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Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 TEMA A- FORÇAS E MOVIMENTOS. Subtema A.1 – Dinâmica de uma partícula em movimento. 1.1 – Descrição do movimento de uma partícula. Lei do movimento Como é sabido, o movimento de uma partícula material se representa através da mudança da posição da partícula ao longo do tempo. No entanto, para determinar a posição de uma partícula material no espaço é necessário definir um referencial. O referencial que vamos usar é o sistema cartesiano de coordenadas, que pode ser: um sistema unidimensional (figura 1.1), um sistema bidimensional (figura 1.2) e, um sistema tridimensional (figura 1.3). • Lei do movimento (ou lei das posições) Para localizar uma partícula (ou um objecto representado por uma partícula) usa-se geralmente o vector posição �⃗� , o qual é um vector com início na origem do referencial e fim no ponto onde se encontra a partícula. Com notação vectorial o vector �⃗� e as coordenadas de posição, pode ser escrito: �⃗� = 𝒙. �⃗� 𝒙 + 𝒚. �⃗� 𝒚 + 𝒛. �⃗� 𝒛 - Equação do vector posição. (1) Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Onde 𝒙�⃗� 𝒙, 𝒚�⃗� 𝒚, 𝒛�⃗� 𝒛 são os vectores componentes de vector posição �⃗� , 𝒙, 𝒚 𝑒 𝒛 são as componentes escalares e �⃗� 𝒙, �⃗� 𝒚 e �⃗� 𝒛 são os versores unitários do eixo coordenado x, y e z. Fig. 1.4 Por exemplo, na figura ao lado (fig. 1.4), a partícula aí representada tem coordenadas (-3, 2, 5) com vector posição: �⃗� = −𝟑�⃗� 𝒙 + 𝟐�⃗� 𝒚 + 𝟓�⃗� 𝒛 Seu modulo (ou norma) |�⃗� | é dado pela expressão: |�⃗� | = √𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 + 𝒛𝟐 Considerando que a partícula material se movimenta, em relação ao referencial 0xyz, sua posição irá variar com o tempo e, obtemos a equação da lei do movimento ou lei das posições: �⃗� = �⃗� (𝒕), ou �⃗� (𝒕) = 𝒙(𝒕). �⃗� 𝒙 + 𝒚(𝒕). �⃗� 𝒚 + 𝒛(𝒕). �⃗� 𝒛 (2) Comparando (1) e (2), obtemos as equações paramétricas ou escalares do movimento. Tais equações caracterizam a variação das coordenadas de posição da partícula em função do tempo. E designam.se por paramétricas porque são toas expressas em função de um mesmo parâmetro: o tempo. 𝒙 = 𝒙(𝒕), 𝒚 = 𝒚(𝒕), 𝒛 = 𝒛(𝒕) 1.2 – Equação cartesiana da trajectória. Vector deslocamento. A partir das equações paramétricas, é possível conhecer as características da trajectória de uma partícula por determinação da equação cartesiana da trajectória. Tal equação obtem.se por eliminação do parâmetro tempo, t, no sistema constituído pelas equações paramétricas do movimento da partícula. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 • Vector deslocamento Se for conhecida a forma como varia o vector posição com o tempo, pode determinar-se o vector deslocamento ∆�⃗� . Ele é a diferença entre os vectores posição final e inicial da partícula, respectivamente �⃗� 𝒇 e �⃗� 𝒊. Isto é: ∆�⃗� = �⃗� 𝒇 − �⃗� 𝒊 (3) Como: �⃗� 𝒇 = 𝒙𝒇�⃗� 𝒙 + 𝒚𝒇�⃗� 𝒚 + 𝒛𝒇�⃗� 𝒛 e �⃗� 𝒊 = 𝒙𝒊�⃗� 𝒙 + 𝒚𝒊�⃗� 𝒚 + 𝒛𝒊�⃗� 𝒛 Pode escrever-se: ∆�⃗� = (𝒙𝒇 − 𝒙𝒊)�⃗� 𝒙 + (𝒚𝒇 − 𝒚𝒊)�⃗� 𝒚 + (𝒛𝒇 − 𝒛𝒊)�⃗� 𝒛 (4) Substituindo (𝒙𝒇 − 𝒙𝒊) por ∆𝒙, (𝒚𝒇 − 𝒚𝒊) por ∆𝒚 e (𝒛𝒇 − 𝒛𝒊) por ∆𝒛, obtemos: ∆�⃗� = ∆𝒙�⃗� 𝒙 + ∆𝒚�⃗� 𝒚 + ∆𝒛�⃗� 𝒛 - Equação do vector posição (5) Problemas resolvidos 1- Uma bola foi chutada por uma criança, tendo efectuado um percurso cujas coordenadas em função do tempo são dadas pelas equações paramétricas seguintes: { 𝑥 = −0.31𝑡2 + 7,2𝑡 + 28 𝑦 = 0,22𝑡2 − 9,1𝑡 + 30 Com t em segundos e x e y em metros. Quando t = 15 s, qual o vector posição da bola, �⃗� , qual a sua norma e qual o valor do ângulo que o vector faz com o eixo dos xx? Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Resolução: Quando t = 15 s, as componentes escalares calculam-se do seguinte modo: { 𝒙 = −𝟎. 𝟑𝟏. (𝟏𝟓)𝟐 + 𝟕, 𝟐. 𝟏𝟓 + 𝟐𝟖 𝒚 = 𝟎, 𝟐𝟐. (𝟏𝟓)𝟐 − 𝟗, 𝟏. 𝟏𝟓 + 𝟑𝟎 ↔ { 𝒙 = 𝟔𝟔, 𝟐𝟓𝒎 𝒚 = −𝟓𝟕𝒎 Logo o vector posição quando t = 15 s, será: �⃗� = 𝟔𝟔, 𝟐𝟓�⃗� 𝒙 − 𝟓𝟕�⃗� 𝒚 (𝒎) • A sua norma será: |�⃗� | = √𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 → |�⃗� | = √(𝟔𝟔, 𝟐𝟓)𝟐 + (−𝟓𝟕)𝟐 |�⃗� | = 𝟖𝟕, 𝟒𝒎 • Para calcular o valor do ângulo que o vector posição faz com o eixo do xx, faz-se: 𝐭𝐚𝐧 𝛉 = 𝒚 𝒙 ↔ 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 𝒚 𝒙 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 (−𝟓𝟕) 𝟔𝟔, 𝟐𝟓 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 (−𝟎, 𝟖𝟔) 𝜽 = −𝟒𝟏𝒐 2- O vector posição inicial de uma partícula é: �⃗� 𝟏 = −𝟑�⃗� 𝒙 + 𝟐�⃗� 𝒚 + 𝟓�⃗� 𝒛 (m) e, ao fim de algum tempo o seu vector posição é dado por: �⃗� 𝟐 = 𝟗�⃗� 𝒙 + 𝟐�⃗� 𝒚 + 𝟖�⃗� 𝒛 (m). qual é o vector deslocamento desta partícula neste intervalo de tempo? Resolução: Para calcular o vector deslocamento é necessário subtrair o vector posição final pelo vector posição inicial: ∆�⃗� = (𝒙𝟐 − 𝒙𝟏)�⃗� 𝒙 + (𝒚𝟐 − 𝒚𝟏)�⃗� 𝒚 + (𝒛𝟐 − 𝒛𝟏)�⃗� 𝒛 ∆�⃗� = [𝟗 − (−𝟑)]�⃗� 𝒙 + (𝟐 − 𝟐)�⃗� 𝒚 + (𝟖 − 𝟓)�⃗� 𝒛 ∆�⃗� = 𝟏𝟐�⃗� 𝒙 + 𝟑�⃗� 𝒛 1.3- Vector velocidade média e vector velocidade instantânea A velocidade média de uma partícula que se desloca de uma posição para outra durante um certo intervalo de tempo, pode determinar-se fazendo o quociente entre o vector deslocamento ∆�⃗� e o intervalo de tempo ∆𝒕. �⃗⃗� 𝒎 = ∆�⃗� ∆𝒕 (6) Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Utilizando a equação (5), pode-se escrever o vector velocidade média usando as componentes do vector deslocamento. Assim: �⃗⃗� 𝒎 = ∆𝒙�⃗� 𝒙 + ∆𝒚�⃗� 𝒚 + ∆𝒛�⃗� 𝒛 ∆𝒕 �⃗⃗� 𝒎 = ∆𝒙 ∆𝒕 �⃗� 𝒙 + ∆𝒚 ∆𝒕 �⃗� 𝒚 + ∆𝒛 ∆𝒕 �⃗� 𝒛 (7) Através da equação (6) pode concluir-se que a direcção e o sentido do vector velocidade média são os mesmos que os do vector deslocamento. A norma do vector velocidade média será: |�⃗� 𝒎| = |∆𝒓 | ∆𝒕 Por exemplo recorrendo ao problema resolvido 2, se a partícula se movesse desde a posição inicial até à final gastando 2 s, a sua velocidade média deste movimento seria: �⃗⃗� 𝒎 = ∆�⃗� ∆𝒕 = 𝟏𝟐�⃗� 𝒙 + 𝟑�⃗� 𝒛 𝟐 = 𝟔�⃗� 𝒙 + 𝟏, 𝟓�⃗� 𝒛 (𝒎/𝒔) • Vector velocidade instantânea O vector velocidade instantânea é o que caracteriza a velocidade de uma partícula num dado instante. Este vector velocidade instantânea é o limite para que tende o vector velocidade média quando o tempo tende para zero. Em termos matemáticos, o vector velocidade instantânea é a derivada do vector deslocamento em ordem ao tempo. 𝑣 = lim ∆𝑡→0 ∆𝑟 ∆𝑡 𝑜𝑢 �⃗⃗� = 𝒅�⃗� 𝒅𝒕 (8) A direcção do vector velocidade instantanea de uma particula num dado instante é sempre tangente à sua trajectória nesse instante Uzando a equação (1), obtemos: �⃗⃗� = 𝒅(𝒙. �⃗� 𝒙 + 𝒚. �⃗� 𝒚 + 𝒛. �⃗� 𝒛) 𝒅𝒕 �⃗⃗� = 𝒅𝒙 𝒅𝒕 �⃗� 𝒙 + 𝒅𝒚 𝒅𝒕 �⃗� 𝒚 + 𝒅𝒛 𝒅𝒕 �⃗� 𝒛 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Sendo 𝒗𝒙 = 𝒅𝒙 𝒅𝒕, 𝒗𝒚 = 𝒅𝒚 𝒅𝒕 e 𝒗𝒛 = 𝒅𝒛 𝒅𝒕 as componentetes escalares do �⃗⃗� , obtemos a seguinte equação simplificada: �⃗⃗� = 𝒗𝒙�⃗� 𝒙 + 𝒗𝒚�⃗� 𝒚 + 𝒗𝒛�⃗� 𝒛 (9) A sua norma é dada pela expressão: |�⃗⃗� | = √𝒗𝒙𝟐 + 𝒗𝒚𝟐 + 𝒗𝒛𝟐 Observação: antes dos exércicios de velocidades instantanea, rever as regras de derivadas de uma constante, uma potência, de uma função algebrica e de um radical. Problemas resolvidos 3- Considerando as condições do problema 1, determine a velocidade instantanea �⃗⃗� da bola no instante t = 15 s e determina sua norma e o ângulo que o vector velocidade instantanea faz com o eixo do xx. Resolução: Dadas as componentes escalares do vector posição: { 𝑥 = −0.31𝑡2 + 7,2𝑡 + 28 𝑦 = 0,22𝑡2 − 9,1𝑡 + 30 • As componentes escalares do �⃗⃗� , serão: 𝒗𝒙 = 𝒅𝒙 𝒅𝒕 = 𝒅(−𝟎. 𝟑𝟏𝒕𝟐 + 𝟕, 𝟐𝒕 + 𝟐𝟖) 𝒅𝒕 → 𝒗𝒙 = −𝟎, 𝟔𝟐𝒕 + 𝟕, 𝟐 Para t = 15 s, 𝒗𝒙 = −𝟐, 𝟏 𝒎/𝒔 𝒗𝒚 = 𝒅𝒚 𝒅𝒕 = 𝒅(𝟎, 𝟐𝟐𝒕𝟐 − 𝟗, 𝟏𝒕 + 𝟑𝟎) 𝒅𝒕 → 𝒗𝒚 = 𝟎, 𝟒𝟒𝒕 − 𝟗, 𝟏 Para t = 15 s, 𝒗𝒚 = −𝟐, 𝟓 𝒎/𝒔 Logo a velocidade �⃗⃗� será: �⃗⃗� = 𝒗𝒙�⃗� 𝒙 + 𝒗𝒚�⃗� 𝒚 �⃗⃗� = −𝟐, 𝟏�⃗� 𝒙 + (−𝟐, 𝟓)�⃗� 𝒚 → �⃗⃗� = −𝟐, 𝟏�⃗� 𝒙 − 𝟐, 𝟓�⃗� 𝒚 • A sua norma será: |�⃗⃗� | = √𝒗𝒙𝟐 + 𝒗𝒚𝟐 → |�⃗⃗� | = √(−𝟐. 