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cola de prova - Brasil colônia

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A expansão europeia no século XV e a incorporação do Brasil.
Fatores econômicos: A expansão marítimo-comercial européia dos séculos XV e XVI pode ser entendida como uma solução, no âmbito econômico, da crise geral do século XIV. Havia uma necessidade de novas fontes de metais preciosos: Como as minas européias não produziam metais suficientes, só havia uma solução: obtê-los fora. 
O comércio com o Oriente: Havia um lucrativo comércio com o Oriente, monopolizado pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. Os europeus importavam artigos de luxo e principalmente as especiarias. Como esses produtos eram supervalorizados, os ibéricos ambicionavam romper o monopólio dos italianos. 
Em 1453, a cidade de Constantinopla foi conquistada pelos turcos, que bloquearam o lucrativo comércio de especiarias realizado pelo mar Mediterrâneo. Portanto, tornou-se fundamental descobrir novos caminhos para o Oriente, pois significava descobrir novos mercados consumidores e novos mercados fornecedores de gêneros alimentícios e matérias-primas. 
Fatores culturais: influência do Renascimento. Propagar o cristianismo que estava em crise
Fatores políticos: processo de centralização política (formação dos Estados absolutistas).
Fatores socioeconômicos: ascensão do comércio, das ideias e práticas mercantilistas e da burguesia. 
Sociais e Políticos: A ascensão da burguesia: muitos burgueses financiaram as navegações. As navegações contaram com a colaboração estreita entre o Estado e o grupo mercantil. Muitos nobres sem-terra, ou cavaleiros sem função social, foram utilizados nas navegações.
Tecnológicos: O uso da bússola e do astrolábio; A invenção da caravela pelos portugueses; o aperfeiçoamento dos mapas geográficos (cartografia); a aceitação da noção de que a Terra é redonda. Velame misto: mistura os 2 tipos de velas (triangular: maior velocidade; quadrangular: maior capacidade de carga).
Religiosos: Em 711, os muçulmanos ocupam a Península Ibérica e só foram definitivamente expulsos em 1492. Foram quase oito séculos de constantes conflitos, o que gerou o “espírito” das Cruzadas entre os ibéricos. A luta contra os mouros e o “espírito” das Cruzadas serviram de pretexto para justificar a expansão ibérica. Em certo sentido, a conquista da América foi uma “continuação dessas Cruzadas”. O território português esteve ocupado desde o século VIII pelos árabes muçulmanos (os portugueses somente conseguiram expulsá-los completamente no em 1249, com a conquista de Algarve – região sul de Portugal). 
Navegações Portuguesas: No século XIII Portugal expulsa os mouros e atinge o seu território atual. Isso gerou um “absolutismo precoce”, ou seja, uma centralização e unificação política. Além disso, Portugal vivia um período sem guerras, ao contrário de outras regiões da Europa. Escola de Sagres era a maior faculdade portuguesa de navegação. Caravela foi uma invenção portuguesa devido ao seu casco avantajado era possível enfrentar os mares turbulentos, além de possuir uma capacidade de carga maior, posteriormente surgem os Naus, capazes de transportar 200 toneladas.
Navegações Espanholas: Em 1492, após expulsar definitivamente os mouros do território de Granada, os espanhóis se lançam às grandes navegações. Os Reis Católicos, Fernando e Isabel, patrocinaram a viagem do navegador genovês Cristóvão Colombo. Diferentemente dos portugueses, que buscavam chegar à Índia contornando a costa africana, Colombo planejou viajar em direção ao oeste. Com duas naus e uma caravela (Santa Maria, Pinta e Niña), Colombo partiu do porto de Palos no dia 3 de agosto de 1492. Dois meses depois, em 12 de outubro de 1492, Colombo chegou à Ilha Guanahani (atual Bahamas).
Tratado de Tordesilhas: Assinado em 7 de junho de 1494, estabelecia uma linha imaginária a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde. Assim, dividiu-se o “Novo Mundo” entre portugueses e espanhóis. Porém, ingleses, franceses e holandeses rebelaram-se contra o monopólio exercido por Portugal e Espanha sobre as novas terras descobertas.
