Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DANILO GUSTAVO DOS SANTOS TÉCNICAS DE EXECUÇÃO DE TELHADO VERDE: UMA PROPOSTA PARA PUC-CAMPINAS CAMPUS I CAMPINAS 2020 DANILO GUSTAVO DOS SANTOS TÉCNICAS DE EXECUÇÃO DE TELHADO VERDE: UMA PROPOSTA PARA PUC-CAMPINAS CAMPUS I Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Prof. Dr. João Carlos Rocha Braz. CAMPINAS 2020 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, José e Marta pela oportunidade de realização do curso de graduação. A minha irmã, Ana Júlia, que sempre estiveram ao meu lado nos momentos difíceis, me incentivando a concluir o curso. Aos professores João Carlos da Rocha Brás, João Paulo Coelho e Ana Elisabete Paganelli G. De Avila Jacintho pelo apoio durante o desenvolvimento do projeto, tal como a sugestão de temas e complementos na estrutura geral. Ao diretor Victor Deantoni que disponibilizou materiais necessários a este estudo. Aos meus colegas e amigos de sala, que deram apoio nos momentos difíceis para realização do projeto. Enfim, a todos que contribuíram de maneira direta ou indireta para que a realização desse estudo fosse possível. “ O mundo sempre dirá que você é outra coisa. Muito escuro, muito baixo, tanto faz. Precisamos mostrar que mulheres e homens negros são emotivos, fortes, espertos, intuitivos.” Black Is King (2020). RESUMO SANTOS, Danilo Gustavo dos. Técnicas de execução de telhado verde: Uma proposta para PUC-Campinas Campus I. 2020. 28f. Trabalho de Conclusão de Curso – Programa de Graduação em Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2020. Nos últimos anos há uma grande discussão sobre sustentabilidade e preservação ecológica, porém pouco se faz para preservar o pouco que resta. Com o aumento de construções de edificações nos centros urbanos, as vegetações acabam sendo reprimidas ou dizimadas. Diante desse cenário, de grandes centros construídos sem vegetação, temos como principal problema a refrigeração dessas edificações, resultando grandes ilhas de calor. A vegetação é um grande aliado para resolver problemas de conforto térmico, gastos desnecessários com refrigeração, conforto visual, entre outros benefícios apresentados neste trabalho. Ao implantá-las nas edificações, seja ela vertical ou horizontal, temos a redução da absorção de raios solares pelas paredes dos edifícios o que resolve os problemas citados. Assim, este trabalho tem o objetivo de apresentar modelos de telhados verdes e suas principais características relevantes para a instalação no telhado do auditório do Campus I da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Após a apresentação dos modelos, foi realizado cálculos para selecionar quais modelos seriam ideais para a edificação. Feitas todas as considerações necessárias, verificou-se quais modelos poderiam ser instalados no telhado respeitando todas as normas de segurança e cargas máximas impostas em projeto. Assim, concluiu-se que o melhor modelo a ser instalado seria o SkyGarden SEVEN que oferece as melhores condições para a área proposta. Palavra-chave: sustentabilidade, vegetação, telhado verde, conforto térmico, conforto visual, refrigeração, edificações. ABSTRACT SANTOS, Danilo Gustavo dos. Green roof execution techniques: A proposal for PUC- Campinas Campus I. 2020. 28p. Undergraduated thesis – Graduation Program of Civil Engineering, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2020. In recent years there has been a great discussion about sustainability and ecological preservation, but little is done to preserve what little remains. With the increase of building constructions in urban centers, vegetation ends up being repressed or decimated. Facing this scenario, of large centers built without vegetation, we have as main problem the cooling of these buildings, resulting in large islands of heat. The vegetation is a great ally to solve thermal comfort problems, unnecessary expenses with refrigeration, visual comfort, among other benefits presented in this work. When implanting them in the buildings, be it vertical or horizontal, we have the reduction of the absorption of solar rays by the walls of the buildings, which solves the cited problems. Thus, this work aims to present models of green roofs and their main features relevant to the installation on the roof of the Campus I auditorium of the Pontifical Catholic University of Campinas. After the presentation of the models, calculations were made to select which models would be ideal for the building. After all the necessary considerations, it was verified which models could be installed in the roof respecting all the safety norms and maximum loads imposed in the project. Thus, it was concluded that the best model to be installed would be the SkyGarden SEVEN that offers the best conditions for the proposed area. Keywords: sustainability, vegetation, green roof, thermal comfort, visual comfort, cooling, buildings. INDICE DE FIGURAS Figura 1. PPD e PMV .................................................................................................. 8 Figura 2 - Temperaturas máximas e mínimas médias .............................................. 10 Figura 3 - Probabilidade de precipitação diária ......................................................... 10 Figura 4 - Incidência solar ......................................................................................... 11 Figura 5 - Conforto de umidade ................................................................................. 11 Figura 6 - Sistema hidromodular ............................................................................... 16 Figura 7 - Corte sistema hidromodular ...................................................................... 16 Figura 8 - Sistema modular alto ................................................................................ 17 Figura 9 - Módulo plástico alveolar ............................................................................ 