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E-book Direito Administrativo Prof Felipe

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1 
 
 
 
2 
 
 Sumário 
 
1. FUNÇÕES DO ESTADO E ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..... 5 
1.1 Função .................................................................................................................. 5 
1.2 Administração Pública ........................................................................................... 6 
1.3 Desconcentração e Descentralização ................................................................... 6 
1.4 Administração Direta ............................................................................................. 7 
1.4.1 Órgãos Públicos ................................................................................................. 7 
1.4.2 Classificação quanto à esfera de atuação .......................................................... 8 
1.4.3 Classificação quanto à posição estatal............................................................... 8 
1.4.4 Classificação quanto à composição ................................................................... 9 
1.4.5 Classificação quanto à forma de atuação ........................................................... 9 
1.5 Administração Indireta ........................................................................................... 9 
1.6 Consórcios .......................................................................................................... 13 
1.6.1 Consórcio público de direito público ................................................................. 13 
1.6.2 Consórcio público de direito privado ................................................................ 14 
1.7 Empresas privadas com participação minoritária do Poder Público .................... 14 
1.8. Sociedades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público ................. 14 
1.9 Agências Reguladoras ........................................................................................ 15 
1.10 Agências Executivas ......................................................................................... 22 
1.11 Entidades Paraestatais...................................................................................... 23 
1.11.1.Organizações Sociais ..................................................................................... 24 
1.11.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ................................... 25 
1.11.3 Serviços Sociais Autônomos .......................................................................... 27 
2.SERVIÇOS PÚBLICOS .......................................................................................... 34 
2.1 Definição ............................................................................................................. 34 
2.1.1 Elemento Formal .............................................................................................. 35 
2.1.2 Elemento Material ............................................................................................ 35 
2.2 Formas de prestação .......................................................................................... 36 
2.3 Modalidades de descentralização ....................................................................... 36 
2.4 Princípios dos serviços públicos .......................................................................... 36 
2.5 Classificação (Modalidades) ................................................................................ 37 
2.6 Direitos dos usuários de serviços públicos .......................................................... 38 
2.7 Definições da Lei 13.460/2017 ............................................................................ 39 
2.7.1 Diretrizes dos direitos e deveres do usuários ................................................... 40 
2.7.2 Direitos básicos dos usuários ........................................................................... 41 
2.7.3 Carta de serviços aos usuários ........................................................................ 42 
2.7.4 Deveres dos usuários ....................................................................................... 42 
2.7.5 Manifestações dos usuários de serviços públicos ............................................ 42 
2.7.6 Ouvidorias ........................................................................................................ 44 
2.7.7 Conselhos de usuários ..................................................................................... 45 
2.7.8 Avaliação continuada dos serviços públicos .................................................... 46 
2.8 Concessão, permissão e autorização de serviços públicos ................................ 47 
2.8.1 Concessão ....................................................................................................... 47 
2.8.2 Permissão ........................................................................................................ 49 
2.8.3 Autorização ...................................................................................................... 49 
2.9 Parceria Público-Privada (PPP) .......................................................................... 50 
2.10 Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) ................................................ 54 
 
