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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Meio Ambiente Avaliação dos Impactos Ambientais Edna Helenice de Almeida Franciellen Morais Costa Jacqueline Simões de Aguiar Margareth Almeida Figueiredo Otávio Cardoso Filho Wesley Alves Silva Ministério da Educação e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Meio Ambiente Avaliação dos Impactos Ambientais Edna Helenice de Almeida Franciellen Morais Costa Jacqueline Simões de Aguiar Margareth Almeida Figueiredo Otávio Cardoso Filho Wesley Alves Silva Montes Claros - MG 2011 Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenadora Geral do e-Tec Brasil Iracy de Almeida Gallo Ritzmann Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Duque Portugal Reitor João dos Reis Canela Vice-Reitora Maria Ivete Soares de Almeida Pró-Reitora de Ensino Anete Marília Pereira Diretor de Documentação e Informações Huagner Cardoso da Silva Coordenador do Ensino Profissionalizante Edson Crisóstomo dos Santos Diretor do Centro de Educação Profissonal e Tecnólogica - CEPT Juventino Ruas de Abreu Júnior Diretor do Centro de Educação à Distância - CEAD Jânio Marques Dias Coordenadora do e-Tec Brasil/Unimontes Rita Tavares de Mello Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/ CEMF/Unimontes Eliana Soares Barbosa Santos Coordenadores de Cursos: Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio Augusto Guilherme Dias Coordenador do Curso Técnico em Comércio Carlos Alberto Meira Coordenador do Curso Técnico em Meio Ambiente Edna Helenice Almeida Coordenador do Curso Técnico em Informática Frederico Bida de Oliveira Coordenador do Curso Técnico em Vigilância em Saúde Simária de Jesus Soares Coordenador do Curso Técnico em Gestão em Saúde Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Elaboração Edna Helenice de Almeida Franciellen Morais Costa Jacqueline Simões de Aguiar Margareth Almeida Figueiredo Otávio Cardoso Filho Wesley Alves Silva Projeto Gráfico e-Tec/MEC Supervisão Wendell Brito Mineiro Diagramação Hugo Daniel Duarte Silva Marcos Aurélio de Almeida e Maia Impressão Gráfica RB Digital Designer Instrucional Angélica de Souza Coimbra Franco Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira Revisão Maria Ieda Almeida Muniz Patrícia Goulart Tondineli Rita de Cássia Silva Dionísio Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 3 Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escola técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pes- soas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimen- to da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incenti- vando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profis- sional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – não só é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, so- cial, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 5 Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital Sumário 7 Palavra dos professores conteudistas .........................................9 Projeto instrucional ........................................................... 11 Aula 1 - Impacto Ambiental .................................................. 15 1.1 Impacto ambiental ................................................. 15 Resumo ................................................................... 19 Atividades de aprendizagem ........................................... 20 Aula 2 - Os conceitos do processo de avaliação de impacto ambiental 23 Resumo ................................................................... 29 Atividades de aprendizagem ........................................... 29 Aula 3 - Agenda Ambiental Mundial......................................... 31 Resumo ................................................................... 34 Atividades de aprendizagem ........................................... 34 Aula 4 - Conhecendo a agenda 21 ........................................... 35 Resumo ................................................................... 64 Atividades de aprendizagem ........................................... 64 Aula 5 - Avaliação de impacto ambiental (AIA) ........................... 65 Resumo ................................................................... 67 Atividades de aprendizagem ........................................... 67 Aula 6 - Métodos de avaliação de impacto ambiental .................... 69 6.1 Métodos de avaliação de impacto ambiental .................... 69 Resumo ................................................................... 81 Atividades de aprendizagem ........................................... 82 Aula 7 - Estudo de impacto ambiental (EIA) ............................... 85 7.1 Fases para a elaboração de estudo de avaliação do impacto ambiental ............................................................... 87 Resumo ................................................................... 89 Atividades de aprendizagem ........................................... 89 Aula 8 - Relatório de impacto ambiental (RIMA) .......................... 91 8.1 O que é o RIMA? ..................................................... 91 Resumo ................................................................... 94 Atividades de aprendizagem ........................................... 94 Aula 9 - Licenciamento ambiental .......................................... 95 9.1 Licenciamento ambiental .......................................... 95 Resumo ...................................................................97 Atividades de aprendizagem ........................................... 97 Aula 10 - Atividades sujeitas ao licenciamento e procedimentos para soli- citação do licenciamento ambiental ........................................ 99 Resumo ..................................................................103 Atividades de aprendizagem ..........................................103 Aula 11 - Impactos ambientais e suas consequências ...................105 11.1 Principais impactos ambientais .................................107 11.2 Consequências dos impactos ambientais (TOWNSEND, 2006) 111 Resumo ................................................................. 112 Atividades de aprendizagem .......................................... 112 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente8 Aula 12 - Consequências de um impacto ambiental .....................123 Resumo .................................................................. 124 Atividades de aprendizagem .......................................... 124 Aula 13 - Plano de Controle Ambiental (PCA) ............................125 Resumo ..................................................................129 Atividades de aprendizagem .......................................... 129 Aula 14 - Recuperação de áreas degradadas ............................. 131 Resumo ..................................................................136 Atividades de aprendizagem .......................................... 136 Aula 15 - Histórico de impacto ambiental no Brasil ..................... 137 15.1 A evolução da política ambiental no Brasil do século XX.... 137 Resumo .................................................................. 139 Atividades de aprendizagem ..........................................140 Aula 16 - Quadro legal e Institucional Brasileiro ......................... 141 Resumo ..................................................................145 Atividades de aprendizagem ..........................................146 Aula 17 - Legislação Ambiental Brasileira .................................147 Resumo .................................................................. 167 Atividades de aprendizagem .......................................... 167 Aula 18 - Passivo Ambiental ................................................. 169 18.1 Passivo ambiental ................................................. 169 Resumo .................................................................. 171 Atividades de aprendizagem .......................................... 171 Aula 19 - ISO 9000 ............................................................173 19.1 O que significa ISO? ...............................................173 19.2 O que é ISO 9000 .................................................173 19.3 Objetivo da ISO ...................................................175 19.4 Normas ISO 9000 ..................................................175 Resumo ..................................................................177 Atividades de aprendizagem .......................................... 178 Aula 20 - Conhecendo a ISO 9000 ..........................................179 20.1 O que leva uma empresa a implantar o ISO série 9000 .....179 20.2 Como a empresa ganha a ISO ...................................179 20.3 Custo e prazo de certificação................................... 181 Resumo .................................................................. 181 Atividades de aprendizagem .......................................... 