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FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Material de Apoio 
Professor Júlio Raizer
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 1 – Descoberta do Brasil Colonização e Política 
Tópicos Abordados 
 Grandes Navegações
 Expansionismo Marítimo
 Pioneirismo Português
 Descoberta do Brasil
 Período Pré-Colonial
 Ciclo do Pau-brasil
 Relações de trabalho
 Início da Colonização
 Expedição de Martim Afonso de Sousa
 Capitanias Hereditárias
 Cartas foral e doação
 Resistência do Nativo
 Fracasso das Capitanias
 Governos Gerais
Grandes Navegações 
PIONEIRISMO PORTUGUÊS 
Portugal foi o primeiro país a se lançar ao mar, na aventura de buscar uma nova rota para as Índias, uma série de 
fatores deve ser levado em conta para compreender esse fato, dentre eles: 
• posição geográfica favorável;
• tradição naval;
• burguesia empreendedora;
• poder político centralizado1;
• técnicas e instrumentos de navegação;
• Escola de Sagres;
• entre outros;
Lembre-se que o que explica o PIONEIRISMO PORTUGUÊS não são esSes fatores entendidos isoladamente, mas a 
sobreposição e a ocorrência simultânea dos mesmos, criando condições favoráveis e diferenciadas para Portugal ser 
o primeiro país a se lançar ao mar na busca de uma de uma nova rota para as Índias, deslocando o eixo de navegação
do Mediterrâneo para o Atlântico, e realizando o chamado “Périplo Africano”, isto é, a conquista e contorno da África.
Principais Viagens Portuguesas 
 Tomada de Ceuta (1415);
 Ilha da Madeira (1425);
 Açores (1427):
 Cabo Bojador (1434);
 Conquista da Guiné (1436-53);
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Professor Júlio Raizer
 Bartolomeu Dias contorna o Cabo das Tormentas, extremo sul da África, rebatizado, então, por Cabo da 
Boa Esperança (1488); 
 Vasco da Gama chega às Índias (1498); 
 
PERÍODO PRÉ COLONIAL (1500-1530) 
Ao longo dos trinta primeiros anos da chegada dos portugueses as terras brasileiras observa-se um relativo 
“desinteresse” pela região, fato este que pode ser explicado por dois principais fatores: 
a) a não descoberta de ouro; 
b) o lucrativo comércio com as Índias; 
As principais atividades desenvolvidas por Portugal nesse período serão o envio de algumas expedições para o Brasil 
as quais destacamos as seguintes: 
 
Expedições de Reconhecimento 
Objetivo de mapear e reconhecer o território, verificando as potencialidades econômicas; 
 
Expedições Guarda Costas 
Patrulhar o litoral e procurar defender as possessões portuguesas evitando o contrabando e outras práticas; 
 
Expedições de Exploração 
Responsáveis pela extração de produtos que tenham valor econômico dentro da prática mercantilista europeia; 
 
CICLO DO PAU BRASIL 
Madeira encontrada em grandes quantidades no litoral brasileiro e com alto valor comercial na Europa, da qual se 
extraía uma tintura avermelhada, revendida principalmente para a região de Flandres (Bélgica) – importante pólo 
produtor de tecidos. 
A mão de obra utilizada na extração do Pau Brasil era a indígena, principalmente por intermédio da prática do 
“ESCAMBO” – trocas desiguais, porém com significado cultural equivalente, uma vez que o que era “quinquilharia” 
para o europeu, tratava-se de “tecnologia” para o indígena e a recíproca também. 
Embora a prática mais comum fosse o escambo, não podemos descartar a utilização da escravidão indígena nesse 
período, todavia com baixa intensidade. 
 
PERÍODO COLONIAL (1530 – 1808) 
Primeiramente devemos ter em mente que uma das principais razões para Portugal iniciar o povoamento mais efetivo 
do território brasileiro foi a garantia da posse sobre as terras conquistadas, procurando, deste modo, evitar invasões 
estrangeiras. Vale ressaltar que os mesmos dois motivos que caracterizaram o desinteresse português num primeiro 
momento, se tornam uma realidade inversa, uma vez que o comércio com as Índias enfrenta um certo declínio e a 
Espanha descobre ouro em suas terras. 
Estas primeiras EXPEDIÇÕES COLONIZADORAS são marcadas pela escassez de recursos da Coroa e por iniciativas as 
quais apenas vão visar fixar o elemento humano e desenvolver atividades mercantis dentro da ótica do sistema 
colonial, no entanto, sem alcançar um êxito imediato e passando por grandes dificuldades. Um exemplo foi a 
Expedição de Martim Afonso de Souza (1500-32), com o objetivo de proteger o litoral de ataques piratas, bem como 
fundar povoados e explorar o território. Em 1532, após percorrer grande parte da costa brasileira, Martim Afonso 
fundou a primeira vila do país, a Vila de São Vicente. 
A escassez de recursos por parte da Coroa Portuguesa para garantir o povoamento do Brasil conduziram o rei D. João 
III a criar o sistema de Capitanias Hereditárias. 
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CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534) 
Podemos compreender as Capitanias como uma espécie de “privatização do povoamento”, transferindo para 
particulares a responsabilidade por esta empreitada – claro que dentro dos limites impostos pela lógica 
absolutista/mercantilista. 
O território brasileiro foi dividido em 15 lotes de terras que se estendiam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, sendo 
distribuídos a 12 donatários, os quais possuíam a responsabilidade pela ocupação e exploração econômica das terras. 
Os donatários, portugueses provenientes de um grupo social bastante diversificado – nobres, burgueses, militares etc 
–, possuíam a posse vitalícia e hereditária do quinhão de terras recebido, desde que cumprindo suas obrigações junto 
ao Estado português. O ordenamento jurídico desta empreita se dava através de dois documentos: a Carta de Doação 
(que estabelecia a posse da Capitania ao seu respectivo donatário) e o Foral (que estabelecia as obrigações para com 
a Coroa). 
Embora tenham apresentado as primeiras medidas mais efetivas no que tangencia ao povoamento brasileiro, 
podemos dizer que o sistema não logrou êxito, uma vez que apenas duas capitanias prosperaram (Pernambuco e São 
Vicente), sendo que o insucesso se deu por diferentes motivos: 
 distância em relação à metrópole; 
 descentralização administrativa; 
 constantes ataques indígenas; 
 descaso de muitos donatários; 
 etc; 
 
Como forma de dar eficiência administrativa e funcionalidade às Capitanias Hereditárias, a metrópole portuguesa criou 
o sistema de Governos Gerais. 
 
GOVERNOS GERAIS (1548/49) 
Essa forma organizativa tinha por objetivo promover a centralização política administrativa das Capitanias, para tanto 
o rei nomearia um Governador Geral, que seria uma espécie de extensão do poder político do monarca português no 
território colonial, responsável por fazer valer os interesses e políticas metropolitanas no Brasil. 
Para tanto o Governador Geral tinha por auxílio outros três cargos importantes: 
 capitão-mor: responsável pelas ações militares, proteção e patrulhamento; 
 ouvidor-mor: responsável pela aplicação das leis e pelas questões jurídicas; 
 provedor- mor: responsável pelas finanças e questões econômicas e impostos; 
 
Podemos destacar como principais resultados da implantação deste sistema político-administrativo: a catequização 
de indígenas, o desenvolvimento agrícola e o incentivo à vinda de mão de obra escrava africana para as fazendas 
brasileiras. Os Governos Gerais perduraram até o ano de 1640 (fim da União Ibérica), quando foram substituídos pelo 
Vice-Reinado. 
 
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Principais Governadores Gerais: 
Tomé de Souza (1549-1553) 
 vinda dos jesuítas – destaque: Manuel da Nóbrega; 
 fundação do Bispado; 
 subordinação de indígenas; 
 abertura de estradas; 
 incremento da lavoura açucareira; 
 fundação de Salvador (1ª capital); 
 
Duarte da Costa (1553-1558) 
 chegada de Pe. Anchieta; 
 fundação do Colégio de Trabalhos Apostólicos de São Paulo (1554); 
 Invasão Francesa do Rio de Janeiro – França Antártica (1555); 
 Confederação dos Tamoios – aliança de algumas tribos indígenas com franceses; 
 
Mem de Sá (1558-1572) 
 ampliação da lavoura deexportação; 
 fundação da cidade de São Sebastião do Rio de janeiro; 
 expulsão dos franceses do Rio de Janeiro (1567) 
 divisão política do território (1573): 
o > Governo do Norte – Capital em Salvador; 
o > Governo do Sul – Capital no Rio de Janeiro; 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 2 - Período Colonial: Sociedade Colonial: Economia 
Tópicos Abordados 
 Ciclo do Açúcar 
 Sociedade Açucareira 
 Pecuária 
 Drogas do Sertão 
 União Ibérica 
 Invasões Estrangeiras 
 Entradas e Bandeiras 
 Ciclo da Mineração 
 
ECONOMIA COLONIAL 
PACTO COLONIAL 
A economia colonial, orbitando principalmente em torno da produção do açúcar, não se dava de modo autônomo 
pelos senhores de engenho e fazendeiros. O Brasil, por se tratar de um modelo de COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO estava 
sujeito aos limites econômicos ditados pelos princípios do mercantilismo. Nesse sentido, o Pacto Colonial pode ser 
compreendido como o instrumento regulador das relações entre Metrópole e Colônia, na situação em questão 
Portugal e Brasil, na qual cabia a Colônia o papel de fornecedor de matérias primas (produtos nativos, gêneros 
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tropicais, minérios e outros) para a Metrópole, e a esta o papel de fornecedora exclusiva de produtos manufaturados 
(tecidos, instrumentos de trabalho, utensílios em geral etc) para o mercado colonial. Ressalta-se ainda que, não raro, 
proibia-se a implantação de manufaturas de diversos gêneros no solo colonial, bem como se estipulava o exclusivo 
metropolitano, isto é, o monopólio de todo o comércio colonial. 
 
No desenho abaixo procuramos sintetizar o funcionamento do Pacto Colonial, como forma de simplificar o seu 
entendimento e fornecer um instrumento de memorização e visualização do exposto: 
 
 
(organograma extraído de cafehistoria.ning.com) 
 
A partir das premissas acima descritas, podemos asseverar que a Metrópole lucrava em todas as instâncias de 
comércio, comprando a matéria prima mais barata e vendendo os manufaturados mais caros. 
 
