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Saúde da criança - Prova 1 (Paciente pediátrico/Aleitamento materno/Consulta pediátrica/Atendimento ao RN/Nutrição na infância/Segurança da criança/Doenças das vias aéreas superiores)

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SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 1 
O PACIENTE PEDIÁTRICO 
 
• São considerados pacientes da pediatria pré-termos, termos, recém-nascidos, bebês, 
crianças e adolescentes, dos 0-18 anos. 
• Pediatria é a medicina do ser humano em seu período de desenvolvimento: da fecundação 
à puberdade. 
 
MORTALIDADE NA INFÂNCIA 
• Mortalidade infantil (menores de 1 ano) 
o Neonatal 0-27 dias 
§ Precoce 0-6 dias 
§ Tardia 7-27 dias 
o Pós-neonatal 28-364 dias 
• Mortalidade 1-4 anos 
 
1000 dias = Janela para o futuro. 
• Os primeiros 1000 dias de vida determinam a saúde do adulto e seu capital humano. 
• Os primeiros 1000 dias de vida se referem ao período que vai do primeiro dia de gestação 
até os 2 anos de idade. 
 
Política nacional de atenção integral à saúde da criança 
 
 
 
São os determinantes 
mais sensíveis às 
condições da assistência. 
Determinantes mais 
sensíveis ao ambiente 
socioeconômico. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 2 
 
ROTINAS DE CONSULTA SBP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO 
 
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja rotineiramente transmitida a toda 
a equipe. 
2. Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para implementar 
essa política. 
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno. 
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento. 
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser 
separadas dos filhos. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 3 
6. Não oferecer a recém-nascido bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser 
que haja indicação médica e/ou de nutricionista. 
7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos 
(24h./dia). 
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda. 
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a recém-nascidos e lactentes. 
10. Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses 
grupos. 
 
A CONSULTA PEDIÁTRICA 
 
1. História alimentar 
2. Curva de crescimento 
3. Estado vacinal 
4. Desenvolvimento neuropsicomotor 
5. Condições do meio ambiente 
6. Cuidados domiciliares dispensados à criança 
7. Sono 
8. Função auditiva 
9. Saúde bucal 
10. Desempenho escolar e cuidados pela escola 
11. Desenvolvimento da sexualidade 
 
PUERICULTURA 
 
 A puericultura avalia o crescimento e desenvolvimento da criança. São os principais 
indicadores de suas condições de saúde. 
• Fatores determinantes: 
1. Extrínsecos (ambientais) 
Dieta 
Doença 
2. Intrínsecos (orgânicos) 
Sistema neuroendócrino 
Fatores hereditários - etnia 
 
CRESCIMENTO 
 O crescimento, de um modo geral, é considerado como aumento do tamanho corporal, 
que cessa com o término do aumento em altura. Engloba a mensuração e o acompanhamento 
das medidas antropométricas da criança. 
 As curvas de crescimento são úteis para a observação dos três momentos fundamentais 
do crescimento humano: 
1. Lactância: fase de crescimento rápido, porém desacelerado. A velocidade de crescimento 
do primeiro ano de vida é a mais alta da vida extrauterina e é cerca de 25cm/ano, reduzindo 
drasticamente nos dois primeiros anos de vida. 
2. Infância propriamente dita: fase de crescimento lento, mais estável e constante. A 
velocidade varia de 4-6 cm/ano e é chamada de infantil ou pré-puberal. 
3. Puberdade: novamente uma fase de crescimento rápido, com aceleração e posterior 
desaceleração, até, finalmente, o término do processo de crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 4 
Tipos: 
• Crescimento geral (altura e peso) 
• Crescimento neural (SNC e sua 
mielinização) 
• Crescimento linfoide (imunidade) 
• Crescimento genital (reprodutivo) 
 
Avalia: 
• Peso 
• Estatura 
• Perímetro cefálico 
 
PESO 
• É a medida mais utilizada. 
• O bebê deve ser pesado com o mínimo de roupa possível. 
• Há valores normais considerados de acordo com idade e sexo -> índice de adequação. 
• Mais importante que ter uma medida é o acompanhamento ao longo do tempo -> canal de 
crescimento. 
• O peso se modifica de maneira mais rápida que a estatura, de modo que reflete de 
maneira mais aguda alterações induzidas por estados carenciais ou de excesso nutricional, 
sendo um dos principais indicadores a serem avaliados durante a consulta de puericultura. 
• Entre o 5º e 6º mês é esperado que o bebê tenha o dobro do peso que apresentava no 
nascimento. 
• Com 12 meses, triplica o peso do nascimento. 
• Aos 5 anos, a criança tem o dobro do peso que tinha com 1 ano. 
• Aos 10 anos, a criança tem o triplo do peso que tinha com 1 ano. 
• Aos 14 anos, a criança tem o quádruplo do peso que tinha com 1 ano. 
 
Fórmulas para cálculo de valor médio esperado para crianças saudáveis: 
3 aos 12 meses = idade (meses) + 9 
 2 
2 aos 6 anos = idade (anos) x 2 + 8 
7 aos 12 anos = idade (anos) x 7 - 5 
 2 
 
Índice de peso para idade ( P/I ) 
• Para crianças menores de 2 anos (Gomez): 
 
Eutrofia - P/I > 90% do p50 
Desnutrido 1º grau - P/I entre 76 e 90% do p50 
Desnutrido 2º grau - P/I entre 60 e 75% do p50 
Desnutrido 3º grau - P/I inferior a 60% do p50 
 
P50 - percentil 50 do padrão de referência 
Edema nutricional = desnutrido 3º grau (Bengoa) 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 5 
Classificação de Waterlow 
 
 
 
Estatura para a idade (E/I): 
 Estatura medida x100 
Estatura esperada para idade e sexo 
 
Peso para estatura (P/E): 
 Peso observado x100 
Peso esperado para a estatura observada 
 
Classificação da OMS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recém-nascido: 
• O recém-nascido tem perda fisiológica de peso: perde de 3-10% do peso de nascimento 
durante os 4-5 primeiros dias de vida. 
• O peso de nascimento tende a ser recuperado entre o 8-10 dias de vida. 
• Ganho médio: 
o 1º trimestre = 30g/dia 
o 2º trimestre = 20g/dia 
o 3º trimestre = 10g/dia 
 
ESTATURA 
 
Comprimento; 
• Para menor de 2 anos. 
• Polo cefálico fixo e plano plantar móvel. 
 