3 
 
2.10.1. Contrato de parceria ...................................................................................... 55 
2.10.2. Objetivos do PPI ............................................................................................ 55 
2.10.3. Princípios do PPI ........................................................................................... 55 
3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E PRÁTICAS DE COMPLIANCE ................. 57 
3.1 Previsão Normativa ............................................................................................. 57 
3.2 Modalidades de Improbidade .............................................................................. 57 
3.3 Sanções por atos de improbidade ....................................................................... 57 
3.4 Sujeito passivo da conduta .................................................................................. 60 
3.5 Sujeito ativo da conduta ...................................................................................... 60 
3.6 Indisponibilidade de bens .................................................................................... 61 
3.7 Legitimados à propositura ................................................................................... 62 
3.8 Vedação à leniência ............................................................................................ 62 
3.9 Prescrição ........................................................................................................... 62 
3.10 Procedimento Administrativo ............................................................................. 63 
3.11 Procedimento judicial ........................................................................................ 64 
4. LICITAÇÕES E CONTRATOS .............................................................................. 65 
4.1 Licitação .............................................................................................................. 65 
4.1.1 Competência Legislativa .................................................................................. 65 
4.1.2 Destinatários da Licitação ................................................................................ 65 
4.1.3 Compras, obras e serviços ............................................................................... 66 
4.1.4 Alienação .......................................................................................................... 66 
4.1.5 Execução indireta ............................................................................................. 66 
4.1.6 Empreitada integral .......................................................................................... 67 
4.1.7 Projetos prévios ................................................................................................67 
4.1.8 Modalidades ..................................................................................................... 68 
4.1.9 Tipos de critérios para avaliação das propostas .............................................. 69 
4.1.10 Tempo de publicidade .................................................................................... 69 
4.1.11 Formas de licitação ........................................................................................ 70 
4.1.12 Fases da licitação ........................................................................................... 70 
4.1.13 Fases no Pregão (Inversão de fases)............................................................. 71 
4.1.14 Efeitos da Adjudicação ................................................................................... 71 
4.1.15 Licitação dispensada, dispensável e inexigível .............................................. 71 
4.1.16 Anulação e Revogação de Licitação .............................................................. 73 
4.1.17 Sistema de registro de preços ........................................................................ 74 
4.1.18 Tratamento diferenciado para Micro e Pequenas Empresas .......................... 74 
4.1.19 Licitações no âmbito das empresas estatais (Lei nº 13.303/2016) ................. 77 
4.2 Contratos Administrativos.................................................................................... 82 
4.2.1 Teoria da Imprevisão ........................................................................................ 83 
4.2.2 Fato do príncipe e fato da administração ......................................................... 84 
4.2.3 Alterações contratuais unilaterais e consensuais ............................................. 84 
4.2.4 Contrato de obras, serviços e fornecimentos ................................................... 85 
4.2.5 Formas de extinção do contrato ....................................................................... 86 
4.2.6 Sanções administrativas ................................................................................... 86 
4.2.7 Sanções penais ................................................................................................ 87 
4.2.8 Responsabilidade pelos encargos trabalhistas e previdenciários .................... 87 
4.2.9 Contratos celebrados no âmbito das empresas estatais (Lei nº 13.303/2016) . 88 
4.3. REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES (RDC): ................................ 90 
4.3.1. Aplicabilidade do RDC..................................................................................... 90 
4.3.2. Objetivos e Definições do RDC ....................................................................... 92 
 
4 
 
4.3.3. Princípios e Diretrizes aplicáveis: .................................................................... 93 
4.3.4. Regras aplicáveis às licitações realizadas com base no RDC ........................ 95 
4.3.4.1 Do Objeto da Licitação .................................................................................. 95 
4.3.4.2. Possibilidade de indicação de marcas, tratamento diferenciado e solicitações 
diversas pela Administração...................................................................................... 95 
4.3.4.3. Regimes de execução das obras e serviços de engenharia ........................ 96 
4.3.4.4. A Comissão de Licitação .............................................................................. 99 
4.3.4.5 As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de Licitação ............................... 99 
4.3.4.6 Condições específicas para a participação nas licitações e para contratação 
no RDC ..................................................................................................................... 99 
4.3.4.7. Do procedimento licitatório ......................................................................... 100 
4.3.4.7.1. Fase preparatória .................................................................................... 101 
4.3.4.7.2. Publicação do Instrumento Convocatório ................................................ 101 
4.3.4.7.3. Apresentação de propostas ou lances .................................................... 102 
4.3.4.7.4. Julgamento das propostas ...................................................................... 103 
4.3.4.7.4.1. Tipos de licitação .................................................................................. 103 
4.3.4.7.4.2. Critérios de desempate ........................................................................ 105 
4.3.4.7.4.3. Critérios de desclassificação ................................................................ 105 
4.3.4.7.4. Habilitação das licitantes ......................................................................... 106 
4.3.4.7.5. Recursos Administrativos ........................................................................ 107 
4.3.4.7.5. Encerramento .......................................................................................... 107 
4.3.4.8. Procedimentos diversos aplicáveis ao RDC ............................................... 108 
4.3.4.8.1. Pré-qualificação permanente de bens e fornecedores ............................ 108 
4.3.4.8.2. Cadastramento ........................................................................................ 108 
4.3.4.8.3. Sistema de Registro de Preços (SRP) .................................................... 108 
4.3.4.8.4 Catálogo eletrônico de padronização ....................................................... 109 
4.3.5. Regras aplicáveis aos contratos celebrados com base no RDC ................... 109 
4.3.6. Das Sanções Administrativas ........................................................................ 111 
4.4 Convênios ......................................................................................................... 111 
5. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ........................................... 113 
5.1 Fundamentos .................................................................................................... 113 
5.2 Modalidades de intervenção do Estado na propriedade privada ....................... 113 
5.2.1 Intervenção Restritiva ..................................................................................... 113 
5.2.2 Intervenção Supressiva .................................................................................. 113 
5.3 Servidão Administrativa ..................................................................................... 113 
5.4 Requisição ......................................................................................................... 115 
5.5 Ocupação Temporária ....................................................................................... 116 
5.6 Limitações Administrativas ................................................................................ 117 
5.7 Tombamento ..................................................................................................... 118 
5.8 Desapropriação ................................................................................................. 120 
5.8.1 Desapropriação indireta ................................................................................. 134 
5.9. Expropriação .................................................................................................... 136 
 