SISTEMA PLANTATION 
O Plantation é uma forma de cultivo comercial, também chamado de “cultivo especulativo”. O sistema é organizado 
para atender as demandas do mercado externo e não considera os interesses da economia e da sociedade da região 
ou país no qual é realizado. No Brasil Colonial o Sistema Plantation foi à tônica da economia açucareira, mas também 
fora utilizado em outros gêneros produzidos na colônia, como o algodão, o tabaco e mais tarde o café, entre outros. 
Podemos dizer que este modelo está assentado em quatro características básicas: 
 MONOCULTURA – cultivo de um único gênero agrícola; 
 LATIFÚNDIO – grandes porções de terra; 
 ESCRAVIDÃO – mão de obra compulsória – principalmente do africano; 
 Este sistema tem sua produção destinada ao mercado externo, isto é, à EXPORTAÇÃO. 
 
CICLO DO AÇÚCAR 
A produção açucareira reflete os interesses e a política mercantilista portuguesa no Brasil. Nesse sentido, a opção pela 
cana de açúcar se dá em função de interesses econômicos, primeiramente em função do amplo mercado consumidor 
existente e o alto preço que o produto alcançava na Europa. Outro motivo é a fácil adaptação do produto ao clima 
quente e ao solo de massapé, altamente favoráveis a esta cultura. Também não se pode deixar destacar a associação 
com capitais holandeses (detentores das melhores mudas e técnicas de cultivo). 
Interessante destacar que, diferentemente do pau brasil, o açúcar contribui para a fixação de contingentes 
populacionais e a montagem de toda uma estrutura social. Nesse sentido, vale à pena observar as principais 
características dessa sociedade forjada no interior da economia açucareira: 
 patriarcal – família numerosa, composta não só do núcleo conjugal e de seus filhos, mas incluindo um 
grande número de criados, parentes, aderentes, agregados e escravos, submetidos todos ao poder 
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absoluto do chefe de clã, que era, ao mesmo tempo, marido, pai, patriarca. O termo patriarcalismo, 
designa a prática desse modelo como forma de vida própria ao patriarca, seus familiares e seus agregados, 
adquirindo também ressonância no meio político; 
 escravista - a exploração da mão de obra escrava era a principal característica, o que não exclui a presença 
de trabalhadores livres e assalariados; 
 escravocrata - o poder da elite estava centrado na posse de terra e escravos; 
 miscigenada (ou híbrida) – composta por negros, europeus e indígenas, mas também por mulatos (negro 
+ europeu), cafuzo (negro + indígena) e mameluco (indígena + europeu); 
 ruralizada – economia agrícola e organizada a partir do meio rural, a agricultura para além de sua principal 
forma econômica também se constitui em importante elemento para a questão política; 
 
Unidade produtora 
Complexo produtivo no qual estava compreendida toda a estrutura de fabricação do açúcar, do plantio até a sua 
moagem, refino e posterior distribuição. Os principais componentes da unidade produtora eram: 
 canavial: local da plantação da cana de açúcar; 
 casa grande: residência do senhor de engenho e sua família e também sede administrativa da fazenda; 
 senzala: ambiente de moradia precária dos escravos; 
 capela: local no qual se realizava os ritos religiosos católicos. Aos domingos e dias santos a capela era o 
ponto de encontro da comunidade, onde se realizavam casamentos, batizados, funerais e missas; 
 engenho: instalações destinadas a feitura do açúcar - a moenda, onde a cana era moída para a extração 
do caldo; as fornalhas, onde o caldo era fervido e purificado em tachos de cobre; a casa de purgar, onde 
o açúcar era branqueado; os galpões, onde os blocos de açúcar eram quebrados em várias partes e 
reduzidos a pó. 
 
Pecuária no interior do Brasil 
A proibição decretada pelas autoridades da pecuária em regiões litorâneas, embora tivesse caráter estritamente 
restritivo, visando preservar as plantações de cana de açúcar, acabou fazendo com que as criações de gado 
avançassem pelas regiões do interior do Brasil. 
Assim, a pecuária começou a ganhar regiões mais adentro do país, especialmente no Nordeste, onde a pecuária 
rapidamente se impulsionou, especialmente em regiões cheias de pastagens naturais, que favoreceram estas criações 
e contribuíram para que a pecuária se firmasse como um dos serviços em expansão no país. 
Uma das regiões que mais contribuiu para esta expansão do serviço pecuário no Brasil colonial foi ao longo do Rio São 
Francisco, na época conhecido como Rio dos Currais, pois esta região fornecia excelentes reservas de água, pastos e 
reservas de sal-gema. Estas condições favoráveis fizeram com que surgissem neste entorno do rio diversas fazendas 
de criação de gado, contribuindo ainda para a exploração do interior do país utilizando a proximidade destas águas. 
 
Drogas do Sertão 
As drogas do sertão reúnem os diversos tipos de especiarias (plantas, raízes, sementes, frutas, ervas medicinais, etc.) 
que foram comercializadas no Brasil Colônia (sertão nordestino) a partir do século XVI e XVII. Alguns estudiosos 
referem esse momento como “Ciclo das Drogas do Sertão”. 
Esses produtos eram cultivados em território brasileiro e vendido em solo europeu visto que eram exóticos, nativos 
do Brasil e muito cobiçados pelo mercado externo. Eram consideradas pelos europeus como “novas especiarias”. 
 
União Ibérica 
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A União Ibérica, que ocorreu entre 1580 e 1640, foi a unificação das Coroas espanhola e portuguesa a partir da crise 
sucessória do trono português. Essa crise de sucessão decretou o fim da Dinastia de Avis e coroou o rei Filipe II, da 
Espanha, como rei tanto de Portugal quanto da Espanha. 
 
INVASÕES ESTRANGEIRAS 
Ao longo do período colonial o Brasil foi objeto de invasão por diferentes países. Alguns apenas promoviam incursões 
e ataques piratas a feitorias e portos no litoral, bem comosaques a navios que transportavam mercadorias, como foi 
o caso da Inglaterra. No entanto devemos destacar as tentativas de domínio e ocupação territorial a qual o território 
português na América esteve sujeito. 
 
Invasões Francesas 
 1555-67 – Invasão do Rio de Janeiro – Nicolau Durand de Villegagnon – “França Antártica” (Confederação 
dos Tamoios – aliança com tribos locais); 
 1612-15 – Invasão do Maranhão – Daniel de La Touche – “França Equinocial” – Fundação do Forte de São 
Luís; 
 
Invasões Holandesas 
O domínio espanhol na Península Ibérica (União Ibérica) motivou o fechamento do comércio com os holandeses, 
principalmente em função da rivalidade entre Espanha e Holanda, bem como por conflitos de natureza religiosa entre 
católicos e protestantes que se davam na Europa. Desta forma, em retaliação aos espanhóis a Holanda invade o 
território brasileiro. 
 1624-1625 - Bahia - Bloqueou e conquistou a cidade de Salvador. Expedição comandada por Joahan van 
Dorth. A reação dos nacionais teve a liderança do Bispo D. Marcos Teixeira, juntamente com pessoas 
humildes da região, que formaram a chamada Milícia dos Pés-Raspados. Utilizando a técnica de guerrilha, 
a resistência foi possível e logo depois a expulsão. 
 1630-1654 - Pernambuco - Desembarque na Praia do Pau Amarelo, conquista do vilarejo de Recife e a Vila 
de Olinda (Recife, nesse contexto, estava submetido politicamente à Olinda). A tentativa de resistência se 
deu através da criação do Arraial do Bom Jesus, mas com a suposta traição de Domingos Calabar, o reduto 
da resistência foi descoberto e as tropas portuguesas vencidas. Com isso, o domínio holandês se estendeu 
de Alagoas até Paraíba (1637 - Nova Holanda) e mais tarde da Bahia até o Maranhão. 
 
Nova Holanda 
Em 1637, chegou ao Brasil o conde Johann Mauritiu van Nassau-Siegen (Maurício de Nassau fica mais fácil). 
Dentre suas realizações destacamos: 
 Tolerância religiosa; 
 Criação do Conselho dos Escabinos (uma espécie de Assembléia Legislativa); 
 Embelezamento de Recife; 
 Construção dos palácios de Friburgo e Boa Vista (atual convento de Carmos); 
 Construção do primeiro observatório astronômico do Brasil; 
 Incentivo às artes e às Ciências; 
 Empréstimo para Senhores de Engenho. 
Em 1643, reclamando dos altos gastos do governo de Nassau, a WIC passa a administrar a colônia. 
 
Entradas e Bandeiras 
Principais fatores que contribuíram para a expansão territorial: 
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 Fortificações Militares; 
 Missões Jesuíticas; 
 Drogas do Sertão; 
 Pecuária; 
 Entradas (vide quadro explicativo); 
 Bandeiras (vide quadro explicativo); 
 
ENTRADAS BANDEIRAS 
• expedições oficiais (Coroa portuguesa); 
• reconhecimento territorial; 
• procura por metais preciosos; 
• partiam de diferentes lugares; 
• respeitavam o Tratado de Tordesilhas; 
• não obtiveram êxito; 
• expedições particulares; 
• procura por metais preciosos; 
• captura de mão de obra indígena, 
escravos fugidos e destruição de 
quilombos; 
• partiam de São Paulo; 
• transgrediam o Tratado de Tordesilhas; 
• descoberta de ouro (MG, GO, MT etc); 
 
MINERAÇÃO 
O século XVIII foi marcado pelo apogeu da mineração no Brasil. Quantias imensas de ouro eram extraídas do país sob 
os auspícios da Coroa Portuguesa e outras tantas – segundo muitos historiadores praticamente o equivalente ao que 
era declarado – eram contrabandeadas. A descoberta de ouro fez com que a metrópole lançasse um olhar mais 
atencioso para a colônia, assim observou-se aquele que pode ser considerado o primeiro grande fluxo migratório para 
o país, a criação de novos órgãos de fiscalização, o incremento do tráfico negreiro, o aumento da crise açucareira no 
nordeste, o desenvolvimento artístico e urbano de algumas regiões, entre outros aspectos. 
 
