Buscar

APOSTILA FAVENI - DESENVOLVIMENTO-SUSTENTÁVEL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................... 5 
2.1 Alternativas e impasses ........................................................................ 6 
3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................. 7 
4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES............................. 9 
5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ............................................... 12 
6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE .......... 13 
7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................... 16 
8 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE ..................................................... 18 
8.1 Os Principais Ecossistemas Brasileiros .............................................. 19 
9 TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA ............................................ 32 
10 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS 
HÍDRICOS.... ............................................................................................................. 34 
10.1 Classificação dos resíduos sólidos ................................................. 34 
10.2 Resíduos perigosos ........................................................................ 36 
11 LIXO: PROBLEMA DE TODOS ............................................................. 39 
11.1 Reciclagem: a indústria do presente ............................................... 39 
11.2 Destino do lixo ................................................................................. 40 
11.3 Embalagem: quanto mais simples, melhor...................................... 44 
11.4 A responsabilidade é de quem produz ............................................ 45 
11.5 O lixo e o consumo ......................................................................... 45 
12 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010 ................... 46 
12.1 O que muda com a Lei 12.305/2010 ............................................... 46 
12.2 Quem obedece deve obedecer à nova Lei ..................................... 47 
12.3 A Lei obriga à logística reversa ....................................................... 48 
 
2 
 
12.4 Responsabilidade da coleta ............................................................ 48 
12.5 Descumprimento da Lei .................................................................. 50 
12.6 Resultados e consequências .......................................................... 51 
13 RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................ 52 
13.1 Ciclo hidrológico .............................................................................. 53 
13.2 Precipitação .................................................................................... 53 
13.3 Evaporação e evapotranspiração .................................................... 54 
13.4 Água subterrânea ............................................................................ 54 
13.5 Escoamento superficial ................................................................... 55 
13.6 Gestão de Bacias Hidrográficas ...................................................... 56 
13.7 Hidrografia ....................................................................................... 56 
13.8 Processos erosivos ......................................................................... 57 
13.9 Assoreamento de corpos d’água ..................................................... 58 
13.10 Gestão de bacias urbanas .............................................................. 59 
13.11 Cobrança pelo uso da água ............................................................ 60 
13.12 Controle de enchentes .................................................................... 61 
13.13 Medidas para controle de inundações ............................................ 61 
13.14 Zoneamento de áreas de inundações ............................................. 62 
13.15 Uso Racional dos Recursos Hídricos .............................................. 62 
14 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 64 
15 POLÍTICA AMBIENTAL ......................................................................... 67 
15.1 Ações práticas de uma política ambiental (exemplos) .................... 67 
16 DIREITO AMBIENTAL ........................................................................... 68 
16.1 Princípios Próprios do Direito Ambiental ......................................... 68 
16.2 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente ..................................... 70 
16.3 Licenciamento ambiental ................................................................ 71 
17 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL ....................................................... 72 
 
3 
 
17.1 Princípios fundamentais do direito ambiental brasileiro .................. 76 
18 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ...................................... 77 
18.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação .................. 78 
19 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR ..................................................... 82 
19.1 Formas de recuperação da mata ciliar ............................................ 83 
20 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO 
REFLORESTAMENTO ............................................................................................. 84 
20.1 Seleção de Espécies ....................................................................... 84 
21 CONCLUSÃO ........................................................................................ 85 
22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 86 
23 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 93 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Fonte: jornaloliberal.net 
Conceito: A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o 
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. 
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de 
harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. 
(NAÇÕES UNIDAS, 2019). 
Para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente 
sustentado (ou eficiente), socialmente desejável (ou includente) e 
ecologicamente prudente (ou equilibrado). Os dois primeiros critérios 
estavam presentes no debate sobre desenvolvimento econômico que se abre 
no pós-guerra. O terceiro é novo. As expressões "crescimento econômicosustentado" e "crescimento econômico excludente" opunham a corrente 
"mainstream" neoclássica às correntes heterodoxas, marxistas e 
estruturalistas. Para a primeira, o crescimento econômico sustentado estava 
aberto como possibilidade a todos os países, sendo uma condição necessária 
e suficiente para a inclusão social. Para a segunda, ao contrário, o 
crescimento econômico e seus benefícios eram para poucos, os países 
capitalistas centrais. Marxistas e estruturalistas discordavam entre si, 
entretanto, em relação às causas do fato. (VEIGA, 2005, apud ROMEIRO, 
2012). 
 
6 
 
2.1 Alternativas e impasses 
Antes mesmo que a ideia de desenvolvimento humano começasse a ser 
assimilada, também ganhava força uma expressão: desenvolvimento sustentável 
(DS). A partir do ano de 1992, um movimento internacional foi lançado pela Comissão 
para o Desenvolvimento Sustentável (CSD) das Nações Unidas com o objetivo de 
construir indicadores de sustentabilidade. Reunindo governos nacionais, instituições 
acadêmicas, ONG’s, organizações do sistema das Nações Unidas e especialistas de 
todo o mundo, esse movimento pretende colocar em prática, alguns capítulos da 
“Agenda 21” firmada na Eco- 92, referentes à necessidade de informações para a 
tomada de decisões. (ONU, 1992). 
Em 1996, a CSD publicou o documento “Indicadores de desarollo sostenible: 
marco y metodologías”, que ficou conhecido como “Livro Azul”. Continha um conjunto 
de 143 indicadores, que foram quatro anos depois reduzidos a uma lista mais curta, 
com apenas 57, mas acompanhados de fichas metodológicas e diretrizes de 
utilização. Foram cruciais para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) viesse a publicar em 2002 e 2004, os primeiros indicadores brasileiros de 
desenvolvimento sustentável. 
A importância desses dois pioneiros trabalhos do IBGE não deve ser 
subestimada pelo fato da maioria de suas estatísticas e indicadores se referir mais ao 
tema do desenvolvimento do que ao tema da sustentabilidade. Foi a primeira vez que 
uma publicação dessa natureza incluiu explicitamente a dimensão ambiental ao lado 
da social, da econômica e da institucional. 
Embora protegido por leis ambientais específicas, atualmente, restam de 7% 
da superfície originalmente coberta por Mata Atlântica, sendo que das 633 
espécies de animais ameaçadas de extinção no Brasil, 383 ocorrem nesse 
bioma (SOS MATA ATLÂNTICA, 2009, apud COSTA, 2014). 
 
