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LIVRO de História 6º ano 1

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85
6º ANO
UNIDADE I: Os Mesopotâmios e as primeiras cidades ......................................... 86
Das aldeias para as primeiras cidades ................................................................... 87
A vida nas primeiras cidades .................................................................................. 89
UNIDADE II: Os Egípcios: a civilização do Nilo ..................................................... 92
A formação do Antigo Império do Egito .................................................................. 93
Viver no Antigo Egito ............................................................................................... 96
UNIDADE III: Hebreus e Fenícios: povos em movimento ...................................... 99
Os Hebreus e a busca pela “Terra Prometida” .................................................... 100
Os Fenícios: os grandes navegantes da Antiguidade .......................................... 103
UNIDADE IV: O Império Persa ................................................................................ 106
A formação e a organização do Império Persa .................................................... 107
UNIDADE V: O Mundo Grego ................................................................................. 111
A formação da civilização grega ........................................................................... 113
Atenas: o berço da democracia grega ................................................................. 115
Esparta: uma polis de guerreiros .......................................................................... 117
O legado cultural grego ........................................................................................ 119
UNIDADE VI: O Mundo Romano ............................................................................ 121
A Monarquia Romana ........................................................................................... 122
Roma: da República ao Império............................................................................ 124 
O fim do Império Romano .................................................................................... 127
86
UNIDADE I: Os Mesopotâmios e as primeiras cidades
Você já parou para pensar que elementos fazem parte de uma cidade, ou como elas 
surgiram e por quantas transformações passaram?
O texto a seguir descreve, sob o ponto de vista da jornalista Daniela Tófilo, a cidade de 
São Paulo:
“De uma pequena vila que não contava com mais de 210 casas a quarta maior cidade 
do mundo. Em pouco mais de 400 anos, São Paulo se tornou uma metrópole. Com mais 
de 10 milhões de habitantes, 2,7 milhões de imóveis, 2018 favelas, 50 mil ruas e mais de 
5 milhões de carros, a capital é uma potência econômica, política e cultural.
Seus moradores, muitos vindos de outras regiões do Brasil, acostumaram-se com o seu 
modo caótico: trânsito, poluição, violência, filas. E se deslumbraram com a diversidade 
de atrações, gente, de gostos espalhados pelos muitos cantos da capital. Vestem todos 
os tipos de roupas. Moram em todos os tipos de casas – dos barracos de madeira às 
mansões nos jardins – e as decoram com todos os tipos de objeto.
Os transportes dos paulistanos estão entre os mais variados: ônibus, trem, metrô, 
carro, moto, bicicleta, carroça, cavalo e até jet-ski. Mas, mesmo com tanta opção, a 
maior parte dos deslocamentos é feita a pé.”
A cidade de todo mundo
Daniela Tófoli. Jornal da Tarde, 25 de jan. de 2004. Caderno E. p. 15.
Imagens representando o contraste entre as moradias e o congestionamento caótico da cidade de São Paulo.
Mas, será que as primeiras cidades possuíam essas características?
Quando, onde e como as cidades surgiram?
Essas e outras questões serão discutidas nessa unidade.
87
DAS ALDEIAS PARA AS PRIMEIRAS CIDADES
Você estudou que durante a Pré História, pouco a pouco os agrupamentos humanos foram 
se fixando em algumas regiões para o cultivo da terra e a criação de animais formando assim, 
as primeiras aldeias.
Com uma alimentação mais diversificada a população dessas aldeias aumentou as áreas 
para o cultivo da terra e a criação de animais.
Para garantir uma produção suficiente de alimentos, novos instrumentos e técnicas 
agrícolas foram desenvolvidas como: o arado puxado por animais, a carroça com rodas, 
ferramentas de metais e um sistema de irrigação.
A ampliação das lavouras trouxe uma abundância de alimentos, no qual uma parte passou 
a ficar excedente, ou seja, se produzia mais alimentos do que o necessário para o consumo. 
Esse excedente agrícola passou a ser trocado com o excedente de pessoas de outras aldeias 
dando origem ao comércio. 
Com todas essas mudanças o trabalho passou a ser dividido, ou seja, cada pessoa ou 
grupo passou a realizar uma atividade. Enquanto uns preparavam a terra e plantavam, outros 
colhiam e comercializavam o excedente agrícola. A especialização do trabalho permitiu 
que outras atividades fossem desenvolvidas como a cerâmica, a metalurgia, a tecelagem e a 
carpintaria. 
Com tantas inovações as sociedades aldeãs foram ficando mais complexas e a organização 
do trabalho passou a ser feita por um líder, o chefe da família mais poderosa. Esse chefe, ao 
dominar outras aldeias, se transformou no rei. 
O rei passou a governar em seu grande palácio e as aldeias que estavam sob o seu domínio 
passaram a ser controladas e fiscalizadas pelos seus funcionários através da cobrança de 
tributos.
A essas mudanças dá-se o nome de centralização do poder. 
Para organizar o convívio entre as pessoas e a cobrança dos impostos, surge a necessidade 
do registro, assim, por volta de 4mil a.C., a escrita foi inventada.
Todas essas transformações indicavam um novo modo de se viver: as aldeias tinham se 
transformado em cidades.
88
1. Complete o esquema a seguir com as expressões do texto que indicam a transformação 
das aldeias em cidades:
2. Segundo estudiosos, as formas mais antigas de escrita foram encontradas na cidade de 
Uruk (onde hoje se localiza o Iraque) e foi desenvolvida pelos sumérios por volta de 4 mil a.C. 
Denominada de escrita cuneiforme, seus registros eram feitos em placas de argila na forma 
de cunha. A escrita é considerada por muitos historiadores como um divisor de tempos. 
a) Qual o período histórico que se inicia depois desse acontecimento?
b) Se fosse para você escolher outro acontecimento que marcasse a passagem desse 
 período, qual você escolheria? Justifique.
 
3. Você se recorda de quando começou a ler e escrever? Conte para os seus colegas como 
foi. O que mudou na sua vida depois que você adquiriu esse conhecimento? Para você, qual 
a importância da escrita?
89
A VIDA NAS PRIMEIRAS CIDADES
As primeiras cidades formaram-se por volta de 4 mil a.C. na região entre os rios Tigre e 
Eufrates conhecida como Mesopotâmia, que em grego significa “terra entre rios”, onde hoje 
está localizado o Iraque.
Por ser uma região bastante fértil, a Mesopotâmia atraiu muitos povos como os sumérios, 
amoritas, acádios, babilônios, hititas, assírios e caldeus que fundaram muitas cidades 
nas quais as principais foram Ur, Assur, Ninive e Babilônia.
Mapa representando a Mesopotâmia
Pela diversidade de povos, a Mesopotâmia era alvo de constantes invasões e guerras por 
disputas das terras mais férteis. Dessa forma, suas cidades eram cercadas com muralhas e 
independentes entre si, ou seja cada uma possuía um governo com leis próprias. 
Chamadas de cidades-estados, pois constituíam unidades políticas autônomas, as 
cidades da Mesopotâmia apresentavam os seguintes aspectos:
• um comércio muito intenso, onde poderia se encontrar nas praças, uma espécie de feiras 
 com uma variedade muito grande de produtos como: peixes, cereais, frutas, tecidos, 
 vasos de cerâmica, perfumes, trabalhos em pedras, metais e joias; 
• templos, chamados de zigurates (prédio alto) onde eram cultuados muitos deuses 
 (politeístas) como o deus do céu An, do arEnlil, da água Enki e a deusa mãe-terra, 
 Ninhursag;
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• uma a sociedade formada por pessoas livres e escravas. A população livre era formada 
 pela elite, (rei e sua família, altos funcionários do governo, os sacerdotes e os grandes 
 comerciantes), pequenos comerciantes, artesãos, escribas e agricultores. Os escravos, 
 que eram prisioneiros de guerra ou por dívidas, representavam uma pequena parcela 
 da população;
• um rei com autoridade política, religiosa e militar que governava com poderes ilimitados.
Entre os principais reis da Mesopotâmia, destaca-se Hamurábi que governou a Babilônia 
entre 1792 a.C. a 1750 a.C. Durante o seu reinado ele conquistou várias regiões criando 
assim o Império Babilônico e para governar uma população tão numerosa e diferenciada 
criou regras e leis que ficaram conhecidas como o Código de Hamurábi.
Esse código continha 282 regras sobre os mais diversos assuntos como: punições, questões 
familiares, herança, escravidão, comércio entre outros. Na maior parte desse código, segue 
o princípio da lei do talião, “Olho por olho, dente por dente”, onde as penas eram impostas 
conforme o crime cometido.
Outro importante rei da Babilônia foi Nabucodonosor que, durante o seu reinado de 
604 a.C. a 561 a.C., realizou várias reformas na cidade tornando-a um importante centro 
comercial do Oriente.
Após a sua morte, o Império Babilônico sofreu diversas invasões, e no ano de 539 a.C. 
os persas (povos da região que corresponde ao atual Irã) conquistaram a Babilônia e outras 
cidades marcando assim o fim da Mesopotâmia.
Lei do talião: punir um crime impondo ao criminoso uma pena com o mesmo valor da 
falta que praticou, por exemplo, punir um assassinato matando o criminoso.
Sacerdote: aquele que tratava dos assuntos religiosos.
91
1. Observe as imagens a seguir e responda as questões:
Representação das cidades mesopotâmicas de Ninive e Babilônia.
a) Identifique algumas características das cidades mesopotâmicas (localização, 
 construções, governo, sociedade, modo de vida das pessoas, templos religiosos, 
 atividades comerciais entre outras).
b) Essas características permanecem nas grandes cidades brasileiras atuais? Quais? O 
 que mudou?
2. Leia algumas leis do Código de Hamurábi e responda as questões:
“(...) Se um homem cegou o olho de um homem livre, o seu próprio olho será cego. 
Se cegou o olho de um escravo, ou quebrou-lhe um osso, pagará metade do seu valor.
Se um homem tiver arrancado os dentes de um homem da sua categoria, os seus 
próprios dentes serão arrancados. (...)
Se um construtor fizer uma casa e esta não for sólida e caindo matar o dono, este 
construtor será morto. (...).”
Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau: 5ª à 8ª série. São Paulo: CENP, 1980. p.53.
a) Contextualize o período em que o documento foi produzido.
b) Explique a lei do talião: “Olho por olho, dente por dente”. Retire um trecho do documento 
 como exemplo.
c) Atualmente, muitas pessoas defendem a aplicação da lei do talião e a justiça com as 
 suas próprias mãos. O que você pensa sobre isso? Explique.
d) Ilustre o documento histórico.
92
UNIDADE II: Os Egípcios : a civilização do Nilo
A civilização egípcia surgiu no mesmo período dos mesopotâmios e também desenvolveu 
formas de escrita, cidades e uma organização político-administrativa chamada Estado.
No entanto, essa civilização apresentou características particulares como a centralização 
do governo na figura do Faraó - o rei supremo do Egito Antigo considerado um deus vivo -, a 
crença na vida após a morte e a construção de grandes túmulos como as pirâmides.
A cidade do Cairo, atual capital do Egito, possui características modernas e antigas. 
Prédios e carros convivem com construções históricas da antiguidade.
Vista panorâmica da cidade do Cairo no ano de 2008.
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93
A FORMAÇÃO DO ANTIGO IMPÉRIO DO EGITO
O Egito antigo se formou no nordeste da África, entre os desertos da Líbia e da Arábia. E 
isso só foi possível porque os egípcios desenvolveram técnicas de represar e utilizar a água 
de um grandioso rio: o Nilo.
O Rio Nilo nasce no lago Vitória, na região central da África, e deságua no Mar Mediterrâneo, 
na costa norte do Egito.
O vale e o delta do rio Nilo eram habitados desde 5 mil 
a.C onde se formaram os nomos, aldeias de pastores e 
agricultores que eram independentes entre si e governados 
por um nomarca, nome dado ao chefe mais poderoso. 
A concentração da população nessa região se deu devido 
à grande quantidade de água e às condições favoráveis 
para o desenvolvimento da agricultura. Todos os anos, 
na mesma época, o Rio Nilo enchia e transbordava. Suas 
águas alagavam vastas áreas e, após algum tempo, o rio 
voltava ao seu tamanho natural. 
Nas partes inundadas ficavam depositadas uma espessa 
camada de húmus, que fertilizava o solo facilitando o 
plantio de legumes, trigo, cevada, linho e papiro (planta que 
servia para fazer uma espécie de papel e para confecção 
de cordas, pequenos barcos e redes).
Mapa representando o Egito antigo
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Por volta de 3500 a.C. muitos nomos foram se unindo se transformando em reinos e o 
os nomarcas em reis. Assim, formaram-se no Egito dois reinos: o Reino do Baixo Egito, ao 
Norte e o Reino do Alto Egito, ao Sul. 
Cerca de 300 anos depois, Menés, que reinava o Alto Egito, conquistou o Baixo Egito, 
unificando os dois reinos sob o seu comando recebendo o título de faraó, termo que significa 
“casa grande” ou “casa real”. 
Segundo historiadores, a partir dessa unificação, os antigos egípcios entram no período 
dos Impérios que está dividido da seguinte forma:
Antigo Império Médio Império Novo Império 
Período de crise
política e invasões 
3200 a.C. 2040 a.C 1580 a.C. 1085 a.C. 30 a.C.
94
Novo Império: período que se iniciou com a 
expulsão dos hicsos e foi marcado por grandes 
faraós, conquistas e guerras: o domínio dos egípcios 
se estendeu para a Mesopotâmia. A partir de 1085 
a.C. a população egípcia e os povos conquistados 
se rebelaram contra a cobrança de impostos 
enfraquecendo o poder do faraó. A partir do século 
VII a.C. o Egito foi invadido pelos assírios (670 a.C.), 
vindos da Mesopotâmia, pelos persas (525 a.C.), 
macedônios (332 a.C.) até se tornar província dos 
romanos em 30 a.C.
Antigo Império: época em que foram construídas 
as pirâmides Quéops, Quefrén e Miquerinos. No final 
desse período o faraó enfrentou várias revoltas por 
parte da população e a ampliação do poder dos 
nomarcas.
Médio Império: o faraó reconquista o seu poder 
e os egípcios expandiram o seu território com a 
conquista da Palestina e da Núbia (sul do Egito e 
parte do atual Sudão). Entre 1750 a.C. e 1580 a.C. 
os hicsos, povo originário da Ásia Central, invadiram 
e conquistaram o Egito.
Delta: terreno de aluvião, de forma triangular na foz ou nas margens dos rios. O Rio Nilo 
ao desaguar no mar, abre vários canis com ilhas entre eles formando um triângulo.
Húmus: matéria orgânica, formada por folhas e plantas que caem naturalmente no rio.
As grandes pirâmides de Gizé.
Afresco representando a invasão dos hicsos, 
século XVII a.C. .
Máscara mortuária de Tutancâmon, 
século XIV a.C.
95
1. Leia o documento a seguir produzido por volta de 1800 a.C.:
“Adoração ao Nilo!
Salve, tu, Nilo!
Que te manifestas nesta terra (...)
E vens dar vida ao Egito! (...)
Ao irrigar os prados (campos) criados por Rá (deus do Sol) ,
Tu fazes viver todo o gado,
Tu –inesgotável– que dás de beber a terra! 
Senhor dos peixes, durante a inundação, 
Nenhum pássaro pousa nas colheitas,
Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, 
Garantindo a prosperidade aostemplos. 
Se paras, a tua tarefa e o teu trabalho 
Tudo o que existe cai em inquietação.”
Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau: 5ª à 8ª séries. São Paulo: CENP,1980. p.55.
a) Com trechos do texto, explique por que a civilização egípcia se desenvolveu às 
 margens do Rio Nilo. 
b) O historiador grego Heródoto escreveu “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Qual a relação 
 do texto com essa afirmação?
2. Observe o esquema a seguir, explique o que ele está representando e identifique a época 
aproximada de cada acontecimento.
Formação dos
nomos
Unificação
do Egito
Formação do Reino 
do Alto e Baixo Egito
96
VIVER NO ANTIGO EGITO
A principal atividade econômica no Antigo Egito era a agricultura. Os egípcios também se 
dedicavam à criação de animais como bois, asnos, patos, cabritos e ao artesanato no qual 
se produziam joias, vasos, vestimentas, barcos, armas, cobre, couro, marfim, bronze e o 
ouro.
O comércio desses produtos era feito nas grandes cidades como Tebas, Mênfis e Tinis, à 
base de trocas, principalmente com outras civilizações como os palestinos, os fenícios e os 
cretenses.
Em geral, essas cidades possuíam bairros para as diferentes camadas sociais. Nos bairros 
ricos ficavam os templos, com estátuas de deuses e repletos de móveis confeccionados em 
ouro e pedras preciosas.
Todas essas atividades eram controladas pelo faraó, o rei supremo do Antigo Egito. 
Considerado um deus vivo, era ele quem ditava as leis, governava o Império, era proprietário 
de grande parte das terras e controlava o exército. Assim, sua autoridade era absoluta, ou 
seja, concentrava todo o poder em suas mãos. 
Abaixo do faraó, a sociedade dividia-se da seguinte forma:
•	 Sacerdotes: eram os senhores da cultura egípcia. Eles tinham como função cuidar das 
 cerimônias religiosas e administrar os bens materiais dos templos. Donos de muitas 
 terras, viviam em palácios luxuosos desfrutando da riqueza proveniente das oferendas 
 do povo.
•	 Funcionários	do	Estado: descendentes das famílias mais importantes do Egito, eram 
 os administradores das províncias ou comandantes dos principais postos do exército. 
 Entre os funcionários do faraó estavam os escribas, que dominavam a escrita e a leitura, 
 cobravam os impostos, organizavam as leis e fiscalizavam os serviços e construções 
 de todo Império. Além dos escribas haviam muitos outros funcionários, dentre eles, o 
 vizir, espécie de primeiro-ministro do faraó que cuidava da administração, da justiça e 
 dos assuntos externos.
•	 Comerciantes: eram aqueles que faziam o comércio dentro e fora do Egito.
•	 Artesãos: eram os trabalhadores urbanos como pedreiros, marceneiros, escultores, 
 ourives, tecelões, ceramistas entre outros.
•	 Soldados: tinham a função de proteger o Império. Muitos deles eram estrangeiros que 
 recebiam lotes de terras como pagamento pelos seus serviços prestados.
97
•	 Camponeses: conhecidos como felás, compunham a maioria da população e 
 trabalhavam na agricultura para pagar os altos impostos. Nas épocas de seca ou entre 
 as colheitas, eram convocados para trabalhar em obras públicas como: construções 
 de represas, diques, barragens, canais de irrigação, estradas, templos e túmulos dos 
 faraós, as pirâmides.
•	 Escravos: em geral, eram prisioneiros de guerra, faziam o serviço doméstico nos palácios 
 dos nobres e também trabalhavam nas pedreiras e minas.
A posição privilegiada dos sacerdotes era devido ao importante papel que a religião 
desempenhava na vida dos antigos egípcios. Desde o mais humilde camponês até o poderoso 
faraó, eram politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses, que representavam forças e 
fenômenos da vida natural. 
O mais importante dos deuses era Rá, considerado pelos egípcios o criador do universo. 
Muitos desses deuses eram representados em forma humana como Osíris (deus da vegetação, 
das forças da natureza e dos mortos); com forma humana e animal como Hórus (corpo de 
homem e cabeça de falcão) ou com forma animal como o deus Anúbis (em forma de chacal).
Outro aspecto da religião dos antigos egípcios era a crença na vida após a morte. Assim, 
desenvolveram técnicas de mumificação, para a conservação de seus corpos e muitos 
faraós empenharam-se na construções de grandes túmulos: as pirâmides. 
Assim como os sumérios, na Mesopotâmia, por volta de 3 mil a.C., os egípcios desenvolveram 
um sistema de escrita denominada hieróglifos, no qual a representação de uma palavra 
poderia ser feita por ideias ou sons. Assim, uma coruja poderia ser o objeto coruja ou o som 
do m. Também desenvolveram formas mais simplificadas dessa escrita como a hierática, 
utilizada pelos escribas e a demótica, de uso popular.
