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MICROCEFALIA X ESCOLA 2020

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Saberes e Práticas da Inclusão
Neste material você encontrará informações de como desenvolver competências necessárias para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência física/neuromotora.
Considerando a importância da formação de professores e a necessidade de organização de sistemas educacionais inclusivos para a concretização dos direitos dos alunos com necessidade educacionais especiais a Secretaria de Educação Especial do MEC está entregando a coleção “Saberes e Práticas da Inclusão”, que aborda as seguintes temáticas:
	 Caderno do coordenador e do formador de grupo.
	 Recomendações para a construção de escolas inclusivas.
	 Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos.
	 Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência física/neuromotora.
	 Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades/ superdotação.
	 Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e com baixa visão.
	 Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais.
PROJETO ESCOLA INCLUSIVA: O ALUNO COM MICROCEFALIA, O QUE A ESCOLA PODE FAZER?
Este projeto tem como objetivo provocar a discussão sobre a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, com destaque para a criança com microcefalia, uma das maiores preocupações desde o segundo semestre de 2015 em nosso país.
Vale ressaltar que não se pretende esgotar o tema, nem tão pouco apresentar roteiros prontos, a proposta é definir temas importantes e apresentar exemplos bem-sucedidos de Escolas que lançaram mão de estratégias inclusivas, além de trazer artigos científicos de profissionais das mais variadas áreas.
A microcefalia e sua relação com o vírus zika?
 Nos últimos tempos, podemos dizer que a microcefalia, é a maior preocupação entre as mulheres grávidas e as que pretendem engravidar.
Desde o segundo semestre de 2015, observou-se o aumento de casos de crianças diagnosticadas com microcefalia, o que chamou a atenção das autoridades de saúde é que grande parte das mães desses bebês tinham apresentado sintomas da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti –Zika vírus, no primeiro trimestre de gravidez, ou em algum período da gestação. Sendo que inicialmente a maior parte dos casos ocorreu em Pernambuco.
A relação entre o zika e a microcefalia foi confirmada pela primeira vez em novembro 2015 pelo Ministério da Saúde. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham relatos de casos de zika vírus.
A evidência crucial para determinar essa ligação foi um teste feito no Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério Público do Para, que detectou a presença do vírus zika em amostras de sangue coletadas de um bebê que nasceu com microcefalia no Ceará e acabou morrendo.
Um estudo americano também confirmou a relação entre zika vírus e a microcefalia. Através desse estudo , foi relatado o caso de uma jovem da Eslovênia, que foi infectada pelo zika em Natal/RN (onde fazia trabalho voluntário), no primeiro trimestre de gestação. Após realizar 
alguns exames do pré-natal, através da ultrassonografia, foi identificado um comprometimento importante das estruturas cerebrais do bebê, a mãe optou por realizar o aborto em seu país de origem, dada a constatação de tamanhos danos cerebrais.
Na necropsia feita no feto, observou-se que no cérebro além dos danos já mostrados pelo exame de imagem, os pesquisadores encontraram as estruturas neuronais destruídas, o que aponta que os neurônios são a “morada” do zika vírus no cérebro, vale ressaltar que foi encontrado grande quantidade do vírus apenas no tecido cerebral.
Para o infectologista Esper kallas, professor da USP (Universidade de São Paulo), “não resta dúvidas entre a relação do Zika e da microcefalia”.
O que é microcefalia?
A microcefalia é a condição onde o bebê nasce com o crânio do tamanho menor que o normal.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, é considerada com microcefalia a criança que apresenta o perímetro cefálico igual ou menor que 32 cm, o esperado é que as crianças tenham pelo menos 34 cm, para crianças nascidas com nove meses de gestação. Para prematuros esses valores diferentes, e segue o esperado para cada período.
Vale lembrar que a cabeça da criança com microcefalia, cresce ao longo da infância, porém menos que a medida normal.
Quais as causas da microcefalia?
As causas da microcefalia podem ser:
	 Infecções adquiridas pela mãe principalmente no primeiro trimestre de gravidez. Exemplo: toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e o Zika Vírus.
	 Abuso de drogas e álcool.
	 Contaminação por radiação
	 Síndromes genéticas. Exemplo: Síndrome de Down
Como é realizado o diagnóstico da microcefalia?
Segundo a Dra Tânia Saad, especialista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira; “Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde” A medida mais confiável para avaliar se um bebê tem microcefalia é medir a circunferência da cabeça no momento do nascimento e, novamente, 24 horas após o nascimento.
Porém, é preciso observar o momento em que este bebê nasceu, se ele é prematuro, qual é a relação entre a curva do perímetro encefálico, a curva do peso e a curva da estatura da criança; e também se existe a proporção entre o rostinho do bebê e o crânio.
Além disso, é preciso realizar o exame neurológico e muitas vezes no primeiro exame já é possível observar algumas alterações do desenvolvimento desse bebê. 
Ele é mais durinho do que deveria ser, às vezes é um pouco mais alheio. Estas são situações que ajudam também a fechar esse diagnóstico. Se o diagnóstico de microcefalia for feito, uma equipe multidisciplinar de saúde deve iniciar um processo de acompanhamento e monitoramento da criança.
As mulheres grávidas devem comparecer regularmente ao acompanhamento pré-natal e o profissional de saúde recomendará os exames necessários em cada fase da gestação “.
Quais são os problemas que a microcefalia poderá trazer para as crianças?
Na maioria dos casos (estima-se em 90%) a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico ou motor. O tipo e a gravidade da sequela variam de acordo com a área cerebral acometida, podendo variar de um caso para outro.
Alguns exemplos de défices na criança com microcefalia são:
	 Déficit cognitivo
	 Problemas visuais
	 Déficit Auditivos e motores
	 Atraso no desenvolvimento
	 Epilepsia
Qual é o tratamento para microcefalia?
A microcefalia não tem tratamento específico. O acompanhamento dessas crianças é realizado por uma equipe multidisciplinar, sendo direcionado para as funções que ficaram comprometidas.
Vários profissionais poderão fazer parte deste tratamento, como: fisioterapeutas (em casos de sequelas motoras/respiratórias), fonoaudiólogas (em casos de sequelas na fala e audição), terapeutas ocupacionais, acompanhamento médico e de enfermagem, dependendo do grau de acometimento da doença.
Quais são os avanços nas pesquisas sobre o zika?
Vários grupos de pesquisas no mundo buscam a relação entre a microcefalia com vírus Zika. A matéria publicada pelo Fantástico em 14/02, apresentou um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que busca compreender de que forma o vírus é capaz de afetar o desenvolvimento do cérebro de um feto. Além disso outras complicações têm chamado a atenção de pesquisadores e que passa a ser chamada Síndrome Congênita do Zika, uma doença com diversos sintomas neurológicos que vão muito além da microcefalia.
Perguntas e Respostas sobre Zika:
A Fundação Oswaldo Cruz registrou diversas perguntas sobre Zika ao longo do ano de 2015, e disponibilizou em seu portal uma área de perguntas e respostas com diferentes perfis e assuntos, você poderáconsultar o portal.
Escola Inclusiva: o aluno com microcefalia, o que a Escola pode fazer?
Como descrito acima, o tipo e a gravidade da sequela em crianças com diagnóstico de microcefalia poderão variar de acordo com a área cerebral acometida, podendo ser diferentes de um caso para o outro.
Por isso as alterações poderão ser as mais variadas possíveis, o importante neste caso é compreender quais são as necessidades individuais de cada aluno e respeitá-las, além de garantir seu direito e necessidade de cursar uma escola normal.
Segundo a psicóloga Marilda Balerine da Silva, em sua atuação por 15 anos no ambiente 
Escolar com inclusão, o acolhimento de alunos com necessidades especiais só foi possível com o irrestrito apoio dos professores, que buscaram respostas e métodos para dar o melhor de si, além de compreender a criança especial, obter resultados positivos e incluir cada vez mais crianças com diferentes condições.
Ainda segundo Marilda, não existe uma fórmula ou receita, o que existe é o “aprender a fazer, fazendo”, e evidencia que o sucesso na escolarização da criança com necessidades especiais vai além do acolhimento da escola, é preciso contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar, dos educadores e dos familiares.
Segundo o Decreto no. 7.611 de 2011, que dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências, uma das diretrizes da Educação Especial é a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades.