7 
 
3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Fonte: jornalggn.com.br 
Todavia, uma rápida consulta aos resultados desses dois primeiros esforços 
certamente provocará a seguinte indagação: poderá surgir daí um índice sintético de 
desenvolvimento sustentável? A resposta mais sensata parece ser negativa, porque 
índices compostos por várias dimensões (que, por sua vez, resultam de diversas 
variáveis) costumam ser contraproducentes, para não dizer enganosos ou traiçoeiros. 
Por outro lado, sem um bom termômetro de sustentabilidade, o mais provável é que 
todo mundo continue a usar apenas índices de desenvolvimento (quando não de 
crescimento), deixando de lado a dimensão ambiental. 
Tanto quanto um piloto precisa estar permanentemente monitorando os 
diversos indicadores que compõem seu painel, qualquer observador do 
desenvolvimento sustentável será necessariamente obrigado a consultar dezenas de 
estatísticas, sem que seja possível amalgamá-las em um único índice. Talvez seja 
essa a razão que faz o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) 
não ter se lançado na construção de um índice de desenvolvimento sustentável 
equivalente ao IDH. 
Isto não impede, contudo, que se procure elaborar um índice de 
sustentabilidade ambiental, em vez de desenvolvimento sustentável, para que possa 
ser comparado com outros índices de desenvolvimento, como os que foram 
mencionados no início deste livro. Ou ainda, que se prefira representações gráficas 
 
8 
 
multifacetadas, em vez de um número índice. A ideia foi apresentada em 2002 ao 
Fórum Econômico Mundial por um grupo de trabalho formado por pesquisadores de 
duas universidades americanas. 
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Primeira geração: nesta fase, 
os indicadores eram os ambientais clássicos que não incorporavam 
interrelações entre os componentes de um sistema, como por exemplo: 
emissões de CO2, desmatamento, erosão, qualidade das águas, entre 
outros; segunda geração: os indicadores são compostos por quatro 
dimensões: econômica, social, institucional e ambiental, mas não 
estabelecem vinculações entre os temas. O maior exemplo desse tipo de 
iniciativa seria o Livro Azul da CSD (1996); terceira geração: Correspondem 
aos indicadores vinculantes, sinérgicos e transversais, que incorporam 
simultaneamente vários atributos ou dimensões do Desenvolvimento 
Sustentável. Não se tratam mais de listas de indicadores como os de segunda 
geração. As variáveis escolhidas têm que possuir correlação muito clara com 
os demais, pois fazem parte de um mesmo sistema. (QUIROGA- MARTINEZ, 
2003, apud TAYRA, 2006) 
Com 68 variáveis referentes a 20 indicadores essenciais, o índice de 
sustentabilidade ambiental elaborado por pesquisadores de Yale e Columbia pôde ser 
calculado para 142 países. Esse índice considera cinco dimensões: sistemas 
ambientais, estresses, vulnerabilidade humana, capacidade social e institucional, e 
responsabilidade global. O primeiro envolve quatro sistemas ambientais: ar, água, 
solo e ecossistemas. O segundo considera estresse algum tipo muito crítico de 
poluição, ou qualquer nível exorbitante de exploração de recurso natural. No terceiro, 
a situação nutricional e as doenças relacionadas ao ambiente são entendidas como 
vulnerabilidades humanas. A quarta dimensão se refere à existência de capacidade 
sócio institucional para lidar com os problemas e desafios ambientais. E na quinta 
entram os esforços e esquemas de cooperação internacional representativos da 
responsabilidade global. 
As premissas básicas que norteiam essas cinco dimensões foram bem 
explicitadas pelos pesquisadores. Em primeiro lugar, é necessário que os sistemas 
ambientais vitais sejam saudáveis e não entrem em deterioração. Também é 
essencial que os estresses antrópicos sejam baixos e não causem danos aos 
sistemas ambientais. Em terceiro, a alimentação e a saúde não devem ser 
comprometidas por distúrbios ambientais. Em quarto, é preciso que existam 
instituições, padrões sociais, habilidades, atitudes e redes que fomentem efetivas 
respostas aos desafios ambientais. E, em quinto, há que cooperar para o manejo dos 
 
9 
 
problemas ambientais comuns a dois ou mais países, além de reduzir os 
“transbordamentos” de problemas ambientais de um país para outro. 
4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES 
 
Fonte: geranegocios.com 
 Retornos sustentados sobre o capital investido no longo prazo e, em 
certa medida, o crescimento dos negócios requerem, cada vez mais, o enfrentamento 
das questões de desenvolvimento social e de sustentabilidade que influenciam e são 
influenciadas pelas ações das empresas no mercado, por interesses setoriais, por 
demandas das comunidades do entorno e pelo próprio sistema capitalista em sua 
versão neoliberal local. 
A aceitação, por parte da população, de restrições ambientais que envolvam 
algum tipo de sacrifício em benefício de populações de outros países e/ou de 
um futuro longínquo implica, forçosamente, uma certa dose de altruísmo, em 
especial se essas restrições visam parar o crescimento econômico 
(ROMEIRO, 2000, apud ROMEIRO, 2012). 
Na prática, a sustentação de resultados acima da média em prazos mais 
elásticos parece exigir formulações estratégicas e direcionamentos operacionais que 
conjuguem, em uma mesma unidade de performance, retornos econômicos, sociais, 
ambientais e culturais diferenciados. Assim como parece induzir a composição, com 
outros atores, de arranjos produtivos que potencializemou ampliem, por um lado, 
 
10 
 
escala e participação de mercado; por outro, infraestrutura, recursos, tecnologia 
apropriada, competências, sensibilidade social e capacidade de inovar. 
A maximização das condições de produzir, comercializar, comunicar, oferecer 
produtos e serviços inovadores, promover desenvolvimento, valorizar direitos 
humanos, dar conta dos impactos no entorno inerentes ao negócio, lidar com a 
concorrência, abrir novos mercados e estar próximo aos clientes onde quer que eles 
estejam neste mundo globalizado parece tender a se viabilizar, cada vez mais, a partir 
de arranjos produtivos capazes de conjugar investidores, especialistas, empresas, 
financiadores, organizações da sociedade civil, instituições de pesquisa e 
desenvolvimento e organismos de governo. 
Entretanto, é preciso resolver antes e sempre, o curto prazo. Sem atingir o 
resultado do dia, da semana, da quinzena, do mês, do semestre e do ano não haverá 
argumento válido para transformações a longo prazo, menos ainda para a inclusão da 
perspectiva socioambiental no ambiente de negócios. Até porque é difícil distinguir 
entre dispersão de recursos e investimentos em iniciativas voltadas a resultados de 
longo prazo; assim como é difícil decidir se a melhor alternativa está mesmo no 
horizonte do tempo. Os resultados imediatos, portanto, precisam ser obtidos enquanto 
se constroem as plataformas do futuro. Presente e futuro são pensados e articulados 
juntos, no presente; e essa é uma tarefa que, em certa medida, pode envolver 
diferentes atores. 
Explorar sinergias e complementaridades é, portanto, fator de competitividade, 
de promoção do desenvolvimento e de enfrentamento de questões de 
sustentabilidade. A melhor performance depende, entretanto, da qualidade intrínseca 
dos arranjos produtivos. 
Em outras palavras, depende da natureza do engajamento (legitimidade, 
motivação, visão de futuro e compartilhamento de crenças, significados e valores dos 
diferentes atores), da capacidade de construírem, consolidarem e manterem em 
permanente desenvolvimento um ambiente capaz de gerar resultados (econômicos, 
sociais, ambientais e culturais) sustentados a longo prazo, da qualidade dos vínculos 
(transparência, confiança e proximidade entre os atores), da eficácia dos mecanismos 
de interação e cooperação e da capacidade de reconhecimento sincero dos interesses 
legítimos dos atores envolvidos. 
 