Formas de extração 
 Lavras: pode ser considerada a grande mineração – envolvia a aquisição de uma data (lote), a compra de 
escravos, equipamentos e instrumentos de trabalho (peneira, bateia, explosivos etc). Embora os mais 
altos custos, trazia maiores retornos. 
 Faiscação: pode ser considerada a pequena mineração – comumente o faiscador trabalhava sozinho, com 
um filho ou um escravo. Consistia na procura de ouro remexendo os restos de uma lavra abandonada ou 
procurando ouro na encosta dos rios – o chamado “ouro de aluvião” –, normalmente encontravam o 
chamado ouro em pó ou minúsculas pedras. 
 
Fiscalização 
 Intendência das Minas (1702) – órgão criado para cobrar os impostos e superintender todo o serviço de 
mineração (distribuir lotes, fiscalizar, cobrar impostos etc); 
 Casas de Fundição (1720) – submetidas à Intendência das Minas, tinham a responsabilidade de recolher 
todo ouro em pó ou pepitas e “quintá-los” – retirar o quinto – derretendo o ouro na forma de barras ou 
lingotes, cunhando as mesmas e devolvendo ao portador acompanhada de um certificado de origem, 
comprovando o cumprimento das exigências legais; 
 
Impostos: 
 Quinto: imposto que correspondia a 1/5 (20%) de todo ouro encontrado; 
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 Capitação: imposto cobrado proporcionalmente ao número de escravos que cada minerador possuísse; 
 Derrama: estabelecimento de uma cota anual fixa de 100 arrobas (1500 Kg), sendo que as cotas não pagas 
seriam custeadas por toda a população. 
 
Declínio da Mineração: 
 esgotamento da minas; 
 métodos arcaicos de extração; 
 intenso contrabando; 
 
Tratado de Methuen 
Também conhecido como Tratado de Panos e Vinhos, firmado no ano de 1703, ocasionou a dependência econômica 
portuguesa em relação a Inglaterra. Os portugueses se comprometiam a consumir tecidos ingleses e os ingleses vinho 
português. Este Tratado terá, posteriormente, íntima ligação com o processo de invasão napoleônica à Portugal e a 
consequente fuga da Família Real para o Brasil. 
 
Consequências da Mineração 
 Aumento populacional 
 Surgimento de uma classe média urbana (fiscais, contabilistas, profissionais liberais, soldados etc); 
 Desenvolvimento de um mercado interno na colônia; 
 Aumento da agricultura e pecuária em outras regiões (abastecimento das minas); 
 Formação de cidades e desenvolvimento do artesanato; 
 Deslocamento do polo econômico do nordeste para o sudeste; 
 Transferência da capital para o Rio de Janeiro (1763); 
 Aumento da consciência da exploração metropolitana; 
 
 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 3 - Movimentos Nativistas e Pré-independência 
Tópicos Abordados 
Rebeliões Nativistas: 
 Insurreição Pernambucana, 
 Revolta de Beckmann, 
 Guerra dos Emboabas, 
 Guerra dos Mascates, 
 Revolta de Felipe Santos 
 
Rebeliões Pré-Independência: 
 Inconfidência Mineira, 
 Conjuração Baiana 
 Revolução Pernambucana 
 
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Rebeliões Nativistas 
São chamados de “nativistas” os movimentos ocorridos no Brasil a partir de meados do século XVII e a metade do 
século XVIII. Estas reações de colonos brasileiros mostram o descontentamento com algumas medidas adotadas pela 
metrópole, bem como a insatisfação com impostos e diferentes formas de dominação portuguesa. Como o próprio 
nome sugere são rebeliões nativas, isto é, tem caráter local, são próprios de uma região e ainda não tem uma 
concepção independentista, objetivando, na maioria das vezes, a melhoria de uma condição econômica ou jurídica. 
Características: 
 motivações econômicas; 
 questionamento parcial do Pacto Colonial; 
 caráter local/ regional; 
 não separatistas; 
 
Principais Rebeliões Nativistas 
Insurreição Pernambucana (1645 - 1654) 
 Marca a expulsão dos holandeses. 
Foi o primeiro grande movimento nativista, no qual se uniram o branco, o negro e o índio numa causa comum. Seus 
líderes foram: 
 O índio Felipe Camarão (Poti); 
 O branco André Vidal de Negreiros; 
 O negro Henrique Dias. 
Diversos combates marcaram o episódio: Batalha do Monte das Tabocas (tomadade Olinda); Primeira Batalha de 
Guararapes (1648); Segunda Batalha de Guararapes (1649). 
Com a expulsão dos holandeses, o Tratado de Paz de Haia estabeleceu que Portugal indenizasse a Holanda, além de 
permitir que permanecessem no Brasil as famílias holandesas que assim desejassem. 
 
 
Revolta dos Beckman (MA – 1684) 
Revolta de fazendeiros liderados pelos irmãos Beckman – Tomás e Manuel –insatisfeitos com a proibição da 
escravização indígena, bem como com as restrições da Cia. de Comércio do Maranhão. Portugal acaba com o 
monopólio da Cia. de Comércio. Um novo governador chega à região em 1685. Executa os principais líderes do 
movimento e os demais são condenados à prisão perpétua ou ao degredo. 
 
Guerra dos Emboabas (MG – 1709) 
Bandeirantes (paulistas) contra Emboabas (forasteiros/portugueses). Foi uma revolta pelo domínio sobre as regiões 
auríferas em Minas, descobertas pelos paulistas e que passaram a ser exploradas pelos portugueses. Com a expulsão 
dos bandeirantes tem-se a descoberta de ouro em Goiás e Mato Grosso. 
 
Guerra dos Mascates (PE – 1710) 
Conflito entre Olinda e Recife. Os senhores de engenho de Olinda, já em decadência econômica, demonstram 
insatisfação com o desenvolvimento econômico do Recife, cidade de comerciantes (“mascates”) e que era 
subordinada a Olinda. O conflito entre comerciantes e senhores de engenho termina com o reconhecimento da 
autonomia do Recife e, posteriormente, sua elevação a condição de capital do estado. 
 
Revolta de Vila Rica ou de Felipe dos Santos (MG – 1720) 
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 Trata-se de uma revolta contra a criação das Casas de Fundição e a cobrança do quinto. Liderados por Felipe dos 
Santos, minerados de Vila Rica se rebelaram e o movimento terminou com o enforcamento do líder, que ainda teve 
ser corpo arrastado por uma carroça pela cidade. 
 
MOVIMENTOS PRÉ INDEPENDÊNCIA 
Os movimentos considerados “Pré Independência”, são movimentos que já possuíam uma maior clareza da exploração 
metropolitana e tinham por objetivo a libertação em relação a Portugal. Estes movimentos são claramente 
influenciados por condições históricas próprias do período em que estão localizados. 
CONTEXTO HISTÓRICO – Crise do Antigo Regime (século XVIII) 
 Iluminismo; 
 Revolução Industrial; 
 Independência dos EUA; 
 Revolução Francesa; 
 Independências na América Latina; 
A Crise do sistema colonial chega ao auge na segunda metade do século XVIII, fruto das próprias transformações que 
ocorriam no seio das metrópoles. Com o desenvolvimento do capitalismo, provocado pelo avanço da sociedade 
industrial, a situação internacional foi criando condições para pôr fim ao colonialismo. Paralelamente a isso, surgem 
novas ideologias contestadoras do “antigo regime” (centrado no absolutismo, no mercantilismo e nos interesses da 
burguesia mercantil). Um “novo regime” era proposto, baseado nas ideias de “liberdade, igualdade e fraternidade”, 
enquanto lema do movimento iluminista. Os economistas da época propunham o livre cambismo no lugar do 
monopólio; os filósofos pregavam um novo tipo de governo, regulamentado por uma Constituição e com o poder 
dividido. 
 
Inconfidência Mineira (1789) 
Foi arquitetada por elementos da ELITE econômica, onde se destacou a presença de padres, militares e letrados. 
 Causas: A fiscalização e a tributação excessivas sobre o ouro, a exploração metropolitana, as ideias 
iluministas e o exemplo da independência os EUA, provocaram o movimento. Ele teve como pretexto a 
cobrança da “derrama” (imposto extra, para cobrir tributos atrasados), que deveria ser decretado. 
 Objetivos: a proposta do movimento era: libertar a Província de Minas Gerais (buscando posterior apoio 
do resto da Colônia); Transferir a capital para São João Del Rei; fundar uma Universidade em Vila Rica; 
instituir o serviço militar obrigatório; e estimular a industrialização. 
Tinha como símbolo uma bandeira branca com triângulo ao centro, em torno do qual se lia: “Liberta quae sera tamen” 
(Liberdade ainda que tardia). Suas principais lideranças eram Joaquim Silvério dos Reis, Tomás Antônio Gonzaga, 
Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, Pe. José da Silva Rolim, Coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, 
José Álvares Maciel e o alferes Joaquim José da Silva Xavier (TIRADENTES). 
 Resultado: Portugal reprimiu violentamente a ação dos inconfidentes. D. Maria I decretou enforcamento 
para 11 dos inconfidentes. Depois, simulando piedade, condenou apenas um à morte: Tiradentes, a 21 de 
abril de 1792. Alguns foram degredados por 10 anos; outros, condenados à prisão perpétua. 
 
Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798) 
Ao contrário da Inconfidência Mineira este movimento teve um caráter POPULAR. As causas também remontam a 
pesada exploração exercida pela metrópole. Seus líderes – Lucas Dantas, Luís Gonzaga das Virgens, João de Deus e 
Manuel Faustino eram soldados e alfaiates. Também influenciados pelas ideias iluministas, pela fase popular 
(jacobinos) da Revolução Francesa, bem como pela Independência do Haiti. Tinham propostas mais radicais como: 
 Proclamação da República; 
 Igualdade Jurídica entre as pessoas; 
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 Liberdade de Comércio; 
 Fim da Escravidão; 
 Liberdade religiosa e participação política da população; 
Resultado: Portugal reprimiu violentamente a ação dos revoltosos baianos. Dos seis condenados à morte – todos 
humildes – quatro foram executados a 8 de novembro de 1799 e a seguir foram esquartejados. 
 
