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1 O princípio que leva a propensão de desenvolver doenças vasculares é a diminuição do fluxo sanguíneo nos vasos periféricos dos membros, assim quando os efeitos do fluxo sanguíneos são alterados a necessidade de oxigenação e nutrientes aos tecidos periféricos se mantem a mesma, independente do fluxo que está sendo oferecido, com o aumento da necessidade o que ocorre é exceder o suprimento disponível, ou seja, os tecidos necessitam de mais oxigênio e nutrientes para exercer suas funções e dar conta da demanda necessária a certas atividades, mas com a diminuição de fluxo local periférico ocorre o déficit que leva a isquemia, que gera desnutrição e morte dos tecidos vitais periféricos, caso não ocorra a restauração do fluxo sanguíneo necessário para a demanda. Essa alteração no fluxo desencadeia modificações nas características morfofisiológicas dos vasos sanguíneos, alterações que levam a modificação das características que mantém os vasos intactos, permeáveis e responsivos para controlar a quantidade de oxigênio aos tecidos e realizar a remoção dos produtos provenientes do metabolismo; com a ocorrência da obstrução temos o início da circulação colateral 2 para que o tecido se adapte ao baixo fluxo sanguíneo ofertado. A formação das úlceras se inicia quando ocorre baixa oferta de oxigênio e nutrientes aos tecidos levando a uma isquemia local, com a baixa do fluxo sanguíneo temos a elevação da pressão hidrostática dos capilares, assim consequentemente temos a alteração do processo de filtração efetiva de líquidos para fora dos capilares e acúmulo do mesmo no espaço intersticial com a formação do edema local, com a formação do edema os tecidos edemaciados não recebem os nutrientes necessário, tornando assim o vaso mais propenso a rupturas, lesões e infecções, a falha das valvas venosas dos membros inferiores leva ao refluxo do sangue e aglomeramento Avaliação do Sistema Vascular Periférico O exame físico do sistema vascular é especifico e com o objetivo de detectar alterações e anormalidades que indiquem o aparecimento e desenvolvimento das complicações vasculares, o exame é composto por fases; iniciando basicamente pela inspeção do aspecto, coloração e textura da pele do paciente, sabendo que alterações no fluxo sanguíneo periférico apresentam sinais visíveis, assim alterando a coloração da pele e temperatura, por essa alteração da normalidade a anormalidade teremos a pele fria e pálida e ou esbranquiçamento, rubor com propensão entre 20 segundos a 2 minutos após modificar a posição do membro para a posição 3 pendente, esse sinal é clássico da lesão arterial periférica por constrição e dilatação, e que ao ser elevado modifica a coloração novamente a palidez mesmo com a presença do rubor; assim como pode ocorrer o processo de cianose local pela baixa oferta de O2 ao tecido, todas essas alterações são visíveis no membro ou membros afetados pela isquemia. A avaliação dos pulsos é uma peça chave no determinação da possível obstrução, pois devemos classificar se é presente ou ausente em determinado membro, a sua qualidade e característica, palpando simultaneamente os dois membros na mesma posição e realizar a comparação quanto a simetria, frequência, ritmo e a qualidade; quando detectada a ausência de pulso em um determinado membro temos a evidencia de uma possível obstrução proximal. Outros sinais a ficar atento é a queda de cabelo ou pêlos, unhas quebradiças, pele seca e descamativa, atrofia e ulcerações, edema aparente uni ou bilateral ( causado possivelmente pela dor em repouso intensa e pela permanência na posição pendente) , gangrena como complicação após longo período de isquemia grave e prolongada , o que leva a necrose tecidual. Características da insuficiência arterial e venosa e as úlceras resultantes. 