 
 
5 
 
1. FUNÇÕES DO ESTADO E ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1.1 Função 
 
É quando alguém exerce uma atividade representando interesses de terceiros. 
Obs: A divisão dos poderes não gera absoluta divisão das funções, mas sim, 
distribuição de três funções estatais precípuas. 
 
a) típica: função para o qual o poder foi criado; 
b) atípica: função estranha àquela para o qual o poder foi criado; 
 
• Função legislativa: elaboração das leis (função normativa). 
– características: produz normas gerais, não concretas e produz inovações 
primárias no mundo jurídico. 
 
•Função judiciária: aplicação coativa da lei. 
– características: estabelece regras concretas (julga em concreto, não 
produz inovações primárias, função indireta (deve ser 
provocado) e propicia situação de intangibilidade jurídica 
(coisa julgada). 
 
• Função administrativa: conversão da lei em ato individual e concreto. 
– características: estabelece regras concretas, não produz inovações 
primárias, é direta (não precisa ser solicitada e é passível 
de revisão pelo Poder Judiciário). 
 
Função Administrativa é toda atividade desenvolvida pela Administração 
representando os interesses da coletividade. Esta função decorre do fato do Brasil ser 
uma república. República = coisa pública. Ou seja, toda atividade desenvolvida tem 
que privilegiar a coisa pública. 
 
Função administrativa consiste no dever de o Estado, ou quem aja em seu nome, dar 
cumprimento, no caso concreto, aos comandos normativos, de maneira geral ou 
 
6 
 
individual, para a realização dos fins públicos, sob regime jurídico prevalente de direito 
público e mediante atos ou comportamentos passíveis de controle. 
 
Em razão deste interesse público a Administração terá posição privilegiada em 
face de terceiros que com ela se relacionam. Ela tem prerrogativas e obrigações que 
não são extensíveis aos particulares, está em posição de superioridade (ex.: atos da 
administração são dotados de presunção validade, de auto-executoriedade (não 
precisa recorrer ao Jud.), cláusulas exorbitantes, desapropriação etc). 
 
1.2 Administração Pública 
 
É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de 
Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades 
concretas da coletividade. É todo o aparelhamento do Estado para a prestação dos 
serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e dos interesses da comunidade. 
 
1.3 Desconcentração e Descentralização 
 
A função administrativa pode ser desenvolvida de duas formas: 
 
a) Centralizada: forma pela qual o serviço é prestado pela Administração Direta 
b) Descentralizada: forma em que a prestação é deslocada para outras Pessoas 
Jurídicas. 
 
Desse modo, a DESCONCENTRAÇÃO é a distribuição do serviço dentro da 
mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência 
com hierarquia. 
 
