é a areia movediça?
137 Avalanche!
138 Viagem ao centro da Terra
142 Porque ocorrem as enxurradas? 
143 Como se formam os algares?
144 Os rios
 Os fascinantes processos e as
 características intrigantes dos rios, 
 da nascente à foz.
146 A formação dos cristais
148 Os géisers
150 Tudo sobre vulcões
156 Quando o solo se liquefaz...
157 Rubis, safiras e esmeraldas
160 No interior das grutas
 Formadas ao longo de milhões 
 de anos, são fenómenos naturais
 espantosos e diversos.
162 Deslizamento de terras
164 Como se forma um buraco azul?
165 O que é um vulcão de lama?
166 Poder glaciar
 Descubra o incrível poder destes rios 
 de gelo gigantescos.
168 As ondas
Geral
172 Antártida explorada
 O que é grande, hostil e testava 
missões a Marte? A Antártida, 
o continente mais frio da Terra. 
176 A vida numa charca
178 O mar Morto / O pólen
179 Anatomia da planta
180 O que é uma ecocasa?
 Descubra como as casas ditas 
 ecológicas podem ajudar-nos 
 a poupar dinheiro e recursos.
182 As preciosas florestas 
 húmidas
 São um ambiente único e riquíssimo 
 em vida, lar de mais de 50 por cento 
 das espécies do nosso planeta, 
 mas continuam a ser largamente 
 desconhecidas.
186 Trufas / Musgo
186 O que é a biodegradação?
187 A vida do cato
188 Explorar os oceanos
 Mais de cem anos após o nascimento 
de Jacques-Yves Cousteau, os 
oceanos continuam maioritariamente 
por conhecer. Descubra algumas 
das vertentes da oceanografia atual.
192 Cogumelos venenosos / Remoinhos
193 A planta do café
194 O ciclo do carbono
196 Recifes de coral
 Uma riqueza biológica incrível nas 
 águas mais pobres em nutrientes 
 do mundo? Descubra o paradoxo 
 dos recifes de coral.
200 Frutos vs. legumes
202 O ciclo do enxofre
204 Trepadeiras / O que é o smog?
O ciclo do carbono
194
122
O que é a lava?
ASSINE
AGORA!
Saiba 
como na 
página 210
www.querosaber.com.pt
008 | Quero Saber www.querosaber.com.pt
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10 Animais inteligentes Acha que o seu cérebro 
o distingue dos demais? 
A diferença é menor 
do que possa imaginar...
14 Sanguessugas Como é que estes parasitas 
chupam o seu sangue?
16 Percebes Como sobrevivem estes 
crustáceos no mesmo local 
durante quase toda a vida? 
16 Anatomia da carraça 
Descubra como estas 
sugadoras se alimentam do 
sangue quente dos hospedeiros
17 Como flutuam os peixes? Saiba como a bexiga 
natatória serve de sistema 
de lastro interno.
19 Pombo-correio Como se orienta esta 
espantosa ave com mapa 
e bússola incorporados? 
22 Porque mudam as cobras de pele? 
O que faz com que estes 
répteis soltem tantas vezes 
a pele?
23 Os abutres Serão os necrófagos 
supremos, mas será que 
merecem a sua reputação 
de oportunistas?
24 O cão doméstico História e anatomia 
do melhor amigo 
do homem e de tudo 
aquilo que o faz mover.
30 Como nada a lula? Conheça melhor o sistema 
de propulsão deste molusco 
cefalópode.
34 Pequenos monstros Ácaros, piolhos, lepismas, 
térmitas – um exército de 
microrganismos vive ao 
nosso redor, nos nossos 
lares, na nossa comida 
e até no próprio corpo 
humano.
38 O escorpião Mascote favorita de supervilões 
Cardumes
A tática do crocodilo
Libélulas
Os polvos
20
22
63
26
32
O panda-gigante
AnimAiS
A maravilha 
da biodivers
idade
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Quero Saber | 009
ANIMAIS
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A migração das aves
29
de todo o mundo, esta criatura 
sinistra é um caçador 
implacável.
46 Joaninha... ... voa, voa... Descubra porque é esta heroína 
de capa vermelha uma 
ajudante preciosa do 
jardineiro e do agricultor.
47 A camuflagem dos chocos Como evitam ser 
detetados estes 
mestres do disfarce? 
48 Os mais velozes Da chita ao homem, 
passando pelo falcão- 
-peregrino e besouro- 
-tigre, colocamos os mais 
rápidos do reino animal 
no confronto definitivo.
52 Chovem peixes e rãs? Sim, podem chover; 
descubra como e porquê!
54 A vida dos elefantes Grande em todos os sentidos 
da palavra, o mais corpulento 
mamífero terrestre da 
atualidade é também muito 
sensível. Desfazemos 
alguns mitos e explicamos 
o que o torna especial. 
58 na colmeia De máscara e fumigador, recolha um quadro 
carregado de favos.
60 O singular ornitorrinco É um castor? É um pato? 
É um lagarto? Não, é algo 
totalmente diferente...
O lobo
A maxila do 
hipopótamo
Anatomia 
do golfinho
76
18
44
ANIMAIS
Criaturas inteligentes
010 | Quero Saber
O homem é um animal inteligente. 
Não é o mais forte, nem o maior, nem o mais 
antigo, mas orgulha-se de ser o mais esperto. 
Isso é tão crucial para a nossa noção de 
superioridade que assumimos que a inteligência aumenta 
automaticamente as hipóteses de sobrevivência de qualquer 
animal. Mas, na verdade, não há provas sólidas disto. 
O cérebro é um órgão muito custoso de desenvolver e manter 
– 20% do que ingerimos diariamente é usado para manter 
o nosso cérebro vivo – e cérebros complexos demoram 
bastante a recolher informações antes de se tornarem úteis. 
Bactérias, plantas e fungos revelam mais diversidade 
e sucesso reprodutivo que nós, sem inteligência.
Mas a inteligência oferece uma vantagem importante: 
flexibilidade. Os animais com sistemas nervosos simples 
podem ser muito bons naquilo que fazem, mas o seu 
repertório comportamental está impresso numa disposição 
de neurónios fixa à nascença. Novos comportamentos 
só podem emergir como resultado dos lentíssimos processos 
de mutação e seleção natural. Um animal inteligente 
improvisa. Novas estratégias para lidar com condições 
variáveis ou territórios recém-conquistados podem surgir 
quando necessário e técnicas de sucesso podem difundir-se 
por um grupo familiar ou tribo por observação ou imitação 
ao longo de dias ou semanas, em vez de aguardar gerações 
pelo desenvolvimento de novos genes.
A maioria dos mamíferos nasce com cérebros já com 90% 
do seu peso final. Para acomodar novos comportamentos, 
contudo, os animais inteligentes têm de começar a vida 
com cérebros ainda não totalmente desenvolvidos. 
O cérebro de um chimpanzé recém-nascido tem 54% do seu 
peso adulto; o dos golfinhos 42,5% e o dos elefantes 35%. 
O elefante é então o animal que mais desenvolve o tamanho 
do seu cérebro ao longo da vida, depois do Homem, 
que nasce com apenas 28% da massa cerebral final. 
Em À Boleia Pela Galáxia, Douglas Adams escreveu que 
“o Homem sempre assumiu que era muito mais inteligente 
que os golfinhos por todos os seus feitos – a roda, Nova Iorque, 
Acha que o seu cérebro 
o distingue dos outros 
animais? A diferença é 
menor do que possa julgar…
Os 
animais 
mais 
inteligentes
O Monkey World reabilita 
macacos maltratados 
de todo o mundo.
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www.querosaber.Com.pt
“ Já se observou mais de uma dúzia de 
espécies a usar paus, pedras e espinhos 
para caçar alimento ou defesa.”
1. Clever Hans
Este cavalo parecia 
responder a simples 
questões aritméticas 
batendo com o casco, 
mas soube-se que reagia 
a pistas inconscientes.
2. Rico
Este Border Collie foi 
ensinado no Instituto Max 
Planck a reconhecer maisde 200 palavras e 
recordava os nomes dos 
objetos semanas depois.
3. Washoe
Capturado pela Força 
Aérea dos EUA para o 
programa espacial, foi 
criado como uma criança 
humana e aprendeu 350 
palavras em língua gestual.
ESPERTO maiS ESPERTO O maiS ESPERTO
No reino unido, o polvo é protegido pela legislação sobre crueldade para com os animais?
Quero Saber | 011
©
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Quero Saber (QS): 
Fale-nos dos chimpanzés 
do Monkey World.
alison Cronin (aC): Há 
atualmente 59 chimpanzés no 
parque, que foram resgatados 
do comércio ilegal de animais, 
de fotógrafos de praia, 
da indústria do entretenimento 
e de laboratórios. O Monkey 
World ajuda governos a travar 
o contrabando, abuso ou 
negligência de primatas. No 
parque, os refugiados destes 
negócios são reinseridos em 
grupos familiares naturais. 
QS: Pode dar-nos alguns 
exemplos de exibição 
de inteligência por parte 
destes chimpanzés?
aC: Por definição, 
os chimpanzés são 
inteligentes e partilham todo o 
leque de emoções que o ser 
humano sente – pesar, medo, 
excitação, felicidade, etc. 
Compreender os sentimentos 
e as emoções de outros 
membros da comunidade é 
uma parte importante da vida 
de um chimpanzé, tal como 
na de um ser humano. 
Os chimpanzés são muito 
bons a usar ferramentas por 
serem espertos, serem bons 
a resolver problemas, terem 
uma boa coordenação 
pata/olho e um muito bom 
controlo da força das patas. 
Eles criam e usam utensílios 
a partir de ramos com folhas 
que lhes damos para pescar 
insetos dentro de troncos 
apodrecidos no seu recinto 
ou na termiteira artificial 
que colocámos lá para eles. 
