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Cortinas O exercício a seguir é um guia teórico-prático que visa ilustrar: Rotinas de cálculo, dimensionamento e Verificações de Cortinas sem ancoragem (método de Blum); Exercício 04 Como citado na Apostila do professor Adriano V.D. Bica., da UFRGS: Para a situação ilustrada na figura abaixo, verificar a cortina de contenção em balanço, uma vez que para pequenas alturas, podem ser empregadas cortinas sem ancoragem. Utilizar a Teoria de Rankine para o cálculo dos Empuxos. 1) Considerações Iniciais Se considerarmos o solo não coesivo (c = 0) e de peso específico γ (sem estratificação de camadas) e sem sobrecarga (q=0), tomando-se os momentos das forças em relação ao ponto C, tem-se: Onde f é a ficha e h é o desnível inicial. Ou ainda, Se o solo é puramente coesivo (φ = 0°), a ficha pode ser obtida em função da coesão: O empuxo passivo equilibrará o empuxo ativo Se: 4c – γh > 0. Dessa forma, uma cortina em um solo homogêneo e em situações de projeto simples, pode ser facilmente calculada com estas expressões. No entanto, situações reais de projeto dificilmente enquadram-se nessas alternativas. E neste caso, o método recomendável é a “tentativa e erro”, ou seja, estimar uma profundidade e efetuar as verificações. Com o auxilio de um software ou de uma planilha eletrônica, essa rotina torna- se rápida. 2) Cálculo dos Empuxos ativo e passivo, pela Teoria de Rankine Conforme Caputo, admitindo-se o giro em um ponto “o” qualquer (figura a), o gráfico dos empuxos seria aquele dado na figura b, entretanto, considera-se uma simplificação no gráfico (giro ocorrendo na base), resultando na figura c. Teremos então em nosso problema duas zonas, a ativa e a passiva: 1.1) Cálculo do coeficientes de Empuxo ativo (Ka) Para o Silte: Para a Areia: 1.2) Cálculo do coeficiente de Empuxo Passivo (Kp) Para a Areia: 1.3) Cálculo das tensões horizontais (σh) ATIVAS. Primeiramente calculam-se as tensões verticais efetivas (σ′𝑣), dadas pelo peso do solo, nos Pontos de interesse, através da seguinte expressão: σ′𝑣 =σ𝑣𝑇−𝑢 Onde, σ𝑣𝑇 é a tensão vertical total e 𝑢 é a poropressão. Em seguida calculam-se as tensões horizontais, dadas pelo peso do solo (σℎγ), coesão (σℎ𝑐), sobrecarga (σℎ𝑞) e poropressão (σℎ𝑤), nos pontos de interesse, através das seguintes expressões: Onde, γw = 10kn/m³, e H = Altura da coluna de água, Kw = 1. Então, calculam-se as tensões horizontais totais, através da seguinte expressão: σh Total = σℎγ + σℎ𝑐 + σℎ𝑞 + σℎ𝑤 Para o ponto A: Para o ponto B1: Para o ponto B2: Para o ponto C: Com os valores obtidos, montamos a tabela do lado ativo: Ponto Ka σv' σhγ σhq σhc σhw σh Total A 0,406 0,00 0,00 2,03 -2,55 0,00 -0,52 B1 0,406 51,00 20,71 2,03 -2,55 0,00 20,19 B2 0,307 51,00 15,66 1,54 0,00 0,00 17,20 C 0,307 117,00 35,92 1,54 0,00 0,00 37,46 *kPa 1.4) Cálculo das tensões horizontais (σh) PASSIVAS. Primeiramente calculam-se as tensões verticais efetivas (σ′𝑣), dadas pelo peso do solo, nos Pontos de interesse, através da seguinte expressão: σ′𝑣 =σ𝑣𝑇−𝑢 Onde, σ𝑣𝑇 é a tensão vertical total e 𝑢 é a poropressão. Em seguida calculam-se as tensões horizontais, dadas pelo peso do solo (σℎγ), coesão (σℎ𝑐), sobrecarga (σℎ𝑞) e poropressão (σℎ𝑤), nos pontos de interesse, através das seguintes expressões: Onde, γw = 10kn/m³, e H = Altura da coluna de água, Kw = 1. Então, calculam-se as tensões horizontais totais, através da seguinte expressão: σh Total = σℎγ + σℎ𝑐 + σℎ𝑞 + σℎ𝑤 Obs.: Ponto A com tensão negativa dada pela coesão. Assume-se Zero para o gráfico, em função de um possível preenchimento das trincas por água. Para o ponto B: Para o ponto C: Com os valores obtidos, montamos a tabela do lado passivo, e então o diagrama de Empuxos, passivo e ativo: Ponto Kp σv' σhγ σhq σhc σhw σh Total B 3,256 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 C 3,256 66,00 214,90 0,00 0,00 0,00 214,90 *kPa 1.5) Cálculo dos Empuxos ativo (Ea) e passivo (Ep) e Pontos de aplicação (y’ e y’’) Primeiramente dividimos o gráfico em figuras geometricamente fáceis de calcular. A soma das áreas das figuras representa os valores dos Empuxos ativo e Passivo. Em seguida, calculamos as distâncias dos baricentros das figuras em relação à Base (Ponto C). Conforme figura abaixo: Empuxo Ativo Figura Área (kN) d (m) A1 30,29 4,00 A2 51,60 1,50 A3 30,39 1,00 Ea = A1+A2+A3 = 30,29+51,60+30,39 = 112,28 kN Para o cálculo do ponto de aplicação, aplica-se a igualdade entre a soma do produto entre as áreas das figuras e seus baricentros e o Empuxo ativo (Ea) multiplicado pelo ponto de aplicação da Resultante (y). Dessa forma: Empuxo Passivo Figura Área (kN) d (m) A4 322,35 1,00 Ep = A4 = 322,35 kN O empuxo passivo será a área do triângulo da figura A4, e o ponto de aplicação será coincidente com seu baricentro. y'’ = 1,00m Obs.: Caso tivéssemos parcela de coesão ou sobrecarga, o valor de EP seria o somatório das diferentes áreas das figuras da zona passiva, e cálculo de y’’ também seria feito como demonstrado para o Empuxo ativo. 