𝟏)𝟐 + (−𝟐, 𝟓)𝟐 |�⃗⃗� | = √𝟏𝟎, 𝟔𝟔 → |�⃗⃗� | = 𝟑, 𝟑𝒎/𝒔 • O ângulo que velocidade �⃗⃗� faz com 0 dos xx será: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 𝐭𝐚𝐧 𝛉 = 𝒗𝒚 𝒗𝒙 ↔ 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 𝒗𝒚 𝒗𝒙 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 (−𝟐, 𝟓) (−𝟐, 𝟏) ↔𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 (𝟏, 𝟏𝟗) 𝜽 = 𝟓𝟎𝒐 1.4- Vector aceleração média e vector aceleração instantânea Quando uma partícula muda sua velocidade de �⃗⃗� ⃗⃗ 𝟏 para �⃗⃗� ⃗⃗ 𝟐 num determinado intervalo de tempo, a sua aceleração média �⃗⃗� 𝒎 durante ∆𝒕 é dada pelo quociente entre a variação da velocidade o intervalo de tempo considerado, ou seja: �⃗⃗� 𝒎 = �⃗⃗� 𝟐−�⃗⃗� 𝟏 ∆𝒕 = ∆�⃗⃗� ∆𝒕 (10) A aceleração é uma grandeza vectorial cuja direcção e o sentido são os mesmos que os do vector ∆�⃗⃗� . A norma do vector aceleração média será: |�⃗⃗� 𝒎| = |∆�⃗⃗� | ∆𝒕 • Vector aceleração instantânea No limite, o vector aceleração média tende para o vector aceleração instantânea quando o intervalo de tempo tende para zero. Matematicamente a aceleração instantânea é a derivada do vector aceleração média em ordem ao tempo. Assim pode escrever.se: 𝑎 = lim ∆𝑡→0 ∆�⃗� ∆𝑡 𝑜𝑢 �⃗⃗� = 𝒅�⃗⃗� 𝒅𝒕 (11) Usando a equação (1), obtemos: �⃗⃗� = 𝒅(�⃗⃗� 𝒙 + �⃗⃗� 𝒚 + �⃗⃗� 𝒛) 𝒅𝒕 �⃗⃗� = 𝒅𝒗𝒙 𝒅𝒕 �⃗� 𝒙 + 𝒅𝒗𝒚 𝒅𝒕 �⃗� 𝒚 + 𝒅𝒗𝒛 𝒅𝒕 �⃗� 𝒛 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Sendo 𝒂𝒙 = 𝒅𝒗𝒙 𝒅𝒕 , 𝒂𝒚 = 𝒅𝒗𝒚 𝒅𝒕 e 𝒂𝒛 = 𝒅𝒗𝒛 𝒅𝒕 as componentes escalares do �⃗⃗� , obtemos a seguinte equação simplificada: �⃗⃗� = 𝒂𝒙�⃗� 𝒙 + 𝒂𝒚�⃗� 𝒚 + 𝒂𝒛�⃗� 𝒛 (12) A sua norma é dada pela expressão: |�⃗⃗� | = √𝒂𝒙𝟐 + 𝒂𝒚𝟐 + 𝒂𝒛𝟐 Problemas resolvidos 4- Considerando as condições do problema 3, determine a aceleração instantânea �⃗⃗� da bola no instante t = 15 s e determina sua norma do vector aceleração instantânea, bem como ângulo que o vector faz com o eixo do xx. Resolução: Do problema 3, obtemos as componentes escalares do vector velocidade: { 𝑣𝑥 = −0.62𝑡 + 7,2 𝑣𝑦 = 0,44𝑡 − 9,1 • As componentes escalares do �⃗⃗� , serão: 𝒂𝒙 = 𝒅𝒗𝒙 𝒅𝒕 = 𝒅(−𝟎. 𝟔𝟐𝒕 + 𝟕, 𝟐) 𝒅𝒕 → 𝒂𝒙 = −𝟎, 𝟔𝟐 𝒎/𝒔 𝟐 Para t = 15 s, 𝒗𝒙 = −𝟐, 𝟏 𝒎/𝒔 𝟐 𝒂𝒚 = 𝒅𝒗𝒚 𝒅𝒕 = 𝒅(𝟎, 𝟒𝟒𝒕 − 𝟗, 𝟏) 𝒅𝒕 → 𝒂𝒚 = 𝟎, 𝟒𝟒 𝒎/𝒔 𝟐 Para t = 15 s, 𝒂𝒚 = 𝟎, 𝟒𝟒 𝒎/𝒔 𝟐 Logo a aceleração �⃗⃗� será: �⃗⃗� = 𝒂𝒙�⃗� 𝒙 + 𝒂𝒚�⃗� 𝒚 �⃗⃗� = −𝟎, 𝟔𝟐�⃗� 𝒙 + 𝟎, 𝟒𝟒�⃗� 𝒚 • A sua norma será: |�⃗⃗� | = √𝒂𝒙𝟐 + 𝒂𝒚𝟐 → |�⃗⃗� | = √(−𝟎, 𝟔𝟐)𝟐 + (𝟎, 𝟒𝟒)𝟐 |�⃗⃗� | = √𝟎, 𝟓𝟕𝟖 → |�⃗⃗� | = 𝟎, 𝟕𝟔 𝒎/𝒔𝟐 • O ângulo que velocidade �⃗⃗� faz com 0 dos xx será: 𝐭𝐚𝐧 𝛉 = 𝒂𝒚 𝒂𝒙 ↔ 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 𝒂𝒚 𝒂𝒙 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 (𝟎, 𝟒𝟒) (−𝟎, 𝟔𝟐) ↔𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 (−𝟎, 𝟕𝟏) 𝜽 = −𝟑𝟓𝒐 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 1.5- Componente normal e tangencial do vector aceleração A figura abaixo mostra o movimento de uma partícula ao longo de uma trajectória curvilínea. Se considerarmos que o referencial escolhido (sistema formado por dois eixos coordenados ortonormados, tendo um deles direcção tangente à trajectória e o outro perpendicular) acompanhar o movimento da partícula, iremos notar que quando a partícula se desloca ao longo da trajectória curvilínea, o vector aceleração modifica-se de ponto para ponto, podendo ser decomposto em duas componentes, uma tangencial, que se obtém ao projectar este vector sobre o eixo tangencial, e uma normal, que se obtém projectando o mesmo vector no eixo normal. Assim deduzimos que: �⃗⃗� = �⃗⃗� 𝒕 + �⃗⃗� 𝒏 ou �⃗⃗� = 𝒂𝒕�⃗� 𝒕 + 𝒂𝒏�⃗� 𝒏 O vector aceleração tangencial �⃗⃗� 𝒕, é responsável pela mudança da velocidade da partícula e por isso tem a mesma direcção que o vector velocidade. A norma do vector aceleração tangencial, calcula-se derivando a norma da velocidade em ordem ao tempo: |�⃗⃗� 𝒕| = 𝒅|�⃗⃗� | 𝒅𝒕 O vector aceleração normal ou centrípeta �⃗⃗� 𝒏, resulta da mudança de direcção do vector velocidade. Ele está sempre dirigido para o centro da trajectória, e por isso também é chamado de centrípeta. A norma do vector aceleração normal, calcula-se fazendo o quociente entre o quadrado da velocidade e o valor do raio: |�⃗⃗� 𝒏| = 𝒗 𝑹 𝟐 Assim o vector aceleração e calculado pela expressão: |�⃗⃗� |𝟐 = |�⃗⃗� 𝒕| 𝟐 + |�⃗⃗� 𝒏| 𝟐 ou |�⃗⃗� | = √|�⃗⃗� 𝒕| 𝟐 + |�⃗⃗� 𝒏| 𝟐 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 OBSERVAÇÃO: Determinando a componente �⃗⃗� 𝒕, ficamos a saber se o movimento é uniforme ou variado; Determinando a componente �⃗⃗� 𝒏, ficamos a saber se a trajectória é rectilínea ou curvilínea. Problemas resolvidos 5- A lei do movimento de uma partícula material é dada pela expressão: �⃗� (𝒕) = (𝟐𝒕 − 𝟒)�⃗� 𝒙 + (𝒕 𝟐 − 𝟒)�⃗� 𝒚 (SI). a) Determine a equação da trajectória Resolução: Seja: �⃗� (𝒕) = 𝒙(𝒕)𝒆⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ 𝒙 + 𝒚(𝒕)�⃗� 𝒚, comparando com a lei do movimento da partícula material, temos: { 𝑥 = 2𝑡 − 4 𝑦 = 𝑡2 − 4 ↔ { 𝑡 = 𝑥 + 4 2 𝑦 = 𝑡2 − 4 → 𝑦 = ( 𝑥 + 4 2 ) 2 − 4 → 𝒚 = 𝒙𝟐 + 𝟒 𝟒 b) Determine a velocidade da partícula para t=2 s. Sendo 𝑣 = 𝑑𝑟 𝑑𝑡 , obtemos 𝑣 = 𝑑[(2𝑡−4)𝑒 𝑥+(𝑡 2−4)𝑒 𝑦] 𝑑𝑡 → 𝑣 = 2𝑒 𝑥 + 2𝑡𝑒 𝑦 Para t = 2 s, temos: �⃗� = 2𝑒 𝑥 + 2.2𝑒 𝑦 → �⃗� = 𝟐�⃗� 𝒙 + 𝟒�⃗� 𝒚 c) A aceleração tangencial da partícula para o instante t = 2 s. Seja: |�⃗⃗� 𝒕| = 𝒅|�⃗⃗� | 𝒅𝒕 , onde |𝑣 | = √22 + (2𝑡)2 → |𝑎 𝑡| = 𝑑(√22+(2𝑡)2) 𝑑𝑡 → |𝑎 𝑡| = 4𝑡 √22+(2𝑡)2 → |𝑎 𝑡| = 4𝑡 √4 + 4𝑡2 par t= 2 s, vem: |𝑎 𝑡| = 4.2 √4+4.22 → |𝑎 𝑡| = 8 √20 → |�⃗⃗� 𝒕| = 𝟏, 𝟖 𝒎/𝒔 𝟐 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 d) Seja:|�⃗⃗� 𝒏| = 𝒗 𝑹 𝟐 , dado que: |𝑣 | = √22 + (2𝑡)2 → para t = 2 s |𝑣 | = √22 + (2.2)2 → |𝑣 | = 4,5 𝑚/𝑠 e𝑎 = 𝑑�⃗� 𝑑𝑡 → 𝑎 = 𝑑(2𝑒 𝑥+2𝑡𝑒 𝑦) 𝑑𝑡 → 𝑎 = 2𝑒 𝑦 → |𝑎 | = 2𝑚/𝑠 2 , sendo |𝑎 |2 = |𝑎 𝑡| 2 + |𝑎 𝑛| 2 → |𝑎 𝑛| = √|𝑎 |2 − |𝑎 𝑡|2 → |𝑎 𝑛| = √(2)2 − (1,8)2 → |𝑎 𝑛| = 0,87𝑚/𝑠 2 Logo 𝑅 = 𝑣 |�⃗� 𝑛| 2 → 𝑅 = (4,5) 0,87 2 → 𝑹 = 𝟐𝟑 𝒎 1.6- Movimento de uma partícula actuada por uma força constante. Segundo o princípio fundamental da Dinâmica, quando sobre uma partícula material em repouso actuar um sistema de forças cuja resultante seja constante (não nula), esta entrará em movimento rectilíneo uniformemente acelerado, na direcção e sentido da resultante das forças aplicadas: 𝐹 𝑅 = 𝑚. 𝑎 Quando um sistema de forças cuja resultante e constante (não nula) 𝐹 𝑅 actuar na mesma direcção da velocidade inicial 𝑣 𝑜 ≠ 0 de uma partícula material, está ira adquirir movimento rectilíneo uniformemente variado que será: Acelerado - se 𝐹 𝑅 e 𝑣 𝑜 tiverem mesmo sentido; Retardado – se 𝐹 𝑅 e 𝑣 𝑜tiverem sentidos opostos. Quando sobre uma partícula em movimento com velocidade inicial 𝑣 𝑜 actuar um sistema de forças cuja resultante é constante (não nula) 𝐹 𝑅, mas de direcção diferente a da velocidade inicial, o movimento será, naturalmente, curvilíneo, como o caso do lançamento de um projéctil. 1.7- Movimento de um projéctil. Um caso típico de um movimento a duas dimensões ~e o movimento de um projéctil. Nele, a partícula move-se num plano vertical, com uma velocidade inicial𝑣 𝑜 mas está sujita ã aceleração de gravidade, que actua na direcção vertical do plano com sentido descendente. Tal partícula é Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 chamada projéctil, o que significa que é projectada ou lançada, e o seu movimento é chamado lançamento de projécteis. No lançamento de projécteis, o movimento horizontal é independente do movimento vertical. Nenhum destes dois movimentos afecta o outro, obedecendo assim a lei da independência ou sobreposição dos movimentos simultâneos e, descrevendo sempre uma trajectória parabólica (figura 1.9). Quando o vector velocidade inicial faz um ângulo com um dos eixos coordenados (eixo dos xx), o projéctil executa um lançamento obliquo. Escolhendo um referêncial onde o eixo do yy seja vertical e positivo no sentido ascendente 𝑎 𝑦 = −|𝑔 | e 𝑎 𝑦 = 0 . Supondo que no instante t = 0 o projéctil parte da origem e ocupa o ponto cujas coordenadas são 𝑥 𝑜 = 0 𝑒 𝑦 𝑜 = 0, com velocidade inicial que faz um ângulo com o eixo dos xx, termos: sen 𝜃 = 𝑣𝑜𝑦 𝑣𝑜 e cos 𝜃 = 𝑣𝑜𝑥 𝑣𝑜 → 𝒗𝒐𝒚 = 𝒗𝟎. 𝐬𝐞𝐧𝜽 e 𝒗𝒐𝒙 = 𝒗𝟎. 𝐜𝐨𝐬 𝜽 Também obtemos as componentes da velocidade e as coordenadas de posição para o projéctil em qualquer instante do movimento: • Componente horizontal da velocidade: 𝒗𝒐𝒙 = 𝒗𝒐𝒙 = 𝒗𝟎. 𝒄𝒐𝒔 𝜽 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 • Componente vertical da velocidade: 𝑣𝑦 = 𝑣𝑜𝑦 − |𝑔 |𝑡 → 𝒗𝒚 = 𝒗𝟎. 𝐬𝐞𝐧𝜽 − |�⃗⃗� |𝒕 • Componente horizontal da posição: 𝑥 = 𝑥𝑜 − 𝑣𝑜𝑥𝑡 → 𝒙 = 𝒗𝟎𝒕 𝐜𝐨𝐬𝜽 • Componente vertical da posição: 𝑦 = 𝑦𝑜 + 𝑣𝑜𝑦𝑡 − 1 2 |𝑔 |𝑡2 → Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 𝒚 = 𝒗𝟎𝒕 𝐬𝐞𝐧𝜽 − 𝟏 𝟐 |�⃗⃗� |𝒕𝟐 • A expressão para a posição do projéctil em função do tempo será: �⃗� (𝒕) = (𝒗𝟎𝒕 𝒄𝒐𝒔 𝜽). �⃗� 𝒙 + (𝒗𝟎𝒕 𝒔𝒆𝒏𝜽 − 𝟏 𝟐 |�⃗⃗� |𝒕𝟐) . �⃗� 𝒚 • A expressão do vector velocidade do movimento do projéctil será: �⃗⃗� (𝒕) = (𝒗𝟎 𝒄𝒐𝒔𝜽). �⃗� 𝒙 + (𝒗𝟎. 