Insurreição Pernambucana (1817) 
Trata-se de um movimento que conseguiu reunir membros da elite, classe média e camadas populares. Uma das 
principais características encontra-se no descontentamento da elite agrária, que desde o início da decadência da 
lavoura açucareira enfrentava dificuldades e que com a vinda da Família Real para o Brasil se sentia ainda mais 
deslocada do poder e submetida a impostos para custear os gastos da monarquia sediada no Rio de Janeiro. 
O movimento teve suas origens na “Conspiração dos Suassunas”, de 1801, porém, logo abafada. Agora, em 1817, já 
estando D. João VI no Brasil, os revoltosos tomaram o governo e instituíram um governo provisório, que proclamou a 
“República Pernambucana”. O movimento expandiu-se, então para outras províncias, pois os revolucionários 
desejavam formar uma república e até mesmo, a constituição de uma “República de lavradores”. 
Entretanto, os principais líderes da revolta não se guiavam pelos interesses das camadas populares, mas pelas ideias 
liberais francesas. Apesar do governo revolucionário ter decretado representante de todas as classes, a constituição 
revolucionária garantia o “direito de propriedade”, que na época significava inclusive “propriedade de escravos”. 
A revolta foi abalada e os líderes violentamente punidos com a morte de 12 envolvidos. 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 4 – Período Joanino 
Tópicos Abordados 
 Vinda da Família Real para o Brasil 
 Abertura dos Portos às Nações Amigas 
 Fim do Pacto Colonial 
 Período Joanino 
 Política Interna 
 Política Externa 
 Revolução Liberal do Porto 
 Retorno da Família Real 
 
PERÍODO JOANINO 
A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL (1808) 
A vinda da família real portuguesa para o Brasil está relacionada aos conflitos existentes na Europa durante a Era 
Napoleônica. Após a França fracassar em sua tentativa de invasão à Inglaterra (1805 – Batalha de Trafalgar), Napoleão 
decreta o Bloqueio Continental (1806), com o objetivo de isolar economicamente os ingleses, proibindo os portos do 
continente europeu de receberem navios da Grã-Bretanha. 
O governo português encontrava-se sob fogo cruzado, não pode aderir ao Bloqueio Continental, pois sua sobrevivência 
econômica depende de suas relações com a Inglaterra e não pode deixar de o fazer para não correr o risco de ter seu 
território invadido pelas tropas francesas. 
Portugal estava endividado e com sua economiadependente do comércio com a Inglaterra (vide Tratado de Methuen 
– 1703), chegando a simular uma falsa declaração aquele país, porém continua a manter relações comerciais, levando 
Bonaparte a decretar sua invasão e em novembro de 1807, a família real embarga para o Brasil sob escolta inglesa. 
Importante fazer menção que já havia uma intenção portuguesa anterior a invasão francesa de transferir a sede da 
monarquia para o Brasil, um país com proporções continentais, riquezas naturais e minerais múltiplas, bem como 
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distante das áreas conflituosas do continente europeu. Partindo dessa leitura a invasão francesa apenas precipitou 
um plano que há muito já era ventilado nos bastidores do governo lusitano. 
Dirigiram-se para o Brasil não apenas os membros da família real, mas um número aproximado de 15.000 nobres. 
Durante os 100 dias de viagem, até a chegada no Rio de Janeiro, as dificuldades enfrentadas pela Corte foram imensas, 
como era normal nestas viagens de travessia do Atlântico: houve desvios de rotas, tempestades, calmarias, epidemia 
de piolhos, carestia e mortes. A viagem só terminaria em 22 de janeiro de 1808 no porto de Salvador, para surpresa 
da Corte. 
Muitos lusos se estabeleceram na capital baiana, todavia a maioria rumou, posteriormente para o Rio de Janeiro, 
capital do Brasil e, agora, sede da monarquia portuguesa. 
 
Período Joanino (1808-1821) 
Duas medidas de grande impacto são assinadas por D. João VI ainda em Salvador, o Alvará de Abertura dos Portos às 
Nações Amigas (leia-se, indiretamente, Inglaterra) e a Revogação do Alvará de 1785 (da Rainha Maria I, que proibia a 
implantação de manufaturas no país). O primeiro marca o FIM DO PACTO COLONIAL, uma vez que o Brasil poderia 
comercializar livremente com qualquer país sem a mediação direta da metrópole. Já o segundo assinala um avanço, 
pois autorizava o país a doravante dedicar-se livremente à atividade manufatureira. Contudo essa medida não foi 
suficiente para promover o desenvolvimento manufatureiro no país, pois havia dois fortes obstáculos: o escravismo e 
a concorrência inglesa. 
Outro ponto a se observar é assinatura dos TRATADOS DE 1810, com a Inglaterra: 
 TRATADO DE ALIANÇA E AMIZADE 
 TRATADO DE COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO 
Do ponto de vista político institucional devemos ter a clareza de que a chegada da Corte ao Brasil promoveu a 
montagem e o aparelhamento de um Estado – entendido enquanto aparelho burocrático de governo – sediado no 
país e que, posteriormente, com o retorno de D. João irá ficar vago, facilitando o processo de independência. 
. 
Política Interna – Transformações Sociais 
Ao longo de todo o período em que D. João VI ficou no Brasil, assiste-se a uma grandiosa transformação do Brasil sob 
diferentes prismas – econômico, político, social e cultural. Para tanto, faz-se importante observar algumas das grandes 
obras realizadas nesse ínterim: 
 Construção de estradas, pontes e praças; 
 Abolição do alvará que proibia a implantação de manufaturas; 
 Biblioteca Real, do Teatro Real e do Museu Nacional; 
 Banco do Brasil; 
 Academia Real Militar e Academia da Marinha; 
 Jardim Botânico; 
 Imprensa Régia; 
 Academia de Belas Artes; 
 Exploração de ferro em São Paulo e Minas Gerais; 
 Faculdade de Medicina na Bahia e Direito no Rio de Janeiro; 
 Missões exploradoras, científicas e artísticas europeias (destaques: Von Eschwege – mineralogista 
alemão; Auguste de Saint-Hilaire – naturalista francês; Jean-Baptiste Debret – pintor francês); 
 
Política Externa 
 Tomada da Guiana Francesa e sua ocupação entre 1809 e1817, por uma expedição anglo-portuguesa 
partida do Pará; 
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 Ascensão do Brasil à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815; 
 Intervenção militar na Cisplatina (futuro Uruguai) em 1817, dando início a uma luta longa e inglória que 
seria herdada depois por D. Pedro I e pelo Brasil independente. 
 
Revolução Liberal do Porto 
Napoleão, em 1820, já era uma figura vencida (sua última batalha havia sido em 1815 - Waterloo, e após esta derrota 
foi exilado na ilha de Santa Helena, onde veio a falecer em 1821), mas suas ideias de liberalismo estavam incendiando 
a Europa. Tanto que, em 24 de agosto de 1820, iniciou em Portugal a Revolução Liberal do Porto, liderada pelas Cortes 
(burguesia revolucionária portuguesa - não confundir com Corte relacionada a nobreza). A Revolução consistiu 
inicialmente na expulsão da junta governativa do Lord inglês Beresford e substituição por uma junta formada pelas 
Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa. 
A saber, suas exigências eram: 
 Retorno imediato da Família Real para Portugal; 
 Implantação de uma Monarquia Constitucional (logo, a proposta do fim da monarquia absolutista - não 
confundir com o fim da monarquia que se dá apenas em 1910); 
 Restabelecimento do Exclusivo Comercial de Portugal em relação ao Brasil (ou seja, retomada do Pacto 
Colonial e, automaticamente, retorno do Brasil à condição de colônia). 
 
26 de abril de 1821 – Retorno da Família Real. D. João leva consigo a alta corte portuguesa, seus familiares, mas 
nomeia D. Pedro como príncipe-regente do Brasil, impedindo assim o retorno imediato do Brasil à condição colonial. 
Podemos apontar esse fato como o primeiro passo do Brasil para sua Independência. 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 5 – Primeiro Reinado 
Tópicos Abordados 
 Independência do Brasil 
 Guerras da Independência 
 Reconhecimento externo 
 Assembleia Constituinte 
 Constituição de 1824 
 Confederação do Equador 
 Crise do I Reinado 
 Abdicação 
 
INDEPENDÊNCIA E PRIMEIRO REINADO 
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA 
Desde pequenos aprendemos que o Brasil é um país fantástico, bonito por natureza e composto por um povo pacífico 
e ordeiro. Evidenciamos a construção de heróis nacionais, a medida que estes mesmos heróis vão construindo noções 
de um patriotismo romântico na mentalidade de nossas crianças e jovens. Os livros de História, principalmente de 
inspiração positivista, ressaltam a figura dos grandes vultos do passado, os "heróis nacionais", que com seus exemplos 
e testemunhos acabam por incutir determinados valores de amor a pátria, defesa da nação, entre outros. 
Nesse sentido, a figura de D. Pedro I não foge a esta constatação. A ideia de um herói nacional, montado em seu cavalo 
branco, às margens do "rio" Ipiranga, sacando de sua espada a brilhar, apontando em direção ao céu, resplandecente 
de poder e grande glória e bradando: "INDEPENDÊNCIA OU MORTE", tem a função simbólica de referenciar os ideais 
de nacionalismo e de viver pela pátria a ponto de doar a vida pela mesma. 
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Na esteira deste pensamento, é válida a percepção de que a cena da Independência do Brasil, talvez nunca tenha se 
processado da maneira com a qual é contada por muitos professores e livros didáticos. Sendo, portanto, assim narrada 
para cumprir um importante papel na construção de uma suposta identidade nacional. 
A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL - como muito bem debatida por Emília Viotti da Costa - se deu dentro de um 
caráter ELITISTA, isto é, SEM PARTICIPAÇÃO POPULAR, e ao criar a figura do herói que se doa pela pátria e pelo povo, 
esvazia o significado das ações políticas da população no passado e, principalmente, no presente. Assim sendo, somos 
meros coadjuvantes de uma história feita, narrada e contada pela elite. A Independência não deve ser analisada 
enquanto um gesto isolado do "herói" D. Pedro, mas analisada a partir de uma pluralidade de situações que se somam 
para consolidar a EMANCIPAÇÃO nacional. 
A nível de conhecimento, vale lembrar que a "INDEPENDÊNCIA" se deu a partir da soma de diferentes fatores, dentre 
os quais seguem alguns abaixo listados: 
 A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil; 
 As ideias iluministas; 
 As pressões inglesas; As independências americanas; 
 A Revolução Liberal do Porto e a ameaça de Recolonização; 
 As ambições de D. Pedro. 
 