3) Verificações Definidas as forças do Sistema, teremos a configuração apresentada na figura abaixo, que necessita ser verificada quanto ao Tombamento. As verificações são feitas comparando-se o FS’s obtidos com aqueles preconizados pela NBR 11682, conforme figura abaixo: 3.1) Estabilidade ao Tombamento Teremos então os Momentos Resistentes (MR), ou seja, o Empuxo Passivo aplicado a uma distância y’’, que é o momento atuante na ficha da cortina que tende a Estabilizar o sistema. E teremos os Momentos Instabilizantes (MI), ou seja, o Empuxo Ativo aplicado a uma distância y’, que é o momento atuante ao longo de todo comprimento da cortina e que tende a Instabilizar o sistema. O fator de segurança ao tombamento (FST), definido na NBR 11682, deverá ser Maior ou igual a 2, e é calculado através do somatório dos Momentos na base da cortina (ponto C), pela seguinte expressão: Ao realizar a verificação ao Tombamento, o fator de segurança ficou bastante inferior ao mínimo, ou seja, a estrutura está instável. Qual o procedimento a ser adotado? A) Aumentar a Ficha; B) Projetar Tirantes. 4) Hipótese de aumento da ficha Com o auxilio de uma planilha eletrônica, constatou-se que o tamanho mínimo da ficha para FS >= 2 é aproximadamente 3,80 metros. A seguir serão demonstrados os resultados. 4.1) Cálculo das tensões horizontais (σh) ATIVAS. Ponto Ka σv' σhγ σhq σhc σhw σh Total A 0,406 0,00 0,00 2,03 -2,55 0,00 -0,52 B1 0,406 51,00 20,71 2,03 -2,55 0,00 20,19 B2 0,307 51,00 15,66 1,54 0,00 0,00 17,20 C 0,307 134,60 41,32 1,54 0,00 0,00 42,86 *kPa 4.2) Cálculo das tensões horizontais (σh) PASSIVAS. Ponto Kp σv' σhγ σhq σhc σhw σh Total B 3,256 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 C 3,256 83,6 272,20 0,00 0,00 0,00 272,20 *kPa Obs.: Ponto A com tensão negativa dada pela coesão. Assume-se Zero para o gráfico, em função de um possível preenchimento das trincas por água. 4.3) Cálculo dos Empuxos ativo (Ea) e passivo (Ep) e Pontos de aplicação (y’ e y’’) Primeiramente dividimos o gráfico em figuras geometricamente fáceis de calcular. A soma das áreas das figuras representa os valores dos Empuxos ativo e Passivo. Em seguida, calculamos as distâncias dos baricentros das figuras em relação à Base (Ponto C). Conforme figura abaixo: Empuxo Ativo Figura Área (kN) d (m) A1 30,29 4,80 A2 65,36 1,90 A3 48,75 1,27 Ea = A1+A2+A3 = 30,29+65,36+48,75 = 144,40 kN Calcula-se y’ de forma análogaà primeira resolução, y' = 2,30m Empuxo Passivo Figura Área (kN) d (m) A4 517,18 1,27 Ep = A4 = 517,18 kN O empuxo passivo será a área do triângulo da figura A4, e o ponto de aplicação será coincidente com seu baricentro. y'’ = 1,27m Obs.: Caso tivéssemos parcela de coesão ou sobrecarga, o valor de EP seria o somatório das diferentes áreas das figuras da zona passiva, e cálculo de y’’ também seria feito como demonstrado para o Empuxo ativo. 4.4) Verificações Definidas as forças do Sistema, teremos a configuração apresentada na figura abaixo, que necessita ser verificada quanto ao Tombamento. As verificações são feitas comparando-se o FS’s obtidos com aqueles preconizados pela NBR 11682, conforme figura abaixo: 4.5) Estabilidade ao Tombamento Teremos então os Momentos Resistentes (MR), ou seja, o Empuxo Passivo aplicado a uma distância y’’, que é o momento atuante na ficha da cortina que tende a Estabilizar o sistema. E teremos os Momentos Instabilizantes (MI), ou seja, o Empuxo Ativo aplicado a uma distância y’, que é o momento atuante ao longo de todo comprimento da cortina e que tende a Instabilizar o sistema. O fator de segurança ao tombamento (FST), definido na NBR 11682, deverá ser Maior ou igual a 2, e é calculado através do somatório dos Momentos na base da cortina (ponto C), pela seguinte expressão: Ao realizar a verificação ao Tombamento, o fator de segurança atingiu o valor mínimo, ou seja, a estrutura está Estável. 4.6) Ajuste Final Como citado na Apostila do professor Adriano V.D. Bica., da UFRGS: A ficha de cálculo é 3,80m , entretanto para compensar as simplificações do método, a bibliografia recomenda F projeto = F cálculo . 1,2 Ou seja, um fator de acréscimo na profundidade para garantir a hipótese de engastamento da base. Dessa forma o valor final da ficha será: F projeto = 3,80m . 1,2 = 4,56m ~= 4,60m
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