Navegações francesas, inglesas e holandesas: Interessados também em descobrir um caminho para as Índias, franceses, ingleses e holandeses lançaram-se também ao mar, concentrando suas navegações no Atlântico Norte. Dessa forma, ingleses e franceses ocuparam e exploraram a América do Norte, além de estimular a pirataria marítima. Os ingleses chegaram ao ponto de oficializar a pirataria, isto é, os piratas foram transformados em corsários. Assim, a monarquia inglesa autorizava ataques e pilhagens contra navios de nações inimigas, desde que os lucros dos saques fossem divididos com o governo inglês.
O Brasil pré-cabralino e as sociedades indígenas.
Diferentemente dos Impérios Pré-Colombianos, os indígenas brasileiros não construíram cidades, não viviam em sociedades rigidamente estratificadas e hierarquizadas e não dispunham de estruturas complexas e centralizadas de poder. Os grupos indígenas que viviam no Brasil, antes da chegada dos portugueses, eram politeístas e seus rituais celebravam as entidades ligadas à natureza. A principal marca da das sociedades indígenas era a diversidade: viviam em comunidades isoladas, falavam línguas distintas e tinham níveis bastante diversos de domínio tecnológico.Algumas sociedades eram nômades, como, por exemplo: os pampeanos, na região sul. Se nas sociedades da Mesoamérica e dos Andes o milho era a base da alimentação, nas sociedades indígenas brasileiras prevalecia a mandioca.
TUPINAMBÁS (TUPIS): Habitavam o litoral brasileiro. Estima-se viviam no atual território brasileiro, em 1500, cerca de 3 milhões de indígenas. A guerra era uma das preocupações centrais dos tupinambás. Ela equivalia a um ritual e representava o meio de vingar a morte dos parentes, de controlar o inimigo e absorver suas melhores características. Os homens demonstravam, pela guerra, sua força e capacidade de liderança e asseguravam que a comunidade toda se identificasse com o triunfo da vingança. Praticavam rituais de antropofagia.
GUARANIS: Migravam constantemente. Eram guerreiros temidos e praticavam rituais de antropofagia, que atemorizava seus inimigos. No Rio Grande do Sul, além de ocuparem parte dos territórios dos índios do pampa e do planalto, faziam incursões militares contra os grupos charruas, minuanos e kaingangs . Em geral, as aldeias dos guaranis eram formadas por um conjunto de casas ovais, chamadas de “malocas”.
JÊS: Viviam entre as matas de araucária como semi-sedentários. Os kaingangs- membros da família- também foram apelidados pelos europeus de “coroados” (pelo corte de cabelo em forma de coroa).
PAMPEANOS: As sociedades indígenas pampeanas eram caçadores-coletores nômades e receberam diversos nomes. Os charruas e minuanos (especialmente por se vincularem ao gado e por se transformarem em exímios cavaleiros) são os mais conhecidos e predominavam no pampa sul-rio-grandense e uruguaio. Adaptados à região, viviam dos resultados da caça, da coleta e da pesca graças ao seu equipamento de boleadeiras, lanças, arcos e flechas. Suas aldeias eram improvisadas, com habitações feitas de matéria-prima regional. A chegada dos portugueses representou para as sociedades indígenas uma verdadeira catástrofe. Milhares de indígenas foram vitimados pela violência física e cultural imposta pelos portugueses. Segundo as estimativas da FUNAI (em 2010), no Brasil vivem aproximadamente 358 mil indígenas, distribuídos entre 225 povos, que perfazem cerca de 0,2% da população brasileira. 
O século XVI e a fixação litorânea.