11 
 
No plano operacional, depende do empenho em se encontrar uma fórmula 
aceita para a responsabilização, o acompanhamento, controle e auditoria dos 
processos e a apropriação dos resultados e dos impactos decorrentes da ação 
conjunta, tanto os de natureza econômico-financeira como os sociais, ambientais e 
culturais; tanto os tangíveis quanto os intangíveis. Trata-se de um desafio enorme 
para a gestão contemporânea por conta, principalmente, de alguns fatores: da baixa 
competência das organizações para se integrarem à lógica e às dinâmicas sociais 
típicas de ambientes multi- stakeholders, naturalmente inclusivas e, portanto, 
complexas; da prevalência do individualismo, mesmo quando há valorização do 
teamwork; das dificuldades de formulação e legitimação de decisões complexas em 
ambientes organizacionais que supervalorizam a lógica exclusiva e direta do capital, 
as relações de poder, o imediatismo, o autoritarismo e o pragmatismo, que são 
aspectos culturais cultuados no neoliberalismo. Soma-se a isso, a existência de 
interesses imbricados de diferentes arranjos produtivos com que os mesmos atores, 
ou parte deles, possam estar envolvidos, e que são cada vez mais prováveis pela 
necessidade de ampliação das fontes de geração de riqueza e minimização dos riscos 
além das incertezas impostas tanto pelo ambiente competitivo como pelo ambiente 
social. 
Uma estratégia corporativa ampla e de longo-prazo, integrada com os objetivos 
centrais do negócio e com as suas competências essenciais atuando para criar 
mudança social positiva e valor para o negócio e que está inserida nas operações 
negociais do dia a dia é o que se pode chamar de CSR Estratégica ou ainda 
Sustentabilidade Estratégica. 
A relação entre a mudança climática e o desenvolvimento sustentável tem 
sido cada vez mais reconhecida na literatura das alterações climáticas 
(SWART, et al, 2003, apud LÁZARO, 2017). 
 
12 
 
5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: planetasustentavel.abril.com.br 
As análises realizadas através do uso de indicadores vêm ganhando peso nas 
metodologias utilizadas para resumir a informação de caráter técnico e científico, 
permitindo sua transmissão de forma sintética, desde que preservada a essência da 
informação e utilizadas apenas as variáveis que melhor servem os objetivos e não 
todas as que podem ser medidas ou analisadas. A informação é assim mais facilmente 
utilizável por tomadores de decisão, gestores, políticos, grupos de interesse ou pelo 
público em geral. 
A formulação de indicadores pressupõe a disponibilidade de informações e 
dados confiáveis e comparáveis num determinado período de tempo. Esse é o 
principal desafio que se apresenta, ou seja, apontar caminhos para a identificação de 
parâmetros confiáveis e comparáveis no tempo para a averiguação do cumprimento 
e do progresso das práticas de gestão sustentável de maneira custo-efetiva. Há 
grande variabilidade de tipos e qualidade de informações que podem impedir sua 
comparação, daí ser necessário identificar alguns parâmetros comparáveis, 
legitimados pelas partes interessadas e convenientes para o sistema em questão. 
Não se pode deixar de mencionar que a utilização de indicadores e índices não 
é uma abordagem pacífica. Sempre se recobre de alguma controvérsia, em face das 
simplificações que são efetuadas na aplicação destas metodologias. As eventuais 
 
13 
 
perdas (ou descontinuidade) de informação têm constituído um entrave à adoção de 
forma generalizada e consensual dos sistemas de indicadores e índices. 
Indicadores: parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou 
combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas 
condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré-tratamento, 
isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas 
simples, percentuais, medianas, entre outros). Definidos, aceitos e inseridos nos 
processos de gestão de uma instituição (governos, empresas ou outras organizações 
da sociedade civil) um dado conjunto de indicadores pode revelar a situação atual 
dessa instituição (e daí permitir compará-la com outras de mesma natureza) ou indicar 
sua evolução em relação a sua própria situação em algum momento anterior. 
Para os países da América Latina, o principal objetivo tem sido conseguir 
investimentos, e o discurso por desenvolvimento continua no MDL. Como 
mostram os projetos registrados nos três países, há a liderança daqueles 
relacionados com a geração de energia, por esse setor ser visto como 
estratégico para manter o ritmo de crescimento dos países, que são 
baseados em um modelo de exportação de matérias-primas com alto 
consumo de energia. (FEARNSIDE, 2015, apud LÁZARO, 2017). 
6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE 
A sede econômico-financeira do homem aliada à hiperexpansão populacional 
vem, nesta Era da Globalização, provocando desenfreada e desrespeitosa exploração 
de recursos naturais sem nenhuma consideração a normas de proteção ao meio 
ambiente levando, consequentemente, à degradação do mesmo. 
Em meio ao desenvolvimento tecnológico está a natureza, não sabemos se 
acuada ou esquecida, deixada de lado pelo homem no que tange aos cuidados 
relativos à preservação. Esta, no entanto, é a única contribuição que nos é cobrada 
em troca do fornecimento de frutos, ar respirável, a biodiversidade de nossos 
ecossistemas, da flora, terras férteis e belíssimas paisagens.Esta é uma luta Global e Humanitária onde, independente de campanhas como 
a Rio + 10, dentre muitas outras, o homem deveria conscientizar-se e contribuir 
individual e coletivamente na busca do equilíbrio ecológico do meio. 
 
 
14 
 
A lógica do crescimento econômico presente na maioria dos países, somado 
ao avanço tecnológico, entre outros, faz com que as pessoas desejem e 
adquiram uma maior quantidade de bens de consumo e de serviços. Isto 
resultou em uma sociedade atual marcada por um consumismo crescente 
que tem como consequência maior degradação da natureza, com implicações 
inclusive à sobrevivência do ser humano (FERREIRA, 2004, apud CAIXETA, 
2010). 
Os brasileiros possuem o direito ao meio ambiente garantido 
constitucionalmente. A Carta Magna vigente, em seu art. 225, nos garante o direito de 
usufruir o meio ambiente e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações. Ocorre que, a maioria das pessoas, sendo raríssimas as exceções, 
tanto naturais como jurídicas, vêm se interessando somente em exercer o direito, mas 
não cumprir o dever. 
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental previsto no inciso III do artigo 9º da Lei 
n.º 6.938/81 e no art. 225, § 1º da Constituição Federal, dispõe a respeito da 
obrigatoriedade e importância deste estudo, que é tratado constitucionalmente como 
poder-dever do Poder Público. O Estudo prévio de Impacto Ambiental é uma 
manifestação significativa do princípio da prevenção e constitui um dos instrumentos 
básicos da Política Nacional do Meio Ambiente. Tem a função de apontar os possíveis 
riscos que um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para a 
implantação do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano ambiental. 
São merecedoras de gratificações as grandes empresas de elevada produção 
que, em meio a este escopo, preocupam-se não só com o lucro, mas também com a 
preservação da natureza. Tais empresas são dotadas de certificados como a ISO 
14001, comprovadores e reconhecedores de tal mérito e passam a valorizar cada 
particularidade do sistema natural, ou seja, comprometem-se com a coleta seletiva do 
lixo e a reciclagem do mesmo, gerando economia de energia e proteção sistemática 
do Meio Ambiente. Trabalham intensamente no combate ao desperdício de todo 
gênero natural, como a água, o solo e a energia. 
Apesar de campanhas mundiais e divulgação de estatísticas, a sede humana 
de exploração, consumo e lucro é cada vez maior, aumentando assim as 
consequências do efeito estufa. Podemos citar a título de ilustração, o derretimento 
de geleiras nos polos e degradação da camada de ozônio. 
Na “Guerra Econômica” travada entre Nações, o homem vem destruindo algo 
que lhe pertence e, tal situação, aliada ao hiper crescimento populacional traz como 
 