Imagem representando o deus 
Anúbis, considerado o guardião 
dos mortos, durante o ritual de 
mumificação. Ao fundo, detalhes 
dos hieróglifos. Pintura feita em 
Tebas por volta de 1500 a.C.
98
1. Observe a representação da sociedade do Antigo Egito e responda as questões:
a) Identifique as atividades desenvolvidas por cada grupo social.
b) Quais eram os grupos que possuíam privilégios?
c) A sociedade do Egito Antigo foi representada aqui em forma de pirâmide. Por quê?
d) A sociedade brasileira atual também poderia ser representada dessa forma? Quem 
 estaria no topo da pirâmide e quem seria a base? Explique.
2. Construa em seu caderno um quadro comparativo dos mesopotâmios e dos antigos 
egípcios, como o modelo a seguir:
ASSUNTOS MESOPOTÂMIOS EGÍPCIOS
Localização/Período
Economia
Sociedade
Religião
Escrita
99
UNIDADE III: Hebreus e Fenícios: povos em movimento
Você estudou que tanto os mesopotâmios como os egípcios foram povos que se 
desenvolveram em regiões irrigadas por rios, propícias para o desenvolvimento da agricultura.
Há cerca de 2 mil a.C., na região que atualmente corresponde à Palestina, ao Líbano e a 
Síria, se desenvolveram os povos hebreus e fenícios que não dispunham de terras férteis 
para a agricultura e a criação de animais.
Assim, para sobreviverem, viviam em constante deslocamento: os fenícios se deslocavam 
porque tornaram-se grandes comerciantes e os hebreus porque procuravam um lugar para 
se estabelecer.
Mas afinal, como esses povos se desenvolveram?
Vista de Jerusalém, capital de Israel, Estado criado dentro da Palestina para os judeus em 1948.
Cidade de Beirute, atual capital do Líbano, que com uma pequena parte da Síria compunha a Fenícia.
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OS HEBREUS E A BUSCA PELA “TERRA PROMETIDA”
Conhecidos também como judeus ou israelitas, os hebreus percorreram várias regiões 
do Oriente Antigo até se instalarem na Palestina que, segundo a tradição hebraica, era a 
Terra Prometida, ou seja, a Terra que lhes foi dada por Deus. Assim, o nome “hebreu” quer 
dizer “ser em movimento, homem em marcha, atravessador de fronteiras”.
As principais fontes de estudo sobre os hebreus são os textos do Antigo Testamento da 
Bíblia e os vestígios arqueológicos.
Dessa forma, para uma melhor compreensão, estudiosos dividiram a história política dos 
antigos hebreus em três períodos: 
• Governo dos patriarcas: os hebreus viviam ao redor da cidade de Ur, no sul da 
 Mesopotâmia, e por volta de 2 mil a.C. partiram à procura de uma terra com melhores 
 condições para a criação de animais. Guiados por Abraão, se estabeleceram em 
 Canaã, na Palestina (uma estreita faixa de terra cortada pelo rio Jordão) a "Terra 
 Prometida" para os hebreus. Ali permaneceram por quase três séculos organizados em 
 comunidades e liderados por um patriarca. Em 1700 a.C., ocorreu um longo período 
 de seca ocasionando uma falta de alimentos. Como solução, os hebreus mudaram 
 para as terras férteis do delta do Nilo no norte do Egito e ali viveram por quatrocentos 
 anos até que passaram a ser escravizados para trabalharem nas minas e construções 
 egípcias. Por volta de 1250 a.C., conduzidos por Moisés, os hebreus fugiram do Egito 
 em direção a Canaã,episódio que ficou conhecido como Êxodo. Segundo a tradição 
 religiosa hebraica e registros na Bíblia, nessa longa viagem de volta à Palestina, 
 Moisés recebe de Deus os Dez Mandamentos, que se tornaram as leis básicas dos 
 hebreus, e a adoção de uma religião monoteísta, ou seja, a crença em um único Deus, 
 contrariando os costumes de todos os outros povos desse período, que cultuavam 
 vários deuses.
• Governo dos juízes: de volta a Canaã, os hebreus tiveram que enfrentar povos como os 
 filisteus e cananeus que habitavam a região. Dessa forma, passaram a ser governados 
 por juízes, chefes militares que tinham como missão expulsar esses povos da 
 Palestina. Essa luta durou quase dois séculos e terminou com a reconquista da Palestina 
 pelos hebreus. 
101
•	 Governo dos Reis: no século XI a.C. os hebreus adotaram a monarquia como forma 
de governo, pois com o poder centralizado na figura do rei novas invasões seriam 
evitadas. Nesse período, a cidade de Jerusalém se tornou a capital do reino e ocorreu 
um grande desenvolvimento do comércio e inúmeras construções como palácios e 
templos. Por volta de 926 a.C., o povo hebreu foi dividido em dois reinos: ao norte, 
o reino de Israel, com a capital em Samaria e ao sul, o reino de Judá, com a capital em 
Jerusalém. Esse episódio ficou conhecido como o Cisma hebraico. Divididos, os 
hebreus tornaram-se alvos fáceis dos seus vizinhos, e em 722 a.C., os assírios 
conquistaram o reino de Israel. O reino de Judá durou mais tempo até que em 586 a.C., 
foi conquistado pelos babilônios comandados por Nabucodonossor, e os hebreus 
foram levados como escravos para a Babilônia. Esse episódio denominado de 
Cativeiro da Babilônia, durou até 539 a.C., quando os persas conquistaram a 
Babilônia e permitiram que os hebreus retornassem à Palestina, local que passou 
a se chamar Judéia, e seu povo de judeu. A partir daí os hebreus passaram 
por longos períodos sob o domínio de outros povos como os macedônios em 333 a.C., 
e os romanos em 70 d.C. Na luta contra a dominação dos romanos, os hebreus se 
dispersaram para várias partes do mundo formando pequenas comunidades. Essa 
dispersão ficou conhecida a diáspora judaica. 
Durante séculos os judeus não tiveram pátria e nem Estado, mas mantiveram-se como 
nação preservando elementos básicos da sua cultura, língua, religião e o desejo de retornarem 
à Palestina.
Os fundamentos da religião dos hebreus, como a crença em um único Deus e a vinda 
de um Messias, que conduziria os homens à salvação eterna, tornaram-se a base das 
duas maiores religiões da atualidade: o Cristianismo e Islamismo.
Cananeus: povo que habitava Canaã, chamado pelos egípcios de fenícios.
Cisma: divisão, separação.
Diáspora: dispersão, ato de espalhar-se pelo mundo.
Êxodo: saída em massa de um povo.
Filisteus: povo que habitava a terra de Canaã, conhecidos também como “povos do 
Mar”.
Patriarca: líder político do povo hebreu, venerado como se fosse o “pai” da comunidade.
102
1. Identifique o ano e explique os seguintes acontecimentos da história dos hebreus:
Agora, elabore uma linha do tempo em seu caderno e organize os acontecimentos em 
ordem cronológica:
a) Formação da religião monoteísta. f) Êxodo hebraico.
b) O Cisma hebraico. g) Os Dez Mandamentos.
c) Busca da Terra Prometida. h) Diáspora judaica.
d) O Cativeiro da Babilônia. i) Reconquista da Palestina.
e) Formação dos reinos de Judá e Israel. j) Saída de Ur.
Governo dos
Patriarcas
Governo dos
Juízes
Governo dos
Reis
2. Observe o mapa seguinte e responda as questões:
a) O que as setas do mapa indicam?
b) Identifique o acontecimento histórico de cada seta.
c) Qual a relação entre esses acontecimentos históricos e o significado da palavra 
 “hebreu”?
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103
3. Observe o significado das palavras Estado e nação e explique a afirmação seguinte:
Estado: instituição político-administrativa caracterizada por um governo com poderes 
 públicos sobre uma sociedade estabelecida em determinado território.
Nação: sociedade culturalmente formada pela comunhão de elementos como etnia, 
 língua, religião, tradição histórica entre outros.
“Durante séculos os judeus não tiveram um Estado mas, mantiveram-se como nação.”
OS FENÍCIOS: OS GRANDES NAVEGANTES DA ANTIGUIDADE
Por volta de 3500 a.C., os fenícios passaram a ocupar uma estreita faixa de terra situada 
entre o litoral do Mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano. As áreas férteis dessa 
região eram muito pequenas e as altas montanhas impediam que os fenícios adentrassem 
pelo continente. 
Em virtude dessas características territoriais, os fenícios voltaram suas atenções para o 
mar, desenvolvendo ao longo do litoral cidades como Biblos, Sídon, Ugarit e Tiro, que 
funcionavam de modo independente uma das outras e seus habitantes dedicavam- se 
principalmente à pesca e ao comércio marítimo.
Dessa forma, não existiu um reino unificado ou um Império chamado Fenícia, mas sim 
um grupo de cidades-estados, ou seja, cidades autônomas com um governo próprio, 
comandado por um rei com apoio dos sacerdotes, comerciantes e um Conselho de Anciãos.
Na maioria das cidades fenícias a sociedade era formada por um grupo de privilegiados 
que eram os comerciantes marítimos, proprietários de oficinas, funcionários do governo 
e os sacerdotes. O restante da população era composta por artesãos, camponeses, 
pescadores, pequenos proprietários, marinheiros e escravos.
Quanto à religião, os fenícios cultuavam diversos deuses, que eram associados às forças 
da natureza, aos astros e à fertilidade.
O comércio marítimo era a principal atividade econômica dos fenícios e por volta de 1400 
a.C. eles possuíam várias colônias no Mediterrâneo como Chipre, Sicília, Málaca, Cádiz e 
Cartago, na qual funcionavam como centros de armazenamento e locais de venda e compra 
de produtos.
Os fenícios comercializavam seus produtos com os egípcios, mesopotâmios, persas, 
gregos e romanos. Importavam lã, marfim, ferro, estanho, ouro e prata e exportavam o cedro, 
a púrpura (substância de cor avermelhada extraída do molusco múrex abundante no litoral 
fenício, usada pra tingir tecidos), azeite, vinhos, tecidos, cereais, joias, objetos de cerâmicas 
e diversos enfeites.