𝒔𝒆𝒏𝜽 − |�⃗⃗� |𝒕). �⃗� 𝒚 • A expressão do vector aceleração será: �⃗⃗� = −|�⃗⃗� |�⃗� 𝒚 • O tempo que o projéctil leva para atingir o solo, chama-se tempo de voo e a sua expressão é: 𝒕𝒗 = 𝟐𝒗𝟎.𝒔𝒆𝒏𝜽 |�⃗⃗� | • O alcance total 𝑋𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙, é a distância horizontal percorrida pelo projéctil desde o ponto de lançamento até atingir o ponto de coordenadas (𝑋𝑚á𝑥, 0): 𝑿𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝒗𝒐 𝟐. 𝒔𝒆𝒏𝟐𝜽 |�⃗⃗� | Desta expressão conclui-se que o alcance é máximo quando 𝜃 = 45𝑜, isto acontece porque, ao introduzir este valor na equação obtém-se 90𝑜, que é igual ao valor máximo do seno no círculo trigonométrico. A altura máxima 𝑦𝑚á𝑥 é atingido no ponto mais alto da trajectória e, o tempo gasto para atingir tal altura chama-se tempo de subida𝒕𝒔. 𝒗𝒚 = 𝟎 e 𝒕𝒔 = 𝒗𝟎.𝒔𝒆𝒏𝜽 |�⃗⃗� | • A expressão da altura máxima é: 𝒚𝒎á𝒙 = 𝒗𝒐 𝟐.𝒔𝒆𝒏𝟐𝜽 𝟐|�⃗⃗� | Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Quando o vector velocidade inicial tem uma direcção horizontal, o projéctil executa um lançamento horizontal (figura 1.11). Este lançamento é efectuado a uma altura inicial 𝑦𝑜 , 𝑣𝑜𝑦 = 0 e as componentes da velocidade e as coordenadas de posição para o projéctil em qualquer instante do movimento serão: • Componente horizontal da velocidade: 𝒗𝒐𝒙 = 𝒗𝒐𝒙 = 𝒗𝟎. 𝒄𝒐𝒔 𝜽 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 • Componente vertical da velocidade: 𝑣𝑦 = 𝑣𝑜𝑦 − |𝑔 |𝑡 → 𝒗𝒚 = −|�⃗⃗� |𝒕 • Componente horizontal da posição: 𝒙 = 𝒙𝒐 − 𝒗𝒐𝒙𝒕 • Componente vertical da posição: 𝑦 = 𝑦𝑜 + 𝑣𝑜𝑦𝑡 − 1 2 |𝑔 |𝑡2 → 𝒚 = 𝒚𝟎 − 𝟏 𝟐 |�⃗⃗� |𝒕𝟐 • A expressão para a posição do projéctil em função do tempo será: �⃗� (𝒕) = (𝒗𝟎𝒕). �⃗� 𝒙 + (− 𝟏 𝟐 |�⃗⃗� |𝒕𝟐) . �⃗� 𝒚 • A expressão do vector velocidade do movimento do projéctil será: �⃗⃗� (𝒕) = (𝒗𝟎). �⃗� 𝒙 + (−|�⃗⃗� |𝒕). �⃗� 𝒚 • A expressão do tempo de voo será: 𝒕𝒗 = √ 𝟐𝒚𝒐 |�⃗⃗� | Problemas resolvidos 6- Imagine um navio de piratas a 560 m da fortaleza de São Miguel que protege a ilha do Cabo de luanda e um canhão colocado na fortaleza e ao Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 nível das águas do mar que dispara balas com uma velocidade inicial |𝑣 𝑜| = 82𝑚/𝑠. a) Qual deve ser o ângulo com que as balas devem ser disparadas para atingir o navio? Sabendo que a bala do canhão é um projéctil lançado a partir do solo, temos: 𝑋𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑣𝑜 2. 𝑠𝑒𝑛2𝜃 |𝑔 | → 𝒔𝒆𝒏𝟐𝜽 = |�⃗⃗� |. 𝑿𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒗𝒐 𝟐 𝑠𝑒𝑛2𝜃 = 9,8.560 (82)2 = 5488 6724 → 𝑠𝑒𝑛2𝜃 = 0,816 2𝜃 = 54,7 → 𝜽 = 𝟐𝟕, 𝟒𝒐 b) Qual a distância a que deve estar o navio para não ser atingido, mesmo que o canhão dispare com o angulo tal que tenha o alcance máximo? Para a bala atingir o seu alcance máximo o angulo deve ser igual a 45𝑜, assim temos: 𝑿𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝒗𝒐 𝟐.𝒔𝒆𝒏𝟐𝜽 |�⃗⃗� | → 𝑋𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (82)2.𝑠𝑒𝑛2.45 9,8 𝑿𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟔𝟖𝟔, 𝟏 𝒎 Para estar em segurança, o navio devia estar a mais de 686,1 metros da fortaleza. Problemas propostos 1- A lei do movimento de uma partícula material que se desloca no plano XY é: �⃗� (𝒕) = 𝟐𝒕�⃗� 𝒙 − 𝒕 𝟐�⃗� 𝒚 a) Escreve as equações paramétricas do movimento da partícula. b) Determina a equação cartesiana da trajectória descrita pela partícula. c) Calcula o vector velocidade média da partícula durante o intervalo de tempo [1; 2] 𝑠. d) Determine a lei da velocidade da partícula. e) Determine o vector velocidade da partícula para t= 2 s. f) Determine a norma da velocidade da partícula. g) Determine a lei da aceleração da partícula. h) Exprime para t= 1 s a aceleração da partícula em função das suas componentes normal e tangencial. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 2- Uma partícula descreve uma circunferência de raio 2m. a posição angular da partícula é dada por 𝝋 = 𝟒 − 𝟐𝒕 − 𝟐𝒕𝟐 (SI). Determine o valor da componente tangencial da aceleração. 3- O movimento de um projéctil é descrito pelas equações: { 𝑥 = 10𝑡 𝑦 = 10 − 5𝑡2 (𝑆𝐼) a) Determine a velocidade inicial da partícula e a posição da partícula no início do movimento. b) Escreva as equaçõesescalares das leis da velocidade do projéctil. 4- Um tenista lança uma bola obliquamente a 1 metro do chão, com uma velocidade de 15 m/s e com um ângulo de 15o com a horizontal. Determine: a) As equações paramétricas do movimento. b) O instante e a posição, quando o outro tenista intercepta à distância de 10 m. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 1.8- Movimento relativo. Princípio de relatividade de Galileu. Consideremos um barco navegando em um rio, conforme ilustra a figura ao lado. Sejam 𝑣 𝑟𝑒𝑙 a velocidade do barco em relação às águas e 𝑣 𝑎𝑟𝑟 a velocidade das águas em relação às margens. O barco tem, portanto, dois movimentos parciais: o movimento relativo, provocado pelo motor em relação às águas, com velocidade 𝑣 𝑟𝑒𝑙, e o movimento de arrastamento, provocado pela correnteza, com velocidade 𝑣 𝑎𝑟𝑟. Fazendo a composição desses movimentos, o barco apresentará em relação às margens um movimento resultante com velocidade 𝑣 𝑟𝑒𝑠, que é dada pela soma vectorial de 𝑣 𝑟𝑒𝑙 com 𝑣 𝑎𝑟𝑟. Note que o movimento provocado pelo motor do barco (movimento relativo) é o que a embarcação teria em relação às margens se no rio não houvesse correnteza (águas estivessem em repouso). • Casos particulares notáveis Simbolizando 𝑣𝑟𝑒𝑠, 𝑣𝑟𝑒𝑙 os módulos de 𝑣𝑎𝑟𝑟 𝑣 𝑟𝑒𝑠, 𝑣 𝑟𝑒𝑙 e 𝑣 𝑎𝑟𝑟, respectivamente, temos: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 • Princípio de Galileu Analisando a situação ilustrada na figura do item III, como faríamos para calcular o intervalo de tempo ∆𝑡 gasto pelo barco na travessia do rio, cuja largura admitiremos igual a L? Consideramos no cálculo apenas o movimento relativo do barco, independentemente do movimento de arrastamento imposto pela água, pois a componente da velocidade associada à travessia é, nesse caso, exclusivamente 𝑣 𝑟𝑒𝑙. A componente 𝑣 𝑎𝑟𝑟 está relacionada com o deslocamento do barco rio abaixo, não tendo nenhuma relação com a travessia propriamente dita. O cálculo do intervalo de tempo ∆𝑡 é feito por: 𝑣𝑟𝑒𝑙 = 𝐿 ∆𝑡 logo: ∆𝒕 = 𝑳 𝒗𝒓𝒆𝒍 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑣𝑟𝑒𝑙 = 𝑣𝑐 − 𝑣𝑎 Estudando situações análogas a esta, o cientista italiano Galileu Galilei (1564-1642) enunciou que: “Se um corpo apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se os demais não existissem. Consequentemente, o intervalo de tempo de duração do movimento relativo é independente do movimento de arrastamento.” Problemas resolvidos 1- A Um barco motorizado desce um rio deslocando-se de um porto A até um porto B, distante 36 km, em 0,90 h. Em seguida, esse mesmo barco sobe o rio deslocando-se do porto B até o porto A em 1,2 h. Sendo vB a intensidade da velocidade do barco em relação às águas e vC a intensidade da velocidade das águas em relação às margens, calcule vB e vC. Resolução: O barco desce o rio: 𝑣𝐵 − 𝑣𝑐 = 𝐷 ∆𝑡1 → 𝑣𝐵 − 𝑣𝑐 = 36 𝐾𝑚 0,9ℎ → 𝑣𝐵 − 𝑣𝑐 = 40 𝐾𝑚/ℎ (𝐼) O barco sobe o rio: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 𝑣𝐵 − 𝑣𝑐 = 𝐷 ∆𝑡1 → 𝑣𝐵 − (−𝑣𝑐) = 36 𝐾𝑚 1,2ℎ → 𝑣𝐵 + 𝑣𝑐 = 30 𝐾𝑚/ℎ (𝐼𝐼) Fazendo (I) + (II), temos: 2𝑣𝐵 = 70 → 𝒗𝑩 = 𝟑𝟓 𝑲𝒎/𝒉 De (I) ou (II), obtemos: 𝒗𝑪 = 𝟓 𝑲𝒎/𝒉 2- Um rio de margens rectilíneas e largura constante igual a 5,0 km tem águas que correm paralelamente às margens, com velocidade de intensidade 30 km/h. Um barco, cujo motor lhe imprime velocidade de intensidade sempre igual a 50 km/h em relação às águas, faz a travessia do rio. a) Qual é o mínimo intervalo de tempo possível para que o barco atravesse o rio? Resolução: A travessia do rio é feita no menor intervalo de tempo possível quando a velocidade do barco em relação às águas é mantida perpendicular à velocidade da correnteza. (O movimento relativo é independente do movimento de arrastamento). O tempo mínimo de travessia será: 𝑣𝑟𝑒𝑙 = 𝐿 ∆𝑡 → 50 = 5 ∆𝑡 → ∆𝒕 = 𝟎, 𝟏𝒉 = 𝟔𝒎𝒊𝒏 b) Para atravessar o rio no intervalo de tempo mínimo, que distância o barco percorre paralelamente às margens? Resolução: A distância D que o barco percorre paralelamente às margens, arrastado pelas águas do rio, é calculada por: 𝑣𝑎𝑟𝑟 = 𝐷 ∆𝑡 → 30 = 𝐷 01 → 𝑫 = 𝟑 𝑲𝒎 c) Qual é o intervalo de tempo necessário para que o barco atravesse o rio percorrendo a menor distância possível? Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Resolução: A travessia do rio é feita com o barco percorrendo a menor distância possível entre as margens quando sua velocidade em relação ao solo (velocidade resultante) é mantida perpendicular à velocidade da correnteza. Travessia em distância mínima I. Pelo Teorema de Pitágoras: 𝑣𝑟𝑒𝑙 2 = 𝑣𝑟𝑒𝑠 2 + 𝑣𝑎𝑟𝑟 2 → 𝑣𝑟𝑒𝑠 = √𝑣𝑟𝑒𝑙 2 − 𝑣𝑎𝑟𝑟2 → 𝑣𝑟𝑒𝑠 = √(50) 2 − (30)2 𝒗𝒓𝒆𝒔 = 𝟒𝟎 𝑲𝒎/𝒉 II. 𝑣𝑟𝑒𝑠 = 𝐿 ∆𝑡 → 40 = 5 ∆𝑡 → ∆𝒕 = 𝟎, 𝟏𝟐𝟓 𝒉 = 𝟕, 𝟓 𝒎𝒊𝒏 3- Um disco rola sobre uma superfície plana, sem deslizar. A velocidade do centro O é 𝑣 0. Em relação ao plano de rolagem, responda: a) qual é a velocidade 𝑣 𝐵 do ponto B? b) qual é a velocidade 𝑣 𝐴 do ponto A? Resolução: Os pontos A e B têm dois movimentos parciais: o relativo, provocado pela rotação do disco, e o de arrastamento, provocado pela translação. O movimento resultante, observado do plano de rolagem, é a composição desses movimentos parciais. Como não há deslizamento da roda, a velocidade do ponto B, em relação ao plano de rolagem, é nula. Por isso, as velocidades desse ponto, devidas aos movimentos relativo e de arrastamento, devem ter mesmo módulo, mesma direcção e sentidos opostos, como está representado nas figuras a seguir: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 a) Ponto B: 𝑣 𝐴 = 𝑣 𝑟𝑒𝑙 + 𝑣 𝑎𝑟𝑟 → 𝑣 𝐴 = −𝑣 0 + 𝑣 0 → �⃗⃗� 𝑨 = �⃗⃗� b) Ponto A: 𝑣 𝐵 = 𝑣 𝑟𝑒𝑙 + 𝑣 𝑎𝑟𝑟 → 𝑣 𝐵 = 𝑣 0 + 𝑣 0 → �⃗⃗� 𝑩 = 𝟐�⃗⃗� 𝟎 Em situações como essa, podemos raciocinar também em termos do centro instantâneo de rotação (CIR), que, no caso, é o ponto B. Tudo se passa como se A e B pertencessem a uma “barra rígida”, de comprimento igual ao diâmetro do disco, articulada em B. Essa barra teria, no instante considerado, velocidade angular w, de modo que: Comparando-se as duas expressões conclui-se que: �⃗⃗� 𝑩 = 𝟐�⃗⃗� 𝟎 Problemas propostos 1- Um garoto vai da base de uma escada rolante até seu topo e volta do topo até sua base, gastando um intervalo de tempo total de 12 s. A velocidade dos degraus da escada rolante em relação ao solo é de 0,50 m/s e a velocidade do garoto em relação aos degraus é de 1,5 m/s. Desprezando o intervalo de tempo gasto pelo garoto na inversão do sentido do seu movimento, calcule o comprimento da escada rolante. 2- Um barco provido de um motor que lhe imprime velocidade de 40 km/h em relação às águas é posto a navegar em um rio de margens paralelas e largura igual a 10 km, cujas águas correm com velocidade de 10 km/h em relação às margens. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 a) Qual é o menor intervalo de tempo para que o barco atravesse o rio? Esse intervalo de tempo depende da velocidade da correnteza? b) Supondo que o barco atravesse o rio no menor intervalo de tempo possível, qual é a distância percorrida por ele em relação às margens? 3- Um carro trafega a 100 km/h sobre uma rodovia rectilínea e horizontal. Na figura, está representada uma das rodas do carro, na qual estão destacados três pontos:A, B e C. Desprezando derrapagens, calcule as intensidades das velocidades de A, B e C em relação à rodovia. Adopte nos cálculos 2 )1,4. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Subtema A.2 – Dinâmica de um sistema de partículas materiais. 2.1- Resultante de um sistema de forças. Considere um sistema de forças 𝐹 1, 𝐹 2, …, 𝐹 𝑛, de pontos de aplicação 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃𝑛, respectivamente. A soma vectorial de 𝐹 1, 𝐹 2, …, 𝐹 𝑛 é denominada resultante do sistema de forças. Se o sistema de forças estiver aplicado a um único ponto material, a resultante é a força que, aplicada ao ponto material, produz o mesmo efeito que o sistema de forças. Podemos escrever: 𝐹 𝑅 = 𝐹 1 + 𝐹 2 + ⋯+ 𝐹 𝑛 2.2- Determinação da resultante de um sistema de forças. Considerando um sistema de n forças conhecidas, 𝐹 1, 𝐹 2, …, 𝐹 𝑛, que esteja aplicado a um ponto material P. a resultante é obtida da seguinte maneira: os segmentos orientados que representam as forças são dispostos de modo a tornarem-se consecutivos, isto é, a extremidade do primeiro coincide coma origem do segundo, e assim por diante. A figura obtida recebe o nome de linha poligonal das forças. A resultante é representada pelo segmento orientado, cuja origem é a origem do primeiro, e a extremidade é a extremidade do último. A ordem de colocação dos segmentos orientados, que são representações das forças, não altera o resultado final. Se a extremidade do último segmento orientado coincidir com a origem do primeiro (linha poligonal fechada), a resultante do sistema será nula. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Também podemos determinar analiticamente a resultante empregando o método das projecções: tomamos um sistema cartesiano no plano das forças e determinamos as projecções de 𝐹 1, 𝐹 2, …, 𝐹 𝑛 segundo os eixos x e y. Onde 𝐹 1𝑥, 𝐹 2𝑥, …, 𝐹 𝑛𝑥 são as projecções em relação ao eixo x e 𝐹 1𝑦, 𝐹 2𝑦, …, 𝐹 𝑛𝑦 em relação ao eixo y. Sendo 𝐹 𝑅𝑥 e 𝐹 𝑅𝑦 as projecções de 𝐹 𝑅 respectivamente em relação aos eixos x e y, sabendo-se que a projecção da resultante num eixo é a soma algébrica das projecções das forças componentes, resulta: 𝐹 𝑅𝑥 = 𝐹 1𝑥 + 𝐹 2𝑥 + ⋯+ 𝐹 𝑛𝑥 𝐹 𝑅𝑦 = 𝐹 1𝑦 + 𝐹 2𝑦 + ⋯+ 𝐹 𝑛𝑦 Já a intensidade da força resultante é obtida aplicando-se o teorema de Pitágoras ao triangula rectângulo destacado. 𝐹𝑅 = √𝐹𝑅𝑥 2 + 𝐹𝑅𝑦 2 A direcção que 𝐹 𝑅 forma com os eixos x e y, respectivamente, os ângulos 𝜃𝑥 e 𝜃𝑦 obtêm-se das expressões: cos 𝜃𝑥 = 𝐹𝑅𝑥 𝐹𝑅 e cos 𝜃𝑦 = 𝐹𝑅𝑦 𝐹𝑅 • Sistema de duas forças: casos particulares a) Forças colineares. Se as forças 𝐹 1 e 𝐹 2 tiverem mesma direcção e mesmo sentido, a resultante 𝐹 𝑅 terá a mesma direcção e o mesmo sentido das forças componentes, e intensidade igual a soma das intensidades: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Se as forças 𝐹 1 e 𝐹 2 tiverem mesma direcção e sentidos opostos, a resultante 𝐹 𝑅 terá a mesma direcção e o sentido será o mesmo da componente de maior intensidade. Sua intensidade será igual a diferença entre as intensidades (intensidade maior menos a intensidade menor). Supondo que 𝐹1 < 𝐹2, resulta: b) Força não-colineares Se considerarmos que um ponto material P esteja sob acção de duas forças 𝐹 1 e 𝐹 2 não-colineares, a resultante 𝐹 𝑅 pode ser obtida por meio da linha poligonal das forças ou simplesmente pela aplicação da regra do paralelogramo: a resultante 𝐹 𝑅 é representada pela diagonal orientada do paralelogramo que passa por P e cujos lados orientados são representações de 𝐹 1 e 𝐹 2. A intensidade da resultante é determinada pela aplicação da lei dos cossenos ao triângulo PBC. 𝐹𝑅 2 = 𝐹1 2 + 𝐹2 2 − 2𝐹1. 𝐹2. cos(180 − 𝛼) Sendo cos(180 − 𝛼) = −𝑐𝑜𝑠 𝛼, resulta: 𝐹𝑅 2 = 𝐹1 2 + 𝐹2 2 + 2𝐹1. 𝐹2. cos 𝛼 Exercicios: 1- Duas forças de intensidades 𝐹1 e 𝐹2, sendo 𝐹1 < 𝐹2, agem sobre um ponto material. Variando-se o ângulo entre as forças de 0º até 180º, qual será o correspondente intervalo de variação da intensidade 𝐹𝑅 da resultante? 2- Duas forças de mesma intensidade F = 20 N actuam sobre um ponto material. Determine a intensidade da resultante sabendo que o ângulo entre as forças é de 120º. R = 20 N Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 3- Duas forças 𝐹1 e 𝐹2 de intensidades 20 N e 30 N, respectivamente, actuam sobre um ponto material, conforme indica afigura. Determine graficamente a resultante pelo método da linha poligonal e pela regra do paralelogramo. Em seguida, determine a intensidade e a direcção da resultante pelo método das projecções. 