15 
 
consequências o aumento do consumo, a exploração do solo em larga escala, 
descarga de dejetos e emissão de CO2, contribuindo para um meio desequilibrado. 
Populações sofrem com catástrofes meteorológicas, como enchentes, passam 
fome devido à ausência de solos férteis devido à seca, escassez de água potável além 
de problemas respiratórios causados pelo ar impuro impregnado de agentes fruto do 
efeito estufa. Este, um dos maiores demonstradores do descaso ambiental, que vem 
sendo contribuído pela queima de combustíveis fósseis como a gasolina e também 
pelas queimadas de florestas. 
Depois da 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (ECO92) foi reconhecido que o crescimento e 
desenvolvimento econômicos alteram os sistemas naturais, embora não se 
possam pôr em risco os sistemas naturais mais importantes como atmosfera, 
água, solos e seres vivos (HANSEN, 2001, apud COSTA, 2014). 
Desastres ecológicos ocorrem e a não reparação destes pelos seus agressores 
é, muitas vezes, acobertada pela impunidade. Infelizmente, temos que acreditar que 
são necessárias normas impositivas de sanção para que o homem se eduque em 
relação aos cuidados com algo que é seu por direito. Foi preciso a criação de 
legislações de Direito Ambiental com normas coercitivas, onde o homem vê-se 
obrigado a preservar seu ambiente e sobrepujar seu eterno animus lucrandi. Foi 
preciso impor sanções como multas pecuniárias e até mesmo penas restritivas de 
liberdade dentre outras para o homem respeitar seu direito. 
As civilizações estão sendo dominadas pelo consumismo e, em contrapartida, 
pelo desejo desenfreado de poder econômico-financeiro, não tendo a preocupação 
adequada com a preservação de um bem que, se utilizado racionalmente, seria 
contribuindo para a manutenção dessas vontades eternamente, de modo que, como 
vem sendo utilizado está a ponto de desencadear, a níveis mundiais, uma enorme 
catástrofe ambiental e, consequentemente, econômica, política e financeira, trazendo 
uma infinidade de prejuízos para a humanidade, principalmente para as gerações 
futuras. 
A sustentabilidade do Meio Ambiente depende exclusivamente de uma 
consciência universal e respeito os Paradigmas da Ecologia e dos processos naturais 
para a evolução da Humanidade. 
 
16 
 
7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Desenvolvimento Sustentável, pode ser caracterizado como o desenvolvimento 
que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Ela 
implica possibilitar às pessoas, agora e no futuro, atingir um nível satisfatório de 
desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao 
mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e 
os habitats naturais. Em resumo, é o desenvolvimento que não esgota os recursos 
para o futuro. 
A aplicação prática de princípios e estratégias do desenvolvimento 
sustentável apresenta-se mais complexa e difícil que a simples incorporação 
de uma dimensão ambiental dentro dos paradigmas econômicos, dos 
instrumentos do planejamento e das estruturas institucionais que sustentam 
a racionalidade produtiva prevalecente (LEFF, 2002, apud HANAI, 2012). 
Um desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de 
que os recursos são finitos. Ele não deve ser confundido com crescimento econômico, 
pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e recursos 
naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva ao esgotamento 
dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. 
O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente 
em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, 
realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional adotou a ideia de que o 
desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, até então tratados como 
questões separadas, podem ser geridos de uma forma mutuamente benéfica. 
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar as 
preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos 
impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de crescimento 
e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os limites dos recursos 
naturais não fossem respeitados. O resultado desta investigação foi o Relatório 
"Nosso Futuro Comum" publicado em abril de 1987. 
O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência à Gro 
Harlem Brundtland, ex- primeira ministra norueguesa e médica que chefiou a 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_Brundtland
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland
 
17 
 
comissão da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland formalizou oconceito de desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do público. 
E acordo com o Relatório Brundtland (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO 
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988, p. 49), o desenvolvimento 
sustentável deve ser entendido como: [...] um processo de transformação no 
qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do 
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e 
reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e 
aspirações humanas. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO, 1988, apud IPIRANGA, 2011). 
"Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades ", cerne do conceito de 
desenvolvimento sustentável se tornou o fundamento da Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de 
Janeiro em 1992. O encontro foi um marco internacional, que reconheceu o 
desenvolvimento sustentável como o grande desafio dos nossos dias, e também 
assinalou a primeira tentativa internacional de elaborar planos de ação e estratégias 
neste sentido. 
A percepção das pessoas sobre a escassez dos recursos naturais e sobre os 
danos ambientais de suas ações pode influenciá-las a adotar 
comportamentos mais ecológicos (PATO, 2004, apud CAIXETA, 2010). 
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro 
componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica, 
a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural. 
Sustentabilidade ambiental: consiste na manutenção das funções e 
componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis – capazes de 
se auto reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua variedade biológica. 
É também a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida 
para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a 
beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis. 
Sustentabilidade econômica: é um conjunto de medidas e políticas que visam 
a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro passa a 
ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o que leva à otimização 
do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de poupança de materiais e 
energia. A exploração sustentável dos recursos evita o seu esgotamento. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_ambiental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_econ%C3%B4mica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel#Sustentabilidade_s.C3.B3cio-politica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_Cultural
 
18 
 
Sustentabilidade sociopolítica: é orientada para o desenvolvimento humano, 
a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a redução de conflitos 
sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende 
desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais. 
Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do desenvolvimento. 
Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide, controla e executa 
decisões. 
Sustentabilidade cultural: leva em consideração como os povos encaram os 
seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas as relações com 
outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais sustentável 
a todos os níveis sociais. A integração das especificidades culturais na concepção, 
medição e prática do desenvolvimento sustentável é fundamental, uma vez que 
assegura a participação da população local nos esforços de desenvolvimento. 
A despeito de existirem inúmeros estudos sobre atitudes, no que tange ao 
construto atitudes ambientais observam-se na literatura falta de clareza 
teórica, proposições conceituais incipientes e ausência de consenso sobre os 
conceitos e suas respectivas medidas (COELHO, 2009, apud CAIXETA, 
2010). 
8 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE 
 
Fonte: catracalivre.com.br 
 
19 
 
8.1 Os Principais Ecossistemas Brasileiros 
O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas. Quase todo o seu 
território está situado na zona tropical. Por isso, nosso país recebe grande quantidade 
de calor durante todo o ano, o que favorece essa grande diversidade. Veja, no mapa 
a seguir, exemplos dos principais ecossistemas encontrados no Brasil. 
Floresta Amazônica: Estende-se além do território nacional, com chuvas 
frequentes e abundantes. Apresenta flora exuberante, com espécies, como a 
seringueira, o guaraná, a vitória-régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, 
como o peixe-boi, o boto, o pirarucu, a arara. Para termos uma ideia da riqueza da 
biodiversidade desses ecossistemas, ele apresenta, até o momento, 1,5 milhão de 
espécies de vegetais identificadas por cientistas. 
 Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km², a Floresta 
Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45% do nosso 
território, além de espaços de mais nove países, sendo também a maior floresta 
tropical do mundo. É chamada de Floresta latifoliada equatorial. 
A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um elevado 
quantitativo de espécies, com cerca de 2500 tipos de árvores e mais de 30 mil tipos 
de plantas. Além disso, ela é perene, ou seja, permanece verde durante todo o ano, 
não perdendo as suas folhas no outono. Apresenta uma densidade elevada, o que é 
propício ao grande número de árvores por m². 
 Costuma-se classificar essa floresta conforme a proximidade dos cursos 
d’água. Dessa forma, existem três subtipos principais: mata de igapó, mata de várzea 
e mata de terra firme. 
 Mata de igapó: também chamada de floresta alagada, a mata de igapó 
caracteriza-se por se localizar muito próxima aos rios, estando permanentemente 
inundada. Apresenta plantas de pequeno porte em comparação ao restante da 
vegetação da Amazônia e que costumam ser hidrófilas, ou seja, adaptadas à umidade. 
Possui, em geral, raízes elevadas que acompanham os troncos. 
Mata de várzea: assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as 
inundações, porém apenas no período das cheias dos grandes rios, por se encontrar 
em áreas um pouco mais elevadas. É uma mata muito fechada, com elevada 
densidade, árvores altas (em média 20m de altura) e, em geral, com galhos 
 
