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Avaliação dos Impactos Ambientais

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil 
Meio Ambiente
Avaliação dos 
Impactos Ambientais
Edna Helenice de Almeida 
Franciellen Morais Costa
Jacqueline Simões de Aguiar
Margareth Almeida Figueiredo 
Otávio Cardoso Filho
Wesley Alves Silva
Ministério da
Educação
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil
Meio Ambiente
Avaliação dos 
Impactos Ambientais
Edna Helenice de Almeida 
Franciellen Morais Costa
Jacqueline Simões de Aguiar
Margareth Almeida Figueiredo 
Otávio Cardoso Filho
Wesley Alves Silva
Montes Claros - MG
2011
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenadora Geral do e-Tec Brasil 
Iracy de Almeida Gallo Ritzmann
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia 
e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor
João dos Reis Canela
Vice-Reitora
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitora de Ensino
Anete Marília Pereira
Diretor de Documentação e Informações
Huagner Cardoso da Silva
Coordenador do Ensino Profissionalizante
Edson Crisóstomo dos Santos
Diretor do Centro de Educação Profissonal e 
Tecnólogica - CEPT
Juventino Ruas de Abreu Júnior
Diretor do Centro de Educação à Distância 
- CEAD
Jânio Marques Dias
Coordenadora do e-Tec Brasil/Unimontes
Rita Tavares de Mello
Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/
CEMF/Unimontes
Eliana Soares Barbosa Santos
Coordenadores de Cursos:
Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio
Augusto Guilherme Dias
 