Altura: 
• Para maior de 2 anos. 
• Criança em pé e sem apoio. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 6 
• É mais lentamente modificado que o peso, agravos de saúde necessitam de tempo maior 
para comprometer o crescimento, a recuperação também é mais lenta. 
• O aumento em estatura no primeiro ano é o maior da vida pós-natal - média de 25 cm. 
• Após os 2 anos até a puberdade (em torno de 12 anos) há tendência de se manter ritmo mais 
constante da velocidade de crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERÍMETRO CEFÁLICO 
• O crescimento dacaixa craniana ocorre em função do crescimento cerebral. 
• As medidas do PC nos primeiros 6 meses descrevem de maneira precisa esse crescimento. 
• Referências: 
o Limite anterior: glabela o Limite posterior: polo occipital 
• Normalmente, a medida é feita até os 2 anos de idade. 
Ao nascimento (média): 33 a 34 
0-3 meses: crescimento de 2cm/mês 
4-6 meses: 1 cm/mês 
7-12 meses: 0,5 cm/mês 
• Alerta de microcefalia: menor igual a 32cm 
 
DESENVOLVIMENTO 
 O desenvolvimento pode ser entendido como mudança e expansão graduais, progresso 
dos estágios mais simples aos mais avançados de complexidade, surgimento e expansão das 
capacidades do indivíduo por meio do crescimento, da maturidade e do aprendizado. 
 
DESENVOLVIMENTO PUBERAL 
 
• Puberdade = caracterizada pelas mudanças biológicas que se manifestam na adolescência 
e representam, para o ser humano, o início da capacidade reprodutiva. Constitui-se por um 
período curto com aproximadamente 2-4 anos de anos de duração. 
Precoce ou inicial (10-14 anos) = as características infantis começam a ser substituídas por 
outras mais maduras. 
Média (15-17 anos) = a maioria dos jovens nessa faixa etária já completam suas modificações 
biológicas mais importantes. Basca do desenvolvimento da sexualidade. 
Tardia (17-20 anos) = emergem os valores e comportamentos adultos, predomina uma 
identidade mais estável. 
• A puberdade é caracterizada pelos seguintes eventos: 
o Crescimento esquelético linear. 
§ O estirão de crescimento/estirão puberal é composto pelo período de 
aceleração da velocidade de crescimento (VC), até atingir um valor de pico 
(PVC), e subsequente desaceleração até o término do crescimento. 
Estatura estimada (cm) 
Idade (em anos) x 6 + 77 
 
Estatura estimada quando adulto: 
Masculino 
Est. Pai (cm) + Est. Mãe (cm) + 13 
2 
Feminino 
Est. Pai (cm) + Est. Mãe (cm) - 13 
2 
Estatura para idade (E/I) 
Estatura medida x100 
Estatura esperada para idade e sexo 
Normal = maior ou igual a 95% 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 7 
§ O PVC no sexo masculino pode chegar a valores de 10-12 cm/ano e no sexo 
feminino de 8-10 cm/ano. 
§ Sexo feminino: o início da puberdade (M2) coincide com o início do estirão 
puberal em sua fase de aceleração, atingindo o máximo da velocidade de 
crescimento em M3 e desacelerando em M4, momento em que geralmente 
ocorre a menarca. 
§ Sexo masculino: o início da puberdade (G2) ocorre ainda em um momento de 
velocidade de crescimento estável ou pré-puberal. A aceleração do 
crescimento geralmente ocorre apenar no estágio de G3, e o pico de 
velocidade de crescimento, em G4, quando se inicia a desaceleração do 
crescimento. 
o Alteração da forma e composição corporal. 
§ São estabelecidas as distintas formas corporais masculinas e femininas 
(dimorfismo sexual). 
§ A forma do corpo de um bebê e de uma criança não permite a diferenciação 
entre masculino e feminino, aspecto que só se torna nítido na puberdade. 
§ O depósito de gordura nas meninas ocorre principalmente na região das 
mamas e dos quadris, conferindo um aspecto característico do corpo feminino. 
Nos meninos, o crescimento do diâmetro biacromial (entre os ombros) confere 
relação biacromial/bi-ilíaco elevada, associado ao desenvolvimento muscular 
da região da cintura escapular, define a forma masculina. 
o Desenvolvimento dos órgãos e sistemas. 
§ Todos os órgãos e sistemas se desenvolvem durante a puberdade, sobretudo 
os sistemas cardiocirculatório e respiratório. 
§ O tecido linfoide é exceção, apresentando involução progressiva a partir da 
adolescência, o tecido nervoso também porque já está com todo o ser 
crescimento já estabelecido. 
o Desenvolvimento das gônadas e dos caracteres sexuais secundários. 
§ Os eventos puberais no sexo feminino iniciam mais precocemente quando 
comparados ao sexo masculino (2 anos antes). 
§ A primeira manifestação puberal nas meninas é o desenvolvimento do broto 
ou botão mamário (telarca), nos menino a primeira manifestação é o aumento 
do volume testicular. 
§ O crescimento dos pelos axilares e e faciais se segue ao dos pelos pubianos. 
§ A ejaculação é um evento tardio no desenvolvimento puberal masculino e 
pode se manifestar inicialmente com emissões noturnas involuntárias. A 
mudança vocal decorre do aumento da laringe por ação androgênica e 
também ocorre tardiamente. 
§ A ginecomastia é um evento comum nos meninos, coincidindo com o estágio 
G3. Desaparece espontaneamente em menos de 1 ano na metade dos casos, 
dentro de 2 anos em 75% e dentro de 3 anos em 90% dos pacientes. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
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SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 9 
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
 
• O desenvolvimento do sistema nervoso humano se inicia na gestação e é concluído até 20 
anos + de vida pós-natal (por exemplo mielinização neuronal). 
• Maneiras de avaliar o desenvolvimento (não tem como ser medido diretamente): escalas, 
história, exame neurológico e ENE. 
• Escala de Denver II 
o A Escala de Denver II tem uma estrutura de aplicação que se dá por quatro 
elementos: 
§ Pessoal-Social: relacionamento com as pessoas, auto cuidado e atividades de 
vida diárias (AVD); 
§ Motor-adaptativo: coordenação olho-mão, manipulação de objetos pequenos 
e solução de problemas; 
§ Linguagem: audição, compreensão e linguagem; 
§ Motor-grosseiro: sentar, andar, pular. 
o Utilizada do nascimento aos 6 anos. 
o Utilizado para triagem, não é um teste de QI ou preditos de habilidade futuras. 
o É útil em crianças aparentemente normais, quando há alguma suspeira de alteração 
e crianças em risco. 
o Compara a criança com outras da mesma idade. 
 
 
 
REFLEXOS PRIMITIVOS DO 
RN 
• Marca do 
funcionamento cerebral 
subcortical 
• São fisiológicos nos 
primeiros meses e após são 
patológicos. 
• Sistema inferior 
(extrapiramidal) - maturação 
precoce e ascendente, inicia 
na 24 semana, responsável 
pelo tônus postural e 
reflexos arcaicos. 
• Sistema superior 
(piramidal) - maturação mais 
tardia e descendente, 
responsável pela 
motricidade. 
 