20 
 
espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais conhecidas são o Jatobá 
e a Seringueira, essa última muito usada na extração de látex, a matéria-prima da 
borracha. 
A transposição dos princípios norteadores de sustentabilidade, da teoria à 
prática, e a operacionalização do conceito de desenvolvimento sustentável 
tem representado um grande desafio para as diversas áreas de 
conhecimento, no sentido de implementar iniciativas e ações que gerem, 
simultaneamente, uma maior equidade social, um nível elevado de 
conservação ambiental e uma maior racionalidade (eficiência) econômica 
(BUARQUE, 2004, apud HANAI, 2012). 
Mata de terra firme: também chamada de caetê, a mata de terra firme 
caracteriza-se por se encontrar relativamente distante dos grandes cursos d’água, 
localizando-se em planaltos sedimentares. Em razão disso, não costuma ser alvo de 
inundações, recobrindo a maior parte da floresta e apresentando as maiores médias 
de altura (algumas árvores chegam a alcançar os 60m). 
A importância da Floresta Amazônica reside, principalmente, em sua função 
ambiental. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela não é o “pulmão do 
mundo”, pois o oxigênio por ela produzido é consumido pela própria floresta. Sua 
importância ambiental reside no controle das temperaturas, graças ao aumento da 
umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da floresta, produzindo 
massas de ar úmido para todo o continente sul-americano, oschamados Rios 
Voadores. 
É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica. O 
primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os animais, 
os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da floresta. 
Mata de cocais: A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a 
caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de 
animais habitam esse ecossistema, como a arara canga e o macaco cuxiú. É um tipo 
de cobertura vegetal situada entre as florestas úmidas da região Norte e as terras 
semiáridas do Nordeste do Brasil, sendo uma zona de transição entre os 
biomas Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. Abrange predominantemente o 
Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e Piauí), mas também se 
estende pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. 
Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de 
climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20% do 
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm
http://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/
http://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/
http://www.infoescola.com/biomas/caatinga/
http://www.infoescola.com/biomas/floresta-amazonica/
http://www.infoescola.com/geografia/cerrados/
http://www.infoescola.com/geografia/clima-equatorial/
 
21 
 
bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas e 
úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido – quente e 
seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15% do bioma. 
A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações vegetais 
(cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para criação de pasto e 
exploração de madeira. Seu solo é rico em minérios como: ferro, ouro, 
diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica interessante é que o solo, na 
região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, permanecendo úmido o 
ano inteiro. 
A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu (sendo a 
mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais úmidos como 
o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos úmida, que abrange 
o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte, predomina a palmeira 
carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais palmeiras são o buriti (Mauritia 
flexuosa) e a oiticica (Licania rígida). Uma grande quantidade de arbustos e 
vegetações de pequeno porte também são encontradas nos locais de menores 
altitudes. 
O Brasil é um dos países que estabeleceu critérios específicos para a 
avaliação da contribuição para o desenvolvimento sustentável. A Comissão 
Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC), como Autoridade 
Nacional Designada (AND), instituiu, por meio da Resolução n. 01 de 2003, 
cinco critérios: 1) sustentabilidade ambiental local; 2) desenvolvimento das 
condições de trabalho e a geração líquida de empregos; 3) distribuição de 
renda; 4) capacitação e desenvolvimento tecnológico; 5) contribuição para a 
integração regional e a articulação com outros setores, a serem descritas em 
um documento à parte chamado “Anexo III”. (CMGC, 2003, apud LÁZARO, 
2017). 
O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir até 
2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, das quais é 
extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias (alimentícias, farmacêuticas, 
químicas, etc.). Outras partes do coco também são aproveitadas, como o epicarpo 
(camada externa), que é utilizado na produção de estofados, embalagens, vasos, 
placas, entre outros. 
A carnaúba também é utilizada de várias formas. O uso mais importante é a 
extração da cera de suas folhas, que é utilizada na fabricação de diversos produtos. 
Assim, a Mata dos Cocais representa uma importante fonte de renda para a população 
http://www.infoescola.com/geografia/bioma/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/minerios-de-ferro/
http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/bauxita/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/aluminio/
http://www.infoescola.com/hidrografia/lencol-freatico/
 
22 
 
local. A fauna nesse bioma é muito diversa, destacando-se a arara-vermelha, gavião-
real, jaguatirica, lobo-guará, macaco cuxiú (endêmico do Brasil) e outras muitas 
espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nos rios vivem a ariranha, o boto, o 
acará-bandeira (peixe), entre outros. 
A Mata dos Cocais está sendo prejudicada pelo desmatamento desordenado 
para desenvolvimento da pecuária e cultura de soja. Além disso, a extração de 
minerais que ocorre nesse ambiente acaba por fragilizá-lo ainda mais. 
Pantanal mato-grossense: No início da colonização do Brasil, a região 
pantaneira era ocupada índios. Acredita-se que espanhóis vindos pela Bolívia 
iniciaram a colonização da área, por volta de 1.550, antes dos portugueses. 
A partir da segunda metade do século XVI, os bandeirantes paulistas 
alcançaram a região, em busca de pedras preciosas e índios como mão-de-obra 
escrava. A hostilidade da região deu origem a muitas lendas e histórias contadas até 
hoje pelos caboclos chamados pantaneiros. Entre elas, há a história do Minhocão, 
uma poderosa cobra, provavelmente identificada como uma sucuri, que derrubava 
barrancos e gritava. Outros contos envolvem onças e seres sobrenaturais. 
Uma das últimas regiões a ser ocupada e desenvolvida no Brasil, o Pantanal 
abriga hoje um Parque Nacional, além de muitas fazendas, principalmente de gado. 
O Pantanal Mato-grossense é uma das mais exuberantes e diversificadas 
reservas naturais do Planeta integrando-o ao acervo dos patrimônios da humanidade. 
É a maior extensão úmida contínua do planeta. Hidrograficamente, todo o Pantanal 
faz parte da bacia do rio Paraguai constituindo-se em uma imensa planície de áreas 
alagáveis. Quando do período das cheias justifica a lenda sobre sua origem, que seria 
um imenso mar interior - o mar de Xaraés. 
O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio 
e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, geadas 
nos meses de julho e agosto. A união de fatores tais como o relevo, o clima e o regime 
hidrográfico da região favoreceram o desenvolvimento de numerosas espécies 
animais e vegetais que povoam abundantemente toda sua extensão. 
Existem dez tipos de pantanal na região com características diferentes de solo, 
vegetação e drenagem, são eles: Nabileque - 9,4 %; Miranda, 4,6%; Aquidauana, 4,9 
%; Abobral - 1,6 %; Nhecolândia - 17,8 %; Paiaguás - 18,3 %; Paraguai - 5,3 %; Barão 
de Melgaço - 13,3 %; Poconé - 12,9 %; Cáceres - 11,9 %. 
http://www.infoescola.com/aves/arara-vermelha/
http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/
http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/
 