Os tratadores dão-lhes muitos 
tipos de puzzles alimentares 
para os manter ocupados 
e os chimpanzés também 
são muito bons em jogos 
de treino “por cliques”, 
onde lhes pedimos para nos 
darem a orelha para usarmos 
um termómetro eletrónico. 
QS: O facto de os macacos 
serem tão espertos levou 
ao abuso de chimpanzés 
no entretenimento turístico 
ilegal – o que está a ser 
feito para travar isto?
aC: O CITES é um tratado 
internacional que protege 
espécies ameaçadas. O 
Monkey World ajuda governos 
a aplicarem o tratado 
prestando apoio profissional 
para lidarem com, moverem 
e realojarem macacos que 
foram contrabandeados para 
os seus países. Houve 
um problema com fotógrafos 
de praia em Espanha, 
com crias de chimpanzés 
que tinham sido caçadas 
ilegalmente. Com a ajuda do 
Monkey World, esta situação 
foi travada e seguimos a pista 
dos contrabandistas até 
à Turquia, onde estamos 
agora em negociações 
com as autoridades. Há ainda 
um grande mercado negro 
no Médio Oriente, e no Egito 
em particular.
QS: Que outros macacos 
no centro exibem mais 
inteligência?
aC: Os mais inteligentes são, 
de longe, os orangotangos. 
São focados e pensativos, 
e é sempre um desafio 
mantê-los ocupados. 
ENTREViSTa
Categoria 
de inteligência: 
Linguagem, uso 
de ferramentas, 
empatia, desilusão
Peso do cérebro: 
420 g
Chimpanzés
Os chimpanzés são os nossos parentes vivos mais próximos, 
pelo que a sua inteligência é a mais fácil de entender e medir. Na 
natureza, os chimpanzés utilizam ferramentas, caçam de forma 
cooperativa e exibem sinais de luto, amor romântico, apreciação 
de beleza natural e brincadeiras complexas. Os chimpanzés 
não têm um aparelho vocal que lhes permita dominar o discurso 
humano mas, em cativeiro, foram treinados para usar 
e entender a língua gestual americana. Há ainda algum debate 
científico sobre se entendem realmente a linguagem ou se 
respondem simplesmente a pistas, mas num estudo foi feita uma 
pergunta a um bonobo chamado Kanzi que ele nunca ouvira 
antes: “Consegues fazer o cão morder a cobra?”. Kanzi procurou 
entre os seus brinquedos por um cão e uma cobra, colocou 
a cobra na boca do cão e fechou-a usando um dedo e o polegar.
Os chimpanzés têm sentido de humor e a sua própria versão de 
gargalhada (um som curto e ofegante); têm cócegas e usam-nas 
nas suas brincadeiras. Também usam bonecos simples, e paus 
e pedras de limpeza e mimos como se fossem bebés.
Estes primatas são dotados de uma 
personalidade inteligente e confiante.
Nível de inteligência:
Os chimpanzés do Monkey World 
gostam do “treino por cliques”.
guerras, etc. –, enquanto tudo o que os golfinhos alguma vez 
fizeram foi brincar na água. Por outro lado, os golfinhos sempre 
acharam ser bem mais inteligentes que o Homem – precisamente 
pelas mesmas razões.” Isto ilustra bem o problema de estudar 
a inteligência animal; tendemos a medi-la pela semelhança 
de comportamentos com os nossos. Somos construtores 
competitivos e gregários, pelo que animais relativamente 
solitários e pacíficos que não criam nada, como as baleias 
e os pandas-gigantes, são menosprezados a favor de animais 
como chimpanzés e golfinhos, que aprendem comportamentos.
Para contrariar isto, os investigadores procuram vários traços 
ao avaliar a capacidade cognitiva animal. Ao nível mais básico, 
há testes de planeamento e resolução de problemas, como 
labirintos. Há provas de utilização de ferramentas na natureza. 
A dada altura, acreditava-se que o homem era o único animal 
a usar utensílios, mas já se observou mais de uma dúzia de 
espécies a usar paus, pedras e espinhos para caçar alimento, 
esmagar moscas ou defesa. Até os golfinhos, que não têm mãos 
nem pés preênseis, usam esponjas cónicas para protegerem 
os narizes ao procurarem comida no abrasivo leito marinho. 
O Homem não é o único animal a mentir, enganar, planear, 
apreciar beleza, criar brinquedos ou revelar autoconsciência. 
Quanto mais aprendemos sobre comportamento animal, 
mais inteligentes as outras espécies nos parecem... 
Nome: Alison Cronin
Biografia: Diretora do Monkey World – Ape Rescue Centre.
“O Monkey World foi inaugurado em 1987 pelo meu falecido 
marido, que queria proporcionar um lar a chimpanzés 
que tinham sido caçados da natureza para serem usados 
como adereços de um fotógrafo de praia em Espanha. 
Nos últimos 25 anos, o parque ajudou os governos de 21 
países a evitarem o contrabando ou abuso de macacos.” 
Para saber mais sobre 
o trabalho de salvamento 
e reabilitação que decorre 
no Monkey World, visite 
www.monkeyworld.org. 
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ANIMAIS
Criaturas inteligentes
012 | Quero Saber
“ o neocórtex do elefante 
é tão complexo como 
o do cérebro humano.”
Abelhas
As abelhas são insetos altamente sociais, com colónias 
de 30 mil ou mais indivíduos. Uma só abelha tem apenas 
cerca de 950 mil neurónios, mas se considerarmos toda 
a colmeia como uma única entidade difusa, são quase 
30 mil milhões de neurónios (calcula-se que o cérebro 
humano tenha cerca de cem mil). As abelhas de regresso 
à colmeia usam uma dança especial para comunicarem 
as suas descobertas a outras obreiras e a colónia usa uma 
espécie de consenso democrático para escolher locais de 
procura de alimento e um novo local para a colmeia na 
altura de enxamear. Estudos revelaram que este método 
é consistente a alocar obreiras da forma mais eficaz. 
As abelhas conseguem ainda mapear as redondezas 
e tomar a rota mais curta entre vários pontos.
Mostra-me o mel!
Categoria 
de inteligência: 
Navegação
Peso do cérebro: 
0,1 g por abelha, 
3.000 g por 
colmeia
O maior nem sempre é o mais esperto
Cérebro não é sinónimo de inteligência. 
Em qualquer animal, a função da maioria 
dos neurónios cerebrais é controlar os músculos 
e recolher informação sensorial de todas as 
terminações nervosas no corpo. Assim, um corpo 
maior requer um cérebro maior para coordenar o 
seu movimento e controlar o metabolismo basal. 
Em termos gerais, o tamanho do cérebro de um 
animal aumenta com o expoente de dois terços 
do peso corporal. Assim, duplicar o peso corporal 
aumenta 1,6 vezes o peso cerebral.
Pode assumir-se que os animais com cérebros 
maiores que o previsto por esta fórmula têm tecido 
cerebral “remanescente” para raciocínio mais 
complexo.Aqui se incluem baleias, golfinhos, 
elefantes e primatas. Mas há problemas 
nesta teoria. O animal com o maior rácio 
de dimensão cerebral/corporal é o 
musaranho-arborícola-africano, e é possível que o 
seu cérebro desproporcional tenha outros fins que 
não o raciocínio, como um olfato altamente apurado.
Nível de inteligência:
Esquilos- 
-cinzentos
Os esquilos têm a fama de serem 
tontos, enterrando aleatoriamente 
nozes e bolotas e esquecendo-se logo 
onde. Mas afinal isso é apenas uma 
fachada. A maior ameaça para um 
esquilo é outros esquilos descobrirem 
os seus esconderijos, por isso fingem 
enterrar nozes inexistentes para 
enganar possíveis ladrões. Estudos 
revelaram que a proporção de falsos 
enterros aumenta quando o esquilo 
julga que está a ser observado.
A arte do engano.
Categoria 
de inteligência: 
Engano
Peso do cérebro: 
6 g
Nível de inteligência:
Categoria 
de inteligência: 
Brincadeira
Peso do cérebro: 
1.600 g
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As abelhas colaboram 
de forma inteligente.
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Criaturas criativas...
Esquecido, não 
– desconfiado!
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Abelha - 0,1 g
Polvo - 3-30 g Esquilo-cinzento - 6 g
Corvo - 10-13 g
Chimpanzé - 420 g
Homem adulto - 1. 500 g
Golfinho-roaz - 1.600 g Elefante - 4.700-6.000 g
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ELEFaNTES mÉDiCOS
Os elefantes-africanos prenhes percorrem quilómetros para encontrar ervas silvestres da família da borragem. 
Mastigá-las liberta uma substância química que ajuda a induzir o parto. Os quenianos também usam a planta 
para o mesmo fim – um truque que aprenderam com o elefante.
o cachalote tem o maior cérebro de todos os animais conhecidos, com cerca de 7,8 kg?
Quero Saber | 013
Abelhas
Golfinhos- 
-roazes
Os golfinhos-roazes têm cérebros maiores que nós. 
Caçam cooperativamente e ajudam familiares 
feridos ou até nadadores humanos mantendo-os 
à superfície. Os golfinhos parecem ainda dedicar 
muita da sua inteligência a inventar jogos 
complexos. Por exemplo, nadam rapidamente em 
círculo e depois sopram ar para o vórtice criado, 
para que a bolha crie uma forma anelar. Umas 
vezes, admiram a sua criação, outras perseguem-
na à medida que sobe e mordem-na. Experiências 
em que espelhos e imagens de vídeo são 
mostrados a golfinhos indicam que estes poderão 
ainda ter autoconsciência.
Até à vista, e obrigado 
pelo peixe…
Nível de inteligência:
Elefantes
O elefante é obviamente um animal grande, pelo que era de esperar que tivesse 
um cérebro grande. Mas a estrutura do cérebro elefante é mais surpreendente. 