Coordenador do Curso Técnico em Comércio
Carlos Alberto Meira
 
Coordenador do Curso Técnico em Meio 
Ambiente
Edna Helenice Almeida
Coordenador do Curso Técnico em Informática
Frederico Bida de Oliveira
Coordenador do Curso Técnico em 
Vigilância em Saúde
Simária de Jesus Soares
Coordenador do Curso Técnico em Gestão 
em Saúde
Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Elaboração 
Edna Helenice de Almeida 
Franciellen Morais Costa
Jacqueline Simões de Aguiar
Margareth Almeida Figueiredo 
Otávio Cardoso Filho
Wesley Alves Silva
Projeto Gráfico
e-Tec/MEC
Supervisão 
Wendell Brito Mineiro
Diagramação
Hugo Daniel Duarte Silva
Marcos Aurélio de Almeida e Maia
Impressão
Gráfica RB Digital
Designer Instrucional
Angélica de Souza Coimbra Franco
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
Revisão
Maria Ieda Almeida Muniz
Patrícia Goulart Tondineli
Rita de Cássia Silva Dionísio
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
3
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola 
Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, 
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre 
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância 
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e 
escola técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e 
grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pes-
soas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimen-
to da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente 
ou economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes 
das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incenti-
vando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas 
instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em 
escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, 
seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profis-
sional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – não só 
é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também 
com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, so-
cial, familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Janeiro de 2010
Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas 
de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou 
“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada 
no texto.
Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades 
empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e 
outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis 
de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu 
domínio do tema estudado.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
Sumário
7
Palavra dos professores conteudistas .........................................9
Projeto instrucional ........................................................... 11
Aula 1 - Impacto Ambiental .................................................. 15
 1.1 Impacto ambiental ................................................. 15
 Resumo ................................................................... 19
 Atividades de aprendizagem ........................................... 20
Aula 2 - Os conceitos do processo de avaliação de impacto ambiental 23
 Resumo ................................................................... 29
 Atividades de aprendizagem ........................................... 29
Aula 3 - Agenda Ambiental Mundial......................................... 31
 Resumo ................................................................... 34
 Atividades de aprendizagem ........................................... 34
Aula 4 - Conhecendo a agenda 21 ........................................... 35
 Resumo ................................................................... 64
 Atividades de aprendizagem ........................................... 64
Aula 5 - Avaliação de impacto ambiental (AIA) ........................... 65
 Resumo ................................................................... 67
 Atividades de aprendizagem ........................................... 67
Aula 6 - Métodos de avaliação de impacto ambiental .................... 69
 6.1 Métodos de avaliação de impacto ambiental .................... 69
 Resumo ................................................................... 81
 Atividades de aprendizagem ........................................... 82
Aula 7 - Estudo de impacto ambiental (EIA) ............................... 85
 7.1 Fases para a elaboração de estudo de avaliação do impacto 
 ambiental ............................................................... 87
 Resumo ................................................................... 89
 Atividades de aprendizagem ........................................... 89
Aula 8 - Relatório de impacto ambiental (RIMA) .......................... 91
 8.1 O que é o RIMA? ..................................................... 91
 Resumo ................................................................... 94
 Atividades de aprendizagem ........................................... 94
Aula 9 - Licenciamento ambiental .......................................... 95
 9.1 Licenciamento ambiental .......................................... 95
 Resumo ...................................................................97
 Atividades de aprendizagem ........................................... 97
Aula 10 - Atividades sujeitas ao licenciamento e procedimentos para soli-
citação do licenciamento ambiental ........................................ 99
 Resumo ..................................................................103
 Atividades de aprendizagem ..........................................103
Aula 11 - Impactos ambientais e suas consequências ...................105
 11.1 Principais impactos ambientais .................................107
 11.2 Consequências dos impactos ambientais (TOWNSEND, 2006) 111
 Resumo ................................................................. 112
 Atividades de aprendizagem .......................................... 112
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente8
Aula 12 - Consequências de um impacto ambiental .....................123
 Resumo .................................................................. 124
 Atividades de aprendizagem .......................................... 124
Aula 13 - Plano de Controle Ambiental (PCA) ............................125
 Resumo ..................................................................129
 Atividades de aprendizagem .......................................... 129
Aula 14 - Recuperação de áreas degradadas ............................. 131
 Resumo ..................................................................136
 Atividades de aprendizagem .......................................... 136
Aula 15 - Histórico de impacto ambiental no Brasil ..................... 137
 15.1 A evolução da política ambiental no Brasil do século XX.... 137
 Resumo .................................................................. 139
 Atividades de aprendizagem ..........................................140
Aula 16 - Quadro legal e Institucional Brasileiro ......................... 141
 Resumo ..................................................................145
 Atividades de aprendizagem ..........................................146
Aula 17 - Legislação Ambiental Brasileira .................................147
 Resumo .................................................................. 167
 Atividades de aprendizagem .......................................... 167
Aula 18 - Passivo Ambiental ................................................. 169
 18.1 Passivo ambiental ................................................. 169
 Resumo .................................................................. 171
 Atividades de aprendizagem .......................................... 171
Aula 19 - ISO 9000 ............................................................173
 19.1 O que significa ISO? ...............................................173
 19.2 O que é ISO 9000 .................................................173
 19.3 Objetivo da ISO ...................................................175
 19.4 Normas ISO 9000 ..................................................175
 Resumo ..................................................................177
 Atividades de aprendizagem .......................................... 178
Aula 20 - Conhecendo a ISO 9000 ..........................................179
 20.1 O que leva uma empresa a implantar o ISO série 9000 .....179
 20.2 Como a empresa ganha a ISO ...................................179
 20.3 Custo e prazo de certificação................................... 181
 Resumo .................................................................. 181
 Atividades de aprendizagem .......................................... 181
Aula 21 - ISO 14000 ..........................................................183
 21.1 O que é ISO 14000 ................................................183
 21.2 Objetivo da ISO 14000 ...........................................184
 21.3 Diretriz da ISO 14000 ............................................184
 Resumo ..................................................................185
 Atividades de aprendizagem ..........................................185
Aula 22 - Benefícios e resultados da ISO 14000 ..........................187
 Resumo ..................................................................189
 Atividades de aprendizagem ..........................................189
Referências ....................................................................194
Currículos dos professores conteudistas ..................................196
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
9
Palavra dos professores conteudistas
Prezado(a) estudante,
A relação com o saber é a relação de um sujeito com o mundo, com 
ele mesmo e com os outros. É a relação com o mundo como um conjunto de 
significados, mas também como um espaço de atividades.
O mundo é dado ao homem somente através do que ele percebe, 
imagina e pensa desse mundo, através do que ele deseja e do que ele sente: 
o mundo se oferece a ele como um conjunto de significados partilhados com 
outros homens. O homem só tem um mundo porque tem acesso ao universo 