18 Figura 10 - Sistema alveolar grelhado ....................................................................... 19 Figura 11 - Corte sistema SkyGarden Slim ............................................................... 20 Figura 12 - Corte sistema SkyGarden 5 .................................................................... 21 Figura 13 - Corte Sistema SkyGarden 7 ................................................................... 21 Figura 14 - Corte Sistema SkyGarden 10 ................................................................. 22 Figura 15 - Recorte da planta de cobertura da Faculdade de Ciências Tecnológicas Campus I – PUC Campinas ...................................................................................... 26 INDICE DE TABELAS Tabela 1 - Escala térmica de Fanger .......................................................................... 7 Tabela 2 - ABNT NBR6120 Cargas acidentais.......................................................... 25 Tabela 3 - Capacidades dos sistemas de telhado verde analisados ......................... 27 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 1.1. OBJETIVOSE JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 3 1.1.1. Objetivo Geral ............................................................................................................ 3 1.1.2. Objetivos Específicos ................................................................................................ 4 1.1.3. Justificativa ................................................................................................................ 4 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 5 2.1. PRINCÍPIO DE CONFORTO TÉRMICO ......................................................................... 5 2.1.1. Corpo humano e o conforto térmico ........................................................................ 5 2.1.2. A pele .......................................................................................................................... 6 2.1.3. Variáveis de conforto ................................................................................................. 6 2.1.4. Índice de conforto ...................................................................................................... 7 2.3. CLIMA DE CAMPINAS ................................................................................................... 9 2.3.1. A Cidade ..................................................................................................................... 9 2.3.2. Clima médio ............................................................................................................... 9 2.4. A VEGETAÇÃO E O CONFORTO ................................................................................ 12 2.4.1. Conforto ambiental .................................................................................................. 12 2.4.2. Custo-benefício ........................................................................................................ 12 2.4.3. Influência da vegetação no ambiente construído .................................................. 13 2.4.4. Vegetação no ambiente escolar .............................................................................. 14 2.5. COBERTURAS VERDES ............................................................................................. 14 2.5.1. Ecotelhado ............................................................................................................... 15 2.5.1.1. Sistema hidromodular .......................................................................................... 16 2.5.1.2. Sistema laminar alto ............................................................................................. 17 2.5.1.3. Sistema laminar médio ......................................................................................... 17 2.5.1.4. Sistema alveolar leve ............................................................................................ 18 2.5.1.5. Sistema alveolar grelhado .................................................................................... 18 2.5.2. SkyGarden ................................................................................................................ 19 2.5.2.1 SkyGarden Slim ..................................................................................................... 20 2.5.2.2 SkyGarden 5 ........................................................................................................... 20 2.5.2.3 SkyGarden 7 ........................................................................................................... 21 2.5.2.4 SkyGarden 10 ......................................................................................................... 22 3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 23 4. RESULTADOS ................................................................................................................ 24 4.1. ANÁLISE ESTRUTURAL .............................................................................................. 24 5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 30 3 1. INTRODUÇÃO Muito se tem falado nos últimos tempos em sustentabilidade e preservação ecológica, porém pouco se tem feito para preservar o pouco que resta de vegetação. Com o crescimento populacional e construção de edificações nos centros urbanos, as vegetações acabam sendo reprimidas ou até mesmo dizimadas. Com a grande quantidade de ambientes construídos, as ilhas de calor se tornam cada vez mais presentes em ambientes que antes não sofriam com o mal. Ilhas de calor trazem desconforto térmico e causa o aumento do consumo de recursos para amenizar tal problema. Com o aumento das temperaturas internas, o gasto com refrigeração é presente em sua maioria em edificações. Sendo assim, alternativas para amenizar o aumento da temperatura interna nas edificações estão cada vez mais presentes no meio. O uso de vegetação para a diminuição dos efeitos dos raios solares é uma das saídas que podem ser utilizadas desde a concepção dos projetos urbanos. A inserção de vegetação para a melhoria do conforto térmico é o principal motivo para este trabalho. Como solução para o desconforto térmico que a radiação solar causa no interior dos ambientes, o uso de telhados verdes está se tornando um elemento indispensável na elaboração de projetos. Sua utilização traz desde diminuição na temperatura local, bem como benefícios técnicos, sendo eles a economia de energia, o tratamento de águas pluviais, entre outros benefícios para o meio inserido. 