4 • Insuficiência Arterial Na insuficiência arterial a dor se apresenta através da claudicação intermitente aguda, que nada mais é do que a dor pronunciada como câimbras, assim produzidas pela circulação insuficiente nos membros inferiores. Insuficiência que leva um défice de nutrientes aos tecidos e músculos, que quando em repouso não ocorre; essa alteração ocorre apenas durante os movimentos e em pé, essa claudicação provem da má circulação ou de uma doença arterial periférica, ainda podemos observar que a claudicação é inexorável e constante , ou seja, que não cede, não se ameniza e se mantém constantemente, podemos observar também que na insuficiência arterial o pulso é diminuído ou ausente, a pele se apresenta com rubor pendente ,ou seja, quando os membros estão em posição pendente apresenta o rubor pela perfusão e drenagem de fluxo ineficiente, apresenta também palidez ao fazer a elevação dos pés, a pele tem aspecto seco e brilhante, a temperatura da pele é fria, ocorre também a perda de pelos sobre os dedos e dorso do pé e as unhas começam a ficar espessadas e sulcadas. Na ocorrência de úlceras as mesmas se localizam nas extremidades dos dedos dos pés e nos espaços interdigitais dos pés, calcanhares ou outra área de pressão, conforme confinado ao leito, a profundidade acometida pode variar, mas normalmente ocorre no espaço articular levando a reação muito dolorosa, apresenta também o formato circular com a base da úlcera de cor pálida a preta o que indica Gangrena seca, pode 5 ocorrer a presença de edema de perna, mas normalmente de aspecto mínimo, e pode ser amenizado se mantido na posição pendente constantemente assim aliviando a dor. • Insuficiência venosa Na ocorrência da insuficiência venosa a dor se apresenta difusa como se fosse uma cãibra o pulso é presente mas com difícil palpação pois a presença de edema local no local da insuficiência ocorre a pigmentação nas áreas do maléolo Medial e lateral a pele apresenta-se espessado e enrijecida como a coloração azul avermelhada e promovente associado a uma dermatite na ocorrência de úlcera as mesmas se localizam no maléolo Medial raramente na lateral ou na área tibial anterior o nível de dor é associado com a profundidade da úlcera mesmo quando superficial a mesma pode ser dolorosa o aspecto da úlcera apresenta-se superficial a borda da mesma regular o tecido normalmente é desgranulação vermelho vivo a um amarelo fibrinoso na úlcera crônica a qual é de longo prazo no membro acometido se apresenta-se um edema moderado a grave. Exames diagnóstico 1. Exames de Fluxo • Ultrassonografia com Doppler OC: 6 O ultrassom com doppler, também é chamado de ecografia com doppler ou ecodoppler colorido. Assim, ele pode ser solicitado pelo médico em casos de suspeita de estreitamento, dilatação ou oclusão de um vaso sanguíneo. o ultrassom com doppler é realizado através de um aparelho capaz de emitir ondas sonoras, que atingem o tecido e retornam como um eco, que é convertido em imagens É um aparelho manual de ultrassom de ondas continuas, que possibilita ouvir o fluxo sanguíneo nos vasos, através de um sinal continuo nos tecidos do paciente e que são refletidos pelas células sanguíneas em movimento e são captados, assim chamamos de sinal de doppler filtrado e o mesmo é transmitido a um aparelho sonoro, o sinal continuo capta todas as áreas vasculares no trajeto do feixe sonoro emitido. A profundidade é determinada pelos mega-hertz emitidos pelo aparelho, quanto menor a frequência maior a penetração nos tecidos; no caso do exame de avaliação vascular periférica a frequência gira em torno de 5 a 10 Mhz. O paciente deve ser acomodado em decúbito dorsal e elevação da cabeceira entre 20 a 30° e os membros inferiores em rotação externa, ou seja, os pés apontando para fora, como na posição anatômica , para facilitar a audição clara colocamos gelo acústico na pele para que a transmissão da onda de ultrassom sejauniforme a extremidade do transdutor de Doppler é posicionada no ângulo de 45 a 60 graus na localização esperada da artéria E conforme necessário angulada levemente para identificar o fluxo devemos não 7 exercer pressão excessiva no local pois as artérias doentes podem entrar em colapso. O Douglas é usado em combinação com o ITB que é pressão de índice de tornozelo abraço que é a razão entre a pressão sistólica no tornozelo e a pressão sistólica no braço que possibilita indicar e qualificar o grau de estenose assim quando o grau é sempre crescente indica estreitamento e ocorre com isso a diminuição progressiva da pressão sistólica distal aos locais envolvidos. • ITB índice tornozelo- braço: Os amiguinhos se tornou gelo braços nada mais é do que a relação entre a pressão sistólica entre o braço e o tornozelo para realizar esse exame deve se posicionar o paciente em repouso em decúbito dorsal por 5 minutos é aguardar inserir um manguito de aproximadamente 10 cm no tornozelo acima do maléolo assim também identificar um sinal arterial nas artérias tibial posterior dorsal do pé com esses valores é possível obter as expressões históricas Em ambos os