Guerras de Independência 
Algumas províncias não aceitaram imediatamente a emancipação política do Brasil em relação a Portugal e se negavam 
a reconhecer a ruptura com a antiga metrópole. Isso deveu-se principalmente a aspectos econômicos locais, 
principalmente de grupos ligados ao comércio com a metrópole ou beneficiários da política lusitana. 
>> Províncias que não aceitaram a independência de imediato: Bahia, Cisplatina, Grão-Pará e Maranhão; 
Por ordem de José Bonifácio foi organizado o exército e contratados mercenários – principalmente ingleses e franceses 
– para sufocar as dissidências. Destaque para os mercenários Pascoe Grenfell e Lord Cochrane, que contornaram as 
dissidências internas, garantindo a integridade territorial do Brasil. 
 
Reconhecimento da Independência 
• EUA (1824) – primeiro país a reconhecer o Brasil como um país independente, baseados nos princípios 
da Doutrina Monroe (1824): “América para os americanos”; 
• Inglaterra (1825) – o reconhecimento se deu em troca da ratificação de interesses comerciais britânicos 
presentes nos acordos de 1810 e sua prorrogação por mais 15 anos; 
• Portugal (1825) – o reconhecimento se deu mediante o pagamento de uma indenização de 2 milhões 
de libras esterlinas (emprestados pelos ingleses) e o reconhecimento de D. João VI como Imperador 
Emérito do Brasil. 
 
PRIMEIRO REINADO (1822-31) 
Com a emancipação política do Brasil, tem-se a necessidade de organizar a vida e a política do novo país, agora 
autônomo, porém com vínculos e dívidas com outros países, bem como com grupos interessados em orbitar em torno 
do poder. 
 
Constituinte de 1823 
Iniciou seus trabalhos em 17 de abril, sendo presidida por Antônio Carlos de Andrada e possuindo um caráter com 
fortes influências iluministas, não passou de um anteprojeto. Seu conteúdo liberal, anticolonialista e antilusitano, 
desagradou o Imperador D. Pedro I, que teria seus poderes limitados, haja vista que esta Carta Constituinte estava 
baseada no modelo da Tripartição do Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário), de Montesquieu. Uma característica 
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curiosa da mesma é o estabelecimento do voto censitário, tomando por base a produção de farinha de mandioca, daí 
o apelido de “Constituição da Mandioca” destinado a D. Pedro I ordena a dissolução da Assembléia em 12 de 
novembro, ordem que foi desobedecida pelos deputados, que passaram a noite trancafiados na assembleia, é a 
chamada “Noite da Agonia”, sendo que os constituintes foram presos e a constituição suprimida, em um gesto de 
autoritarismo do imperador. 
Alegando que só aceitaria uma Constituição que fosse “digna do Brasil e de mim”, D. Pedro nomeia um Conselho de 
Estado, composto por 10 membros, os quais elaboraram a nova constituição, que foi outorgada (imposta) pelo 
imperador. 
 
Constituição de 1824 
 Primeira Constituição do Brasil; 
 Outorgada; 
 Governo Monárquico, hereditário, constitucional e representativo; 
 Divisão do território em Províncias; 
 Catolicismo religião oficial (embora existisse liberdade religiosa); 
 Voto censitário (eleitores divididos conforme renda – Paróquia e Província); 
 Senado vitalício; 
 Regime do Padroado e do Beneplácito; 
 Divisão em 4 PODERES: Executivo, Legislativo (bicameral), Judiciário e Moderador (exclusivo do 
Imperador); 
 
Política interna 
Embora não existissem “Partidos” no sentido atual do termo, devendo os mesmos ser interpretados como grupos 
políticos e sociais com ideais próprios, havia uma disputa interna, que se desenhava aproximadamente desta forma: 
 
Partido Português Partido Brasileiro 
• Apoiavam o absolutismo de D. Pedro; 
• Institucionalmente eram fortes no 
Senado; 
• Socialmente eram os grandes 
comerciantes da Corte; 
• Liberais: eram contra o absolutismo de D. 
Pedro; 
• Institucionalmente eram fortes na 
Câmara dos Deputados; 
• Socialmente eram os pequenos e médios 
comerciantes da Corte e os grandes 
fazendeiros; 
 
Confederação do Equador (1824) 
Reação direta da elite do Nordeste à Constituição de 1824 e ao autoritarismo de D. Pedro. Insatisfeitos com os altos 
impostos e com a baixa representatividade política, liderados pelo Pernambuco, as províncias da Paraíba, Ceará, e Rio 
Grande do Norte, se proclamaram independentes e adotaram a Constituição da Colômbia. 
Consistiu em um movimento emancipacionista e republicano, contrário ao absolutismo e continuador da Revolução 
Pernambucana de 1817. As províncias envolvidas foram reprimidas violentamente e oito lideranças foram condenadas 
a execução. 
 
Guerra da Cisplatina (1825-28) 
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Conflito armado entre Brasil e Argentina pela posse da região da Cisplatina. Após três anos de conflitos, gastos 
militares com suprimentos, armamentos e mercenários, endividamento externo, tudo à revelia dos interesses da elite 
nacional, a Inglaterra interfere apoiando a Independência da Cisplatina que passa a se chamar República Oriental do 
Uruguai. 
 
 
Questão sucessória 
Com a morte de D. João VI (rei de Portugal), D. Pedro declara guerra ao irmão D. Miguel, tendo por objetivo colocar a 
filha D. Maria da Glória no trono. A guerra aumenta os gastos e a dívida da monarquia brasileira, bem como faz a elite 
nacional temer uma possível reaproximação com Portugal. 
 
Abdicação de D. Pedro 
Com as diversas crises políticas e econômicas que o país sofria desde a independência, aliadas a forte rejeição que se 
criou em torno de D. Pedro, uma série de fatores se sobrepõem para entendermos a “renúncia” ao trono brasileiro: 
 autoritarismo do Imperador; 
 repressão violenta à Confederação do Equador; 
 Guerra da Cisplatina; 
 sucessão ao trono português; 
 privilégios dados aos portugueses; 
 suspeita de envolvimento da morte do jornalista Líbero Badaró (opositor de D. Pedro); 
 comprometimento das finanças nacionais; 
 revolta de militares brasileiros; 
 Noite das Garrafadas; 
 
Diante desse cenário instável e de intensas pressões, somado as ondas de revoluções burguesas que ocorriam na 
Europa, em 07 de abril de 1831, D Pedro abdica ao trono em prol do filho Pedro de Alcântara, de apenas 05 anos de 
idade. 
Como não havia nenhum parente maior de idade para assumir a regência em nome de D. Pedro II, a Constituição 
determinava que a Assembleia Nacional indicasse três nomes que comporiam a Regência Trina que governaria até a 
maioridade do herdeiro. 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 6 – Período Regencial 
Tópicos Abordados 
 Período Regencial 
 Regência Trina Provisória 
 Regência Trina Permanente 
 Ato Adicional de 1834 
 Regência Una 
 Rebeliões Regenciais 
 
PERÍODO REGENCIAL 
Período Regencial 
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Chamamos de Período Regencial o espaço de tempo entre o Primeiro e o Segundo Reinado. Durante esses anos, D. 
Pedro de Alcântara estava impossibilitado de assumir, devido sua idade. O Brasil foi então governado por regentes. 
Algumas considerações gerais sobre o Período Regencial são importantes: 
 Presença de três grupos políticos: Restauradores, Liberais Moderados e Liberais Exaltados; 
 Os três grupos políticos formaram posteriormente os dois partidos que definiram a vida política durante 
o II Reinado: Liberal e Conservador. Importante lembrar que os dois partidos eram “farinha do mesmo 
saco”. Os mesmos divergiam apenas quanto à maneira de estabelecimento da monarquia; 
 O Período Regencial foi marcado por três períodos: Regência Trina Provisória, Regência Trina Permamente 
e Regência Una; 
 O período foi de grande instabilidade, marcado por revoltas que ameaçaram a unidade territorial do Brasil; 
 Apesar dar revoltas, NENHUM regente fez uso do Poder Moderador, já que o mesmo era de uso 
EXCLUSIVO do Imperador. 
 
Regência Trina Provisória(abril a junho de 1831) 
 Nicolau de Campos Vergueiro, Joaquim Carneiro de Campos (Marquês de Caravelas) e o Brigadeiro 
Francisco de Lima e Silva; 
 Reintegração do Ministério dos Brasileiros, que havia sido demitido por D. Pedro I em abril de 1831, após 
a Noite das Garrafadas; 
 Promulgação da Lei Regencial, restringindo assim as atribuições do Poder Moderador, que, 
temporariamente, seria exercido pelos regentes, vetando-lhes o direito de dissolver a Câmara dos 
Deputados, decretar a suspensão das garantias constitucionais e conceder títulos de nobreza e 
condecorações; 
 Anistia aos presos políticos para abafar a agitação política; 
 Proibição dos ajuntamentos noturnos em praça pública, tornando inafiançáveis os crimes em que 
ocorresse prisão em flagrante; 
 Eleição da Regência Trina Permanente. 
 
Regência Trina Permanente (1831 - 1835) 
 José de Costa Carvalho, João Bráulio Muniz e o Brigadeiro Francisco de Lima e Silva; 
 Composição feita por Deputados, ao contrário da anterior, que havia sido formada por Senadores; 
 Desponta, nesse contexto, a figura do padre Diogo Antonio Feijó, dele partiram as principais medidas do 
período: Criação da Guarda Nacional em 1831 (base para o futuro coronelismo), tratava-se de uma tropa 
de elite, uma esfera de poder municipal, tendo como comandantes locais os próprios grandes 
proprietários. Aprovação em 1832 do Código de Processo Criminal, dando plena autonomia judiciária aos 
juízes de paz no âmbito municipal; 
 Expansão das ideias liberais descentralizadoras. 
ATO ADICIONAL DE 1834 - (claras manifestações liberais) de acordo com ele, a regência se tornaria una, eletiva e 
temporária, com mandato de quatro anos. Supressão do Conselho de Estado, instituição das já implementadas 
Assembléias Legislativas Provinciais e criação de um Município Neutro, no caso o Rio de Janeiro. O Ato Adicional, na 
prática, reforçava de forma intensa a autonomia das províncias, além de, em certo aspectos, apresentar uma abertura 
para as ideias republicanas. 
 