104
Em suas idas e vindas pelo mundo antigo, os fenícios se tornaram divulgadores de 
hábitos, costumes, conhecimentos e línguas de diversos povos, assim desenvolveram um 
alfabeto fonético de 22 letras (todas consoantes), um sistema de escrita no qual os sinais 
correspondem aos sons e tornava os registros comerciais mais eficientes. Esse alfabeto 
serviu de base para o alfabeto que utilizamos atualmente.
a) Localização.
b) Principais cidades e colônias.
c) Organização social, política e religiosa.
d) Atividades econômicas.
e) Contribuições culturais. 
1. Faça um fichamento sobre os fenícios destacando os seguintes assuntos:
2. Leia com muita atenção o documento a seguir. Depois, enumere a ordem correta das 
ideias principais na forma que estão no documento:
“Os fenícios descarregam as mercadorias, dispondo-as em ordem na praia.
Depois voltam às suas embarcações e fazem sinais de fumaça.
Os nativos vêem a fumaça e, aproximando-se da praia, colocando ao lado das 
mercadorias o ouro que oferecem em troca, retirando-se a seguir.
Os fenícios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se julgarem que a 
quantidade de ouro corresponde ao valor das mercadorias, tomam-no e partem.
Do contrário, regressam aos navios e aguardam. Os nativos voltam e vão acrescentando 
ouro até os fenícios se julgarem satisfeitos.
Nenhuma das partes prejudica a outra, uns não tocando o ouro antes que a quantidade 
deixada lhes pareça corresponder às mercadorias;outros não tocando as mercadorias 
antes dos fenícios levarem o ouro.”
Heródoto, historiador grego do século V a.C. 
Vários autores. Histórias. Brasília: Unb, 1998. 
Autor do texto Heródoto, historiador grego do século V a.C.
Os fenícios, não satisfeitos com a quantidade do ouro, retornam para os seus 
navios.
Tanto os nativos como os fenícios não tocam na mercadoria do outro sem antes 
estarem satisfeitos com o comércio.
Os fenícios examinam a quantidade de ouro deixada pelos nativos.
Os fenícios descarregam as mercadorias na praia para os nativos.
Os fenícios vão às suas embarcações e fazem sinais de fumaça.
a) ( ) 
b) ( ) 
c) ( ) 
d) ( ) 
e) ( ) 
f) ( ) 
105
3. Ilustre, o documento da atividade anterior, em forma de história em quadrinhos.
4. Observe o mapa sobre as rotas comerciais dos fenícios e responda as questões:
a) Explique o significado das palavras exportação e importação e faça uma lista dos 
 produtos importados e exportados pelos fenícios.
b) Justifique as seguintes afirmações com dados do mapa:
 l- Os fenícios foram os grandes navegantes da antiguidade. 
 ll- O governo fenício era descentralizado.
 lll- Os fenícios receberam influência cultural de diversos povos.
 lV- De porto em porto, os fenícios divulgavam a cultura de um povo para outro.
5. Que motivos levaram fenícios e hebreus a viverem em constante deslocamento?
Juntamente com os seus colegas, pesquise nas mais diferentes fontes (revistas, 
jornais, livros, internet) informações sobre os países e a população atual dos antigos 
hebreus e fenícios nos seguintes assuntos:
 a) Localização.
 b) Organização política e econômica.
 c) Aspectos da vida desses povos (sociedade, cultura, religião).
Na sala de aula, discuta a seguinte questão: Que influências dos hebreus e dos 
fenícios podem ser percebidas na vida dessa população atualmente?
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8.
106
UNIDADE IV: O Império Persa
Você estudou que a partir do século VI a.C., os mesopotâmios, egípcios, hebreus e os 
fenícios foram conquistados pelos persas.
Os persas, ao utilizarem a guerra como instrumento de dominação, construíram um dos 
maiores Impérios da Antiguidade.
 Mas afinal, como se formou e se organizou esse Império? 
Como era viver no Império Persa?
Essas e outras questões serão estudadas nos textos e nas atividades dessa unidade.
Ruínas da cidade de Persépolis, uma das capitais do Império Persa, que se localiza no atual Irã.
Cidade de Teerã, atual capital do Irã.
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107
A FORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO IMPÉRIO PERSA
Na Antiguidade, a Pérsia situava-se ao leste da Mesopotâmia em um grande planalto 
desértico e montanhoso que atualmente corresponde ao Irã.
Por volta de 2 mil a.C. medos e persas, povos indo-europeus que ocupavam o planalto do 
Irã, viviam em conflito entre si. Esse conflito durou até 550 a.C., quando os persas, comandados 
por Ciro, dominaram os medos. Após a unificação desses dois povos, iniciou-se um período 
de conquistas: primeiro a Mesopotâmia, depois a Fenícia e a Palestina.
A Pérsia se transformou assim em um grande Império, ou seja, um reino que foi ampliado 
através da dominação de outros territórios e povos.
Entre 529 a 485 a.C., os sucessores de Ciro, Cambíses e Dario I, realizaram novas conquistas 
nas quais o Império se expandiu para o Egito, nordeste da Grécia até o vale do Rio Indo, 
atingindo uma extensão territorial de aproximadamente 5 milhões de Km² como mostra o 
mapa seguinte:
Para cuidar de todos os domínios territoriais, durante o reinado de Dario I, foi desenvolvida 
uma organização administrativa bastante complexa: o Império foi o dividiu em províncias 
chamadas satrapias, e cada uma delas era governada por um administrador denominado 
sátrapa que era encarregado de aplicar a justiça e arrecadar os impostos.
Dario I criou também um sistema de vigilância e controle das suas províncias, onde enviava 
altos funcionários, que eram conhecidos como “os olhos e ouvidos do rei”, para fiscalizar os 
sátrapas.
Mapa representando o Império Persa entre os séculos Vl e V a.C.
108
Diferentemente dos outros Impérios da Antiguidade, a Pérsia não possuía uma única 
capital, mas cinco: Susa, Babilônia, Persépolis, Ecbanata e Pasárgada. Dessa forma, o rei 
se deslocava com sua corte e guarda pessoal para seus palácios construídos nessas cidades.
Para que esse deslocamento fosse possível, foram construídas estradas ligando essas 
principais cidades, e um sistema de correio bastante eficiente. Essas ações, juntamente com 
um sistema de cobrança de impostos, tinham como objetivo manter a unidade do Império. 
Além disso, foi construído um canal para ligar o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, 
que juntamente com a rede de estradas, impulsionou o desenvolvimento do comércio com 
diferentes povos e entre as várias províncias.
Dos povos conquistados era exigido o pagamento de impostos e o fornecimento de 
homens para o exército e construções de obras do Império. Em troca, era permitida a esses 
povos a prática das suas leis, costumes e religião. 
Tudo girava em torno do Imperador persa, que tinha autoridade absoluta. Não era divinizado 
como os faraós egípcios, entretanto, era identificado como o deus do Bem (Ahura-Mazda) e 
senhor da justiça, portanto, desobedecer a lei e o rei significava ofender a própria divindade.
Imagens representando o exército persa e o rei Dario, localizadas nas ruínas do palácio da 
cidade de Persépolis, uma das cinco capitais do Império.
 Abaixo do Imperador havia outros seguimentos sociais como:
•	 Nobres: que eram grandes proprietários de terras e exerciam grande influência no 
 direcionamento dos negócios e sobre os camponeses. 
•	 Sacerdotes: chamados magos, direcionavam a vida religiosa, social e intelectual da 
 sociedade.
•	 Camponeses: constituíam a maioria da população e viviam da agricultura de frutas, 
 cereais e de flores ou eram nômades na planície do Irã.
•	 Escravos: conquistados de guerra.
109
A religião persa era utilizada pelo Imperador como um instrumento de poder sobre a 
população. Inspiradas nas ideias de Zoroastro (628-551 a.C.) ou Zaratustra, a religião persa 
pregava que o Universo era governado por dois deuses, Ormuz (representante do bem) e 
Arimam (representante do mal) que viviam em uma luta permanente.
Segundo o livro sagrado Avesta, esse conflito entre o “Bem” e o “Mal”, duraria até o dia do 
juízo final, quando os mortos ressuscitariam e ocorreria um julgamento: os bons ganhariam a 
vida eterna no paraíso e os maus seriam atirados no fogo do inferno. Mais tarde, essas ideias 
foram incorporadas ao Cristianismo e ao Islamismo. 
O contato comercial e o convívio com tantos povos diferentes fez com que a cultura persa 
sofresse influência dos mesopotâmios, egípcios e os demais povos conquistados. Assim, por 
todo o Império foram difundidos o uso de moedas, o alfabeto fenício, o sistema de irrigação, 
a vida urbana e novas técnicas agrícolas.
O Império Persa durou por quase duzentos anos quando entre 500 e 479 a.C., os persas 
foram derrotados pelos gregos nas Guerras Médicas e enfrentaram revoltas populares.
No ano de 330 a.C. foram conquistados pelos macedônios.
Indo-europeus: povos que se desenvolveram originalmente no planalto do Irã que a 
partir do final do Neolítico se expandiram para regiões da Europa, Pérsia e Índia.
Juízo final: segundo diversas religiões, julgamento a ser realizado por “Deus”, premiando 
os justos e punindo os pecadores.
Províncias: divisão territorial posta sob a autoridade de um delegado do poder central.
1. Identifique no mapa sobre o Império Persa os seguintes assuntos:
a) As civilizações que foram dominadas.
b) As principais cidades.
c) Os países atuais.
110
2. Observe o esquema seguinte:
REI SÁTRAPASFUNCIONÁRIOS DO REI
Agora responda: 
a) O que o esquemaestá representando? Explique.
b) De que forma o esquema contribuiu para que os persas governassem povos de línguas 
 e culturas diferentes?
c) Atribua um título para o esquema.