Embora a legislação seja clara, ainda há muito o que fazer em relação a recursos humanos, materiais e de infraestrutura para que as Escolas possam acolher os alunos com necessidades especiais.
Dantas (2012), publicou um estudo de caso onde foi realizado o acompanhamento escolar de uma aluna diagnosticada com microcefalia, deficiência intelectual e síndrome de Angelman. O objetivo foi elaborar um plano de Atendimento Educacional Especial, como conclusão a autora destaca que para real ocorrência de uma proposta inclusiva que atenda às necessidades dos alunos, é preciso acima de tudo vontade política, estrutura física adequada, qualificação dos educadores, além da educação permanente e principalmente a compreensão da inclusão para todos.
Em sua tese de mestrado, Sá (2013), realizou um estudo de caso a uma criança com diagnóstico de microcefalia. Foram utilizados os princípios da intervenção precoce. A autora considera importante lançar mão de estratégias de intervenção eficazes, e salienta que o “percurso é árduo”, já que implica muito conhecimento e investimento na investigação para encontrar as estratégias mais adequadas as necessidades da criança e da família. Também descreve a importância de respeitar as escolhas e preocupações da família e a parceria na tomada de decisão, é o que tornará possível a criança criar uma identidade própria, onde seu nome é referido à pessoa que se tornarão, enquanto cidadãos de direitos e deveres.
Bordin (2009), em seu trabalho de investigação sobre Escola Inclusiva, apresenta a perspectiva desafiadora da inclusão, que além de gerar inquietações em todas as pessoas, há muitos obstáculos a superar, como a falta de recursos financeiros das escolas, o que dificulta a elaboração de diversos projetos como: adequação arquitetônica, aquisição de equipamentos, contratação de pessoal especializada entre outros. Como conclusão de sua investigação propõe trabalhar a inclusão a partir de um planejamento onde políticas públicas e práticas pedagógicas, processos de avaliação e aplicabilidade de novas tecnologias, investimento em capacitações, além do desenvolvimento de um currículo flexível sejam ações permanentes da escola.
Nós da Creche Segura, acreditamos em uma educação inclusiva que envolva diferentes atores do processo de educação e uma articulação eficiente entre as áreas de apoio e seus profissionais como saúde, secretarias da educação, apoio social e parceria permanente com as famílias.
Tivemos a oportunidade de colaborar com a Escola Inclusiva, ao realizar uma palestra interativacom duração de 4 horas para aproximadamente 80 profissionais da educação da prefeitura de Carapicuíba, no 5º Fórum de Educação na Perspectiva Inclusiva. O objetivo da palestra foi apresentar temas importante sobre a saúde do aluno com necessidades especiais e promover a discussão entre os participantes com objetivo de trocar experiências e favorecer o aperfeiçoamento de práticas sobre saúde no ambiente escolar.
Além dos investimentos necessários em infraestrutura, equipamentos e recursos humanos, o acesso à informação sobre inclusão a todo o ecossistema envolvido será a melhor forma de empoderar as pessoas e estimular sua participação na construção de uma Escola Inclusiva.
Conheça algumas iniciativas de Inclusão bem-sucedidas:
PRIMEIROS.SOCORROS.ESCOLA.CRECHE.SEGURA.1A Faculdade Maurício de Nassau, em Natal, criou um projeto pioneira de cadastramento de famílias com filhos diagnosticados com microcefalia. A proposta deste projeto é atender desde condições de saúde em parceria com os diferentes cursos (Fisioterapia, Enfermagem, Odontologia, Biomedicina e Farmácia), até a questões psicoeducacionais com os cursos de Pedagogia e Psicologia. 
PRIMEIROS.SOCORROS.ESCOLA.CRECHE.SEGURA.2
Tema igual, aulas diferentes, foi o título da matéria publicada pela Revista Nova Escola, que apresenta diferentes abordagens para um mesmo tema com objetivo buscar maneiras de torná-los mais compreensíveis para quem precisa.
PRIMEIROS.SOCORROS.ESCOLA.CRECHE.SEGURA.3Em um vídeo publicado pela Revista Nova Escola, sobre o tema inclusão, é apresentado o dia a dia da professora Eliane Correa, do CÉU Navegantes sobre adaptação dos alunos com diferentes tipos de deficiência.
PRIMEIROS.SOCORROS.ESCOLA.CRECHE.SEGURA.4E na série “Fazendo Escola”, especialistas discutem ideias e apresentam propostas de trabalho referentes à gestão democrática a partir de documentários que retratam experiências bem-sucedidas em escolas brasileiras do ensino médio. Assista abaixo:
REFERÊNCIAS:
	Silva, M. B. A criança Especial e a Escola. Universo Escolar. Planeta da Educação, 2007.
	BRASIL, Decreto 7.611, 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. [internet], disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm#art11.
	DANTAS, E. B. O processo de inclusão escolar estudo de caso de uma aluna com deficiência intelectual e síndrome de angelman. AEE Inclusão, 2012.
	SÁ, L. M. S. M. P. Intervenção Precoce e Microcefalia Estratégias de Intervenção Eficazes. Escola Superior de Educação João de Deus. Mestrado em Ciências da Educação na Especialidade de Educação Especial no Domínio Cognitivo-Motor [Dissertação], Lisboa, 2013.
	BORDIN, M. F. Escola inclusiva – Um desafio para o Instituto Federal Catarinense Campus Rio Do Sul – SC. Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá – Octayde Jorge Da Silva. Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, 2009.
	FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. Especiais Zika. Agência Fiocruz de Notícias, 2015.
16 recomendações para estimulação de crianças com microcefalia
Nesta matéria são apresentados fundamentos importantes sobre a microcefalia e 16 recomendações para estimulação precoce destas crianças, confira:
O aumento no número de casos de microcefalia:
Em outubro de 2015 o governo brasileiro iniciou investigações conjuntas com o estado de Pernambuco, depois de observar o número crescente de casos de microcefalia, especialmente nesse estado, após a confirmação da alteração no padrão de casos de microcefalia.
Em novembro, após a confirmação da presença de Zika vírus no líquido amniótico de mulheres grávidas no estado da Paraíba, pela Fiocruz, a associação da infecção por Zika vírus com a microcefalia foi confirmada.
Em fevereiro de 2016 a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que a associação de microcefaliae outros distúrbios neurológicos relatados no Brasil é uma emergência de saúde pública de importância internacional. Vários países relataram um aumento da incidência de casos de microcefalia.
As recomendações da Organização Mundial de saúde sobre microcefalia:
Para a OMS, os profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto com colegas de outros setores, como serviço social e educação, para responder adequadamente às demandas de saúde mental e psicossocial.
Os pais e cuidadores de crianças com microcefalia, mesmo que não apresentem complicações neurológicas, devem ser orientados sobre a importância do brincar e de atividades de comunicação para a promoção do desenvolvimento delas. Os pais e cuidadores devem ser envolvidos nesse processo o máximo possível.
A recomendação da OMS para as crianças com microcefalia e complicações neurológicas é promover o desenvolvimento delas. Todas as crianças, inclusive aquelas com atrasos no desenvolvimento e complicações neurológicas, podem aprender e desenvolver habilidades. Os pais, cuidadores e professores podem auxiliar o desenvolvimento das crianças através do envolvimento em atividades cotidianas e no brincar.
A importância da estimulação:
O período mais rico no desenvolvimento do Sistema Nervoso (SN) é o primeiro ano da vida, por causa das grandes alterações das estruturas e do aumento das redes de comunicação entre os neurônios. É um período de muitas novidades e aprendizagem.
Todos nós temos a capacidade individual para aprender novas opções de movimento, controlar o tal movimento em atividades funcionais e readquirir a função motora após a lesão, que é regulada pelo potencial existente e pelo ambiente criado para isso.
Muitas mães decidem voltar ao trabalho e optam por deixar seus filhos na creche, por isso é importante que tanto a família quanto a escola estejam preparadas para receber os bebês com microcefalia e propiciar os estímulos que ele necessita.