Regência Una 
Padre Diogo Antonio Feijó (1835 - 1837) - avanço liberal 
 Governa em nome dos Moderados; 
 Tensões políticas; 
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 Oposição dos Conservadores; 
 Política econômica questionável; 
 
Eclosão de revoltas oriundas do processo de descentralização: 
 Cabanagem no Pará (1835 - 1840), 
 Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul (1835 - 1845); 
 A situação de ingovernabilidade acabou levando à renúncia em 1837. 
 
Pedro Araújo de Lima (1837 - 1840) - regresso conservador 
 Conservadores com o lema: regresso à ordem; 
 Consolidação do Partido Liberal e do Partido Conservador; 
 
Outros focos de rebeliões estouram: 
 Sabinada na Bahia (1837 - 1838) 
 Balaiada no Maranhão (1838 - 1841); 
 Ministro Pereira Vasconscelos reorganiza o processo centralizador; 
 Criação do Instituto Histórico Brasileiro e do Colégio D. Pedro II; 
 Golpe da Maioridade (1840). 
 
Rebeliões Regenciais 
 Péssimas condições de vida da população mais pobre; 
 A falta de autonomia das províncias, devido à centralização do governo imperial; 
 O excesso de impostos, cobrados pelo governo central; 
 A luta pelo poder entre partidos e grupos políticos. 
 
REBELIÃO PERÍODO ESTADO CLASSE SOCIAL 
CABANAGEM 1835-1840 Pará Popular 
REV. DOS MALÊS 1835 Bahia Escravos 
FARROUPILHA 1835-1845 Rio Grande do Sul Elite - Estancieiros 
SABINADA 1837-1838 Bahia Classe média 
BALAIADA 1838-1841 Maranhão Popular 
 
História do Brasil 
Bloco 7 – Segundo Reinado 
Tópicos Abordados 
 II Reinado 
 Política Interna 
 Política Externa 
 Questões Platinas 
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 Questão Christie 
 Guerra do Paraguai 
 Efeitos da Guerra 
 Economia Cafeeira 
 Questões da República 
 Leis Abolicionistas 
 Proclamação da República 
 
SEGUNDO REINADO 
O Segundo Reinado (1840-89) corresponde ao período no qual D. Pedro II esteve à frente do governo brasileiro. No 
capítulo anterior verificamos que o D. Pedro I governou o país por apenas nove anos e devido a uma série de 
contradições e pressões internas veio a abdicar ao trono. A julgar pelo tempo de governo de cada um, podemos já 
lançar mão de uma conclusão: o governo de D. Pedro II além bem mais longo que o de seu pai, foi cercado de maior 
estabilidade política, entretanto não podemos nos iludir e afastar que este longo período também esteve cercado de 
inúmeras contradições. 
Como forma facilitar nosso debate acerca do II Reinado, iremos dividi-lo em três fases, como forma de sintetizarmos 
algumas ideias e fatos importantes que compõem tão rico período da História brasileira. 
 1ª fase (1840-50) – Contenção dos resquícios das Rebeliões Regenciais e Política Interna; 
 2ª fase (1850-70) – Política Externa: Questão Christie, Conflitos Platinos e Guerra do Paraguai; Economia 
nacional; 
 3ª fase (1870-89) – Leis abolicionistas e Movimentos Republicanos; 
 
1ª fase (1840-1850) 
O governo de D. Pedro II (Pedro de Alcântara) tem início com o GOLPE DA MAIORIDADE, que consistiu numa articulação 
política antecipando a maioridade do Imperador para 15 anos (Constitucionalmente era de 18), com o objetivo de 
centralizar o poder e sufocar a ameaça que as Rebeliões Regenciais ofereciam a integridade territorial do Império, 
bem como aos interesses da elite nacional, orientados pelo binômio latifúndio e escravidão e que se viam ameaçados 
pelos conflitos internos. 
Podemos verificar que a proposta inicialmente foi formulado pelo Partido Liberal e aceita pelo Partido conservador, 
uma vez que a centralização política no Imperador atendia aos interesses da elite preservando as estruturas de poder. 
Nesse sentido, observa-se que os dizeres de deputado Oliveira Viana “nada mais liberal que um conservador na 
oposição, nada mais conservador que um liberal no governo”, expressa bem como a elite alternava sua posição política 
conforme a ocasião e os interesses. Estas medidas constituíram-se em importantes elementos para uma certa 
estabilidade interna, pacificação de revoltas, bem como conciliação de alguns interesses. 
 
POLÍTICA INTERNA 
Ministério dos Irmãos – assim que coroado D. Pedro II nomeia um ministério composto pelos irmãos Andrada, Martim 
Francisco, Antônio Carlos e outros Liberais. No entanto, este Ministério sofreu forte oposição, uma vez que a Câmara 
dos Deputados era formada na maioria por Conservadores. O Imperador, fazendo uso do Poder Moderador, convoca 
eleições, as quais ficam marcadas pelo uso de violência e meios fraudulentos como forma de impor a manutenção do 
Ministério, por este motivo foram chamadas de Eleições do Cacete. 
 
Tarifa Alves Branco (1844) – criada por Manuel Alves Branco, representou o aumento dos impostos sobre a 
importação, variando de 30% a 60% ad valorem, isto é, correspondente a um percentual do valor do produto. A medida 
tinha por objetivo proteger a economia nacional e acabou desagradando comerciantes britânicos e importadores 
brasileiros 
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Lei Bill Aberdeen (1845) – trata-se de uma lei inglesa, também chamada de Slave Trade Suppression Act, que proibia 
o tráfico negreiro de escravos. A Inglaterra decreta o direito de aprisionar e até mesmo naufragar navios que se 
encontrassem transportando escravos. Importante lembrar que os britânicos passavam por uma intensificação da 
Revolução Industrial, bem como já adotavam uma política Imperialista em território africano, portanto a lei não se 
cercava de causas humanitárias, mas, todavia, de motivações econômicas. 
 
Parlamentarismo às avessas (1847): Poder legislativo subordinado ao executivo. Imperador = peça central nas 
decisões. Liberais e Conservadores manipulados por D. Pedro II, cientes de que precisavam de sua proteção. No quadro 
abaixo você confere a diferença entre o modelo inglês e o brasileiro. 
 
Revolução Praieira (1848): 
 Pernambuco(reduto do liberalismo); 
 Revoluções liberais de 1848; 
 Situação da região em desordem, imperando a fome e a miséria; 
 Comerciantes portugueses discriminam os pobres; 
 Surgem os “novos ricos” e fundam o Partido da Praia; 
 Em 1848, D. Pedro II nomeou um conservador para governar a Província, sendo isso o estopim da revolta; 
 Os praieiros tinham um plano com influências que ultrapassavam as ideias liberais e estava marcado por 
ideias do socialismo utópico (Manifesto do Mundo); 
 Movimento sufocado em 1850. 
 
Lei Eusébio de Queirós (1850): em função das pressões inglesas pelo fim da escravidão, bem como a promulgação da 
Bill Aberdeen, o Brasil decide por proibir o tráfico negreiro. 
 
Lei de Terras de 1850: as terras sem registro foram consideradas “devolutas” (pertencentes ao Estado) e a 
regularização se dava somente mediante a compra e registro. As consequências foram que pequenos proprietários 
perderam suas terras, aumentando a concentração de terras nas mãos de latifundiários. Imigrantes e escravos libertos 
ficaram sem acesso a terra, disponibilizando, assim, mão de obra barata e numerosa para grandes proprietários. 
 
2ª fase (1850-1870) 
Economia 
A economia do Brasil se mantém basicamente a mesma durante todo o período imperial, aliás, só vamos falar de 
significativas alterações nesse setor após 1930. Até esta data, podemos classificá-la da mesma maneira, o que de certa 
forma facilita o estudo, mas, na prática, atrasou o nosso desenvolvimento (coisas do Brasil). 
Características: 
 Predominância da monocultura; 
 Economia agro-exportadora; 
 Grandes propriedades cultivadas (latifúndios). 
Os produtos principais estavam enfrentando uma dura crise, a saber: 
 AÇÚCAR: sofria concorrência da produção das Antilhas e do açúcar de beterraba na Europa (europeu tem 
cada gosto!); 
 TABACO: usado no tráfico de escravos africanos, sofria uma queda na produção sob a pressão inglesa para 
que o Brasil eliminasse tal prática; 
 ALGODÃO: perdia mercado para a concorrência do algodão produzido no sul dos Estados Unidos; 
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 CHARQUE e COURO: representavam muito pouco nas exportações brasileiras, não concorrendo com 
similares produzidos em outras regiões (Argentina e Uruguai). 
 
Indústria: O pequeno desenvolvimento industrial do Brasil no período se deve, inicialmente, a alguns fatores como, 
por exemplo, renovação dos tratados com a Inglaterra, insuficiência de capital disponível, inexistência de um forte 
mercado interno, ausência de mentalidade empresarial brasileira e precariedade de rede de transportes. Mas com a 
aprovação das Tarifas Alves Branco, a situação ficou um pouco mais favorável. Vemos despontar, após meados do 
século XIX, a figura de Irineu Evangelista de Sousa, o Barão (1854) e Visconde (1874) de Mauá. É o período que 
chamamos de ERA MAUÁ. Dentre suas atividades merecem destaque: navegação a vapor, reestruturação de portos, 
estradas de rodagem, bancos e empresas de serviços. Esses fatos, porém, não foram capazes de transformar o país 
numa economia industrial. A estrutura agrária continuava centrada no latifúndio. Havia também uma resistência à 
ideia de industrialização. Não podemos esquecer que, por quase cem anos (1750-1840), a Revolução Industrial 
privilegiou, sobretudo, a Inglaterra. As economias agrárias resistiam a essa inovação. Esse foi um dos motivos da 
Guerra da Secessão (1861 - 1865) nos Estados Unidos. A resistência também se observa no Brasil e por isso Mauá é, 
hoje, considerado um homem à frente de seu tempo e, em seu tempo, foi considerado como um louco. 
 