23 
 
A beleza proporcionada pela paisagem pantaneira fascina pessoas de todo o 
mundo fazendo com que o turismo se desenvolva em vários municípios da região. O 
desenvolvimento de um pensamento ambientalista e social para o pantanal mato-
grossense tem levado vários pesquisadores a discutirem o impacto da ocupação 
humana neste ecossistema. 
Dentre os principais problemas ambientais destaca-se: A pesca predatória; a 
caça de jacarés; a poluição dos rios da bacia do Paraguai; os garimpos do Estado de 
Mato Grosso; a poluição das águas pelo mercúrio; a hidrovia Paraguai-Paraná. 
Tais questões tem sido alvo de uma extensa discussão e algumas ações 
ambientais por parte dos órgãos ambientais e da comunidade tem coibido tais 
agressões. 
Campos sulinos: No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do 
território do Rio Grande do Sul. São cerca de 170 mil Km2. Além das fronteiras do 
país, ele se estende por terras do Uruguai e da Argentina. 
Os campos sulinos sãotambém conhecidos como pampas, palavra de origem 
indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são apenas um 
pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos 
e algumas áreas semelhantes a savanas. 
Nos campos do Sul já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476 de 
aves e 50 de peixes. 
Fauna deste bioma: Mamíferos: tatu, o guaxinim, o zorrilho, o 
graxaim (Pseudalopex gymnocercus) e outras duas espécies em risco de extinção: o 
gato-dos-pampas ou gato palheiro (Leopardus pajeros) e a preguiça-de-coleira. 
Aves mais comuns: Cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a perdiz, o quero-
quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira (que ganhou este nome por fazer 
seus ninhos em buracos cavados no solo). Fazem parte das 50 espécies de peixes 
catalogadas o lambari-listrado, o lambari-azul, o tamboatá, o surubim e o cação-anjo. 
A sociedade, produtora de riscos, se torna crescentemente reflexiva, o que 
significa dizer que ela se torna um tema e um problema para si própria. A 
sociedade se torna cada vez mais autocrítica, e ao mesmo tempo em que a 
humanidade põe a si em perigo, reconhece os riscos que produz e reage 
diante disso. A sociedade global "reflexiva" se vê obrigada a autoconfrontar- 
se com aquilo que criou, seja de positivo ou de negativo. (JACOBI, 2007, 
apud IPIRANGA, 2011). 
 
24 
 
Répteis: tartaruga-verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o 
cágado-de-barbicha. 
Insetos: vespa da madeira e o conhecido bicho-da-maçã, também chamado 
traça-das-frutas. 
Nos pampas a vegetação pode ser considerada rala e pobre em espécies, 
porém o solo é fértil. Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra 
roxa", (batizado assim devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para 
o Brasil trabalhar na lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o 
solo de terra rossa, pois em italiano, rosso é vermelho). 
Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas. Nas 
encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras árvores, como 
a cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro. Nestas regiões, 
chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária, onde a espécie vegetal 
predominante é o pinheiro-do-paraná. 
Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, 
ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido 
banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica administrada 
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis) para preservação de tão importante ecossistema. 
Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o Uruguai, o 
Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em duas bacias 
hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de rios que apresentam 
boas condições para navegação, constituindo verdadeiras hidrovias na região. 
Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, localizada 
no município de São Lourenço do Sul, é a maior laguna do Brasil e a segunda maior 
da América Latina, com 265 km de comprimento. O clima da região é o subtropical 
úmido. O que isso significa? Bom, isso quer dizer que, nos campos sulinos, os verões 
são quentes, os invernos são frios e chove regularmente durante todo o ano. 
Caatinga: A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata 
branca”, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão 
territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território nacional. Ela 
está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, 
Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. 
 
25 
 
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25°C e 29°C. O 
clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários tipos diferentes 
de rochas. A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que 
atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação, 
que não permitem a exploração de recursos naturais. As secas são cíclicas e 
prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de uma população de, 
aproximadamente, 25 milhões de habitantes. As chuvas ocorrem no início do ano e o 
poder de recuperação do bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores 
ficam cobertas de folhas. A região enfrenta também graves problemas sociais, entre 
eles os baixos níveis de renda e de escolaridade, a falta de saneamento ambiental e 
os altos índices de mortalidade infantil. 
Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento econômico na 
caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da terra e da instabilidade 
das precipitações pluviométricas. A principal atividade econômica desenvolvida na 
caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se na região através da irrigação 
artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. Alguns projetos de 
irrigação para a agricultura comercial são desenvolvidos no médio vale do São 
Francisco, o principal rio da região, juntamente ao Parnaíba. 
Vegetação: As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima 
seco e à pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem 
raízes superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com 
recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é 
formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o 
arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre 
as espécies mais comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas 
dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. 
Fauna: A fauna é bem diversificada, composta por répteis (principalmente 
lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, arara-azul 
(ameaçada de extinção), sapo-cururu, asa- branca, cutia, gambá, preá, veado-
catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros animais. 
 
 
 
26 
 
Os desafios reais do desenvolvimento sustentável são pelo menos tão 
heterogêneos e complexos quanto à diversidade de sociedades humanas e 
de ecossistemas naturais em todo o mundo. Como um conceito, sua 
maleabilidade permite permanecer uma ideia aberta, dinâmica e envolvente 
que pode ser adaptada a servir em muitas diferentes situações e contextos 
no espaço e no tempo. Do mesmo modo, sua abertura de interpretação 
permite aos participantes (de múltiplos níveis, de local ao global, de diversos 
setores da atividade em instituições de governo, negócios e da sociedade 
civil) a redefinir e a reinterpretar seu significado para adequar a sua própria 
situação (KATES, et al, 2005, apud HANAI, 2012). 
Restinga: A restinga é uma planície arenosa costeira, de origem marinha, 
incluindo a praia, cordões arenosos, depressões entre cordões, dunas e margem de 
lagunas, com vegetação adaptada às condições ambientais”. 
Sobre a restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é um 
conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência 
marinha e fluvio- marinha, que ocorrem distribuídas em mosaico e em áreas de grande 
diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas, por dependerem 
mais da natureza do substrato que do clima. 
 A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada em praias e dunas, 
sobre cordões arenosos, e associadas a depressões. Na restinga os estágios 
sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais, ocorrendo 
notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não favorece o 
estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação e ausência de 
nutrientes. O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte 
e diversidade menores, onde algumas espéciespassam a predominar. Os diferentes 
tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde formações 
herbáceas, passando por formações arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a 
florestas cujo dossel varia em altura, geralmente não ultrapassando os 20m. São em 
geral caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras 
comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade. 
Em muitas áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste, 
ocorrem períodos mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que tem 
grande influência na distribuição de algumas formações vegetacionais. A 
periodicidade com que ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são 
decorrentes principalmente da topografia do terreno, da profundidade do lençol 
freático e da proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em muitos 
casos um mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com fisionomias 
 