Os profissionais de saúde que atuam em equipes multidisciplinares, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais, podem orientar as creches e escolas, compartilhando conhecimento e fornecendo ferramentas que:
	 Possibilitem que os cuidadores e professores promovam os estímulos necessários para auxiliar o desenvolvimento das crianças
	 Facilitem o trabalho de quem atua na escola
16 recomendações para estimulação de crianças com microcefalia
	Mantenha a criança bem alinhada no bebê conforto ou carrinho, se necessário use rolinhos de toalha ou almofadinhas
	Carregue o bebê de barriga para baixo, apoiando uma das mãos sob a barriga e a outra entre as pernas
	Durante as trocas de fraldas converse com o bebê, alongue as perninhas e movimente os quadris dele, rolando de um lado para outro
	Mantenha o bebê de barriga para baixo utilizando um rolinho de toalha sob o peito, desta forma será mais fácil para manter a postura. Aproveite este tempo para interagir com o bebê
	Sente a criança, usando apoio, se necessário
	Olhe para o rosto da criança, enquanto conversa com ela
	Chame a criança pelo nome e observe se ela responde
	Faça gestos associados a palavras, como “tchau”
	Cante músicas infantis, fazendo gestos
	Fale o nome das coisas para a criança, dentro do contexto
	Sempre que possível utilize acessórios coloridos como tiaras e óculos coloridos para que a criança mantenha a atenção no rosto do cuidador
	Faça brinquedos com contraste (preto e branco ou preto e amarelo) e utilize os perto do rosto da criança para que ela consiga enxergar com mais nitidez
	Utilize texturas diferentes como algodão, esponja e toalhas nos pés e nas mãos para oferecer estímulos sensoriais
	Utilize brinquedos que emitam sons e luzes
	Ofereça brinquedos que sejam fáceis de pegar com as mãos e estimule o bebê a explorá-los (bater em uma mesa, chacoalhar, jogar)
	Faça massagens e diga o nome da parte do corpo que está massageando
Autoras:
Ana Elisa Garcia Lopes Chaves Rosati
Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de São Paulo
Janaina Yoko Nascimento
Graduada em Terapia Ocupacional pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Silvia Ferraresi
Graduanda em pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Mogi das Cruzes
Publicação: 06/08/2016
Atualização: 18/06/2019
Referências:
	NUNES ML, CARLINI CR, MARINOWIC D, NETO FK, FIORI HH, SCOTTA MC, et al. Microcefalia e vírus Zika: uma análise clínica e epidemiológica do surto atual no Brasil. J Pediatr (Rio J). 2016; 92: 230-40.
	OLIVEIRA CS, da Costa Vasconcelos PF. Microcephaly and Zika virus. J Pediatr (Rio J). 2016;92:103-5.
	Organização Mundial de Saúde . Apoio psicossocial para as mulheres grávidas e para as famílias com microcefalia e outras complicações neurológicas no contexto das orientações provisórias vírus Zika para os prestadores de cuidados de saúde.Organização Mundial de Saúde , de Fevereiro de 2016.
	CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Parecer sobre estimulação precoce e microcefalia. [internet], disponível em: http://www.crefito3.org.br/dsn/pdfs/parecermicrocefalia.pdf Acesso em 05/08/2016.
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA, UM NOVO DESAFIO ESCOLAR: MICROCEFALIA
SEIBT, Mayara Teixera da Silva. Educação Especial e Inclusiva, um Novo Desafio Escolar: Microcefalia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 9. Ano 02, Vol. 01. pp 130-147, Dezembro de 2017. ISSN:2448-0959
RESUMO
O presente artigo tem por finalidade conscientizar o professor a refletir sobre a importância da educação especial em crianças desde a mais tenra idade considerando a sua periodização, respeitando seus aspectos intelectual, cognitivo e social. Com o proposito de preparar o aluno para a sociedade, envolvendo assim seu grupo familiar, em um trabalho conjunto com comunidade escolar. Volvido em um olhar crítico sobre o contexto histórico do aluno com microcefalia e sua especificidade clínica, em razão de sua valorização e oportunizar o desenvolvimento de todas as suas potencialidades. Destaca-se a importância de uma formação qualitativa para professores, voltada a atender a todas as áreas da educação especial. Ao realizar a análise em campo, nota-se que atualmente na sala de aula o professor de fato está trabalhando a inclusão de crianças com deficiência. Neste artigo o foco da analise é um aluno com microcefalia, o qual foi detectado o aluno sendo o único caso de Microcefalia causado pelo Zica Vírus no Estado do Paraná. Este aluno esta inserido na Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel, cujo aporte teórico está fundamentado no Currículo Para Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel – Educação Infantil, o qual direciona o trabalho para o desenvolvimento da aprendizagem de pessoa com deficiência. Este tema é de grande relevância para a prática do professor, tendo em vista a necessidade da pesquisa e estudo sobre o caso de crianças que nasceram com microcefalia. Por ser um caso novo e único às professoras buscam estimular o aluno oportunizando de diferentes encaminhamentos adaptando-os para o mesmo. Nesse sentido a abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa, pois apresenta métodos usados pelos professores durante a prática pedagógica, e a realidade escolar no atendimento de alunos com microcefalia.
Palavras-chave: Microcefalia, Educação Especial, Desafio, Ação Pedagógica.
1. INTRODUÇÃO
O artigo em litígio dispõe da perspectiva de um novo olhar para a educação especial e inclusiva, fora volvido aos docentes e educandos. Induz a sociedade a refletir qual o verdadeiro sentido de ensinar e trabalhar a respeito da inclusão de crianças com microcefalia no ensino regular, atendendo assim as suas especificidades.  Todavia houve um tempo em que às pessoas com deficiência eram assistidos como: inválido, incapaz e doente crônico, logo se percebe que isso acontece desde os tempos passados, no entanto ainda nos deparamos com o descaso de pais, comunidade e autoridades, pois apesar da evoluçãosocial faz necessária a mobilização de um novo ponto de vista frente às diferenças humanas.
Desse modo o processo de inclusão de pessoas com deficiência em escola tem como pressuposto a valorização, partindo do princípio de que o ser humano deve ser aceito em sua pluralidade, não focado apenas em um ensino igualitário e uniforme. Prontamente a finalidade da educação especial e inclusiva é garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade.
Nessa ótica a prática da inclusão de crianças com deficiências, na escola pressupõe que professor, família e toda a comunidade escolar estejam unidos em único proposito, garantindo que todos os alunos participem das atividades escolares de forma igualitária, formando-se assim cidadãos críticos, logo cada aluno é diferente no que se refere a estilo e ao ritmo de aprendizagem.
Contudo o objetivo do trabalho proposto é analisar os obstáculos encontrados no processo de inclusão escolar de crianças com microcefalia tendo como justificativa, discutir sobre o preconceito em relação ao ensino da educação especial, por meio de uma abordagem histórica, a fim de refletir e discutir a importância da intervenção nas atividades educativas, necessárias para promover o desenvolvimento das funções psicológicas e cognitivas dos alunos que apresentam microcefalia.
2. EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: BREVE ABORDAGEM
Desde os anos 80 a Educação Especial e inclusiva, passou a ser vista com outros olhos, com isso surge, vários documentos pautados e pensados na perspectiva inclusiva que propõem mudanças com relação à universalidade de atendimento, conforme nos apresenta o Ministério da Educação, com a Constituição Federal de 1988- Educação Especial e outras iniciativas que estão em vigor em prol à educação.
Lei N° 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN;
Lei N° 9394/96 – LDBN – Educação Especial;
Lei N° 8069/90 – Estatuto da criança e do Adolescente – Educação Especial;
Lei N° 10.098/94 – Acessibilidade;
Lei N° 10.436/02 – Libras;
Lei N° 7.853/89 – CORDE – Apoio às pessoas portadoras de Deficiência;
Lei N° 9424 de 24 de dezembro de 1996 – FUNDEF
Lei N° 10.845, de 5 de março de 2004 – Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas Portadoras de Deficiência;
Lei N° 10.216 de 4 de junho de 2001 – Direitos e Proteção às pessoas acometidas de transtorno mental;
Plano Nacional de Educação (2011-2020) – Educação Especial.
Lei nº 13.301/2016 que garante às mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti a licença maternidade de 180 dias, que consiste em um auxílio no valor de um salário mínimo.
Porém durante muitos séculos a sociedade tinha a pessoa com deficiência, um ser, fora dos padrões normais: ameaça e aberração, ditas como anormais e com retardos mentais classificadas por doentes, os quais deveriam ser exclusos da vida social.  Logo a luta pela valorização e reconhecimento das pessoas com deficiência se torna árdua em todos os cantos do mundo, ou seja, a desigualdade se expandia, no final da guerra Americana da Independência, em 1783, Benjamim Rush um médico conceituado, foi um dos primeiros norte-americanos a defender o conceito da educação de pessoas com deficiência.