tornozelos quando a pressão das artérias não pode ser medida pode-se determinar a pressão na artéria fíbular que também pode ser examinada no tornozelo. Interpretação dos Resultados ( fonte: https://sp.hermespardini.com.br/br/p/198/exame-que-mede-e-205- ndice-tornozelo-braquial--itb--dispone-237-vel-na-unidade- tatuape-233-.aspx) 8 Valores de ITB entre 0,91 e 1,3 são considerados normais Quanto mais baixo o valor do ITB, maior o risco de eventos cardiovasculares Valores de ITB acima de 1,3 ou abaixo de 0,91 são fortes preditores de doença aterosclerótica difusa e entre 0,4 e 0,9 sugerem doença arterial periférica obstrutiva de leve a moderada Em pacientes com ITB < 0,4 não é recomendável o uso de betabloqueadores • Prova de esforço: A prova de esforço conhecida também como teste ergométrico, serve como índice para determinar o tempo em que o paciente consegue caminhar e para medir a pressão arterial sistólica do tornozelo e resposta essa caminhada o paciente caminha em uma velocidade na esteira de aproximadamente 2,5 km por hora com a inclinação de 10% durante o período máximo de cinco minutos os pacientes que conseguem completar a prova com resposta normal Cite uma pequena queda ou ausência de declínio da pressão sistólica no tornozelo após exercício entretanto no paciente com claudicação vascular verdadeira a pressão do tornozelo cai, a combinação dessas evidências possibilita o médico dizer o tipo de intervenção a ser feita. • Ultrassonografia duplex: É um exame que possibilita a obtenção de uma imagem escala de Cinza de modo B dos tecidos 9 órgãos e vasos sanguíneos entre arteriais e venosos e possibilita a estimativa da alteração da velocidade através de um doppler pulsado quando for feita a técnica em fluxo colorido podemos identificar os vasos com problemas em um menor tempo de exame o procedimento ajuda principalmente a determinar o nível e extensão da doença venosa as imagens possibilitam a avaliação do fluxo sanguíneo e avaliação do fluxo dos vasos distais onde se localiza doença e determina a morfologia anatômica e o significado hemodinâmico da placa que está causando estenose os achados duplex ajudam no planejamento da terapia e o monitoramento dos resultados o exame não invasivo e não requer nenhuma preparação do paciente. • Tomografia computadorizada: A tomografia computadorizada fornece imagens transversais dos tecidos moles e visualizar a área das alterações de volume em um membro ou no compartimento onde ocorre as alterações na TC espiral também denominada helicoidal o cabeçote move-se de modo circunferencial ao redor do paciente enquanto este passa através do Scanner que ano uma série de imagens superpostas que são conectados entre si em uma espiral contínua o tempo de obtenção das imagens é curto entretanto o paciente é exposto aos raios X e um agente de contraste é habitualmente injetado para visualizar os vasos sanguíneos com o uso de um software de computador as imagens semelhante a fatias são 10 reconstruídos e imagens tridimensionais que podem ser rodadas e visualizadas de múltiplos ângulos. • Angiotomografia: Exames de Angiotomografia um scanner de tomografia computadorizada helicoidal e uma infusão intravenosa rápida de agente de contratação empregados para gerar as imagens de cortes mais finos da área desejada sendo os resultados configurados entre as dimensões de modo que a imagem seja semelhante a uma angiografia a Angiotomografia da musculatura torácica ou abdominal pode ser realizado usando fatias de um a um e meio milímetros e nos vasos mais finos de 04 a 06 mm para variar pequenos vasos como do cérebro rins membros superiores e inferiores abaixo do joelho. • Angiografia: Pode-se utilizar arteriografia produzido por angiografia para confirmar o diagnóstico de doença arterial oclusiva Quando se considera a necessidade de cirurgia ou outras intervenções para o exame é usado a injeção de um agente de contraste radiopaco diretamente dentro do sistema arterial para visualizar os vasos pode-se demonstrar a localização da obstrução vascular ou de um aneurisma bem como a circulação colateral Normalmente quando injetado o contraste o paciente tem uma sensação de calor média ou pode apresentar uma reação alérgica imediata ou tardia ao iodo contido do agente de contraste qualquer uma dessas reações devem ser relatada imediatamente ao intervencionista. • Angiorresonância magnética: É realizado uma ressonância magnética com scanner comum e com o software especial 