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15/10/2020 Precipitação 1 Precipitação 1 Hidrologia & Climatologia https://www.montgomerycountymd.gov Ciclo hidrológico Balanço hídrico Sistema = Entrada e Saída 𝒅𝑺 𝒅𝒕 = 𝑷 − (𝑬𝑻 + 𝑸 + 𝑹𝒅) 3 Água proveniente da atmosfera que atinge a superfície terrestre Formas Variabilidade O que é Precipitação? Tipos de Hidrometeoros • Existem 6 tipos hidrometeoros – partículas de água suspensas na atmosfera que compõe a precipitação (chuva): – Gotículas de nuvem (2 mm < diâmetro < 1 mm) – Gotas de chuva (diâmetro > 1mm) – Cristais de gelo – Flocos de neve (agregados de cristais) – Graupel (gelo + gotícula de nuvem) (“granizo mole”, precursores do granizo sólido) – Granizo (gelo + gotas de nuvem) Fonte: Albrecht 15/10/2020 Precipitação 2 Tipos de precipitação Descrição do tipo de chuva Taxa de precipitação (mm/h) Hidrometeoro associado Garoa (diâmetro < 0,5 mm) < 0,3 Cristais de gelo Leve 0,3 à 3 Cristais de gelo, Agregados, gotas de chuva pequenas Moderada 3 à 8 Agregados, “rimed” pequenos, gotas de chuva médias Forte > 8 “Rimed” grandes, granizo, graupel, gotas de chuva grandes Fonte: Albrecht Histórico Primeiras observações de variáveis meteorológicas mais perceptíveis (chuva, nuvens) produção de grãos das terras estimadas a partir dos registros da chuva (uso para estimar o imposto) Padronização da medição da chuva 1º pluviômetro com funil, Robert Hooke com báscula, Cristopher Wren e Robert Hooke 3000 AC – Babilônia (caldeus) 400 AC – Índia 1441 – Índia Coreia rede observações (Coreia) pluviômetro de bronze 1690 – Inglaterra Roberto Hooke (Inglaterra) O que é PLUVIOMETRIA? Latin: Pluvia é chuva Chuva provém do processo de precipitação: resultante da condensação da água, líquidos ou sólidos, que caem das nuvens (chuva, neve e granizo) A pluviometria é uma medida compostas por 3 aspectos: Quantidade Duração Intensidade medida com pluviômetros – expressa como uma altura sobre 1m² de área. 1 mm de água = altura de 1 mm de água em 1 m² de área horizontal intervalo de tempo, em horas ou minutos, do início até o fim do evento de precipitação. 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 [mm h-1] ou [mm min-1] Importância da pluviometria Segurança social Previsão enchentes urbanas Planejamento urbano Segurança hídrica Reservatórios de abastecimento 15/10/2020 Precipitação 3 Importância da pluviometria Segurança alimentar Tomada de decisão preparo do solo e plantio na irrigação na colheita Segurança energética Controle de reservatórios Planejamento da rede interligada Como medir a chuva? Pluviômetro: mede o total precipitado Pluviômetro “Ville de Paris” - Área de captação: 400 cm² Um volume de 40 ml corresponde a 1 mm de precipitação Quando não há um proveta calibrada, calcula-se a precipitação: P =10 V/A P - precip. [mm] V - volume recolhido [cm³ ou ml] A – área de captação do anel [cm²] Pluviógrafo (pluv. automático) e Pluviômetro convencional Modelo Ville de Paris Convencional ANA/Brasil Diâmetro do bocal: 225,7 mm Capacidade : até 200 mm Pluviógrafo (com registro em papel) Tambor de rotação com papel Pena ligada na bóia Cilindro de coleta de água bóia sobe com a água, pena registra tambor de rotação com papel Tubo sifão , quando atinge seu máximo: esvazia o cilindro cheio para o coletor inferior pena volta ao zero Coletor inferior Pluviômetro mede a precipitação em intervalos de tempo pluviograma Pluviômetro de báscula (“pluviógrafo”) - automático Componentes Funil, corpo e base Mecanismo de báscula dual automático: saída p/ registro de pulso elétrico São realizados registros a cada vez que a báscula com volume conhecido (geralmente 0.2 mm) se enche. Fonte: Humberto Rocha, IAG-USP Dataloggers: aparelhos usados para armazenar dados observados. 15/10/2020 Precipitação 4 Tipo de medidores da precipitação em intervalos de tempo abordados Bóia e sifão Báscula Hendriks (2010) 1. Nivelamento horizontal incorreto 2. Evitar obstáculos próximos e lugares nas colinas soluções : - cumprir limites de distâncias e alturas mínimas - instalar quebraventos - instalar dispositivos anti-pouso de passaros Fatores que afetam acurácia das medidas de precipitação 1 , 5 m 1 , 5 m - escolha preferencialmente uma área aberta, longe de obstáculos (edificações, árvores) Fonte: Humberto Rocha, IAG-USP 15 Fatores que afetam acurácia das medidas de precipitação Efeito do vento : erro de ~5% com vento > 5 m/s Vento - Desvia trajetória das gotas Cuidado na leitura e registros dos dados: - leituras erradas, erros de