Controle de esfíncteres: 
• 18 meses: controle vesical diurno iniciando 
• 2 anos: controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e anal 
• 3-4 anos: controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em consolidação 
• 5 anos: controle completo vesical e anal 
 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 10 
MARCOS DE DESENVOLVIMENTO 
• Recém-nascido. 
• Lactentes: 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses. 
• Dos 3-7 anos: ENE 4. 
• Após - avaliações das funções corticais superiores + desenvolvimento escolar. 
 
CRESCIMENTO NORMAL E ALTERADO - TRATADO DE PEDIATRIA 
 
CONSULTA PRÉ-NATAL PEDIÁTRICA 
 
• A consulta pré-natal pediátrica é preconizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) 
desde 1984. 
• Deve ser realizada no 3º trimestre da gestação. 
• Nessa consulta é importante o conhecimento do: pré-natal, doenças do feto, doenças 
familiares e riscos da gravidez/parto. 
• Essa consulta melhora o vínculo do pediatra com a família, melhora a adesão ao aleitamento 
materno, esclarecedúvidas dos pais, explica atendimento no momento do parto. 
 
ATENDIMENTO DO RN 
 
PRINCÍPIOS: 
• Garantir que a criança respire 
• Prevenir a hipotermina 
• Estabelecer precocemente lactância maternal 
• Prevenção de infecções 
• Identificar RN de risco 
 
HUMANIZAÇÃO DO PARTO: 
• A humanização no pré-natal e nascimento compreende pelo menos dois aspectos 
fundamentais: 
o Dever das unidades de saúde de receber com dignidade a mulher, seus familiares e 
o recém-nascido. 
o Adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o 
acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas 
desnecessárias. 
 
APÓS A EXTRAÇÃO COMPLETA DO RN: 
• Após a extração completa do RN é preciso responder 3 perguntas: 
1. Termo? 
2. Respirando/ chorando? 
3. Tônus muscular em flexão? 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 11 
 
Immediate newborn care: the first 90 minutes 
Diretrizes: 
• Clampear o cordão umbilical após 1-3 minutos. 
o Beneficia índices hematológicos dos 3-6 meses (anemia fisiológica do lactente). 
• Na sala de parto, enquanto o RN está junto ã mãe, prover calor, manter as vias aéreas pérvias 
e avaliar sua vitalidade continuamente. 
• Manter a temperatura entre 36,5-37,5ºC (normotermia). 
• Amamentação na primeira hora pós-parto assegura que o RN receba o colostro, rico em 
fatores protetores. 
• O contato pele a pele entre mãe-bebê ao nascimento favorece o início precoce da 
amamentação e aumenta a chance do aleitamento materno exclusivo bem-sucedido. 
 
EXAME FÍSICO INICIAL DO RN 
• Deve ser realizado exame físico completo nas primeiras 24h. do nascimento ou o mais breve 
possível. 
• É importante ter uma anamnese completa do pré-natal e parto. 
• O lactente deve estar despido. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 12 
• Medidas: peso, comprimento, perímetro cefálico e perímetro torácico. 
• Realizar exame do coração e pulmão primeiro. 
o FC normal = entre 90-160 bpm. 
o Sopros sistólicos são comuns durante as primeiras 24h. (fechamento ducto arterioso). 
o FR normal = menos de 60 rpm. 
o Acrocianose pode ser normal - língua rosada e bebe frio. 
• Abdome: 
o No primeiro dia é cheio e arredondado. 
o Diástase de reto - herniação leve na linha média que se resolve espontaneamente. 
o Coto umbilical e seus 3 vases; 2 artérias e 1 veia. 
o Baço não palpável. 
o Borda hepática palpável 1-2cm abaixo do rebordo costal direito. 
• Genitália e ânus: 
o Sexo feminino com grandes lábios aumentados (normal). 
o Sexo masculino - examinar pênis e prepúcio, palpar testículos bilateralmente e ver se 
estão nas bolsas. Pode haver hidrocele nos primeiros dias. 
o Observar orifício uretral - geralmente de cor rosa com descarga cremosa e branca 
que pode se tornar hemorrágica após o 3º dia. 
o Examinar patência localização do ânus. 
• Extremidades e articulações: 
o Palpar clavículas (fraturas), ossos longos, presença de pé torto. 
o Barrow e Ortolani. 
o Posição pélvica ao nascimento - posições bizarras das pernas melhoram 
espontaneamente. 
• Cabeça, olhos e ouvidos. 
o Perímetro cefálico normal entre 33-38 cm. 
o Ver presença de bossas (edema da porção principal do couro cabeludo - 
apresentação cefálica) e céfalo-hematomas (sangramento dos perióstio de um osso 
parietal - nunca se estendem além da sutura). 
 
EXAME NEUROLÓGICO 
• RN atitude de flexão 
• Reflexos primitivos 
o Reflexo de fuga-asfixia 
o Reflexo cutâneo plantar em extensão. 
o Reflexo de preensão de dedos. 
o Reflexo de sucção. 
o Moro. 
 
ROTINAS: 
• Prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K. Sempre é feito 1mg de vitamina 
K por via intramuscular no nascimento. 
• Prevenção da oftalmia gonocócica. 
• Antropometria - realizar exame físico simplificado, incluindo peso, comprimento e os 
perímetros cefálicos, torácicos e abdominal. 
• Laqueadura do cordão umbilical - envolver o coto com gaze embebida em álcool etílico 
70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. 
• Identificação do RN. 
• Aleitamento materno livre-demanda. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 13 
• Monitorização dos sinais vitais pela equipe de enfermagem a cada 8h. 
• Vacina BCG e hepatite B. 
 
TESTES A SEREM REALIZADOS NO RN: 
• Olinho 
• Orelinha 
• Coraçãozinho 
• Pezinho - identifica doenças metabólicas congênitas ou hereditárias. 
o Hipotireoidismo, fibrose cística, doença falciforme, deficiência da biotinidase, 
hiperplasia adrenal congênita e fenilcetonúria. 
o 5 até 10 dias de vida 
• Linguinha 
 
RECOMENDAÇÕES PARA ALTA HOSPITALAR: 
• Leite materno livre demanda 
• Consulta pediátrica em 1 semana 
• Refazer BCG 
• Manter higiene cordão umbilical 
• Pomadas para prevenção de assadura nas trocas de fraldas (óxido de zinco + vitamina A) 
• Orientações prevenção síndrome súbita do lactente. 
o Dormir de barriga para cima. 
• Corrimento vaginal 
• Aumento dos seios 
• Manchas de nascimento 
• Cistos gengivais/palatinos 
• Dentes 
• Ereções 
• Choro “excessivo” 
• “Diarreia 
• Regurgitação 
• Sono “louco” 
 