27 
 
variadas, o que até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é empregado para 
designar as restingas. 
As formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e ante-
dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou 
então em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas mais 
próximas ao mar, predominam espécies herbáceas, em alguns casos com pequenos 
arbustos e árvores, que ocorrem tanto de forma isolada e pouco expressiva, como 
formando agrupamentos mais densos, com variações nas suas respectivas 
fisionomias, composições e graus de cobertura. A vegetação das praias e dunas tem 
ocorrência praticamente ao longo de toda a costa brasileira, mas a sua exata 
circunscrição e os termos empregados para designá-la variam muito. As pressões 
antrópicas no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram 
muitas áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral brasileiro. 
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores 
constituem a restinga propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais chamam 
a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com fisionomia variando 
desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras, bromélias terrícolas e 
cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis, intercaladas por áreas abertas 
que em muitas locais expõem diretamente a areia, principal constituinte do substrato 
nestas formações. Os termos “scrub”, “thicket”, “escrube” e “fruticeto” já foram 
empregados para designar comunidades e/ou formações desta natureza, 
notadamente na região litorânea. 
As formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira variam 
bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas às 
influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do substrato, 
principalmente sua origem, composição e condições de drenagem. 
Estas florestas variam desde formações com altura do estrato superior a partir 
de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão do lençol 
freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas, com 
alturas em torno de 15 a 20m, muitas vezes associadas a solos hidro mórficos e/ou 
orgânicos. 
Estes dois tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas 
decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições são 
 
28 
 
bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície costeira, geralmente 
em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são claramente definidos e 
os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa camada orgânica superficial, 
ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes florística e estruturalmente 
àquelas situadas nas depressões entre os cordões. 
O ideário de desenvolvimento sustentável vem sendo amplamente 
questionado na academia, principalmente em função da pouca 
operacionalidade de ações sustentáveis, e da manutenção da estrutura de 
produção e acumulação capitalista (CANDIOTTO et al 2004, apud HANAI, 
2012). 
A fauna ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos estudada 
quando comparada com os conhecimentos que já se acumulam sobre a composição 
e estrutura dos seus diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudos tratando de 
grupos de animais invertebrados, podem ser mencionados os realizados com os 
artrópodos, notadamente com diferentes grupos de insetos, estes constituindo a 
maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados ocorrente nas restingas 
brasileiras também é relativamente pouco pesquisada, com destaque para os 
trabalhos realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com pequenos 
mamíferos e répteis. 
 Manguezal: Os mangues ou manguezais são um ecossistema típico de áreas 
litorâneas, alagadas, onde há o encontro da água do mar com a dos rios dando um 
aspecto salobro à água dessas regiões. É de sua característica a transição entre 
aspectos marinhos e terrestres e sua presença em locais com clima tropical ou 
subtropical. Sua vegetação é composta por três tipos de árvores que podem atingir 
até 20 metros de altura em certos pontos do país: Rhizophora mangle (mangue-bravo 
ou vermelho), Laguncularia racemosa (mangue-branco) Schaueriana (mangue-seriba 
ou seriúba). 
Os mangues estão presentes em diversas partes do mundo como Oceania, 
África, Ásia, alguns países da América e Brasil. No Brasil esse ecossistema pode ser 
encontrado no nordeste do país em Cabo Orange no estado do Amapá até a região 
sul em Laguna em Santa Catarina compreendendo um total de 20 mil quilômetros 
quadrados, 15 % do total em todo o mundo. 
Este é um ecossistema rico em diversas espécies de animais como peixe-boi-
marinho, caranguejo, lontra, jacaré, cobras, mexilhão, aranhas, craca, lagartos, 
http://www.estudopratico.com.br/clima-tropical/
 
29 
 
tartaruga, crocodilos entre outros. Possui o solo extremamente rico em nutrientes e 
matéria orgânica, raízes e material vegetal em decomposição. Suas raízes aéreas são 
uma de suas características mais marcantes, e têm como principal função 
proporcionar a respiração das plantas já que o solo é pobre em oxigênio e elas obtêm 
o mesmo fora dele. 
O cheiro dos mangues também é um aspecto bem característico, isso ocorre 
devido à presença de água salobra e matérias vegetais em estado de decomposição. 
Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como a caça 
do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia ganhando 
expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso desordenado e 
de maneira não sustentável de seus recursos causa uma depredação quase que 
irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área de manguezal teve grande 
parte dizimada por conta da super- exploração, chegando a ser reduzida em 110.000 
hectares da área original de 448.000 nas Filipinas. 
No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o intuito 
de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15 de setembro 
de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação Permanente), e a 
Resolução do CONAMA de número 369 de março de 2006 estabelece a proibição da 
supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de intervenção, salvo apenas em 
casos de utilidade pública para as áreas de mangues. Ainda assim esse ecossistema 
é o mais ameaçado dentre todos nos Brasil. 
A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição 
proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o 
depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que 
contribuem para a degradação do ecossistema. 
Apenas a criação de empregos ou a poupança de energia são vistas como 
suficientes para justificar uma verificação de sustentabilidade. Esse fato foi 
constatado naanálise dos documentos de concepção de projeto nos países 
estudados, e alguns apenas mencionam como contribuição a redução de 
algum GEE. (OLSEN ,2007, apud LÁZARO, 2017). 
Cerrado: É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se 
originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil 
Central. Hoje, restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais, o cerrado 
apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de 
http://www.estudopratico.com.br/o-solo-partes-composicao-e-tipos-de-solo/
http://www.estudopratico.com.br/a-decomposicao/
 
30 
 
savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de 
aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais 
denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias 
hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na 
região favorece sua biodiversidade. 
O desenvolvimento sustentável não nega o crescimento, mas se refere à 
necessidade de mudar a qualidade do crescimento. O desenvolvimento 
sustentável é um processo de transformação qualitativa que permite destacar 
o caráter operacional da sustentabilidade ao afastar este conceito de um 
estado utópico, dificilmente alcançável e argumento frequente para 
desqualificar as possibilidades reais de aplicação dos princípios de 
sustentabilidade (IVARS BAIDAL, 2001, apud HANAI, 2012). 
Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos 
vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo 
comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração 
com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. 
Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, 
falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, 
intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu 
assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, 
também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa 
a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária 
extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. 
Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. 
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, 
esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com 
campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma 
extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda 
a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi 
considerada uma área perdida para a economia do país. 
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos 
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e 
apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o 
inverno é demarcado por um período de seca que se prolonga por cinco a seis meses. 
Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. 
 