 
7 
 
Espécies de desconcentração: 
 
a) Desconcentração 
territorial ou geográfica 
→ As competências são divididas em razão da 
delimitação das regiões onde cada órgão poderá 
atuar. 
b) Desconcentração 
material ou temática 
→ As competências são divididas em razão da 
especialização de cada órgão em determinado 
assunto. 
c) Desconcentração 
hierárquica ou funcional 
→ As competências são divididas utilizando-se do 
critério de relação de subordinação entre os diversos 
órgãos. 
 
Por sua vez, a DESCENTRALIZAÇÃO consiste na Administração Direta 
deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração Indireta 
ou para o particular. Note-se que a nova Pessoa Jurídica não ficará subordinada à 
Administração Direta, pois não há relação de hierarquia, mas esta manterá o controle 
e fiscalização sobre o serviço descentralizado. 
 
1.4 Administração Direta 
 
A Administração Direta se constitui dos serviços integrados na estrutura 
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (Estados, Municípios e 
suas secretarias). 
 
1.4.1 Órgãos Públicos 
 
• São divisões das entidades estatais (União, Estados e Municípios) ou centros 
especializados de competência, como o Ministério do Trabalho e da Fazenda. 
• Não tem personalidade jurídica própria, ou seja, os atos que praticam são 
atribuídos ou imputados à entidade estatal a que pertencem. 
• Podem ter representação própria, por seus procuradores, bem como ingressar 
em juízo, na defesa de suas prerrogativas, contra outros órgãos públicos. 
 
 
8 
 
1.4.2 Classificação quanto à esfera de atuação 
 
a) Centrais: atuação nacional, estadual ou municipal (ex. Ministério da Saúde, 
Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde); 
b) Locais: atuação específica em determinada parte do território (ex. Unidade de 
Saúde de determinado bairro); 
 
1.4.3 Classificação quanto à posição estatal 
 
a) Independentes: são os derivados da Constituição, representam os Poderes do 
Estado. Não são subordinados hierarquicamente e somente são controlados 
uns pelos outros (ex: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado 
Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes e Tribunais de Contas); 
 
b) Autônomos: são os subordinados diretamente à cúpula da Administração. 
Têm grande autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se 
como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, 
coordenação e controle das atividades que constituem sua área de 
competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em 
comissão (ex. Ministérios e Secretarias, bem como a Advocacia-Geral da 
União, Ministério Público, Defensoria Pública e as Procuradorias dos Estados 
e Municípios); 
 
c) Superiores: possuem poder de direção, controle, decisão e comando dos 
assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras divisões 
dos órgãos independentes e autônomos (ex. Gabinetes, Coordenadorias, 
Departamentos, Divisões, etc); 
 
d) Subalternos: são órgãos de execução (ex. seções e os serviços). 
 
 
 
 
9 
 
1.4.4 Classificação quanto à composição 
 
a) Simples: também conhecidos por unitários. São aqueles que possuem apenas 
um único centro de competência, sua característica fundamental é a ausência 
de outro órgão em sua estrutura para auxiliá-lo no desempenho de suas 
funções; 
 
b) Compostos: são aqueles que em sua estrutura possuem outros órgãos 
menores, seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas 
atividades. As funções são distribuídas em vários centros de competência, sob 
a supervisão do órgão de chefia. 
 
1.4.5 Classificação quanto à forma de atuação 
 
a) Singulares: são aqueles que decidem e atuam por meio de um único agente, 
o chefe. Possuem agentes auxiliares, mas sua característica de singularidade 
é desenvolvida pela função de um único agente, em geral o titular. 
 
b) Colegiados: são aqueles que decidem pela manifestação de muitos membros, 
de forma conjunta e por maioria, sem manifestação de vontade de um único 
chefe. A vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatutária. 
 
 1.5 Administração Indireta 
 
A Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, 
dotadas de personalidade jurídica própria: 
 
a) Autarquias; 
b) Fundações Públicas ou Privadas; 
c) Empresas Públicas; 
d) Sociedades de Economia Mista. 
 