1.1. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA 1.1.1. Objetivo Geral O presente trabalho tem o objetivo de analisar uma área de cobertura localizada no prédio do centro tecnológico da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC), campus I, a qual tem cobertura asfáltica e poderá ser aproveitada 4 para a implantação de uma cobertura ecológica que como consequência traz conforto térmico, resultado da diminuição de incidência solar na cobertura. Assim, teremos redução do de energia a longo prazo, pela diminuição do uso de ar refrigerado. 1.1.2. Objetivos Específicos Especificamente, o trabalho tem como objetivo analisar a estrutura e encontrar o melhor sistema que se encaixe nas especificações de cargas resistentes para aproveitamento da área de cobertura no campus. 1.1.3. Justificativa Devido à crescente preocupação com o meio ambiente, qualquer área que possa ser aproveitada inserindo uma opção “verde” é relevante para análise. A cobertura tem uma localização interessante na qual proporcionará benefícios de conforto térmico, ambiental e visual. 5 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. PRINCÍPIO DE CONFORTO TÉRMICO Um dos princípios da arquitetura é promover o conforto humano, por sua vez este conforto envolve o aspecto térmico (SCHANZER, 2003). Conforto térmico é definido como estado mental na qual a satisfação do homem com o ambiente térmico que o rodeia é demonstrada. O desconforto pode ser causado pela não satisfação tendo como motivo o calor ou frio. O conforto térmico influencia diretamente no corpo humano, podendo provocar fadigas ou estresse. Sendo assim, o homem tem melhores condições de vida quando não é submetido a fatores térmicos que possam causar estes problemas. Independente das condições climáticas externas, a arquitetura deve prover um ambiente interno agradável e com condições térmicas compatíveis ao conforto térmico do corpo humano. Não somente influenciado pela arquitetura, o confortotem relação com a resposta térmica da edificação. O conforto térmico é importante pois o corpo humano, grosso modo, trabalha como uma máquina térmica, produzindo calor segundo a sua atividade. O organismo precisa manter sua temperatura em 37º, sendo assim, o homem precisa liberar calor para que a temperatura se estabilize nessa média (LAMBERTS, 2005). Quando ocorre esta troca com o ambiente sem demandado esforço, a sensação de conforto é atingida. Se o ambiente causa uma sensação corporal de calor ou frio, o organismo está perdendo menos ou mais calor que o ideal para a regulagem da temperatura média. Isto resultará em uma sensação de sobrecarga afetando o rendimento do indivíduo e em extremos casos, problemas de saúde. 2.1.1. Corpo humano e o conforto térmico O ser humano como animal homeotérmico tem o organismo mantido a uma temperatura sensivelmente constante entre 36,1 e 37,2 ºC. Sendo os limites para sobrevivência da ordem de 32 a 42ºC. (FROTA e SCHIFFER, 2001) 6 Através do metabolismo, o corpo humano adquire energia e transforma 80% desta energia em calor, sendo dissipado para que o organismo continue em equilíbrio. Trabalhando ou em repouso o corpo humano dissipa ao ambiente o equivalente a 75W de calor. O corpo humano se encontra em sensação de conforto quando cede ao ambiente sem que nenhum mecanismo de termorregulação seja solicitado. Quando o ambiente proporciona maior perda de calor, além do necessário para a regulação interna constante, o organismo produz reações e ações que visam reduzir esta perda. Com isso o corpo humano pode reagir aumentando a resistência da pele por meio da vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos), do arrepio e do tiritar (tremer). Sendo assim o corpo responde a um ambiente externo frio regulando a temperatura do corpo adequadamente produzindo calor. (FROTA e SCHIFFER, 2001). Ao contrário do que ocorre como descrito anteriormente, quando as perdas de calor são menores que as necessárias, o corpo responde de maneira diferente. Há um aumento para eliminar o calor devido a elevada temperatura do ambiente. Proporcionando uma troca mais intensa de calor entre o organismo e o ambiente, ocorre a vasodilatação, que aumente o ritmo cardíaco e a exsudação que é saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares, provocando assim a transpiração. 2.1.2. A pele A pele é o principal mecanismo termo regulador do organismo humano, podemos assim afirmar que as trocas de calor ocorrem por ela. O fluxo sanguíneo determina a temperatura da pele. Segundo Lamberts (2005), quando é notado o desconforto térmico, o primeiro mecanismo a ser ativado é a regulagem vasomotora do fluxo sanguíneo da camada periférica do corpo, por meio da vasodilatação ou vasoconstrição, fazendo com que a resistência térmica desta camada da pele aumente ou reduza. 2.1.3. Variáveis de conforto 7 Conforme Lamberts (2005) explana, as variáveis de conforto térmico podem ser divididas em duas variáveis, a ambiental e a humana. Sendo as ambientais a temperatura do ar, temperatura radiante, velocidade e umidade relativa do ar. Já para as variáveis humanas podemos considerar o metabolismo provocado pela atividade física e a resistência térmica de vestimentas, há de se considerar também o sexo, a idade, raça, hábitos alimentares, altura, peso, entre outros fatores que influenciam no conforto de cada indivíduo. 