NUTRIÇÃO NA INFÂNCIA 
 
ALEITAMENTO MATERNO 
 
• O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vinculo, afeto, proteção e 
nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para 
redução da morbimortalidade infantil. 
• Apenas mãe HIV não deve amamentar. 
• Além de alimentar a criança, o aleitamento materno protege a mãe contra algumas doenças 
e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e 
psíquico da mãe e do filho. 
• O aleitamento pode ser realizado direto da mama ou após a ordenha, independente de estar 
ou não recebendo outros alimentos. 
• A amamentação deve ocorrer assim que possível, após o parto, o bebê mama sob livre 
demanda e não respeita regularidade de horários podendo mamar de 8 a 12 vezes por dia. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 14 
• A OMS e o ministério da saúde recomendam: aleitamento materno exclusivo por 6 meses 
e complementado até os 2 anos ou mais. 
o A introdução precoce de outros alimentos 
está associada a: maior número de 
episódios de diarreia; maior número de 
hospitalizações por doença respiratória; 
risco de desnutrição se os alimentos 
introduzidos forem nutricionalmente 
inferiores ao leite materno (Ex.: alimentos 
são muito diluídos); menor absorção de 
nutrientes importantes do leite materno, 
como ferro e zinco; menor eficácia da 
amamentação como método 
anticoncepcional (menor duração do 
aleitamento materno); 
o A amamentação se mostra superior pois reduz a mortalidade infantil por causa 
previníveis e reduz aa incidência e gravidade da diarreia, sendo fator de proteção, 
principalmente em crianças de baixo nível socio-econômico. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto da 
mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com 
exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos 
minerais ou medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água 
ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutase fluidos. 
• Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou 
ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. 
• Aleitamento materno complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, 
qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de 
substituí-lo. Deve ser iniciado a partir dos 6 meses de idade. 
• Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros 
tipos de leite. 
 
COMPOSIÇÃO 
• O leite materno é homogêneo e somente uma desnutrição grave afeta a qualidade e a 
quantidade do leite. 
• Nos primeiros dias à colostro: contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite 
maduro (o leite secretado a partir do sétimo-décimo dia pós-parto). 
• O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra- 
infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra microrganismos 
presentes nas superfícies mucosas. 
o Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e 
respiratórios da mãe 
o A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, 
permanecendo relativamente constante após. 
• O leite do início da mamada (leite anterior) tem aspecto semelhante ao da água de coco e 
é muito rico em anticorpos. Protege de infecções, como meningite, diarreias, etc... 
• Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento 
da concentração de caseína. 
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 15 
• E o leite do final da mamada (leite posterior) é mais amarelado devido à presença de 
betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor 
laranja, provenientes da dieta da mãe. É quando há maior concentração de gordura, sendo 
o mais rico em energia e o que sacia melhor a criança, importante, então, esvaziar bem a 
mama. 
 
 
 
 
 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR 
 
• Deve ser iniciada entre 4-6 meses. 
o Pode ser iniciada anteriormente aos 4 meses de idade em caos que a alimentação da 
criança é feita exclusivamente por leite de vaca. 
o Até os quatro meses de idade, a criança ainda não atingiu o desenvolvimento 
fisiológico necessário para consumir outros alimentos. A criança ainda não senta sem 
apoio e não obtém o controle neuromuscular da cabeça e do pescoço para mostrar 
desinteresse ou saciedade, afastando a cabeça ou jogando-a para trás. 
• Deve ser iniciada de 
maneira gradual, 
respeitando o 
desenvolvimento 
da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leite de Vaca 
• Não deve ser introduzido antes de 1 ano 
de idade. 
• Não é nutricionalmente adequado e 
predispõe à atopias, obesidade, entre 
outros distúrbios (rinite alérgica, 
dermatite atopica, alergia a proteína do 
leite, síndrome metabólica, has). 
• O leite de vaca tem muito mais 
proteínas que o leite humano e essas 
proteínas são diferentes das do leite 
materno. A principal proteína do leite 
materno é a lactoalbumina e a do leite 
de vaca é a caseína, de difícil digestão 
para a espécie humana. 
• Diante da impossibilidade de 
aleitamento materno deve ser utilizada 
a fórmula láctea infantil. 
Fórmula Láctea Infantil 
• São leites industrializados indicados 
para lactentes que não estão em 
aleitamento materno. 
• A grande maioria das fórmulas 
existentes no comércio é elaborada a 
base de leite de vaca e seguem as 
recomendações do “Codex 
Alimentárius4" 
• Apesar de sua adaptação com relação 
ao carboidrato, proteínas e vitamina, os 
fatores anti-infecciosos e bioativos 
encontrados no leite materno não são 
encontrados nas fórmulas infantis 
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• Aos 6 meses de vida as crianças precisam receber alimentos bem amassados. 
o Os alimentos não precisam ser muito amassados. 
o Não se deve substituir a fruta amassada por suco de fruta, pois há perda do conteúdo 
de fibras. 
o Os alimentos devem ser cozidos em pouca água e amassados com o garfo, nunca 
liquidificados ou peneirados. 
• Aos 8 meses as crianças aceitam alimentos picados ou em pedaços pequenos. 
• Aos 12 meses a maioria das crianças já está apta a comer alimentos na consistência de 
adultos, desde que saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Os alimentos em conserva, tais como palmito e picles, e os alimentos embutidos, tais como 
salsichas, salames, presuntos e patês, também constituem fontes potenciais de 
contaminação por esporos de C. botulinum e devem ser evitados, já que oferecem maior 
risco de transmissão de botulismo de origem alimentar. 
• Mel não deve ser utilizado no primeiro ano de vida. 
• A consistência dos alimentos deve aumentar gradativamente e a textura deve ser 
apropriada à idade 
• O ovo cozido e as carnes devem fazer parte das refeições desde os seis meses de idade. 
• O óleo vegetal deve ser usado em pequena quantidade. 
• Os sucos naturais não são mais indicados 
• Nenhuma fruta é contra-indicada. 
• Nos intervalos é preciso oferecer água tratada, filtrada ou fervida. 
• Os alimentos devem ser pouco temperados e pouco salgados. 
 