4- Um ponto material está sob a acção de três forças, conforme indica a figura. Determine a intensidade da resultante. Dados: 𝐹1 = 3𝑁 𝐹2 = 2 𝑁 𝛼 + 𝛽 = 90𝑜 sin 𝛼 = 0,6 cos 𝛼 = 0,8 2.3- Equilíbrio de um ponto material. Um ponto material está em equilíbrio, num dado referencial, quando sua velocidade vectorial permanece constante com o tempo, a aceleração é nula e do princípio fundamental da Dinâmica concluímos que: “Em um ponto material em equilíbrio, a resultante do sistema de forças aplicadas deve ser constantemente nula (𝐹 𝑅 = 0).” • Método da linha poligonal das forças Neste método, sendo a resultante nula, a linha poligonal das forças é fechada. • Método das projecções Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Neste método verificamos que: “se um ponto material sujeito à acção de um sistema de forças estiver em equilíbrio, as somas algébricas das projecções dessas forças sobre eixos perpendiculares e pertencentes ao plano das forças são nulas.” Esse estudo do equilíbrio de um ponto material sob acção de um sistema de forças coplanares nos fornece duas equações escalares: 𝐹 𝑅 = 0 → { 𝐹𝑅𝑥 = 𝐹1𝑥 + 𝐹2𝑥 + ⋯+ 𝐹𝑛𝑥 = 0 𝐹𝑅𝑦 = 𝐹1𝑦 + 𝐹2𝑦 + ⋯+ 𝐹𝑛𝑦 = 0 Exercícios 1- Determine as tracções nos fios AB e BC, sabendo que o sistema está em equilíbrio na posição indicada. Dados P = 90 N, sin 𝛼 = 0,6 ; cos 𝛼 = 0,8. R: 120 N e 150 N 2- Para o sistema da figura, em equilíbrio, qual é a relação entre os pesos PA e PB dos corpos A e B? os fios e as polias são ideais. R: √3 3- O esquema ao lado representa um sistema em equilíbrio e na iminência de movimento. Determine o coeficiente de atrito 𝜇 entre o corpo A e o plano horizontal. Os fios são ideais. São dados: PA = 200 N, PB = 100 N, sin 𝛼 = 0,6 ; cos 𝛼 = 0,8. R: 3/8 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 2.4- Momento de uma força em relação a um ponto. Chama-se momento de uma força 𝐹 (torque) aplicada num ponto P, em relação a um ponto O, ao produto da intensidade F da força pela distância d do ponto O à linha de acção da força. 𝑀𝑜 = ±𝐹. 𝑑 Por convenção, o memento pode ser positivo ou negativo, sendo (-) se a força 𝐹 tende a girar o segmento 𝑂𝑃 em torno de O no sentido horário, e (+) no sentido anti-horário. Quando a distância de O à linha de acção da força for nula, isto é 𝐹 ∥ 𝑂𝑃, o 𝐹 não tende a produzir rotação da barra OP em torno de O, o momento será nulo. O ponto O é denominado pólo, e a distância d, braço de força. A unidade de momento no S.I de unidades é newton x metro (N.m). Exercícios: 1- Uma barra AO situada num plano vertical pode girar em torno do ponto de suspensão O. Determine o memento da força 𝐹 de intensidade 10 N em relação ao ponto O nos casos indicados abaixo: 2- Nas figuras abaixo determine osmomentos das forças dadas em relação ao ponto O. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 2.5- Binário Binário é um sistema constituído de duas forças de mesma intensidade, mesma direcção e sentidos opostos, cujas linhas de acção estão a uma certa distância d. Tal distância d chama-se braço do binário. 2.5.1- Momento do binário O momento do binário é a soma algébrica dos momentos das forças que o constituem. 𝑀 = 𝐹. (𝑑2 − 𝑑1) O binário da figura ao lado tem sentido anti- horário e seu momento resultou positivo; se tivesse sentido horário, seu momento seria negativo. Deste modo podemos concluir que o momento de um binário independe do pólo O escolhido. 2.5.2- Resultante do Binário. A resultante do binário é nula, é nula pois as forças que o constituem têm mesma intensidade, mesma direcção e sentidos opostos. Assim, quando aplicamos um binário a um sólido, inicialmente em repouso, este não adquire movimento de translação (pois a resultante é nula), mas adquire movimento de rotação não-uniforme (pois o momento não é nulo). 2.6- Equilíbrio dos corpos extensos Dizer que um corpo extenso está em equilíbrio significa que é necessário considerar os equilíbrios de translação e de rotação. Nestas condições, concluímos que o sistema de forças que age sobre o corpo em equilíbrio deve ser tal que: a) a resultante do sistema de forças seja nula (equilíbrio de translação); b) a soma algébrica dos momentos das forças do sistema, em relação a qualquer ponto, seja nula (equilíbrio de rotação). Assim, o equilíbrio de um corpo extenso sob acção de um sistema de forças coplanares nos possibilita obter três equações escalares: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 𝐹𝑅𝑥 = 𝐹1𝑥 + 𝐹2𝑥 + ⋯+ 𝐹𝑛𝑥 = 0 𝐹𝑅𝑦 = 𝐹1𝑦 + 𝐹2𝑦 + ⋯+ 𝐹𝑛𝑦 = 0 𝑀𝑜 = 𝑀𝐹1 + 𝑀𝐹2 + ⋯+ 𝑀𝐹𝑛 = 0 Centro de gravidade e centro de massa O ponto de aplicação do peso de um corpo é denominado centro de gravidade (CG) ou baricentro. Podemos imaginar que, nesse ponto, concentra-se todo o peso do corpo. Para um corpo homogéneo que apresenta um elemento de simetria (um ponto, um eixo ou um plano), o centro de gravidade coincide com o centro geométrico. O ponto no qual podemos considerar concentrada toda a massa de um corpo é denominado centro de massa (CM). A posição do centro de massa é, por definição, obtida a partir da seguinte expressão: �⃗� 𝑪𝑴 = 𝒎𝟏�⃗� 𝟏 + 𝒎𝟐�⃗� 𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏�⃗� 𝒏 𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏 𝒐𝒖 �⃗� 𝑪𝑴 = ∑ 𝒎𝒊�⃗� 𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 ∑ 𝒎𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 Fazendo 𝑀 = ∑ 𝑚𝑖 𝑛 𝑖=1 , a massa total do sistema, vem: �⃗� 𝑪𝑴 = 𝟏 𝑴 ∑𝒎𝒊�⃗� 𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 Se n partículas estiverem situadas numa recta com uma só dimensão, por exemplo no eixo dos x, a equação anterior fica: 𝒙𝑪𝑴 = 𝒎𝟏𝒙𝟏 + 𝒎𝟐𝒙𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏𝒙𝒏 𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏 → 𝒙𝑪𝑴 = 𝟏 𝑴 ∑𝒎𝒊𝒙𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 Se as partículas não forem colineares nem coplanares, o centro de massa te ainda coordenadas 𝒚𝑪𝑴 e 𝒛𝑪𝑴: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 𝒚𝑪𝑴 = 𝒎𝟏𝒚 + 𝒎𝟐𝒚𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏𝒚𝒏 𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏 → 𝒚𝑪𝑴 = 𝟏 𝑴 ∑𝒎𝒊𝒚𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 𝒛𝑪𝑴 = 𝒎𝟏𝒛𝟏 + 𝒎𝟐𝒛𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏𝒛𝒏 𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + ⋯+ 𝒎𝒏 → 𝒛𝑪𝑴 = 𝟏 𝑴 ∑𝒎𝒊𝒛𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 O vector posição do centro de massa pode então toma a forma; �⃗� 𝑪𝑴 = ∑ 𝒎𝒊𝒙𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 ∑ 𝒎𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 �⃗� 𝒙 + ∑ 𝒎𝒊𝒚𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 ∑ 𝒎𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 �⃗� 𝒚 + ∑ 𝒎𝒊𝒛𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 ∑ 𝒎𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 �⃗� 𝒛 �⃗� 𝑪𝑴 = 𝒙𝑪𝑴�⃗� 𝒙 + 𝒚𝑪𝑴�⃗� 𝒚 + 𝒛𝑪𝑴�⃗� 𝒛 A posição do centro de massa é uma média ponderada pelas massas, da posição de todas as partículas. Ponderada significa que as partículas com maior massa contribuem mais. Exemplo: Determina o vector posição do centro de massa do sistema discreto de partículas materiais P1, P2 e P3 de massas m1 = 3 kg, m2 = 4 kg e m3 = 5 kg, cujas posições no plano x0y são P1(4;3), P2(6;13) e P3(10;12). Resolução: 𝑀 = 𝑚1 + 𝑚2 + 𝑚3 = 3 + 4 + 5 = 12𝑘𝑔 𝑥𝐶𝑀 = 1 𝑀 ∑𝑚𝑖𝑥𝑖 = 1 12 (3.4 + 4.6 + 5.10) = 7,2 𝑚 𝑛 𝑖=1 𝑦𝐶𝑀 = 1 𝑀 ∑𝑚𝑖𝑦𝑖 𝑛 𝑖=1 = 1 12 (3.3 + 4.13 + 5.12) = 10,1 𝑚 Logo: �⃗� 𝑪𝑴 = 𝒙𝑪𝑴�⃗� 𝒙 + 𝒚𝑪𝑴�⃗� 𝒚 = 𝟕, 𝟐�⃗� 𝒙 + 𝟏𝟎, 𝟏�⃗� 𝒚 2.7- Teorema das três forças Esse teorema enuncia que: “Se um corpo em equilíbrio sob acção exclusiva de três forças, estas deverão ser coplanares e suas linhas de acção serão, necessariamente, concorrentes num único ponto ou paralelas.” Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Como exemplos de aplicação deste teorema considere o seguinte caso: Uma escada AB encontra-se em equilíbrio apoiada em uma parede lisa. Na figura, duas das três forças que actuam sobre a escada são o peso �⃗� e a força 𝐹 exercida pela parede. Podemos obter graficamente a direcção da força �⃗� , que o chão exerce na escada, na posição de equilíbrio. Basta determinar o ponto C (ponto de concorrência das linhas de acção de �⃗� e 𝐹 ) para concluir que a linha de acção de �⃗� é a recta determinada pelos pontos C e B. Exercicios: 1- Uma menina, de peso PM = 400 N, caminha ao longo de uma prancha, de peso P = 300 N, apoiada por dois suportes, nos pontos A e B a uma distância de 4 m um do outro, como mostra a figura. As forças �⃗⃗� 𝐴 e �⃗⃗� 𝐵 representam as reacções dos apoios sobre a prancha, e o seu centro de gravidade está situado no meio de AB. a) Estando a prancha em equilíbrio na posição horizontal e sendo x a distância da menina ao ponto B, determine o valor da reação �⃗⃗� 𝐴 em função de x. R: 150 – 100x b) Qual a máxima distância x que a menina pode se afastar de B sem que a prancha se desequilibre, girando em torno de B? R: 1,5 m 2- Uma tabua de massa desprezível e comprimento L = 3 m é articulada em uma de suas extremidades por meio de uma dobradiça D. sua outra extremidade está presa (a uma altura y = 0,3 m acima da dobradiça) a uma mola ideal, de constante elástica k = 600 N/m. um menino Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 de peso P = 3 00 N, partindo da dobradiça, caminha um distancia x sobre a tabua, ate que ela adquira o equilíbrio, em posição horizontal. Suponha que a mola, ao se distender, manteve-se vertical. Determine o valor de x. 2.8- Momento de Inércia (I) O momento de inércia (I)de uma partícula, em relação a um eixo fixo de rotação, é a grandeza física escalar que mede a inércia de rotação do corpo, isto é, mede a maior ou menor resistência à alteração da sua velocidade angular, por acção dos momentos de forças exteriores aplicadas. Duma forma discreta o momento de inércia é definido por: 𝑰 = 𝟏 𝟐 𝒎. 