digitação - vários dias para fazer a leitura (evaporação) - Falta de Manutenção Análise da precipitação Collischonn and Dornelles, 2015 15/10/2020 Precipitação 5 Variáveis de medida da precipitação • Total precipitado: altura ou lamina de água por área (l/m2 = mm). • Duração do evento ou período: unidade de tempo (minutos, horas, dias...) • Intensidade: total precipitado evento (mm/h); i = h / Δt / duração do -Longa duração => geralmente maiores totais precipitados; -Curta duração => geralmente maiores intensidades • Hietograma = gráfico de precipitação vs tempo • Precipitação acumulada no tempo Hietograma = gráfico de precipitação vs tempo Precipitação média mensal (± Desvio Padrão) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 C h uv a ( m m ) Total precipitado e o número de dias que ocorreram precipitações no mês Jeffrey McDonnell 15/10/2020 Precipitação 6 Precipitação Anual 2500 2000 P média anual = 1441 ± 271 mm 1500 1000 500 0 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 C h u v a ( m m ) 22 Rede de observação – ANA Existe ainda as estações do INMET e dos orgãos estaduais (p.ex. EPARN, IGARN, FUNCEME, no CE) http://www.snirh.gov.br/hidroweb/mapa 23 24 Água proveniente da atmosfera que atinge a superfície terrestre Formas Variabilidade O que é Precipitação? http://www.snirh.gov.br/hidroweb/mapa 15/10/2020 Precipitação 7 Nuvem: Pode ser definida como uma massa visível de vários pequenas gotículas de água (1 – 100 μm) e/ou cristais de gelo (quando a temperatura é baixa) flutuando na atmosféra. Diversos tipos de nuvens 26 ~ 60% com coberta por nuvens transporte água absorção e fornece energia para superfície balanço de energia desafio – mod. atmosférica das mudanças climáticas Papel das nuvens - introdução Stratocumulus alto cúmulos 27 Formação das nuvens – condições: Umidade Núcleo de condensação Movimentos da atmosfera Núcleo de condensação: ? O vapor de água condença sob pequenas partículas (aerosóis): poeira, sal marinho e outras substâncias químicas presentes noar. Tamanho = 0,001 a 1 µm Os núcleos de (atraem água). condensação são higroscópicos Fontes naturais (sal do mar, erupções vulcanicas, poeira). No entanto, ~10% provenientes de atividades antrópicas. 15/10/2020 Precipitação 8 Formação das nuvens 1 Ar aquecido na superfície terrestre sobe, expande e resfria -> razão adiabática seca. 10 ºC a cada 1000 m Ar sobe até atingir à temperatura do ar circundante. Meteorology: Understanding the Atmosphere Processo adiabático - Termodinâmica Ar que sobe atinge cada pressões. (expande e resfria) Ar que desce atinge cada pressões (comprime e aquece) Processo adiabático Perda de T por expansão e ganho de T por compressão sem troca de calor com o meio. vez vez menores maiores Processo adiabático Perda de Temperata por expansão ou ganho de Temperatura por compressão SEM trocar calor com o meio. Pressão do vapor de saturação (es) = pressão exercida pelas moléculas de água no ar, quando o ar está saturado com vapor de água. RH = e / es Pressão de vapor do ar (e) ≥ Pressão de vapor saturado (es) 2 Se o ar continua subindo a elevadas altitudes ele pode se tornar SATURADO antes de atingir a temperatura do ar circundante. Neste caso a umidade relativa do ar (RH) = 100%. Fonte: Hendrriks 15/10/2020 Precipitação 9 3 Após inicial condesação o ar continua subindo e expandindo “na razão adiabática úmida” Menor taxa de diminuição de T que a razão adiabática seca. 6 ºC a cada 1000 m 10 ºC a cada 1000 m Richard Harwood, Meteorology 106 Devido ao calor latente no processo de condensação. Geração da precipitação Nuvens contém vapor, água líquida e gelo. Gotículas de água nas núvens precisam crescer o suficiente para vencer as correntes ascentes nas núvens a cair até a superfície terrestre sem evaporar. Assim, a precipitação inicia quando as gotículas de água ou cristais de gelo tornam-se pesadas e caem devido a gravidade. Chuva => Diâmetro da gota de 0.5 a 8 mm Geração da precipitação De modo geral, existem dois principais processos que geram precipitação: núvens quentes e núvens frias. Núvens quentes: Temp. acima do ponto de congelamento da água (T>0ºC). Diferentes tamanhos de gotas que crescem por processo de colisão-coalescência. Pr incipal m e ca n i s m o e m regiões Tropicais. Núvens quentes: Formação da gota de chuva a partir do processo de colisão-coalescência ~106 pequenas gotículas (10 μm) formam uma única gota grande de chuva (1000 μm). 