Entretanto Vygotsky (1997), “na década de 1920, critica uma nova pedagogia dita especial, mas sim que era arcaica e caduca, era fraca e destinada aos fracos, assim defende uma nova escola especial que deveria oferecer uma escola auxiliar forte para os considerados fracos”. Desse modo com uma perspectiva Vigotskiana, o professor e toda a instituição escolar devem estar atentos às necessidades da criança abrangendo os aspectos físicos, emocionais e sociais.
Foi-se criado a primeira APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), em 1954 no Rio de Janeiro, tendo frente um grupo de pais e em Cascavel no ano de 1970, no endereço: Rua Manaus, a Instituição propunha a reabilitação e adaptação da criança com o meio, com o compromisso de trabalhar as necessidades da criança.
Desse modo só em 1981 foi decretado o conceito (criança com deficiência), sendo que o termo até então usado era os excepcionais. Nesse sentido segundo Mosquera.
A partir da década de 80 surgem, em nosso país, principalmente no Rio Grande do Sul, os estudos e aplicações da estimulação precoce, em crianças de zero a três anos de idade que apresentam alguma alteração global em seu desenvolvimento, tanto na área hospitalar e médica, como nas escolas especiais e, posteriormente, nas creches e escolas infantis. A partir desta nova abordagem dinâmica no tratamento de bebês com deficiência mental, inicia-se a intervir mais precocemente nas desordens neuromotoras, cognitivas e afetivas desses sujeitos, modificando o prognóstico de aprendizagem dos mesmos desenvolvidos. (MOSQUERA; STOBAUS, 2004, p. 19).
Logo nota-se um avanço no que se refere ao reconhecimento e valorização da criança com deficiência, podemos ainda destacar que para pensar na educação inclusiva implica-se em repensar e considerar que a diversidade e o conhecimento devem andar juntos, na busca da valorização das características de cada aluno.
Na Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994), “proclama-se que toda criança possui características, habilidades e necessidades de aprendizagem únicas, tendo por direito fundamental a educação, devendo os programas de atendimento tomar conta à vasta, a diversidade de tais características e necessidades”.
Nessa ótica o dever de todos é respeitar as individualidades e diversidades do próximo repassando a ele a importância de se socializar e interagir com outros grupos sociais cultivando pensamento e ideias de mudança. Assim Booth e Ainscow afirmam:
[…] inclusão é um conjunto de processos intermináveis. Ele envolve especificar a direção da mudança. Ela é relevante a qualquer escola, não importa o quanto inclusivas ou excludentes suas culturas, políticas e práticas sejam. Ela requer que as escolas se engajem num exame crítico do que pode ser feito para aumentar a participação e a aprendizagem da diversidade dos alunos dentro da sua localidade (BOOTH; AINSCOW, 2002, p.7).
Contudo a prática Inclusiva pressupõe que professor, família e toda a comunidade escolar estejam unidos em único proposito, garantindo que todos os alunos, com ou sem deficiências, tenham acesso à aprendizagem.
2.1  Microcefalia: conceito
A Organização Mundial da Saúde refere que a “Microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada”. Neste sentido, os bebês nascem com perímetro cefálico, menor que o normal, que é igual ou superior a trinta e dois centímetros.
Sendo confirmada a partir de eventuais exames, pode ser diagnosticado por uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, Zica vírus e radiação. Na gravides a microcefalia pode ser detectada por ultrassom do sexto ao sétimo mês gestacional.
Segundo Palminha; Carrilho:
“Durante a gravidez, os fetos são muito vulneráveis de fenilalanina e estão em risco importante de microcefalia. As infecções bintra-uterinas como a toxoplasmose, a infecção a citomegalovírus, vírus da rubéola e da imunodeficiência humana, são também causa de embriofetopatia e de potencial microcefalia.” (PALMINHA; CARRILHO, 2003).
Nessa ótica, após o nascimento o recém-nascido, deve passar por vários exames físicos de rotina, este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas, sendo confirmada, qualquer anomalia deve-se ser notificado aos casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.
A microcefalia é associada com retardo mental, agregada a problemas de locomoção, surdez e convulsões, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. Cada caso determina o tipo e o nível de gravidade, desse modo os tratamentos devem ser realizados desde os primeiros anosmelhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e o surto de microcefalia, em novembro de 2015,
Contudo os órgãos competentes apresentam ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento da criança, como serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, exame e diagnóstico hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar e este acompanhamento tem protocolo definido na Rede Mãe Paranaense.
 2.1.1. O processo e desenvolvimento da Educação Especial e Inclusiva para crianças com Microcefalia
Para o MEC – Ministério da Educação (BRASIL, 2000, Lei Nº 10.098) “Escola Inclusiva é aquela ligada a mobilização da estrutura, do funcionamento e da resposta educativa que se da a todas as diferenças, individualidades, inclusive as associadas a alguma deficiência”.
A Resolução Nº 3. Apresenta: Os sistemas de ensino devem observar as seguintes orientações fundamentais:
I – o pleno acesso e efetiva participação dos estudantes no ensino regular;
II – a oferta do atendimento educacional especializado (AEE);
III – a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas;
IV – a participação da comunidade escolar;
V – a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos mobiliários e equipamentos e nos transportes;
VI – a articulação das políticas públicas intersectaria.
No entanto o procedimento de construção e desenvolvimento da escola inclusiva demanda-se das autoridades competentes, uma analise detalhada dos espaços físicos e temporais, para que o ensino ocorra de forma integra voltadas a formação e atuação de profissionais especializados.
Segundo Booth; Ainscow (2000), “a inclusão depende de três dimensões, de inter-relacionamento”.
A dimensão da cultura inclusiva: a qual se refere à construção de uma cultura inclusiva, de uma comunidade escolar acolhedora que se evolvam na valorização e diferença de cada aluno.
A dimensão de Leis, Política Inclusiva: pensada nas ações e as políticas que melhore a aprendizagem, práticas políticas e formas de apoio à instituição escolar, em função de contemplar a perspectiva do desenvolvimento de cada aluno.
A dimensão de Praticas Inclusiva: a seguinte dimensão certifica que as atividades de sala de aula e as extraescolares requeiram a participação e efetivação de todos os alunos, ao considerar que o ensino e os apoios se integram das dificuldades de participação dos alunos nas suas práticas pedagógicas.
Desse modo, destaca-se que a Escola, deve estar preparada para receber e atender as necessidades especifica de cada criança, todavia nos deparamos com a falta de conhecimento e materiais disponíveis para a instituição, profissionais e comunidade no atendimento de alunos com deficiência, pois a rotina escolar implica em um planejamento diário, o qual deve estar vinculado a especificidades de cada aluno em prol da formação de um coletivo, ou seja, se faz necessário que todos os profissionais, com suas diferentes funções e atribuições estejam preparados e vinculados a trabalhar de forma política e pedagógica. Preocupando-se com a formação de docentes especializados no atendimento à educação especial e principalmente estar atento com o espaço. Conforme a CNB/CNE.
Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009)
Na medida em que o atendimento se expande a reorganização institucional precede da adequação escolar por parte interna, nesse sentido, a atividade de inclusão da educação especial, não está totalmente qualificada, ou seja, a proposta não garante a existência de um atendimento especifico para cada criança com deficiência, pois a demanda de profissionais especializados na área é pouca, sobrecarregando o professor regente. Todavia o esforço apresentado pelos professores, demostra que a inclusão escolar de crianças com deficiência é possível, se pensada e implementada, em prol da necessidade de cada aluno.
Desse modo Freire nos apresenta na concepção de Shõn e Nóvoa que:
A formação de educadores para o atendimento educacional especializado e para o apoio e suporte ao professor do ensino regular não pode se distanciar do que propõem os teóricos da formação geral de professores. Enfatizam uma formação envolvendo múltiplos saberes – formação pessoal e profissional produzidos pelas ciências humanas da educação; saberes disciplinares – formação inicial e continuada nas diferentes áreas do conhecimento; saberes curriculares relacionados ao projeto de ensino – aos conteúdos, métodos, técnicas de ensino para a formação dos alunos; a proposta no âmbito da escola – os saberes da experiência, da prática cotidiana que provém da cultura (SHÕN; NÓVOA, 1995, p. 77-91. FREIRE, 1998)
Diante da análise da proposta e a ação pedagógica em campo, confirma-se uma visão ampla em relação à realidade escolar, logo a partir de uma pesquisa realizada com as professoras que atende um aluno com deficiência (microcefalia), nota-se que por ser um caso novo e único às professoras buscam estimular ao máximo o aluno oportunizando de diferentes encaminhamentos metodológicos adaptando-os para o mesmo.