Alimentos não recomendados: 
• Açúcar, enlatados, refrigerantes, balas, salgadinhos, biscoitos recheados e outros alimentos 
com grandes quantidades de açúcar, gordura e corantes (especialmente nos primeiros anos 
de vida) podem levar ao excesso de peso e à obesidade ainda na infância, condições que 
podem perdurar até a idade adulta, além de provocarem dislipidemias e alteração da 
pressão arterial, são também causa de anemia e alergias. 
• Os sucos artificiais não devem ser oferecidos pelo fato de não oferecerem nada além de 
açúcar, essências e corantes artificiais, que são extremamente prejudiciais à saúde e podem 
causar alergias. 
• O consumo precoce de sal está associado ao aparecimento de hipertensão arterial. Há 
opções de ervas e temperos naturais que podem ser utilizados para temperar as refeições 
 
 
 
 
 
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SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO 
• A suplementação de ferro deve ser realizada para evitar anemias no bebê e na criança, 
porque a baixa oferta de oxigênio pode causar atraso no desenvolvimento cognitivo em 
idade escolar. Também pode causar dificuldade de aprendizado, de concentração, QI baixo 
e alterações de personalidade. 
• A suplementação deve ser feita desde os três meses de vida até os 2 anos de idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D 
• A Vitamina D é responsável pela manutenção da saúde óssea e pela regulação do 
metabolismo do cálcio e fósforo, modulação do risco de doenças cardíacas, neoplasias, 
esclerose múltipla, obesidade, asma e diabetes tipo 1. 
• A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda suplementar, inclusive para as crianças em 
aleitamento materno exclusivo, independentemente da região do país. Dose de 400 UI/dia 
a partir do nascimento 
até os 12 meses e 600 
UI/dia dos 12 aos 24 
meses. 
• Para os recém-
nascidos pré-termo 
deve ser iniciada (400 
UI/dia) quando o peso 
for superior a 1500 g e 
houver tolerância plena 
à nutrição enteral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ALIMENTAÇÃO DO PRÉ ESCOLAR 
 
• A idade pré-escolar engloba crianças que possuam entre 2 e 7 anos de idade.• O apetite do pré-escolar é irregular e variável de um dia para o outro 
• Neofobia alimentar: rejeição de alimentos novos. É importante postura tranquila e 
entusiasmada dos pais para evitar ansiedade, intervenções diagnósticas e terapêuticas 
desnecessárias e até prejudiciais. 
• Nessa faixa etária ocorre incorporação de novos hábitos alimentares que influenciam no 
padrão alimentar a ser adotado pela criança por toda a vida. 
 
Características: 
• A alimentação do pré-escolar deve ser 
semelhante a dieta do adulto. 
• Variedade com quantidade adequada 
de proteína animal - 10 a 15% das 
calorias 
• Gordura - 30% das calorias (sendo 
saturada 10%) 
• Carboidratos - 50 a 60% (+ amidos/ - 
açúcar) 
• Sal com moderação 
 
 
Orientações: 
• Ter horários regulares, ambiente calmo e 
com a presença da família. 
• Alimentação variada e colorida baseada 
pirâmide alimentar. 
• Não substituir alimento sólido por leite. 
• Limitar as guloseimas e nunca as utilizar 
como recompensa. 
• Respeitar preferências, mas não limitar 
só aos alimentos preferidos. 
• Fracionar em 4-6 refeições com intervalo 
de 3h. 
• Independência para se alimentar com 
utensílios adequados a idade. 
• Não estimular ingestão de líquidos 
durante as refeições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEGURANÇA DA CRIANÇA 
 
Principais causas de mortalidade e 
morbidade em crianças: 
• Trânsito 
• Afogamentos 
• Agressões e autoagressões (suicídios) 
• Queimaduras 
• Quedas 
• Asfixias 
• Intoxicações 
*As principais causas de mortalidade em 
crianças brasileiras no ano de 2015 foram: 
Doenças infecto parasitárias; Doenças 
respiratórias; Injúrias por causas externas. 
 
Principais fatores de risco de trauma no âmbito domiciliar: 
• Mãe solteira e jovem; 
• Baixo nível de educação materna; 
• Desemprego; 
• Habitações pobres; 
• Famílias numerosas; 
• Uso de álcool e drogas pelos pais. 
 
IDADE 
• A idade da criança influencia no tipo de trauma, agravo e injúria. 
• Traumatismo craniano, por exemplo, ocorre principalmente em lactentes abaixo de 2 anos. 
• Agravos específicos ocorrem em idades definidas e exigem ações defensivas para as quais 
a criança/jovem ainda não é maduro o suficiente. 
Primeiros meses de vida: a criança está sujeita a riscos de terceiros. 
• Queda 
• �Colocar em andador 
• �Automóvel sem cadeirinha 
• �Queimado por líquido fervente 
• �Envenenado por substâncias impropriamente administradas 
Pré-escolar; percepção ilógica do entorno, pensamento mágico 
• Queimaduras 
• �Intoxicações 
• �Atropelamentos 
• �Queda de lugares altos 
• �Ferimentos com brinquedos 
• �Lacerações 
Escolar: Capaz de entender noções de segurança, não faz julgamento correto sobre 
velocidade e distância, comportamento influenciado pelo grupo (desafios/regras). 
• Atropelamento 
• �Quedas 
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• �Ferimentos com armas de fogo 
• �Afogamentos 
• �Fraturas 
Adolescentes: pensamento organizado, mas as pressões sociais somadas a uma certa 
onipotência podem levar à tomada de riscos conscientes. 
• Desastres de automóvel e motocicleta, 
• �Atropelamento, 
• �Quedas de bicicleta 
• �Afogamento 
• �Homicídio/drogas 
• �Álcool (está associado ao uso de drogas, homicídio, suicídios, afogamentos e quedas. 
Além do risco cardíaco quando associado a bebidas energéticas) 
 
TRÂNSITO 
 
• O trânsito é a principal causa de morte em crianças a partir de 1 ano. 
• Atropelamentos: representam importante causa de morte por trauma em crianças e 
adolescentes nos países em desenvolvimento e de baixa renda. 
o Fator de risco: nível de desenvolvimento da criança. 
• É necessário que as crianças sejam transportadas em segurança em dispositivos instalados 
de forma correta pode reduzir 71% das mortes e 67% de lesões graves. 
• O banco de trás do veículo é muito mais seguro e por isso a criança deve ser transportada 
nessa parte do carro. Crianças colocadas no banco dianteiro, mesmo em assentos de costas 
para o painel podem sofrer grandes riscos com o acionamento dos airbags. 
• Prematuros, recém-nascidos de baixo peso e crianças com necessidades especiais podem 
requerer assistência extra para que seu transporte seja realizado de forma segura. 
 
Principais estratégias para prevenção de injúrias no trânsito: 
• Leis sobre idade mínima para ingestão de álcool. 
• Tolerância zero e limites de velocidade menores para motoristas jovens. 
• Sistemas graduados de obtenção de carteira nacional de habilitação (CNH). 
• Uso obrigatório de capacetes para ciclistas e motociclistas. 
• Cinto de segurança e assentos infantis de segurança. 
• Medidas de redução da velocidade. 
• Separar usuários nas vias públicas. 
• Faróis acesos durante o dia para motocicletas. 
 