11 programado para isolar os vasos sanguíneos as imagens assemelham-se a uma angiografia comum, porém podem ser rodadas e visualizadas de múltiplos ângulos. • Pletismografia a Ar: Esse exame é utilizado para quantificar o refluxo venoso e a injeção da bomba da musculatura da panturrilha as alterações nos volumes da perna são medidas com as pernas do paciente elevada e em decúbito dorsal ou em pé e após o paciente levar os dedos do pé através de um aparelho cheio de alho enrolado ao redor dos pés e das pernas atletismo de afiar fornece informações sobre o tempo de enchimento venoso o volume Veloso funcional o volume ejetado e volume residual o que mostra-se útil na avaliação dos pacientes com suspeita de incompetência avascular ou insuficiência venosa crônica porém também é usado para o diagnóstico de trombose venosa profunda. • Tomografia com contraste (venografia): Esse exame consiste na injeção de um agente de contraste radiopaco no sistema venoso quando a presença de trombo a imagem radiográfica revela um segmento da veia vazio onde normalmente deveria ser cheio o exame geralmente é realizado quando o paciente deve se submeter a terapia trombolítica todavia ultrassonografia duplex é considerada como padrão para o diagnóstico de trombose venosa profunda dos membros inferiores. 12 Plano de Cuidados O plano de cuidados de enfermagem deve ser elaborado sobre evidências e características as quais a lesão apresenta. • Na intervenção arterial podemos tomar as seguintes condutas de cuidados como base: proporcionar maior suprimento de oxigênio e nutrientes aos membros inferiores de pronto devemos manter os membros abaixados inferiormente ao nível do coração, e se possível incentivar exercícios moderados a leve de deambulação e de forma gradativa caso não haja nenhuma restrição previa indicada pelo médico responsável pelo caso, assim com o processo de manter os membros pendentes proporciona o aumento de oxigênio que chegará até as extremidades e vasos , os exercício influenciam no fluxo e auxiliam na circulação colateral, assim buscamosa melhor oxigenação e o processo de diminuição da dor muscular, melhora da aparência da pele e sua coloração , e estabilidade na temperatura, ou seja, aumento do suprimento sanguíneo; pode-se aumentar o suprimento através do posicionamento e elevação da cabeceira do leito ou uso de cadeira reclinada, ou até mesmo em posicionar o paciente sentado com os pés no chão; instruir a caminhar até sentir dor descansar até a dor desaparecer e retomar a deambulação para aumentar resistência; aplicar calor para promover a vasodilatação e o calor pode ser aplicado sobre o abdome com o objetivo de promover essa dilatação em todos os membros inferiores e seus segmentos, 13 evitar a exposição ao frio pois o mesmo produz vasoconstrição, quando o distúrbio é vasospático o calor deve ser aplicado diretamente no local de isquemia; deve-se recomendar a aplicação de loções ou ácidos graxos de cadeia média como forma de prevenção de lesões e medida de hidratação • Na intervenção venosa podemos tomar as seguintes condutas de cuidados como base: elevar os membros acima do nível do coração , quando o objetivo for diminuir a congestão venosa, pois a elevação dos membros realiza descompressão e promove o retorno venoso evitando a estase venosa, com auxílio das valvas unidirecionais; restringir ou diminuir a permanência em posição ortostática parado ou sentado por longo tempo; pois ficar em pé ou sentado muito tempo promove a estase venosa, assim devemos incentivar que ai estar em pé deve sempre deambular, pois a deambulação promove o retorno do fluxo venoso através da bomba muscular pela ativação do musculo gastrocnêmico, assim com os cuidados obtemos o resultado a partir da diminuição do edema e gradualmente aumentando o tempo de deambulação favorecendo ainda mais o retorno venoso e prevenindo a estase. • Há cuidados de enfermagem que podem ser aplicados a ambos os tipos de ulceras, tanto no caso das arteriais como as venosas: procedimentos como manter a temperatura aquecida e evitar calafrios, desencorajar o uso do tabaco, aconselhar sobre as maneiras de evitar transtornos emocionais e controle 14 do estresse, incentivar o uso de roupas e acessórios constritivos. Referências: "TRATADO DE ENFERMAGEM MÉDICO CIRURGICO" capítulo 30 "Avaliação e manejo de clientes com distúrbios vasculares e problemas de circulação periférica"
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