O aluno E. R. S. P., matriculado na Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel, da turma do Berçário A, tem microcefalia, nasceu com trinta semanas, ficou sendo acompanhado por situação de risco por quatro meses, a partir do quinto mês seu quadro se estabilizou e foi liberado para vir para o CMEI, usa os medicamentos: Gardenal, Baprofeno, de uso contínuo evitar e/ou amenizar quadros de convulsão e espasmos. A mãe apresentou ao CMEI em sua matricula o laudo do Neuroclinica do doutor Talvany, no qual constam que o aluno é portador de microcefalia/ lesões na tomografia com característica de Zica Vírus. Sendo o único caso de Microcefalia causado pelo Zica Vírus no Estado do Paraná.
O aluno tem acompanhamento com pediatra, neuropediatra e também no CEACRI com equipe multiprofissional, assistente Social, fisioterapia, psicóloga, neonatologista, oftalmologista, fonoaudióloga, nutricionista, cirurgiã dentista, pneumologista pediátrica.
No entanto a mãe pleiteia junto a Secretaria de Educação um cuidador ou Professor de Apoio Pedagógico, de tempo integral para a criança, onde o qual, até o momento recebe atendimento de uma estagiaria, aluna de enfermagem, somente no período matutino.
Entretanto, põe-se em discussão o esforço tomado por parte dos profissionais que atendem a criança, pois a escola assume seu papel na superação do atendimento, o professor se torna o sustentáculo, o qual se encontra diante de um grande desafio, se deparando com o a falta de textos para pesquisas pautados para tal atendimento, logo o professor deve estar voltado a conhecer o contexto histórico e familiar da criança, pois somente tendo em conta os preceitos individuais do aluno, será possível se ter relevância a dimensão da identidade do mesmo.
Segundo Gomes:
”Identidade é o encontro de cada um como que é mais significativo dos seus valores. (…) em cada família existe um infinito de valores transmitidos de geração em geração e, em todo esse testemunho passado e partilhado num envolvimento de afeto e de identidade, sobrevive e desenvolve-se um sentido de poder e de orgulho que reforça o carácter e inspira o comportamento.” (GOMES, 1995).
Logo, ao estimular o aluno com deficiência deve-se considerar a identidade da criança com deficiência, pois o mesmo não estará se construindo, apenas no seio familiar, e sim em conjunto escolar, ou seja, buscar compreender o papel do ser humano na sociedade ao pautar uma reflexão a cerca da formação do indivíduo, voltados à humanização, individualidade e a particularidade de cada pessoa.
De tal modo o indivíduo expressa sua individualidade e particularidade de sujeito, antes de tudo pela formação genotípica que possibilita seu desenvolvimento em determinadas situações, logo a individualidade resulta de outros fatores externos formados pela interação com o meio, entretanto cria-se uma personalidade articulada pelas relações estabelecida pelo meio social.
Diante das entrevistas fica claro que o termo “Educação Especial”, causa preocupações, com relação à demanda de atendimento, ou seja, a falta de conhecimento e materiais disponíveis. Frente a isso os profissionais usam da criatividade, buscando em fontes de pesquisas, formas de trabalhar, unindo-se a coordenação pedagógica e família, ao comunicar-se e partilhando-se esses estudos e estímulos realizados com o proposito de buscar o melhor o atendimento, de seus avanços. As professoras buscam estimular ao máximo o aluno, volvidas pela proposta apresentada pelo Currículo para Rede Pública Municipal de ensino de Cascavel – Educação Infantil, o qual direciona o trabalho pedagógico a ser realizado para crianças com deficiência, articulando-se as atividades que desenvolvam os conteúdos: Percepção visual, Percepção tátil, Percepção auditiva, Percepção Gustativa, Percepção olfativa, Coordenação motora e a Linguagem.
Assim Segundo a Professora, L.
“O profissional ao receber o aluno com deficiência, deve buscar conhecimento sobre a educação especial, buscar conhecer as especificidades do aluno, estimulando-o, observando seus avanços e rever sua metodologia continuamente, nas atividades previamente planejadas pelo professor, no entanto o docente tem que procurar informações fora do contexto escolar e usar a criatividade”. (Professora: L, 2017).
De tal modo a Educação Especial e Inclusiva é um direito assegurado pela LEI Nº 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), é garantido gratuitamente e o poder público deverá estimular o acesso e a permanência das crianças com necessidades especiais na escola regular. Logo não sendo de obrigatoriedade para a Educação Infantil. Como afirma o Art. 58. “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”.
Nessa ótica as instituições de ensino, professores e comunidade devem estar preparadas para, garantir o acesso pleno a educação especial, promovendo o desenvolvimento e aprendizagem, dispondo de uma avaliação conjunta das ações educacionais.
Segundo as professoras entrevistadas.
“As principais dificuldades encontradas em sala de aula são: A falta de profissionais com formação especifica para área da Educação Especial, falta de materiais pedagógicos, acessibilidade e recursos avaliativos, no entanto o professor busca informações e formas de avaliar a individualidade do aluno com deficiência”. (Professoras L, Q e T, 2017).
Desse modo segundo proposto no Currículo para Rede Pública Municipal de ensino de Cascavel – Educação Infantil “a avaliação de crianças com deficiência ou sem deficiência, faz se mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento sem objetivo de promoção”, ou seja, compreendesse por instrumento de avaliação os registros descritivos e outros feitos que componha toda e qualquer produção da criança, assim o mesmo serve de orientação da ação pedagógica. A avaliação dos alunos com microcefalia deve ser processual, continua e diagnostica.
Nota-se, que o professor ao avaliar o aluno individualmente valoriza e oportuniza o desenvolvimento de todas as suas potencialidades e sempre que necessário, revê sua metodologia e ação pedagógica, logo a avaliação visa à superação das dificuldades encontradas tanto pelo professor quanto pela criança.
Como proferiu Vygotsky:
Se ignorarmos as necessidades das crianças, aquilo que efetivamente as incentivam a agir, nunca seremos capazes de entender seus avanços evolutivos para outro, porque cada avanço está ligado a uma mudança de motivos, inclinações e incentivos. (VYGOTSKY, 1988).
Nessa perspectiva Sá (2013), apresenta um “Plano de intervenção, discorrido para crianças com microcefalia, testado no aluno G.”. Exibe métodos usados pelos professores durante a prática pedagógica, no atendimento de um aluno com microcefalia. Desses tirados apenas dez modelos de intervenções que auxiliam o professor.
Primeiro modelo de intervenção: é proposto o trabalhado de exercícios do tónus corporal, com postura de sentado, trabalhar posturas que evitem espasmos e contratura.  Deitar o aluno no colchão, colocar estímulos do lado direito ou ajudar a criança a fazer a rotação para o lado direito e reforçar os estímulos.  Propor a realização de exercícios de estimulação sensorial no pulso e antebraço no sentido de perder progressivamente um reflexo primário que ainda possuir, reflexo de preensão palmar, observar se reage aos estímulos sonoros da voz, o que pode ser melhorado com o ajuste da postura corporal e o toque.
Segundo modelo de intervenção: realizar treinos sentando a criança no colo do adulto, encostando as suas costas à região abdominal do adulto, e colocar estímulos visuais em frente à criança, ou trabalhar em frente ao espelho, um adulto sentado no chão com as pernas abertas e acriança sentada no meio das suas pernas com diferentes estímulos à sua frente, e falar, interagindo com a criança, com objetivo de desenvolver os membros superiores e equilíbrio a nível global.
Terceiro modelo de intervenção: O exercício consiste em apoiar os seus pés entre os meus joelhos e ir fletindo as suas pernas até levantar. Fazer sons ou soprar na nuca observando se reage sorrindo e mantem o contato ocular.
Quarto modelo de intervenção: A atividade deve ser focalizada na hora da refeição, trabalhar a mastigação, introdução de alimentos mais sólidos, enfatizando a importância de ir fazendo pausas devido à criança ingerir muito ar, e assim dar-lhe espaço para libertação do ar ingerido.
Quinto modelo de intervenção: É proposta a visita do aluno a salas de alunos de maior idade, pois a sala pode tem mais estímulos visuais pelo movimento das próprias crianças. Realizar estimulação palmar com plasticina colorida e macia.