A conquista e a colonização da América foram um dos desdobramentos da expansão comercial da Europa e insere-se no processo de transição do feudalismo ao capitalismo. Pacto colonial: a colônia era proibida de exercer manufatura, deveria fornecer seus produtos apenas para a metrópole. Na colônia espanhola foram implantadas universalidades, já nas portuguesas era proibido. Formou-se na América colonial sistemas produtivos complementares e dependentes em relação aos da Europa. O objetivo era alimentar o mercado do Velho Mundo.
Os anos iniciais - 1500-1530:Durante esse período, os portugueses estavam mais interessados com os lucrativos negócios com as Índias. Dessa forma, nesse período, os portugueses apenas dedicaram-se à exploração do pau-brasil, utilizando, para tanto, do trabalho indígena via escambo. As primeiras tentativas de exploração da costa brasileira seguiram o modelo do sistema de feitorias, adotadas anteriormente no litoral africano. Durante as primeiras décadas do século XVI o litoral brasileiro também foi frequentado por franceses e espanhóis, que cobiçavam o pau-brasil. 
1530 – 1600 – A fixação litorânea: Para garantir a posse definitiva da colônia, os portugueses adotaram políticas de colonização efetivas. O primeiro passo foi o envio da expedição comandada por Martim Afonso de Souza, em 1530. Em 1532, dom João III já se decidira pela intensificação do processo colonizador no Brasil, com a distribuição de capitanias hereditárias (ou donatárias). O sistema de capitanias hereditárias também já haviam sido testadas nas ilhas portuguesas do Atlântico (Ilha da Madeira, Açores, Cabo Verde, São Tomé) ao longo do século XV. A decisão de dom João III fundamentou-se nas dificuldades financeiras do Estado para promover mais diretamente a colonização, pois as experiências anteriores haviam sido realizadas em escala menor nas ilhas do Atlântico e contaram com a existência de uma nobreza de serviço estreitamente associada à ação da monarquia. Além disso, a ameaça externa, representada pelos comerciantes franceses de pau-brasil e pelos espanhóis na região do Prata, acelerou a opção colonizadora.( Com o Estado absolutista em vias de consolidação, inclusive do ponto de vista legislativo, as capitanias devem ser encaradas como concessões do poder público a particulares, nas quais parte significativa das atribuições governamentais eram delegadas aos donatários. A delegação de poderes, entretanto, não alienava a soberania do rei e não o transformava em suserano. A relação entre rei e donatário era de soberano e súdito e não de suserano e vassalo, como no feudalismo. Pelo sistema de capitanias, o rei doava uma faixa de terra a um súdito, que recebia o título de capitão donatário. Com o seu falecimento, a terra era transferida ao herdeiro. No entanto, a terra doada era propriedade do rei. O donatário apenas tinha a sua posse, embora dispunha de amplos poderes sobre ela. Em contrapartida, o donatário deveria garantir a defesa militar da capitania contra as invasões estrangeiras; estabelecer boas relações com a população indígena; organizar e desenvolver a produção local de gêneros economicamente rentáveis; montar um aparelho administrativo e jurídico na capitania; arrecadar impostos para a Coroa; estimular o povoamento da capitania (fundar vilas, distribuir terras (sesmarias) entre colonos que preenchessem as condições determinadas em lei). Entre 1534 e 1536, foram criadas 15 capitanias. No entanto, o sistema de capitanias mostrou-se insuficiente para fomentar a colonização do território. Algumas capitanias sofreram dificuldades em virtude do conflito com os indígenas. As únicas capitanias que prosperaram foram as de São Vicente e Pernambuco. A maior riqueza concentrou-se em Pernambuco, onde havia boa quantidade de pau-brasil, cuja exploração garantia retorno rápido do capital, e solo muito mais favorável ao cultivo da cana do que o de outras capitanias, inclusive São Vicente. O insucesso das capitanias deve-se também a outros fatores: falta de recursos financeiros e de colonos, hostilidade dos indígenas, dificuldades de contato com a Europa, ataques estrangeiros. 