Organize na Sala de Informática um quadro comparativo dos povos da Antiguidade 
Oriental. Siga o roteiro:
a) Após ligar o computador, clique em INICIARPROGRAMASMICROSOFT 
 WORD. 
b) Clique em INSERIRTABELAS e coloque 6 (seis) COLUNAS e 7 (sete) LINHAS.
c) Acrescente nas colunas e linhas o nome dos povos e os assuntos a serem 
 comparados. Depois complete as informações.
Modelo:
ASSSUNTOS MESOPOTÂMIOS EGÍPCIOS HEBREUS FENÍCIOS PERSAS
Localização / 
Período
Governante
Sociedade
Economia
Religião
Realizações
d) Por último, salve o seu trabalho em menu, ARQUIVO SALVAR e escolha as seguintes 
 opções: no Disco Local (C:); em um Disquete 3 ½ (A:); ou em um Disco Removível (D:). 
 No espaço a seguir, anote o nome do arquivo e o local onde você o salvou:
Nome do Arquivo: ___________________________________________________________
Local onde você salvou: _____________________________________________________
111
UNIDADE V: O Mundo Grego
Nas unidades anteriores vimos que muitos povos da Antiguidade Oriental, entre eles os 
mesopotâmios, egípcios, hebreus, fenícios e persas, sobreviveram da agricultura e do comércio, 
construíram cidades, organizaram formas de governo centralizado no rei, desenvolveram as 
mais diversas crenças religiosas e construíram Impérios por meio da conquista e dominação 
de outros povos.
Nesta unidade, estudaremos parte da história dos povos da Antiguidade Ocidental, como 
os gregos, nas suas diferentes formas de organização e sua influência no nosso modo de 
pensar e viver.
Vista da cidade de Atenas, principal cidade-estado da Antiguidade grega e atual capital da Grécia.
A cidade divide-se entre os monumentos históricos e as construções modernas.
A Grécia atual localiza-se no sul da Europa e é banhada pelos mares Mediterrâneo, Jônico 
e Egeu. O nome oficial desse país é República Helênica, pois os gregos da Antiguidade se 
autodenominavam de helenos, nome referente à região em que se estabeleceram, chamada 
Hélade.
A Antiga Grécia estendeu-se por uma área maior que o território atual, pois além de ocupar 
a parte sul do continente europeu, abrangia a Península dos Bálcãs e a do Peloponeso - 
Grécia Continental ou Peninsular - ilhas dos mares Egeu e Jônico - Grécia Insular - e a 
costa da Ásia Menor - Grécia Asiática.
112
Para estudar a história da Grécia Antiga, pesquisadores costumam dividí-la em períodos 
de acordo com as mudanças nas formas de organização econômica, política e social como 
mostra a linha do tempo a seguir:
Mapa representando a Grècia Antiga no século Vl a.C.
CIVILIZAÇÃO
CRETO-MICÊNICA
PERÍODO
HOMÉRICO
PERÍODO
ARCAICO
PERÍODO
CLÁSSICO
PERÍODO
HELENÍSTICO
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a.C. 
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a.C. 
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a.C. 
•		Civilização Creto-Micênica: período correspondente às sociedades palacianas em 
 Creta e Micenas.
•	 Período Homérico: as principais fontes escritas sobre esse período são a Ilíada e a 
 Odisséia, obras atribuídas ao poeta Homero. A Ilíada trata da Guerra de Tróia, e a 
 Odisséia narra o retorno do herói grego Ulisses após a conquista de Tróia.
•		Período Arcaico: período em que se formaram as cidades-estados e ocorreu a expansão 
 dos gregos por outras regiões.
• Período Clássico: período em que as cidades-estados gregas Atenas e Esparta se 
 destacaram.
•	 Período Helenístico: período em que a Grécia foi conquistada pelos macedônios. As 
 trocas culturais entre os gregos e os orientais deram origem à cultura helenística.
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113
A FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO GREGA
Foi na Ilha de Creta que se desenvolveu o primeiro povoado da Grécia Antiga. Denominados 
de civilização cretense ou minóica, os povos dessa região sobreviviam da agricultura da 
vinha e da oliveira e principalmente do comércio marítimo com cidades da Ásia Menor, do 
Egito e das ilhas no Mar Mediterrâneo e Egeu. 
Todas essas atividades econômicas eram controladas pelos funcionários do rei que, de 
seu palácio, governava toda a população. O rei era chamado de Minos, por isso, a civilização 
cretense recebeu o nome de minóica. 
Um dos palácios mais grandiosos se localizava na cidade de Cnossos e foi lá que surgiu 
a lenda do Minotauro, um animal com cabeça de touro e corpo humano. 
Por volta de 1750 a.C. a ilha foi ocupada pelos aqueus, um povo indo-europeu da Grécia 
Continental, que ao entrar em contato com os cretenses, também construíram palácios, só 
que fortificados e em regiões montanhosas. O palácio aqueu mais grandioso ficava na cidade 
de Micenas, que também era o local onde o rei residia e governava. Assim, a civilização 
fundada pelos aqueus recebeu o nome de micênica.
Entre 1400 a.C. e 1200 a.C., ocorreram invasões dos eólios, jônios e posteriormente dos 
dórios. Os povos eólios e jônios ocuparam a Península dos Bálcãs e se adaptaram ao modo 
de vida dos aqueus. Já, a invasão dos dórios que se fixaram na Península do Peloponeso, foi 
violenta: palácios e cidades foram destruídos, parte da população foi escravizada e o restante 
fugiu para a Ásia Menor e para pequenas ilhas do Mar Egeu.
Após a dominação dos dórios surgiu uma nova forma de organização social: os genos, 
comunidades formadas por membros de uma família e seus dependentes que viviam sob a 
autoridade de um patriarca, o membro mais velho. 
Todos os genos eram governados por um rei com o auxílio de uma assembleia de guerreiros. 
As terras, colheitas e os animais pertenciam a toda comunidade. 
Por volta de 800 a.C. alguns chefes dos genos passaram a acumular riquezas e terras, 
levando a uma divisão da sociedade entre ricos proprietários, pequenos proprietários e 
camponeses. 
Com o passar do tempo, os proprietários de terras se uniram organizando comunidades 
cada vez maiores dando origem às cidades-estados, à qual os gregos deram o nome de 
polis.
As polis eram cidades independentes umas das outras, pois tinham o seu próprio governo, 
moeda e leis. Eram governadas por uma assembleia composta de grandes proprietários de 
terras, que juntamente com a suas famílias, formavam a aristocracia. Somente eles eram 
considerados cidadãos, ou seja, aqueles que possuíam o direito de participar da vida política 
da cidade, do exército e de possuir terras.
114
De modo geral, as polis eram divididas entre uma área rural – onde a população se dedicava 
à agricultura e criação de animais – e uma área urbana formada por praças, edifícios públicos, 
centros comerciais e oficinas de artesãos. Na parte mais alta, chamada de acrópole, ficavam 
os templos dos deuses e os palácios da aristocracia. 
 Entre os séculos VII e VI a.C., parte da população que ficou sem terra e sem trabalho partiu 
para diversas regiões do Mar Mediterrâneo e Negro. Nesses locais fundaram novas cidades, 
as colônias, chamadas pelos gregos de apoíkias, que significa “abrir uma nova casa”.
Com essa colonização, os gregos diversificaram a produção agrícola e artesanal, ampliaram 
as atividades comerciais, o intercâmbio cultural com outros povos, mas também ampliaram 
os conflitos entre as cidades-estados.
Como resultado dessas mudanças, formou-se uma nova classe social a dos hoplitas - 
guerreiros que lutavam a pé, armados com lança, escudo e espada - e aumentou a quantidade 
de escravos.
Nesse período, as cidades-estados mais importantes eram Messênica, Tebas, Mégare, 
Erétria, Atenas e Esparta e, apesar dos conflitos entre elas, possuíam elementos culturais 
comuns como a língua e a crença nos mesmos deuses. 
Em função disso, os habitantes desses locais se reconheciam como gregos e chamavam 
de bárbaros os povos estrangeiros, ou seja, aqueles que não tinham os seus costumes e não 
pertenciam ao mundo grego.
Aristocracia: palavraque em grego significa “governo dos melhores”. Podemos 
chamar de aristocracia um grupo formado por pessoas ou famílias que, por herança 
ou concessão, possuem o poder ou uma série de privilégios sobre as demais pessoas.
1. Construa um mapa conceitual com as seguintes expressões:
acumulo de terras pelos chefes dos genos – polis – autoridade de um patriarca – 
governada pela aristocracia - sociedade dividida: ricos proprietários, pequenos 
proprietários e camponeses - genos
a) Explique o mapa conceitual.
b) Pinte as partes do mapa conceitual que indicam mudança na organização social e 
 política.
c) Atribua um título para o mapa conceitual.
115
2. Observe a imagem seguinte e responda as questões:
Representação da cidade-estado de Atenas na Grécia Antiga.
a) Faça uma descrição da imagem.
b) Identifique na imagem as seguintes partes de uma polis: parte rural, parte urbana, 
 acrópole, moradia da aristocracia e dos pequenos proprietários, camponeses, artesãos 
 e comerciantes.
c) Explique como era a organização política de uma polis.
d) Compare a cidade de Atenas na Antiga Grécia com a cidade de Atenas Atual, que está 
 no início dessa unidade, e registre as mudanças e permanências com relação as 
 construções e divisão dos espaços.
ATENAS: O BERÇO DA DEMOCRACIA GREGA
Atenas foi uma das cidades-estados mais importante da Grécia Antiga. Localizada na 
Ática, península do mar Egeu, foi fundada pelos jônios que ali se estabeleceram de forma 
pacífica, ao lado dos eólios e aqueus.
 Até meados do século VIII a.C., Atenas era governada por um rei que acumulava funções de 
juiz, sacerdote e chefe militar. Com o tempo, o rei foi substituído por um grupo de aristocratas, 
os eupátridas donos de grandes propriedades agrícolas.
O restante da sociedade ateniense era formada pelos demiurgos (artesãos e comerciantes), 
metecos (estrangeiros) e escravos.
À medida que os aristocratas tornavam-se donos da maior parte das terras cultiváveis, os 
pequenos proprietários empobreciam e suas dívidas aumentavam. Diante de tantos abusos, 
grande parte dos atenienses passaram a exigir reformas políticas e sociais.
