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24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/13 Aspectos psicológicos do envelhecimento FORNECER SUBSÍDIOS PARA QUE O ALUNO COMPREENDA OS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO E SUAS IMPLICAÇÕES NO CONTEXTO EDUCACIONAL. AUTOR(A): PROF. MARGARETE MOTA AUTOR(A): PROF. MARGARETE MOTA Aspectos psicológicos do envelhecimento 01 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/13 Legenda: AS FASES DO ENVELHECIMENTO O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de modo diferente da criança e do adolescente. Os estudos indicam que a vida adulta é marcada por etapas de estabilidade e transição. Os papéis sociais (profissão, casamento, nascimento de filhos, divórcio, viuvez, etc.) que o indivíduo assume apresentam grande relevância . Os conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo exterior, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas promovem mudanças na estrutura do indivíduo. No que se refere às situações de aprendizagem, essas especificidades da etapa desta fase da vida fazem que o indivíduo traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem. Aspectos psicológicos do envelhecimento 02 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/13 “A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos” (PAPALIA: 2000, P.41) O ciclo de vida na fase adulta corresponde as seguintes etapas: JOVEM ADULTO Nesta etapa que ocorre dos 20 aos 40 anos, aproximadamente: No enfoque psicanalítico de Erikson (1972) a característica principal desse estágio do desenvolvimento psicossocial é a capacidade de estabelecer relações íntimas com outras pessoas. Em contrapartida, a dificuldade de manter essas relações levam ao isolamento. No entanto, para conseguir tais relações, é necessário que o jovem adulto tenha consciência de sua identidade pessoal, pois o casamento é visto como uma ameaça da perda da independência. MATURIDADE OU MEIA IDADE Aspectos psicológicos do envelhecimento 03 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/13 A partir de um comportamento generativo a pessoa é capaz de passar adiante conhecimentos e habilidades. A virtude associada nesse estágio é o cuidado. Os aspectos duradouros da formação de identidade são: liderança e partidarismo versus abdicação da responsabilidade. (MARGIS & CORDIOLI: 2001, P.148) Esta fase vai em média dos 40 aos 60 anos de idade, apresenta alterações importantes nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, no entanto, sempre respeitando as diferenças individuais. Conforme aponta Papalia (2000, p. 41) "As capacidades mentais atingem o auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode declinar, mas melhora em qualidade. Para alguns é o momento do ápice de sucesso profissional e financeiro, para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança na carreira profissional." Do ponto de vista da vida familiar, a dupla função pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse, para outros ainda, a saída dos filhos de casa geram o sentimento da 'sindrome do ninho vazio'. De acordo com os estágios de desenvolvimento de Erikson (1972), neste período a principal característica é a necessidade de cuidar de gerações mais novas e orientá-las, sendo o que Erikson chama de generatividade. Assim como a criança precisa dos cuidados dos adultos, os adultos também precisam cuidar da criança e do jovem para se sentirem úteis nessa fase da vida, caso contrário, surge a sensação de estagnação. AS TAREFAS EVOLUTIVAS DA MEIA IDADE: " - Aceitação do corpo que envelhece; - aceitação da limitação do tempo e da morte pessoal; - manutenção da intimidade; - reavaliação dos relacionamentos; - relacionamento com filhos: deixar ir, atingir igualdade, integrar novos membros; - relação com seus pais: inversão de papeis, morte e individuação; - exercício do poder e posição: trabalho e papel de instrutor; - novos significados, habilidades e objetivos dos jogos na meia-idade; - preparação para a velhice" (MARGIS & CORDIOLI: 2001, p.148) Aspectos psicológicos do envelhecimento 04 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/13 Velho é aquele que tem diversas idades: a idade do seu corpo, da sua história genética, da sua parte psicológica e da sua ligação com a sociedade. É a mesma pessoa que sempre foi. Se foi um trabalhador, vai continuar batalhando; se foi uma pessoa alegre, vai continuar alegrando, se foi uma pessoa insatisfeita, vai continuar insatisfeita; se foi ranzinza, vai continuar ranzinza. (ZIMERMAN: 2000, P. 19 ) VELHICE Nesse ciclo da vida, que no Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso é demarcado a partir dos 60 anos de idade, é uma etapa de grandes desafios, pois há adaptações frente a inumeras perdas: do trabalho, de amigos, do companheiro(a), da autoridade na família. A pessoa percebe mudanças significativas e conforme afirma Zimerman (2000) envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduo. Tais alterações são naturais e gradativas. É importante salientar que essas transformações são gerais, podendo se verificar em idade mais precoce ou mais avançada e em maior ou menor grau, de acordo com as características genéticas de cada indivíduo e, principalmente, com o modo de vida de cada um. A alimentação adequada, a prática de exercícios físicos, a exposição moderada ao sol, a estimulação correta, o controle do estresse, o apoio psicológico, a atitude positiva perante a vida e o envelhecimento são alguns fatores que podem retardar ou minimizar os efeitos da passagem do tempo. Segundo o enfoque de Erikson (1972), nessa etapa é necessário que o adulto tenha resolvido satisfatoriamente todas as crises anteriores, com sentimento de valorização de sua história de vida, sem lamúrias e sentimentos de nostalgia, buscando a partir dessas experiencias, outras possibilidades para resignificar seu momento de vida. Neste sentido haverá integridade e ganhos, caso contrário, a ausência de integridade leva a tristeza e desesperança, em razão da percepção de que o tempo para novas tentativas se torna curto. Esse estágio do desenvolvimento psicossocial, Erikson denominou de integridade versus desesperança. Aspectos psicológicos do envelhecimento 05 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/13 O Brasil está deixando de ser um país de jovens e está entrando em franco processo de envelhecimento. A proporção de idosos(as), que hoje é cerca de 10,8%, passará a 14% (limiar a partir do qual os países são chamados ‘envelhecidos’) por volta de 2018. Em 2050, deverá ser superior a 25% - o que atualmente ocorre apenas no Japão e na Itália. Portanto, chamar o Brasil de país “jovem” não reflete a velocidade de seu envelhecimento populacional e é perigoso: gera uma inércia, a idéia de que isto não deve ser uma preocupação para asociedade e de que políticas públicas pertinentes sejam “coisa do futuro”. Nos próximos 40 anos, prevê-se um crescimento acelerado dessa faixa etária. No Brasil, o aumento da expectativa de vida nas últimas décadas foi espantoso. Em 1945, por exemplo, essa expectativa era de 43 anos. Hoje, é de 73 anos. Ao mesmo tempo houve uma queda significativa da taxa de fecundidade. Aspectos psicológicos do envelhecimento 06 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/13 A IDADE E O TEMPO Ano Expectativa de Vida Motivo 8 mil a.C Homem das Cavernas 20 anos Luta pela sobrevivência 200 d.C Império Romano 22 anos Muitas mortes no parto 1200 – 1400 d.C. Idade Média 33 anos Primórdios da medicina moderna 1800 Revolução Industrial 47 anos trabalho manual; melhora nutricional; saneamento básico e surgimento das primeiras vacinas 1940 Século XX 60 anos Era dos antibióticos. Primeiros centenários 2050 4ª Idade 100 anos Ciência adia a morte Analisando a tabela acima se observa que o grande desenvolvimento tecnológico obtido na área da saúde é, e será o grande responsável por minimizar os efeitos do envelhecimento, pois possibilita a criação de melhores técnicas com relação à prevenção e ao controle das doenças infecto-contagiosas e das enfermidades crônico-degenerativas expandindo a expectativa de vida da população. Diante deste contexto surgem as seguintes questões: Que tipo de formação os futuros profissionais de todas as áreas recebem, para lidarem com esse segmento da população? Que investimentos estão realizando, a fim de que os futuros idosos(as) envelheçam com qualidade de vida, continuando ativos e inseridos na sociedade? O fenômeno do envelhecimento está mais presente no mundo atual e com isso torna-se cada vez mais necessário estudar mecanismos que ajudem essa crescente população a ter uma vida mais digna e de qualidade. A velhice, segundo a gerontologia, é entendida como: Aspectos psicológicos do envelhecimento 07 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/13 (...) um processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que culminam por levá-los à morte. (MEIRELLES: 1997, P.28) (...) é o prolongamento e o término de um processo representado por um conjunto de modificações fisiomórficas e psicológicas ininterruptas à ação do tempo sobre as pessoas. (ARAÚJO: 2001, P.7) A maior parte das características do velho não é