O seu neocórtex é tão complexo e tem tantos neurónios como o do cérebro 
humano. Crê-se que esta parte do cérebro esteja relacionada com a inteligência 
e a resolução de problemas. Os elefantes têm ainda o maior hipocampo 
de qualquer animal, incluindo o Homem. O hipocampo está envolvido 
no processamento de memória e emoção. Os elefantes pertencem a sociedades 
muito coesas e foram vistos a enterrar os seus mortos e a vigiar a campa, como 
que a fazer o luto. Usam ainda ferramentas para esmagar moscas e cobrem 
pequenas poças de água com casca de árvore e areia para reduzir a evaporação.
Nunca esquecem...
Corvos
Os corvos são as aves mais inteligentes. O corvo-da-nova-caledónia consegue 
moldar várias ferramentas arrancando e dobrando caules e galhos, e usando-os 
para extrair larvas e insetos dos seus ninhos. Em laboratório, dobram arame 
para formar um gancho para extrair uma recompensa de um recipiente estreito. 
A gralha-cinzenta usa migalhas como isco para apanhar peixe. No Japão, 
os corvos largam nozes em ruas movimentadas para que os carros as partam 
e esperam pacientemente que o semáforo fique vermelho para as recolherem. 
Têm muito de que se gabar.
Polvos
O polvo vive poucos anos e não tem contacto com os seus 
progenitores, logo, tem de aprender depressa e sozinho. 
É o invertebrado mais inteligente, e estudos revelaram 
que consegue resolver labirintos e que pode ser 
ensinado a desenroscar tampas. O sistema nervoso 
do polvo é bastante descentralizado: dois terços dos seus 
neurónios estão nos tentáculos, o que lhes permite 
agirem de forma semi-independente. O Amphioctopus 
marginatus apanha cascas de coco e usa-as para 
se proteger. Isto faz dele o único invertebrado a usar 
ferramentas. Os polvos também brincam, agarrando 
e soltando objetos apanhados em correntes circulares.
Um cérebro em cada tentáculo.
Nível de inteligência:
Nível de inteligência:
Nível de inteligência:
Categoria 
de inteligência: 
Empatia, uso 
de ferramentas
Peso do cérebro: 
4.700 a 
6.000 g
Categoria 
de inteligência: 
Aprendizagem, uso 
de ferramentas
Peso do cérebro: 
3 a 30 g
maiS DEZ 
aNimaiS 
ESPERTOS
 CãO
Desejoso de agradar 
e fácil de treinar para 
uma série de tarefas.
 GaTO
Muito mais 
independente que o cão, 
mas muito brincalhão.
 PORCO
Pode aprender o que 
representa a imagem 
de um espelho e usa-a 
para obter informação.
 RaTO
Exibe metaconhecimento 
– tomando decisões com 
base no facto de achar 
ser capaz de resolver 
um puzzle ou não.
 PaPaGaiO
Consegue imitar discurso 
humano e até associar 
algumas palavras 
aos seus significados.
 BaLEia
O seu cérebro tem células 
fusiformes, previamente 
encontradas apenas em 
grandes símios, elefantes 
e seres humanos.
 ORaNGOTaNGO
Usa folhas para fazer 
sons fortes e ferramentas 
para extrair sementes 
das frutas.
 POmBO
Consegue recordar 
centenas de imagens 
por vários anos.
 FORmiGa
Forrageadores 
experientes, ensinam 
os novatos, pelo que a 
colónia depressa aprende 
sobre fontes de alimento.
 VaCa
Forma relações de 
amizade dentro da 
manada e guarda rancor 
por meses ou anos.
Mais alguns que 
esperava (ou não) ver 
incluídos no grupo 
dos inteligentes…
Abel é um corvo selvagem. 
Aqui, cria e usa ferramentas 
que o ajudem a extrair 
alimento do fundo de um 
tubo vertical.
Os elefantes 
são muito bons 
a utilizar 
ferramentas.
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Categoria 
de inteligência: 
Uso de ferramentas
Peso do cérebro: 
10 a 13 g
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ANIMAIS
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Espiráculos / Camarão-mantis / Sanguessugas
014 | Quero Saber
“O camarão-mantis é um predador 
 exímio, capaz de esmagar e rachar 
 a sua presa com uma eficácia brutal.”
As baleias, os golfinhos 
e outros cetáceos passam 
as suas vidas debaixo de 
água. Contudo, ao contrário 
dos peixes, que têm guelras, os cetáceos 
são mamíferos e, por isso, têm pulmões. 
Assim, têm de vir à superfície de vez 
em quando para receberem oxigénio. 
O espiráculo é uma pequena abertura 
tipo narina localizada na região dorsal 
do mamífero, perto da cabeça, que 
permite ao animal respirar sem ter 
de parar e pôr a boca fora de água.
Uma aba muscular cobre o espiráculo 
e permanece selada quando o animal 
está relaxado, para que os pulmões não 
se encham de água. Quando esta aba 
se contrai, o espiráculo abre-se para 
o animal exalar e voltar a respirar.
Os cachalotes conseguem suster 
a respiração durante mais de uma hora. 
Quando o animal vem à superfície, o ar 
é expelido dos pulmões. À medida que 
este ar húmido e quente é libertado, 
o vapor de água condensa e emerge 
do espiráculo como um jato. 
A sanguessuga suga 
o sangue do hospedeiro 
mordendo a sua pele 
e encaixando uma ventosa 
na ferida. Uma vez fixa, segrega uma 
enzima anticoagulante (hirudina) para 
a corrente sanguínea do hospedeiro, 
que impede que o sangue coagule 
e permite que seja extraído mais 
facilmente. O sangue vai para o sistema 
digestivo da sanguessuga, que inclui 
uma bolsa grande, onde pode ser 
guardado durante vários meses.
Algumas espécies de sanguessugas 
foram usadas em sangrias clínicas 
durante milhares de anos, com 
registos que remontam a 500 a.C. O seu 
uso derivou principalmente da teoria 
humoral da Grécia Antiga (a saúde 
é garantida pelo equilíbrio dos quatro 
humores: sangue, fleuma e bílis 
negra eamarela), que continuou 
a ser praticada na Europa medieval.
Historicamente, a espécie Hirudo 
medicinalis era a mais comum nas 
sangrias, mas outras sanguessugas 
do mesmo género também foram 
utilizadas. Atualmente, são usadas 
pontualmente nalguns países para 
reduzir o inchaço de tecidos e facilitar 
a circulação de sangue oxigenado 
para áreas lesionadas. 
O camarão-mantis, 
que tem este nome 
devido à sua 
parecença com 
o louva-a-deus (mantis, em 
inglês), é uma das criaturas mais 
perigosas do oceano. Equipado 
com olhos incríveis, que incluem 
até dez mil omatídeos 
separados, e um par de garras 
capaz de se mover à velocidade 
de uma bala de calibre .22, 
é um predador exímio, capaz 
de esmagar e rachar a sua presa 
com uma eficácia brutal.
As estatísticas dizem tudo 
o que precisa de saber para 
perceber a capacidade 
destrutiva deste crustáceo. 
Os membros anteriores – que 
existem em duas variedades, 
com ponta em lança ou “moca” 
– movem-se com uma aceleração 
de 10.400 g quando são lançados, 
o equivalente a 102.000 m/s², 
e com uma velocidade de 23 m/s 
de origem. Esta rapidez é 
possível porque o camarão gera 
bolhas de cavitação entre as 
garras e a superfície de colisão 
que, quando colapsadas, 
produzem forças imediatas 
de 1.500 newtons no contacto, 
bem como uma onda de choque 
secundária. Consequentemente, 
qualquer caracol, caranguejo, 
molusco ou peixe (todos comuns 
na dieta do camarão-mantis) 
apanhado por um golpe será 
horrivelmente trespassado ou 
agredido com uma força imensa.
Para maximizar a capacidade 
de atacar as presas, os olhos 
do camarão-mantis tornaram-se 
os espécimes mais avançados 
do mundo. Cada olho, que 
se encontra no seu suporte 
individual, possui visão 
trinocular e perceção de 
profundidade – a última 
é particularmente importante 
para estender as garras. 
Além disso, ambos os olhos 
conseguem captar a luz 
polarizada e a visão a cores 
hiperespetral, permitindo que 
o camarão distinga a sua presa, 
que muitas vezes é transparente 
ou semitransparente, em 
ambientes de corais coloridos. 
Anatomia 
do espiráculo
Sanguessugas
O ataque 
mais rápido 
Porque é que os mamíferos marinhos 
têm um orifício no topo da cabeça?
Como é que estes parasitas sugam o seu sangue?
Porque é que o camarão-mantis 
é um crustáceo tão rápido e feroz?Uma sanguessuga medicinal (Hirudo 
medicinalis) a alimentar-se 
de uma mão humana.
Olhos
Os olhos do camarão- 
-mantis são tão potentes 
que conseguem captar 
luz polarizada e visão 
a cores hiperespetral.
Carapaça
Proteção endurecida 
que envolve a cabeça 
e de onde se projetam 
os membros 
anteriores e os olhos.
Abdómen
As manchas e 
cores que cobrem 
o abdómen do 
camarão-mantis 
funcionam como 
ferramentas 
de comunicação.
Membros 
anteriores
Estas garras permitem 
que o camarão perfure 
e esmague a sua presa 
a grande velocidade.
Pleópodes
Um par de pleópodes, 
pequenas estruturas 
tipo barbatanas 
debaixo do abdómen, 
ajudam no movimento.
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Quero Saber | 015
É estimado que as térmitas causem cinco mil milhões de dólares de prejuízos, por ano, só nos EUA?
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Uma térmita soldado em grande plano. 
Material 
de construção
Termiteiras como esta são 
compostas por um misto de 
terra fina e matéria fecal, que 
endurece bastante ao secar.
Localização
As térmitas podem 
construir o seu lar 
no subsolo, em troncos 
de árvores ou em 
montes de terra altos.
Estrutura
Numa termiteira existe 
uma série de câmaras 
e passagens construídas 
pelos pequenos insetos 
para permitir 
a circulação de ar – e, com 
ele, de calor – e a sua 
saída pelo topo.