O Governo Geral: Vários fatores contribuíram para a criação do Governo Geral, em 1548. As dificuldades enfrentadas pela maioria das capitanias hereditárias; O crescimento das incursões estrangeiras no Brasil; O aumento das guerras contra as populações indígenas; O sucesso da conquista espanhola do Peru e a descoberta, nessas terras, de minas de prata. O Governo Central foi instalado na capitania da Bahia (considerada estratégica geograficamente). (Aliás, Salvador foi a primeira capital do Brasil – até 1763). Em 1549, Tomé de Souza foi enviado ao Brasil como primeiro governador-geral. Com ele vieram mais de mil pessoas, dentre eles 400 degredados, além dos primeiros jesuítas, chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega.
A França Antártica: Em 1555, os franceses invadiram e instalaram-se na Baía de Guanabara, onde fundaram a França Antártica. Em 1565, os franceses foram expulsos pelos portugueses, que fundaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Posteriormente, os franceses voltariam a invadir o território brasileiro. Entre 1612 e 1615, instalaram-se no Maranhão, onde fundaram a França Equinocial. 
A economia colonial: A história econômica do período colonial pode ser sintetizada através do tripé: Latifúndio (monocultor e agroexportador - plantation); Dependência externa (pacto colonial); Escravidão. A partir da segunda metade do século XVI, a cana-de-açúcar tornou-se o principal produto produzido pela colônia brasileira. O fumo foi a segunda maior atividade destinada à exportação, embora estivesse muito longe de competir com o açúcar. A grande região produtora localizou-se no Recôncavo baiano. Produziram-se vários tipos de fumo, desde os mais finos, exportados para a Europa, até os mais grosseiros, que foram importantes como moeda de troca na costa da África.
A escravidão: Em 1570, foi proibida a escravização dos indígenas no Brasil. No entanto, mesmo com a proibição, o trabalho escravo dos índios foi utilizado por muito tempo, sobretudo nas regiões mais atrasadas economicamente da colônia. Outros efeitos economicamente negativos da escravidão fizeram-se sentir na colônia, como o desestímulo aos investimentos e à renovação tecnológica, e a existência de um vasto contingente populacional sem poder aquisitivo, dificultando a formação do mercado interno.
O século XVII e a expansão territorial.
A partir do século XVII, houve uma lenta e gradual expansão territorial, cujos principais responsáveis foram: Os pecuaristas; Os jesuítas; Os bandeirantes. A criação de gado começou nas proximidades dos engenhos, mas a tendência à ocupação das terras mais férteis para o cultivo da cana foi empurrando os criadores para o interior. Em 1701, a administração portuguesa proibiu a criação em uma faixa de oitenta quilômetros da costa para o interior. A pecuária foi responsável pelo desbravamento do “grande sertão”. Foram essas regiões, mais do que o litoral, que se caracterizaram por imensos latifúndios, onde o gado se esparramava a perder de vista. Os jesuítas: As missões ou aldeamentos jesuítas estenderam-se por vários pontos dos domínios portugueses e espanhóis na América. Cada missão era auto-suficiente e organizava-se como verdadeiras cidades (havia habitações, a igreja, colégio, cemitério...) Os bandeirantes (ou paulistas): Geralmente caracterizados como “pioneiros”, como “homens corajosos que desbravaram os sertões e, assim, responsáveis pelo alargamento das nossas fronteiras”, entre outras coisas, na verdade os bandeirantes não passavam de ambiciosos saqueadores, escravizadores de indígenas e promotores de verdadeiros etnocídios.