2.1.4. Índice de conforto Há vários métodos para que o conforto térmico seja avaliado. O mais conhecido e que tem seu uso feito de forma ampla em estudos é o Voto Médio Estimado (VME), que foi desenvolvido pelo professor dinamarquês Ole Fanger em 1972. Segundo Ruas (1999) nos relata, o professor usou dados colhidos em experiencias laboratoriais, com mais de 1300 pessoas para definir uma equação que permite estimar a sensação térmica média de um grupo de pessoas expostas a uma determinada combinação de variáveis ambientais e pessoais. O VME é dado pela escala de sensações térmicas a seguir: Tabela 1 - Escala térmica de Fanger FONTE: Lamberts, Roberto. (2005) 8 Este método sendo considerado o mais completo dos índices de conforto, deve ser usado apenas entre os valores medianos (-2 e +2), acima deste limite, há 80% de pessoas insatisfeitas, conforme a figura 01. (LAMBERTS, 2005) Figura 1. PPD e PMV FONTE: Lamberts, Roberto (2005). Segundo a ISSO 7730:1984 só será considerado um ambiente confortável em termos térmicos aquele que apresentar PPD (porcentagem de pessoas insatisfeitas) quando a porcentagem for menor que 10%. Devido a diferenças de cada indivíduo, é difícil formular um ambiente que satisfaça a todos, sempre haverá uma porcentagem, mesmo que baixa de insatisfeitos. 2.2. ARQUITETURA ADEQUADA AO CLIMA Para possibilitar ao homem condições de conforto, a adequação da arquitetura ao clima de um determinado local se faz necessária. Cabe à arquitetura amenizar as sensações de desconforto provindas de um clima muito rígido, como calor, frio ou ventos, e propiciar ambientes que sejam confortáveis como espaços ao ar livre em climas amenos (PAULA, 2004). A oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa do ar, a quantidade de radiação solar incidente, nebulosidade do céu, ventos e chuvas são variáveis que caracterizam uma região e faz distinção do que mais interfere no 9 desempenho térmico dos espaços construídos. Os valores dessas variáveis são diferentes para cada local da Terra influenciados pela circulação atmosférica, distribuição de terras e mares, tipo do solo, relevo, latitude e altitude. No Brasil, a arquitetura deve contribuir para minimizar a diferença entre temperaturas externas e internas do ar em regiões predominantemente quentes. Um desempenho térmico satisfatório da arquitetura, com a utilização somente de recursos naturais, talvez não seja possível se o clima for rígido, afirmam Frota e Schiffer (2001). Mesmo com tal problema, deve-se buscar opções que maximizem o desempenho térmico natural. 2.3. CLIMA DE CAMPINAS 2.3.1. A Cidade Campinas é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo, região sudeste do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campinas ocupa uma área de 797,6 km² e tem população estimada em mais de 1 milhão de habitantes, sendo o terceiro município mais populoso do estado (BRASIL, 2019). 2.3.2. Clima médio O clima é quente e temperado. O verão é morno e opressivo; o inverno é longo, ameno e de ventos fortes. Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação e de céu parcialmente encoberto. A temperatura varia de 13 ºC a 29 ºC e raramente é inferior a 8 ºC ou superior a 33 ºC. A figura 2 traz um gráfico de temperaturas máximas e mínimas médias anual para a cidade. Sendo as temperaturas máximas a linha vermelha e as mínimas a linha azul. Temos uma estação morna que dura 3,6 meses entre os meses de dezembro a março, e uma estação fresca que permanece por 3,8 meses entre maio e setembro. 10 Figura 2 - Temperaturas máximas e mínimas médias FONTE: ©Cedar Lake Ventures, Inc.(2019) Para o dia ser considerado com precipitação, é preciso precipitação mínima líquida de ou equivalente a 1mm. A probabilidade de dias com precipitação varia significativamente durante o ano. A estação chuvosa na cidade tem duração de 5,6 meses e ocorre entre outubro e março. A seca dura 6,4 meses e ocorre entre março e outubro. A figura 3 traz um gráfico percentual de dias em que a precipitação foi observada. Figura 3 - Probabilidade de precipitação diária FONTE: ©Cedar Lake Ventures, Inc.(2019) 11 A incidência solar em campinas é variável, tendo dias mais longos durante o verão e dias mais curtos durante o inverno, conforme podemos notar na figura 4. Figura 4 - Incidênciasolar FONTE: ©Cedar Lake Ventures, Inc.(2019) O nível de conforto de umidade é dado pelo ponto de orvalho, pois ele determina se a transpiração vai evaporar da pele resfriando o corpo ou não. Pontos de orvalho baixo, indica sensação de secura. Já pontos de orvalho altos provam sensação mais úmida. Campinas tem variação sazonal extrema na sensação de umidade. De outubro a maio predomina o período mais abafado, durando 7,5 meses. Figura 5 - Conforto de umidade FONTE: ©Cedar Lake Ventures, Inc.(2019) 12 Estes dados foram estimados com base em relatorios históricos de 1980 a 2016 fornecidos por ©Cedar Lake Ventures, Inc., pequena empresa com sede em Minneapolis, Estados Unidos da América. (CEDAR LAKE VENTURES INC, 2019) 2.4. A VEGETAÇÃO E O CONFORTO 2.4.1. Conforto ambiental É definido como conforto ambiental o estado agradável de bem estar fisico e psicologico do ser humano. Os fatores que compoem o conforto ambiental podem ser listados como conforto térmico, de luminosidade, acústico, ergônico e psciologico. De acordo com Schanzer (2003), a vegetação tem significativa contribuição para a melhoria do ambiente urbano em termos de conforto pela influência nas condições do solo, no ciclo hidrológico, na diversidade e na quantidade de fauna silvestre, na poluição e nos extremos de microclimas urbanos. Sendo assim, obtém- se um ambiente agradável de se viver, melhorando a qualidade de vida. A vegetação sendo elemento de sombreamento vertical ou horizontal, auxilia a obtenção do conforto térmico. Uma constituição, mesmo que simples, irá proteger uma edificação contra a radiação solar. Para Antunes (2003), quando é inserida vegetação nas proximidades de uma edificação, há uma diminuição de energia radiante, que é um contribuiente do aumento do calor ambiental. Antunes (2003) ainda demonstra que pesquisas realizadas com jardins em coberturas realizadas em Cingapura, resultaram em economias no consumo de energia, no resfriamento do ambiente interno e redução de trocas térmicas. Quando um telhado verde é inserido em uma edicação, pode-se obter até 15ºC de diferença comparado à um telhado exposto à radiação solar. Ao colocar plantas em superficies já construidas, nota-se reduções em temperaturas internas e consequentemente redução no consumo do ar- condicionado, o que proporcionará o conforto térmico confome Antunes (2003). 