31 
 
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o 
pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o 
indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-
flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-
se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de 
árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes 
de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti. 
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o 
aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos 
naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais 
densamente povoada. 
Os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três 
aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio 
disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e 
subsuperficial. Os principais tipos de vegetação são: 
Cerrado (strictu sensu): é a vegetação característica do cerrado, composta 
por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, 
distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, 
gramíneas e espécies semiarbustivas. 
 Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão): este tipo de vegetação cresce 
sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, 
que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto 
fechado a esta vegetação. 
 Campo rupestre: encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga 
e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem 
bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É 
caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou 
fechada. 
Campos litossólicos miscelâneos: são caracterizados pela presença de um 
substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando 
presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se depararem 
com a camada rochosa pela qual não passam nem umidade nem raízes. Sua flora é 
caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo 
 
32 
 
em geral a ausências de exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos 
espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada rochosa. 
Vegetação de afloramento de rocha maciça: representada por cactos, 
liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e arbustos, cresce sob 
penhascos e morros rochosos. 
9 TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA 
 
 
Fonte: sobiologia.com.br 
Mata Atlântica: A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações 
florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, 
Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como as 
restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por 
aproximadamente 1.300.000 km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os 
remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura 
original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% 
estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo reduzida e 
muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 
espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo 
diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a 
de alguns continentes (17.000 espécies na América do Norte e 12.500 na Europa) e 
 
33 
 
por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária para a conservação da 
biodiversidade mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já realizados indicam 
que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 
espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. 
Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem 
importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu 
domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando 
importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, 
assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o 
equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um 
patrimônio histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as 
Unidades de Conservaçãoe as Terras Indígenas, são fundamentais para a 
manutenção de amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e cultural 
da Mata Atlântica. 
A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente 
ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e 
mais recentemente dos governos municipais e iniciativa privada. No entanto, a maior 
parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece sem proteção. Assim, 
além do investimento na ampliação e consolidação da rede de áreas protegidas, as 
estratégias para a conservação da biodiversidade visam contemplar também formas 
inovadoras de incentivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tais 
como a promoção da recuperação de áreas degradadas e do uso sustentável da 
vegetação nativa, bem como o incentivo ao pagamento pelos serviços ambientais 
prestados pela Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um importante instrumento para a 
conservação e recuperação ambiental na Mata Atlântica, foi a aprovação da Lei 
11.428, de 2006 e o Decreto 6.660/2008, que regulamentou a referida lei. 
Um aspecto determinante é a impossibilidade de determinar a 
sustentabilidade de um sistema considerando apenas um indicador, ou 
indicadores que se refiram a apenas um aspecto do sistema. A 
sustentabilidade é determinada por um conjunto de fatores (econômicos, 
sociais, ambientais, entre outros) que devem ser contemplados (MARZALL, 
et al 2000, apud COSTA, 2014). 
Mata de araucária: A mata de araucária situa-se na região subtropical, 
no sul do Brasil, de temperaturas mais baixas. Entre outros tipos de árvores 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6660.htm
 
34 
 
abriga o pinheiro-do-paraná, também conhecido como araucária. Da sua 
fauna destacamos, além da ema, a maior ave das Américas, a gralha-azul, o 
tatu, o quati e o gato-do-mato. 
10 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS 
10.1 Classificação dos resíduos sólidos 
Lixo: Em geral, as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e que 
não tem mais utilidade. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não é uma 
massa indiscriminada de materiais. Ele é composto de vários tipos de resíduos, que 
precisam de manejo diferenciado. Assim, pode ser classificado de várias maneiras. 
O relatório Brundland considera que a pobreza generalizada não é mais 
inevitável e que o desenvolvimento de uma cidade deve privilegiar o 
atendimento das necessidades básicas de todos e oferecer oportunidades de 
melhoria de qualidade de vida para a população. Um dos principais conceitos 
debatidos pelo relatório foi o de “equidade” como condição, para que haja a 
participação efetiva da sociedade na tomada de decisões, através de 
processos democráticos para o desenvolvimento urbano. (BARBOSA, 2008, 
apud DONATO, 2015). 
Classificação: Pode ser classificado como seco ou úmido. O lixo seco é 
composto por materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico entre 
outros). Entretanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como é 
o caso de vidros planos, entre outros materiais. O lixo úmido corresponde à parte 
orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda 
etc., que pode ser usada para compostagem. Essa classificação é muito usada nos 
programas de coleta seletiva, por ser facilmente compreendida pela população. 
O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos potenciais. De 
acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos dividem-se em Classe I, que são 
os perigosos, e Classe II, que são os não perigosos. Estes ainda são divididos em 
resíduos Classe IIA, os não inertes (que apresentam características como 
biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade, como os restos de alimentos e 
o papel) e Classe IIB, os inertes (que não são decompostos facilmente, como plásticos 
e borrachas). Quaisquer materiais resultantes de atividades que contenham 
radionuclídeos e para os quais a reutilização é imprópria são considerados rejeitos 
 
35 
 
radioativos e devem obedecer às exigências definidas pela Comissão Nacional de 
Energia Nuclear – CNEN. 
No entanto, a compostagem é o apodrecimento controlado dos materiais 
orgânicos descartados. Além disso, a compostagem tem sua aplicação em: 
“horticultura; fruticultura; produção de grãos; jardinagem; projetos 
paisagísticos; reflorestamento; produção de mudas; recuperação de solos 
esgotados; controle de erosão; cobertura de aterros; etc.” (CARVALHO, et al, 
2000, apud BEZERRA, 2019). 
Existe ainda outra forma de classificação, baseada na origem dos resíduos 
sólidos. Nesse caso, o lixo pode ser, por exemplo, domiciliar ou doméstico, público, 
de serviços de saúde, industrial, agrícola, de construção civil e outros. Essa é a forma 
de classificação usada nos cálculos de geração de lixo. Principais características 
dessas categorias: 
 Domiciliar: são os resíduos provenientes das residências. É muito 
diversificado, mas contém principalmente restos de alimentos, produtos deteriorados, 
embalagens em geral, retalhos, jornais e revistas, papel higiênico, fraldas descartáveis 
entre outros. 
Comercial: são os resíduos originados nos diversos estabelecimentos 
comerciais e de serviços, tais como supermercados, bancos, lojas, bares, 
restaurantes, entre outros. 
Público: são aqueles originados nos serviços de limpeza urbana, como restos 
de poda e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias e galerias 
pluviais, resíduos das feiras livres e outros. 
De serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas 
ou odontológicas, laboratórios, farmácias etc. É potencialmente perigoso, pois pode 
conter materiais contaminados com agentes biológicos ou perigosos, produtos 
químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas, ampolas de vidro, brocas 
entre outros. 
Industrial: são os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de lixo 
varia de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa categoria está a maior 
parte dos materiais considerados perigosos ou tóxicos. 
Agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É constituído por 
embalagens de agrotóxicos, rações, adubos, restos de colheita, dejetos da criação de 
animais entre outros. 
 
36 
 
Entulho: restos da construção civil, reformas, demolições, solos de 
escavações entre outros. 
No Brasil, a geração de lixo per capita varia de acordo com o porte populacional 
do município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), 
elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per capita de resíduos no Brasil varia entre 
450 e 700 gramas para os municípios com população inferior a 200 mil habitantes e 
entre 700 e 1.200 gramas em municípios com população superior a 200 mil habitantes. 
10.2 Resíduos perigosos 
Os resíduos industriais e alguns domésticos, como restos de tintas, solventes, 
aerossóis, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, 
pilhas e outros, contêm significativa quantidade de substâncias químicas nocivas ao 
meio ambiente. 
Estima-se que existam de 70 a 100 mil produtos químicos sintéticos, utilizados 
de forma comercial na agricultura, na indústria e em produtos domésticos. 
Infelizmente, as suas consequências são percebidas apenas depois de muito tempo 
de uso. Foi o que aconteceu com o clorofluorcarbono, conhecido como CFC, que há 
bem pouco tempo era amplamente usado em aerossóis, isopor, espumas, sistemas 
de ar condicionado, refrigeradores e outros produtos, até descobrir-se que sua 
liberação na atmosfera vinha causando a destruição da camada de ozônio. 
Muitos desses produtos contêm metais pesados, como mercúrio, chumbo, 
cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos

Outros materiais