As térmitas são insetos xilófagos 
que partilham semelhanças 
com formigas e abelhas, embora, 
talvez surpreendentemente, 
se julgue que o seu parente mais próximo 
seja a barata. Existem cerca de 2.750 espécies 
de térmitas no mundo, vivendo em habitats 
tão variados como as florestas tropicais 
e a savana africana, até à costa do Pacífico.
Os hábitos alimentares das térmitas 
fazem delas insetos muito importantes 
num ecossistema. Ao consumirem 
estruturas de madeira e vida vegetal, 
ajudam a converter árvores mortas 
em matéria orgânica para gerar nova vida. 
Infelizmente, também podem roer suportes 
estruturais em edifícios, acabando 
por conduzir ao seu colapso. 
As térmitas evoluíram de forma a ingerir 
madeira sobretudo porque poucos outros 
animais o fazem; uma bactéria especial 
permite-lhes digerir as duras fibras 
de celulose. Este mecanismo 
de sobrevivência inato faz com que 
as colónias de térmitas possam existir 
por muito tempo – algumas duram cem 
anos. Uma termiteira atinge o seu tamanho 
máximo após quatro ou cinco anos, quando 
poderá albergar 200 mil espécimes. 
Como é que as térmitas 
constroem o seu lar?
Termiteiras
Jardim
Na base da termiteira há 
um jardim de fungos, onde 
as térmitas transformam 
madeira e matéria vegetal, 
e mantêm um ambiente 
propício ao crescimento 
de fungos comestíveis.
Realeza
No centro do 
jardim de fungos 
está a câmara 
real, onde o rei e 
a rainha residem.©
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Algumas termiteiras podem 
atingir nove metros de altura.
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ANIMAIS
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 Science Photo Library
Percebes / Anatomia da carraça
016 | Quero Saber
“ O percebe usa as suas delicadas antenas 
semelhantes a pelos para apanhar e filtrar 
partículas que passam a flutuar na água.”
Os percebes (Pollicipes 
pollicipes) são 
crustáceos muito 
apreciados como 
alimento em Portugal. No início, as 
larvas são pequeninas e andam à 
deriva no mar. Quando chega à 
idade adulta, o percebe resigna-se a 
uma vida de imobilidade, fixando-
se a uma rocha, barco ou outro 
corpo grande, como uma baleia. 
Os seus dias passam a ser vividos 
no mesmo local, alimentando-se 
de partículas orgânicas suspensas 
na água, como plâncton. O percebe 
usa as suas delicadas antenas 
(cirros) semelhantes a pelos para 
apanhar e filtrar partículas que 
passam a flutuar na água – um 
processo que também é útil para 
limpar a água.
Um percebe adulto permanecerá 
no mesmo local pelo resto dos seus 
três a cinco anos de vida, graças 
ao fortíssimo cimento que usa para 
se fixar a um objeto. No longo e fino 
pedúnculo do percebe encontra-se 
uma glândula que produz esta 
substância incrivelmente aderente. 
O facto de estarem presos na 
mesma posição para o resto da vida 
faz com que os percebes não 
“saiam” muito. Cada um deve então 
acasalar com o seu vizinho mais 
próximo. 
Apesar de serem hermafroditas 
(têm órgãos reprodutores 
masculinos e femininos), os 
percebes precisam de reproduzir-se 
uns com os outros. Como é que, 
então, contornam o facto de 
estarem presos? Bem, são dotados 
de pénis incrivelmente longos 
e flexíveis. 
Percebes
Como sobrevivem estes crustáceos no 
mesmo local durante quase toda a vida?
Anatomia 
do percebe
Cavidade 
do manto
Pedúnculo
Placas 
calcárias
Boca Cirros
Ovário
Pénis
Intestino
Glândula 
adesiva
Anatomia 
da carraça
Descubra como estas sugadoras 
se alimentam do sangue quente 
dos hospedeiros.
As carraças são parasitas muito pequenos que se 
alimentam do sangue rico em proteínas de outros 
animais, através de um processo chamado hematofagia. 
Sendo aracnídeos, têm oito patas; o primeiro par de 
patas inclui um recetor sensorial especial chamado órgão de Haller, 
que deteta as presas. Quando encontra um hospedeiro, a carraça 
fixa-se à vítima com as suas garras, patas espinhosas e ventosas 
especiais. Para perfurar a pele e chegar ao sangue, a carraça usa 
duas quelíceras tipo dentes e estica um longo probóscide denteado 
chamado hipostoma. O hipostoma faz com que seja difícil remover 
uma carraça fixa na pele porque está coberta de farpas 
retrodirigidas. A carraça suga o sangue do hospedeiro até o seu 
corpo, também conhecido como idiossoma, estar tão cheioque já 
não consegue consumir mais – o que pode levar alguns dias. 
Como 
remover 
a carraça
Se suspeita que foi picado 
por uma carraça, consulte 
um médico. No entanto, o 
animal deve ser removido 
o mais cedo possível, pois 
as carraças transmitem 
doenças infeciosas como a 
chamada febre da carraça. 
Não toque na carraça; 
use uma pinça ou luvas 
protetoras. Depois, firme 
mas suavemente, pegue 
no aracnídeo o mais perto 
da pele possível e puxe-o, 
sem o esmagar – não 
o abane nem o gire, pois 
as peças bucais podem 
partir-se e ficar agarradas 
na pele. 
Depois de remover 
a carraça, limpe a pele 
com um antissético (água 
e sabão basta) para reduzir 
a hipótese de surgimento 
de uma infeção bacteriana.
As carraças incham 
bastante após a refeição.
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ryInchada
Nesta imagem vemos uma 
carraça repleta de sangue. 
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1 Em certas culturas asiáticas, a bexiga natatória dos 
grandes peixes de oceano é 
considerada uma verdadeira 
iguaria que se serve 
normalmente estufada.
Deliciosa
2 Charles Darwin escreveu: “Não há razão para duvidar que 
a bexiga natatória evoluiu para 
pulmões [e que] os vertebrados 
com pulmões reais descendem 
de um protótipo antigo.”
Origem
3 Nalguns peixes, a bexiga natatória está ligada ao ouvido 
interno por uma estrutura 
óssea a partir das vértebras, 
o que lhes permite sentir 
a pressão aquática e ouvir.
Audição
4 A mistura de gases das bexigas natatórias varia. Nos peixes 
de águas rasas costuma ser 
semelhante à da atmosfera 
terrestre; já nos de alto mar os 
níveis de oxigénio aumentam.
Gases
5 Os peixes cartilaginosos não têm pulmões nem bexigas natatórias. 
Pensa-se que ambos os órgãos se 
tenham formado há 420 milhões 
de anos, depois de essas espécies 
se terem separado das outras.
Sem bexiga
Quero Saber | 017
A Dasyatis brevicaudata, ou uge-de-cauda-curta, pode chegar aos dois metros de largura?
Embora as cobras estejam equipadas com narinas 
e cavidades nasais, não as usam para cheirar. 
As cobras cheiram através de um órgão 
especializado situado na cavidade oral e de um 
movimento feito com a língua. O órgão em questão é o chamado 
órgão vomeronasal (ou órgão de Jacobson) e encontra-se no teto 
da cavidade oral das cobras. Por estar no interior do corpo, 
a cobra utiliza a sua língua bifurcada para fazer chegar 
ao órgão partículas de ar do ambiente em volta. Daí, o órgão 
vomeronasal traduz o cheiro para sinais elétricos, que são 
depois transmitidos ao cérebro da cobra, permitindo-lhe 
determinar se estão por perto presas ou predadores. 
Além disso, devido ao papel da língua como órgão olfativo, 
esta não é usada pela cobra no processo de deglutição. 
A uge é um tipo de raia, um 
peixe de corpo achatado 
conhecido pelo ferrão 
que tem no fim da cauda. 
Existem duas grandes famílias de uges, 
Dasyatidae e Urolophidae, cada uma 
com uma grande variedade de 
espécies. A dimensão dos indivíduos 
varia entre 25 cm de largura – como na 
Dasyatis sabina – e até acima dos dois 
metros, como na Dasyatis brevicaudata 
australiana. Estas raias habitam 
a maioria dos oceanos da Terra, desde 
o Atlântico Norte até ao Pacífico Sul.
As uges encontram-se no fundo 
do mar, vivendo sempre perto do solo 
oceânico, e costumam camuflar-se 
contra os predadores permanecendo 
imóveis, deitadas no solo, 
parcialmente cobertas de areia 
e sedimentos. Este disfarce pode 
fazer com que sejam particularmente 
difíceis de avistar, especialmente 
para o homem; e uma vez que algumas 
espécies têm caudas com ferrões 
venenosos, podem ser perigosas 
quando provocadas acidentalmente. 
A dieta das uges consiste 
maioritariamente em pequenos 
invertebrados, os quais consomem 
com a boca que têm na parte inferior 
do corpo plano.
A maioria das uges possui um ou 
mais ferrões serrilhados na cauda, 
uma espécie de dentículos dérmicos 
modificados. O ferrão pode superar 
os 35 cm e está equipado com uma 
série de glândulas venenosas na parte 
inferior. O veneno concentra-se no 
ferrão numa fina camada de pele.  
As bexigas natatórias 
são órgãos de flutuação 
presentes na maioria 
dos peixes ósseos. O 
órgão, situado na cavidade corporal 
do peixe, origina numa saída do 
sistema digestivo e está cheio de 
uma variedade de gases, incluindo 
oxigénio, dióxido de carbono, 
árgon e azoto, e funciona como 
um sistema de lastro biológico, 
permitindo ao peixe manter 
eficazmente a sua profundidade.
A estrutura da bexiga natatória 
consiste em dois compartimentos 
situados na zona dorsal do peixe 
que, devido às paredes flexíveis, se 
expandem ou contraem consoante 
a pressão ambiente (profundidade). 