Política Externa 
A Questão Christie (1863 – 1865): consistiu no rompimento de relações diplomáticas entre Brasil e Inglaterra, 
provocado, sobretudo por dois principais motivos: 1) O roubo da carga de um navio inglês naufragado no Rio Grande 
do Sul e a exigência inglesa por indenização; 2) a prisão de marinheiros ingleses no Rio de Janeiro e a exigência britânica 
de desculpas. William D. Christie (embaixador inglês no Brasil) aprisionou 5 navios brasileiros no porto do RJ a título 
de indenização, levando o Brasil a pagar a indenização, mas exigindo desculpas da Inglaterra por invadir porto do Rio 
de Janeiro. Arbítrio internacional de Leopoldo I (BEL) favorável ao Brasil, que rompe relações diplomáticas com a 
Inglaterra, que retrata-se oficialmente em 1865. 
 
GUERRA DO PARAGUAI (1864 - 1870) 
Motivos: 
 Desenvolvimento econômico do Paraguai; 
 Necessidade que o Paraguai tinha de acesso ao mar; 
 Necessidade paraguaia em escoar sua produção; 
 Ideia de Francisco Solano Lopez de construir o Grande Paraguai, 
 Pretensões paraguaias sobre territórios do Brasil e Argentina; 
 Choque com interesses ingleses na região; 
 Apreensão do navio brasileiro Marquês de Olinda, em 12 de novembro de 1864, que subia o rio Paraguai 
rumo à província de Mato Grosso, levando a bordo o Coronel Frederico Carneiro de Campos, recém 
nomeado presidente da província. 
 
Desdobramento 
 1º de maio de 1865 - Assinado em Buenos Aires o Tratado da Tríplice Aliança 
 Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) x Paraguai 
 1865 - Batalha de Riachuelo (Almirante Tamandaré e Almirante Barroso); 
 1866 - Invasão do Paraguai (General Manuel Luis Osório); 
 1867 - Batalha do Tuiuti (General Manuel Luis Osório, General Luis Mena Barreto, Brigadeiro Antonio de 
Sampaio e Tenente Corolnel Emílio Luis Mallet); 
 1869 - Cerco à Assunção. Solano López foge. Duque de Caxias sai do comando das tropas Brasileiras e 
assume o Conde Luis Felipe Gastão de Orléans (Conde d´Eu), genro do imperador. 
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 1869-1870 - Campanha das Cordilheiras, perseguição e morte de Solano López. 
 
Consequências: 
 Brasil - Aumento da dívida externa, crise financeira, desenvolvimento das comunicações (telégrafo, por 
exemplo) e da indústria naval, crescimento do Exército Brasileiro em importância política. 
 Inglaterra - Lucros com os empréstimos aos países da Tríplice Aliança, lucros com o comércio de armas, 
entrada no mercado paraguaio, aproveitando o aniquilamento causado pela guerra. 
 Paraguai - Destruição do seu parque industrial, extinção das Fazendas da Pátria que passaram às mãos de 
latifundiários, entrada na órbita da economia inglesa, anulação de suas pretensões territoriais, extermínio 
de cerca de 76% de sua população. 
 
Questões Platinas 
Encerram as questões relacionadas à política externa do II Reinado. O Império brasileiro envolveu-se profundamente 
nessas questões, tanto do ponto de vista político, como militar. No Prata, os interesses econômicos foram, de certa 
forma, postos em segundo plano. As sucessivas intervenções brasileiras no Prata começaram por volta de 1850. Na 
grande maioria das vezes, foram tentativas de solucionar problemas antigos, que surgiram da inabilidade de D. João 
VI com a política externa. Os problemas do Prata foram provocados basicamente por duas causas: o imperialismo 
brasileiro e a luta interna nas repúblicas platinas. 
 
3ª fase (1870-1889) 
ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO 
 Lei Eusébio de Queirós (1850) – extinção do tráfico negreiro; 
 Lei do Ventre Livre (1871) – liberdade para os filhos de escravos nascidos a partir desta data, devendo os 
proprietários criá-los até os 08 anos; 
 Lei dos Sexagenários (1885) – liberdade para o escravo que completasse 65 anos; 
 Lei Áurea (1888) – assinada em 13 de maio, concedeu a liberdade a todos os escravos. O documento 
assinado pela Princesa Isabel – que na ocasião substituía provisoriamente o Imperador – atingiu 
aproximadamente 5% da população negra do país, fato este que mostra que na prática a escravidão já 
havia praticamente acabado, sendo a Lei apenas uma forma de legitimar este fato. 
O fato de na prática a escravidão se impor a um reduzido número de escravos, não implica dizer que a condição social 
do escravo era melhor, bem como dos negros libertos, uma vez quea abolição não veio acompanhada de políticas de 
inclusão, bem como garantias de direitos políticos e sociais, deixando a população negra desamparada. 
Outro ponto que se faz importante debater, consiste que estas leis podem ser interpretadas enquanto elementos que 
frearam o processo abolicionista, concedendo a liberdade, paulatinamente, a pequenas camadas da população 
escrava, conseguindo assim tempo para que os fazendeiros fossem adequando-se a transição para a mão de obra livre 
assalariada. 
Seria ingenuidade analisar a abolição apenas como fruto de uma série de leis vindas de “cima para baixo”, sem situá-
las dentro de um quadro de influências internas e externas, composto por: 
 as pressões inglesas, como forma de ampliar o mercado consumidor e liberar capitais destinados ao tráfico 
negreiro ; 
 a ideia de modernização nacional e de racionalização do trabalho; 
 a Guerra do Paraguai que alforriou negros que lutaram no conflito; 
 a ação de clubes abolicionistas, composto por poetas, escritores, políticos, intelectuais e outros que 
exerciam pressões sociais sobre os deputados; 
 as revoltas/resistências dos próprios escravos; 
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Concomitante a esse cenário, devemos atentar para a subjetividade, criatividade e lutas da própria população negra, 
pois analisar a abolição apenas do ponto de vista de uma concessão do governo e da elite branca, consiste em 
“vitimizar” os sujeitos históricos, como se estes não fossem portadores de vontades, interesses e ações 
transformadoras da sua realidade histórica. 
 
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (15/11/1889) 
Comumente o ensino de História no Brasil, sob fortes influências da historiografia positivista, reproduz uma visão que 
tende a construir grandes heróis e enaltecer eventos como se os mesmos se dessem de modo isolado e operando uma 
ruptura brusca com o passado. Nesse sentido a Proclamação da República deve ser entendida, primeiramente como 
fruto do interesse de três grupos: 
 Militares 
 Cafeicultores 
 Camadas Médias Urbanas 
 
Bem como a partir de uma série de fatores que geram o desgaste do poder e da figura do Imperador D. Pedro II, ao 
longo do Segundo Reinado (1840-89), são as chamadas "QUESTÕES" da República: 
 Questão Abolicionista - o descontentamento de muitos cafeicultores (principalmente do Vale do Paraíba) 
com as medidas abolicionistas; 
 Questão Militar - a desvalorização, os baixos salários e pouca participação política do Exército no país, 
somado ao aumento do prestígio que a instituição passa a ter após a Guerra do Paraguai; 
 Questão Religiosa - a expulsão dos maçons pela Igreja a Católica e a retaliação do Imperador (que era 
maçom), ordenando a prisão dos Bispos de Olinda e Recife, fizeram a monarquia encontrar forte oposição 
da Igreja; 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 8 – República Velha 
Tópicos Abordados 
 República Velha 
 Governo Provisório 
 República da Espada 
 República Oligárquica 
 Política do café-com-leite 
 Pacto dos Governadores 
 Coronelismo 
 Política de valorização do café 
 Questão Social 
 Revolução Federalista 
 Guerra de Canudos 
 Revolta da Vacina 
 Revolta da Chibata 
 Greve Geral de 1917 
 Movimento Tenentista 
 Ruptura de Washington Luis 
 Revolução de 1930 
MOVIMENTO ELITISTA E SEM 
PARTICIPAÇÃO POPULAR 
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REPÚBLICA VELHA OU PRIMEIRA REPÚBLICA 
Uma vez proclamada a República no Brasil o Marechal Deodoro da Fonseca, líder militar que teria encabeçado o 
processo é colocado a frente do país para organizar o novo modelo político. Como o mesmo não havia sido eleito e o 
país necessitava de um governante para tanto, consideramos os primeiros anos de governo de Deodoro como 
“Governo Provisório” (1889-91). 
 
Governo Provisório 
Os principais atos durante essa fase de governo foram o reconhecimento da República, sendo que Argentina e Uruguai 
foram os primeiros países a reconhecer o novo regime brasileiro. Outro ponto foi a criação da Bandeira Nacional, em 
19 de novembro – apenas lembrando que, provisoriamente, de 15 a 19/11 vigorou uma bandeira listrada em verde e 
amarelo, com um quadrado estrelado no canto superior esquerdo, semelhante a dos EUA. Aliás, a influência do 
modelo norte americano já começa a se fazer sentir não apenas aí, mas também na Instituição da República Federativa 
dos Estados Unidos do Brasil. 
Também merece destaque a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, bem como uma série de medidas 
tomadas pelo Governo Provisório: 
 A grande naturalização 
 Separação entre Estado e Igreja; 
 Casamento Civil, Código Penal, Regulamentação do Trabalho Industrial do Menor; 
 Reforma do ensino; 
 Extinção do Padroado e do Beneplácito; 
 Dissolução da Câmara dos Deputados e Extinção do Senado Vitalício; 
 Criação da Assembleia Constituinte; 
 etc; 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1891 – 1ª Constituição Republicana 
 Promulgada (submetida à aprovação); 
 República Federativa; 
 Transformação das Províncias em Estados; 
 Tripartição do Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário); 
 Federalismo: cada Estado é uma unidade autônoma, porém não soberana; 
 Laicização do Estado (separação Estado e Igreja); 
 Voto aberto (não secreto), extensivo a homens, maiores de 21 anos – estavam excluídos do processo 
“democrático”: mulheres, crianças, analfabetos, mendigos, praças de pré e padres; 
 Criação do Supremo Tribunal Federal; 
 Etc; 
 
REPÚBLICA DA ESPADA (1891-94) 
 MARECHAL DEODORO DA FONSECA (1891) – “O Velho Marechal” 
 MARECHAL FLORIANO PEIXOTO (1891-94) - “o Marechal de Ferro” 
 
REPÚBLICA OLIGÁRQUICA (1894-1930) 
ECONOMIA 
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 Agrária 
 Monocultura 
 Exportação 
 Café 
 
Funding-loan - Com esse acordo, suspendeu-se por 3 (três) anos o pagamento dos juros da dívida; suspendeu-se por 
13 (treze) anos o pagamento da dívida externa existente; o valor dos juros e das prestações não pagas se somariam à 
existente; a dívida começaria a ser paga em 1911, com o prazo de 63 anos, com juros de 5% ao ano; as rendas da 
alfândega do Rio de Janeiro e Santos ficariam hipotecadas aos banqueiros ingleses, como garantia. 
 