2.4.2. Custo-benefício 13 Ao modificar uma instalação, implantando uma vegetação, o custo inicial é alto se comparado a curto prazo, porém é vantajoso a longo prazo devido as reduções no consumo de energia e benefícios ambientais conquistados. Assim os benefícios gerados devem ser enfatizados. Antunes (2003), embora o custo inicial seja 3 a 6 vezes maior que uma cobertura convencional, o benefício conquistado com uma cobertura verde é deveras mais vantajoso. Há limitações para implantações de jardins em telhados, deverão ser analisados, estrutura de sustentação, escoamento, irrigação, aplicação de nutrientes e vegetação escolhida. Além da redução de consumo energético externo, devido a termos uma redução na incidência solar direta na cobertura, um telhado verde contribui também para a durabilidade da própria estrutura, já que o principal fator de deterioração são os raios solares e diversas intempéries que não ocorrerão por haver uma barreira ecológica. 2.4.3. Influência da vegetação no ambiente construído Vegetação se refere a árvores, arbustos, plantas, trepadeiras, forrações e gramados, apesar de árvores serem elementos predominantes quando atingem tamanhos em fase adultas e interações que desenvolvem. O ser humano, por ser sensível aos estímulos provenientes do seu entorno, interage com o meio ambiente e tem percepções das características ambientais. Conforme Schanzer (2003), há duas teorias para a explicação do bem-estar adquirido com a vegetação. A primeira, faz uma abordagem quanto à fadiga mental e o potencial tranquilizador de ambientes com vegetação. A outra aborda as sensações positivas que a vegetação e os elementos naturais conseguem trazer ao ser humano. A natureza tem grande força em nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos. É vítima de ações humanas e agente restaurador quando o quesito estresse é colocado em primeira pessoa, além de ser impressionante fonte de energia. Schanzer (2003) comenta estudos que comparam diferenças comportamentais de pessoas que vivem no campo e na cidade, e conclui que o contato com a natureza “recarrega” a energia das pessoas, além de mencionar que a vida na cidade requer muita atenção direta sendo um fator provocante de 14 estresse. Ainda segundo este autor, as pessoas utilizam demandada atenção direta, o que gera muita concentração exaustiva de modo inconsciente. É de conhecimento que o arranjo de plantas vivas, árvores e gramas ao redor de construções produz um microclima favorável em torno destas edificações. Entretanto, poucos dados são levantados para análises quantitativas do efeito térmico no ambiente arquitetônico ou da economia de energia que esta vegetação trará, afirma Pouey (1998). 2.4.4. Vegetação no ambiente escolar O conforto térmico em ambiente construído é um campo amplamente estudado. Aqueles ligados ao ambiente escolar não eram muito enfocados até os últimos anos, onde vários trabalhos significativos começaram a ser desenvolvidos. Para Bartholomei (2003), as pesquisas nacionais feitas em edificações escolares mostram em sua maioria, um ambiente quente no verão e com ventilação inadequada, resultado de aberturas de salas mal projetadas, inadequações no projeto de proteção solar, entre outros fatores que agravam o problema. Para ambientes escolares, faz-se necessária uma humanização da arquitetura destas edificações. Quando a natureza está presente, não apenas será proporcionado o conforto necessário ao meio ambiente, que suprirá necessidades de segurança, territorialidade e orientação espacial, mas também os sentimentos das pessoas serão afetados devido a variabilidade e cores, que atuarão como um elemento de humanização da arquitetura. Acrescentando, Bartholomei (2003) coloca que as áreas externas de uma sala de aula deveriam ser parte de experiência educacional com a inserção de vegetações, além da preocupação de uma humanização dos espaços escolares pelos projetistas e de professores que auxiliarão na utilização destes espaços humanizados. 2.5. COBERTURAS VERDES Cobertura é o elemento da construção com maior exposição à radiação solar sendo o principal agente de transferência do fluxo de calor para o ambiente interno. 15 Sendo o Brasil um país com quase totalidade territorial sujeita à intensa e grande insolação anual, as coberturas deveriam ser a parte mais protegida em termos de isolamento e inercia térmica, contudo, o elemento menos visado em um projeto. Uma cobertura com vegetação, é chamada de cobertura verde ou telhado verde, é definida como uma área de vegetação sobre um substrato impermeável, em qualquer nível fora do solo natural, sustentado por uma estrutura artificial. Estas são uma das alternativas para minimizar os efeitos do calor. Com o atual cenário mundial de consciência ecológica e preocupação com o meio ambiente e o modo de vida das pessoas, temos a tendência e estímulo de implantações de novas coberturas com vegetação. Quanto a vantagens, Pouey (1998) menciona vantagens que vão do aspecto técnico, elementos estéticos e até mesmo psicológicos, oferecendo ao projetista um imensurável potencial a ser desenvolvido e explorado, partindo de um simples gramado a um jardim com espécies exóticas. Temos uma ampla gama de possibilidades, vantagens e benefícios que os jardins suspensos proporcionam. Aos poucos invadem coberturas de casas e edifícios, suas diferentes opções e técnicas de implantação unembeleza, sustentabilidade, baixa manutenção, conforto térmico e redução da poluição. 