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Prática Jurídica IV @piluladc Pedido, Citações, Intimações e Revelia Lei 9099/95 Seção V Do pedido “Art. 14. O processo instaurar- se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado. § 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessí- vel: I - o nome, a qualificação e o endereço das partes; II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; III - o objeto e seu valor. § 2º É lícito formular pedido ge- nérico quando não for possível deter- minar, desde logo, a extensão da obri- gação. § 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fi- chas ou formulários impressos.” A parte não precisa apresentar a peti- ção pronta. Reduzir a termo = escrever. Isso é feito pra facilitar o processo todo. Pedidos genéricos - fazem referência apenas ao gênero, não fala de quanti- dade e qualidade. Pode ser que não seja tão específico, por exemplo quando não dá pra contar desde logo quais serão os prejuízos e a extensão do dano, ou quando tenho uma universalidade de fato e não de direito, como se eu tiver direito a uma biblioteca, mas não sei quais os livros exatos ali dentro, ou quando para saber exatamente o valor da causa preciso de um ato do réu, como uma juntada ou outros fatos. “Art. 15. Os pedidos menciona- dos no art. 3º desta Lei poderão ser al- ternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.” Cumulados - quero isso E aquilo E aquilo outro, mas na soma não pode passar 40 salários mínimos. No alternativo, isso OU aquilo, nenhum deles pode passar o limite sozinhos. “Art. 16. Registrado o pedido, in- dependentemente de distribuição e au- tuação, a Secretaria do Juizado desig- nará a sessão de conciliação, a reali- zar-se no prazo de quinze dias.” Esse prazo de 15 dias é difícil ou perto do impossível. É um prazo chamado de impróprio, se for descumprido não trará nenhum prejuízo. “Art. 17. Comparecendo inicial- mente ambas as partes, instaurar-se- á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pe- dido e a citação. Parágrafo único. Havendo pedi- dos contrapostos, poderá ser Prática Jurídica IV @piluladc dispensada a contestação formal e am- bos serão apreciados na mesma sen- tença.” Nesse caso, o autor e o réu já compa- recem juntos ao juizado, e nesse caso não precisa fazer citação porque o réu já está lá. Autor fala que o réu deve pra ele, o réu fala que não tá devendo nada, e quem deve é o autor, já faz o pedido contraposto, dispensa a contestação formal. Seção VI Das Citações e Intimações “Art. 18. A citação far-se-á: I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria; II - tratando-se de pessoa jurí- dica ou firma individual, mediante en- trega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado; III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória. § 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para compa- recimento do citando e advertência de que, não comparecendo este, conside- rar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano. § 2º Não se fará citação por edi- tal. § 3º O comparecimento espontâ- neo suprirá a falta ou nulidade da cita- ção.” Citação é o ato oficial em que se dá ci- ência ao réu de que ele está sendo pro- cessado, e que ele deverá apresentar sua defesa ou comparecer na audiên- cia. Nesse caso, que ele deverá comparecer na audiência e já com a sua defesa pronta. É feita via correios, com AR (Aviso de Recebimento), que o réu tem que assinar, e esse AR será apresen- tado no processo. Enunciado 33 do FONAJE “Enunciado 33 - É dispensável a expedição de carta precatória nos Jui- zados Especiais Cíveis, cumprindo-se os atos nas demais comarcas, medi- ante via postal, por oficio do Juiz, fax, telefone ou qualquer outro meio idôneo de comunicação.” Carta precatória - o juiz só tem com- petência na sua comarca, se ele pre- cisa realizar um ato em outra comarca, ele precisa fazer essa carta pra outro juiz, que por sua vez cumprirá o ato. No par 2, especifica que não pode por edital. Por edital é quando é desconhe- cido o local onde reside o que está sendo citado, ou é impossível chegar até lá, ou quando não se sabe exata- mente quem é que deveria ser citado, o que é mais incomum. O FONAJE criou uma exceção no enunciado 37. “Enunciado 37 - Em exegese ao art. 53, § 4o, da Lei 9.099/1995, não se aplica ao processo de execução o dis- posto no art. 18, § 2o, da referida lei, sendo autorizados o arresto e a citação editalícia quando não encontrado o de- vedor, observados, no que couber, os Arts. 653 e 654 do Código de Processo Civil. (Nova Redação aprovada no XXI Encontro - Vitória/ES).” Quando não encontra o devedor, pode fazer citação por edital. Em teoria, quando não encontra, o processo Prática Jurídica IV @piluladc deveria ser extinto e os documentos devolvidos ao autor, mas esse enunci- ado diz que pode fazer por edital. Isso vale pro processo de EXECUÇÃO. Arresto - bloqueio cautelar de alguns bens para garantir o cumprimento da obrigação. Se o réu não foi citado mas compare- ceu, tomar ciência de alguma forma do conteúdo do processo ou realizar uma petição ou ato, já vale. “Art. 19. As intimações serão fei- tas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de co- municação. § 1º Dos atos praticados na au- diência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes. § 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorri- das no curso do processo, reputando- se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausên- cia da comunicação.” Normalmente por publicação no diário oficial. A parte tem que ser diligente no seu endereço no processo, precisa co- municar que o endereço mudou, se não comunicar, problema é dela, continua valendo mesmo assim. Seção VII Da Revelia “Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.” Revelia ocorre quando o réu é citado devidamente e não comparece à audi- ência ou conciliação, é como se ele admitisse que é verdadeiro tudo que o autor está alegando. Não é uma presunção absoluta, o juiz pode perceber, pelos documentos e tudo que foi apresentado, que não há verossimilhança e o alegado não pode ser verdadeiro. Não é obrigatório ele julgar procedente o pedido, pode haver sim um julgamento de improcedência, embora não seja tão comum.
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