181 Aula 21 - ISO 14000 ..........................................................183 21.1 O que é ISO 14000 ................................................183 21.2 Objetivo da ISO 14000 ...........................................184 21.3 Diretriz da ISO 14000 ............................................184 Resumo ..................................................................185 Atividades de aprendizagem ..........................................185 Aula 22 - Benefícios e resultados da ISO 14000 ..........................187 Resumo ..................................................................189 Atividades de aprendizagem ..........................................189 Referências ....................................................................194 Currículos dos professores conteudistas ..................................196 e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 9 Palavra dos professores conteudistas Prezado(a) estudante, A relação com o saber é a relação de um sujeito com o mundo, com ele mesmo e com os outros. É a relação com o mundo como um conjunto de significados, mas também como um espaço de atividades. O mundo é dado ao homem somente através do que ele percebe, imagina e pensa desse mundo, através do que ele deseja e do que ele sente: o mundo se oferece a ele como um conjunto de significados partilhados com outros homens. O homem só tem um mundo porque tem acesso ao universo dos significados, ao simbólico, e, neste universo simbólico, estabelecem-se as relações entre o sujeito e os outros, entre o sujeito e ele mesmo. Assim, a relação com o saber é uma forma de relação com o mundo.Charlot, 1982. A seguir, encontram-se questões que envolvem nossas relações com o nosso planeta; como o agredimos e o que estamos fazendo para impe- dir que tudo acabe? De formas contextualizadas, pretendemos ampliar os saberes estabelecidos com os conteúdos propostos. Fique à vontade para fazer os questionamentos que considerar necessários ao bom andamento dos trabalhos, de forma a adequar, na sua realidade, os ensinamentos que aqui estão propostos, chegando ao único objetivo, o de ampliar sempre mais o seu universo do saber. Um grande abraço. Desejamos muito sucesso a todos vocês... Atenciosamente. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 11 Projeto instrucional Disciplina: Avaliação dos Impactos Ambientais (carga horária: 168h). Ementa: Evolução dos conceitos sobre proteção ambiental; agen- da ambiental mundial; interação empresas – ambiente, diferenças entre ISO 9000 e ISO 14000 -, requisitos do sistema de gestão ambiental (Norma ISO 14000), estudo da EIA, RIMA e das atividade que dependem de EIA/RIMA para licenciamento. AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS CARGA HORÁRIA Aula 1. Impacto ambiental Definir o conceito de impacto ambiental. Entender os impactos ambientais causados no mundo. Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 2. Os conceitos de avaliação de impacto ambiental Conhecer os conceitos básicos para o entendi- mento de uma avaliação de impacto ambiental. Avaliar um ambiente que poderá sofrer um impac- to ambiental. Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 3. Agenda ambiental mundial Conhecer a agenda am- biental mundial Caderno didático, data show, computador. 7 h Aula 4. Conhecendo a agenda 21 Conhecer os temas fun- damentais da agenda 21 Caderno didático, data show, computador. 7 h Aula 5. Avaliação de impacto ambiental Conceituar impacto ambiental. Enumerar as etapas do ciclo de vida de um em- preendimento. Identificar itens impor- tantes que devem estar presentes em um relató- rio de impacto ambiental (RIMA). Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 6. Métodos de avaliação de impacto ambiental Conhecer métodos de avaliação de impacto ambiental. Caderno didático, data show, computador. 8 h e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente12 Aula 7. Estudo de impacto ambiental - EIA Identificar fases da avaliação do estudo de impacto ambiental. Conhecer métodos de avaliação de impacto ambiental. Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 8. Relatório de impacto ambiental (RIMA) Reconhecer um relatório de impacto ambiental. Identificar itens impor- tantes em um relatório de impacto ambiental. Caderno didático, data show,computador. 8 h Aula 9. Licenciamento am- biental Conceituar licenciamen- to ambiental Enumerar as fases dos processos de licencia- mento ambiental Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 10. Atividades sujeitas ao licenciamento e proce- dimentos para solicita- ção do licenciamento ambiental Reconhecer atividades sujeitas ao licenciamen- to ambiental Compreender os proce- dimentos para solicita- ção do licenciamento ambiental Caderno didático, data show, computador. 8h Aula 11. Impactos ambientais e suas consequências - Identificar os principais impactos ambientais sofridos atualmente. - Enumerar as consequ- ências de um impacto ambiental na sociedade. Caderno didático, data show, computador, internet. 8 h Aula 12. Consequências de um impacto ambiental Enumerar as consequ- ências de um impacto ambiental na sociedade e no meio ambiente Caderno didático, data show, computador. 7 h Aula 13. Plano de Controle Ambiental (PCA) Conceituar Plano de Con- trole Ambiental. Caderno didático, data show, computador, internet. 7 h Aula 14. Recuperação de áreas degradadas Analisar trabalhos reali- zados com o objetivo de recuperar áreas degra- dadas Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 15. Histórico de impacto ambiental no Brasil Compreender o histórico, no Brasil, do contexto do surgimento da evolução do impacto ambiental. Caderno didático, data show, computador, internet. 7 h e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 13 Aula 16. Quadro legal e institu- cional brasileiro Identificar as quatro fa- ses principais na política brasileira ambiental em diferentes concepções. Conhecer as estratégias da política ambiental no desenvolvimento econô- mico. Caderno didático, data show, computador, internet. 8 h Aula 17. Legislação ambiental Brasileira Conhecer a legislação ambiental Brasileira Caderno didático, data show, computador, internet. 8 h Aula 18. Passivo ambiental Entender como aplicar o passivo ambiental. Caderno didático, data show, computador, internet. 7 h Aula 19. ISO 9000 Conceituar a ISO 9000 Compreender os níveis de documentação Caderno didático, data show, computador, internet. 7 h Aula 20. Conhecendo a ISO 9000 Reconhecer as caracte- rísticas da série ISO 9000 Analisar itens para emis- são de certificado ISO 9000 Caderno didático, data show, computador, internet. 8 h Aula 21. ISO 14000 Conceituar ISO 14000 Identificar a diretriz da ISO 14000 Caderno didático, data show, computador. 8 h Aula 22. Benefícios e resulta- dos da ISO 14000 Analisar os resultados da ISO 14000 Caderno didático, data show, computador. 7 h e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 15 Aula 1 - Impacto Ambiental Objetivos 1. Definir o conceito de impacto ambiental. 2. Entender os impactos ambientais causados no mundo. 1.1 Impacto ambiental Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio pro- vocado por um choque, um “trauma ecológico” resultante da ação do ho- mem sobre o meio ambiente. Pode ser resultado de acidentes naturais: a explosão de um vulcão, o choque de um meteoro, um raio etc. Devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem (MOREIRA, 1985). Como, por exemplo, o aumento do teor de gás carbônico na atmosfera, conhecido como efeito estufa, a diminuição da camada de ozônio, as chuvas ácidas, entre outros fatores que merecem atenção por alterarem os nossos ecossistemas, tais como: a poluição, a desertificação e a extinção de espécies. Pessoal, veja agora o que o personagem Bob Esponja nos transmite na figura 1. Figura 1: Bob Esponja. Fonte: Disponível em: <www.mundodecrianca.com.br>. Acesso em: 5 jan. de 2010. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente16 1.1.1 Por que estudar os impactos ambientais Deve- se estudar sobre os impactos ambientais para poder avaliar as consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que sofrerá a execução de certos pro- jetos ou ações, ou logo após a implementação dos mesmos. É necessário uma análise detalhada das condições da fauna e da flora da região onde será inserido um determinado empreendimento, e dos possíveis impactos a serem sofridos após a implantação e operação do em- preendimento em questão. O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), na resolução de 23 de janeiro de 1986, estabelece metodologia e parâmetros específicos para a identificação, avaliação e análise dos impactos ambientais, para a proposição de respectivas medidas mitigadoras. O artigo 1o dessa resolução considera impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou in- diretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”. Os impactos podem causar consequências, tanto positivas como negativas, para a população e para o meio ambiente; elas apresentam varia- ções relativas, que podem ser grandes ou pequenas, por isto, precisam ser quantificadas. Veja exemplos de impactos positivos e negativos. Figura 2: Impacto positivo. Fonte: Disponível em: <http://www.hoy.es/20080203/regional/vara-pedira-bruselas- ayudas-20080203.html>. Acesso em 05 jun. de 2011. MItigação: Atenuar, aliviar, suavizar, abrandar. Podemos afirmar que existe impacto ambiental positivo? e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 17 Figura 3: Impacto negativo. Fonte: Disponível em: <http://biologiaestadual.blogspot.com/2009/11/impacto-ambiental-e-todo- efeito-no-meio.html>. Acesso em 05 jun. de 2011. A Resolução Conama 1/86 estipula que, aqui, no Brasil, a análise dos impactos ambientais deve considerar os seguintes atributos, dados a seguir. • Impactos benéficos ou