116
Entre os séculos VII e VI a.C., o governo realizou algumas reformas nas leis, entre elas: o 
fim da escravidão por dívida, distribuição de terras aos camponeses e a divisão da sociedade 
ateniense em classes, com base na renda dos cidadãos.
Foi determinado também que homens livres, com mais de 30 anos e nascidos em Atenas, 
eram considerados cidadãos e podiam participar do governo. Com isso, foi criado uma nova 
forma de governar denominada democracia. Em grego, demos significa povo e kratos poder, 
ou seja, poder do povo.
Assim foi criado a Bulê, conselho formado por quinhentos cidadãos, tanto ricos como 
pobres, que elaboravam as leis para serem votadas na Assembleia do povo; a Eclésia na 
qual todo cidadão poderia participar e o Tribunal popular, a Heliéa, para julgar qualquer tipo 
de causas.
No entanto, o princípio de igualdade política na democracia ateniense não era para todos, 
pois em Atenas, mulheres, jovens, escravos e estrangeiros não eram considerados cidadãos.
A vida das mulheres, pobres ou ricas, estava voltada para cuidar da casa e dos filhos, a 
única diferença é que as ricas deixavam essa tarefa para os escravos ou escravas. 
Em geral, as meninas aprendiam os serviços domésticos com as mães e viviam dentro de 
casa sob a autoridade do pai e, após o casamento, que acontecia por volta dos 15 anos, essa 
autoridade era passada para o marido. Já, os meninos das famílias ricas pagavam professores 
para ensinar a leitura, a escrita, a música, a prática de atividades físicas e a arte de falar em 
público na qual discutiam questões relacionadas à política e a filosofia.
Os escravos eram utilizados nos serviços domésticos, nas oficinas de artesanato, nos 
mercados, portos, escolas, plantações, minas e nas construções. Os estrangeiros não 
possuíam direitos políticos, eram proibidos de comprar terras, pagavam impostos e muitos 
trabalhavam no artesanato ou no comércio. 
A vida na cidade de Atenas era organizada em torno da ágora, uma grande praça pública 
onde os atenienses compravam e vendiam alimentos, cobre, madeira, roupas, artigos de 
cerâmica, joias e da acrópole, onde estava o Paternon, templo da deusa Atena, protetora da 
cidade. 
Eupátridas: os que têm boa ascendência, os bem-nascidos.
Filosofia: do grego philein, “amar” e sophia, “sabedoria”; amor à sabedoria.
117
ESPARTA: UMA POLIS DE GUERREIROS
Esparta localizava-se na Península do Peloponeso, região da Lacônia cercada por 
montanhas, e foi fundada pelos dórios, um povo guerreiro. Dessa forma, a cidade parecia 
um grande acampamento militar.
A partir do século VIII a.C., a sociedade espartana estava dividida da seguinte forma: os 
esparciatas (espartanos), descendentes dos dórios que ocupavam os cargos políticos e 
militares; os periecos, homens livres, que se dedicavam ao comércio e ao artesanato 
urbano e os hilotas, descendentes de povos conquistados, que eram obrigados a servir o 
Estado. 
Enquanto em Atenas se desenvolveu uma forma democrática de se governar, em Esparta 
a organização política foi chamada de oligárquica, pois poucas pessoas participavam da 
política.
Dessa forma, o governo era exercido por dois reis escolhidos pelos membros das famílias 
mais importantes no qual comandavam o exército e tinham funções religiosas. O poder 
político era exercido pela Gerúsia, um conselho de anciãos dos esparciatas que juntamente 
com os reis administravam, elaboravam e julgavam as leis. Os membros da Gerúsia eram 
escolhidos pela Ápela, assembleia formada pelos mais importantes cidadãos espartanos 
maiores de 30 anos. As decisões da Gerúsia era executada pelo Conselho dos Éforos que 
também administrava e fiscalizava a cidade, a população e as ações do rei.
Os espartanos valorizavam a guerra, assim, a educação dos meninos das famílias ricas 
estava voltada para essa prática. Desde pequenos aprendiam a utilizar as armas e praticavam 
exercícios que desenvolviam a agilidade e a resistência à fome, à sede, ao calor e ao frio. 
Ler e escrever era considerado um aprendizado de menor importância. As meninas dessas 
famílias também praticavam ginásticas e jogos com o objetivo de fortalecer o corpo e gerar 
filhos saudáveis. A administração da casa e dos negócios também era função das mulheres.
Ruínas da cidade-estado Esparta, localizada atualmente na Lacônia, município da Grécia.
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118
Oligárquica: em grego oligos significa poucos e arkhe poder, comando, assim é uma 
forma de governo em que um grupo reduzido de pessoas poderosas governam voltados 
para os seus interesses. 
1. Faça um fichamento sobre as cidades-estados de Atenas e Esparta destacando os 
seguintes assuntos: localização, sociedade, forma de governo e educação.
2. Leia os textos seguintes e responda as questões:
TEXTO I: A educação em Atenas
Até os sete anos de idade, as crianças atenienses ficavam em casa, onde brincavam 
e recebiam os cuidados da mãe. A partir de então, os meninos iam para a escola e as 
meninas continuavam em casa. A educação feminina era tarefa das mulheres mais velhas 
da casa – mãe, avó ou a escrava – que ensinavam um pouco de leitura, matemática, 
música, e principalmente afazeres domésticos e manuais como tecer, fiar e cozinhar. Por 
volta dos 15 anos se casavam, com um marido escolhido pelo pai.
 A educação dos meninos era bem diferente e se dividia em duas fases: na primeira, 
dos 7 aos 14 anos, frequentavam a escola para aprender leitura, matemática, poesia, 
história, ciências e a oratória; na segunda fase, dos 14 aos 18 anos, os jovens atenienses 
recebiam ensinamentos militares.
TEXTO II: A educação em Esparta
 Até os sete anos os meninos eram criados pelas mães. A partir de então, passavam a 
viver com os outros garotos em acampamentos do governo onde aprendiam a ler, escrever, 
contar, praticavam esporte, recebiamtreinamento militar e treinavam sobrevivência no 
mato.
 A partir dos 16 anos, passavam por uma série de provas de resistência, força e 
coragem. Aos 20 anos ingressavam no exército, aos 30 anos casavam-se e recebiam 
um lote de terras do governo, acompanhado de um certo número de hilotas. A partir 
dessa idade eram considerados cidadãos, ou seja, podiam votar e ocupar cargos 
públicos. Eles serviam o exército até os 60 anos. As mulheres também faziam exercícios 
físicos, participavam de lutas e demais atividades esportivas. Com isso, estavam sendo 
preparadas para ser mães de filhos fortes e saudáveis, pois essa era a sua principal 
função.
Alfredo Boulo Junior. História sociedade & cidadania. São Paulo: FTD, 2006. p. 160.
119
a) Compare a educação dos homens atenienses e espartanos apontando as semelhanças 
 e diferenças.
b) As mulheres, tanto de Atenas como de Esparta, possuíam um papel fundamental na 
 vida de seus filhos. Que papel era esse?
c) A educação dos atenienses e a dos espartanos tinha a mesma finalidade? Justifique.
d) Atualmente, a nossa educação possui alguma semelhança com as dos atenienses e 
 espartanos? Justifique.
O LEGADO CULTURAL GREGO
Do século V ao século IV a.C., período clássico da história grega, muitas cidades gregas, 
principalmente Atenas, atingiram um grande desenvolvimento econômico e intelectual, pelo 
fato de reunirem artistas e intelectuais que se destacaram na área da arquitetura, da escultura, 
do teatro, da filosofia e da história. 
Grande parte da literatura, escultura e da pintura grega era inspirada em temas religiosos e 
da mitologia, na qual representavam deuses, heróis, personagens míticos cenas de batalhas 
e da vida cotidiana. 
Os deuses eram homenageados também em festas e a mais famosa eram os jogos 
olímpicos. Realizados de 4 em 4 anos, esses jogos apresentavam várias modalidades 
esportivas como a corrida a pé ou com carros puxados por cavalos, lutas corporais e o 
arremesso de disco e dardo. Essa grande festa grega aconteceu pela primeira vez no ano de 
776 a.C. na cidade de Olímpia.
As peças de teatro eram na sua maioria apresentadas ao ar livre e encenavam histórias 
trágicas e cômicas que provocavam pavor, pena e risos nos espectadores.
Esculturas e pinturas do Período Clássico: a primeira é um vaso com cenas de corridas, 
a segunda representa o principal deus grego Zeus e a terceira Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia.
120
Filósofos gregos como Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles 
(384-322 a.C.), desenvolveram pensamentos na intenção de ajudarem as pessoas a 
entenderem o mundo em que viviam e melhor se relacionarem com outras pessoas e a 
natureza. Assim propunham perguntas como: Como surgiu o homem e o mundo? Como 
devemos viver? 
Os gregos foram os primeiros povos do Ocidente a registrarem por escrito a sua própria 
História, iniciada pelo pensador e pesquisador Heródoto (484-425 a.C.) que é considerado o 
“pai da história”. Através de suas viagens pelo Egito, Pérsia, Itália e várias regiões da Grécia, 
Heródoto produziu textos sobre batalhas, costumes populares e a vida cotidiana, que foram 
reunidos no seu livro chamado História. 
O crescimento e a expansão econômica e cultural das cidades gregas provocaram disputas 
por rotas comerciais e mercados com outros povos da Antiguidade, entre eles os persas. 
Conhecidos como medos, persas e gregos, entre 499 a 475 a.C., se enfrentaram no conflito 
que ficou conhecido como Guerras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas. 
Esse conflito terminou com a vitória dos gregos no entanto, gerou uma disputa 
entre as cidades gregas de Esparta contra o domínio de Atenas. Durante 27 anos 
(431- 404 a.C.) ocorreram batalhas de gregos contra gregos na chamada Guerra do 
Peloponeso. 
Vitoriosos desse conflito, os espartanos procuraram impor o seu domínio sobre as outras 
cidades gregas que sob o comando da cidade de Tebas, reagiram e derrotaram o poderoso 
exército de Esparta.