dos significados, ao simbólico, e, neste universo simbólico, estabelecem-se 
as relações entre o sujeito e os outros, entre o sujeito e ele mesmo. Assim, 
a relação com o saber é uma forma de relação com o mundo.Charlot, 1982.
A seguir, encontram-se questões que envolvem nossas relações com 
o nosso planeta; como o agredimos e o que estamos fazendo para impe-
dir que tudo acabe? De formas contextualizadas, pretendemos ampliar os 
saberes estabelecidos com os conteúdos propostos. Fique à vontade para 
fazer os questionamentos que considerar necessários ao bom andamento dos 
trabalhos, de forma a adequar, na sua realidade, os ensinamentos que aqui 
estão propostos, chegando ao único objetivo, o de ampliar sempre mais o seu 
universo do saber.
Um grande abraço. Desejamos muito sucesso a todos vocês...
Atenciosamente.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
11
Projeto instrucional
Disciplina: Avaliação dos Impactos Ambientais (carga horária: 168h).
Ementa: Evolução dos conceitos sobre proteção ambiental; agen-
da ambiental mundial; interação empresas – ambiente, diferenças entre ISO 
9000 e ISO 14000 -, requisitos do sistema de gestão ambiental (Norma ISO 
14000), estudo da EIA, RIMA e das atividade que dependem de EIA/RIMA para 
licenciamento.
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS
CARGA 
HORÁRIA
Aula 1.
 Impacto ambiental
Definir o conceito de 
impacto ambiental.
Entender os impactos 
ambientais causados no 
mundo.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 2.
 Os conceitos de 
avaliação de impacto 
ambiental
Conhecer os conceitos 
básicos para o entendi-
mento de uma avaliação 
de impacto ambiental.
Avaliar um ambiente que 
poderá sofrer um impac-
to ambiental.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 3.
Agenda ambiental 
mundial
Conhecer a agenda am-
biental mundial
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
7 h
Aula 4.
Conhecendo a agenda 
21
Conhecer os temas fun-
damentais da agenda 21
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
7 h
Aula 5.
Avaliação de impacto 
ambiental
Conceituar impacto 
ambiental.
Enumerar as etapas do 
ciclo de vida de um em-
preendimento.
Identificar itens impor-
tantes que devem estar 
presentes em um relató-
rio de impacto ambiental 
(RIMA).
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 6.
 Métodos de avaliação 
de impacto ambiental
Conhecer métodos de 
avaliação de impacto 
ambiental.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente12
Aula 7.
 Estudo de impacto 
ambiental - EIA
Identificar fases da 
avaliação do estudo de 
impacto ambiental.
Conhecer métodos de 
avaliação de impacto 
ambiental.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 8.
Relatório de impacto 
ambiental (RIMA)
Reconhecer um relatório 
de impacto ambiental.
Identificar itens impor-
tantes em um relatório 
de impacto ambiental.
Caderno 
didático, 
data show,computador.
8 h
Aula 9.
Licenciamento am-
biental
Conceituar licenciamen-
to ambiental
Enumerar as fases dos 
processos de licencia-
mento ambiental
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 10.
Atividades sujeitas ao 
licenciamento e proce-
dimentos para solicita-
ção do licenciamento 
ambiental
Reconhecer atividades 
sujeitas ao licenciamen-
to ambiental
Compreender os proce-
dimentos para solicita-
ção do licenciamento 
ambiental
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8h
Aula 11. 
Impactos ambientais e 
suas consequências
- Identificar os principais 
impactos ambientais 
sofridos atualmente.
- Enumerar as consequ-
ências de um impacto 
ambiental na sociedade.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
8 h
Aula 12.
Consequências de um 
impacto ambiental
Enumerar as consequ-
ências de um impacto 
ambiental na sociedade e 
no meio ambiente
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
7 h
Aula 13. 
Plano de Controle 
Ambiental (PCA)
Conceituar Plano de Con-
trole Ambiental.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
7 h
Aula 14.
Recuperação de áreas 
degradadas
Analisar trabalhos reali-
zados com o objetivo de 
recuperar áreas degra-
dadas
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 15.
 Histórico de impacto 
ambiental no Brasil
Compreender o histórico, 
no Brasil, do contexto do 
surgimento da evolução 
do impacto ambiental.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
7 h
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 13
Aula 16.
 Quadro legal e institu-
cional brasileiro
Identificar as quatro fa-
ses principais na política 
brasileira ambiental em 
diferentes concepções.
Conhecer as estratégias 
da política ambiental no 
desenvolvimento econô-
mico.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
8 h
Aula 17.
Legislação ambiental 
Brasileira
Conhecer a legislação 
ambiental Brasileira
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
8 h
Aula 18.
 Passivo ambiental
Entender como aplicar o 
passivo ambiental.
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
7 h
Aula 19.
 ISO 9000
Conceituar a ISO 9000
Compreender os níveis 
de documentação
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
7 h
Aula 20.
Conhecendo a ISO 
9000
Reconhecer as caracte-
rísticas da série ISO 9000
Analisar itens para emis-
são de certificado ISO 
9000
Caderno 
didático, 
data show, 
computador, 
internet.
8 h
Aula 21.
ISO 14000
Conceituar ISO 14000
Identificar a diretriz da 
ISO 14000
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
8 h
Aula 22.
Benefícios e resulta-
dos da ISO 14000
Analisar os resultados da 
ISO 14000
Caderno 
didático, 
data show, 
computador.
7 h
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
15
Aula 1 - Impacto Ambiental
Objetivos
1. Definir o conceito de impacto ambiental.
2. Entender os impactos ambientais causados no mundo.
1.1 Impacto ambiental 
Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio pro-
vocado por um choque, um “trauma ecológico” resultante da ação do ho-
mem sobre o meio ambiente. 
Pode ser resultado de acidentes naturais: a explosão de um vulcão, 
o choque de um meteoro, um raio etc. Devemos dar cada vez mais atenção 
aos impactos causados pela ação do homem (MOREIRA, 1985). Como, por 
exemplo, o aumento do teor de gás carbônico na atmosfera, conhecido como 
efeito estufa, a diminuição da camada de ozônio, as chuvas ácidas, entre 
outros fatores que merecem atenção por alterarem os nossos ecossistemas, 
tais como: a poluição, a desertificação e a extinção de espécies.
Pessoal, veja agora o que o personagem Bob Esponja nos transmite 
na figura 1.
Figura 1: Bob Esponja.
Fonte: Disponível em: <www.mundodecrianca.com.br>. Acesso em: 5 jan. de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente16
1.1.1 Por que estudar os impactos ambientais
Deve- se estudar sobre os impactos ambientais para poder avaliar 
as consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da 
qualidade de determinado ambiente que sofrerá a execução de certos pro-
jetos ou ações, ou logo após a implementação dos mesmos.
É necessário uma análise detalhada das condições da fauna e da 
flora da região onde será inserido um determinado empreendimento, e dos 
possíveis impactos a serem sofridos após a implantação e operação do em-
preendimento em questão.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), na resolução de 
23 de janeiro de 1986, estabelece metodologia e parâmetros específicos 
para a identificação, avaliação e análise dos impactos ambientais, para a 
proposição de respectivas medidas mitigadoras. O artigo 1o dessa resolução 
considera impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma 
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou in-
diretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as 
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias 
do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.
Os impactos podem causar consequências, tanto positivas como 
negativas, para a população e para o meio ambiente; elas apresentam varia-
ções relativas, que podem ser grandes ou pequenas, por isto, precisam ser 
quantificadas. 
Veja exemplos de impactos positivos e negativos.
Figura 2: Impacto positivo.
Fonte: Disponível em: <http://www.hoy.es/20080203/regional/vara-pedira-bruselas-
ayudas-20080203.html>. Acesso em 05 jun. de 2011.
MItigação: Atenuar, 
aliviar, suavizar, 
abrandar.
Podemos afirmar que 
existe
 impacto ambiental 
positivo?
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 17
Figura 3: Impacto negativo.
Fonte: Disponível em: <http://biologiaestadual.blogspot.com/2009/11/impacto-ambiental-e-todo-
efeito-no-meio.html>. Acesso em 05 jun. de 2011.
A Resolução Conama 1/86 estipula que, aqui, no Brasil, a análise dos 
impactos ambientais deve considerar os seguintes atributos, dados a seguir. 
• Impactos benéficos ou adversos (expressão: é um atributo que 
descreve o caráter positivo [benéfico] ou negativo [adverso] de 
determinado impacto ambiental, levando em consideração o 
que poderá acontecer para um impacto ambiental ter caráter 
positivo e negativo ao mesmo tempo).
• Impactos diretos ou indiretos (origem: refere-se à causa do im-
pacto, se ele é direto - decorre das atividades ou ações realiza-
das pelo empreendedor, que poderá ser, por exemplo, uma em-
presa que foi contratada - ou indireto – decorre de um impacto 
direto; são impactos de segunda e de terceira ordem; estes tipos 
de impactos são mais difusos do que os diretos, manifestam-se 
em áreas mais abrangentes).
• Impactos imediatos, a médio ou a longo prazo (duração: os im-
pactos temporários são aqueles que somente se manifestam du-
rante uma ou mais fases de um projeto; tendem a desaparecer 
quando o projeto é desativado, ou seja, cessam quando acaba a 
ação que os causou. Já os impactos permanentes alteram defini-
tivamente um componente do meio ambiente).
• Impactos temporários ou permanentes (escala temporal: pode-
-se atribuir uma escala de tempo para os impactos ambientais. 
Impactos imediatos são aqueles que aparecem juntamente com 
as ações que estão gerando estes impactos; os impactos de mé-
dio (meses) e longo (anos) prazos são os que aparecem após um 
determinado tempo; não são instantâneos como os impactos 
imediatos).
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente18