A União Ibérica (1580-1640): Após a morte do rei português D. Sebastião I da Dinastia de Avis, a Coroa ficou sem herdeiros. Seu tio, o cardeal D. Henrique, chegou a assumir o trono por um curto período. Após a sua morte, Portugal enfrentou uma crise sucessória, uma vez que o trono era reivindicado por D. Antônio (sobrinho de D. Henrique) e o seu primo, Filipe II, rei da Espanha. No entanto, havia um grupo composto de aristocratas, mercadores e a alta hierarquia eclesiástica, interessados com o estreitamento com os seus negócios com a Espanha, defendiam a unificação das Coroas portuguesa e espanhola. Assim, em 1580, Filipe II invadiu Portugal e, com pouca resistência do grupo rival, deu início à União Ibérica. No Brasil, as principais consequências da União Ibérica foram: A suspensão da linha de Tordesilhas e o incentivo à penetração no interior; As invasões estrangeiras,Franceses no Maranhão e Holandeses na Bahia e em Pernambuco. Nesse período, espanhóis e holandeses nutriam uma grande rivalidade, sobretudo em virtude de questões econômicas e religiosas. Os holandeses fundaram as Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais. Em 1640, o mesmo grupo que apoiou a União Ibérica revoltou-se contra a Espanha e aclamou D. João IV como novo rei de Portugal (dando início à Dinastia dos Bragança). Com o final da União Ibérica, acirrou-se a rivalidade entre espanhóis e portugueses no Brasil, sobretudo na região Sul. 
Os holandeses no Nordeste (1630-1654): Em 1624, os holandeses tentaram invadir a Bahia, mas não lograram êxito. Em 1630, os holandeses invadiram Pernambuco, então a maior produtora de açúcar do mundo. Após cinco anos de lutas contra os luso-brasileiros, os holandeses firmaram, em 1635, seu domínio sobre a capitania. No entanto, os holandeses desconheciam as técnicas de produção do açúcar, além de não terem controle sobre as zonas africanas que exportavam cativos para a América. Além do investimento na arte e no melhoramento urbano de cidades como Recife e Olinda, Nassau também impôs um clima de tolerância religiosa no Nordeste. Entre 1645 e 1654, houve a Insurreição Pernambucana, cujo objetivo era expulsar os holandeses do Brasil. A insurreição foi bem-sucedida. Após serem expulsos do Brasil, os holandeses passaram a produzir açúcar, em larga escala, nas suas colônias nas Antilhas, tornando-se um dos principais concorrentes do açúcar brasileiro e escravistas.
Rivalidades entre portugueses e espanhóis no Sul do Brasil: 1680 – Portugueses fundam a Colônia do Sacramento. Até 1777, Sacramento foi o principal ponto de atrito entre as Coroas ibéricas. Várias vezes cercado, tomado e reconquistado, o núcleo português no Prata representou um interesse estratégico-militar de conservação da área. Os espanhóis responderam prontamente à expansão lusitana. Os Sete Povos eram formados pelas reduções de São Miguel (capital), São Nicolau, São Borja, São Luiz Gonzaga, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo. No início do século XVIII, os Sete povos possuíam cerca de 30 mil habitantes, em grande maioria de origem guarani, ainda que ali também vivessem charruas, minuanos e outras comunidades. Em 1750, assinou-se o Tratado de Madrid. O acordo determinava a passagem do domínio da Colônia de Sacramento aos espanhóis, enquanto os espanhóis entregariam aos lusitanos os territórios missioneiros ao oriente do rio Uruguai. Em 1751, um tratado secreto acertou o uso conjunto da força militar no caso da resistência dos missioneiros. Para colonizar o Alto Uruguai, a Coroa portuguesa enviou mais de 500 casais de açorianos e naturais da Ilha da Madeira, sob a promessa de terras, ferramentas, sementes, ajuda de custo, etc. A cada casal seriam entregues 272 hectares de terra. Até 1754, mais de dois mil açorianos estabeleceram-se na América Meridional. Com a resistência dos missioneiros em abandonar as Missões, ocorreu a Guerra Guaranítica (1754-1756). A Guerra justa era contra os índios rebeldes não cristianizados. Havia escravidão voluntária indígena.
O século XVIII e a consolidação colonial.