Estas paredes estão cobertas de 
cristais de guanina para as tornar 
impenetráveis aos gases auxiliares, 
sendo portanto estruturas em 
grande parte fechadas.
O gás para expandir a bexiga 
natatória é produzido por uma 
glândula de gás, que segrega ácido 
láctico para produzir dióxido 
de carbono. A resultante acidez faz 
com que a hemoglobina no sangue 
do peixe liberte oxigénio – um 
processo conhecido como efeito 
Root – e o difunda parcialmente 
para dentro da bexiga. 
O nariz não funciona? Tudo bem!
Como vivem estes peixes achatados 
que parecem vindos do fundo do mar?
Saiba como a bexiga natatória  
serve de sistema de lastro interno.
O olfato das cobras
As uges explicadas
Como flutuam 
os peixes?
As uges vivem no solo e permanecem 
muitas vezes imóveis, cobertas de areia 
e sedimentos, constituindo um perigo 
para nadadores e mergulhadores.
3. Órgão 
vomeronasal
Traduz as partículas 
para sinais sensoriais.
2. Cavidade oral
As partículas de ar 
entram na boca pela 
ação da língua.
1. Língua
A língua alongada 
redirige as partículas 
de ar do ambiente.
Bexiga natatória
A bexiga consiste 
em dois compartimentos 
cheios de gases variados.
Entrada
A única ligação 
à bexiga é através 
de uma saída do 
sistema digestivo. 
Dorsal
A bexiga natatória 
está situada na zona 
dorsal do peixe.
A bexiga natatória
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SABIA QUE... 
BExIgA 
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ANIMAIS
Cada lábio tem cerca 
de 60 cm de largura.
O hipopótamo 
é um mamífero 
de grande porte, 
pertencente à 
família dos Hipopotamídeos, 
com um focinho comprido 
e uma boca grande, que pode 
abrir em sinal de agressão, 
do mesmo modo que o fazem 
outros animais, como 
os leões e os babuínos, 
uma vez que, ao fazê-lo, 
mostra as suas armas mais 
temidas: os dentes. 
Embora o hipopótamo se 
alimente de plantas, não usa 
para isso os dentes. Os seus 
caninos e incisivos gigantes 
são utilizados apenas 
para matar; para arrancar 
as plantas que ingere, usa 
os seus enormes lábios. 
O hipopótamo consegue 
abrir a boca até 150 graus 
e até 1,2 m de largura. A força 
do seu maxilar – que resulta 
numa mordida de cerca de 
815 kg – é tanta que pode usar 
os dentes para despedaçar 
um crocodilo, um homem 
ou até um barco pequeno. 
Como é que 
estas criaturas 
amantes da 
água abrem 
tanto a boca?
Caninos
Os caninos semelhantes 
a presas não só são usados 
como armas como também 
intimidam possíveis 
predadores.
Imponentes 
maxilas
Incisivos
Os incisivos afiados 
permitem-lhe rasgar 
a pele dos inimigos.
Maxilas
O hipopótamo abre 
a boca a uma largura 
de até 1,2 metros.
Bocejo
O aparente “bocejo” 
do hipopótamo é, 
na verdade, um alerta 
para a sua disposição 
agressiva.
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54
O hipopótamo tem caninos 
tipo presa que podem atingir 
o tamanho de um braço humano.
018 | Quero Saber 
“O hipopótamo consegue abrir a boca 
 até 150 graus e até 1,2 m de largura.”
Os maxilares do hipopótamo
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no 
mapa
Os tardígrados estão 
em todo o lado!
1 Nos cumes dos Himalaias
2 No fundo da Fossa 
 das Marianas, no Oceano 
	 Pacífico
3		Em	florestas	húmidas	
	 tropicais
4		No	deserto	de	Atacama
5		Na	Antártida,	congelados
6		No	musgo	do	seu	quintal
1. Grylloblattodea
Ordem de insetos sem asas 
que vivem em glaciares e 
estão de tal forma adaptados 
ao frio que o calor de umamão bastaria para os matar 
em minutos.
Frente 
a Frente
CRIaTURaS 
EXCECIonaIS
2. Verme- 
-de-Pompeia
Este anelídeo poliqueta de 
10 cm vive perto de fontes 
hidrotermais, protegido 
por uma camada de 
bactérias simbióticas.
3. Tardígrado
Consegue sobreviver a 
temperaturas 270 °C mais 
frias que os Grylloblattodea, 
70 °C mais quentes que o 
verme-de-Pompeia e níveis 
de radiação para nós fatais.
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Mais	rápido	e	fiável	 
que	muitos	carteiros…
Quero Saber | 019
Na I Guerra Mundial, o pombo Cher Ami entregou a sua última mensagem mesmo alvejado e gravemente ferido?
Os	tardígrados	são	pequenos	
invertebrados	aquáticos,	por	vezes	
chamados	ursos-de-água	devido	
à	forma	como	se	movimentam.	As	
maiores	espécies	têm	1,5	mm	de	comprimento;	
as	mais	pequenas	menos	de	0,1	mm.	Apesar	
da	sua	aparência	mole	e	vulnerável,	são	
praticamente	indestrutíveis.	Experiências	
mostraram	que	conseguem	sobreviver	a	
pressões	de	seis	mil	atmosferas,	temperaturas	
tão	baixas	como	-272	°C	ou	tão	altas	como	151	°C	
e	doses	de	radiação	suficientes	para	matar	
um	ser	humano	um	milhar	de	vezes.	
Esta	resistência	advém	do	facto	
de	desidratarem	o	corpo	com	um	açúcar	
especial	chamado	trealose,	que	atua	como	
armação	protetora	do	conteúdo	das	células.	
A	água	no	corpo	baixa	para	1%	do	normal	
e	o	metabolismo	abranda	99,99%.	O	gelo	não	
consegue	formar-se	num	corpo	tão	seco	e	as	
reações	químicas	que	poderiam	prejudicá-lo	
dão-se	demasiado	lentamente	para	o	afetar.		
Tardígrados
Minúsculas	e	virtualmente	indestrutíveis,	serão	
estas	as	criaturas	mais	resistentes	do	planeta?
O	pombo-correio	é	uma	
variedade	domesticada	
do	pombo-das-rochas	(Columba	
livia),	que	foi	seletivamente	
criada	desde	a	Idade	Média	com	o	objetivo	
de	aumentar	a	sua	capacidade	natural	para	
regressar	ao	ninho.	
O	pombo	precisa	de	duas	coisas	para	se	
orientar	no	céu:	uma	mapa	e	uma	bússola.	
O	mapa	diz-lhe	onde	se	encontra	a	cada	
momento	e	a	bússola	mostra-lhe	a	direção	
certa	a	seguir	para	chegar	a	casa.
A	bússola	utiliza	a	posição	do	Sol	e	a	hora	
Como se orienta 
o pombo-correio
As	espantosas	aves	que	têm	mapa	 
e	bússola	incorporados.
5
6
2
1
3
4
do	dia,	que	é	determinada	pelo	relógio	
biológico	do	pombo.	Se	o	céu	estiver	
enublado,	os	pombos	também	têm	um	
sentido	magnético	fraco,	que	é	captado	
pelo	nervo	trigémeo,	na	cabeça.	
O	mapa	é	mais	difícil	de	localizar.	
Algumas	experiências	provaram	que	os	
pombos	usam	marcos	visuais,	a	direção	do	
vento	e	os	cheiros	do	ar	para	se	orientarem.	
Estas	pistas	juntam-se	para	formar	um	
mapa	mental,	que	vai	melhorando	à	medida	
que	a	ave	é	treinada	e	que	pode	estender-se	
por	centenas	de	quilómetros.		
Sentidos 
Algumas espécies têm 
olhos muito simples, que 
não formam imagens, 
e pelos sensoriais.
Boca 
Os tardígrados têm 
uma boca circular 
capaz de furar 
e sugar. A maioria 
alimenta-se 
de plantas.
Número de células
Os tardígrados são 
eutélicos, ou seja, todos 
os indivíduos da mesma 
espécie têm o mesmo 
número de células.
Patas
Os tardígrados têm 
oito patas. O seu 
nome significa 
“de andar lento”.
Muda de pele
Algumas espécies 
apenas defecam 
quando mudam a 
pele, deixando as 
fezes na pele antiga.
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ANIMAIS
020 | Quero Saber
Por que alguns peixes preferem manter-se juntos…
Cardumes
Como e porque é que grandes números 
de peixes se agrupam em cardumes?
De todas as espécies 
de peixes do mundo, 
um quarto junta-se e/ou nada 
em cardume durante toda a 
vida, enquanto cerca de metade o fazem 
por períodos limitados. Isto significa que 
vastos tipos de peixes formam cardumes 
numa altura ou noutra, juntando-se 
para nadar em sincronia.
Os peixes compõem este fenómeno 
por diversas razões. A primeira prende-se 
com aspetos sociais e genéticos, com 
os peixes a agregarem-se para facilitar 
a comunicação e reduzir o stress. 
Experiências revelaram que a frequência 
cardíaca baixa significativamente nos 
peixes em cardume, face aos isolados. 
A segunda vantagem é o facto 
de aumentar o sucesso do grupo 
na procura de comida, que se comprovou 
aumentar substancialmente em relação 
a um espécime solitário, já que o número 
de olhos à procura de alimento sobe 
drasticamente. Como cada peixe 
tem a capacidade de monitorizar 
o comportamento dos outros ao seu redor, 
quando um demonstra comportamento 
alimentar, os outros seguem-no.
Por fim, a terceira – e principal – razão 
para os peixes de agruparem é para 
se protegerem. Juntando-se num grande 
padrão coeso, os peixes minimizam 
as chances de serem apanhados, gerando 
uma sobrecarga sensorial no canal visual 
do predador. A massa rodopiante 
de sinuosos peixes prateados cria um 
efeito de fusão que confunde o predador 
e dificulta que este siga um único alvo. 