• Impactos reversíveis ou irreversíveis (reversibilidade: é uma 
característica representada pela capacidade de se reverter ou 
não o dano ambiental, ou seja, o ambiente afetado tem ou não 
condições de retornar ao seu estado anterior. Um caso de um 
impacto irreversível seria, por exemplo, a extinção de determi-
nada espécie. Um impacto reversível seria o desmatamento de 
determinada área).
• Propriedadescumulativas ou sinérgicas dos impactos (cumula-
tividade e sinergismo: refere-se à possibilidade de um impacto 
ambiental somar ou multiplicar, sendo os cumulativos aqueles 
que se acumulam no decorrer dos tempos; são resultados de 
efeitos de combinações entre várias ações).
Figura 4: Magali.
Fonte: Disponível em: <http://www.webix.com.br/fotos/imagens/cartoons/tmagali-linda.jpg>. 
Acesso em 5 abr. de 2011.
As alterações na natureza derivadas dos desequilíbrios 
ambientais
O aumento da 
população humana e o 
progresso tecnológico 
têm levado a uma 
exploração cada vez 
maior dos recursos 
naturais, gerando, para 
a Humanidade,que vê 
o planeta correndo 
sérios riscos, um grande 
desafio, que consiste 
na reflexão sobre o 
impacto ambiental 
causado por cada um 
de nós e que leva em 
conta desde os recursos 
naturais que utilizamos 
até a destinação dos 
lixos que produzimos.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 19
O impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pelo choque da 
relação do homem com o meio ambiente; surgiu a partir da evolução huma-
na, ou seja, no momento em que o homem começou a evoluir em seu modo 
de vida. Nos primórdios da Humanidade, o homem mantinha uma relação de 
submissão com o meio ambiente. 
Com o passar do tempo, o homem descobriu o fogo, mas o impacto 
gerado por este era irrelevante para a natureza, depois, passou-se a cultivar 
alimentos e criar animais, com isto, o impacto ambiental começou a aumen-
tar gradativamente. Pois, para plantar e para o gado pastar, era necessário 
derrubar árvores de determinados lugares, além do mais, a madeira der-
rubada servia para construir abrigos mais confortáveis e para a obtenção 
de lenha. A partir desse momento, começaram a se tornar mais visíveis os 
impactos ambientais causados pelo homem, como, por exemplo, a alteração 
em certas cadeias alimentares.
Alguns impactos ambientais: 
• Diminuição da biodiversidade. 
• Erosão. 
• Inversão térmica. 
• Ilha de calor. 
• Efeito estufa. 
• Destruição da camada de ozônio. 
• As chuvas ácidas. 
• Mudanças climáticas etc.
O que fazer para diminuir os impactos ambientais?
• Reflorestar as áreas desmatadas. 
• Criar um processo de despoluição dos nossos rios, córrego etc.
• A aplicação do desenvolvimento sustentável. 
• O uso consciente dos recursos naturais. 
• Evitar qualquer tipo de poluição. 
• Conscientizar as gerações futuras sobre a preservação ambiental. 
• Criar leis que garantam a preservação ambiental etc.
Fonte: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/impactos-ambientais>. 
Acesso em: 5 jan. de 2010.
Resumo
Os impactos ambientais são provenientes da ação de todas as espé-
cies existentes em nosso planeta, mas, principalmente, são ocasionados pela 
atividade humana, como, por exemplo, o aumento do teor de gás carbônico 
na atmosfera, conhecido como efeito estufa, a diminuição da camada de 
ozônio e as chuvas ácidas. Aliados a estes fatores, estão outros que me-
recem atenção por alterarem os nossos ecossistemas, que são: a poluição, 
a desertificação e a extinção de espécies. Estes impactos são decorrentes 
principalmente do crescimento populacional e do desenvolvimento industrial 
e tecnológico. É necessário fazer uma avaliação sobre a importância dos 
impactos ambientais, para classificá-los em impactos ambientais de maior ou 
de menor grau de importância.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente20
Atividades de aprendizagem
Figura 5: Impacto ambiental: queimadas.
Fonte: Disponível em: <http://impactoambiental2h.blogspot.com/>. Acesso em: 5 jan. de 2010.
1) Caro aluno(a) do Curso Técnico em Meio Ambiente, como foi estudado o 
conceito de impacto ambiental, observe a figura 5, que retrata um exemplo 
claro sobre o assunto em questão. Desta forma, escreva, com suas palavras, 
o que significa impacto ambiental. 
Figura 6: Impacto ambiental: mineração.
Fonte: Disponível em: <http://www.mgamineracao.com.br>. Acesso em: 5 jan. de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 21
2) Uma alteração no ambiente pode gerar ou mudar muito o contexto do 
mundo, como é demonstrado na figura 6. Desta forma, cite exemplos de 
impactos ambientais que você conhece.
3) Nos dois últimos séculos, tem acontecido um aumento significativo dos 
impactos ambientais em nosso planeta, gerando, com eles, sérias conse-
quências para a vida. A que podemos atribuir este aumento dos impactos 
ambientais?
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
23
Aula 2 - Os conceitos do processo de 
avaliação de impacto ambiental
Objetivo
Conhecer os conceitos básicos para o entendimento de uma avalia-
ção de impacto ambiental.
Os principais conceitos básicos aplicados aos estudos de avaliação 
de impactos ambientais e de conservação ambiental são descritos a seguir, 
de acordo com Miller Júnior (2007).
Ambiente: em avaliação de impacto ambiental, o conceito de am-
biente define a abrangência dos estudos ambientais, das medidas mitigado-
ras ou compensatórias, dos planos e programas de gestão ambiental. 
Caro(a) aluno(a), observe a figura 7, que mostra um exemplo do 
bioma cerrado, localizado no Norte de Minas Gerais. 
Essa figura retrata o cerrado strictu sensu na região de Montes Claros/
MG, onde várias espécies de importância medicinal foram identificadas, como: 
babosa, carqueja, pau preto, alecrim do campo, entre outras (COSTA, 2010).
Figura 7: Cerrado no Norte de Minas Gerais.
Fonte: COSTA, 2009.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente24
Impacto Ambiental: alteração da qualidade ambiental que resulta 
da modificação de processos naturais ou sociais provocados por ação humana. 
Na figura 5, observamos um exemplo de impacto ambiental: a ex-
tração de minerais.
Figura 8: Impacto ambiental: mineração.
Fonte: Disponível em: <www.carlosbritto.com>. Acesso em: 8 jan. de 2010.
Degradação Ambiental: qualquer alteração adversa dos processos, 
funções ou componentes ambientais, ou alteração adversa da qualidade am-
biental (FIG. 8).
Figura 9: Área do Clube Pentaúrea, Montes Claros, Norte de Minas Gerais.
Fonte: Costa, 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 25
Diagnóstico Ambiental: descrição das condições ambientais existen-
tes em determinada área no momento presente. Descrição e análise da situação 
atual de uma área de estudo feita por meio de levantamentos de componentes 
e processos do meio ambiente físico, biótico, antrópico e de suas interações.
Avaliação de Impacto Ambiental: processo de exame das conse-
quências futuras de uma ação presente ou proposta. 
Estudo de Impacto Ambiental: documento integrante do processo 
de avaliação de impacto ambiental, cuja estrutura e cujo conteúdo devem 
atender aos requisitos legais estabelecidos pelo sistema de avaliação de im-
pacto ambiental, no qual esse estudo deve ser realizado e apresentado.
Gestão Ambiental: conjunto de medidas de ordem técnica e geren-
cial que visam assegurar que o empreendimento seja implantado, operado 
e desativado em conformidade com a legislação ambiental e com outras 
diretrizes relevantes, a fim de minimizar os riscos ambientais e os impactos 
adversos, além de maximizar os efeitos benéficos. 
Licenciamento Ambiental: é um instrumento da PNMA (Lei 
6.938/81) e um procedimento obrigatório para a implantação de empreendi-
mentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efe-
tiva e potencialmente poluidoras (Resolução Conama 237/97). 
Área de Proteção Ambiental (APA): são destinadas à proteção am-
biental, visando assegurar o bem-estar das populações humanas e a conser-
vação ou a melhoria das condições ecológicas locais. Na figura 8, mostra-se 
uma APA localizada no Norte de Minas Gerais, com 393.060 hectares; abran-
ge toda a bacia hidrográfica do rio Pandeiros, incluindo os municípios de Ja-
nuária, Bonito de Minas e Cônego Marinho. É a maior unidade de conservação 
de uso sustentável de Minas Gerais.
Figura 10: APA dorio Pandeiros, Norte de Minas Gerais. 
Fonte: Bahia, 2009.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente26
Reservas Biológicas: são áreas delimitadas com a finalidade de 
preservação e proteção integral da fauna e da flora, para fins científicos e 
educativos, onde é proibida qualquer forma de exploração dos seus recursos 
naturais. Veja a figura 11, que mostra um exemplo de reserva biológica, lo-
calizada no Rio de Janeiro. 
Figura 11: Reserva Biológica do Tinguá – RJ.
Fonte: Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 9 jan. de 2010.
Estações Ecológicas: são áreas representativas de ecossistemas 
brasileiros, destinadas à realização de pesquisas básicas e aplicadas de 
ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação 
conservacionista. Nessas áreas, não há exploração do turismo, como mostra 
a figura 12, uma reserva biológica localizada no Rio Grande do Sul. 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 27
Figura 12: Estação Ecológica do Taim - RS.
Fonte: Disponível em: <www.panoramio.com>. Acesso em: 9 jan. de 2010.
Parques: são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de 
atributos naturais excepcionais; objeto de preservação permanente e sub-
metidas às condições de inalienabilidade e de indisponibilidade em seu todo.
(FIG. 13). Destinam-se a fins científicos, culturais, educativos e recreativos. 
São criadas e administradas pelos governo federal, estadual e municipal, 
visando principalmente a preservação dos ecossistemas naturais englobados 
contra quaisquer alterações que os desvirtuem.
Figura 13: Parque do rio Preto, Norte de Minas Gerais.
Fonte: Bahia, 2009.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente28
Recursos Naturais: a atmosfera; as águas interiores, superficiais e 
subterrâneas; os estuários; o mar territorial; o solo; o subsolo e os elementos 
da biosfera; a fauna e a flora.
 