A Sociedade Mineradora: As expectativas da Coroa portuguesa de encontrar metais preciosos na colônia tornaram-se realidade quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas próximas à atual cidade de Sabará (MG). Logo, em dez anos, as chamadas Minas Gerais tinham se constituído em uma região populosa e economicamente dinâmica, que ajudou na recuperação econômica de Portugal. Em 1718, os portugueses também encontraram ouro na região de Mato Grosso e, em 1722, em Goiás. Posteriormente, descobriu-se também diamantes em Minas Gerais. As notícias acerca da descoberta de minas de ouro logo atraíram um grande contingente populacional para a região das Minas Gerais. Por muito tempo predominou a extração do ouro de aluvião. Entretanto, a Coroa portuguesa restringia a exploração das minas apenas a quem possuísse escravos e os capitais necessários ao investimento dessa atividade. Nas minas havia, pessoas de todos os tipos: nobres, grandes comerciantes, funcionários reais, religiosos, trabalhadores livres, aventureiros e escravos. A maioria esmagadora era de homens e havia poucas mulheres – dentre estas, muitas prostitutas. Nos primeiros anos do ciclo do ouro em Minas Gerais, o grande contingente populacional que rapidamente foi se fixando naquela região sofreu com a crise de abastecimento e com a fome. 
Guerra dos Emboadas (1708-1709): disputa entre paulistas e emboadas (“estrangeiros”, mas refere aos luso-brasileiros de outras regiões da colônia). De início, os luso-brasileiros que se estabeleciam na região das minas edificaram pequenos povoados, construindo casas próximas a caminhos terrestres e fluviais e plantando gêneros de subsistência. Com o passar dos anos, alguns desses povoados tornaram-se vilas. Toda vila deveria possuir um aparato administrativo básico, que era controlado pela Coroa: a Câmara Municipal, a cadeia, o pelourinho, e as igrejas. A atividade mineradora deslocou o eixo populacional, administrativo e econômico da colônia para a região centro-sul. Assim, em 1763 a capital da colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.
O Barroco Mineiro: A arte barroca é uma forma de expressão densa, rebuscada, detalhada e de forte teor católico.
Um dos principais artistas barrocos mineiros era o escultor Antônio Francisco Lisboa (1730-1814), o Aleijadinho.
Crise da produção aurífera: a partir da segunda metade do século XVIII. aquilo relacionado à exploração de ouro e/ou metais preciosos.
Inconfidência Mineira (1788-1789): influência do Iluminismo francês; ideias republicanas; lutavam para a separação de Minas do resto do Brasil durante 100 anos, só após a consolidação da república que se busca um herói para representar a nação; os inconfidentes não eram abolicionistas.
Revolta de Felipe dos Santos: revolta contra a cobrança de impostos da nobreza; morreu enforcado; crise da produção aurífera.
O século XVIII e a integração do território: As atividades mineradoras em Minas Gerais, assim como a descoberta de ouro em Mato Grosso e Goiás, possibilitou, paulatinamente, a integração de quase todas as partes da colônia. Uma parcela importante dessa integração territorial deve-se à atividade dos tropeiros. No século XVII, os tropeiros praticavam suas atividades no Nordeste. A partir do século XVIII, essa atividade seria extensivamente praticada na região Centro-Sul. Conduziam grandes conjuntos de animais por largas distâncias, transportando também carne-seca, toucinho, peles, couros e outros derivados da pecuária. 