10 
 
 
 
São características comuns às entidades da Administração Indireta: 
 
a) Ter sua própria personalidade jurídica (patrimônio e sua receita própria 
autonomia administrativa e financeira); 
b) Tem que haver uma lei que cria ou autoriza sua criação, sendo que sua 
extinção também decorre de lei; 
c) Na sua criação há a previsão de uma finalidade específica; 
d) Não possui fins lucrativos; 
e) Sempre estão sujeitos ao controla da Entidade criadora, embora à ela não 
esteja subordinada. 
 
 
 
 
Pessoas jurídicas da 
Administração 
Indireta 
 direito 
público 
 Autarquia 
 Fundações 
Públicas 
 Agências 
Reguladoras 
 Associações 
Públicas 
 direito 
privado 
 Empresas 
Públicas 
 
Sociedade 
de Econom. 
Mista 
 
Fundações 
privadas 
 
11 
 
QUADRO RESUMO: 
 
 Autarquia Fundação Empresa 
Pública 
Soc. Econ. 
Mista 
Definição São pessoas 
jurídicas de 
direito público, 
dotadas de 
capital 
exclusivamente 
público, com 
capacidade 
administrativa e 
criadas para a 
prestação de 
serviço público 
(não tem cap. 
polít. não 
podem editar 
leis). 
É uma pessoa 
jurídica 
composta porum patrimônio 
personalizado, 
destinado pelo 
seu fundador 
para uma 
finalidade 
específica. 
Pode ser 
pública ou 
privada. 
São pessoas 
jurídicas de 
direito privado 
compostas por 
capital 
exclusivamente 
público, criadas 
para a 
prestação de 
serviços 
públicos ou 
exploração de 
atividades 
econômicas 
sob qualquer 
modalidade 
empresarial. 
Pessoa 
jurídica de 
direito privado 
criada para 
prestação de 
serviço público 
ou exploração 
de atividade 
econômica, 
com capital 
misto e na 
forma de S/A. 
Característic
as 
- auto 
administração 
- capac. 
financeira 
- patrimônio 
próprio 
- auto 
administração 
- capac. 
financeira 
- patrimônio 
próprio 
- auto 
administração 
- capac. 
financeira 
- patrimônio 
próprio 
- auto 
administração 
- capac. 
financeira 
- patrimônio 
próprio 
Controle Não há 
hierarquia e 
subordinação, 
só controle da 
legalidade 
Não há 
hierarquia e 
subordinação, 
só controle da 
legalidade 
Não há 
hierarquia e 
subordinação, 
só controle da 
legalidade 
Não há 
hierarquia e 
subordinação, 
só controle da 
legalidade 
 
12 
 
Criação e 
Extinção 
Lei especifica 
para criar 
Lei específica 
cria a fundação 
pública e se 
privada autoriza 
sua criação 
Lei específica 
autoriza sua 
criação que se 
efetiva com 
registro dos 
atos 
constitutivos 
Lei específica 
autoriza sua 
criação que se 
efetiva com 
registro dos 
atos 
constitutivos 
Privilégio Tem 
- Art. 150, §2º, 
CF 
 
FP – tem - art. 
150, §2º, CF 
 
FPriv. – não tem 
Não tem – art. 
173, §2º e art. 
150, §3º da CF 
(silêncio da CF 
se exerce 
serviço público) 
Não tem – art. 
173, §2º e art. 
150, §3º da CF 
(silêncio da CF 
se exerce 
serviço 
público) 
Resp. do 
Estado 
Subsidiária Subsidiária - Se presta serv. 
pub. Resp. 
subsidiária 
- Se exerce ativ. 
econ. Est. não 
tem 
responsabilidad
e. 
Subsidiária 
- art, 242 da L 
S/A 
 
 
Obs: É possível o controle das sociedades de economia mista pelo Tribunal de 
Contas, nos termos do Art.71, II, da Constituição, já que se trata de uma sociedade 
instituída pelo Poder Público. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no 
sentido de que as sociedades de economia mista sujeitam-se à fiscalização pelos 
Tribunais de Contas. (STF, MS 25 092/DF, RE 356209 AgR /GO, MS 26117/DF, 
dentre outros). 
 