Sexto modelo de intervenção: Realizar a estimulação da postura deixando o aluno sentado, com a ajuda da cunha e do rolo. Fazer alguns exercícios motores de rotação, estimulação dos membros superiores. Para estimulação dos membros superiores, flexão e extensão de braços em simultâneo.
Sétimo modelo de intervenção: Realizar exercícios de estimulação dos membros inferiores, ficar de pé suportado pelo tronco e com afastamento dos pés, a estimulação palmar com plasticina de cores. Sugestão: fazer pasta de farinha quente, rugosa e com aromas para se trabalhar os sentidos.
Oitavo modelo de intervenção: Realizar repetições das estratégias adotadas na intervenção anterior, alternando com momentos de sentar na cadeira.
Nono modelo de intervenção: Ingressar Puff dá sensação de segurança e ainda trabalha o equilíbrio, no entanto deve-se ter sempre atenção à colocação dos pés. Para a estimulação visual: colocação de fotografias dos pais, para chamada de atenção da criança. Sentar a criança uma vez que a criança está mais receptiva a esta postura preparar uma cadeira adaptada, para que possa participardas atividades com as outras crianças.
Décimo modelo de intervenção: Estimulação sensorial a exercício de estimulação motora, flexão dos braços, a estimulação dos restantes sentidos sempre aliada à estimulação motora.
Os modelos de intervenção a cima contrafazem registos, onde se tende em observar a reação da criança com microcefalia sobre as diversas intervenções, da interação entre a criança o adulto e família, com o proposito de promover uma prática educativa de forma dinâmica.
Entretanto a proposta apresentada fere que se faz necessário, pensar em um o plano de intervenção e estratégias a ser elaboradas para o aluno com microcefalia baseado em seu contexto histórico e familiar.
Segundo a Professora, Q.
“A educação especial e inclusiva é uma, proposta fundamental para o desenvolvimento do aluno, mas incluir a criança não requer apenas colocá-la dentro de uma sala de aula com o proposito que ela tenha contato com outras pessoas. Assim efetivar a inclusão depende da união entre escola, família, comunidade e poder público, para que o professor possa atuar interagindo a criança com o meio, de forma putada.” (Professora Q, 2017).
Com base nesse proposito deve-se, levar em consideração todos os aspectos pertinentes para um bom desenvolvimento da Educação Especial Inclusiva, requerendo-se do uso de equipamento, recursos específicos e materiais didático-pedagógicos para apoiar o aluno e o trabalho do professor.
Contudo para se alcançar a valorização da Educação Especial e Inclusiva deve-se questionar e considerar os obstáculos encontrados no processo de inclusão escolar de crianças com microcefalia, por meio de uma abordagem histórica e clínica do aluno, partindo das propostas de intervenções apresentadas pelo tema abordado a fim de refletir e discutir a importância da intervenção das atividades educativas, necessárias para promover o desenvolvimento das funções psicológicas e cognitivas dos alunos que apresentam microcefalia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da pesquisa em campo e da temática abordada, nota-se a importância da valorização da Educação Especial e Inclusiva, a qual apresenta o proposito de proporcionar a criança com deficiência, uma aula diversificada com momentos e condições que favoreça e oportunize o desenvolvimento de todas as suas potencialidades, no entanto, a efetivação da proposta de uma Educação Especial Inclusiva qualitativa ainda é um grande desafio institucional. De tal modo à instituição se propõe a trabalhar a individualidade da criança com microcefalia, ao pensar e buscar sempre o melhor atendimento.
Entretanto com a inclusão de crianças com deficiência, permite-se lembrar de que os avanços atuais expõem o enlace de várias conquistas educacionais, logo no que se vale em recurso e acessibilidade de materiais pedagógicos, texto e referências à microcefalia ainda se faz escassa se tornando uma grande dificuldade na aplicação das intervenções necessárias e aplicação de uma aula voltada à realidade clínica do aluno com microcefalia, no entanto isto não significa o descaço por parte da coordenação ou direção, pelo contrario os professores são presente e respectivo diante das dificuldades, logo condicionados pela falta de recursos.
Porém a vasta ampliação escolar compete-se na ampliação e capacitação de profissionais especializados para tal atuação efetiva em sala de aula, ou seja, a grande demanda de alunos com deficiência não superam a efetivação qualitativa do atendimento, colocando o professor regente em uma situação constrangedora por tal falta de informação e recursos bibliográficos, pois o atendimento a crianças com deficiência deve ser voltado à individualidade, ou seja, com a falta de profissionais especializados no atendimento da Educação Especial e Inclusiva se faz necessário uma tomada de medida para driblar e acabar com as dificuldades no atendimento, a partir de novas propostas educacionais por parte do Poder Público.
Desse modo mesmo pensando na atuação profissional e pedagógica de um professor regente, não se é garantido um atendimento especializado voltado à integração total do aluno, sendo que a formação de professores especializados é de fundamental importância para o desenvolvimento integral da criança com deficiência. Logo a instituição de ensino ainda se depara com a não obrigatoriedade, ou seja, a Educação Infantil não se faz a ordem obrigatória, no entanto o atendimento a Educação Especial e Inclusiva é ofertado mesmo sem a demanda de profissionais especializados.
Contudo, frente à temática abordada nota-se que as professoras entrevistadas apresentam o mesmo posto de vista frente à Microcefalia, a qual se refere a uma malformação congênita e considerada uma deficiência, sendo um desafio a ser alcançado, pois essa nova deficiência causa preocupações e receios, tendo em vista que é um caso novo e único. Logo as professoras atendem a deficiência do aluno de maneira a contribuir o seu desenvolvimento infantil, sendo assim cabe ao professor buscar, pesquisar formas de intervenção diferentes, que chame a atenção do aluno, permitindo seu desenvolvimento.
Nessa perceptiva o professor deve proporcionar ao aluno com microcefalia um ambiente favorável e agradável transmitindo-se confiança, pois com a interação entre professor e aluno, permite e desperta a curiosidade e interesse, considerando que a aprendizagem não se reduz a um planejamento elaborado e aos meios de trabalho e sim originalmente a dinâmica e a ação pedagógica.
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SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Microcefalia”; Brasil Escola. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/biologia/microcefalia.htm. Acesso em 16 /julho/ 2017.
ANEXO
Pesquisa de campo
Instituição: CMEI: Maria Vaz Meister.
Tipo de instituição: Municipal (Pública)
Níveis de Ensino: Educação Básica
Perfil dos Alunos: De 0 a 4 anos
Perfil da Comunidade: Bairro da Zona Sul
Perfil do Corpo Docente: Professores com nível médio, superior e especialização.
Entrevista realizada com professoras que atendem um aluno com deficiência. (microcefalia).
Professoras: Q, L, Estagiária da Saúde (cuidadora): T, e a Agente de Apoio: E. Lotadas no CMEI: Maria Vaz Meister.
	O que você compreende como educação especial?;
	Em seu ponto de vista, quais os elementos necessários para que haja um atendimento de qualidade para os alunos com deficiência no ensino regular de forma integral?;
	Em sua opinião os professores estão preparados para receber alunos com deficiência?;
	Como é realizado o atendimento às crianças com deficiência numa proposta que haja o desenvolvimento integral da mesma?;
	Como os alunos com deficiência são avaliados?;
	Como é disponibilizado o material pedagógico necessário para trabalhar e mediar crianças com microcefalia?;
	Quais as principais dificuldades encontradas em sala de aula na realização das atividades dirigidas?.
[1] Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Educação Especial Inclusiva – com ênfase na Deficiência Intelectual, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
[2] Especialização Lato Sensu, do curso de Educação Especial Inclusiva – com ênfase na Deficiência Intelectual
Contribuição da prática psicomotora no desenvolvimento de uma criança com microcefalia
Vivianne Oliveira de Deus
Introdução
As inquietações que motivaram a presente pesquisa partem da preocupação com a realidade vivenciada em Pernambuco com o surto da microcefalia, tornando-se relevantes os estudos para melhor preparação dos profissionais da educação a fim de acolher com segurança os alunos com essa limitação, mostrando como a psicomotricidade pode contribuir no desenvolvimento escolar de uma criança com essa característica.
