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Ciência Política e Teorias do Estado - O federalista (Hamilton, Madison e Jay)

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James Madison (1751-1836), Thomas Jefferson (1743-1826) e John Joy (1745-1829) e a separação
de poderes no regime republicano e presidencialismo
Histórico: “O federalismo” é um conjunto de 85 artigos escritos por Alexander Hamilton, John Jay
e James Madison publicados anonimamente sob o pseudônimo Publis entre 1787 e 1788, e que tinha
como intuito convencer a população de Nova Iorque a ratificar a Constituição estadunidense
redigida na Convenção da Filadélfia, em especial a proposta de novo sistema que saí surgia: o
federalismo
- Guerra de independência (ou revolucionária): 1775-1783
- Independência: 4 de julho de 1776:
- Congresso da confederação 1781
- Convenção da Philadelphia: 1787;
Divisão dos três poderes: poder judiciário, para as limitações de ambos; chegou ao EUA em um
momento muito propício; questões que influenciaram: guerras e turbulências
13 colônias: soberania/independência - garantir a existência de um país soberano - cada qual com
seu próprio governo e suas leis.
As nações do EUA criaram uma confederação/ acordo livre e independente - mudo reconhecimento
para fins de segurança/ reconhecem a necessidade
1787 criaram outro mecanismo para garantir a sua segurança - federalismo - saída que garante a
união dos estados
Cada estado aprovasse o que era objeto da discussão.
Escreveram para os jornais(Madison, Jefferson, Joy) - 85 artigos - tentativa de conhecer aqueles
que Nova York a aderir a constituição Norte Americana
Importante observar a inegável influência que Montesquieu causou nas ideias de deles no que tange
a questão da separação de poderes
“O oráculo sempre consultado e citado a respeito é o famoso Montesquieu. Se não foi o autor deste
inestimável preceito da ciência política, pelo menos tem o mérito de tê-lo divulgado e recomendado,
fazendo com que fosse objeto da universal atenção.”
Diferentemente da visão francesa em que a soberania política circunscrevia-se à preponderância de
corpo legislativo, a divisão política estadunidense pendia para um conceito muito mais amplo. Isso
ocorre porque estes autores americanos defendiam que a limitação do executivo pela eleição
tornaria o legislativo suscetível à arbitrariedade, de modo a justificar especial atenção deste
poder.
Senado - representa os estados
Câmara - representa o povo
Poder judiciário - função mais relevante. É o que menos tem a condição de abusar do seu poder.
Juízes. Legitimidade do magistrado. A soberania dos estados unidos é percebida de maneira
diferente na França
Os três poderes apresentam os interesses da nação - o mesmo papel dentro da soberania.
“O legislativo ostenta uma superioridade em que nossos governos arfunda de outras causas. Seus
poderes constitucionais, sendo desde logo mais abrangentes e menos suscetíveis de uma imitação
precisa, máscara, sob medidas complicadas e indiretas, as intromissões que ele se permite fazer nas
demais ramos. Não é raro haver sérias dúvidas, nas assembleias legislativas, se a execução de
determinada medida se situa ou não fora de sua competência (...) Mas não é tudo; somente o
Legislativo tem acesso ao bolso do povo e, em algumas Constituições, inteira liberdade a esse
respeito, sendo que em todos desfruta privilegiada influência sobre as remunerações dos
funcionários lotados em outro ramos do poder, acentuando uma dependência de parte deste, que
ainda tomada mais fácil as usurpações daquele”
Como resolver a questão?
“A que expediente, então, deveremos recorrer, a fim de assegurar na prática a necessária
repartição de atribuições entre os diferentes poderes, conforme prescreve a Constituição? A única
resposta que pode ser dada é que, se todas essas medidas externas ressultarem inadequadas, o
defeito deve ser corrigido alterando-se a estrutura interna do governo, de modo que as diferentes
partes constituintes passam, através de suas mútuas relações, ser os meios de conservar cada uma
em vários poderes no mesmo ramo do governo consiste em dar aos que administram resistam às
intromissões dos outros. (...) talvez seja um reflexo da natureza humana que tais expedientes
tenham validade para o controle dos abusos do governo. Mas, afinal, o que é o próprio governo
senão o maior de todos os reflexos da natureza humana? Se os homens fossem anjos, não seria
necessária haver governos. Se os homens fossem governados por anjos, dispersar-se-iam os
controles internos e externos.”
Tendo como referência a existência de dois escalões de governo, o federal e o estadual, a divisão
de poderes proposta em “O federalista” poderia ser representada da seguinte forma: cada qual com
suas funções típicas e atípicas :
Funções atípicas de cada poder.
Senado: papel moderador
Suprema corte: Interpretação da Constituição
Haveria outro relevante distinção entre o modelo montesquiano e o modelo proposto em “O
Federalista”:
Sim, o exercício da soberania, que diferentemente do modelo francês em que há a preponderância
do poder legislativo, havia o exercício do poder soberano por todos os poderes.
“A concepção francesa hegemônica de Estado de direito consagrava a soberania do povo como
princípio ordenador da origem política. A lei era aí vista como um instrumento de uma vontade
eticamente definida e , como tal, poderia ser suspensa do seu arbítrio. Ou seja, era a política que
formatava o direito,e não o contrário . (...) No entanto, o juscatratualismo anglo-americano
considerava a soberania popular de modo completamente diverso. Para eles, Estado e representação
eram elementos apartados do povo e soberania. Se estes últimos davam-lhes origem por meio das
eleições, então estes adquiriam qualquer força autônoma. Os federalistas entendiam que era da
“natureza do poder soberano uma avidez (...) que dispõe os que estão investido do seu
exercício a ver com maus olhos todas as tentativas de limitar (...) suas ações”
“ao invés de concentrar o poder soberano do povo nas mãos de um único representante,
como preconizavam as republicanos franceses, os fundadores da república norte-americana
referiam desinstitucionalizar completamente o focus da soberania, deixando-o nas mãos do
povo”
Há ainda, por fim, o Poder Judiciário, a quem incumbiria exercer, tal como os demais
poderes, parcela do exercício da soberania. Assim como Montesquieu, no entanto, o Poder
Judiciário é visto como o mais fraco de todos, na medida em que se limitaria a assegurar
uma aplicação constante, correta e imparcial das leis
“Quem analisar atentamente os diferentes ramos do poder percebe desde logo que, em
governo em que eles são separados uns dos outros, o Judiciário pela própria natureza de
suas funções, será sempre o menos perigoso para os direitos públicos previstos na
Constituição pois será o de menos capacidade para ofendê-los ou violá-los. O Executivo
dispõe não apenas das honrarias, mas também da espada. O Legislativo, além de manter os
cordões da bolsa, prescreve as normas pelas quais cada cidadão deve regular seus direitos
e deveres. O Judiciário, porém, não tema menor influência sobre a espada nem sobre a
bolsa; não participa da força nem da riqueza da sociedade e não toma soluções de qualquer
natureza. Na verdade, pode-se dizer que não tem força nem poderia, limitando-se
simplesmente a julgar, dependendo até do auxílio do ramo executivo para a eficácia de seus
julgamentos.”

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