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Quero Saber | 021
as orcas costumam colaborar para conduzir cardumes à superfície, técnica conhecida como “captura em carrossel”?
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Esta imagem mostra um cardume colossal de Xenocys jessiae, 
espécie endémica das ilhas Galápagos, Equador. Os peixes 
agrupam‑se por diversas razões, incluindo proteção, interação 
social e vantagens na procura de alimento.
SABIA QUE... 
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ANIMAIS
022 | Quero Saber
“ A espécie mais conhecida por se 
alimentar utilizando esta técnica é 
o crocodilo-do-nilo, comum no Egito.”
A tática do crocodilo / Muda de pele da cobra
Muitas vezes mal entendida, 
a tática que o crocodilo 
emprega contorcendo-se 
dentro de água serve para 
despedaçar/ desmembrar animais 
mortos, não para os matar. A espécie mais 
conhecida por se alimentar utilizando 
esta técnica é o crocodilo-do-nilo, comum 
no Egito. 
No rio Nilo, este crocodilo usa a sua 
camuflagem e velocidade para apanhar 
grandes presas e transportá-las para a 
água. Lá, o crocodilo segura o animal 
debaixo de água para o afogar. Quando a 
presa morre, o crocodilo rodopia de forma 
a arrancar pedaços de carne do corpo 
da presa de forma rápida e eficaz. Para 
tal, enterra os grandes dentes na carne do 
animal e dá voltas de 360 graus ao próprio 
corpo. A força muscular do corpo 
do crocodilo, em conjunto com os seus 
dentes afiados, desfaz a carne da presa, 
tarefa que seria difícil de realizar dentro 
de água sem o movimento giratório. 
Tática crocodilina
Como é que o crocodilo 
se alimenta?
As cobras mudam de pele por duas 
razões. Primeiro, para facilitar 
o crescimento, já que a sua pele 
não acompanha o crescimento 
do corpo – ao contrário do que acontece no ser 
humano, a quem caem constantemente 
milhões de células da derme a um nível 
microscópico e impercetível. As cobras não 
mudam de pele a este nível microscópico, pelo 
que crescem sempre para além da camada 
de pele mais externa. A frequência com que 
mudam de pele depende da fase do ciclo de 
vida em que estão; muito frequentes durante a 
infância e adolescência (em algumas espécies 
são mesmo bimensais), as mudas limitam-se 
a duas vezes por ano na idade adulta.
A segunda razão para a muda de pele das 
cobras é a preservação da sua saúde. Algumas 
condições de vida menos favoráveis (falta de 
humidade ou vegetação, calor excessivo, etc.) 
e alimento inadequado podem levar a lesões 
cutâneas e parasitação. Se esta condição não 
for tratada durante muito tempo, na natureza, 
pode ser prejudicial para o bem-estar da 
cobra. Ao mudar a pele, a cobra elimina todas 
estas condições potencialmente prejudiciais 
e começa de novo, com uma nova pele. 
Curiosamente, o processo de muda traz 
consigo algumas complicações. Uma ou duas 
semanas antes da muda, a visão da cobra fica 
comprometida pela camada externa da pele 
que começa a soltar-se e uma semana ou duas 
após a muda a nova pele é bastante suave 
e vulnerável ao ataquede predadores. Por essa 
razão, as cobras costumam ter uma atitude 
mais protetora na altura da muda e manter-se 
o menos ativas possível. A cobra dá início ao 
processo de muda friccionando o corpo contra 
um objeto pontiagudo como uma rocha, de 
modo a perfurar a camada externa de pele. 
Porque mudam as 
cobras de pele?
O que faz com que estes répteis 
soltem tantas vezes a pele?
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Grande plano de uma 
pele de cobra solta.
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Crocodilos a tomar 
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1. Abutre-rei
Vive na América Central 
e do Sul e é popular no 
folclore maia. A carúncula 
amarela e vermelha 
no seu bico é usada em 
rituais de acasalamento.
Frente 
a Frente
ABUTRES
exibicionistA
Quero Saber | 023
Os abutres podem projetar vómito para se defenderem? O ácido é suficientemente forte para queimar pele.
Os abutres vivem em ecossistemas compostos 
sobretudo por grandes herbívoros, o que constitui 
um problema para este carnívoro, dado que uma ave 
de 2 kg não consegue abater um búfalo de 500 kg. 
A solução é deixar que outros animais o façam por eles 
ou esperar pacientemente que morram de causas naturais. 
Os abutres têm asas de grande envergadura, adaptadas para 
planar em correntes de ar ascendentes, o que lhes permite cobrir 
uma vasta área de pasto, em busca de um animal morto 
ou moribundo. Os abutres não caçam mas, se se depararem 
com um animal enfraquecido, não se acanham de atacar 
de imediato, antecipando a morte da sua refeição. Depois 
de se empanturrarem, os abutres sonolentos empoleiram-se em 
rochas ou árvores, digerindo e aguardando que uma grande 
corrente de ar ascendente os ajude a levantar voo uma vez mais.
Embora os abutres catartídeos e accipitrídeos sejam 
parecidos, tal deve-se ao facto de terem evoluído para lidar com 
o mesmo nicho evolutivo. Os catartídeos incluem os condores 
e geneticamente não são muito próximos dos accipitrídeos.
O abutre alimenta-se mergulhando a cabeça nas cavidades 
corporais de grandes animais. Uma cabeça com penas ficaria 
coberta de sangue e fluidos, interferindo com a visão do abutre e 
arriscando infeções potencialmente letais. O desenvolvimento 
de uma cabeça nua teve como consequência o facto de o abutre 
poder usar o pescoço para regular a temperatura corporal, 
esticando-o e encolhendo-o de forma a ajustar a quantidade 
de calor perdido através da pele exposta. 
os abutres
Podem ser os necrófagos supremos, mas será 
que merecem a sua reputação de oportunistas?
Penas primárias
Os espaços entre as penas de voo 
primárias (conhecidos como 
emarginação) reduzem 
a turbulência e aumentam 
a sustentação no voo planado.
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mApA
Onde encontrar abutres?
1 Sul da Europa 
e Norte de África
2 África subsariana
3 Médio Oriente
4 Subcontinente Indiano
5 EUA
6 América Central e do Sul
2
1
5
3
4
6
Abutre
Tipo: Ave
Dieta: Carnívoro
Esperança média de vida 
em liberdade: 16 anos
Peso: 2 kg
Envergadura: 180 cm
os números
Patas
Os abutres urinam 
propositadamente “pelas 
pernas abaixo”. O ácido 
úrico mata as bactérias 
que apanham por 
revolverem carcaças.
Voz
Os abutres não têm siringe 
– caixa vocal encontrada 
noutras aves – pelo 
que os únicos ruídos 
que produzem são roncos 
e silvos.
Bico
O bico adunco 
permite-lhes arrancar 
pedaços de carne. 
O nome “abutre” vem 
do latim vulture, que 
significaria “rasgador” 
ou “despedaçador”.
Visão
Os abutres-do-velho- 
-mundo (accipitrídeos) 
detetam animais 
mortos exclusivamente 
pela visão, dirigindo-se 
a animais parados 
e isolados do grupo.
2. Abutre-de- 
-cabeça-vermelha
Encontrado no Nepal 
e na Índia, está em vias 
de extinção devido 
ao Diclofenac dado ao gado, 
tóxico para as aves.
em risco 3. Abutre-
-de-capuz
Este abutre beneficiou da 
associação com humanos 
e encontra-se em grandes 
bandos em volta de aterros 
na África subsariana.
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estômago 
forte
Os abutres alimentam-se 
de animais que podem 
estar mortos – de causas 
naturais – há várias 
semanas. Esta carne 
pútrida está tão cheia 
de bactérias que seria 
letal para qualquer outro 
animal. Mas o abutre 
tem duas importantes 
proteções. O ácido do seu 
estômago é quase dez 
vezes mais concentrado 
que o nosso, matando 
bactérias e vírus de 
forma tão eficaz que os 
excrementos do abutre 
são mais higiénicos que 
a comida que ingere. 
Por outro lado, as toxinas 
são absorvidas pelo 
revestimento da garganta 
do abutre e neutralizadas 
por anticorpos no sangue.
Este termograma mostra 
a temperatura aumentada 
da cabeça exposta do abutre.
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SABIA QUE... 
Olfato
Os catartídeos (ou abutres-do-novo- 
-mundo) são aves de rapina invulgares 
porque têm um olfato excelente. 
Conseguem detetar o gás etil 
mercaptano (etanotiol) 
libertado por animais 
mortos a cerca 
de 1,6 km.
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Os cães evoluíram há cerca de 15 mil anos 
na China e descendem do lobo asiático. 
Estudos de ADN revelaram que 95% 
dos cães em todo o mundo descendem 
das mesmas três fêmeas, provavelmente porque 
esses cães ancestrais possuíam uma característica 
especial que os tornava úteis aos humanos. 
Os cães são melhores que qualquer outro animal 
a reconhecer e interpretar pistas sociais humanas 
corretamente – melhores até que o nosso parente 
mais próximo, o chimpanzé, e muito melhores que o 
lobo. Isso verifica-se em cachorros com apenas nove 
semanas, o que mostra que esta é uma capacidade 
inata, e não algo aprendido na interação connosco.
Inicialmente, os cães eram mantidos apenas pelo 
seu valor de caça e defesa, mas há cerca de 12 mil 
anos deu-se uma mutação que gerou raças de cães 
pequenos. Mais tarde, os criadores começaram 
a selecionar traços “adoráveis” para criar cães 
com características de cachorro na idade adulta, 
como focinhos mais redondos e orelhas descaídas. 
Ao mesmo tempo, muito do instinto de matilha 
de várias raças perdeu-se. Os cães tornaram-se 
animais de companhia, em vez de apenas armas.
Os cães ostentam maior variação física entre 
raças que qualquer outro animal domesticado. 