 
13 
 
1.6 Consórcios 
 
Acordo de vontades firmado entre entidades estatais para a realização de 
objetivos de interesses comuns - ex. consórcio entre dois municípios. 
Após a lei nº 11.107 (2005), os consórcios passam a ser constituídos por 
contratos administrativos, dependendo de autorização legislativa e a União poderá 
integrar consórcios com Estados/DF e Municípios. 
Os procedimentos são a assinatura do protocolo de intenções; a ratificação do 
protocolo pelas casas legislativas; a celebração do contrato de consórcio; a 
personificação do consórcio; a celebração do contrato de rateio e a celebração do 
contrato de programa. 
O Art. 4º, inciso I, da Lei nº 11.107/2005 estabelece que são cláusulas essenciais 
do protocolo de intenções, dentre outras, as que estabeleçam o prazo de duração do 
consórcio (não podendo ser constituído por prazo indeterminado). 
É possível a qualquer dos entes consorciados se retirar do consórcio, na forma 
do Art. 11 da Lei nº 11.107/2005. Nesse caso, os bens transferidos ao consórcio 
somente retornam ao patrimônio do Ente caso haja expressa previsão no contrato de 
consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação, conforme 
consta do Art. 11, § 1º, da Lei nº 11.107/2005. Do contrário, os bens permanecem com 
o consórcio. 
A lei nº 11.107 (2005) exigiu a personificação dos consórcios, podendo ser 
consórcio público de direito público (associações públicas) ou consórcio público de 
direito privado. 
 
1.6.1 Consórcio público de direito público 
 
* Natureza jurídica: autarquia interfederativa (integra a adm indireta de todos 
os entes), denominada Associação Pública; 
** Criação: pelas leis de ratificação dos protocolos de intenções; 
*** Objeto: atividades administrativas de competência comum aos entes 
consorciados ou que sejam delegadas ao consórcio; 
**** Regime de pessoal: celetista; 
***** Bens: Públicos; 
 
14 
 
****** Foro: Justiça Federal, caso a União participe do consórcio; 
******* Responsabilidade civil: Responsabilidade civil objetiva (resp 
subsidiária dos Entes federados); 
 
1.6.2 Consórcio público de direito privado 
 
* Natureza jurídica: fundação de direito privado ou empresa pública prestadora 
de serviço público interfederativa; 
** Criação: com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, após 
autorização legal; 
*** Objeto: atividades administrativas que não envolvam o poder de império; 
**** Regime de pessoal: celetistas; 
***** Bens: Privados (com prerrogativas de direito público); 
****** Foro: Justiça Federal, caso a União participe; 
******* Responsabilidade civil: Responsabilidade civil objetiva (resp 
subsidiária dos Entes federados); 
 
● Nos consórcios se aplica, no que couber, a Lei 8.666/93 
 
 
1.7 Empresas privadas com participação minoritária do Poder Público 
É possível que o Estado participe de sociedade como sócio minoritário. Estas 
sociedades não serão consideradas sociedades de economia mista ou empresas 
públicas, tampouco integram a Administração Indireta. 
Outro ponto importante a ser ressaltado é que a aquisição de participação 
acionária minoritária pelo Estado não confere à sociedade vantagem perante o poder 
público. Desse modo, por exemplo, não pode haver contratação direta desta empresa 
pelo Estado com base no Art. 24, inciso XXIII, da lei 8.666/93. 
 
1.8. Sociedades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público 
 Enquadram-se nesta categoria, expressa no Art. 37, inciso XVII, da CF/88, as 
sociedades privadas das quais o Poder Público seja sócio majoritário, mas que não 
sejam constituídas como Sociedade de Economia Mista. Veja-se como exemplo, uma 
 
15 
 
sociedade limitada de que o Estado detenha a maior parte das quotas sociais ou até 
uma sociedade anônima de que o Estado tenha adquirido maior parte do capital social 
e seja acionista majoritário. 
 