𝒓𝟐 Onde m é a massa da partícula e r é a distância da partícula ao eixo de rotação. A unidade de momento de inércia no S.I, é o quilograma x metro quadrado, kg m2. Para um sistema de partículas, o momento de inércia depende dos seguintes factores: . massa do sistema; . forma como a massa está distribuída; . eixo em torno do qual o sistema roda. Assim concluímos que para um sistema de partículas temos: 𝐼 = ∑𝑚𝑖 𝑛 𝑖=1 . 𝑟𝑖 2 Teorema dos eixos paralelos Este teorema enuncia que: o momento de inércia de um sólido em relação a um eixo de rotação que passa pelo seu centro de massa, 𝐼𝐶𝑀 e o seu momento de inércia relativamente a um eixo paralelo ao primeiro, 𝐼𝑝 estão relacionados por: 𝑰𝒑 = 𝑰𝑪𝑴 + 𝒎𝒅 𝟐 Onde d é a distância entre os eixos de rotação paralelos e m a massa total do sólido. Para os sólidos indeformáveis, em relação a determinados eixos, temos as seguintes expressões que permitem determinar o momento de inércia:1º) Disco fino: 𝑰𝒛 = 𝒎𝒓𝟐 𝟐 e 𝑰𝒙 = 𝑰𝒚 = 𝒎𝒓𝟐 𝟒 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 2º) Barra fina de comprimento l: 𝑰𝑪 = 𝒎.𝒍𝟐 𝟏𝟐 Se o eixo de rotação passar por uma das extremidades da barra, temos: 𝑰𝑪 = 𝒎.𝒍𝟐 𝟑 3º) Cilindro maciço: 𝑰𝒛 = 𝒎𝒓𝟐 𝟐 e 𝑰𝒙 = 𝑰𝒚 = 𝒎(𝟑𝒓𝟐+𝒉𝟐) 𝟏𝟐 4º) Esfera oca (casca esférica): 𝑰 = 𝟐𝒎𝒓𝟐 𝟑 5º) Esfera maciça: 𝑰 = 𝟐𝒎𝒓𝟐 𝟓 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Assim, para um corpo rígido, energia cinética de rotação em torno de um eixo será: 𝑬𝒄 = 𝟏 𝟐 𝑰𝝎𝟐 2.9- Momento angular de um ponto material Momento angular ou momento da quantidade de movimento mv de um ponto material P, em relação a um ponto O, é a grandeza vetorial �⃗� que possui as seguintes características: • Módulo: 𝐿 = 𝑚𝑣𝑑, sendo d a distância do ponto O à reta s, suporte da velocidade 𝑣 . • Direcção: da reta perpendicular ao plano 𝛼 definido pela reta s e pelo ponto O. • Sentido: dado pela regra da mão direita. No SI, a unidade do módulo do momento angular é 𝑘𝑔. 𝑚2 𝑠 . Momento angular de um ponto material em movimento circular uniforme Considere um ponto material P que realiza um movimento circular uniforme de centro O, com velocidade de módulo v e velocidade angular 𝜔. Vamos calcular o módulo do momento angular L, em relação ao centro O. Temos: 𝐿 = 𝑚𝑣𝑑 ; 𝑑 = 𝑅 ; 𝑣 = 𝜔. 𝑅. Assim: 𝐿 = 𝑚𝜔𝑅. 𝑅 → 𝑳 = 𝒎𝑹𝟐𝝎 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Vectorialmente, sendo �⃗⃗⃗� a velocidade de rotação cujo sentido é o mesmo de �⃗� e cujo módulo é igual à velocidade angular 𝝎 temos: �⃗⃗� = 𝒎𝑹𝟐�⃗⃗⃗� . A grandeza escalar 𝒎𝑹𝟐, que aparece na conclusão anterior, é indicada pela letra 𝐼 e recebe o nome de momento de inércia do ponto material P em relação ao ponto O: 𝐼 = 𝑚𝑅2. Assim teremos: �⃗⃗� = 𝑰�⃗⃗⃗� Momento angular de um sistema de ponto materiais O momento angular �⃗⃗� de um sistema de pontos materiais, em relação a um ponto O, é a soma vectorial dos momentos angulares dos pontos que constituem o sistema: �⃗⃗� = �⃗⃗� 𝟏 + �⃗⃗� 𝟐 + ⋯+ �⃗⃗� 𝒏 = ∑�⃗⃗� 𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 Isto significa que para cada ponto Pi, de massa mi e a uma distância ri do eixo de rotação, podemos escrever: �⃗⃗� 𝒊 = 𝒎𝒊𝒓𝒊 𝟐�⃗⃗⃗� , sendo �⃗⃗⃗� o vector de rotação, suposto constante. Neste caso, o o momento de inércia I do corpo em relação ao eixo de rotação é dado por: 𝐼 = ∑𝑚𝑖 𝑛 𝑖=1 . 𝑟𝑖 2 Nestas condições, o momento angular do corpo é dado pela mesma equação aplicada ao ponto material: �⃗⃗� = 𝑰�⃗⃗⃗� De fato, partindo da igualdade 𝑳 = 𝑰𝝎, concluímos: para o mesmo 𝑳, quanto maior for 𝑰, menor é 𝝎. Isto é: 𝑰𝟏. 𝝎𝟏 = 𝑰𝟐. 𝝎𝟐 A expressão acima traduz a conservação do momento angular, que enuncia o seguinte: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 “Se o momento (torque) das forças que actuam num corpo em rotação é nulo, então o momento angular permanece constante.” Lei da variação do momento angular e teorema do momento angular Esta lei, também conhecida como lei de Newton do movimento de rotação, enuncia que: “o momento resultante das forças exteriores que actuam sobre um corpo rígido homogéneo, móvel em torno de um eixo de simetria, é directamente proporcional à sua aceleração angular 𝛼 . A constante de proporcionalidade é o momento de inércia do corpo.” Isto é: �⃗⃗� = 𝐼𝛼 Sendo 𝛼 = ∆�⃗⃗⃗� ∆𝑡 teremos: �⃗⃗� = 𝐼 ∆�⃗⃗⃗� ∆𝑡 → �⃗⃗� ∆𝑡 = 𝐼(�⃗⃗� − �⃗⃗� 𝑜) �⃗⃗� ∆𝑡 = �⃗� − �⃗� 𝑜 Esta expressão traduz o teorema do momento angular, que diz: “o impulso angular das forças aplicadas a um corpo rígido durante um certo intervalo de tempo, é igual à variação do momento angular do corpo no mesmo intervalo de tempo.” Exercicios: 1- Um ponto material de massa m = 1,0 kg realiza um movimento circular uniforme de raio R = 2,0 m. Sendo 0 o centro da circunferência descrita, calcule: a) O momento de inércia do ponto material, em relação ao ponto O. b) O módulo da velocidade do ponto material, sabendo que o módulo de seu momento angular, em relação ao ponto O, é de 10 kg.m2/s. 2- Calcule o módulo do momento angular de um sistema constituído de duas partículas, 1 e 2, em relação aos pontos B e O, no instante indicado na figura, sabendo que as massas e as velocidades das partículas 1 e 2 são, respectivamente: m1 = 2,0 kg; m2 = 3,0 kg; v1 = 4,0 m/s e v2 = 6,0 m/s. 3- Dois corpos A e B, de massas 2 kg e 3 kg, respectivamente, encontram-se ligados por um fio ideal que passa pela gola de uma roldana de raio R = 20 cm e massa M = 1 kg, desprezando o atrito, determine: Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 a) O momento resultante das forças que actuam no sistema em relação ao eixo da roldana. b) O valor da aceleração com que desce o corpo, aplicando a lei da variação do momento angular. c) O momento do sistema, em relação ao ponto O, no instante em que os corpos A e B tem uma velocidade de valor v = 2 m/s. d) As intensidades das tensões exercidas pelo fio sobre os corpos A e B. 4- Uma plataforma horizontal e circular gira em torno de um eixo vertical, sem atrito. A massa da plataforma é M = 100 kg e o seu raio é R = 2 m. um rapaz de massa m = 60 kg, anda lentamente da periferia para o centro da plataforma. Quando o rapaz se encontra na periferia da plataforma, o valor da velocidade angular do sistema é 2 rad/s. determine: a) O valor da velocidade angular do sistema, quando o rapaz se encontra num ponto situado a 0,5 m do centro da plataforma. b) O valor das energias cinéticas iniciais e final do sistema. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Subtema A.3 – Mecânica dos fluidos 3.1- Hidrostática Hidrostática é uma área da Física que explica o comportamento dos fluidos (gases e líquidos) em condições de equilíbrio estático. Essa área envolve a aplicação de conceitos como pressão e densidade por meio de leis matemáticas, tais como os teoremas de Pascal e Arquimedes. Os conhecimentos oriundos da hidrostática também nos permitem compreender melhor o funcionamento de instalações hidráulicas, corpos flutuantes, bem como tubulações, caixas d'água e até mesmo represas. • Conceito de pressão A grandeza dada pela relação entre a intensidade da força que actua perpendicularmente a área em que ela se distribui é denominada pressão (𝒑). Assim, sendo 𝐹 a intensidade da resultante das forças distribuídas perpendicularmente em uma superfície de área 𝐴, a pressão 𝑝 é dada pela relação: 𝒑 = 𝑭 𝑨 A unidade de pressão no S.I de unidades é o newton por metro quadrado (N/m2), também denominada Pascal (Pa). Mas, eventualmente são usadas as unidades dina por centímetro quadrado (dyn/cm2), bar, quilograma força por centímetro quadrado (kgf/cm2), centímetro de mercúrio (cmHg), libras/polegada quadrada (libra/polegada2) milímetro de mercúrio (mmHg) e atmosfera(atm). As relações entre essas unidades são: Os aparelhos que medem pressão são denominados manômetros. https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/principio-pascal.