adversos (expressão: é um atributo que descreve o caráter positivo [benéfico] ou negativo [adverso] de determinado impacto ambiental, levando em consideração o que poderá acontecer para um impacto ambiental ter caráter positivo e negativo ao mesmo tempo). • Impactos diretos ou indiretos (origem: refere-se à causa do im- pacto, se ele é direto - decorre das atividades ou ações realiza- das pelo empreendedor, que poderá ser, por exemplo, uma em- presa que foi contratada - ou indireto – decorre de um impacto direto; são impactos de segunda e de terceira ordem; estes tipos de impactos são mais difusos do que os diretos, manifestam-se em áreas mais abrangentes). • Impactos imediatos, a médio ou a longo prazo (duração: os im- pactos temporários são aqueles que somente se manifestam du- rante uma ou mais fases de um projeto; tendem a desaparecer quando o projeto é desativado, ou seja, cessam quando acaba a ação que os causou. Já os impactos permanentes alteram defini- tivamente um componente do meio ambiente). • Impactos temporários ou permanentes (escala temporal: pode- -se atribuir uma escala de tempo para os impactos ambientais. Impactos imediatos são aqueles que aparecem juntamente com as ações que estão gerando estes impactos; os impactos de mé- dio (meses) e longo (anos) prazos são os que aparecem após um determinado tempo; não são instantâneos como os impactos imediatos). e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente18 • Impactos reversíveis ou irreversíveis (reversibilidade: é uma característica representada pela capacidade de se reverter ou não o dano ambiental, ou seja, o ambiente afetado tem ou não condições de retornar ao seu estado anterior. Um caso de um impacto irreversível seria, por exemplo, a extinção de determi- nada espécie. Um impacto reversível seria o desmatamento de determinada área). • Propriedadescumulativas ou sinérgicas dos impactos (cumula- tividade e sinergismo: refere-se à possibilidade de um impacto ambiental somar ou multiplicar, sendo os cumulativos aqueles que se acumulam no decorrer dos tempos; são resultados de efeitos de combinações entre várias ações). Figura 4: Magali. Fonte: Disponível em: <http://www.webix.com.br/fotos/imagens/cartoons/tmagali-linda.jpg>. Acesso em 5 abr. de 2011. As alterações na natureza derivadas dos desequilíbrios ambientais O aumento da população humana e o progresso tecnológico têm levado a uma exploração cada vez maior dos recursos naturais, gerando, para a Humanidade,que vê o planeta correndo sérios riscos, um grande desafio, que consiste na reflexão sobre o impacto ambiental causado por cada um de nós e que leva em conta desde os recursos naturais que utilizamos até a destinação dos lixos que produzimos. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 19 O impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pelo choque da relação do homem com o meio ambiente; surgiu a partir da evolução huma- na, ou seja, no momento em que o homem começou a evoluir em seu modo de vida. Nos primórdios da Humanidade, o homem mantinha uma relação de submissão com o meio ambiente. Com o passar do tempo, o homem descobriu o fogo, mas o impacto gerado por este era irrelevante para a natureza, depois, passou-se a cultivar alimentos e criar animais, com isto, o impacto ambiental começou a aumen- tar gradativamente. Pois, para plantar e para o gado pastar, era necessário derrubar árvores de determinados lugares, além do mais, a madeira der- rubada servia para construir abrigos mais confortáveis e para a obtenção de lenha. A partir desse momento, começaram a se tornar mais visíveis os impactos ambientais causados pelo homem, como, por exemplo, a alteração em certas cadeias alimentares. Alguns impactos ambientais: • Diminuição da biodiversidade. • Erosão. • Inversão térmica. • Ilha de calor. • Efeito estufa. • Destruição da camada de ozônio. • As chuvas ácidas. • Mudanças climáticas etc. O que fazer para diminuir os impactos ambientais? • Reflorestar as áreas desmatadas. • Criar um processo de despoluição dos nossos rios, córrego etc. • A aplicação do desenvolvimento sustentável. • O uso consciente dos recursos naturais. • Evitar qualquer tipo de poluição. • Conscientizar as gerações futuras sobre a preservação ambiental. • Criar leis que garantam a preservação ambiental etc. Fonte: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/impactos-ambientais>. Acesso em: 5 jan. de 2010. Resumo Os impactos ambientais são provenientes da ação de todas as espé- cies existentes em nosso planeta, mas, principalmente, são ocasionados pela atividade humana, como, por exemplo, o aumento do teor de gás carbônico na atmosfera, conhecido como efeito estufa, a diminuição da camada de ozônio e as chuvas ácidas. Aliados a estes fatores, estão outros que me- recem atenção por alterarem os nossos ecossistemas, que são: a poluição, a desertificação e a extinção de espécies. Estes impactos são decorrentes principalmente do crescimento populacional e do desenvolvimento industrial e tecnológico. É necessário fazer uma avaliação sobre a importância dos impactos ambientais, para classificá-los em impactos ambientais de maior ou de menor grau de importância. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente20 Atividades de aprendizagem Figura 5: Impacto ambiental: queimadas. Fonte: Disponível em: <http://impactoambiental2h.blogspot.com/>. Acesso em: 5 jan. de 2010. 1) Caro aluno(a) do Curso Técnico em Meio Ambiente, como foi estudado o conceito de impacto ambiental, observe a figura 5, que retrata um exemplo claro sobre o assunto em questão. Desta forma, escreva, com suas palavras, o que significa impacto ambiental. Figura 6: Impacto ambiental: mineração. Fonte: Disponível em: <http://www.mgamineracao.com.br>. Acesso em: 5 jan. de 2010. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 21 2) Uma alteração no ambiente pode gerar ou mudar muito o contexto do mundo, como é demonstrado na figura 6. Desta forma, cite exemplos de impactos ambientais que você conhece. 3) Nos dois últimos séculos, tem acontecido um aumento significativo dos impactos ambientais em nosso planeta, gerando, com eles, sérias conse- quências para a vida. A que podemos atribuir este aumento dos impactos ambientais? e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 23 Aula 2 - Os conceitos do processo de avaliação de impacto ambiental Objetivo Conhecer os conceitos básicos para o entendimento de uma avalia- ção de impacto ambiental. Os principais conceitos básicos aplicados aos estudos de avaliação de impactos ambientais e de conservação ambiental são descritos a seguir, de acordo com Miller Júnior (2007). Ambiente: em avaliação de impacto ambiental, o conceito de am- biente define a abrangência dos estudos ambientais, das medidas mitigado- ras ou compensatórias, dos planos e programas de gestão ambiental. Caro(a) aluno(a), observe a figura 7, que mostra um exemplo do bioma cerrado, localizado no Norte de Minas Gerais. Essa figura retrata o cerrado strictu sensu na região de Montes Claros/ MG, onde várias espécies de importância medicinal foram identificadas, como: babosa, carqueja, pau preto, alecrim do campo, entre outras (COSTA, 2010). Figura 7: Cerrado no Norte de Minas Gerais. Fonte: COSTA, 2009. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente24 Impacto Ambiental: alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocados por ação humana. Na figura 5, observamos um exemplo de impacto ambiental: a ex- tração de minerais. Figura 8: Impacto ambiental: mineração. Fonte: Disponível em: <www.carlosbritto.com>. Acesso em: 8 jan. de 2010. Degradação Ambiental: qualquer alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou alteração adversa da qualidade am- biental (FIG. 8). Figura 9: Área do Clube Pentaúrea, Montes Claros, Norte de Minas Gerais. Fonte: Costa, 2010. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 25 Diagnóstico Ambiental: descrição das condições ambientais existen- tes em determinada área no momento presente. Descrição e análise da situação atual de uma área de estudo feita por meio de levantamentos de componentes e processos do meio ambiente físico, biótico, antrópico e de suas interações. Avaliação de Impacto Ambiental: processo de exame das conse- quências futuras de uma ação presente ou proposta. Estudo de Impacto Ambiental: documento integrante do processo de avaliação de impacto ambiental, cuja estrutura e cujo conteúdo devem atender aos requisitos legais estabelecidos pelo sistema de avaliação de im- pacto ambiental, no qual esse estudo deve ser realizado e apresentado. Gestão Ambiental: conjunto de medidas de ordem técnica e geren- cial que visam assegurar que o empreendimento seja implantado, operado e desativado em conformidade com a legislação ambiental e com outras diretrizes relevantes, a fim de minimizar os riscos ambientais e os impactos adversos, além de maximizar os efeitos benéficos. Licenciamento Ambiental: é um instrumento da PNMA (Lei 6.938/81) e um procedimento obrigatório para a implantação de empreendi- mentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efe- tiva e potencialmente poluidoras (Resolução Conama 237/97). Área de Proteção Ambiental (APA): são destinadas à proteção am- biental, visando assegurar o bem-estar das populações humanas e a conser- vação ou a melhoria das condições ecológicas locais. Na figura 8, mostra-se uma APA localizada no Norte de Minas Gerais, com 393.060 hectares; abran- ge toda a bacia hidrográfica do rio Pandeiros, incluindo os municípios de Ja- nuária, Bonito de Minas e Cônego Marinho. É a maior unidade de conservação de uso sustentável de Minas Gerais. Figura 10: APA dorio Pandeiros, Norte de Minas Gerais. Fonte: Bahia, 2009. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente26 Reservas Biológicas: são áreas delimitadas com a finalidade de preservação e proteção integral da fauna e da flora, para fins científicos e educativos, onde é proibida qualquer forma de exploração dos seus recursos naturais. Veja a figura 11, que mostra um exemplo de reserva biológica, lo- calizada no Rio de Janeiro. Figura 11: Reserva Biológica do Tinguá – RJ. Fonte: Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 9 jan. de 2010. Estações Ecológicas: são áreas representativas de ecossistemas brasileiros, destinadas à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Nessas áreas, não há exploração do turismo, como mostra a figura 12, uma reserva biológica localizada no Rio Grande do Sul. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 27 Figura 12: Estação Ecológica do Taim - RS. Fonte: Disponível em: <www.panoramio.com>. Acesso em: 9 jan. de 2010. Parques: são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais; objeto de preservação permanente e sub- metidas às condições de inalienabilidade e de indisponibilidade em seu todo. (FIG. 13). Destinam-se a fins científicos, culturais, educativos e recreativos. São criadas e administradas pelos governo federal, estadual e municipal, visando principalmente a preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem. Figura 13: Parque do rio Preto, Norte de Minas Gerais. Fonte: Bahia, 2009. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente28 Recursos Naturais: a atmosfera; as águas interiores, superficiais e subterrâneas; os estuários; o mar territorial; o solo; o subsolo e os elementos da biosfera; a fauna e a flora. Figura 14: Exemplos de recursos naturais (biótico e abiótico). Fonte: Disponível em: <http://oblogdooda.blogspot.com>. Acesso em: 9 jan. de 2010. Vegetação: de praias e dunas - localizam-se próximas ao mar, sobre areia seca, onde se encontram vegetação rasteira e alguns arbustos (FIG. 15). Figura 15: Florianópolis – Santa Catarina. Fonte: COSTA, 2010. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 29 Resumo Os conceitos das seguintes palavras e expressões: ambiente, im- pacto ambiental, degradação ambiental, diagnóstico ambiental, avaliação de impacto ambiental, estudo de impacto ambiental, gestão ambiental, li- cenciamento ambiental, áreas de proteção ambiental, reservas biológicas, estações ecológicas, parques, recursos naturais e vegetação servem para o entendimento, para observação e para detectar alguns impactos causados no mundo. Posteriormente, servirão para suporte na elaboração de um rela- tório de impacto ambiental. Atividades de aprendizagem Observe a figura 16 e responda. Figura 16: Conscientização do mundo. Fonte: Disponível em: <http://impactoambiental2h.blogspot.com/>. Acesso em: 9 jan. de 2010. 1) De acordo com os conceitos estudados anteriormente sobre ambiente, re- servas, vegetação e parques, dentre outros que fazem parte do nosso ecos- sistema, comente a frase a seguir. “A sua consciência pode ajudar o ambiente”. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente30 2) Como podemos observar a seguir, existe uma variedade enorme de con- ceitos de meio ambiente nas legislações estaduais do Brasil e na Política Na- cional do Meio Ambiente (FIG.17). As definições apresentadas por essas leis, em geral, são bastante abrangentes, sendo difícil o entendimento completo do que vem a ser meio ambiente. Desta forma, pense e diga exemplos de interação entre os meios a seguir. Figura 17: Interação entre os tipos de meio ambiente. Fonte: Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/estudos_ambientais>. Acesso em: 10 jan. de 2010. • Meio físico • Meio biológico • Meio socioeconômico 3) Análise de impacto ambiental: do que se trata? Trata-se de um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, de grande importância para a gestão institucional de planos, programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal. É uma atividade designada para identificar e predizer o impacto de uma ação no meio biogeofísico, na saúde e no bem-estar do homem, e para interpretar e comunicar informação acerca dos impactos. Avaliação de impactos ambientais é um instrumento de política am- biental, formado por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas (MOREIRA, 1985). Agora, faça uma síntese do propósito do texto com suas próprias palavras. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 31 Aula 3 - Agenda Ambiental Mundial Objetivo Conhecer a agenda ambiental mundial A ONU - Organização das Nações Unidas - através da sua Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criou o conceito de De- senvolvimento Sustentável. Trata-se de um modelo que preconiza satisfazer as necessidades presentes sem comprometer os recursos necessários à satisfação das gera- ções futuras, buscando atividades que funcionem em harmonia com a natu- reza e promovendo, acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. Um grande passo para nortear a prática de ações sob esse concei- to foi a elaboração e lançamento da Agenda 21 Global na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, conhecida como ECO-92, realizada em 1992, no Rio de Janeiro. Figura 18: Agenda Ambiental Mundial. Fonte: Disponível em: <http://biancabreal.blogspot.com/2011/03/agenda-21.html>. Acessado em: 07 jul. 2011. A Agenda 21 é um programa de ações para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países, que constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetá- ria, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente32 Na verdade, a Agenda 21 aprovada pelos países tem a função de servir como base para que cada um desses países elabore e implemente sua própria Agenda 21 Nacional, compromisso, aliás, assumido por todos os sig- natários durante a ECO-92. A adoção formal por parte da ONU do conceito de desenvolvimento sustentável parte da criação em 1972 da Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento (WCED), que em 1987 publicou um relatório intitulado “Nosso futuro comum”, também conhecido como o relatório Brundtland. Esse relatório indicou a pobreza nos países do sul e o consumismo extremo dos países do norte como as causas fundamentais da insustentabilidade do desenvolvimento e das crises ambientais. A comissão recomendou a convo- cação de uma conferência sobre esses temas. O desenvolvimento da Agenda 21 começou em 23 de dezembro de 1989 com a aprovação, em assembléia extraordinária das Nações Unidas, de uma conferência sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, como fora recomendado pelo relatório Brundtland, e com a elaboração de esboços do programa, que, como todos os acordos dos estados-membros da ONU, sofre- ram um complexo processo de revisão, consulta e negociação, culminando com a segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e De- senvolvimento, mais conhecida como Rio-92 ou Eco-92, entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, onde representantes de 179 governos aceitaram adotar o programa. A Agenda 21 teve um estreito acompanhamento, a partir do qual foram feitos ajustes e revisões. Primeiro, com a conferência Rio+5, entre os dias 23 e 27 de junho de 1997 na sede da ONU, em Nova Iorque; poste- riormente, com a adoção de uma agenda complementar denominada Metas do Desenvolvimento do Milênio (Millenium Development Goals), com ênfase particular nas políticas de globalizaçãoe na erradicação da pobreza e da fome, adotadas por 199 países na 55ª Assembléia da ONU, que ocorreu em Nova Iorque entre os dias 6 e 8 de setembro de 2000; e a mais recente, a Cúpula de Johannesburgo, na cidade sul-africana entre 26 de agosto a 4 de setembro de 2002. Este termo contou com a assinatura de 179 países. Os temas fundamentais da Agenda 21 estão tratados em 40 capítu- los organizados em um preâmbulo e quatro seções: 1. Preâmbulo Seção I. Dimensões sociais e econômicas 2. Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sus- tentável dos países em desenvolvimento e das políticas internas conexas 3. Luta contra a pobreza 4. Evolução das modalidades de consumo 5. Dinâmica demográfica e sustentabilidade 6. Proteção e fomento da saúde humana 7. Fomento do desenvolvimento sustentável dos recursos humanos 8. Integração do meio ambiente e o desenvolvimento na tomada de decisões. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 33 Seção II . Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento 9. Proteção da atmosfera 10. Enfoque integrado do planejamento e da ordenação dos recur- sos das terras 11. Luta contra o desmatamento 12. Ordenação dos ecossistemas frágeis: luta contra a desertifica- ção e a seca 13. Ordenação dos ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentá- vel das zonas montanhosas 14. Fomento da agricultura e do desenvolvimento rural sustentável 15. Conservação da diversidade biológica 16. Gestão ecologicamente racional da biotecnologia 17. Proteção dos oceanos e dos mares de todo tipo, incluídos os mares fechados e semi-fechados e as zonas costeiras, e o uso racional e o desenvolvimento de seus recursos vivos 18. Proteção da qualidade dos recursos de água doce: aplicação de critérios integrados para o aproveitamento, ordenação e uso dos recursos de água doce 19. Gestão ecologicamente racional dos produtos químicos tóxicos, incluída a prevenção do tráfico internacional ilícito de produtos tóxicos e perigosos 20. Gestão ecologicamente racional dos rejeitos perigosos, incluída a prevenção do tráfico internacional ilícito de rejeitos perigosos 21. Gestão ecologicamente racional dos rejeitos sólidos e questões relacionadas com as matérias fecais 22. Gestão inócua e ecologicamente racional dos rejeitos radioativos Seção III. Fortalecimento do papel dos grupos principais 23. Preâmbulo 24. Medidas mundiais em favor da mulher para atingir um desenvol- vimento sustentável e equitativo 25. A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável 26. Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações in- dígenas e suas comunidades 27. Fortalecimento do papel das organizações não-governamentais associadas na busca de um desenvolvimento sustentável 28. Iniciativas das autoridades locais em apoio ao Programa 21 29. Fortalecimento do papel dos trabalhadores e seus sindicatos 30. Fortalecimento do papel do comércio e da indústria 31. A comunidade científica e tecnológica 32. Fortalecimento do papel dos agricultores Seção IV. Meios de execução 33. Recursos e mecanismos de financiamento 34. Transferência de tecnologia ecologicamente racional, coopera- ção e aumento da capacidade 35. A ciência para o desenvolvimento sustentável 36. Fomento da educação, a capacitação e a conscientização e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente34 37. Mecanismos nacionais e cooperação internacional para aumen- tar a capacidade nacional nos países em desenvolvimento 38. Acordos institucionais internacionais 39. Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais 40. Informação para a adoção de decisões Resumo A Agenda Ambiental Mundial é um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamen- tais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de solu- ções para os problemas sócio-ambientais. Atividades de aprendizagem 1) O que é a Agenda Ambiental Municipal? e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais AULA 1 Alfabetização Digital 35 Aula 4 - Conhecendo a agenda 21 Objetivo Reconhecer os temas fundamentais da Agenda 21 Figura 19: Agenda 21. Fonte: Disponível em: <http://arquivososriosdobrasil.blogspot.com/2011/01/pesquisa-escolar- sobre-recursos.html>> Acesso em 07 jul. 2011. Algumas siglas serão utilizadas no decorrer do texto. Fiquem atentos. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente36 PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PISSQ - Programa Internacional sobre a Segurança dos Produtos Químicos RISCPT - Registro Internacional de Substâncias Potencialmente Tóxicas FISPQ - Fichas Internacionais sobre Segurança de Produtos Químicos OIPC - Organismo Internacional de Pesquisa sobre o Câncer OMI - Organização Marítima Internacional PIC não definida neste capítulo APELL - Conscientização e Preparação para Emergência no Plano Local CESAT - não definida neste capítulo OIT - Organização Internacional do Trabalho OMS - Organização Mundial de Saúde OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos CEE - não definida neste capítulo FAO - Food and Agriculture Organization - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comércio Figura 20: SIGLAS. Fonte: Disponível em: (http://www.ecolnews.com.br/agenda21/). Acesso em 05 jul. de 2011. Agora que sabemos as siglas, vamos discutir um pouco sobre o tex- to. É necessário esclarecer que o texto é um resumo do texto original, para que vocês tenham conhecimento do conteúdo da agenda 21. O capítulo 2, na seção 1 trata da Cooperação Internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável em países em desen- volvimento. Os países em desenvolvimento estão oprimidos pelo endividamento. As propostas da Agenda 21 têm o objetivo de liberalizar o comércio, de fazer com que o comércio e o meio ambiente sejam questões integradas, de fornecer recursos financeiros adequados, de buscar soluções para a dívida internacional e de encorajar políticas macroeconômicas proveitosas para o meio ambiente e o desenvolvimento. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 37 O desenvolvimento sustentável exige crescentes investimentos nos países em desenvolvimento e o uso eficiente de recursos financeiros. Os paí- ses devem remover as barreiras causadas por ineficiência burocrática, enco- rajar o setor privado e promover o espírito empresarial. Combatendo a pobreza Ainda nesta seção, no capítulo 2, a agenda 21 trata do combate à pobreza, que é um problema multidimensional complexo, com origens tanto nacionais como internacionais. Nenhuma solução única poderá ser aplicada globalmente; são cruciais os programas específicos de cada país. A erradi- cação da pobreza e da fome, maior igualdade na distribuição de renda e o desenvolvimento de recursos humanos continuam a ser os principais desafios em toda parte. Todos os países precisam cooperar e compartilhar responsa- bilidades. As propostas da Agenda 21 abrangem as políticas populacionais, cuidados básicos de saúde e educação, os direitos das mulheres e o papel dos jovens, dos povos indígenas e de comunidades locais com o objetivo de habilitar todos os povos a alcançarem meios de vida sustentáveis. Mudando padrões de consumo As propostas da Agenda 21 defendem uma atenção maior a ques- tões relacionadas ao consumo e novas políticas nacionais que estimulem a mudança para modelos sustentáveis de consumo. Outros capítulos da Agenda 21 abordam questões relacionadas, como energia, transporte, rejeitos, instrumen- tos econômicos e transferência de tecnologia ambientalmente saudável. Todos os países, especialmente as nações desenvolvidas, devem se esforçar para promover padrões sustentáveis de consumo. Para que os países em desenvolvimento evitem níveis ambientalmente perigosos de consumo, eles precisarão ter acesso a melhores tecnologias e outrostipos de assistên- cia por parte dos países industrializados. Dinâmica demográfica e sustentabilidade A Agenda 21 propõe que sejam minuciosamente pesquisados os fa- tores populacionais. É necessário que sejam mais profundamente compreen- didas as relações entre dinâmica demográfica, tecnologia, comportamento cultural, recursos naturais e infraestrutura. É preciso ampliar a conscientiza- ção internacional sobre a urgência da questão populacional. A questão populacional deve ser mais amplamente integrada a planejamento, política e tomada de decisões nacionais. Para implementar programas populacionais, os governos, comunidades locais, organizações de mulheres e organizações não-governamentais precisam desenvolver uma es- trutura que permita o envolvimento pleno da comunidade na tomada de e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente38 decisões. Programas e serviços de saúde devem ser desenvolvidos e intensi- ficados para reduzir a mortalidade infantil e materna e permitir que homens e mulheres realizem suas aspirações quanto ao tamanho de sua família. Protegendo e promovendo a saúde humana O desenvolvimento real não é possível sem uma população sadia. Grande parte das atividades de desenvolvimento afeta o meio ambiente de uma forma que frequentemente causa ou exacerba problemas de saúde. Ao mesmo tempo, a falta de desenvolvimento afeta negativamente a saúde das pessoas. As propostas da Agenda 21 focalizam o atendimento das necessida- des básicas de saúde, o controle de doenças transmissíveis, os problemas de saúde urbana, a redução dos riscos para a saúde provocados pela poluição ambiental e a proteção de grupos vulneráveis, como crianças, mulheres, povos nativos e os muito pobres. Entre as ações sugeridas para minimizar os perigos da poluição do meio ambiente, dos locais de trabalho e de moradias individuais estão: • Desenvolvimento de tecnologias para controlar e impedir a po- luição do ar e da água, incluindo a poluição em aposentos; • Limitar o uso de pesticidas; • Melhorar o rejeito de lixo sólido; • Promover a introdução de tecnologias ambientalmente saudá- veis nos setores da indústria e da energia; • Encorajar programas de higiene industrial; • Fiscalizar a poluição sonora; • Estudar os efeitos sobre a saúde da radiação ultravioleta, como resultado do buraco na camada estratosférica de ozônio. Elaborando políticas para o desenvolvimento sustentável A tomada de decisão em muitos países tende a separar fatores eco- nômicos, sociais e ambientais. Os países não podem mais se permitir tomar decisões sem considerar as questões de desenvolvimento e meio ambiente; é necessário fazer uma reforma básica no processo de planejamento. A Agenda 21 propõe a plena integração das questões do meio am- biente e do desenvolvimento na tomada de decisão dos governos em políti- cas econômicas, sociais, fiscais, energéticas, agrícolas, comerciais, de trans- porte e outras. Os governos deveriam também buscar uma participação mais ampla do público. A integração de questões ambientais nas tomadas de decisão de políticas exigirá a coleta mais extensiva de informações e maneiras mais eficientes de avaliar riscos e benefícios ambientais. Técnicas de administra- ção devem ser suficientemente flexíveis para acomodar objetivos múltiplos e necessidades em transformação. As responsabilidades de planejamento e administração devem ser delegadas aos níveis mais baixos da autoridade pú- blica, e os métodos nativos de administração de recursos naturais devem ser considerados, sempre que possível. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 39 As leis e regulamentos específicos de cada país estão entre os mais importantes instrumentos para a transformação de políticas ambientais e de desenvolvimento em ações efetivas, não apenas através dos métodos de “controle e comando”, mas também como uma estrutura de planejamento econômico e aparelhamento de mercados. Protegendo a atmosfera: fazendo a transição energética Para proteger a atmosfera, a Agenda 21 focaliza quatro áreas- -programas: (1) incerteza do conhecimento científico; (2) desenvolvimento sustentável quanto à energia, transportes, indústria e recursos marinhos e do solo; (3) destruição da camada estratosférica de ozônio; e (4) poluição transfronteiriça do ar. As propostas deste capítulo não obrigam qualquer governo a ir além dos dispositivos da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio, de 1987 (segundo as emendas de 1990), ou da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 1992. Para tratar de questões como mudanças do clima, poluição do ar e buraco da camada de Ozônio, é neces- sária uma compreensão científica mais profunda dos variados processos na- turais, econômicos e sociais que afetam a atmosfera ou são afetados por ela. Devem ser promovidas a pesquisa e uma observação mais ampla do clima. Deve haver maior cooperação em: detecção e previsão de mudanças at- mosféricas e avaliação de seus impactos ambientais e sócio-econômicos; identi- ficação de níveis perigosos de poluentes e de gases de efeito estufa; capacitação científica, intercâmbio de dados e informações relacionadas à atmosfera. Algumas práticas de uso de solo e de recursos podem reduzir os soverdouros de gases do efeito estufa e aumentar as emissões atmosféricas. A perda de diversidade biológica pode reduzir a capacidade de recuperação dos ecossistemas, impedindo sua resistência às variações climáticas e aos danos da poluição do ar. As mudanças atmosféricas podem afetar florestas, a biodiversidade, os ecossistemas marinhos e de água doce, e as atividades econômicas como agricultura. A Agenda 21 propõe que sejam adotadas medidas nacionais ade- quadas nas áreas administrativa, social e econômica para incentivar práticas sustentáveis de uso do solo e de recursos. Tais práticas devem: reduzir a po- luição e limitar as emissões dos gases de efeito estufa; conservar os recursos naturais; e propiciar maior capacidade de recuperação diante das mudanças atmosféricas. Sorvedouros e reservatórios de gases do efeito estufa, incluin- do biomassa, florestas e oceanos, devem ter administração sustentável. Uma abordagem integrada do uso de recursos do solo A crescente demanda humana por solo arável, um recurso finito, e pelos recursos naturais que a Terra proporciona, está criando competição e conflitos que resultam na degradação do solo. A solução desses problemas exige uma abordagem integrada do uso do solo, que leve em conta todas as necessidades para que seja feita uma utilização eficaz. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente40 As propostas da Agenda 21 para uso e administração sustentável dos recursos do solo focalizam a tomada de decisões. Integração significa que questões ambientais, sociais e econômicas devem ser consideradas simulta- neamente. Também devem ser levados em consideração o papel econômico das mulheres na agricultura e no desenvolvimento rural, os direitos dos po- vos indígenas e de comunidades locais e a questão das áreas protegidas e dos direitos de propriedade privada. Os governos devem usar as leis, as regulamentações e incentivos econômicos para estimular o uso e administração sustentável dos recursos do solo, dando atenção particular à terra arável. Projetos-piloto devem experi- mentar novos métodos de gerenciamento do solo. Combatendo o desmatamento Os recursos florestais são essenciais, tanto para o desenvolvimen- to como para preservação do meio ambiente global. Usá-los racionalmente pode gerar empregos, ajudar a amenizar a pobreza e fornecer uma valiosa variedade de produtos. O mau gerenciamento de florestas, com o controle inadequado das queimadas, a exploração comercial insustentável de madeira, pastagem ex- cessiva, e os efeitos nocivos dos poluentes levados pelo ar provocam a degra- dação do solo e das fontes de água, perda da vida silvestre e da diversidade biológica e agravamento do aquecimento global. Para apoiar e desenvolver os múltiplos papéise funções econômi- cas, sociais, ecológicas e culturais das árvores, florestas e terras florestais, a Agenda 21 exorta todos os países a fortalecerem suas instituições relacio- nadas às florestas e a melhorarem suas capacidades técnicas e profissionais através de medidas como: • Promover a participação de sindicatos, cooperativas rurais, co- munidades locais, povos indígenas, jovens, mulheres, setor pri- vado, grupos de usuários e organizações não-governamentais nas atividades relacionadas às florestas. • Realizar pesquisas sobre florestas, incluindo a coleta de dados sobre cobertura florestal de áreas adequadas ao florestamento e valores ecológicos. • Apoiar e fortalecer a transferência de tecnologia e o treinamen- to especializado. É necessária ação urgente para salvar as florestas existentes e ex- pandir as áreas sob cobertura florestal e de árvores. Os governos devem criar Programas Nacionais de Ação Florestal para desenvolvimento sustentável de florestas, apoiar a implementação da declaração principal de princípios so- bre florestas (que não é legalmente obrigatório), adotada durante a Cúpula da Terra, e considerar a necessidade de arranjos adequados para promover a cooperação internacional em administração florestal, e a conservação e desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas. Outras propostas incluem: e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 41 • Criar e expandir os sistemas de áreas protegidas. • Promover a administração sustentável de áreas adjacentes a flo- restas. • Executar o replantio e o reflorestamento de áreas montanhosas, terras altas, terras pobres, terras agrícolas e degradadas, terras áridas e semi-áridas e áreas costeiras. • Desenvolver o plantio de florestas para compensar as pressões sobre florestas primitivas ou de antigo crescimento. • Proteger as florestas de poluentes, mineração e cultura nômade. • “Enverdecer” as áreas urbanas. • Reconhecer o papel das florestas como sorvedouros e reservató- rios nacionais de gás carbônico. • Consolidar as informações sobre recursos genéticos e biotecnologia relacionada. Acelerar a ação relacionada ao melhoramento genéti- co e à aplicação da Biotecnologia para desenvolver a produtividade e a tolerância à tensão ambiental através de criação de árvores, tecnologia de sementes e bancos de plasma bacteriológico. A tecnologia ambientalmente saudável, incluindo a biotecnologia, é necessária para todas essas atividades. A sobrevivência das florestas e sua permanente contribuição para o bem-estar humano dependem do reconhecimento dos valores sociais, eco- nômicos e ecológicos de árvores, florestas e solos florestais, incluindo as consequências dos danos causados por sua destruição. Esses valores devem ser levados em conta pelas economias nacionais. As propostas para o uso de florestas de forma a refletir esses valo- res incluem: • Promover e popularizar produtos florestais não-madereiros, como plantas medicinais, tinturas, fibras, borrachas, resinas, forragem, produtos culturais, junco e bambu. • Promover pequenas empresas florestais que apóiem o desenvol- vimento rural e o empreendimento local. • Promover o ecoturismo e o gerenciamento da vida silvestre para gerar renda rural e empregos sem impactos ecológicos negativos. • Usar regulamentações e incentivos econômicos para criar um clima favorável aos investimentos e gerenciamento. • Promover uma colheita mais eficiente de produtos florestais usa- dos como combustível e suprimento de energia. A oferta e a procura de produtos e serviços florestais devem ser estudadas. É também necessário fazer investigação científica sobre os pro- dutos florestais não-madereiros. É necessário ampliar urgentemente a capacidade científica e tec- nológica dos países de monitorarem suas florestas (uma exigência essencial para implementação dos programas da Agenda 21). Os governos e institui- ções devem instalar e/ou fortalecer sistemas de avaliação e observação de florestas, recursos florestais e programas florestais. Isso exigirá novos sis- temas de dados e modelos estatísticos, leitura remota, reconhecimento de solo e outras inovações tecnológicas. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente42 Detendo a expansão de desertos A desertificação afeta a vida de cerca de um sexto da população mundial. É um problema que atinge 70 por cento de todas as terras secas (totalizando 3,6 bilhões de hectares) e um quarto da área total do solo do planeta. Entre os resultados da desertificação estão a pobreza, o declínio da fertilidade do solo e a degradação de terras montanhosas, terras de cultivo alimentadas pelas chuvas e terras irrigadas. A Agenda 21 estabelece que a prioridade no combate à desertifi- cação deve ser a adoção de medidas preventivas para terras que ainda não estão degradadas ou que estão apenas ligeiramente degradadas. Entretanto, não devem ser negligenciadas áreas com degradação acentuada. Para combater a desertificação, os governos devem: • Adotar políticas sustentáveis de uso do solo e administração sus- tentável de recursos aquáticos. • Usar tecnologias agrícolas e pastoris ambientalmente saudáveis. • Executar programas intensivos de florestamento e refloresta- mento, usando espécies de rápido crescimento e grande resis- tência à seca. • Integrar às atividades de pesquisa o conhecimento indígena re- lacionando a florestas, terras florestais, terras montanhosas e vegetação natural. As propostas defendem a erradicação da pobreza e a promoção de meios de subsistência alternativos em regiões áridas e semi-áridas onde os modos tradicionais de sobrevivência, baseados em sistemas agropastoris, são frequentemente inadequados e insustentáveis por causa da seca e da pres- são demográfica. Os governos devem adotar uma abordagem descentralizada da administração dos recursos do solo e criar ou fortalecer organizações rurais e sistemas financeiros rurais. Como o uso do solo e o desenvolvimento são interligados, os planos de ação para combater a desertificação e a seca precisam ser integrados ao planejamento ambiental nacional e aos projetos nacionais de desenvolvi- mento. Os governos precisam fortalecer a capacidade institucional de desen- volver e implementar tais projetos; isso exigirá crescente cooperação e apoio regionais e internacionais. Uma comissão intergovernamental instalada pela Assembléia Geral das Nações Unidas deve elaborar o esboço de uma convenção internacional para combater a desertificação, particularmente na África. Protegendo os ecossistemas de montanhas As montanhas são uma importante fonte de água, energia, mine- rais, produtos florestais, produtos agrícolas e recreação. São celeiros da di- versidade biológica e de espécie ameaçadas de extinção, constituindo-se parte essencial do ecossistema global. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 43 Os ecossistemas das montanhas são extremamente vulneráveis e suscetíveis à erosão do solo, a deslizamentos de terra e perda rápida de habitat ou diversidade genética. A pobreza amplamente disseminada e a expansão das populações das regiões montanhosas resultam em desmata- mento, cultivo de terras marginais, criação intensiva de gado, perda da co- bertura de biomassa e outras formas de degradação ambiental. Aproximadamente 10 por cento dos povos do mundo dependem dos recursos das montanhas. Perto de metade dessas populações é afetada pela degradação das áreas hidrográficas montanhosas. As propostas da Agenda 21 focalizam o aperfeiçoamento do conhe- cimento sobre ecologia e desenvolvimento sustentável de ecossistemas de montanhas; a promoção do desenvolvimento das áreas hidrográficas; e em- prego alternativo para pessoas que têm seu meio de vida ligado a práticas que degradam o meio ambiente das montanhas. Não se conhece o suficiente sobre os ecossistemas das montanhas. A criação de um banco de dados glo- bal é vital para o lançamento de programas que contribuam para o desenvol- vimento sustentável desses ecossistemas.Os países devem criar incentivos para as populações locais se enco- rajarem em práticas conservacionistas; diversificar as economias das áreas de montanhas; estabelecer reservas naturais em regiões ricas em espécies; e identificar as áreas mais vulneráveis a enchentes, erosão, deslizamentos, terremotos, avalanches e outros perigos naturais, bem como à poluição do ar de zonas industriais e áreas urbanas. Atendendo às necessidades agrícolas sem destruir o solo A Agenda 21 focaliza a agricultura sustentável e o desenvolvimento rural como forma de aumentar a produção de alimentos, conservar e reabi- litar a terra. As áreas-programas incluem: • Integrar o desenvolvimento sustentável à política agrícola e ao planejamento – A falta de políticas nacionais para a agricultura sustentável e o desenvolvimento rural, com uma estrutura co- erente, é muito comum e não se limita a países em desenvolvi- mento. As políticas agrícolas precisam ser revistas em função de fatores econômicos como comércio exterior, subsídios e im- postos. Devem ser promovidos o livre comércio e a remoção das barreiras comerciais. As tendências demográficas e os movimen- tos populacionais devem ser levados em consideração. Precisam ser formuladas leis, regulamentações e incentivos que leem a segurança alimentar e a transferência de tecnologias agrícolas adequadas (como armazenamento e distribuição de alimentos). • Garantir a participação do povo – Grupo de mulheres, jovens, povos indígenas, comunidades locais e pequenos agricultores precisam ter acesso à terra, aos recursos de água e de florestas e tecnologias, financiamentos e serviços como marketing, pro- cessamento de distribuição. O investimento em terra deve ser e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente44 promovido através da cessão clara de títulos, direitos e respon- sabilidades; fortalecimento das instituições rurais; fornecimento de treinamento técnico; e incorporação de conhecimento indí- gena ao desenvolvimento da tecnologia agrícola. • Melhorar a produtividade agrícola e diversificar o emprego ru- ral – Devem ser desenvolvidas técnicas como a rotatividade da cultura, a fertilização orgânica e outras envolvendo o uso re- duzido de produtos químicos agrícolas. Entre as propostas de melhoramento da infraestrutura estão redes de financiamentos, unidades de agroprocessamento em pequena escala e centros de serviços rurais. Para impedir que as populações rurais po- bres usem terras marginais, devem ser criadas e desenvolvidas oportunidades de emprego fora da atividade agrícola, como in- dústrias artesanais, utilização da vida silvestre, manufatura leve sediada em vilarejos e turismo. • Planejar o uso dos recursos da terra – Os usos inadequados da terra são as principais causas da degradação do solo e do esgo- tamento de seus recursos. Técnicas para aumentar a produção e conservar os recursos de água e de solo estão disponíveis, mas não são aplicadas de forma ampla ou sistemáticas. As propostas defendem o envolvimento dos agricultores no processo de plane- jamento, na coleta e disseminação das informações sobre os re- cursos da terra e no estabelecimento de órgãos de planejamento agrícola nos níveis nacional e local. • Conservar e reabilitar a terra – A erosão do solo, a salinização, a saturação do solo por excesso de água na superfície e a perda da fertilidade do solo estão crescendo em todos os países. Propõe- -se que até o ano 2000 sejam realizados levantamentos dos re- cursos nacionais da terra detalhando a extensão e a severidade da degradação do solo. • Conservar e usar de forma sustentável os recursos genéticos das plantas – Os recursos genéticos das plantas para a agricultura são uma fonte essencial para o atendimento das necessidades alimentares no futuro. As ameaças estão crescendo, os esfor- ços para promover a diversidade genética não têm pessoal nem fundos suficientes e, em alguns casos, a perda de diversidade nos bancos genéticos é tão grande como a que existe no campo. São necessárias áreas de conservação in situ e coleta e bancos de plasma de germes ex situ. Devem ser encorajados métodos melhores de pesquisa e avaliação dos recursos genéticos das plantas para a agricultura. Devem ser partilhados os benefícios da pesquisa e do desenvolvimento da seleção de plantas e da produção de sementes. • Conservar e usar de forma sustentável os recursos genéticos ani- mais – Há necessidade de mais e melhores produtos animais e de animais resistentes à seca. A existente diversidade de animais de criação deve ser catalogada, as criações em risco devem ser identificadas e estabelecidos programas de preservação, incluin- do o uso de depósito de criogênico de plasma de germe. • Usar de forma integrada o controle e o tratamento de pragas – O uso excessivo de produtos químicos para controlar pragas tem e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 45 tido efeitos adversos sobre a saúde humana, o meio ambiente e os orçamentos agrícolas. O tratamento integrado das pragas – combinando o controle biológico, a resistência das plantas hos- pedeiras e práticas agrícolas adequadas – é a melhor opção para o futuro. Deve ser acompanhado de tratamento apropriado de pesticidas, incluindo rotulagem adequada, além de pesquisa e desenvolvimento de pesticidas que tenham alvos específicos e que se dissolvam em partes constituintes inócuos depois do uso. • Nutrição sustentável de plantas – As plantas que esgotam os nu- trientes do solo causam a perda da fertilidade do mesmo. Para manter a produtividade do solo, as propostas defendem a ampla disponibilidade de fertilizantes e outras fontes nutrientes de plan- tas e o desenvolvimento do tratamento da fertilidade do solo. • Transição de energia nas áreas rurais – Nas áreas rurais dos pa- íses em desenvolvimento, as principais fontes de energia são: a lenha, resíduo de colheitas, adubo e energia humana e animal. Para melhorar a produtividade e gerar renda, as políticas e tec- nologias de energia rural devem promover uma combinação de fontes de energia fósseis e renováveis com eficácia de custos. • Avaliar os efeitos do esgotamento da camada de ozônio – O es- gotamento da camada estratosférica de ozônio que protege a Terra permite que os perigosos raios ultravioletas do sol atinjam a superfície do planeta. Devem ser avaliados os efeitos poten- cialmente nocivos às plantas e animais. Sustentando a diversidade biológica Os objetivos e atividades previstos neste capítulo da Agenda 21 visam também apoiar a Convenção sobre Biodiversidade. Os bens e serviços essenciais do planeta dependem da variedade e variabilidade dos genes, espécies, populações e ecossistemas. Os recur- sos biológicos fornecem alimentação, roupas, habitação, remédios e bem- -estar. Os recentes avanços da biotecnologia, baseados no material genético de plantas, animais e microorganismos, mostram um grande potencial para a agricultura e medicina. Apesar dos crescentes esforços nos últimos 20 anos, a perda de diversidade biológica em todo o mundo continua, principalmente devido à destruição de habitat, excesso de plantio agrícola, poluição e à introdução inadequada de plantas e animais alienígenas. Essa situação representa agora uma série ameaça ao desenvolvimento humano. As propostas da Agenda 21 para a conservação da biodiversidade pedem aos governos que: pressionem pela entrada em vigor, o mais cedo possível, da Convenção da ONU sobre Biodiversidade; promovam os métodos tradicionais e o conhecimento dos povos indígenas e de suas comunidades; partilhem os benefícios dos recursos biológicos, incluindo a biotecnologia, particularmente com os países em desenvolvimento; e desenvolvam estra- tégias nacionais para conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos biológicos e a transferência segura de biotecnologia, em particular para os países em desenvolvimento. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente46 Pesquisas nacionais devem ser realizadas para compilar o inventáriodos recursos biológicos, aperfeiçoar a compreensão científica e econômica, da importância e das funções da biodiversidade e sugerir prioridades para ação. Devem, também, ser avaliados os benefícios e as implicações sociais e econômicas da proteção da biodiversidade. Uma rede global deve monitorar, atualizar e difundir essa informação. Administração ambientalmente sustentável da biotecnologia Os grandes avanços no emergente campo da biotecnologia prome- tem fazer contribuições significativas para o desenvolvimento mundial: me- lhores cuidados de saúde; fortalecimento da segurança alimentar através de práticas agrícolas sustentáveis; melhores suprimentos de água potável; processos industriais mais eficientes para transformação de matérias-primas; apoio para métodos sustentáveis de florestamento e reflorestamento; e eli- minação da toxicidade de rejeitos perigosos. As propostas que constam da Agenda 21 focalizam: • Alimento – A biotecnologia pode aumentar o valor nutritivo de colheitas, rebanhos de gado e cardumes de peixes, e prolongar a durabilidade de alimentos prontos e estocados e de produtos para alimentação animal. Pode, também, melhorar a produção agrícola com técnica de tratamento integrado de pragas, doen- ças e colheitas que eliminem a necessidade de agrotóxicos. • Saúde – A biotecnologia pode ajudar a combater doenças trans- missíveis, com novas e melhores vacinas, drogas, remédios e diagnóstico, podendo, também, detectar poluentes e agentes patogênicos na água potável. • Proteção Animal – A biotecnologia pode ajudar a reabilitar ecos- sistemas e paisagens degradados através do reflorestamento e florestamento, o cultivo de novas variedades de plantas e con- servação do solo; diminuir o volume do lixo através do uso de materiais biodegradáveis; e remover poluentes do meio ambien- te, como vazamentos acidentais de petróleo. A administração sustentável da biotecnologia também preserva a diversidade biológica. Muito do investimento em moderna biotecnologia tem sido feito no mundo industrializado. A biotecnologia oferece novas oportunidades de parcerias globais entre esse países (ricos em especialização tecnológica) e os países em desenvolvimento (ricos em biodiversidade). Salvaguardando os recursos oceânicos Mais de 70 por cento da superfície da Terra é coberta de água. E as atividades dos seres humanos em terra são uma das mais graves ameaças à preservação das riquezas biológicas dos oceanos e áreas costeiras. As propostas da Agenda 21 focalizam as ameaças representadas pela sedimentação, poluição, práticas nocivas de pesca e mudanças climáticas. e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesAvaliação dos Impactos Ambientais 47 Muitas áreas-programas partilham problemas comuns: falta de da- dos, falta de planejamento e administração, falta de coordenação interna- cional e de transferência de tecnologia, e fundos inadequados. Áreas costeiras – Aproximadamente 60 por cento da população do mundo vive dentro de uma faixa de 60 quilômetros de largura ao longo das orlas marítimas. A pesca, a navegação, o comércio e o turismo frequentemente criam problemas que ameaçam o desenvolvimento sustentável: poluição quí- mica e bacteriológica; sedimentos de terras de aluvião; destruição de ha- bitats escoamento de plantas aquáticas; e assentamentos humanos pobres, superpopulosos e insalubres. Zonas Econômicas Exclusivas podem criar áreas onde os Estados administrem o desenvolvimento e a conservação de recursos naturais. Esforços devem ser feitos para criar estoques e planejar e admi- nistrar os recursos costeiros, incluindo ações nas áreas de infraestrutura, habitats, desenvolvimento humano, educação, biodiversidade e atividades econômicas. A cooperação regional é necessária para integrar projetos. As propostas da Agenda 21 focalizam a prevenção de problemas. O desenvolvimento da administração costeira reduzirá a poluição dos oceanos. Protegendo e administrando os recursos de água doce Os recursos de água doce são uma parte indispensável de todos os ecossistemas terrestres. Enchentes e secas, parte do ciclo hidrológico, tornaram-se mais rigorosas em algumas regiões. A mudança do clima global e a poluição atmosférica podem afetar a disponibilidade de água potável e ameaçar os ecossistemas, particularmente em terras baixas das áreas litorâ- neas e das pequenas ilhas. Devem ser garantidos suprimentos adequados de água de boa qua- lidade para toda a população do mundo, preservando ao mesmo tempo os ecossistemas. As atividades humanas precisam se adaptar aos limites da capacida- de da natureza de absorver seu impacto. Têm que ser combatidas as doenças relacionadas à água, que causam um terço de todas as mortes nos países em desenvolvimento. Tecnologias inovadoras são necessárias para utilização plena dos recursos da água doce e para protegê-los da poluição. São necessários planejamento e administração integrados de todos os tipos de recursos da água para solucionar os problemas da crescente e ampla escassez e da gradual destruição desses recursos em muitas regiões. Planos de desenvolvimento racional precisam abranger usos múltiplos, in- cluindo: suprimento de água e saneamento, agricultura, indústria, desenvol- vimento urbano, geração de força hidráulica, pesqueiros fluviais, transporte e recreação, ao mesmo tempo conservando a água e minimizando o desper- dício. O controle de enchentes e do assoreamento deve ser uma prioridade. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente48 Suprimento urbano de água A Agenda 21 propõe um fornecimento de 40 litros de água trata- da por dia, por pessoa; o estabelecimento de padrões de escoamento para efluentes municipais e industriais; e que a coleta, a reciclagem ou o despejo de 75 por cento do lixo sólido das áreas urbanas sejam feitos de forma am- bientalmente sustentável. Áreas rurais – Nas áreas rurais, é preciso alcançar o equilíbrio entre o uso da água para produção sustentável de alimentos e para outros propósi- tos. Tecnologias de economia da água e capacidade administrativa precisam ser desenvolvidas para atender a todas as demandas – desde a criação de gado e pesqueiros até o consumo humano. Novos projetos de irrigação preci- sam ser integrados nesse equilíbrio. Mudança climática global – A mudança climática global pode ter um grande impacto sobre os suprimentos de água doce. Podem mudar zonas inteiras de cultivo; a invasão de água salgada pode ter um impacto intenso sobre aquíferos e áreas costeiras baixas. É preciso pesquisar sobre impactos e planos de contingência. Uso seguro de produtos químicos tóxicos Milhares de produtos químicos são usados em cada aspecto da ati- vidade humana, mas os riscos dessa utilização, a longo prazo, para a saúde e o meio ambiente ainda são desconhecidos. Noventa e cinco por cento da manufatura química envolve apenas 1500 produtos químicos, mas dados cruciais para avaliação de riscos em mui- tos casos não existem. Produtos químicos proibidos em um país por serem considerados perigosos são comumente vendidos e transportados para outros países – em geral, nações em desenvolvimento. Algumas áreas industriais foram brutalmente contaminadas por pro- dutos químicos, resultando em danos à saúde humana, às estruturas gené- ticas e à reprodução humana. A falta de informações e de mecanismos de partilha de informações pode ter um impacto severo sobre a saúde humana, o meio ambiente e sobre as futuras gerações. Entre as propostas da Agenda 21, estão: • É essencial uma melhor avaliação dos riscos. As comunidades e os indivíduos têm o direito de saber quando estão lidando com produtos químicos tóxicos. Aproximadamente cem mil substân- cias químicas são usadas no comércio, mas apenas um pequeno percentual delas foi avaliado, inclusive pesticidas de uso muito comum. • Cerca de 500 produtos químicos devem estar avaliados até o ano 2000 e as informações deverão ser partilhadas internacio- nalmente. Devem ser realizadas pesquisas que levem a métodos melhores de avaliação
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