Geneticamente, o lhasa-apso tibetano e o shih-tzu 
chinês são os mais próximos do cão ancestral, 
mas os primeiros cães terão sido lebreiros: com 
cabeças longas e esguias, e pernas altas, seguem 
a presa visualmente e apanham-na com pequenas 
explosões de velocidade. Mais tarde, surgiram 
os sabujos, com focinhos curtos e pernas baixas, 
para manter o nariz mais perto do solo. Caçam por 
distâncias maiores, seguindo um rasto e usando 
a sua resistência para esgotar a presa. 
024 | Quero Saber
O nosso amigo cão
12,5 cm
25,5 cm
38 cm
51 cm
63,5 cm
76 cm
89 cm
Cães
O que move o melhor 
amigo do Homem?
O buldogue encarna 
o espírito britânico.
Comparação canina
Apesar das vastas diferenças 
de tamanho, todos os cães 
partilham os mesmos traços 
anatómicos.
Buldogue
Chihuahua
Foxhound-
-americano
Grand-danois
ANIMAIS
“Os cães são melhores que qualquer outro 
 animal a reconhecer e interpretar pistas
 sociais humanas corretamente.”
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1. Mastim
Apesar de o galgo-irlandês 
ser mais alto, os mastins 
são os cães mais pesados, 
atingindo os 155 kg 
– mais do que pesa 
um homem adulto! 
Frente 
a Frente
raças de cães
Mais pesado 2. Chihuahua
Com apenas 15 a 23 cm 
do nariz à ponta da cauda, 
o chihuahua é o mais pequeno 
dos cães. Devido ao seu 
tamanho tornou-se um popular 
“acessório” das estrelas. 
3. pastor-alemão
Cães de guarda como 
o pastor-alemão têm latidos 
muito altos. O recorde de 108 
decibéis pertence a um 
pastor-alemão chamado 
Daz.
Mais ruidosoMais pequeno
Quero Saber | 025
O chocolate, a cebola, a uva e a noz-macadâmia podem ser tóxicos para o sistema digestivo dos cães?
Os cães são digitígrados: andam sobre as 
pontas dos dedos, e não sobre as “solas dos 
pés”. Isto aumenta o comprimento efetivo 
das pernas, permitindocorridas mais 
rápidas, mas mantendo as garras afastadas 
do solo e reduzindo o ruído dos passos. 
Os cães têm ainda uma adaptação 
chamada rete mirabile, uma rede 
de artérias e veias na base do pescoço, 
que liberta o calor corporal antes 
de este chegar ao cérebro, 
permitindo que os cães corram durante 
longos períodos sem sobreaquecerem.
Os cães têm uma visão limitada em 
termos de cores, mas são classificados como 
dicromáticos por não distinguirem o verde 
e o vermelho. Os cães de focinho longo têm 
uma tira extremamente sensível ao longo 
da retina que lhes dá um amplo campo 
de visão. Nas raças de focinho curto, 
esta área sensível é mais circular e permite 
uma visão frontal mais detalhada.
Independentemente da raça, todos 
os cães têm a mesma anatomia básica.
sistema muscular
Os cães têm 18 músculos distintos para erguer, inclinar 
e girar as orelhas. Para além de servirem para comunicar 
com o homem e com outros cães, as orelhas “manobráveis” 
permitem identificar depressa e com precisão de onde 
vem um som e ouvir quatro vezes mais longe do que nós.
Órgãos internos
Ao contrário dos felinos, os cães não são carnívoros 
compulsivos. O seu intestino é suficientemente comprido 
para digerir uma série de vegetais e grãos, e as proteínas 
vegetais perfazem grande parte de uma dieta saudável. 
Alguns alimentos, como o chocolate, são tóxicos para os cães.
anatomia
Carpo fundido
Os ossos do carpo 
fundiram-se para se 
tornarem mais fortes.
Esporão
Esta garra vestigial 
corresponde 
ao polegar.
Ombro 
separado
Os cães não possuem 
clavícula, o que permite 
passos mais longos 
ao correr.
Focinho
220 milhões 
de recetores 
olfativos cobrem 
uma pequena 
área de pele.
Tapetum 
lucidum
Esta camada por trás 
da retina reflete a luz 
para melhorar a visão 
noturna.
Peito profundo
Os lebreiros têm uma 
cavidade peitoral funda 
para suportar um coração 
grande e pulmões potentes.
Cauda
Muitas raças de cães 
têm caudas que 
dobram para cima. As 
dos lobos não o fazem.
Pata
As patas dos cães medem 
metade das dos lobos, 
face ao tamanho do corpo.
O remake de Os Suspeitos 
do Costume não teve 
o sucesso esperado… 
Lindo menino!
Quão inteligente é o nosso 
amigo de quatro patas?
O cão doméstico pode exibir uma 
inteligência social rara no mundo 
animal, mesmo contando com o nosso 
parente mais próximo, o chimpanzé. 
Os cães podem aprender, logo podem 
ser treinados, seja por reforço (castigo 
e recompensa) ou por observação. 
Os cachorros aprendem a comportar-se 
mais depressa se seguirem os exemplos 
de cães mais velhos, e até aprendem 
observando os humanos.
Os cães podem exibir um sofisticado 
conhecimento social associando pistas 
comportamentais a um significado 
abstrato. Em testes, localizaram 
com sucesso uma guloseima escondida 
sob um de dois baldes, através de uma 
série de sinais, incluindo pancadas, 
acenos e olhares, saindo-se melhor que 
chimpanzés, lobos e bebés humanos.
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Os cães conseguem realizar várias 
tarefas para auxiliar os humanos.
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ANIMAIS
026 | Quero Saber
Maravilhas de oito braços
“ Os machos morrem 
após acasalarem.”
Conheça as capacidades incríveis 
destas maravilhas de oito braços.
Super-heróis do reino 
animal, os polvos têm tantas 
habilidades e adaptações 
que chegam a causar inveja. 
São capazes de resolver 
labirintos, abrir frascos e usar ferramentas. 
Conseguem andar, nadar e até propelir-se 
a alta velocidade. Podem mudar de cor, 
imitar outros animais, esguichar tinta, 
injetar veneno e desfazer-se dos próprios 
braços. Quando se consegue fazer tudo isto, 
o que é que interessa se conseguem ou não 
prever os resultados de um jogo de futebol?
Embora sejam moluscos, os polvos não 
têm concha nem ossos; a única parte dura 
dos seus corpos é um bico feito de queratina. 
É assim que conseguem passar por espaços 
muito pequenos: um polvo com um metro 
de comprimento consegue passar por um 
tubo com o diâmetro de uma moeda de dois 
euros. Os polvos comem principalmente 
caranguejos e pequenos peixes que 
extraem de fendas nas rochas e corais, 
mas também conseguem sufocar pequenos 
tubarões tapando-lhes as guelras.
O sangue dos polvos tem um pigmento 
verde-azulado que contém cobre, chamado 
hemocianina, em vez da hemoglobina que 
temos no nosso sangue, à base de ferro. A 
hemocianina não transporta tanto oxigénio 
quanto a hemoglobina, mas é mais eficiente 
em baixas concentrações de oxigénio e em 
água fria. Apesar disto, os polvos têm uma 
circulação fraca e a sua energia esgota-se 
rapidamente. Talvez por isso sejam tão 
inteligentes – a energia não chega para 
fazer grandes perseguições, por isso, 
dependem do seu engenho.
Tanto os machos como as fêmeas 
morrem após a reprodução. Os machos 
morrem até um mês após acasalarem. 
As fêmeas deixam de comer durante 
o período de desenvolvimento dos ovos 
para se dedicarem à sua proteção 
e oxigenação, e morrem após a eclosão 
dos mesmos (normalmente um mês 
após a postura). 
Ventosas 
Cada tentáculo tem duas filas de ventosas que permitem 
ao polvo agarrar-se a tudo e provar alimentos.
Coloração 
O polvo-de-anéis-azuis pode 
adquirir a cor do solo ou piscar 
de repente os anéis para 
assustar os predadores.
Cromatóforos 
As células da pele que 
mudam de cor têm uma 
forma afunilada. Ao apertar 
a tinta a partir de uma 
ampola na base da célula, 
o polvo consegue controlar 
o tamanho do ponto 
colorido à superfície.
Olho 
É muito parecido ao nosso, com 
cristalino e íris, mas evoluiu de 
forma diferente. O polvo não tem 
um ângulo morto onde passa 
o nervo ótico, porque a posição 
da retina é diferente da nossa.
Glândulas 
de veneno 
Evoluíram de glândulas 
salivares. Paralisam 
a presa e suavizam 
a sua carne, para que 
seja mais fácil de ingerir.
Os polvos
Polvo a jato
Os polvos costumam nadar pulsando os tentáculos, 
como fazem as medusas com as suas campânulas. 
Este método é eficiente, mas não permite muita 
aceleração; quando um polvo precisa de se mover 
rapidamente, utiliza uma propulsão a jato: suga a água 
para dentro da cavidade do manto e esguicha-a a alta 
pressão através do sifão. É também assim que os polvos 
fazem circular a água pelas brânquias: inspiram 
profundamente e expiram com força. O sifão está 
posicionado de lado no corpo do polvo, mas pode ser 
manobrado como os motores de um jato militar – um 
método que o polvo também usa, por vezes, ao andar.
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Uma forma útil de o polvo se movimentar 
quando precisa de velocidade extra.
Ótimas 
para 
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Polvo
Classe: Cefalópodes
Dieta: Carnívoro
Esperança média de vida em 
liberdade: 6 meses a 5 anos
Peso: 28 g a 200 kg
Comprimento: 3 cm a 9 m
Os números
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1. Polvo-mímico
Para afugentar predadores 
e enganar presas, 
este polvo altera a sua 
forma e cor de modo 
a imitar cobras, medusas 
e até caranguejos.