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/arquimedes.htm Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 • Conceito de massa especifica e densidade. Para uma amostra de certa substância cuja massa seja m e cujo volume seja V. Define-se a massa especifica da substância pela relação: 𝜇 = 𝑚 𝑉 Considere agora um corpo, homogéneo ou não, de massa m e volume V. A densidade d do corpo é dada pela relação: 𝑑 = 𝑚 𝑉 Se o corpo é maciço e homogéneo (composto unicamente por uma só substância), a sua densidade (d) coincide com a massa especifica ( 𝜇) do material que o constitui. As unidades de densidade ou massa especifica correspondem sempre à relação entre unidade de massa e unidade de volume. A tabela abaixo fornece valores da densidade para alguns materiais. Em resumo: 1 𝑔/𝑐𝑚3 = 1 𝑘𝑔/𝑙 = 1000 𝑘𝑔/𝑚3 • Pressão em um líquido. teorema de Stevin Considerando um líquido de densidade d, homogéneo e incompressível, em equilíbrio e imaginando uma porção desse líquido coma forma de um cilindro recto de altura h e cujas bases tenham área A, estando a base superior exactamente na superfície do livre do líquido. Como há equilíbrio podemos escrever: 𝐹𝐵 = 𝐹𝐴 + 𝑃 Sabendo que 𝐹𝐵 𝐴 = 𝑝𝐵, 𝐹𝐴 𝐴 = 𝑝𝐴 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 e 𝑃 = 𝑑𝑉𝑔ℎ, obtemos a fórmula: 𝒑𝑩 = 𝒑𝒂𝒕𝒎 + 𝒅𝒈𝒉 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Essa fórmula exprime o teorema de Stevin, que diz o seguinte: “A pressão em um ponto situado à profundidade h no interior de um líquido em equilíbrio é dada pela pressão na superfície, exercida pelo ar (𝑝𝑎𝑡𝑚), chamada pressão atmosférica, somada à pressão exercida pela coluna de líquido situada acima do ponto e expressa pelo produto 𝑑𝑔ℎ.” • Pressão de colunas líquidas. Unidades práticas de pressão. Pressão atmosférica O teorema de Stevin permite concluir ainda que uma coluna líquida exerce na sua base uma pressão, devida ao seu peso, denominada pressão hidrostática e expressa por: 𝒑𝑯 = 𝒅𝒈𝒉 Em que d é a densidade do líquido, g a aceleração da gravidade e h a altura da coluna. Também podemos representar graficamente a variação da pressão no interior de um líquido em equilíbrio com a profundidade h, medida a partir da superfície libre do líquido exposta ao ar, onde o coeficiente da recta corresponde a: 𝒕𝒈 𝜽 = 𝒅𝒈 Já a pressão atmosférica, ela depende da altitude do local. Mas ao nível do mar a pressão atmosférica é igual a 1 atmosfera, denominada pressão normal. Assim obtemos: 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 1 𝑎𝑡𝑚 = 76 𝑐𝑚𝐻𝑔 = 760 𝑚𝑚𝐻𝑔 = 1,013. 10 5𝑁/𝑚2 Observação: o manómetro utilizado para medir a pressão atmosférica é denominado barômetro. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 • Equilíbrio de líquidos imiscíveis. Vasos comunicantes. • Quando dois líquidos que não se misturam (imiscíveis) são colocados num mesmo recipiente, eles se dispõem de modo que o líquido de maior densidade ocupa a parte de baixo, e o de menor densidade, a parte de cima e a superfície de separação entre eles é horizontal. Caso os líquidos imiscíveis sejam colocados num sistema constituído por vasos comunicantes (recipientes, que não precisam ser do mesmo tamanho nem possuir a mesma forma, cujas bases estão ligadas por meio de um tubo), como um tubo em U, eles se dispõem de modo que as alturas das colunas líquidas, medidas a partir da superfície de separação, sejam inversamente proporcionais às respectivas densidades. A pressão no ponto A é igual a pressão no ponto B (mesma horizontal e mesmo líquido): 𝑝𝐴 = 𝑝𝐵. Sendo: 𝑝𝐴 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝑑1𝑔ℎ1 e 𝑝𝐵 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝑑2𝑔ℎ2, obtemos: 𝒅𝟏𝒉𝟏 = 𝒅𝟐𝒉𝟐 • Princípio de Pascal. Prensa hidráulica quando é exercida uma pressão num ponto de um líquido em equilíbrio, essa pressão se transmite a todos os pontos do líquido. É o que ocorre, por exemplo, no freio hidráulico de um automóvel, no qual a pressão exercida pelo motorista no pedal se transmite até as rodas através de um líquido (óleo). Este facto é conhecido como Princípio de Pascal: “Os acréscimos de pressão sofridos por um ponto de um líquido em equilíbrio são transmitidos integralmente a todos os pontos do líquido e das paredes do recipiente que o contém.” Outra importante aplicação do princípio de Pascal é a prensa hidráulica (dispositivo multiplicador de intensidade de força, que funciona a pressão constante), que consiste em dois recipientes cilíndricos de diâmetros diferentes, ligados pela base e preenchidos por um líquido homogéneo. Sobre o líquido são colocados dois êmbolos, cujas secções têm áreas 𝐴1 e 𝐴2 diferentes. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Se aplicarmos uma força (vertical com sentido para baixo) de intensidade 𝐹1 sobre o êmbolo de área 𝐴1 a pressão exercida será propagada pelo líquido até o êmbolo de área 𝐴2 , transmitindo abaixo dele uma força vertical com sentido para cima de intensidade 𝐹2. Portanto, sendo as pressões iguais em ambos os lados da prensa, temos a seguinte proporção: 𝑭𝟏 𝑨𝟏 = 𝑭𝟐 𝑨𝟐 Portanto, as intensidades das forças aplicadas são directamente proporcionais às áreas dos êmbolos. Mas visto que em cada operação da prensa, o volume de líquido (V) deslocado do recipiente menor passa para o recipiente maior. Chamando de ℎ1 e ℎ2 os deslocamentos respectivos dos dois êmbolos, cujas áreas são 𝐴1 e 𝐴2, podemos escrever: 𝑨𝟏𝒉𝟏 = 𝑨𝟐𝒉𝟐 E deduzimos que, numa prensa hidráulica, os deslocamentos sofridos pelos êmbolos são inversamente proporcionais às suas áreas. Em outros termos, o que se ganha na intensidade da força, perde-se no deslocamento do êmbolo. • Princípio de Arquimedes. Um corpo mergulhado num líquido em equilíbrio, recebe forças do líquido em toda sua superfície. As componentes horizontais das forças se equilibram e as componentes verticais fornecem uma resultante para cima. Sejam 𝐹 1 a força que o líquido exerce em cima do cilindro da área A1 e 𝐹 2 a força que o líquido exerce em baixo do cilindro de área A2, a diferença das intensidades das forças 𝐹 1 e 𝐹 2 é a força do empuxo �⃗� . Esse fenómeno é descrito pelo princípio de Arquimedes: “Todo corpo sólido mergulhado num fluido em equilíbrio recebe uma força de direcção vertical e sentido de baixo para cima cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado.” 𝐸 = 𝑑𝑓𝑉𝑓𝑔 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 O volume 𝑉𝑓 do fluido deslocado é o próprio volume do corpo se ele estiver totalmente imerso, é o volume imerso quando o corpo está flutuando. • Peso aparente Se do peso real P subtrairmos o valor do empuxo E, obteremos o peso aparente 𝑃𝑎𝑝 = 𝑃 − 𝐸. Decorre daí que um corpo estará em equilíbrio quando a intensidade do seu peso for equiparada à do empuxo: 𝑃 = 𝐸 → 𝑃𝑎𝑝 = 0. Note que a intensidade do empuxo não depende da densidade do corpo de, embora essa grandeza seja importante para saber se um corpo afundará ou flutuará ao ser colocado em um fluido, tendo os seguintes casos: 1º) Se 𝒅𝒄 < 𝒅𝒇 quando o corpo é totalmente mergulhado no fluido: 𝑷𝒂𝒑 = 𝑷 − 𝑬 → 𝑷𝒂𝒑 < 𝟎, então a força resultante terá o sentido para cima, levando o corpo a flutuar na superfície do líquido. 2º) Se 𝒅𝒄 = 𝒅𝒇quando o corpo estiver inteiramente dentro do fluido: 𝑷𝒂𝒑 = 𝑷 − 𝑬 → 𝑷𝒂𝒑 = 𝟎, então o corpo fica em equilíbrio, totalmente submerso no fluido. 