Figura 14: Exemplos de recursos naturais (biótico e abiótico).
Fonte: Disponível em: <http://oblogdooda.blogspot.com>. Acesso em: 9 jan. de 2010.
Vegetação: de praias e dunas - localizam-se próximas ao mar, sobre 
areia seca, onde se encontram vegetação rasteira e alguns arbustos (FIG. 15).
Figura 15: Florianópolis – Santa Catarina.
Fonte: COSTA, 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 29
Resumo
Os conceitos das seguintes palavras e expressões: ambiente, im-
pacto ambiental, degradação ambiental, diagnóstico ambiental, avaliação 
de impacto ambiental, estudo de impacto ambiental, gestão ambiental, li-
cenciamento ambiental, áreas de proteção ambiental, reservas biológicas, 
estações ecológicas, parques, recursos naturais e vegetação servem para o 
entendimento, para observação e para detectar alguns impactos causados 
no mundo. Posteriormente, servirão para suporte na elaboração de um rela-
tório de impacto ambiental. 
Atividades de aprendizagem
Observe a figura 16 e responda.
Figura 16: Conscientização do mundo.
Fonte: Disponível em: <http://impactoambiental2h.blogspot.com/>. Acesso em: 9 jan. de 2010.
1) De acordo com os conceitos estudados anteriormente sobre ambiente, re-
servas, vegetação e parques, dentre outros que fazem parte do nosso ecos-
sistema, comente a frase a seguir.
“A sua consciência pode ajudar o ambiente”.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente30
2) Como podemos observar a seguir, existe uma variedade enorme de con-
ceitos de meio ambiente nas legislações estaduais do Brasil e na Política Na-
cional do Meio Ambiente (FIG.17). As definições apresentadas por essas leis, 
em geral, são bastante abrangentes, sendo difícil o entendimento completo 
do que vem a ser meio ambiente. Desta forma, pense e diga exemplos de 
interação entre os meios a seguir. 
Figura 17: Interação entre os tipos de meio ambiente.
Fonte: Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/estudos_ambientais>. Acesso 
em: 10 jan. de 2010.
• Meio físico 
• Meio biológico
• Meio socioeconômico
3) Análise de impacto ambiental: do que se trata?
Trata-se de um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, 
de grande importância para a gestão institucional de planos, programas e 
projetos, em nível federal, estadual e municipal. É uma atividade designada 
para identificar e predizer o impacto de uma ação no meio biogeofísico, na 
saúde e no bem-estar do homem, e para interpretar e comunicar informação 
acerca dos impactos.
Avaliação de impactos ambientais é um instrumento de política am-
biental, formado por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, 
desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos 
ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas (MOREIRA, 1985). 
Agora, faça uma síntese do propósito do texto com suas próprias 
palavras. 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
31
Aula 3 - Agenda Ambiental Mundial
Objetivo
Conhecer a agenda ambiental mundial
A ONU - Organização das Nações Unidas - através da sua Comissão 
Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criou o conceito de De-
senvolvimento Sustentável.
Trata-se de um modelo que preconiza satisfazer as necessidades 
presentes sem comprometer os recursos necessários à satisfação das gera-
ções futuras, buscando atividades que funcionem em harmonia com a natu-
reza e promovendo, acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida de toda 
a sociedade.
Um grande passo para nortear a prática de ações sob esse concei-
to foi a elaboração e lançamento da Agenda 21 Global na Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, conhecida 
como ECO-92, realizada em 1992, no Rio de Janeiro.
Figura 18: Agenda Ambiental Mundial.
Fonte: Disponível em: <http://biancabreal.blogspot.com/2011/03/agenda-21.html>. Acessado em: 
07 jul. 2011.
A Agenda 21 é um programa de ações para o qual contribuíram 
governos e instituições da sociedade civil de 179 países, que constitui a mais 
ousada e abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetá-
ria, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção 
ambiental, justiça social e eficiência econômica.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente32
Na verdade, a Agenda 21 aprovada pelos países tem a função de 
servir como base para que cada um desses países elabore e implemente sua 
própria Agenda 21 Nacional, compromisso, aliás, assumido por todos os sig-
natários durante a ECO-92.
A adoção formal por parte da ONU do conceito de desenvolvimento 
sustentável parte da criação em 1972 da Comissão Mundial sobre Ambiente 
e Desenvolvimento (WCED), que em 1987 publicou um relatório intitulado 
“Nosso futuro comum”, também conhecido como o relatório Brundtland. 
Esse relatório indicou a pobreza nos países do sul e o consumismo extremo 
dos países do norte como as causas fundamentais da insustentabilidade do 
desenvolvimento e das crises ambientais. A comissão recomendou a convo-
cação de uma conferência sobre esses temas.
O desenvolvimento da Agenda 21 começou em 23 de dezembro de 
1989 com a aprovação, em assembléia extraordinária das Nações Unidas, de 
uma conferência sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, como fora 
recomendado pelo relatório Brundtland, e com a elaboração de esboços do 
programa, que, como todos os acordos dos estados-membros da ONU, sofre-
ram um complexo processo de revisão, consulta e negociação, culminando 
com a segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e De-
senvolvimento, mais conhecida como Rio-92 ou Eco-92, entre 3 e 14 de junho 
de 1992 no Rio de Janeiro, onde representantes de 179 governos aceitaram 
adotar o programa.
A Agenda 21 teve um estreito acompanhamento, a partir do qual 
foram feitos ajustes e revisões. Primeiro, com a conferência Rio+5, entre 
os dias 23 e 27 de junho de 1997 na sede da ONU, em Nova Iorque; poste-
riormente, com a adoção de uma agenda complementar denominada Metas 
do Desenvolvimento do Milênio (Millenium Development Goals), com ênfase 
particular nas políticas de globalizaçãoe na erradicação da pobreza e da 
fome, adotadas por 199 países na 55ª Assembléia da ONU, que ocorreu em 
Nova Iorque entre os dias 6 e 8 de setembro de 2000; e a mais recente, a 
Cúpula de Johannesburgo, na cidade sul-africana entre 26 de agosto a 4 de 
setembro de 2002.
Este termo contou com a assinatura de 179 países.
Os temas fundamentais da Agenda 21 estão tratados em 40 capítu-
los organizados em um preâmbulo e quatro seções:
1. Preâmbulo
Seção I. Dimensões sociais e econômicas
2. Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sus-
tentável dos países em desenvolvimento e das políticas internas conexas
3. Luta contra a pobreza
4. Evolução das modalidades de consumo
5. Dinâmica demográfica e sustentabilidade
6. Proteção e fomento da saúde humana
7. Fomento do desenvolvimento sustentável dos recursos humanos
8. Integração do meio ambiente e o desenvolvimento na tomada de 
decisões.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 33
Seção II . Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento
9. Proteção da atmosfera
10. Enfoque integrado do planejamento e da ordenação dos recur-
sos das terras
11. Luta contra o desmatamento
12. Ordenação dos ecossistemas frágeis: luta contra a desertifica-
ção e a seca
13. Ordenação dos ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentá-
vel das zonas montanhosas
14. Fomento da agricultura e do desenvolvimento rural sustentável
15. Conservação da diversidade biológica
16. Gestão ecologicamente racional da biotecnologia
17. Proteção dos oceanos e dos mares de todo tipo, incluídos os 
mares fechados e semi-fechados e as zonas costeiras, e o uso racional e o 
desenvolvimento de seus recursos vivos
18. Proteção da qualidade dos recursos de água doce: aplicação de 
critérios integrados para o aproveitamento, ordenação e uso dos recursos de 
água doce
19. Gestão ecologicamente racional dos produtos químicos tóxicos, 
incluída a prevenção do tráfico internacional ilícito de produtos tóxicos e 
perigosos
20. Gestão ecologicamente racional dos rejeitos perigosos, incluída 
a prevenção do tráfico internacional ilícito de rejeitos perigosos
21. Gestão ecologicamente racional dos rejeitos sólidos e questões 
relacionadas com as matérias fecais
22. Gestão inócua e ecologicamente racional dos rejeitos radioativos
Seção III. Fortalecimento do papel dos grupos principais
23. Preâmbulo
24. Medidas mundiais em favor da mulher para atingir um desenvol-
vimento sustentável e equitativo
25. A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável
26. Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações in-
dígenas e suas comunidades
27. Fortalecimento do papel das organizações não-governamentais 
associadas na busca de um desenvolvimento sustentável
28. Iniciativas das autoridades locais em apoio ao Programa 21
29. Fortalecimento do papel dos trabalhadores e seus sindicatos
30. Fortalecimento do papel do comércio e da indústria
31. A comunidade científica e tecnológica
32. Fortalecimento do papel dos agricultores
Seção IV. Meios de execução
33. Recursos e mecanismos de financiamento
34. Transferência de tecnologia ecologicamente racional, coopera-
ção e aumento da capacidade
35. A ciência para o desenvolvimento sustentável
36. Fomento da educação, a capacitação e a conscientização
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente34
37. Mecanismos nacionais e cooperação internacional para aumen-
tar a capacidade nacional nos países em desenvolvimento
38. Acordos institucionais internacionais
39. Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais
40. Informação para a adoção de decisões
Resumo
A Agenda Ambiental Mundial é um documento que estabeleceu a 
importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, 
sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamen-
tais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de solu-
ções para os problemas sócio-ambientais.
Atividades de aprendizagem
1) O que é a Agenda Ambiental Municipal?
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais
AULA 1
Alfabetização Digital
35
Aula 4 - Conhecendo a agenda 21
Objetivo
Reconhecer os temas fundamentais da Agenda 21
Figura 19: Agenda 21.
Fonte: Disponível em: <http://arquivososriosdobrasil.blogspot.com/2011/01/pesquisa-escolar-
sobre-recursos.html>> Acesso em 07 jul. 2011.
Algumas siglas serão utilizadas no decorrer do texto. Fiquem atentos.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente36
 