15/10/2020 Precipitação 10 Núvens frias: Temperatura < 0ºC Presença de água nas três fases (sólida, líquida e gasosa); Núcleos de formação de gelo • Menos abundante que os núcleos de condensação; • Mais efetivos quando possuem formato semelhante aos cristais de gelo (Minerais de argila são núcleos eficazes ≈ -10 °C) ; • Escassez de núcleos de gelo => presença de cristais de gelo e água superesfriada. Este último aspecto é crucial para a formação de precipitação em nuvens frias uma vez que dá origem ao processo Bergeron-Findeisen. Processo Bergeron-Findeisen Descreve como cristais de gelo crescem a partir das gotículas de água superesfriadas num ambiente supersaturado (T<0ºC e RH>100%). Importante em médias e altas altitudes. Responsável por formação de neve. Superesfriada: água em estado líquido abaixo de 0°C. Água pura suspensa no ar não congela até atingir uma temperatura de ≈ -40°C. Processo Bergeron-Findeisen A pressão de saturação sobre os cristais de gelo é menor que nas gotículas de água. Assim o vapor de água tende a se depositar mais nos cristais de gelo do que nas gotículas de água. Gotículas de água tendem a evaporar e posteriormete se juntar aos cristais de gelo. Esses cristais de gelo crescem até ter peso o suficiente para precipitar na forma de neve. Como obter dados pluviométricos no Brasil Agência Nacional de Águas -ANA HidroWeb: http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/mapa_hidroweb.jsf 15/10/2020 Precipitação 11 41 Obtendo série histórica de dados no HidroWeb Tabela de atributos Cópia o código Clicar em download 1 2 3 4 Escasses de dados diversas regiões do Brasil pluviométricos em Precipitação a partir de Sensoriamento Remoto Opção para minimizar escasses de dados pluviométricos • Sensores medem a radiação emitida e refletida dos hidrometeoros e/ou superfície. • Assim, as técnicas para estimativa da precipitação a partir de sensores remotos visa converter a radiação medida em informação de precipitação. • Estimativas baseadas na Lei de Planck que descreve a quantidade de energia que um corpo irradia dada a sua temperatura. Sensoriamento Remoto Radar é uma ferramenta de Estimativa Quantitativa de Precipitação (QPE) com sensoriamento remoto e com alta resolução espacial e temporal. No entanto, a cobertura do radar pode ser inconsistente de um lugar para outro e de uma tempestade para outra. 15/10/2020 Precipitação 12 Dados de Precipitação - RADAR R a d a r i n s ta l a d o s n a s u p e r f í c i e ter r e st r e s ã o u s a d o s p a r a e st i m a r a s r a zõ e s d e p r e c i p i ta ç ã o i n s t a n tâ n e a s n a s n ú v e n s . M e d e t a m b é m a ve l o c ida d e h or i zo nta l q u e o s h i d ro m e te o ro s se m o v i m e nta m na tempestade . Radar meteorológico da FUNCEME. Quixeramobim, CE Dados de Precipitação - RADAR Funcionamento: O transmissor emite pulsos de microondas. Precipitação dispersa estas microondas, envia energia de volta ao transmissor. A intensidade deste sinal recebido (eco de radar) indica a intensidade da precipitação. O tempo que leva para o sinal emitido retornar ao radar indica a distância da tempestade. NOAA. gov As Propriedades dos hidrometeoros influenciam a relação Z-R (tamanho, concentração e fase destes) 15/10/2020 Precipitação 13 Sensoriamento Remoto - Satélites Sensoriamento Remoto Satellite é outra ferramenta QPE de sensoriamento remoto, mas com uma resolução muito mais grosseira do que o radar. 51 Estimativas de chuva por satélite Instrumentos do TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission): Sensor Microondas e Radar de precipitação, ... • validação em terra • Produto: – 3B42 (dados de 3 em 3 horas, resolução de 0.25°) – 3B43 (dado mensal, resolução de 0.25°) Fonte: https://earthobservatory.n asa.gov/images/83290/rain fall-going-global Diversos estudo de avaliação Soares, et al. (2016, rbrh) https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global https://earthobservatory.nasa.gov/images/83290/rainfall-going-global 15/10/2020 Precipitação 14 Sensoriamento Remoto Erros de estimativa: Mesmo os pluviômetros, que são medições baseadas em superfície, estão sujeitos a erros e não podem resolver os detalhes espaciais dos padrões de precipitação. Onde obter dados TRMM Dados 1998 - 2016 http://mirador.gsfc.nasa.gov/ Global Precipitation Measurement (GPM) A constelação de satélites GPM precipitação em todo o mundo a cada 2-3horas. Dados 2014 - presente https://www.nasa.gov/mission_pages/GPM/main/index.html 56 • Padrões regionais de precipitação (espaço-tempo), como são?
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