3º) Se 𝒅𝒄 > 𝒅𝒇 quandoo corpo é totalmente mergulhado no fluido: 𝑷𝒂𝒑 = 𝑷 − 𝑬 → 𝑷𝒂𝒑 > 𝟎, então o corpo afunda no fluido e outras forças poderão intervir, como a força de reacção normal do fundo do recipiente. Exercicios: 1- Um objecto constituído de um único material tem volume externo de 200 cm3 e massa de 2, 1 kg. Em seu interior, há um espaço oco equivalente a 50 ml. Determine: a) A densidade do objecto; R: 10,5 g/cm3 b) A massa específica do objecto. R: 14 g/cm3 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 2- Calcule a densidade volumétrica média da mistura de dois líquidos (1 e 2), de massas respectivas iguais a 800 g e 1 700 g. O volume total é de 3,125L. R: 0,8 g/cm3 3- Dois líquidos miscíveis (1 e 2) têm massas específicas d1 = 0,8 g/ml e d2 = 0,6 g/ml. Se elas forem misturadas em volumes iguais, qual será a densidade média dessa mistura líquida? R: 0,7 g/ml 4- Qual é o valor da pressão exercida quando se aplica uma força de intensidade igual a 100 N, perpendicular a uma superfície circular A de 8 m2? R: 12,5 Pa 5- O que acontece com as intensidades das pressões exercidas pelo mesmo bloco rectangular em cada uma das três posições mostradas na ilustração? 6- Qual é a pressão transmitida pela força 𝐹 de intensidade 5 N sobre a superfície de área A = 1 m2, conforme mostra a figura? 7- Um tubo de ensaio posicionado na vertical contém óleo, cuja densidade é de 0,8 g/cm3 . Calcule: a) A pressão efetiva do óleo a 5 cm de profundidade; R: 400 N/m2 b) A variação de pressão entre dois pontos situados a profundidades de 3 cm e 7 cm. R: 320 N/m2 8- Um bombeiro está actuando em uma operação de salvamento. Ele está mergulhado a 8,0 m de profundidade em um lago. A pressão atmosférica no local é de 1,0 • 105 N/m2 . Calcule a pressão à qual ele está submetido. R: 1,8 . 105 Pa 9- Na figura vemos dois líquidos (1 e 2) não miscíveis entre si, que estão em equilíbrio em um sistema de vasos comunicantes. Se a profundidade do ponto A é de hA = 1 m e a do ponto B é de hB = 0,6 m, qual é a densidade do líquido 2, se a densidade do líquido 1 é d, = 1,2 g/cm3. R: 2 g/cm3 10- Quantas vezes a intensidade do peso P2 será maior do que a de P1 se o raio do êmbolo de área A2 for o triplo do de área A1, como se vê na situação de equilíbrio mostrada na figura? R: P2 = 9.P1 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 11- Um objecto com massa de 400 g e volume de 25 ml está totalmente imerso em um líquido de densidade igual a 0,8 g/ml. Calcule: a) O empuxo ao qual fica submetido o objecto; R: 0,2 N b) O seu peso aparente dentro do líquido; R: 3,8 N c) A aceleração com que desce enquanto não atinge o fundo do recipiente, desprezando-se quaisquer outras forças de resistência ao movimento. R: 9,5 m/s2 12- Uma bola maciça de material homogêneo flutua na água, cuja densidade volumétrica é igual a 1 g/cm3. Se 10% do volume da bola estiver acima da superfície do líquido, qual será a densidade da bola? R: 0,9 g/cm3 13- Um garrafão de água com capacidade de 20 L está colocado em sua cuba. A figura mostra o perfil do conjunto e os níveis da água. Com base nos pontos marcados, responda: a) Em qual ponto a pressão é menor? b) Há pontos em que as pressões absolutas são iguais? c) Se a torneira estivesse no mesmo nível do ponto 4, a vazão de água ocorreria com maior ou menor intensidade? 14- Num local onde g =10 m/s2, verifica-se que o peso de uma esfera no ar é de 15 N e, totalmente mergulhado na água, seu peso aparente é de 10 N. se a massa especifica da água é de q g/cm3, calcule a massa especifica da esfera. R: 3 g/cm3 Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 3.2- Hidrodinâmica A hidrodinâmica é o estudo dos fluidos (líquidos e gases) em movimento, como a água escoando ao longo de um tubo ou no leito de um rio, o sangue que corre nas veias de uma pessoa, a fumaça emitida pela chaminé de uma fábrica. O escoamento de um fluido pode ocorrer de modo não estacionário ou turbulento (escoamento irregular caracterizado pela presença de regiões com pequenos vórtices e a velocidade em cada ponto muda de instante para instante), como nas cachoeiras, as vagas de maré, etc; ou em regime estacionário ou laminar (situação na qual a velocidade do fluido em cada ponto não varia com o decorrer do tempo, sendo função apenas da posição do ponto). Em nosso estudo, iremos considerar sempre o escoamento em regime estacionário. As linhas de corrente (trajectória de uma partícula do fluido que passa num ponto) não se cruzam em nenhum ponto. Também iremos considerar que o fluido será ideal, isto é, incompressível e não-viscoso. • Vazão (ou caudal) A vazão do fluido através da secção S do tubo é, por definição, a grandeza: 𝑰𝑽 = ∆𝑽 ∆𝒕 ou 𝑰𝑽 = 𝑺. 𝒗 A unidade de vazão ou caudal no SI é o metro cúbico por segundo (m3/s). outra unidade que também é muito utilizada é o litro por segundo (l/s), cuja relação entre elas é: 1 m3/s = 1000 l/s • Equação de continuidade A equação de continuidade exprime a facto de que a velocidade de escoamento de um fluido ser inversamente proporcional à área da secção transversal do tubo. Por exemplo: diminuindo a área, a velocidade de escoamento aumenta na mesma proporção, e a vazão permanece a mesma. Da figura ao lado deduzimos que 𝐼𝑉 = 𝑆. 𝑣 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒, logo teremos: 𝑺𝟏𝒗𝟏 = 𝑺𝟐. 𝒗𝟐, está equação é chamada equação de continuidade. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 • Equação de Bernoulli Um fluido ideal, de densidade d, escoa por uma canalização em regime estacionário. Sejam 𝑝1 e 𝑝2 as pressões nos pontos 1 e 2, cujas alturas, em relação a um plano horizontal ∝ de referência. São ℎ1 e ℎ2, respectivamente. Sejam 𝑣1 e 𝑣2 as velocidades do fluido nos pontos 1 e 2. Aplicando o princípio da variação da energia mecânica (𝑊𝑡 = ∆𝐸𝑝 + ∆𝐸𝑐), obtemos a equação de Bernoulli estabelece que: 𝑝1 + 𝑑𝑔ℎ1 + 𝑑𝑣1 2 2 = 𝑝2 + 𝑑𝑔ℎ2 + 𝑑𝑣2 2 2 Portanto, para qualquer ponto do fluido, 𝑝 + 𝑑𝑔ℎ + 𝑑𝑣2 2 é constante. E nesta equação, 𝑝 + 𝑑𝑔ℎ é a chamada pressão estática, e 𝑑𝑣 2 , a pressão dinâmica. Por isso a equação de Bernoulli também é chamada equação fundamental da Hidrodinâmica. • Aplicações práticas da equação de Bernoulli Efeito Venturi Da figura cima notamos que, sendo 𝐴2 < 𝐴1, temos pela equação de continuidade 𝑣2 > 𝑣1. Pela equação de Bernoulli, resulta que 𝑝1 < 𝑝2 e concluímos que: sendo h1 = h2, temos: 𝑝1 + 𝑑𝑣1 2 2 = 𝑝2 + 𝑑𝑣2 2 2 “No trecho em que a velocidade é maior, a pressão é menor.” Este é o chamado efeito Venturi. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 Tubo de Pitot Considere a figura abaixo. Na figura acima, aplicando a equação de Bernoulli às extremidades 1 e 2 dos ramos do manómetro, temos: 𝑝1 + 𝑑𝑣1 2 2 = 𝑝2 + 𝑑𝑣2 2 2 Como 𝑣1 = 𝑣 (velocidade de escoamento do fluido) e 𝑣2 = 0 (o ponto 2, onde o líquido é barrado, é chamado ponto de estagnação), vem: 𝑝1 + 𝑑𝑣1 2 2 = 𝑝2 → 𝒗 = √ 𝟐(𝒑𝟐 − 𝒑𝟏) 𝒅 O tubo de Pitot permite medir a velocidade de escoamento de líquidos e gases. Nos aviões, por exemplo, a finalidade do tubo de Pitot é obter a velocidade 𝑣 através da diferença de pressão 𝒑𝟐 − 𝒑𝟏. Para isso, ele deve ser montado paralelamente ao eixo longitudinal do avião, num local onde não exista ar turbulento. Sua localização varia de acordo com o tipo de avião, dependendo do projecto. Pode ser localizado, por exemplo, no nariz do avião, na ponta da asa, tec. Exercicios: 1- Um líquido de densidade 𝑑 = 1,2. 103𝑘𝑔/𝑚3 flui pelotubo indicado na figura, passando pelo ponto 1 com velocidade 𝑣1 = 5 𝑚/𝑠 e pelo ponto 2 com velocidade 𝑣2 = 2𝑚/𝑠. A pressão no ponto 1 é 𝑝1 = 2,4. 10 4𝑃𝑎. determine: a) A razão entre as áreas das secções transversais 𝑆1 e 𝑆1; b) A pressão no ponto 2. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021 2- Pretende-se medir a velocidade 𝑣1 de um líquido que escoa por uma canalização. Para isso, insere-se na canalização um tubo de Venturi, conforme a figura. Prove que: 𝑣1 = √ 2𝑔ℎ ( 𝐴1 𝐴2 ) 2 − 1 3- Um tubo de Pitot é inserido numa canalização, por onde escoa um fluido líquido de densidade 𝑑 = 1,6. 103𝑘𝑔/𝑚3. o líquido manométrico é o mercúrio de densidade 𝑑 = 13,6. 103𝑘𝑔/𝑚3. O desnível h é 20 cm. Determine: a) A diferença de pressão entre os pontos 2 e 1. b) A velocidade de escoamento do fluido. 4- Um recipiente de grande área de secção transversal, contém água até uma altura H. um orifício é feito na parede lateral o tanque a uma distância h da superfície do líquido. A área do orifício é de 0,10 cm2. No instante em que h = 0,8 m e H = 1,24 m, determine: a) A velocidade com que o líquido escoa pelo orifício. b) A vazão de água pelo orifício. c) A alcance horizontal D. Elaborado por: Mauro Muzuto, em Cacuaco, aos 3 de janeiro de 2021
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