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
 
PISSQ - Programa Internacional sobre a Segurança dos Produtos Químicos 
 
RISCPT - Registro Internacional de Substâncias Potencialmente Tóxicas 
 
FISPQ - Fichas Internacionais sobre Segurança de Produtos Químicos 
 
OIPC - Organismo Internacional de Pesquisa sobre o Câncer 
 
OMI - Organização Marítima Internacional 
 
PIC não definida neste capítulo 
 
APELL - Conscientização e Preparação para Emergência no Plano Local 
 
CESAT - não definida neste capítulo 
 
OIT - Organização Internacional do Trabalho 
 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
 
OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos 
 
CEE - não definida neste capítulo 
 
FAO - Food and Agriculture Organization - Organização das Nações Unidas para a 
Agricultura e Alimentação 
 
GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comércio 
Figura 20: SIGLAS.
Fonte: Disponível em: (http://www.ecolnews.com.br/agenda21/). Acesso em 05 jul. de 2011.
Agora que sabemos as siglas, vamos discutir um pouco sobre o tex-
to. É necessário esclarecer que o texto é um resumo do texto original, para 
que vocês tenham conhecimento do conteúdo da agenda 21.
O capítulo 2, na seção 1 trata da Cooperação Internacional 
para acelerar o desenvolvimento sustentável em países em desen-
volvimento.
Os países em desenvolvimento estão oprimidos pelo endividamento.
As propostas da Agenda 21 têm o objetivo de liberalizar o comércio, 
de fazer com que o comércio e o meio ambiente sejam questões integradas, 
de fornecer recursos financeiros adequados, de buscar soluções para a dívida 
internacional e de encorajar políticas macroeconômicas proveitosas para o 
meio ambiente e o desenvolvimento.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 37
O desenvolvimento sustentável exige crescentes investimentos nos 
países em desenvolvimento e o uso eficiente de recursos financeiros. Os paí-
ses devem remover as barreiras causadas por ineficiência burocrática, enco-
rajar o setor privado e promover o espírito empresarial.
Combatendo a pobreza
Ainda nesta seção, no capítulo 2, a agenda 21 trata do combate à 
pobreza, que é um problema multidimensional complexo, com origens tanto 
nacionais como internacionais. Nenhuma solução única poderá ser aplicada 
globalmente; são cruciais os programas específicos de cada país. A erradi-
cação da pobreza e da fome, maior igualdade na distribuição de renda e o 
desenvolvimento de recursos humanos continuam a ser os principais desafios 
em toda parte. Todos os países precisam cooperar e compartilhar responsa-
bilidades.
As propostas da Agenda 21 abrangem as políticas populacionais, 
cuidados básicos de saúde e educação, os direitos das mulheres e o papel 
dos jovens, dos povos indígenas e de comunidades locais com o objetivo de 
habilitar todos os povos a alcançarem meios de vida sustentáveis. 
Mudando padrões de consumo
As propostas da Agenda 21 defendem uma atenção maior a ques-
tões relacionadas ao consumo e novas políticas nacionais que estimulem a 
mudança para modelos sustentáveis de consumo. Outros capítulos da Agenda 21 
abordam questões relacionadas, como energia, transporte, rejeitos, instrumen-
tos econômicos e transferência de tecnologia ambientalmente saudável.
Todos os países, especialmente as nações desenvolvidas, devem se 
esforçar para promover padrões sustentáveis de consumo. Para que os países 
em desenvolvimento evitem níveis ambientalmente perigosos de consumo, 
eles precisarão ter acesso a melhores tecnologias e outrostipos de assistên-
cia por parte dos países industrializados.
Dinâmica demográfica e sustentabilidade
A Agenda 21 propõe que sejam minuciosamente pesquisados os fa-
tores populacionais. É necessário que sejam mais profundamente compreen-
didas as relações entre dinâmica demográfica, tecnologia, comportamento 
cultural, recursos naturais e infraestrutura. É preciso ampliar a conscientiza-
ção internacional sobre a urgência da questão populacional.
A questão populacional deve ser mais amplamente integrada a 
planejamento, política e tomada de decisões nacionais. Para implementar 
programas populacionais, os governos, comunidades locais, organizações de 
mulheres e organizações não-governamentais precisam desenvolver uma es-
trutura que permita o envolvimento pleno da comunidade na tomada de 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente38
decisões. Programas e serviços de saúde devem ser desenvolvidos e intensi-
ficados para reduzir a mortalidade infantil e materna e permitir que homens 
e mulheres realizem suas aspirações quanto ao tamanho de sua família.
Protegendo e promovendo a saúde humana
O desenvolvimento real não é possível sem uma população sadia. 
Grande parte das atividades de desenvolvimento afeta o meio ambiente de 
uma forma que frequentemente causa ou exacerba problemas de saúde. Ao 
mesmo tempo, a falta de desenvolvimento afeta negativamente a saúde das 
pessoas. As propostas da Agenda 21 focalizam o atendimento das necessida-
des básicas de saúde, o controle de doenças transmissíveis, os problemas de 
saúde urbana, a redução dos riscos para a saúde provocados pela poluição 
ambiental e a proteção de grupos vulneráveis, como crianças, mulheres, 
povos nativos e os muito pobres. Entre as ações sugeridas para minimizar os 
perigos da poluição do meio ambiente, dos locais de trabalho e de moradias 
individuais estão:
• Desenvolvimento de tecnologias para controlar e impedir a po-
luição do ar e da água, incluindo a poluição em aposentos;
• Limitar o uso de pesticidas;
• Melhorar o rejeito de lixo sólido;
• Promover a introdução de tecnologias ambientalmente saudá-
veis nos setores da indústria e da energia;
• Encorajar programas de higiene industrial;
• Fiscalizar a poluição sonora;
• Estudar os efeitos sobre a saúde da radiação ultravioleta, como 
resultado do buraco na camada estratosférica de ozônio.
Elaborando políticas para o desenvolvimento sustentável
A tomada de decisão em muitos países tende a separar fatores eco-
nômicos, sociais e ambientais. Os países não podem mais se permitir tomar 
decisões sem considerar as questões de desenvolvimento e meio ambiente; 
é necessário fazer uma reforma básica no processo de planejamento.
A Agenda 21 propõe a plena integração das questões do meio am-
biente e do desenvolvimento na tomada de decisão dos governos em políti-
cas econômicas, sociais, fiscais, energéticas, agrícolas, comerciais, de trans-
porte e outras. Os governos deveriam também buscar uma participação mais 
ampla do público.
A integração de questões ambientais nas tomadas de decisão de 
políticas exigirá a coleta mais extensiva de informações e maneiras mais 
eficientes de avaliar riscos e benefícios ambientais. Técnicas de administra-
ção devem ser suficientemente flexíveis para acomodar objetivos múltiplos 
e necessidades em transformação. As responsabilidades de planejamento e 
administração devem ser delegadas aos níveis mais baixos da autoridade pú-
blica, e os métodos nativos de administração de recursos naturais devem ser 
considerados, sempre que possível.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 39
As leis e regulamentos específicos de cada país estão entre os mais 
importantes instrumentos para a transformação de políticas ambientais e 
de desenvolvimento em ações efetivas, não apenas através dos métodos de 
“controle e comando”, mas também como uma estrutura de planejamento 
econômico e aparelhamento de mercados.
Protegendo a atmosfera: fazendo a transição energética 
Para proteger a atmosfera, a Agenda 21 focaliza quatro áreas-
-programas: (1) incerteza do conhecimento científico; (2) desenvolvimento 
sustentável quanto à energia, transportes, indústria e recursos marinhos e 
do solo; (3) destruição da camada estratosférica de ozônio; e (4) poluição 
transfronteiriça do ar.
As propostas deste capítulo não obrigam qualquer governo a ir além 
dos dispositivos da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio, 
de 1987 (segundo as emendas de 1990), ou da Convenção Marco das Nações 
Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 1992. Para tratar de questões como 
mudanças do clima, poluição do ar e buraco da camada de Ozônio, é neces-
sária uma compreensão científica mais profunda dos variados processos na-
turais, econômicos e sociais que afetam a atmosfera ou são afetados por ela.
Devem ser promovidas a pesquisa e uma observação mais ampla do 
clima. Deve haver maior cooperação em: detecção e previsão de mudanças at-
mosféricas e avaliação de seus impactos ambientais e sócio-econômicos; identi-
ficação de níveis perigosos de poluentes e de gases de efeito estufa; capacitação 
científica, intercâmbio de dados e informações relacionadas à atmosfera.
Algumas práticas de uso de solo e de recursos podem reduzir os 
soverdouros de gases do efeito estufa e aumentar as emissões atmosféricas. 
A perda de diversidade biológica pode reduzir a capacidade de recuperação 
dos ecossistemas, impedindo sua resistência às variações climáticas e aos 
danos da poluição do ar. As mudanças atmosféricas podem afetar florestas, 
a biodiversidade, os ecossistemas marinhos e de água doce, e as atividades 
econômicas como agricultura.
A Agenda 21 propõe que sejam adotadas medidas nacionais ade-
quadas nas áreas administrativa, social e econômica para incentivar práticas 
sustentáveis de uso do solo e de recursos. Tais práticas devem: reduzir a po-
luição e limitar as emissões dos gases de efeito estufa; conservar os recursos 
naturais; e propiciar maior capacidade de recuperação diante das mudanças 
atmosféricas. Sorvedouros e reservatórios de gases do efeito estufa, incluin-
do biomassa, florestas e oceanos, devem ter administração sustentável.
Uma abordagem integrada do uso de recursos do solo
A crescente demanda humana por solo arável, um recurso finito, e 
pelos recursos naturais que a Terra proporciona, está criando competição e 
conflitos que resultam na degradação do solo. A solução desses problemas 
exige uma abordagem integrada do uso do solo, que leve em conta todas as 
necessidades para que seja feita uma utilização eficaz.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente40
As propostas da Agenda 21 para uso e administração sustentável dos 
recursos do solo focalizam a tomada de decisões. Integração significa que 
questões ambientais, sociais e econômicas devem ser consideradas simulta-
neamente. Também devem ser levados em consideração o papel econômico 
das mulheres na agricultura e no desenvolvimento rural, os direitos dos po-
vos indígenas e de comunidades locais e a questão das áreas protegidas e dos 
direitos de propriedade privada.
Os governos devem usar as leis, as regulamentações e incentivos 
econômicos para estimular o uso e administração sustentável dos recursos do 
solo, dando atenção particular à terra arável. Projetos-piloto devem experi-
mentar novos métodos de gerenciamento do solo.
Combatendo o desmatamento
Os recursos florestais são essenciais, tanto para o desenvolvimen-
to como para preservação do meio ambiente global. Usá-los racionalmente 
pode gerar empregos, ajudar a amenizar a pobreza e fornecer uma valiosa 
variedade de produtos.
O mau gerenciamento de florestas, com o controle inadequado das 
queimadas, a exploração comercial insustentável de madeira, pastagem ex-
cessiva, e os efeitos nocivos dos poluentes levados pelo ar provocam a degra-
dação do solo e das fontes de água, perda da vida silvestre e da diversidade 
biológica e agravamento do aquecimento global.
Para apoiar e desenvolver os múltiplos papéise funções econômi-
cas, sociais, ecológicas e culturais das árvores, florestas e terras florestais, 
a Agenda 21 exorta todos os países a fortalecerem suas instituições relacio-
nadas às florestas e a melhorarem suas capacidades técnicas e profissionais 
através de medidas como:
• Promover a participação de sindicatos, cooperativas rurais, co-
munidades locais, povos indígenas, jovens, mulheres, setor pri-
vado, grupos de usuários e organizações não-governamentais nas 
atividades relacionadas às florestas.
• Realizar pesquisas sobre florestas, incluindo a coleta de dados 
sobre cobertura florestal de áreas adequadas ao florestamento 
e valores ecológicos.
• Apoiar e fortalecer a transferência de tecnologia e o treinamen-
to especializado.
É necessária ação urgente para salvar as florestas existentes e ex-
pandir as áreas sob cobertura florestal e de árvores. Os governos devem criar 
Programas Nacionais de Ação Florestal para desenvolvimento sustentável de 
florestas, apoiar a implementação da declaração principal de princípios so-
bre florestas (que não é legalmente obrigatório), adotada durante a Cúpula 
da Terra, e considerar a necessidade de arranjos adequados para promover 
a cooperação internacional em administração florestal, e a conservação e 
desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas.
Outras propostas incluem:
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 41
• Criar e expandir os sistemas de áreas protegidas.
• Promover a administração sustentável de áreas adjacentes a flo-
restas.
• Executar o replantio e o reflorestamento de áreas montanhosas, 
terras altas, terras pobres, terras agrícolas e degradadas, terras 
áridas e semi-áridas e áreas costeiras.
• Desenvolver o plantio de florestas para compensar as pressões 
sobre florestas primitivas ou de antigo crescimento.
• Proteger as florestas de poluentes, mineração e cultura nômade.
• “Enverdecer” as áreas urbanas.
• Reconhecer o papel das florestas como sorvedouros e reservató-
rios nacionais de gás carbônico.
• Consolidar as informações sobre recursos genéticos e biotecnologia 
relacionada. Acelerar a ação relacionada ao melhoramento genéti-
co e à aplicação da Biotecnologia para desenvolver a produtividade 
e a tolerância à tensão ambiental através de criação de árvores, 
tecnologia de sementes e bancos de plasma bacteriológico.
A tecnologia ambientalmente saudável, incluindo a biotecnologia, é 
necessária para todas essas atividades.
A sobrevivência das florestas e sua permanente contribuição para 
o bem-estar humano dependem do reconhecimento dos valores sociais, eco-
nômicos e ecológicos de árvores, florestas e solos florestais, incluindo as 
consequências dos danos causados por sua destruição. Esses valores devem 
ser levados em conta pelas economias nacionais.
As propostas para o uso de florestas de forma a refletir esses valo-
res incluem:
• Promover e popularizar produtos florestais não-madereiros, 
como plantas medicinais, tinturas, fibras, borrachas, resinas, 
forragem, produtos culturais, junco e bambu.
• Promover pequenas empresas florestais que apóiem o desenvol-
vimento rural e o empreendimento local.
• Promover o ecoturismo e o gerenciamento da vida silvestre para 
gerar renda rural e empregos sem impactos ecológicos negativos.
• Usar regulamentações e incentivos econômicos para criar um 
clima favorável aos investimentos e gerenciamento.
• Promover uma colheita mais eficiente de produtos florestais usa-
dos como combustível e suprimento de energia.
A oferta e a procura de produtos e serviços florestais devem ser 
estudadas. É também necessário fazer investigação científica sobre os pro-
dutos florestais não-madereiros.
É necessário ampliar urgentemente a capacidade científica e tec-
nológica dos países de monitorarem suas florestas (uma exigência essencial 
para implementação dos programas da Agenda 21). Os governos e institui-
ções devem instalar e/ou fortalecer sistemas de avaliação e observação de 
florestas, recursos florestais e programas florestais. Isso exigirá novos sis-
temas de dados e modelos estatísticos, leitura remota, reconhecimento de 
solo e outras inovações tecnológicas.
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Detendo a expansão de desertos
A desertificação afeta a vida de cerca de um sexto da população 
mundial. É um problema que atinge 70 por cento de todas as terras secas 
(totalizando 3,6 bilhões de hectares) e um quarto da área total do solo do 
planeta. Entre os resultados da desertificação estão a pobreza, o declínio da 
fertilidade do solo e a degradação de terras montanhosas, terras de cultivo 
alimentadas pelas chuvas e terras irrigadas.
A Agenda 21 estabelece que a prioridade no combate à desertifi-
cação deve ser a adoção de medidas preventivas para terras que ainda não 
estão degradadas ou que estão apenas ligeiramente degradadas. Entretanto, 
não devem ser negligenciadas áreas com degradação acentuada.
Para combater a desertificação, os governos devem:
• Adotar políticas sustentáveis de uso do solo e administração sus-
tentável de recursos aquáticos.
• Usar tecnologias agrícolas e pastoris ambientalmente saudáveis.
• Executar programas intensivos de florestamento e refloresta-
mento, usando espécies de rápido crescimento e grande resis-
tência à seca.
• Integrar às atividades de pesquisa o conhecimento indígena re-
lacionando a florestas, terras florestais, terras montanhosas e 
vegetação natural.
As propostas defendem a erradicação da pobreza e a promoção de 
meios de subsistência alternativos em regiões áridas e semi-áridas onde os 
modos tradicionais de sobrevivência, baseados em sistemas agropastoris, são 
frequentemente inadequados e insustentáveis por causa da seca e da pres-
são demográfica. Os governos devem adotar uma abordagem descentralizada 
da administração dos recursos do solo e criar ou fortalecer organizações 
rurais e sistemas financeiros rurais.
Como o uso do solo e o desenvolvimento são interligados, os planos 
de ação para combater a desertificação e a seca precisam ser integrados ao 
planejamento ambiental nacional e aos projetos nacionais de desenvolvi-
mento. Os governos precisam fortalecer a capacidade institucional de desen-
volver e implementar tais projetos; isso exigirá crescente cooperação e apoio 
regionais e internacionais.
Uma comissão intergovernamental instalada pela Assembléia Geral 
das Nações Unidas deve elaborar o esboço de uma convenção internacional 
para combater a desertificação, particularmente na África.
Protegendo os ecossistemas de montanhas
As montanhas são uma importante fonte de água, energia, mine-
rais, produtos florestais, produtos agrícolas e recreação. São celeiros da di-
versidade biológica e de espécie ameaçadas de extinção, constituindo-se 
parte essencial do ecossistema global.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 43
Os ecossistemas das montanhas são extremamente vulneráveis e 
suscetíveis à erosão do solo, a deslizamentos de terra e perda rápida de 
habitat ou diversidade genética. A pobreza amplamente disseminada e a 
expansão das populações das regiões montanhosas resultam em desmata-
mento, cultivo de terras marginais, criação intensiva de gado, perda da co-
bertura de biomassa e outras formas de degradação ambiental.
Aproximadamente 10 por cento dos povos do mundo dependem dos 
recursos das montanhas. Perto de metade dessas populações é afetada pela 
degradação das áreas hidrográficas montanhosas.
As propostas da Agenda 21 focalizam o aperfeiçoamento do conhe-
cimento sobre ecologia e desenvolvimento sustentável de ecossistemas de 
montanhas; a promoção do desenvolvimento das áreas hidrográficas; e em-
prego alternativo para pessoas que têm seu meio de vida ligado a práticas 
que degradam o meio ambiente das montanhas. Não se conhece o suficiente 
sobre os ecossistemas das montanhas. A criação de um banco de dados glo-
bal é vital para o lançamento de programas que contribuam para o desenvol-
vimento sustentável desses ecossistemas.Os países devem criar incentivos para as populações locais se enco-
rajarem em práticas conservacionistas; diversificar as economias das áreas 
de montanhas; estabelecer reservas naturais em regiões ricas em espécies; 
e identificar as áreas mais vulneráveis a enchentes, erosão, deslizamentos, 
terremotos, avalanches e outros perigos naturais, bem como à poluição do 
ar de zonas industriais e áreas urbanas.
Atendendo às necessidades agrícolas sem destruir o solo
A Agenda 21 focaliza a agricultura sustentável e o desenvolvimento 
rural como forma de aumentar a produção de alimentos, conservar e reabi-
litar a terra.
As áreas-programas incluem:
• Integrar o desenvolvimento sustentável à política agrícola e ao 
planejamento – A falta de políticas nacionais para a agricultura 
sustentável e o desenvolvimento rural, com uma estrutura co-
erente, é muito comum e não se limita a países em desenvolvi-
mento. As políticas agrícolas precisam ser revistas em função 
de fatores econômicos como comércio exterior, subsídios e im-
postos. Devem ser promovidos o livre comércio e a remoção das 
barreiras comerciais. As tendências demográficas e os movimen-
tos populacionais devem ser levados em consideração. Precisam 
ser formuladas leis, regulamentações e incentivos que leem a 
segurança alimentar e a transferência de tecnologias agrícolas 
adequadas (como armazenamento e distribuição de alimentos).
• Garantir a participação do povo – Grupo de mulheres, jovens, 
povos indígenas, comunidades locais e pequenos agricultores 
precisam ter acesso à terra, aos recursos de água e de florestas 
e tecnologias, financiamentos e serviços como marketing, pro-
cessamento de distribuição. O investimento em terra deve ser 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente44
promovido através da cessão clara de títulos, direitos e respon-
sabilidades; fortalecimento das instituições rurais; fornecimento 
de treinamento técnico; e incorporação de conhecimento indí-
gena ao desenvolvimento da tecnologia agrícola.
• Melhorar a produtividade agrícola e diversificar o emprego ru-
ral – Devem ser desenvolvidas técnicas como a rotatividade da 
cultura, a fertilização orgânica e outras envolvendo o uso re-
duzido de produtos químicos agrícolas. Entre as propostas de 
melhoramento da infraestrutura estão redes de financiamentos, 
unidades de agroprocessamento em pequena escala e centros 
de serviços rurais. Para impedir que as populações rurais po-
bres usem terras marginais, devem ser criadas e desenvolvidas 
oportunidades de emprego fora da atividade agrícola, como in-
dústrias artesanais, utilização da vida silvestre, manufatura leve 
sediada em vilarejos e turismo.
• Planejar o uso dos recursos da terra – Os usos inadequados da 
terra são as principais causas da degradação do solo e do esgo-
tamento de seus recursos. Técnicas para aumentar a produção e 
conservar os recursos de água e de solo estão disponíveis, mas 
não são aplicadas de forma ampla ou sistemáticas. As propostas 
defendem o envolvimento dos agricultores no processo de plane-
jamento, na coleta e disseminação das informações sobre os re-
cursos da terra e no estabelecimento de órgãos de planejamento 
agrícola nos níveis nacional e local.
• Conservar e reabilitar a terra – A erosão do solo, a salinização, a 
saturação do solo por excesso de água na superfície e a perda da 
fertilidade do solo estão crescendo em todos os países. Propõe-
-se que até o ano 2000 sejam realizados levantamentos dos re-
cursos nacionais da terra detalhando a extensão e a severidade 
da degradação do solo.
• Conservar e usar de forma sustentável os recursos genéticos das 
plantas – Os recursos genéticos das plantas para a agricultura 
são uma fonte essencial para o atendimento das necessidades 
alimentares no futuro. As ameaças estão crescendo, os esfor-
ços para promover a diversidade genética não têm pessoal nem 
fundos suficientes e, em alguns casos, a perda de diversidade 
nos bancos genéticos é tão grande como a que existe no campo. 
São necessárias áreas de conservação in situ e coleta e bancos 
de plasma de germes ex situ. Devem ser encorajados métodos 
melhores de pesquisa e avaliação dos recursos genéticos das 