 
 
 
Cinco principais causas de morte não intencionais entre crianças e adolescentes, em 
ordem decrescente: 
1. Acidentes de trânsito. 
2. Afogamento 
3. Queimaduras 
4. Quedas 
5. Intoxicações 
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 21 
AFOGAMENTO 
. 
• No Brasil, é a segunda causa de morte entre 5 e 14 anos, entre meninos e rapazes, superada 
apenas pelo trânsito 
• O processo do afogamento começa com comprometimento respiratório quando as vias 
aéreas da vítima ficam abaixo da superfície líquida (submersão) ou quando a face é 
mergulhada n'água (imersão). 
Epidemiologia: 
• A maioria destes eventos ocorre dentro e perto de casa; 
• Os locais de afogamento são: água doce em cerca de 75% das ocorrências, 15% no mar e em 
águas não naturais em menos de 10% (banheiras, caixas d'água, baldes, piscinas e poços). 
• Crianças pequenas podem se afogar em 5 cm de água - quando caem com a face na água 
e não conseguem levantar a cabeça; 
• Mais da metade dos afogamentos de lactentes ocorre em banheiras; 
• Na medida em que a criança cresce, o local de ocorrência passa a ser em espaços abertos 
(mar, lagoas e rios); 
• Em países de média e baixa renda os afogamentos ocorrem em espaços abertos de água, 
enquanto que nos de alta renda em piscinas. 
Prevenção: 
• Remover (ou cobrir) reservatórios de água; 
• Cercas de isolamento nos 4 lados ao redor de piscinas; 
• Uso de dispositivos individuais para flutuação; 
• Assegurar medidas de ressuscitação imediatas. 
 
QUEIMADURAS 
 
• São os únicos eventos não intencionais que ocorrem mais em meninas do que em meninos. 
• A maioria (85%) das queimaduras na infância ocorre no ambiente doméstico e com 
predominância na cozinha. 
• Outras modalidades: queimaduras podem acontecer em incêndios, ferros de passar roupa, 
secadores de cabelo, fogões, cigarros, isqueiros e superfícies quentes 
• Adolescentes que entram em contato com fios de alta tensão (ao empinar ou retirar pipas 
da rede elétrica) representam uma pequena percentagem das admissões hospitalares, mas 
podem causar amputações e mortes. 
Prevenção: 
• Estabelecer e reforçar leis de detectores de fumaça; 
• Desenvolver e implementar padrões de segurança para acendedores e isqueiros; 
• Educar, estabelecer e reforçar leis de controle de temperatura de água quente nas 
residências; 
• Tratamento de pacientes queimados em centros especializados. 
 
QUEDAS 
 
• As quedas são as principais responsáveis por lesões não fatais em crianças. 
• As quedas são responsáveis por dois terços dos atendimentos em serviços de emergência 
e cerca de 2% destes atendimentos geram internações. 
• Os meninos são duas vezesmais propensos que as meninas. 
• Crianças começam a cair antes de completar um ano de vida, 60% das quedas acontecem 
de alguma altura: trocador (são comuns e ocorrem mesmo quando a criança ainda não 
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consegue virar para os lados), andador, carrinho, berço, cama, beliche 
• Sua gravidade depende da altura e da superfície do impacto, o risco de lesões graves é 
quatro vezes maior se a criança cai de uma altura superior a 1,5 metro. 
Prevenção: 
• Redesenhar móveis e outros produtos. 
• Estabelecer padrões para playgrounds (profundidade e altura dos equipamentos e 
manutenção adequada). 
• Legislação para grades em janelas. 
• Implementar programas comunitários, como o “Crianças não podem voar”. 
 
INTOXICAÇÕES 
 
• As taxas de intoxicações fatais são quatro vezes mais altas em países em desenvolvimento 
do que nos desenvolvidos. 
• A maior letalidade está nos menores de 1 ano e ocorre outro pico aos 15 anos 
• Dos 5 aos 14 anos, os eventos com animais peçonhentos ocupam o primeiro lugar 10 aos 14 
anos de idade as intoxicações por agrotóxicos ganham importância. 
• Adolescentes, por tentativa de suicídio, muitas vezes recorrem a envenenamentos. 
• Mais de 90% das exposições acontecem em casa, os agentes mais comuns são os 
medicamentos e produtos químicos de uso domiciliar. 
Prevenção: 
• Remover o agente tóxico; 
• Leis sobre embalagens à prova de crianças para medicamentos e venenos; 
• Embalar remédios em quantidades não letais e 
• Estabelecer centros de controle de intoxicações 
 
VIOLÊNCIA 
 
• Um estudo recente abrangendo 96 países mostrou que mais da metade de todas as 
crianças entre 2 e 17 anos — estimando uma prevalência global de cerca de um bilhão de 
crianças — sofreram algum tipo de violência emocional, física ou social no ano precedente. 
• Meninas são particularmente vulneráveis à violência sexual, enquanto meninos são mais 
frequentemente vítimas ou causadores de homicídios, comumente envolvendo armas de 
fogo. 
• A violência se enquadra em 6 tipos: 
o Maus-tratos (incluindo punições violentas), 
o Violência sexual 
o Violência psicológica (incluindo testemunhar agressões), que ocorrem em todas as 
idades; 
o Bullying (incluindo cyberbullying), que predomina na idade escolar
 e adolescência; 
o Violência comunitária (incluindo brigas de gangues) 
o Contra parceiros íntimos, que predominam entre adolescentes e adultos jovens 
• A Organização Mundial de Saúde (OMS) liderou várias instituições, como CDC, UNICEF, 
USAID e Banco Mundial, na produção de um pacote de estratégias de prevenção da 
violência apoiadas em evidências científicas de exequibilidade e efetividade, batizada com 
o acrônimo INSPIRE. 
 
 
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Fundamentos da prevenção de agravos: 
• Materiais educativos transmitidos aos pacientes diretamente online parecem ser mais 
efetivos do que os impressos, 
• Orientar sobre medidas gerais e específicas de proteção domiciliar. 
• Medidas educativas isoladas são insuficientes e o engajamento dos pediatras em ações 
interdisciplinares e próprias da comunidade é essencial para o progresso no controle efetivo 
das injúrias. 
 
Recomendações gerais para o pediatra: 
• Estar ciente da importância dos agravos por causas externas como um grave problema de 
saúde e dos riscos associados às desigualdades sociais; 
• �Conhecer as evidências sempre crescentes de sua prevenção; 
• �Contribuir para melhorar a qualidade e a quantidade de informação; 
• �Definir prioridades para pesquisa; 
• Cumprir um papel na defesa das crianças e adolescentes; 
• Integrar os agravos por causas externas numa abordagem abrangente à saúde e ao 
desenvolvimento das crianças e adolescentes; 
• Incluir o aconselhamento em segurança como parte de sua rotina, fornecendo orientações 
antecipadas para lactentes, crianças e adolescentes. 
• Participar de alianças locais, de políticas de prevenção e plano de ação; 
• Atuações específicas – adaptadas para a realidade regional; 
• Contribuir para fortalecer os sistemas de saúde no atendimento de crianças e adolescentes 
vítimas de traumas; 
• Promover a cultura da prevenção e melhorar os investimentos nesta área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESFRIADO COMUM 
 
• Infecção viral aguda da via aérea superior 
(VAS), autolimitada e que pode chegar a 
envolver as vias aéreas inferiores (mas isso é 
controverso). 
• É a causa mais comum de doença em 
humanos. 
• As crianças são mais suscetíveis por: 
o Falta de imunidade adquirida a agentes 
infecciosos. 
o Contato frequente com outros humanos 
(outras crianças) doentes. 
o Higiene deficiente. 
• O nome mais próximo encontrado no CID é 
Nasofaringite. 
• É comum também porque muitos vírus não 
geram imunidade permanente e porque são muitos sorotipos. 
 