As cidades gregas, depois de tantos anos de guerras internas, estavam enfraquecidas e 
não puderam resistir ao domínio do exército macedônio comandado por Alexandre Magno, 
o Grande, no ano de 334 a.C. Da Grécia, os macedônios conquistaram a Pérsia, a Fenícia, 
a Mesopotâmia, o Egito e parte do Oriente, construindo um dos maiores impérios de toda 
Antiguidade: o Império Macedônico. 
A expansão macedônica foi responsável pela difusão da cultura grega desde o Egito ao 
extremo Oriente, com isso, costumes, línguas e crenças se misturaram dando origem a uma 
nova cultura, o helenismo. 
Com a morte de Alexandre em 323 a.C., o Império Macedônico foi dividido entre os seus 
principais comandantes e mais tarde, no século II a.C., os macedônios foram dominados 
pelos romanos.
Mitologia: conjunto de narrativas baseadas em tradições que procuram explicar o 
universo, a origem dos seres humanos e os fenômenos naturais.
121
UNIDADE VI: O Mundo Romano
Assim como os gregos, os romanos constituíram uma civilização na Antiguidade que 
influenciou profundamente nossa forma de vida e nossos costumes. Muitas das nossas 
palavras são de origem do latim, a língua falada pelos romanos, assim como muitos valores 
e princípios legais.
Dessa forma, a cultura romana é considerada clássica, pois se tornou um modelo para a 
muitas sociedades.
Vista panorâmica da cidade de Roma, atual capital da Itália, a partir da Praça de São Pedro no Vaticano.
Vista panorâmica da parte antiga da cidade de Roma.
Roma está situada na península Itálica, uma longa faixa de terra em forma de bota, próxima 
ao mar Mediterrâneo, Adriático e Tirreno. Sua posição geográfica favoreceu o desenvolvimento 
do comércio marítimo e o contato com diversos povos.
Assim, ao longo de mil e trezentos anos, entre os séculos VIII a.C. e V d.C., Roma passou 
de uma simples aldeia de pastores para o centro de um grande Império da Antiguidade, 
com domínios no norte da África, por quase toda Europa e parte da Ásia.
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122
Para estudar a história da Roma Antiga, costuma-se dividí-la em períodos de acordo com 
as mudanças nas formas de organização política, como mostra a linha do tempo a seguir:
●•	 Monarquia: Início da formação de Roma em que os governantes eram reis.
●•	 República:	Durante esse período, Roma se tornou uma República, palavra que deriva 
 do latim res pública, coisa pública, sistema político que visa servir o interesse da 
 coletividade. 
●•	 Império: Com as conquistas territoriais iniciadas na República, Roma se tornou o 
 centro de um Império. Esse período também ficou marcado por uma grande crise social, 
 política e econômica, e principalmente pelas invasões de povos bárbaros no final do 
 século V d.C..
Bárbaros: tanto os romanos como os gregos da Antiguidade, consideravam bárbaros 
todo povo que não falava a sua língua, não praticava a sua cultura e estava localizado 
fora de suas fronteiras.
A MONARQUIA ROMANA
Através dos vestígios encontrados em Roma, estudiosos revelam que a península Itálica 
foi povoada por diversos povos em diferentes regiões e tempos. 
Por volta do século X a.C. a região central da península foi ocupada pelos italiotas, povos 
da Europa oriental, que dividiram-se em diversos grupos como os latinos e sabinos. Esses 
povos fundaram várias aldeias de pastores e agricultores, dentre elas Roma.
Dois séculos depois, os etruscos, povos provenientes da Ásia, ocuparam a parte noroeste 
da península e conquistaram a região central, transformando a aldeia romana em cidade.
MONARQUIA REPúBLICA IMPÉRIO
753
a.C.
509
a.C.
27
a.C.
476
Nascimento
de Cristo
1
123
Depois dos etruscos, os gregos, no período de expansão territorial, fundaram várias 
colônias na parte sul da península.
Após a transformação de Roma em cidade, foi adotada a monarquia como forma de 
governo. Assim, os romanos passaram a ser governados por reis com auxílio de um Senado 
e da Assembleia Curial.
O rei era o chefe militar e religiosoassim, podia declarar guerras, administrar a justiça e 
comandar os principais rituais religiosos. No entanto, seus poderes eram limitados, pois suas 
ações eram fiscalizadas pelo Senado - formado por cidadãos idosos que faziam parte das 
principais famílias romanas – e pela Assembleia Curial – composta por soldados. O Senado 
também possuía a função de elaborar as leis e a Assembleia Curial de julgá-las e de eleger 
altos funcionários. 
Nesse período, a sociedade romana estava dividida da seguinte forma:
•		Patrícios: formavam a aristocracia romana, pois descendiam das primeiras famílias que 
 fundaram Roma. Eram considerados os cidadãos e podiam ocupar os altos cargos 
 na política, na administração pública, na religião e no exército. Além disso, eram os ricos 
 proprietários de terras, rebanhos e escravos. 
•		Plebeus: formavam a maioria da população e eram homens e mulheres livres que se 
 dedicavam ao artesanato, ao comércio e aos trabalhos na agricultura e criação de 
 animais. No geral, trabalhavam para os patrícios e não tinham participação na política. 
•		Clientes: grupo formado por pessoas pobres, estrangeiros e escravos libertos que 
 prestavam os mais diversos serviços aos patrícios em troca de proteção e sobrevivência.
•		Escravos: pessoas endividadas ou prisioneiros de guerra que trabalhavam tanto no 
 comércio como no campo. Na Monarquia a quantidade de escravos era pequena. 
Durante o período monárquico, muitas obras públicas foram realizadas em Roma: 
como a construção de casas e muralhas e ampliação de ruas e praças. No entanto, essa 
modernização beneficiou somente os patrícios, causando um descontentamento muito 
grande entre os plebeus que passaram a exigir melhores condições de vida, participação na 
política e no exército. A cidade de Roma acabou se tornando palco de muitas revoltas. 
Diante dessa situação, o rei passou a permitir que somente plebeus enriquecidos 
assumissem funções militares. Essa atitude desagradou os patrícios que, em 509 a.C., 
afastaram o rei etrusco Tarquínio, o Soberbo, do poder e criaram uma nova forma de governo: 
a República.
Senado: em latim, a palavra senado deriva de senex que significa homem velho.
124
ROMA: DA REPúBLICA AO IMPÉRIO
A palavra “república”, em latim, significa coisa pública, isto é, que pertence a todos. 
Entretanto, essa nova forma de governo não atendeu a maioria da população romana, pois os 
novos donos do poder de Roma, os patrícios, organizaram o governo republicano de forma a 
ocuparem os mais altos cargos políticos.
Assim, o governo republicano era formado por dois cônsules que governavam auxiliados 
pelo Senado, magistrados e assembleias. Os dois cônsules eram escolhidos pelo Senado e 
tinham a função de executar as decisões tomadas por esse órgão. 
Os senadores eram nomeados pelos magistrados que estavam divididos em: pretores, 
que aplicavam a justiça; censores, que realizavam o censo, ou seja, contavam o número de 
cidadãos e quanto possuíam de bens; edis, responsáveis pelo segurança, abastecimento e 
conservação das cidades e questores, que cuidavam da arrecadação dos impostos. Todos 
os cônsules, senadores e magistrados eram patrícios.
Havia, ainda, as Assembleias que contavam com a participação de plebeus, mas 
controladas pelos patrícios.
Descontentes com a pouca participação política, os plebeus promoveram revoltas e 
obtiveram inúmeras conquistas como mostra o quadro seguinte:
•	 Tribuno da Plebe (493 a.C.): formada somente por plebeus, tinha o poder de impedir 
 qualquer decisão desfavorável à sua camada social.
•	 Leis das Doze Tábuas (450 a.C.): primeiro conjunto de leis escritas que valia para 
 patrícios e plebeus.
• Lei da Canuleia (445 a.C.): permitia o casamento entre plebeus e patrícios.
• Lei Lucínia (367 a.C.): proibia a escravidão por dívidas e permitia que plebeus ricos 
 ocupassem qualquer cargo político.
Durante os conflitos entre patrícios e plebeus, os romanos já dominavam toda a península 
Itálica e partir do século III a.C. passaram a disputar o mar Mediterrâneo com os outros povos.
Entre 264 a 146 a.C. os romanos travaram três guerras contra os cartagineses, povo da 
cidade de Cartago, localizada ao norte da África fundada por fenícios. Esses conflitos ficaram 
conhecidos como as Guerras Púnicas (pois os cartagineses eram chamados de punis pelos 
romanos). 
Vitoriosos nas três guerras, os romanos passaram a controlar quase todas as regiões em 
torno do mar Mediterrâneo, ampliando seus domínios à Macedônia, Grécia, Síria, Gália (atual 
França), Portugal, Egito, Ásia Menor, Britânia (atual Inglaterra) e outras regiões.
125
A partir do século I a.C., os romanos tinham dominado o comércio, a agricultura, a 
mineração, o artesanato, enfim, todas as atividades econômicas desenvolvidas pelos povos 
no Mar Mediterrâneo que passou a ser denominado de mare nostrum, ou seja, “nosso mar”.
Os territórios conquistados eram transformados em províncias de Roma, suas riquezas 
eram exploradas ao máximo e os prisioneiros de guerra eram transformados em escravos.
As conquistas possibilitaram a formação da classe social dos cavaleiros, que enriqueceram 
com o comércio e os impostos cobrados das áreas sob o seu domínio. Ocorreu também um 
aumento da população de escravos em Roma causando um desemprego em massa dos 
plebeus.
A grande quantidade de escravos ocasionaram várias revoltas, principalmente pelas 
péssimas condições de vida e maus tratos em que eram submetidos. A maior delas ocorreu 
em Roma sob a liderança do escravo Espártaco.
Além do problema com os escravos, a República Romana, enfrentou um superpovoamento 
de suas cidades, principalmente de plebeus que retornavam das guerras empobrecidos, 
fazendo com que formassem um grande número de pessoas sem trabalho.
A fim de conter os problemas internos, os irmãos Tibério e Caio Graco, pertencentes ao 
Tribuno da Plebe, tentaram promover reformas sociais entre os anos de 133 a 122 a.C.