2.5.1. Ecotelhado Empresa gaúcha, Ecotelhado - Soluções em Infraestrutura Verde Ltda - Epp (2019), fundada em 2007 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, desenvolve e fornece produtos e serviços criativos e sustentáveis, com o objetivo de minimizar os danos ambientais provindos do crescimento populacional sem planejamento adequado e poluição dos centros urbanos. A empresa oferece 5 tipos de soluções, sendo elas: hidromodular, laminar alto e médio, alveolar leve e grelhado. Os sistemas são colocados direto sobre laje impermeabilizada ou com membrana impermeabilizante ou sobre telhados, módulos retentores de água, membrana de captação, substrato que substitui o solo comum, consequentemente sendo mais leve e vegetação a ser escolhida. 16 2.5.1.1. Sistema hidromodular Sistema que tem o objetivo de proporcionar a laje, uma cobertura vegetada para conforto térmico do ambiente interno e maior convívio com a natureza. Utiliza Módulos Piso Nuvem® de 7cm de altura e módulos galocha que armazenam 50 l/m² de água para auto irrigação da vegetação por capilaridade para lajes com pouco caimento, diminuindo o uso de água potável oferecendo drenagem sustentável da água pluvial. Para este sistema, a laje deverá suportar o peso de 75 kg/m² quando se utiliza grama. O peso do sistema é variável conforme a vegetação utilizada. Neste sistema, deverá haver impermeabilização de muretas e lajes, ralos laterais que servirão de ladrões, ou seja, se o nível de água aumentar excessivamente, haverá o escoamento do excesso, e pontos para irrigação em períodos de estiagem. Figura 6 - Sistema hidromodular FONTE: Ecotelhado - Soluções em Infraestrutura Verde LTDA Figura 7 - Corte sistema hidromodular 17 FONTE: Ecotelhado - Soluções em Infraestrutura Verde Ltda - Epp (2019) 2.5.1.2. Sistema laminar alto Sistema que proporciona um grande reservatório de detenção de água pluvial, por conter Ecodrenos® de 18 cm consegue reter até 160 l/m². Utiliza também membrana de absorção que tem a finalidade de retenção de água e nutrientes para as raízes, membrana anti raízes, substrato e argila expandida que auxiliará no suporte para as raízes e possui grande poder de retenção de água. Este sistema necessita de laje planas com perímetro fechado e muretas de no mínimo 25 cm de altura, com capacidade de 250 kg/m². Figura 8 - Sistema modular alto FONTE: Ecotelhado - Soluções em Infraestrutura Verde Ltda - Epp (2019) 2.5.1.3. Sistema laminar médio Sistema semelhante ao sistema hidromodular, diferenciando que este tem altura de 7 cm. Relativamente menor e sem a utilização de argila expandida sob a 18 membrana de absorção, a laje deverá suportar o peso de 110 kg/m². Este sistema tem capacidade de retenção de água de 50 l/m². 2.5.1.4. Sistema alveolar leve Sistema que tem como principal característica a leveza de componentes, composição de membrana alveolar que fará a reserva de água. Por ser um sistema que tem pouco peso, é recomendado para telhados onde haverá pouca circulação. Este sistema retém 35 l/m² de água, com placas tendo área de 0,805 m² em formatos de alvéolos, ou seja, conjunto de pequenos compartimentos com altura média de 3,5 cm. Para este sistema, é necessário que o local suporte o peso de 80 kg/m². Este sistema necessita de um cuidado mais rigoroso no quesito irrigação, por reter menos água que os outros sistemas, deve-se verificar a necessidade de irrigação caso haja poucas precipitações. Figura 9 - Módulo plástico alveolar FONTE: Ecotelhado - Soluções em Infraestrutura Verde Ltda - Epp (2019) 2.5.1.5. Sistema alveolar grelhado Semelhante ao sistema alveolar leve, este possui uma grelha tridimensional de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), um plástico mais leve, que fará a retenção do substrato dentro dos círculos, não permitindo que possa ocorrer que este se desloque com a inclinação do telhado. Com área de 1,61 m², tem capacidade de retenção de água de 35 l/m². 19 A altura média do sistema é de 12 cm construído, variando conforme a vegetação. O local deve suportar peso de 80 kg/m². Figura 10 - Sistema alveolar grelhado FONTE: Ecotelhado - Soluções em Infraestrutura Verde Ltda - Epp (2019) 2.5.2. SkyGarden Empresa que possui soluções completas para áreas verdes sustentáveis, sendo representante exclusiva nas Américas da Masaki Envec Japan, empresa japonesa com mais de 20 anos de tecnologias revolucionarias e soluções verdes urbanas. Desenvolve parceria com universidades de Nagasaki, Saga, Fukuoka e órgãos governamentais japoneses. Empresa premiada pela ONU por descobertas e ganhadora de prêmios como o Prêmio Green Building Brasil, Prêmio Planeta Casa da Editora Abril, entre outros reconhecimentos e prêmios. Situada na capital paulista, tem sua fábrica de substrato em Cabreúva. A empresa diferentemente das outras empresas do mercado, utiliza substratos e mantas para armazenagem de água. Tal substrato possui densidade leve, não é composto por argila, tem durabilidade máxima e consegue diminuir até 18ºC a temperatura, sendo comercializado a partir de 4 cm de espessura. 20 2.5.2.1 SkyGarden Slim Utilizando substrato numa faixa de 4 cm de altura, é o mais leve do mercado. Excelente custo-benefício, sendo o ideal para coberturas verdes que visam diminuir a temperatura interna do edifício. Indica-se gramados e forrações baixas, seu peso saturado pode chegar a 40 kg/m² e retém 16 litros de água por m². Figura 11 - Corte sistema SkyGarden Slim FONTE: Skygarden Envec Paisagismo Sustentável (2019) 2.5.2.2 SkyGarden 5 Projetado para grandes extensões utilizando diferentes gramados e forrações até 45 cm de altura. Seu peso saturado chega a 50 kg/m² e reserva 20 l/m² de água pluvial. 