A Economia colonial: XVI e XVII no Brasil pode ser classificada em diversos tipos: a extração, a agricultura, a pecuária e o artesanato e serviços. As “drogas do sertão” – canela, pimenta, noz-moscada, gengibre, copaíba – foram procuradas como substitutos dos produtos do Oriente, cujo mercado Portugal perdera para diversos concorrentes. Elas seriam a principal fonte de renda daquela região, até a implantação da agricultura do arroz e do algodão no século XVIII. Agricultura de exportação: sobretudo cana-de-açúcar e tabaco; Agricultura de subsistência: mandioca, milho, trigo, arroz e feijão; Pecuária (couro): principalmente no Nordeste. A produção artesanal dos séculos XVI e XVII foi escassa, o que se explica de duas maneiras: os engenhos possuíam suas próprias oficinas e as vilas e cidades eram pequenas. Havia produção de tecidos, os ofícios de carpinteiros, marceneiros, ferreiros, alfaiates, pedreiros, produção de cachaça, marmelada, redes e mobiliário; e ainda a construção naval, com estaleiros em Salvador, Rio de Janeiro e Belém para reparos e construção de navios e barcos. Na primeira metade do século XVIII, a mineração será a principal atividade econômica da colônia. Com relação à agricultura, merecem destaque as seguintes culturas: Algodão: no Maranhão, Pará, Pernambuco e Paraíba; Arroz, no Maranhão; Cacau, na Bahia; Tabaco: Bahia e Pernambuco; Drogas dosertão: no Pará; Erva mate: Rio Grande do Sul. Pecuária: Nordeste, Norte e Rio Grande do Sul. Principais fatores pelo “atraso econômico”: Escravidão e baixo nível de renda da população livre; Auto suficiência dos engenhos; Excedente agrícola pequeno; Escassez de moeda; Produção artesanal incipiente; Proibição da manufatura; Importação de produtos.
Latifúndio e escravidão
Ao longo do século XV, os portugueses construíram inúmeras feitorias ao longo do litoral africano. As feitorias eram, ao mesmo tempo, entrepostos comerciais e fortificações militares. Nas feitorias residia o feitor, que era um funcionário da Coroa ou alguém autorizado pelo rei a desempenhar tais funções. O feitor deveria estabelecer relações amistosas com povos e chefes locais para conseguir deles proteção, trabalho e produtos de valor comercial. Deveriam ainda organizar e proteger o estoque dos artigos obtidos por meio da troca e gerenciar seu embarque nos navios que o levariam à Europa. Os portugueses obtinham junto aos africanos principalmente escravos, ouro, sal, marfim, pimenta e outras especiarias. Em contrapartida, os portugueses vendiam aos africanos principalmente tecidos e ferro. Embora na África também houvesse a escravização dos inimigos – islamismo – derrotados após as guerras, a lógica era outra, pois tal escravização não servia para atender ao comércio internacional de escravos. Os portugueses transformaram a escravidão em um lucrativo comércio internacional. Posteriormente, holandeses, ingleses e franceses também passaram a participar do tráfico negreiro. Como as expedições de saque e escravização eram caras e perigosas, os portugueses perceberam que era mais vantajoso estabelecer alianças com grupos locais, que recebiam remuneração e armas para aprisionar escravos. Dessa forma, os portugueses e demais europeus passaram a fomentar e financiar guerras entre os africanos, com o objetivo de angariar o maior número de escravos possível. Os grupos africanos que vieram para o Brasil eram diversos e heterogêneos. Mesmo assim, costuma-se identificar dois grupos étnicos principais: Sudaneses: vieram da África Ocidental (Nigéria, Guiné, Sudão Ocidental...); geralmente eram islamizados e o seu principal destino foi a Bahia; Bantos: vieram da África equatorial e tropical (Angola, Moçambique, Congo...) Devido ao tráfico negreiro, milhões de africanos foram violentamente capturados e transportados ao Brasil nos chamados navios negreiros, em virtude as péssimas condições, calcula-se que morriam aproximadamente 10% a 40% dos escravos durante a viagem. Por isso, os navios negreiros também ficaram conhecidos como tumbeiros. Assim que chegavam ao Brasil, os escravos eram levados a uma alfândega, onde se fazia o controle sobre a carga do navio. Em seguida, eram encaminhados aos mercados públicos, para serem comercializados. O Brasil foi o principal destino mundial de escravos africanos. 
O que legitimava a escravidão dos africanos no Brasil: Os africanos eram pagãos; Dizia-se que como já existia escravidão na África, assim apenas se transportariam os cativos para o mundo cristão, onde estes seriam civilizados e salvos pelo conhecimento da verdadeira religião; Os padres agradeciam a Deus a existência da escravidão e procuravam legitimá-la usando uma passagem bíblica: “A maldição de Noé”; Além disso, o africano era considerado um ser racialmente inferior. 