Frente 
a Frente
TIPOS 
DE POLVOS
ESPERTO
Quero Saber | 027
Os polvos têm três corações? Dois bombeiam sangue para as brânquias e o outro para o resto do corpo.
Defesas
Algumas espécies de polvos injetam 
veneno paralisante pelo bico para 
dominarem as presas. O do 
polvo-de-anéis-azuis (Hapalochlaena 
maculosa), que só tem 10 cm de 
comprimento, pode matar um ser humano.
Mas também têm predadores – e a 
maioria das suas adaptações serve para 
lhes escaparem. As células da pele que 
mudam de cor (cromatóforos) são usadas 
para se camuflarem ou assustar 
predadores com cores vivas. Muitas 
espécies têm pequenos músculos sob 
a pele para alterar a sua textura de modo 
a assemelhar-se a corais ou algas. 
O polvo-mímico pode mesmo usar os 
braços para nadar de forma semelhante a 
uma solha, uma serpente marinha ou até 
um peixe-leão venenoso. Se não resultar, 
o polvo esguicha uma nuvem de tinta 
à base de melanina, o que dificulta a visão 
einterfere com o olfato – muito usado 
pelos tubarões para localizar presas.
Braços 
inteligentes
Capazes de girar em qualquer direção, 
e com ventosas que aderem e se libertam 
individualmente, os tentáculos são 
demasiado complicados para serem 
controlados por um cérebro central. 
Assim, funcionam semiautonomamente. 
Um polvo é como uma pessoa a segurar 
umas quantas cobras treinadas: dá 
instruções que espera ver concretizadas 
e, de vez em quando, verifica se está tudo 
bem. Por isso, o polvo nunca sabe 
exatamente onde estão todos os braços, 
e não perceciona a forma de algo pelo 
toque, como fazem os humanos. 
Os polvos conseguem saborear pelas 
ventosas e podem desfazer-se de um braço 
quando precisam de fugir, e este volta 
a nascer. O polvo argonauta (Argonauta 
argo) utiliza um braço específico para 
depositar esperma. O tentáculo separa-se 
do corpo e nada sozinho até à fêmea.
Anatomia 
do polvo
Cérebro 
Apenas um terço dos 
neurónios do polvo está 
no cérebro. O resto está 
nos tentáculos, que 
possuem alguma 
inteligência.
Papo 
Área contentora 
antes do estômago. 
Os alimentos são 
decompostos 
através de 
contrações 
externas 
do corpo.
Gónada 
Os machos depositam 
o esperma na fêmea com um 
tentáculo. Em algumas espécies 
o terceiro tentáculo à direita 
é especializado para o efeito 
– o chamado hectocótilo.
Sifão 
Um “tubo de escape” das brânquias 
e meio de propulsão a jato.
nO maPa
Onde se podem encontrar polvos?
1 Recifes de coral – Na imensidão de fendas 
dos corais vivem muitas criaturas das quais o polvo 
gosta de se alimentar.
2 Solos arenosos – São mais perigosos para os polvos. 
Alguns escavam buracos na areia, outros usam conchas 
de bivalves, como o caranguejo-eremita ou casa-alugada.
3 Abismos rochosos – O polvo-gigante-do-pacífico vive 
nos solos profundos e gelados do oceano Pacífico.
2
1
3
2. Polvo-comum
Em cativeiro, o Octopus 
vulgaris, a espécie mais 
comum em Portugal, 
aprendeu a abrir frascos 
para chegar à comida 
neles contida.
MAIS ESPERTO 3. Amphioctopus 
marginatus
É o único invertebrado a fazer 
uso de ferramentas, 
transportando duas metades de 
casca de coco que lhe servem 
de abrigo quando sob ameaça.
O MAIS ESPERTO
Brânquia 
A água é sugada através 
das duas abas do manto, 
em ambos os lados do 
corpo, e passa através 
das brânquias.
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O polvo está 
longe de ser indefeso.
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ANIMAIS
028 | Quero Saber
“ A comunicação é feita através de ruídos 
de baixa frequência (0,2 a 50 kHz) que 
viajam a 1,4 km por segundo.”
A toca do texugo / Comunicação entre golfinhos
Os texugos vivem numa série 
de túneis e câmaras subterrâneas 
que constituem as suas tocas. Estas 
estruturas têm vários andares (o 
que facilita o fluxo do ar), ligados uns aos outros 
através de túneis que se estendem por centenas 
de metros. As tocas costumam ser escavadas 
em áreas dos bosques sem vegetação, com solo 
arenoso e fácil de escavar. Cada toca pode ter 
várias entradas, que costumam situar-se 
em terrenos inclinados de modo a facilitar 
a drenagem da água quando chove. As câmaras 
têm três utilizações principais: a câmara 
primária é usada para dormir e cuidar 
das crias; a primeira câmara secundária 
serve de local de acasalamento e a segunda 
câmara secundária de local de defecação. 
A qualidade de construção e o tamanho 
das tocas atrai outros animais que acabam por 
ali se instalar – com destaque para coelhos, 
furões e raposas, que utilizam as tocas como 
local de abrigo para cuidar das crias. 
Toca do texugo
Porque criam os texugos 
estas estruturas labirínticas?
Ambiente
Os texugos preferem 
construir as tocas 
em solo arenoso 
e fácil de escavar. 
O calcário e o cré são 
muito populares, 
ao contrário da argila, 
que é húmida, pesada 
e instável.
Entrada
As entradas para a toca costumam estar 
em solo inclinado ou nas margens de rios 
e ribeiros, o que ajuda a drenar a água 
quando a entrada é afetada por chuvas fortes.
Túneis
Os túneis da toca podem 
ter centenas de metros, com 
toneladas de solo escavado 
para os construir. Um complexo 
de túneis com 310 metros já foi 
encontrado no Reino Unido.
Câmaras
As tocas têm várias câmaras 
espaçadas que são utilizadas 
para diferentes fins. A câmara 
primária serve para dormir 
e cuidar das crias, e as 
secundárias são usadas 
para acasalar e defecar.
Ligações
Os texugos são por 
natureza tímidos e 
desconfiados – só saem à 
noite – pelo que interligam 
os seus túneis a outros, 
para facilitar o movimento 
e a fuga aos predadores.
Os golfinhos 
produzem sons 
graças a uma 
estrutura 
localizada na cavidade nasal, 
os “lábios fónicos” ou “lábios 
fonéticos”. Estes tecidos 
musculares, quando 
estimulados pela passagem 
do ar, permitem formular 
uma variedade de sons de 
diferentes frequências, como 
cliques, assobios e gemidos. 
É muito semelhante à forma 
como o ser humano exala o ar 
dos pulmões pela laringe, 
mas os golfinhos não moldam 
nem projetam os sons pela 
boca. Na realidade, recorrem 
a uma estrutura adiposa, 
conhecida como melão, que 
amplifica e focaliza o som.
A comunicação é feita 
através de ruídos de baixa 
frequência (0,2 a 50 kHz) 
que viajam a 1,4 km/segundo 
– cerca de 4,5 vezes mais 
depressa que pelo ar. 
As frequências mais baixas 
viajam mais longe que as mais 
altas e, em conjunto com um 
assobio individual formado 
durante a infância, permitem 
aos golfinhos comunicar 
uns com os outros, mesmo 
a grandes distâncias.
O som também é usado 
para a ecolocalização, 
um processo que permite aos 
golfinhos identificar objetos, 
animais e tipos de terreno 
através de uma sequência 
de ondas de som de alta 
frequência (ultrassons). 
Com frequências entre 40 e 
130 kHz, duram normalmente 
50 a 128 microssegundos. As 
ondas da ecolocalização são 
amplificadas e direcionadas 
pelo melão, e o respetivo eco 
(quando as ondas ressaltam 
num objeto) é percecionado 
pelo ouvido interno e depois 
enviado para o cérebro sob 
a forma de impulsos nervosos. 
Curiosamente, os golfinhos 
têm dois complexos de lábios 
fónicos, podendo comunicar 
e ecolocalizar ao mesmo 
tempo. 
Os sons 
do golfinho
Como comunicam estes 
inteligentes mamíferos 
marinhos se não têm 
cordas vocais?
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O texugo não se 
contenta com um 
simples buraco.
Lábios fónicos
À medida que o ar é filtrado pela 
cavidade nasal, os lábios vibram 
para produzir som.
Ouvido interno
O golfinho não tem ouvido externo, 
mas o par interno deteta os ecos 
emitidos de obstáculos e criaturas.
Melão
O melão, grande e bolboso, 
ajuda o golfinho a focar as ondas 
sonoras na direção desejada. 
Ondas sonoras
Têm frequências entre 0,2 e 150 kHz. 
Os sons de baixa frequência são para 
comunicar, e os de frequência mais 
alta ajudam à ecolocalização.
Eco refletido
As ondas sonoras passam 
pela água e ecoam quando 
batem num objeto sólido.
Os golfinhos comunicam 
através de assobios, 
cliques e gemidos.
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nO 
mapa
Quero Saber | 029
Na sua migração pela Ásia, o ganso‑de‑cabeça‑listada viaja a uma altitude de nove mil metros?
Guiadas por estrelas e 
impelidas pelos genes, 
as aves embarcam em 
viagens anuais épicas.
Migração de aves
As aves não migram por causa do 
frio. Um pouco de neve não as iria 
matar – mas a falta de alimentos 
sim. As aves migram para seguir 
animais como insetos, minhocas ou crias de 
coelhos. O “porquê” da migração, contudo, 
é menos fascinante do que o “como”. 
Existem duas capacidades que todas 
as aves migratórias têm: orientação 
e navegação. A orientação é a capacidade 
de determinar a direção para onde se deve 
viajar. As aves não têm bússolas nem GPS, 
mas orientam‑se através da posição do sol, 
durante o dia, e das estrelas, à noite. 
Algumas, como os pombos, orientam‑se 
através do campo magnético da Terra. 
Quanto à navegação, existem várias 
teorias sobre como se processa, mas não

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