21 Figura 12 - Corte sistema SkyGarden 5 FONTE: Skygarden Envec Paisagismo Sustentável (2019) 2.5.2.3 SkyGarden 7 Tradicional e de maior espessura, é utilizado para o cultivo de alimentos. Utiliza-se substrato com 7 cm de espessura, podendo ser cultivado herbáceas, hortas e arbustos de até 1 metro de altura. Neste modelo já é possível a circulação de pessoas moderadamente e atinge 60 kg/m² em saturação. Retém 28 litros de água por m². Figura 13 - Corte Sistema SkyGarden 7 FONTE: Skygarden Envec Paisagismo Sustentável (2019) 22 2.5.2.4 SkyGarden 10 Com trânsito livre, como jardim convencional, este sistema utiliza 10 cm de espessura de substrato, pode ser inserido em ambientes sociais e estéticos com vegetação chegando em até 1,5m de altura. Seu peso saturado chega a 85 kg/m² e armazena 40 litros de água por m². Figura 14 - Corte Sistema SkyGarden 10 FONTE: Skygarden Envec Paisagismo Sustentável (2019) 23 3. METODOLOGIA O alvo desse trabalho foi oferecer uma alternativa para o aproveitamento de uma cobertura localizada no Campus da Universidade Pontifícia Católica de Campinas inserindo uma cobertura verde, trazendo conforto térmico para o interior do auditório, aproveitamento da área, conforto ambiental e visual. Com isso, a metodologia foi estruturada nas seguintes etapas: • Levantamento da área a ser oferecido o projeto de implantação do telhado verde; • Análise da estrutura de cobertura, verificando capacidade de carga da mesma, além de pesquisa em projetos de construção; • Estudo de projeto que melhor se adequa à estrutura; • Levantamento de materiais, elaboração de projeto e proposta de implantação. 24 4. RESULTADOS 4.1. ANÁLISE ESTRUTURAL Através da planta de cobertura do prédio, é possível especificar a dimensão da laje protendida utilizada e especificar a carga padrão suportada.Segundo Acker (2002), as construções escolares são caracterizadas com larguras para vãos que variam entre 8 a 12 metros para mais de 24 metros, caso de auditórios universitários, onde a sobrecarga é de 3 a 4 kN/m². São utilizados elementos em concreto protendido, como as lajes alveolares e os painéis em duplo T, que são empregados em vãos maiores. Cargas acidentais são cargas distribuídas sobre a laje, decorrentes da sua utilização. Cada edificação tem uma característica própria de ocupação de ambientes que resultam em carregamentos das lajes. São sugeridas cargas acidentais mínimas que devem ser adotadas para edificações e seus ambientes seguindo a ABNT NBR6120. Para ambientes escolares, o mínimo exigido em norma de carga é de 3 kN/m² para anfiteatros, corredores, salas de aula e 2 kN/m² para demais ambientes. Estes valores são os mínimos impostos em projeto que devem ser atendidos. Sendo assim, para uma laje de cobertura, temos valor mínimo de projeto para carga acidental de 2,0 kN/m², a qual utilizaremos para base de cálculos e análises. Utilizando como requisito mínimos a ABNT NBR6120 revisão de 1980, pois o projeto elaborado de auditório é datado em 02 de julho de 2001, sendo assim, consultas feitas para este modelo se baseiam na revisão de 1980. Atualmente temos a revisão de 2018, não qual foram adotadas melhorias, mas que não estão em questão para a análise deste projeto em específico. 25 Tabela 2 - ABNT NBR6120 Cargas acidentais FONTE: ABNT NBR 6120 1980 26 Utilizou-se dados concedidos pela PUC Campinas para os devidos cálculos nominais de cargas de cobertura. A seguir, um recorte do projeto da área estudada. Figura 15 - Recorte da planta de cobertura da Faculdade de Ciências Tecnológicas Campus I – PUC Campinas FONTE: Projeto de execução Bloco E – Auditório – Planta da cobertura Através da planta da cobertura do auditório, temos as seguintes dimensões: 14,0m x 3,72m, totalizando uma área total de 52,08m². Tendo a laje uma carga nominal de 2,0 kN/m², pode-se instalar qualquer modelo que, com seu peso saturado, fique com carga inferior à carga máxima suportada. Segue tabela que faz o comparativo entre os modelos já apresentados neste trabalho 27 Tabela 3 - Capacidades dos sistemas de telhado verde analisados FONTE: Autoria própria. Após a análise da tabela com todas as capacidades de cada modelo de sistema, é possível ver qual sistema mais se enquadra nas propostas de conforto térmico e visual tendo em vista o local, capacidade suportada da laje e perspectiva de resultados. Nota-se que apenas o sistema laminar alto, da marca Ecotelhado, é o único sistema da qual não poderíamos utilizar levando em consideração apenas a carga nominal do sistema saturado. As cargas dos modelos acima se enquadram em cargas quase permanentes, visto que o peso irá variar conforme condições climáticas. Nem sempre haverá a carga total durante um longo período, podemos assim classificar a carga que ocorrerá sobre a cobertura como quase permanente. Mas para a análise final não só a carga nominal deve ser levada em consideração, mas também a altura da laje que será implantando o telhado ecológico, bem como vegetação adequada ao clima. Sistema hidromodular 7,0 75,0 50,0 125,0 1,23 2,00 Sistema laminar alto 18,0 250,0 160,0 410,0 4,02 2,00 Sistema laminar medio 7,0 110,0 50,0 160,0 1,57 2,00 Sistema alveolar leve 3,5 80,0 35,0 115,0 1,13 2,00 Sistema alveolar grelhado 12,0 80,0 35,0 115,0 1,13 2,00 SkyGarden Slim 6,0 40,0 16,0 56,0 0,55 2,00 SkyGarden 5 7,0 50,0 20,0 70,0 0,69 2,00 SkyGarden 7 9,0 60,0 28,0 90,0 0,88 2,00 SkyGarden 10 12,0 85,0 40,0 125,0 1,23 2,00 SKYGARDEN Carga mínima a ser suportada (kg/m²) Altura (cm) Capacidade reservatório água em l/m² Total em kg/m² Total em kN/m² Limite kN/m² Marcas/Modelos ECOTELHADO 28 5. CONCLUSÕES A engenharia civil é um setor que busca sempre o melhor para o usuário que irá usufruir das propostas que ela oferece, sejam diretas ou indiretas. Sendo assim, ao propormos uma interferência ambiental, propomos melhorias que serão percebidas diretamente e indiretamente na vida do usuário final. A vegetação como principal agente, traz benefícios no âmbito térmico da