Lidar com a realidade de uma educação especial é, para muitos professores, um desafio, pois muitas dúvidas surgem diante desse fato, uma vez que a formação vivenciada por esses profissionais algumas vezes não supre a necessidade existente na rotina de uma sala de aula, ficando os mesmos à mercê da experiência adquirida com o tempo de vivência. Logo, nota-se a importância de um maior suporte para todos que fazem o ambiente escolar, aprimorando a prática educacional voltada para a educação de crianças com limitações diagnosticadas, pois a inclusão deve ser vivenciada em todos os ambientes de maneira justa e satisfatória ao desenvolvimento social e cognitivo.
Toda criança tem direito a uma boa educação. Daí, então, a preocupação com a preparação da equipe escolar para acolher com satisfação os educandos com microcefalia, os quais, diante da sua realidade pessoal, já trazem consigo muitas limitações em seu dia a dia, necessitando sempre do apoio da família e de profissionais que sejam qualificados e sobretudo humanizados para superar com afeto os obstáculos que surgirão.
Elegemos como objetivo deste trabalho contribuir com a prática educacional enquanto ambiente inclusivo, apresentando fatores que auxiliem no desenvolvimento cognitivo e social das crianças com características típicas da microcefalia, ajudando os profissionais da educação na prática enquanto docente do ensino infantil. Assim, desenvolvemos este artigo com base no método qualitativo, pois, de acordo com Teixeira (2012), o enfoque desse tipo de pesquisa se dá por sua flexibilidade, podendo apresentar várias hipóteses e tendo ainda mais de uma forma de emprego de dados.
Levando-se em consideração a contribuição de Lopes (2006), que assegura ser análise bibliográfica todo trabalho que desenvolve uma abordagem perante um problema a partir de publicações de outros estudiosos, a presente pesquisa se dá em coleta de dados contidos em livros, revistas, artigos e trabalhos acadêmicos devidamente publicados.
Dessa forma, dividimos o referido artigo em quatro seções. Na primeira, será trabalhada a desenvoltura da psicomotricidade; na segunda, o conceito de microcefalia; na terceira, prioriza-se o desenvolvimento da criança com microcefalia na Educação Infantil, tendo como apoio a utilização das práticas psicomotoras; e a quarta refere-se ao currículo perante o PPP da escola visando, de fato, uma educação inclusiva.
O que é psicomotricidade?
De acordo com Oliveira (2015), o termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em 1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento. Dupré chama a atenção dos seus educandos sobre o desequilíbrio motor, denominando o quadro de debilidade motriz, tendo ainda observado uma estreita relação entre as anormalidades psicológicas e as anomalias motrizes, o que o levou a formular o termo psicomotricidade.
Conforme a Associação Brasileira de Psicomotricidade (2017), tem-se a definição:
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o Homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
Entende-se, portanto, que o desenvolvimento da psicomotricidade se dá em conjunto com o afeto, o movimento e o cognitivo, tendo como fonte de estudo o próprio corpo, sendo possível interligar as ações às emoções, construindo um conhecimento do ser enquanto indivíduo social, levando-se em consideração as experiências já vividas como princípio do desenvolvimento motor e emocional, aprimorando, assim, a linguagem e a socialização.
Segundo Cury (1958), a tarefa mais importante da educação é transformar o ser humano em líder de si mesmo, líder dos seus pensamentos e suas emoções, pois, quanto maior o volume emocional envolvido em uma experiência, mais o registro será elevado, com maiores chances de ser resgatado35.
Um dos pioneiros no estudo da psicomotricidade, Wallon apud Oliveira (2015) apresenta a importância do aspecto afetivo como anterior a qualquer tipo de comportamento, pois, para ele, é sempre a ação motriz que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais, estando relacionadas à motricidade, à afetividade e à inteligência no desenvolvimento da criança.
Percebe-se, então,que o desenvolvimento das práticas psicomotoras não é um treino destinado à automatização, e sim uma educação de modo geral associada aos potenciais intelectuais, afetivos, sociais e motores, permitindo que a criança progrida em suas habilidades e vença as suas limitações.
O que é microcefalia?
De acordo com Cabral e colaboradores (2015):
Microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve adequadamente e o perímetro cefálico apresenta medida menor que dois desvios-padrão abaixo da média específica para o sexo e a idade gestacional. Considera-se microcefalia grave quando a medida dessa circunferência é menor que três desvios-padrão. A microcefalia caracteriza-se por alterações de estrutura ou função presentes ao nascimento e de origem pré-natal.
Com a contribuição de Brunoni e colaboradores (2016):
As alterações mais comumente associadas à microcefalia estão relacionadas ao déficit intelectual e a outras condições que incluem epilepsia, paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento de linguagem e/ou motor, estrabismo, desordens oftalmológicas, cardíacas, renais, do trato urinário, entre outras. O estabelecimento do diagnóstico diferencial com causas genéticas e outros teratógenos ambientais, como as infecções pré-natais, o álcool, a exposição pré-natal ao raio X e alguns medicamentos, deve ser feito, já que, em todas essas condições, a microcefalia pode ser observada.
Observa-se, portanto, que a microcefalia consiste em uma formação irregular do cérebro, por causa da qual a criança poderá apresentar sequelas em seu desenvolvimento, necessitando, assim, de um maior estímulo para realizar atividades.
Levando-se em consideração a contribuição de Henriques e colaboradoras (2016), em outubro de 2015 foi observado um grande aumento dos casos de crianças com microcefalia, principalmente em Pernambuco, onde acredita-se que a epidemia vivenciada tenha sido causada pelo mosquito Aedes aegypti, agente transmissivo do vírus zika, tendo havido, até 20 de fevereiro de 2016, registro de 5.640 casos suspeitos de microcefalia e 583 confirmados.
A microcefalia, segundo Cabral (2015), não possui tratamento específico nem cura, entretanto se faz necessário o acompanhamento das crianças com profissionais adequados para que os estímulos sejam iniciados precocemente.
Perante a descrição, nota-se a necessidade de iniciação dos procedimentos cabíveis o mais cedo possível na vida das crianças microcefálicas, pois, assim, o desenvolvimento das mesmas tende a fluir diante das colaborações realizadas por profissionais devidamente capacitados.
Psicomotricidade: desenvolvimento da criança com microcefalia na Educação Infantil
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seu art. 29, “A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físi­co, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Para Fonseca (2008), o trabalho motor se torna crucial ao desenvolvimento perceptivo e cognitivo exatamente porque participa na elaboração e na organização da estrutura funcional do cérebro.
Diante dos fatos, nota-se que a área motora da criança, em construção, deve ser explorada como alicerce para a ampliação dos saberes; logo, a técnica da psicomotricidade pode ser uma grande aliada nesse processo, uma vez que trabalha com focos nas brincadeiras dirigidas em conjunto com as sensações, ampliando, assim, as habilidades motoras e emocionais.
Fonseca (1995) apud Flores (2017) afirma que uma maneira de estimular o surgimento e o crescimento de novas e mais complexas conexões entre células é através da psicomotricidade. Tanto que ela surge nos estudos neurológicos que visavam a reabilitação de pacientes com debilidades mentais ou que haviam sofrido acidentes que deixaram sequelas motoras e cognitivas.
Conforme o exposto, a psicomotricidade trabalhada nas crianças com dificuldades em seus movimentos, por problemas neurológicos ou não, vem a desempenhar um papel de reabilitação e estímulo em suas limitações. Com isso, as crianças podem aprimorar e construir saberes que ajudarão no seu desenvolvimento motor e cognitivo.
Em geral, recém-nascidos (RN) com microcefalia apresentam alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, tendo sido identificada ainda uma forte correlação com a paralisia cerebral, de acordo com o Ministério da Saúde (2016).
Sendo assim, torna-se necessária a adaptação do ambiente escolar com relação ao desenvolvimento da criança atípica, promovendo atividades voltadas para as limitações que ela apresenta.
Alves (2012) apud Bezerra (2017, pág. 49) ressalta que:
No trabalho da psicomotricidade, o professor deve assumir o papel de facilitador do desenvolvimento da capacidade de aprender, dando para a criança tempo para suas próprias descobertas, oferecendo estímulos cada vez mais variados, proporcionando experiências concretas e vividas com o corpo inteiro.
Diante da contribuição, observa-se a importância do professor como figura facilitadora do desenvolvimento da criança. Assim, estimular e proporcionar diferentes situações de acordo com a necessidade apresentada, visando o melhor desempenho do educando, deve fazer parte da rotina escolar. Logo, cabe ao docente perceber onde aplicar os estímulos necessários para o alcance de uma melhor reabilitação, tendo-se, assim, a possibilidade de um trabalho positivo.