Síndromes características de vírus respiratórios: 
• RSV: Bronquiolite Viral Aguda em � 2ª (começa como uma simples gripe e evolui) 
• Influenza: doença respiratória febril com participação da VA inferior 
• Adenovírus: febre faringoconjuntival (conjuntivite + faringite + febre) 
• Para Influenzae: croup nos pequenos 
• Bocavírus/Rinovírus: sibilâncias recorrentes (também pode começar com uma gripe 
normal e evoluir) 
• Enterovírus: doença respiratória, digestiva, SNC, herpangina (febre mais elevada e aftas na 
boca) 
 
Transmissão viral: 
• Secreções nasais 
• Aerossol (�5 micras): infectam quando inaladas 
• Gotículas (>10 micras): pela mucosa nasal e/ou conjuntival 
• Transmissão pelas mãos (Rinovírus sobrevive 2 hrs nas mãos e dias em superfícies). 
 
 
“IVA” X “IVAs” 
IVA – Infecção da Via Aérea Superior – tradução literal de Upper 
Respiratory Tract Infection, é igual a resfriado comum apenas. 
IVAS - tecnicamente, infecções do trato respiratório superior. Não 
apenas um resfriado comum. 
IVAs – uso comum para denominar de forma inespecífica e ambígua, a 
uma infecção viral que inclui nariz + faringe e/ou seios paranasais 
(Ouvidos: não incluídos) 
IVAs bacteriana – piorou! Uma infecção das VAS sob agregada; sob 
infectou. 
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Fisiopatologia: 
• Incubação: 1-5 dias. 
• Entrada pelo nariz e conjuntivas. 
• Os sintomas são secundários a liberação de citocinas e outros mediadores a partir das 
células infectadas mais influxo de polimorfonucleares, e não resultam da destruição da 
mucosa nasal. 
• Estudo: 
o Lavagem nasal de voluntários inoculados com HRV (rinovírus humano) 
• Secreção esbranquiçada/amarelada - aumento dos PMN. Há aumento em 100x no influxo 
de PMN (granulócitos) em 1-2 dias após inoculação (IL-8 atrai). Secreção esverdeada - 
atividade da mieloperoxidase (enzima dos PMN). Essas colorações de secreção indicam 
IVAS sob infectada. 
• Os seios paranasais geralmente participam dos RC não complicados. 
o Seios maxilares com fluído deixam a voz fanha. 
• A orelha média também participa. 
• Sífilis congênita é diagnóstico diferencial (persistência de rinorréia constante nos primeiros 
3 meses de vida). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
• O diagnóstico é baseadona história clínica e no exame físico. 
• Não são necessários laboratoriais. 
• Teste rápido IPAS (Influenza A e B; Parainfluenza 1,2 e 3; Adenovírus; Sincicial) 
o Não é realizado tão rapidamente no Brasil, demora em média 24 horas em grandes 
hospitais. 
o Deixa de fora HRV e HCoVS. 
 
Tratamento; 
• Antivirais: não efetivos. 
• Antigripais: pouca evidência em crianças (combinação de remédios: antialérgicos e 
anticongestionantes). 
• Antibióticos: somente se houver infecção bacteriana secundária. 
• Medidas gerais: lavagem nasal com soro fisiológico. 
• Decongestionantes tópicos podem não ajudar. Eles têm efeito rebote. 
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Complicações: 
• A resolução total do quadro deve se dar entre 10-14 dias (febre em 3-4 dias e sintomas 
respiratórios 12-14 dias). 
• Se ouve recidiva da febre o mais provável é otite média. 
• Sinusite pode ocorrer 5-10% dos casos, mais provável em >5 dias. 
• Rinossinusite se quadro com febre persistir por mais de 7-10 dias. 
• Faringite bacteriana. 
• Asma aguda. 
• Infecções do trato respiratório inferior. 
 
SINUSITE BACTERIANA AGUDA (SBA) / RINOSSINUSITE AGUDA BACTERIANA 
 
• Infecção supurativa (presença de pus) dos seios 
paranasais. 
• Na maioria das vezes é complicação de um 
resfriado comum. 
 
Anatomo-embriologia dos seios paranasais: 
• Ao nascimento: apenas seio maxilar e etmoidal. 
• Aos 5 anos: aparecimento do seio esfenoidal. 
• A partir dos 7 anos: seio frontal inicia e se completa na adolescência. 
• Os seios paranasais drenam pelo Ostium. 
 
Fisiopatologia: 
• O sistema mucociliar mantém a cavidade estéril e garante a drenagem de secreção. 
• Na SBA a drenagem é 
dificultada pela obstrução 
do fluxo por: 
o Secreção espessa. 
o Diminuição no 
número de cílios. 
o Aumento na 
produção de 
secreção. 
o Edema da mucosa 
interna. 
• A Rinossinusite Aguda pode ser: pós-viral e bacteriana (antibióticos utilizados só nessa). 
 
Apresentação clínica: 
• Rinorréia persistente + Congestão nasal + Tosse (de predomínio noturno, quando se deixa, 
pelo efeito da gravidade) 
• Sintomas persistentes - mais de 10 dias (até 10 dias pode-se pensar em um resfriado 
comum). 
• Febre as vezes, pode ser elevada ou não. 
• 3 dias de febre elevada + descarga nasal purulenta (anterior ou posterior). 
• Descarga pós-nasal sozinha não é critério, deve estar acompanhada de outros sinais. 
• Resfriado comum que piora (febre incluída) novamente a partir 5-7 dias. 
• Menos comum: halitose, cefaleia, dor facial, edema facial. 
Rinossinusite aguda é o nome 
maioritariamente dado à sinusite, 
considerando que RARAMENTE 
haverá sinusite sem a participação 
de um processo inflamatório nasal 
também. 
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Exames diagnósticos: 
• Gram/cultura da mucosa nasal ou secreção não é útil. 
• Aspirado da secreção do seio paranasal é o método mais acurado, porém não é prático no 
dia-a-dia, utilizado apenas em casos selecionados. 
• Imagenologia: RX, TC e RMN podem revelar espessamento de mucosa, opacificação do seio 
e nível hidroaéreo. 
o Achador normais são similares em sinusite alérgica ou viral. 
o Achados normais excluem SBA (valor preditivo negativo alto). 
 