peculiaridade de uma faixa etária. Uma pessoa não passa a ter determinada personalidade porque envelheceu, ela simplesmente mantém as características que já possuía antes. Via de regra, um velho chato ou deprimido é um jovem chato e deprimido que envelheceu, assim como um velho alegre e otimista é um jovem alegre e otimista que se encontra em outra etapa da vida. (ZIMERMAN: 2000,P.35) Todos nós, com certeza, temos uma imagem da velhice formada a partir de nossa observação, de nossa vivência ou daquilo que nos é passado pela família e pela sociedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), velhice Aspectos psicológicos do envelhecimento 08 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/13 O processo de envelhecimento acarreta às pessoas, várias perdas significativas que envolvem aspectos biopsicossociais, pois situações como: o surgimento das doenças crônicas deteriorando a saúde, a viuvez, morte de amigos e parentes próximos, ausência de papéis sociais valorizados, isolamento crescente, dificuldades financeiras decorrentes da aposentadoria, dentre outras, afetam de tal forma a auto-estima, que em muitos casos, geram uma crise de identidade (PAPALÉO NETTO: 2002). Embora essas situações sejam vivenciadas de maneira diferente para cada pessoa, é necessário propiciar mecanismos de atenção integral, nesta fase da vida, para que não haja uma repercussão prejudicial para a saúde mental desta pessoa, o que por vezes pode acarretar numa baixa autoestima. É necessário um trabalho para que sejam ajustadas suas relações sociais, com filhos, netos, colegas e amigos, assim como para que sejam criados novos relacionamentos, já que muitos acabaram, e a aprendizagem de um novo estilo de vida é fundamental para que as perdas sejam minimizadas. Aspectos psicológicos do envelhecimento 09 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 10/13 Essa situação se torna ainda mais agravada quando esse idoso(a) não teve oportunidade de ser escolarizado(a), ou seja, a ausência de acesso ao mundo escolar lhe traz privações ainda mais acentuadas, pois o(a) condiciona a uma dependência para realização de tarefas básicas do cotidiano. Sua relação com o mundo é fragilizada, pois o fato de não saber ler e escrever reduz de maneira substancial sua visão de mundo. Baseado neste referencial, o processo de escolarização ampliará essa relação propiciando as condições necessárias para o favorecimento de uma velhice ativa. ATIVIDADE FINAL As modificações psicológicas do envelhecimento também estão relacionadas com a: I. hereditariedade II. história de vida III. atitude de cada pessoa Estão corretas: A. apenas I B. I e II C. II e III D. apenas II E. I, II e III Aspectos psicológicos do envelhecimento 10 / 12 Flavya Nota Correta 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 11/13 De acordo com o enfoque de E. Erikson (1972) sobre o desenvolvimento psicossocial na meia idade, essa fase é denominada de: A. identidade x confusão de papéis B. Intimidade X Isolamento C. Generatividade X Estagnação D. Integridade do ego X Desesperança E. Domínio X Inferioridade Perdas diversas, que vão da condição econômica ao poder de decisão, à perda de parentes e amigos, da independência e da autonomia. São características marcantes em qual período do clico da vida? A. Jovem adulto B. Velhice C. Maturidade D. Adolescência E. Infância Aspectos psicológicos do envelhecimento 11 / 12 Flavya Nota Correta Flavya Nota Correta 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 12/13 REFERÊNCIA ARAÚJO, K. B. G. O resgate da memória no trabalho com idosos: o papel da educação física. 2001. 162 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2001. ERIKSON, E. H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1972. MARGIS, R. & CORDIOLI, A. V. Idade Adulta: meia-idade In.: Eizirik, L. C.; Kapczinski, F & Bassols S. A. M. (org.) O ciclo da vida humana uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed. 2001. 220p MEIRELLES, M.A.E. Atividade física na terceira idade. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. PAPALÉO NETTO, M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 2002. PAPALIA, Diane; OLDS, Sally. Desenvolvimento Humano. 7.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. 2000. ROSA, Merval. Psicologia da idade adulta. Petrópolis, RJ: Vozes. 1982. ZIMERMAN, GUITE I. Velhice: Aspectos Biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed, 2000. Aspectos psicológicos do envelhecimento 12 / 12 24/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 13/13
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