Convênio de Taubaté - acordo entre Governo Federal e Cafeicultores, onde o governo se comprometia a comprar 
sacas de café para manter o preço do produto no mercado. Também conhecido como política de valorização do café. 
 Boom da Borracha 
 Indústria: substituição das importações 
 
POLÍTICA 
Este período da História republicana brasileiro também é comumente chamado de República do Café ou do Café com 
Leite. Foi um período de predomínio político das elites econômicas agrárias, principalmente às vinculadas a 
cafeicultura. Nesse sentido, uma complexa estrutura política foi construída, garantindo o controle sobre o processo 
político do país. Para uma melhor compreensão do funcionamento das estruturas nesse período faz-se necessário 
compreender alguns conceitos básicos: 
 
Política do Café com Leite: sistema de revezamento político no poder entre São Paulo e Minas Gerais (respectivamente 
o maior produtor de café e o maior produtor leite e 2º de café, no país), federações economicamente fortes e com 
grande capacidade de controle político, garantindo a alternância de candidatos dos dois Estados na sucessão 
presidencial. 
 
Política dos Governadores: relação de “troca de favores” entre o Poder Federal e os governos estaduais, 
representados por oligarquias rurais regionais. Por intermédio de uma máquina eleitoral muito bem montada 
procurava-se garantir benefícios e facilidades para o grupo situacionista eleito em cada Estado. 
 
Coronelismo: considerado a base do sistema oligárquico, consistia no uso do poder dos chefes políticos locais – 
fazendeiro ou ricos comerciantes –, comumente chamados de coronéis, que controlavam o processo político através 
de suas influências ou por meio da coerção. Desta forma criavam-seos chamados “currais eleitorais”, o “voto de 
cabresto”, o “clientelismo”, as “eleições de bico de pena”, entre outros sinônimos, do controle da elite agrária sob a 
população, fosse pelo uso indiscriminado do medo e da violência, fosse pela habilidade em trocar favores. 
 
Revolução de 30. Em 24 de outubro de 1930, os ministros militares depõem Washington Luís, que é preso. Uma junta 
militar assume a presidência, entregando-a a Getúlio Vargas no dia 3 de novembro de 1930. É o fim da República Velha 
no Brasil. 
 
REVOLTAS 
 1893 – 1895: Revolução Federalista 
 1896: Guerra de Canudos 
 1904/1906: Revolta da Vacina 
 1910: Revolta da Chibata 
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 1912-1916: Guerra do Contestado 
 1917: Greve Geral 
 1922: Tenentismo – 18 do Forte – Coluna Prestes 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
Bloco 9 – Era Vargas 
Tópicos Abordados 
 Era Vargas 
 Governo Provisório 
 Revolução Constitucionalista de 1932 
 Constituição de 1934 
 Voto Feminino 
 Leis trabalhistas 
 Governo Constitucional 
 Estado Novo 
 Brasil na Segunda Guerra Mundial 
 CLT 
 Afastamento de Vargas 
 
Chegamos a um dos grandes momentos da História do Brasil. Se existe um líder controverso em nossa história, esse 
líder é Getúlio Dorneles Vargas. A visão que se tem sobre Vargas depende muito de onde você está no Brasil. O sul o 
reverencia, São Paulo por muito tempo o abominou, alguns lugares do Nordeste sequer recordam. Mas o papel desse 
homem frente à política brasileira deve, sem dúvida alguma, ser levado em consideração. Ele esteve à frente do 
governo brasileiro em momentos muito tensos da história nacional e mundial (crise política, intentona comunista, 2ª 
Guerra Mundial) e conseguiu dar passos importantes no processo de industrialização do Brasil. 
 
Era Vargas 
Seu governo será dividido em 3 fases: 
 1930-1934 - Governo Provisório; 
 1934-1937 - Governo Constitucional; 
 1937-1945 - Estado Novo / Ditadura Vargas. 
Torna-se um erro, portanto, afirmarmos que a ditadura Vargas durou 15 anos, como às vezes ouvimos. O que de fato 
durou 15 anos foi a Era Vargas, o Estado Novo, que é verdadeiramente o período ditatorial, teve uma duração de 8 
anos. Vale lembrar que contando os 15 anos mais os 3 anos de seu retorno, Vargas foi o segundo governante a 
permanecer mais tempo frente ao governo do Brasil, perdendo apenas para D. Pedro II. 
 
GOVERNO PROVISÓRIO (1930-34) 
Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas tomou posse como Presidente Provisório do Brasil. Exatamente às 16 
horas, os salões do Palácio do Catete no Rio de Janeiro estavam repletos de autoridades, políticos e simpatizantes, 
ansiosos para ver a cerimônia de posse. 
Um dos principais pontos de seu governo foram as reformas econômicas e políticas. Como o Café ainda era um produto 
importante para a economia nacional, Getúlio Vargas criou em 1931 o CNC - Conselho Nacional do Café, e uma das 
primeiras medidas do órgão foi a queima de estoques de café objetivando a elevação dos preços. Diante da oposição 
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feita pelo ministro da Fazenda José Maria Whitaker à medida, o mesmo foi substituído por Osvaldo Aranha. Em 1933, 
o CNC foi substituído pelo Departamento Nacional do Café. 
 
Outros pontos importantes: 
 Getúlio cria o termo Decreto-lei (similar atualmente à medida provisória) - Os termos eram assinados e 
validados pelo sem passar pela votação do Congresso Nacional; 
 Na República Velha os Estados eram governados por pessoas eleitas pelos coronéis, através do voto de 
cabresto, voto de currais, fraude e corrupção; 
 O 1º Decreto-lei estabelecia a demissão de todos os governadores da República Velha e quem governaria 
a partir daí seriam os interventores nomeados por Getúlio; 
 O interventor de Goiás foi Pedro Ludovico Teixeira, ele tirou o poder da família Caiado, através da 
transferência da capital de Goiás para Goiânia; 
 O 2º Decreto-lei estabeleceu o voto secreto, através do qual seria mais difícil se fazer fraudes; 
 Getúlio criou ainda a Justiça Eleitoral, que era antes comandada pelos coronéis. 
 São Paulo, contudo, era forte opositor ao governo. Fora ele o Estado que mais perdera com a Revolução 
de 30. E os cafeicultores ainda atribuíam à dura crise que estavam enfrentando à Getúlio Vargas. Sem 
contar que 5 (cinco) interventores já haviam passado por São Paulo e não estavam conseguindo resolver 
o caos político estabelecido. 
 Em 23 de maio de 1932, quatro jovens paulistas foram mortos quando protestavam contra Vargas, seus 
nomes eram: Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio 
Américo Camargo de Andrade. Seus nomes serviram para originar a sigla de um movimento opositor a 
Vargas em São Paulo: MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo). Um de seus amigos, Orlando de 
Oliveira Alvarenga, acabou morrendo no hospital, por isso que, em 13 de Janeiro de 2004, foi promulgada 
uma lei estadual em São Paulo (11.658), denominando o dia 23 de Maio como o “Dia dos Heróis MMDC”. 
 
1932 - Revolução Constitucionalista 
Guerra Civil - São Paulo (anti-Vargas) x Minas Gerais (pró-Vargas). 
No total, foram 85 dias de combates (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932), com um saldo oficial de 934 mortos, 
embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de 
São Paulo sofreram danos devido ao combates. A Revolução Constitucionalista foi responsável direta pelo 
apressamento dos trabalhos da Constituinte, que resultaram na aprovação da Constituição de 1934. 
 
Constituição de 1934 - Mulheres conquistam o direito do voto 
 Consequência da Revolução Constitucionalista de 1932; 
 Instituiu o voto secreto; 
 Estabeleceu o voto obrigatório para maiores de 18 anos; 
 Propiciou o voto feminino, direito há muito reivindicado, que já havia sido instituído em 1932 pelo Código 
Eleitoral do mesmo ano; 
 Previu a criação da Justiça do Trabalho; 
 Previu a criação da Justiça Eleitoral; 
 Nacionalizou as riquezas do subsolo e quedas d'água no país; 
 Prevê a nacionalização dos bancos e das empresas de seguros; 
 Confirma a Lei Eleitoral de 1932, com Justiça Eleitoral, voto feminino, voto aos 18 anos (antes era aos 21) 
e deputados classistas (representantes de classes sindicais); 
 Cria a Justiça do Trabalho; 
28
http://pt.wikipedia.org/wiki/Combate
http://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_outubro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Voto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sufragismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/1932
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Eleitoral
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Eleitoral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a_do_Trabalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a_Eleitoral
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lei_Eleitoral_de_1932&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a_Eleitoral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a_do_Trabalho
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 Proíbe o trabalho infantil, determina jornada de trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, 
férias remuneradas, indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e 
dentária, assistência remunerada a trabalhadoras grávidas; 
 Proíbe a diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou 
estado civil; 
 Prevê uma lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo (que não chegou a 
ser feita) e reduz o prazo de aplicação de usucapião a um terço dos originais 30 anos. 
 Vargas foi eleito indiretamente via Congresso. 
 
GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-37) 
Durante esse período, vale lembrar que o Governo de Vargas era constitucional, mas não havia sido democrático o 
processo pelo qual ele foi eleito. 
Visitas ao Uruguai e Argentina; 
22 de julho de 1935 - foi criado um programa oficial de rádio, com

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