Tratamento: 
• Duração: 10-14 dias. 
• Amoxicilina - primeira escolha. 
• Amoxicilina + Clavulanato - se: 
o Fatores de risco para organismos resistentes: antibióticos nos últimos 3 meses, 
creche, <2 anos. 
o Sinusite bacteriana crônica. 
• Claritromicina ou Aziromicina - casos comprovados de alergia a penicilinas. 
• Se houver edema ocular, por mínimo que for - antibiótico endovenoso (internação). 
* Clavulanato rompe a barreira bacteriana, esse medicamento pode causar diarreia e perda de 
apetite na criança. 
 
FARINGITE 
 
• Infecção da membrana mucosa da garganta. 
• Incluem-se Amigdalite e Faringo-amigdalite (a diferença é só local e extensão). 
• Causada por múltiplos agente etiológicos (bacterianos e virais). 
o Virus são mais comuns (Influenza, Parainfluenza, Rinovírus, Adenovírus, 
Metapneumovírus, VSR, Enterovírus, Herpes Simples). 
• Normalmente ocorre sozinha, mas por estar correlacionada com: 
o Epstein Barr Vírus - Adenopatia/Esplenomegalia 
o Herpes Simples Vírus - Estomatite, Gengivite e Glossite 
o Enterovírus - Herpangina, Sdm de Mão-Pé-Boca 
 
CROUP (LARINGOTOTRAQUEOBRONQUITE) 
 
• Infecção mais comum da região média do trato respiratório 
• Causas mais comuns: parainfluenza vírus (1-4) e VSR. 
• Mais comum em crianças dos 6 meses até 3 anos de idade. 
 
Manifestação: 
• Durante a inspiração� paredes espaço sub-glótico “puxadas” 
o Maior obstrução, estridor (fundamentalmente inspiratório) 
• Tosse “ladrante” ou metálica, rouquidão, estridor inspiratório, febrículas, 
• Dificuldade respiratória de instalação lenta ou rápida, que pode ser importante. 
o Sibilos só se há participação das vias aéreas inferiores. 
 
Laboratoriais e imagem: 
• Laboratoriais não ajudam no diagnóstico e nem a estabelecer conduta. 
• RX anteroposterior do pescoço: sinal do campanário 
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Diagnóstico diferencial: 
• Causas Infecciosas: Epiglotite, traqueite bacteriana, abscesso parafaríngeo. 
• Causas Não Infecciosas: Croup espasmódico, laringomalacia, Aspiração de Corpo Estranho, 
hemangioma, estenose sub-glótica, anel vascular, paralisia de cordas vocais. 
 
Tratamento: 
• Viral: 
o Não dar antibióticos, não dar antivirais. 
o Nebulizações com adrenalina 1:1000, 0,5ml/kg até 4-5 ml. Possível efeito rebote em 
2hrs 
o Corticoide sistémico: prednisolona (1mg/kg/dose, ID, 3x), ou dexametasona, 
0,6mg/k/dose, 1x (dose única). 
 
OTITE MÉDIA AGUDA (OMA) 
 
• Infecção supurativa do ouvido médio 
• O mecanismo típico da doença é a tuba de Eustáquio obstruída por infecção VAS ou 
hipertrofia adenoide. 
o Obstrução do ar do ouvido médio (OM) -> Pressão negativa -> Refluxo de bactérias 
naso-faríngeas. 
• Germes mais comuns: 
o Bactérias (geralmente em co-infecção com vírus) - Streptococcus pneumonia / H. 
Influenzae n.t / Moraxella Catarrhalis, menos comum GAS (streptococcus grupo A) 
o Vírus isoladamente em menos de 20% dos casos. 
• Otite média recorrente em 10% - 3 ou + episódios nos últimos 6 meses ou 4 ou + episódios 
nos últimos 12 meses. 
o Risco: Anomalias crânio-faciais e imunodeficiências. 
• Epidemiologia: Pico máximo: 6-15 
meses de vida. 
• Fatores de risco: Menor idade, 
exposição a crianças pequenas, história 
familiar. 
o Nível socioeconômico baixo, 
fumo domiciliar (tem efeito direto 
na imunidade das mucosas da 
via aérea, diminuem o 
movimento dos cílios). 
 
Diagnóstico: 
• Sinais de doença aguda: febre, dor, 
inflamação VA. 
• História de início agudo com sinais e 
sintomas. 
• Líquido dentro do ouvido médio. 
• Sinais e sintomas de inflamação do 
ouvido médio. 
• Sinais e sintomas recentes, geralmente 
abruptos, sinais de inflamação do 
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ouvido médio e derrame da orelha média. 
• A presença de derrame no ouvido médio é indicada por: abaulamento da membrana 
timpânica, mobilidade limitada ou ausente da membrana timpânica, nível de líquido atrás da 
membranatimpânica e otorreia. 
• Sinais e sintomas de inflamação no ouvido médio: eritema distinto da membrana timpânica, 
otalgia distinta (desconforto claramente relacionado ao ouvido que resulta em interferência 
ou impede a atividade normal ou sono). 
 
Diagnóstico diferencial: 
• Principal em crianças: OM com efusão (OME). 
o Presença de efusão sem outros sinais e sintomas. 
o Secundária a IVA/Rinite. 
• Otite média aguda: sinais de doença aguda, febre (acima de 38,5), dor e inflamação VA. 
 
Tratamento: 
• O tratamento aplica-se a criança com OMA bem documentada, com alta probabilidade de 
doença. 
• Criança com aspecto tóxico, otalgia persistente >48h., Tº>=39ºC >=48h. 
• Amoxicilina (7-10d.) 50 mg/kg/d em 3 doses ou 80 mg/kg/d em 2 doses. 
• Se sem melhora em 72h. - Amoxicilina + Clavulanato 90 mg/kd/d em 2 doses. 
• Macrolídeos para alérgicos a penicilina. 
 
Complicações e prognóstico: 
• Perfuração da membrana timpânica. 
• Efusão crônica. 
• Otorreia crônica. 
• Perda aditiva. 
• Colesteatoma. 
• Extensão intracranial. 
• Mastoidite: febre, otalgia, inflamação pós auricular. Em criança pequena a orelha fica para 
baixo e para fora, em criança maior é para cima e para fora. Solicitar TC ou RM. 
• Sequela mais comum é OME em 30-50% das crianças menores de 2 anos. 
 
OTITE EXTERNA 
 
• Agente mais comum: pseudômona auriginosa, logo Stafilococcus aureus. 
• Tratamento: tópico com gotas óticas antibióticas por 7 dias. 
o Otosynalar (Polimixina B + Neomicina + Fluocinolona + Lidocaína) 
o Otosporin (Polimixina B + Neomicina + Hidrocortisona) 
o Otociriax (Ciprofloxacino + Hidrocortisona) (É o tratamento mais moderno) 
• Se pavilhão auricular comprometido, é possível associar antibiótico oral.

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