Dentre essas medidas estavam a reforma agrária, que limitava o tamanho das 
propriedades rurais e propunha a distribuição de terras para camponeses pobres através 
da desapropriação das grandes propriedades dos patrícios. Essas propostas sofreram forte 
oposição dos patrícios no Senado e os irmãos Gracos acabaram sendo assassinados. 
Nesse período, o governo romano novamente entra em uma crise social: os conflitos entre 
patrícios e plebeus se intensificam e explodem revoltas de escravos e dos povos conquistados 
por várias regiões de domínio romano.
Na tentativa de solucionar essa crise, em meados do século I a.C., o Senado aumenta 
para três o número de cônsules, todos chefes militares. A República Romana implantava o 
Triunvirato (palavra que em latim significa “junta de três homens”) e o primeiro foi organizado 
em 60 a.C. pelos generais Pompeu, Crasso e Júlio César.
Pompeu ganhou prestígio por suas vitórias na Sícilia, Península Ibérica (onde atualmente 
se localizam os territórios de Portugal e Espanha) e na África. Crasso morreu em uma guerra 
de conquista na Ásia, e Júlio César, juntamente com sua legião, conquistou a Gália (atual 
França).
Com a morte de Crasso, Júlio César (100-44 a.C) tornou-se o único governante de Roma, 
assumindo os poderes de cônsul, tribuno, sumo sacerdote e supremo comandante do 
exército. 
A fim de ganhar apoio popular, promoveu diversas reformas como a criação de novas 
colônias para a ocupação da plebe, concessão de cidadania romana aos povos conquistados 
e determinou que os grandes proprietários de terras empregassem uma certa quantidade de 
trabalhadores livres.
Descontentes com essas medidas, os patrícios conspiraram contra César que foi 
assassinado em 44 a.C., a punhaladas em pleno Senado.
126
Após a morte de César, seus defensores organizaram um Segundo Triunvirato formado 
por Otávio, que governava o Ocidente, Marco Antônio, o Oriente e Lépido a África.
Assim como aconteceu com César, Otávio acumulou poderes e títulos como o de princeps 
senatus (chefe do Senado ePrimeiro Cidadão), Augusto (sagrado), procônsul (principal 
comandante militar), pontífice máximo (chefe religiosos) e principalmente o de Imperador de 
Roma.
Dessa forma, Otávio Augusto, como passou a ser chamado, tornou-se o primeiro Imperador 
de Roma. Era o fim da República e o início de outro período da história romana: o Império. 
 Durante o seu governo (de 27 a 14 a.C.), Otaviano Augusto realizou novas conquistas, 
dentre elas a região da Palestina, e procurou manter a paz nos territórios conquistados 
estabelecendo a chamada pax romana que se prolongou por mais duzentos anos.
A fim de diminuir o descontentamento de plebeus, escravos e povos conquistados, criou 
teatros (com apresentações de peças de comédia), circos (onde aconteciam corridas de 
cavalos atrelados a carros de combates), anfiteatros (destinados às lutas de gladiadores), 
termas ou banhos públicos, rede de esgoto, aquedutos e estradas.
Essas medidas faziam parte da chamada “política do pão e circo”. Utilizada desde o 
período republicano, essa política consistia na realização de grandes espetáculos a céu 
aberto gratuitos e na distribuição de trigo, ingrediente básico para a produção do pão. Assim, 
grande parte da população que vivia na miséria esquecia dos problemas cotidianos.
Durante esse período, Roma viveu uma grande fase na economia tornando-se a capital do 
mundo antigo e o centro comercial entre as diferentes partes do Império.
SACANNEAR 
IMAGEM
 “Maquete de Roma Antiga” 
Livro:Projeto Araribá – 5 série 
Página 189
Maquete da antiga cidade de Roma no Período Imperial
Foi durante o Império que nasceu Jesus Cristo, na Palestina, uma das províncias romanas. 
Sua história pode ser encontrada na Bíblia, no Novo Testamento. Contam as Sagradas 
Escrituras que aos 30 anos, dizendo ser o messias esperado, Jesus Cristo começou a 
percorrer as cidades, pregando o amor, a paz, a igualdade entre os homens, a ressurreição e 
a vida eterna aos bons e a crença em um único Deus.
Essas ideias não foram vistas com bons olhos pela autoridade romana, e durante o reinado 
do Imperador Tibério (14-37 d.C.), Jesus foi acusado de traidor, agitador e blasfemo e acabou 
sendo condenado à pena máxima romana: a crucificação.
127
Nem mesmo a sua morte fez com que os seus ensinamentos ficassem esquecidos, pois, 
através de seus apóstolos e seguidores, eram transmitidos para diversos povos do Império. 
A proposta dos seguidores de Jesus Cristo, que ficaram conhecidos como cristãos, era de 
uma religião universal.
Os cristãos, durante muito tempo, foram perseguidos pelos romanos, pois não participavam 
das cerimônias oficiais do Império, não cultuavam o Imperador, não aceitavam o politeísmo 
e não prestavam serviço militar.
Essa perseguição só teve fim quando o Imperador Constantino concedeu liberdade de 
culto a todos os povos cristãos através do Edito de Milão assinado em 313 e no século IV, 
com o Imperador Teodósio (346-395), o cristianismo se tornou a religião oficial do Império.
O FIM DO IMPÉRIO ROMANO
A partir do século III, o Império Romano começou a enfrentar uma séria crise política, 
econômica e social, decorrente das disputas pelo poder entre generais e senadores, má 
utilização do dinheiro público, falta de mão-de-obra escrava (decorrente da diminuição das 
conquistas) e uma diminuição na produção agrícola.
Outro fator que contribuiu para aumentar ainda mais essa crise foram as invasões das 
fronteiras do Império por povos bárbaros que eram na sua maioria, de origem germânica, 
como os alamanos, burgúndios, francos, godos, ostrogodos, saxões, suevos, vândalos e 
visigodos. Esses povos se deslocaram em direção ao sul da Europa penetrando na fronteira 
à procura de terras férteis. 
De cultura tribal e seminômade, dedicavam-se na maior parte do tempo à agricultura, ao 
pastoreio e à guerra. Muitos já agiam como aliados dos romanos incorporados aos seus 
exércitos.
Durante o século V, essas invasões se tornaram incontroláveis, principalmente quando os 
hunos (povos guerreiros da Mongólia, leste da Ásia), promoveram saques e matanças por 
onde passavam, o pressionando os germânicos a adentrarem cada vez mais na fronteira do 
Império.
Ao mesmo tempo em que ocorriam essas invasões, as cidades do Império eram abandonadas 
e grande parte da população se estabelecia no campo nas grandes propriedades rurais. 
Assim, parte de tudo que era produzido, destinava-se aos donos das terras que, em troca, 
davam proteção e moradia aos trabalhadores. Esse sistema de trabalho ficou conhecido 
como colonato.
A fim de conter as invasões, em 395, o Imperador Teodósio dividiu o Império Romano 
em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano 
do Oriente, com a capital em Constantinopla (cidade construída onde antes era Bizâncio, 
antiga colônia grega).
O Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver por aproximadamente mais mil anos, 
até 1453. Já, o Império Romano do Ocidente, não resistiu: em 476, os hérulos, um dos povos 
bárbaros, invadiram e conquistaram Roma. Seu chefe, Odoacro, assumiu o poder com o 
título de rei de Roma.
128
Esse acontecimento provoca a queda do Império Romano do Ocidente e, segundo muitos 
historiadores, marca também o fim da Antiguidade e o início da Idade Média.
A Divisão do Império Romano no ano de 395 d.C.
Apóstolos: nome dado aos seguidores de Jesus Cristo para divulgar a sua mensagem; 
discípulos.
Blasfemo: que ofende a divindade ou religião.
Desapropriar: privar da posse de propriedade ou de sua terra.
Província: territórios conquistados fora da península Itálica e eram governados por 
magistrados romanos que deviam pagar impostos. Em geral, a cultura e a organização 
administrativa do local conquistado era preservada. 
Reforma Agrária: conjunto de medidas que tornam a propriedade, a posse e o uso da 
terra acessível a um número maior de pessoas ou famílias.
1. Faça um fichamento em seu caderno sobre os períodos monárquico, republicano e imperial 
romano destacando os seguintes assuntos:
a) Organização do governo. d) Guerras e conflitos.
b) Divisão da sociedade. e) Conquistas dos plebeus.
c) Transformações em Roma. f) Mudanças territoriais.
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2. Faça em seu caderno o quadro a seguir e complete as informações:
FORMAS DE GOVERNO O QUE MUDOU O QUE PERMANECEU
Da Monarquia para a República
Da República para o Império
3. Leia o texto seguinte e responda as questões:
“Roma, no apogeu do Império, era uma cidade superpovoada e muito rica. Entretanto, a 
beleza de seus templos, basílicas, termas e teatros contrastava violentamente com a miséria 
visível em sua ruas. A cidade cresceu desordenadamente e sem nenhum planejamento 
(...). Por essa razão, os habitantes da maior metrópole do mundo antigo estavam sujeitos 
a condições muito pouco satisfatórias em termos de saneamento, higiene e conforto.
(...) Nos fins da República, as ruas da Roma Antiga não eram pavimentadas e sim muito 
sujas. Havia leis que proibiam a população de sujá-las com qualquer tipo de detritos; 
mesmo assim, o povo jogava nas ruas as mais variadas espécies de imundícies. Como 
resultado, o mau cheiro era uma constante em toda a cidade.
O movimento nas ruas de Roma era intenso. Carroças, liteiras, cavaleiros montados, 
vendedores ambulantes, mendigos, amestradores de serpentes, engolidores de espadas, 
professores dando aulas, além de cães e porcos correndo e uma multidão indo e vindo. 
(...) O barulho era terrível durante o dia, não diminuía muito nas ruas romanas quando a 
noite chegava. 
Percorrer as ruas romanas à noite não era programa muito recomendável. Os ataques 
de ladrões, que agiam sem dificuldades, pois elas não eram iluminadas (cada transeunte 
levava uma espécie de lanterna, para clarear seu caminho), e também o perigo de 
atropelamento pelos veículos eram dois bons motivos

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