plantas para a agricultura. Devem ser partilhados os benefícios 
da pesquisa e do desenvolvimento da seleção de plantas e da 
produção de sementes.
• Conservar e usar de forma sustentável os recursos genéticos ani-
mais – Há necessidade de mais e melhores produtos animais e de 
animais resistentes à seca. A existente diversidade de animais 
de criação deve ser catalogada, as criações em risco devem ser 
identificadas e estabelecidos programas de preservação, incluin-
do o uso de depósito de criogênico de plasma de germe.
• Usar de forma integrada o controle e o tratamento de pragas – O 
uso excessivo de produtos químicos para controlar pragas tem 
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tido efeitos adversos sobre a saúde humana, o meio ambiente 
e os orçamentos agrícolas. O tratamento integrado das pragas 
– combinando o controle biológico, a resistência das plantas hos-
pedeiras e práticas agrícolas adequadas – é a melhor opção para 
o futuro. Deve ser acompanhado de tratamento apropriado de 
pesticidas, incluindo rotulagem adequada, além de pesquisa e 
desenvolvimento de pesticidas que tenham alvos específicos e 
que se dissolvam em partes constituintes inócuos depois do uso.
• Nutrição sustentável de plantas – As plantas que esgotam os nu-
trientes do solo causam a perda da fertilidade do mesmo. Para 
manter a produtividade do solo, as propostas defendem a ampla 
disponibilidade de fertilizantes e outras fontes nutrientes de plan-
tas e o desenvolvimento do tratamento da fertilidade do solo.
• Transição de energia nas áreas rurais – Nas áreas rurais dos pa-
íses em desenvolvimento, as principais fontes de energia são: a 
lenha, resíduo de colheitas, adubo e energia humana e animal. 
Para melhorar a produtividade e gerar renda, as políticas e tec-
nologias de energia rural devem promover uma combinação de 
fontes de energia fósseis e renováveis com eficácia de custos.
• Avaliar os efeitos do esgotamento da camada de ozônio – O es-
gotamento da camada estratosférica de ozônio que protege a 
Terra permite que os perigosos raios ultravioletas do sol atinjam 
a superfície do planeta. Devem ser avaliados os efeitos poten-
cialmente nocivos às plantas e animais.
Sustentando a diversidade biológica
Os objetivos e atividades previstos neste capítulo da Agenda 21 
visam também apoiar a Convenção sobre Biodiversidade.
Os bens e serviços essenciais do planeta dependem da variedade 
e variabilidade dos genes, espécies, populações e ecossistemas. Os recur-
sos biológicos fornecem alimentação, roupas, habitação, remédios e bem-
-estar. Os recentes avanços da biotecnologia, baseados no material genético 
de plantas, animais e microorganismos, mostram um grande potencial para 
a agricultura e medicina.
Apesar dos crescentes esforços nos últimos 20 anos, a perda de 
diversidade biológica em todo o mundo continua, principalmente devido à 
destruição de habitat, excesso de plantio agrícola, poluição e à introdução 
inadequada de plantas e animais alienígenas. Essa situação representa agora 
uma série ameaça ao desenvolvimento humano.
As propostas da Agenda 21 para a conservação da biodiversidade 
pedem aos governos que: pressionem pela entrada em vigor, o mais cedo 
possível, da Convenção da ONU sobre Biodiversidade; promovam os métodos 
tradicionais e o conhecimento dos povos indígenas e de suas comunidades; 
partilhem os benefícios dos recursos biológicos, incluindo a biotecnologia, 
particularmente com os países em desenvolvimento; e desenvolvam estra-
tégias nacionais para conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos 
recursos biológicos e a transferência segura de biotecnologia, em particular 
para os países em desenvolvimento.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente46
Pesquisas nacionais devem ser realizadas para compilar o inventáriodos recursos biológicos, aperfeiçoar a compreensão científica e econômica, 
da importância e das funções da biodiversidade e sugerir prioridades para 
ação. Devem, também, ser avaliados os benefícios e as implicações sociais e 
econômicas da proteção da biodiversidade. Uma rede global deve monitorar, 
atualizar e difundir essa informação.
Administração ambientalmente sustentável da biotecnologia
Os grandes avanços no emergente campo da biotecnologia prome-
tem fazer contribuições significativas para o desenvolvimento mundial: me-
lhores cuidados de saúde; fortalecimento da segurança alimentar através 
de práticas agrícolas sustentáveis; melhores suprimentos de água potável; 
processos industriais mais eficientes para transformação de matérias-primas; 
apoio para métodos sustentáveis de florestamento e reflorestamento; e eli-
minação da toxicidade de rejeitos perigosos. As propostas que constam da 
Agenda 21 focalizam:
• Alimento – A biotecnologia pode aumentar o valor nutritivo de 
colheitas, rebanhos de gado e cardumes de peixes, e prolongar 
a durabilidade de alimentos prontos e estocados e de produtos 
para alimentação animal. Pode, também, melhorar a produção 
agrícola com técnica de tratamento integrado de pragas, doen-
ças e colheitas que eliminem a necessidade de agrotóxicos.
• Saúde – A biotecnologia pode ajudar a combater doenças trans-
missíveis, com novas e melhores vacinas, drogas, remédios e 
diagnóstico, podendo, também, detectar poluentes e agentes 
patogênicos na água potável.
• Proteção Animal – A biotecnologia pode ajudar a reabilitar ecos-
sistemas e paisagens degradados através do reflorestamento e 
florestamento, o cultivo de novas variedades de plantas e con-
servação do solo; diminuir o volume do lixo através do uso de 
materiais biodegradáveis; e remover poluentes do meio ambien-
te, como vazamentos acidentais de petróleo. A administração 
sustentável da biotecnologia também preserva a diversidade 
biológica.
Muito do investimento em moderna biotecnologia tem sido feito 
no mundo industrializado. A biotecnologia oferece novas oportunidades de 
parcerias globais entre esse países (ricos em especialização tecnológica) e os 
países em desenvolvimento (ricos em biodiversidade).
Salvaguardando os recursos oceânicos
Mais de 70 por cento da superfície da Terra é coberta de água. E as 
atividades dos seres humanos em terra são uma das mais graves ameaças à 
preservação das riquezas biológicas dos oceanos e áreas costeiras.
As propostas da Agenda 21 focalizam as ameaças representadas pela 
sedimentação, poluição, práticas nocivas de pesca e mudanças climáticas.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 47
Muitas áreas-programas partilham problemas comuns: falta de da-
dos, falta de planejamento e administração, falta de coordenação interna-
cional e de transferência de tecnologia, e fundos inadequados.
Áreas costeiras – Aproximadamente 60 por cento da população do 
mundo vive dentro de uma faixa de 60 quilômetros de largura ao longo das 
orlas marítimas.
A pesca, a navegação, o comércio e o turismo frequentemente 
criam problemas que ameaçam o desenvolvimento sustentável: poluição quí-
mica e bacteriológica; sedimentos de terras de aluvião; destruição de ha-
bitats escoamento de plantas aquáticas; e assentamentos humanos pobres, 
superpopulosos e insalubres.
Zonas Econômicas Exclusivas podem criar áreas onde os Estados 
administrem o desenvolvimento e a conservação de recursos naturais.
Esforços devem ser feitos para criar estoques e planejar e admi-
nistrar os recursos costeiros, incluindo ações nas áreas de infraestrutura, 
habitats, desenvolvimento humano, educação, biodiversidade e atividades 
econômicas. A cooperação regional é necessária para integrar projetos.
As propostas da Agenda 21 focalizam a prevenção de problemas. O 
desenvolvimento da administração costeira reduzirá a poluição dos oceanos. 
Protegendo e administrando os recursos de água doce 
Os recursos de água doce são uma parte indispensável de todos 
os ecossistemas terrestres. Enchentes e secas, parte do ciclo hidrológico, 
tornaram-se mais rigorosas em algumas regiões. A mudança do clima global 
e a poluição atmosférica podem afetar a disponibilidade de água potável e 
ameaçar os ecossistemas, particularmente em terras baixas das áreas litorâ-
neas e das pequenas ilhas.
Devem ser garantidos suprimentos adequados de água de boa qua-
lidade para toda a população do mundo, preservando ao mesmo tempo os 
ecossistemas.
As atividades humanas precisam se adaptar aos limites da capacida-
de da natureza de absorver seu impacto. Têm que ser combatidas as doenças 
relacionadas à água, que causam um terço de todas as mortes nos países 
em desenvolvimento. Tecnologias inovadoras são necessárias para utilização 
plena dos recursos da água doce e para protegê-los da poluição.
São necessários planejamento e administração integrados de todos 
os tipos de recursos da água para solucionar os problemas da crescente e 
ampla escassez e da gradual destruição desses recursos em muitas regiões. 
Planos de desenvolvimento racional precisam abranger usos múltiplos, in-
cluindo: suprimento de água e saneamento, agricultura, indústria, desenvol-
vimento urbano, geração de força hidráulica, pesqueiros fluviais, transporte 
e recreação, ao mesmo tempo conservando a água e minimizando o desper-
dício. O controle de enchentes e do assoreamento deve ser uma prioridade.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente48
Suprimento urbano de água
A Agenda 21 propõe um fornecimento de 40 litros de água trata-
da por dia, por pessoa; o estabelecimento de padrões de escoamento para 
efluentes municipais e industriais; e que a coleta, a reciclagem ou o despejo 
de 75 por cento do lixo sólido das áreas urbanas sejam feitos de forma am-
bientalmente sustentável.
Áreas rurais – Nas áreas rurais, é preciso alcançar o equilíbrio entre 
o uso da água para produção sustentável de alimentos e para outros propósi-
tos. Tecnologias de economia da água e capacidade administrativa precisam 
ser desenvolvidas para atender a todas as demandas – desde a criação de 
gado e pesqueiros até o consumo humano. Novos projetos de irrigação preci-
sam ser integrados nesse equilíbrio.
Mudança climática global – A mudança climática global pode ter 
um grande impacto sobre os suprimentos de água doce. Podem mudar zonas 
inteiras de cultivo; a invasão de água salgada pode ter um impacto intenso 
sobre aquíferos e áreas costeiras baixas. É preciso pesquisar sobre impactos 
e planos de contingência.
Uso seguro de produtos químicos tóxicos
Milhares de produtos químicos são usados em cada aspecto da ati-
vidade humana, mas os riscos dessa utilização, a longo prazo, para a saúde 
e o meio ambiente ainda são desconhecidos.
Noventa e cinco por cento da manufatura química envolve apenas 
1500 produtos químicos, mas dados cruciais para avaliação de riscos em mui-
tos casos não existem. Produtos químicos proibidos em um país por serem 
considerados perigosos são comumente vendidos e transportados para outros 
países – em geral, nações em desenvolvimento.
Algumas áreas industriais foram brutalmente contaminadas por pro-
dutos químicos, resultando em danos à saúde humana, às estruturas gené-
ticas e à reprodução humana. A falta de informações e de mecanismos de 
partilha de informações pode ter um impacto severo sobre a saúde humana, 
o meio ambiente e sobre as futuras gerações.
Entre as propostas da Agenda 21, estão:
• É essencial uma melhor avaliação dos riscos. As comunidades e 
os indivíduos têm o direito de saber quando estão lidando com 
produtos químicos tóxicos. Aproximadamente cem mil substân-
cias químicas são usadas no comércio, mas apenas um pequeno 
percentual delas foi avaliado, inclusive pesticidas de uso muito 
comum.
• Cerca de 500 produtos químicos devem estar avaliados até o 
ano 2000 e as informações deverão ser partilhadas internacio-
nalmente. Devem ser realizadas pesquisas que levem a métodos 
melhores de avaliação

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