Os escravos resistiram à escravidão de diversas formas: Suicídios e infanticídios; revoltas contra os feitores e senhores; A capoeira; As fugas e a formação de quilombos. Os quilombos eram comunidades autônomas organizadas, no “meio do mato”, por escravos fugitivos. Os escravos fugitivos eram perseguidos pelos temidos capitães do mato. Quilombo dos Palmares, localizado entre os atuais estados de Pernambuco e Alagoas, formado no início do século XVII, resistiu aos ataques de portugueses e holandeses por quase cem anos, vindo a sucumbir em 1695 com a prisão e enforcamento de Zumbi, líder dos rebeldes, na sua última fase de existência. Estima-se que em Palmares viviam cerca de 20 mil pessoas. Sugerem a existência de uma comunidade socialmente diversificada, abrangendo não apenas ex-escravos de origem africana, mas também lusos-brasileiros perseguidos pela Coroa por razões religiosas ou pela prática de crimes e infrações menores. Por mais de 300 anos, o Brasil foi uma sociedade extremamente escravocrata. Isso deixou para o país uma nefasta herança: Durante muito tempo, o trabalho manual era considerado “coisa de preto”; A forma como o trabalhador brasileiro foi tratado até meados da década de 1930 (inexistência de leis sociais e trabalhistas); durante muito tempo a palavra cidadania era inaplicável no Brasil; A escravidão contribui para o não desenvolvimento de uma economia interna; Preconceito e marginalização dos afrodescendentes;
O surgimento do latifúndio no Brasil, uma das bases da estrutura de produção colonial, não está relacionada apenas à exigência de produção em larga escala, geradora dos lucros com a exportação, mas também a determinados fatores históricos de origem, como: As doações de sesmarias – grandes áreas desmembradas de uma capitania -, a necessidade de ocupação efetiva das terras portuguesas e, principalmente, as exigências criadas pela cana-de-açúcar, que, possuindo uma baixa produtividade por unidade territorial de plantio, não daria os lucros esperados; necessariamente, para obtê-los, seu cultivo teve de se dar em larga escala de produção. O latifúndio (grande extensão de terras, utilização de farta mão-de-obra, técnica precária e baixa produtividade) foi a grande propriedade predominante no Brasil. Em algumas regiões, como a Bahia e Pernambuco, o apogeu da economia açucareira, entre os séculos XVI e XVII. Pode-se caracterizar o latifúndio como uma propriedade agrária de grande extensão de terreno o qual passa ser propriedade de uma única pessoa, família ou até mesmo uma empresa.
Plantation: é um tipo de sistema agrícola baseado em uma monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão de obra escrava. Monocultura (produção principal de um gênero agrícola na propriedade rural). Uso de mecanização e tecnologia; Grande parte da produção é destinada ao mercado externo; Parte da produção é exportada in natura e parte é industrializada. Portanto, há forte presença da agroindústria neste sistema; Ocorre em propriedades de grande extensão territorial; Emprego de trabalho assalariado (na época colonial a mão de obra escrava africana era utilizada neste sistema; Elevados investimentos e lucros; Presença de capitais nacionais e estrangeiros; Emprego de mão de obra barata (trabalhadores braçais) e em grande quantidade.
As haciendas foram grandes propriedades implantadas na América do Sul pelos colonizadores espanhóis. Eram grandes fazendas que tinham núcleos com casas de alto valor arquitetônico. Essas propriedades pertenciam a famílias ricas e tradicionais da Espanha. Mais tarde, esse modelo de propriedade foi exportado para a América, durante o período colonial. Essas terras eram deixadas como herança e tinham grande valor. A casa das haciendas eram imponentes e a propriedade era dedicada à prática agrícola. Os donos dessas terras eram pessoas que tinham verdadeira paixão pela vida no campo. As haciendas eram vistas como um fator de prestígio social. A produção das haciendas visavam sua auto-suficiência. As casas eram repletas de bens de luxo para ostentação.

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