De acordo com Boy (2017, p. 60):
A entrada de alunos com necessidades especiais nos traz um grande desafio: novos ritmos de aprendizagem. Alunos com transtornos e déficits reais têm limitações para aprender alguns conteúdos e precisam de metodologias diferenciadas. [...] Cada educando tem suas necessidades específicas; portanto, não cabe mais na sala de aula do século XXI uma metodologia pautada na homogeneidade. É preciso diversificar os momentos e as atividades por meio de estratégias de trabalho mais participativas, por meio de ambientes colaborativos de aprendizagem36.
Analisando o estudo, observa-se a importância da diversificação dos caminhos para o ensino-aprendizagem atualmente dentro da sala de aula, pois deparar-se com características específicas em cada educando tem sido cada vez mais comum; logo, precisa-se de estratégias que possam suprir a necessidade apresentada, devendo o docente estar atento à realidade de cada um para que o direcionamento seja comandado de modo adequado para a ampliação das habilidades preexistentes ou até mesmo para o desenvolvimento de uma reabilitação. Portanto, nota-se a relevância da busca contínua no que se refere à formação continuada dos instrutores da educação, uma vez que estar atualizado poderá facilitar o entendimento e desempenho das atividades necessárias para cada criança.
Educação especial: a inclusão começa na grade curricular
A cidadania é um conjunto de normas direcionadas a todos aqueles que exercem seu papel na sociedade em que vivem. De acordo com o Capítulo II, art. 6º, da Constituição Federal, “São direitos sociais, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
Em se tratando da educação, em seu art. 205, a Constituição defende que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Dessa forma, a escola tem a responsabilidade de promover uma boa educação em parceria com o Estado e a família, com o intuito de uma formação de qualidade para os futuros cidadãos de um modo geral, pois tem esse direito assegurado todo ser integrante da sociedade, devendo a instituição de ensino estar apta a promover uma educação inclusiva.
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (2013, pág. 299) defende que:
A concepçãoda Educação Especial nesta perspectiva da educação inclusiva busca superar a visão do caráter substitutivo da Educação Especial ao ensino comum, bem como a organização de espaços educacionais separados para alunos com deficiências. [...]
Portanto, vivenciar a educação inclusiva é um direito de todo aluno que possui alguma necessidade especial, prática em que se faz necessário o domínio sobre o quadro apresentado pelo educando para que a escola possa adaptar as atividades exigidas no currículo, realizando tarefas inclusivas na sala de aula e também organizando o Projeto Político Pedagógico (PPP) adequado à realidade vivenciada, uma vez que o PPP seria o direcionamento da instituição de ensino sobre sua funcionalidade como um todo.
A LDB (2016), em seu art. 59, diz que:
Os sistemas de ensino assegurarão aos edu­candos com deficiência, transtornos globais do de­senvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educati­vos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capa­cidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora [...]
Observa-se, portanto, que a escola, assim como os profissionais que a constituem, precisa adaptar-se a fim de que um bom acolhimento seja oferecido às crianças com necessidades especiais para que haja um desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do educando, sendo levadas em consideração, ainda, as limitações apresentadas pelo aluno e também a didática adotada pela escola de acordo com o PPP vigente, devendo a equipe escolar realizar as correções necessárias para o melhor desempenho do trabalho.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (2013, pág. 85):
Proposta pedagógica, ou projeto pedagógico, é o plano orientador das ações da instituição e define as metas que se pretendem para o desenvolvimento dos meninos e meninas que nela são educados e cuidados, as aprendizagens que se quer promovidas. Na sua execução, a instituição de Educação Infantil organiza seu currículo, que pode ser entendido como as práticas educacionais organizadas em torno do conhecimento e em meio às relações sociais que se travam nos espaços institucionais e que afetam a construção da identidade das crianças.
O currículo da Educação Infantil, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (2013, pág. 86) é concebido como:
Um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico. Tais práticas são efetivas por meio de relações sociais que as crianças desde bem pequenas estabelecem com os professores e as outras crianças, e afetam a construção de sua identidade. [...] Educação Infantil deve considerar a integralidade e indivisibilidade das dimensões expressivo motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural das crianças [...]
Levando-se em consideração a definição de currículo da Educação Infantil, nota-se a relevância da valorização da bagagem apresentada pela criança na construção das práticas pedagógicas, pois a estrutura afetiva, cognitiva e social do indivíduo pode vir a influenciar em seu desenvolvimento escolar, notando-se, assim, a importância da parceria que deve se estabelecer entre a família e a escola, uma vez que cada grupo em que o ser está inserido apresenta sua responsabilidade no que tange à colaboração para o alcance dos objetivos propostos, ou seja, o desenvolvimento positivo do educando.
Considerações Finais
Diante do estudo, conclui-se que, para que haja realmente uma educação inclusiva, a grade curricular deve estar de acordo com a realidade vivenciada no ambiente escolar, investindo não apenas em organização documental, mas na preparação adequada dos docentes para então se obter um resultado satisfatório no desenvolvimento da criança com microcefalia.
Observou-se ainda que a psicomotricidade pode ser uma grande aliada do progresso dos discentes com características típicas da microcefalia, pois a técnica, se trabalhada adequadamente, de acordo com as necessidades apresentadas pela criança, contribuirá com o avanço motor, social, afetivo e cognitivo, explorando, assim, habilidades preexistentes e abrindo espaço para novos saberes, ajudando no alcance dos objetivos preestabelecidos na prática da Educação Infantil, que seria o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físi­co, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
 
Vivianne Oliveira de Deus é graduada em Ciências Contábeis (Unifavip-Devry), pós-graduada em Coordenação Pedagógica e Gestão Escolar (Fafica) e em Psicomotricidade (Alpha) e gestora pedagógica (Colégio Revelação – Caruaru/PE).
 Utilizar material concreto: recursos como material dourado, blocos lógicos, material contável, cédulas e moedas de brinquedo tornam os conceitos matemáticos mais concretos, facilitando o processo de aprendizagem. 
 Diversificar: apresentar o mesmo conteúdo de formas diferentes favorece que alunos com dificuldade possam compreender melhor o conteúdo.
 Jogos ou atividades lúdicas: 
Educação Especial e Inclusiva
Educação Especial
É o ramo da educação que se ocupa os educandos com deficiência de preferência nas instituições de ensino regular, mas também nas especializadas. Possui uma série de recursos educacionais que oferecem diferentes alternativas de atendimento à disposição dos alunos. A tendência é tornar a educação especial cada vez mais inclusiva, aproximando a todos, com todas suas diferenças.
Tome nota: Para entender melhor a utilização dos termos corretos em relação à deficiência, sugerimos consultar esse artigo da página da Câmara dos Deputados: Como falar sobre as pessoas com deficiência.
Inclusão
A inclusão escolar tem sido tema de debate nos últimos anos com muita frequência, por se tratar de uma necessidade social e educacional para um melhor acolhimento às pessoas em geral: as pessoas com ou sem deficiência. Por esse motivo incluir atividades de educação especial para utilizar em sala de aula também é importante.
Leia mais: Escrevemos em outras oportunidades artigos sobre inclusão. Seguem como sugestão de leitura:
Atividades Especiais para utilizar em sala de aula
Utilizando uma perspectiva inclusiva, trouxemos dicas para você que trabalha ou pretende trabalhar como professor. São atividades que levam os alunos sem deficiência para compreender o lado de quem tem e promove uma oferta de situações que auxiliem no desenvolvimento destes.
1 – Todos juntos aprendendo com as diferenças
Indicado às escolas que estejam iniciando em educação inclusiva. Utilizando do cartaz do Ministério da Educação e Cultura-MEC “Todos juntos aprendendo com as diferenças”, a escola poderá fazer atividades que ajudem a vencer preconceitos promovendo empatia, respeito e solidariedade.
Com o auxílio de figurinhas de revistas em quadrinhos, inicie perguntando aos alunos se eles conhecem 2 seres vivos iguais. Assim como os personagens de quadrinhos, nós seres humanos temos características que nos diferenciam uns dos outros. Se alguém citar os gêmeos idênticos, lembremos das diferenças de temperamento que geralmente eles tem.
Em seguida incite um debate perguntando: “como seria o mundo

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