edificação, acústico, ergonômico e psicológico. Não só em lugares amplos, mas em utilizações especificas, como o telhado verde, a vegetação consegue reduzir significantemente a absorção de calor dos raios solares que são absorvidos pelo concreto e posteriormente exalados no período noturno, trazendo desconforto para o usuário. Com o conforto térmico obtido através da instalação de um jardim, seja ele horizontal ou vertical, temos uma redução também no consumo de ar refrigerado. Assim, há a economia de energia elétrica, que seria utilizada para a refrigeração do local que há instalação da vegetação como detentora do revestimento exterior. A solução proposta para a PUC-Campinas é do modelo SkyGarden SEVEN. O modelo escolhido oferece avançada tecnologia em substrato e biodiversidade nativa brasileira atendendo certificações como LEED e AQUA. Utilizando técnicas japonesas e a experiência de mais de 10 anos de mercado no Brasil, este modelo torna possível a utilização do espaço da melhor forma com a maior durabilidade possível. O SkyGarden SEVEN é um modelo tradicional e de maior espessura, o que proporciona diversos benefícios ambientais aliados ao uso da área para lazer e cultivo de alimentos, como se vê no Anexo I. A proposta seria a utilização de vegetação resistente ao sol e que aguente os períodos de seca que ocorrem entre março e outubro. Para este problema climático, faz-se necessária a utilização de um sistema automatizado de irrigação. O sistema escolhido atende também projeções futuras de crescimento da vegetação (que tem crescimento de até 1 metro de altura), como o local tem 29 altura limitada, a utilização de outros modelos, trariam como consequência manutenções que não serão necessárias com o modelo escolhido, devido à folga de altura que irá sobrar após as devidas finalizações. Outros modelos acarretariam em constantes manutenções para obter um bom funcionamento da estrutura de cobertura e do próprio sistema ecológico. Conclui-se então, que uma interferência ambiental seria benéfica não apenas visualmente, mas estruturalmente, trazendo economia energética e conforto para a edificação, podendo ser expandida para outras áreas do campus como a primeira intervenção ambiental aplicada em telhados. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120:1980: Ações para o cálculo de estrutura de edificações. Versão corrigida 2000 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. 62 p. ACKER, A. V. Manual de Sistemas Pré-fabricados de Concreto. Tradução: Marcelo Ferreira, ABCIC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA DE CONCRETO, 2002. ANTUNES, Flávia Corrêa Borges. EFEITOS DA VEGETAÇÃO NO CONFORTO AMBIENTAL INTERNO EM EDIFÍCIOS CORPORATIVOS. 2008. 161 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciência Florestal, Programa de Pós-graduação, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2003. Disponível em: <http://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9206/texto%20completo.pdf ?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 29 maio 2019. BARTHOLOMEI, Carolina Lotufo Bueno. INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO NO CONFORTO TÉRMICO URBANO E NO AMBIENTE CONSTRUÍDO. 2003. 205 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/257742/1/Paula_RobertaZakia Rigitanode_M.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2019. BRASIL. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. . CIDADE DE CAMPINAS. 2019. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/campinas/panorama>.Acesso em: 28 maio 2019. 31 CEDAR LAKE VENTURES INC (Minneapolis) (Org.). Condições meteorológicas médias de Campinas. 2019. Disponível em: <https://pt.weatherspark.com/y/30024/Clima-caracter%C3%ADstico-em- Campinas-Brasil-durante-o-ano>. Acesso em: 01 jun. 2019. ECOTELHADO - SOLUÇÕES EM INFRAESTRUTURA VERDE LTDA - EPP (Porto Alegre). Telhado Verde Ecológico / Teto Verde. 2019. Disponível em: <https://ecotelhado.com/sistema/ecotelhado-telhado-verde/>. Acesso em: 05 jun. 2019. FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. 5. ed. São Paulo: Livraria Nobel S.a., 2001. 244 p. Disponível em: <http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/18350/mater ial/ManualConfortoTERMICO.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2019. LAMBERTS, Roberto. DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES. 2005. 90 f. TCC (Graduação) - Curso de Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, CTC - Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Disponível em: <http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/ApostilaECV5161_v2016.p df>. Acesso em: 24 mar. 2019. PAULA, Roberta Zakia Rigitano de. A INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO NO CONFORTO TÉRMICO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO. 2004. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Edificações, Universidade Estadual de Campinas , Campinas, 2004. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/257742/1/Paula_RobertaZakia Rigitanode_M.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019. 32 RUAS, Álvaro César. AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO: Contribuição à aplicação prática das normas internacionais. 1999. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Pós-graduação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/258055>. Acesso em: 18 mar. 2019. SCHANZER, Helena Wachsmann. CONTRIBUIÇÕES DA VEGETAÇÃO PARA O CONFORTO AMBIENTAL NO CAMPUS CENTRAL DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL. 2003. 162 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Programa de Pós-graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/3203>. Acesso em: 29 abr. 2019. SKYGARDEN ENVEC PAISAGISMO SUSTENTÁVEL (São Paulo). TELHADOS VERDES, JARDINS ELEVADOS E COBERTURAS GRAMADAS SKYGARDEN. 2019. Disponível em: <http://www.skygarden.com.br/index.php/telhados-verdes/manual-e- especificacoes>. Acesso em: 05 jun. 2019.
Compartilhar