1.9 Agências Reguladoras 
 
São autarquias de regime especial, responsáveis pela regulamentação, o 
controle e a fiscalização de serviços públicos transferidos ao setor privado. Exemplos: 
a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); a Agência Nacional do Petróleo, Gás 
Natural e Biocombustíveis (ANP); a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); 
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a Agência Nacional de Saúde 
Suplementar (ANS); a Agência Nacional de Águas (ANA); a Agência Nacional de 
Transportes Aquaviários (Antaq); a Agência Nacional de Transportes Terrestres 
(ANTT); a Agência Nacional do Cinema (Ancine); a Agência Nacional de Aviação Civil 
(Anac); a Agência Nacional de Mineração (ANM). 
A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela 
ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, 
decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e 
estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes 
na lei 13.848, de 25 de junho de 2019, ou de leis específicas voltadas à sua 
implementação. 
De acordo com o Art. 3º, § 2º, da Lei nº 13.848/19, a autonomia administrativa 
da agência reguladora é caracterizada pelas seguintes competências: 
I - solicitar diretamente ao Ministério da Economia: 
a) autorização para a realização de concursos públicos; 
b) provimento dos cargos autorizados em lei para seu quadro de pessoal, 
observada a disponibilidade orçamentária; 
c) alterações no respectivo quadro de pessoal, fundamentadas em estudos de 
dimensionamento, bem como alterações nos planos decarreira de seus servidores; 
II - conceder diárias e passagens em deslocamentos nacionais e internacionais 
e autorizar afastamentos do País a servidores da agência; 
III - celebrar contratos administrativos e prorrogar contratos em vigor relativos 
a atividades de custeio, independentemente do valor. 
 
16 
 
Outras características: 
 
• Tem poderes especiais ante a maior autonomia que detém e a forma de 
provimento de seus cargos diretivos (por mandato certo e afastada a 
possibilidade de exoneração ad nutum, ou seja, a qualquer momento). Não 
são, porém, independentes. 
• Estão sujeitas ao mesmo tratamento das autarquias, e passíveis de idênticos 
mecanismos de controle externo, interno e social. Destacando-se que as 
agências reguladoras devem adotar práticas de gestão de riscos e de controle 
interno e elaborar e divulgar programa de integridade, com o objetivo de 
promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, 
à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção. 
• Os dirigentes das agências reguladoras são nomeados pelo Presidente da 
República após prévia aprovação pelo Senado Federal. Estes dirigentes gozam 
de mandatos com prazo fixo e só saem do cargo mediante renúncia, 
condenação judicial ou após processo administrativo (a lei de criação da 
Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato). Não se 
admite a exoneração ad nutum que, em regra, costuma ser inerente aos 
cargos em comissão. Encerrado o mandato, os dirigentes estão sujeitos à 
“quarentena”, período no qual ficam impossibilitados por seis meses (novo 
prazo previsto pela Lei nº 13.848/19) de trabalharem no mesmo ramo de 
atividade na iniciativa privada. A quarentena é remunerada. 
• Ainda que discricionária, a escolha para os dirigentes e os membros do 
conselho deve atentar para o caráter técnico do cargo a ser ocupado, vez que 
as Agências Reguladoras se caracterizam por um alto grau de especialização 
técnica no setor regulado, que, obviamente, para o seu correto exercício, exige 
uma formação especial dos ocupantes de seus cargos. Isso porque serão 
brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no 
campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo 
ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após 
aprovação pelo Senado Federal. 
 
17 
 
• A agência reguladora deverá implementar, em cada exercício, plano de 
comunicação voltado à divulgação, com caráter informativo e educativo, de 
suas atividades e dos direitos dos usuários perante a agência reguladora e as 
empresas que compõem o setor regulado. 
 
Da interação entre as agências reguladoras e os órgãos de defesa da 
concorrência 
 
A Lei nº 13.848/19 trouxe, em seus arts 25 e seguintes, prevê a interação entre 
as agências reguladoras e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). 
Assim, Com vistas à promoção da concorrência e à eficácia na implementação 
da legislação de defesa da concorrência nos mercados regulados, as agências 
reguladoras e os órgãos de defesa da concorrência devem atuar em estreita 
cooperação, privilegiando a troca de experiências. 
No exercício de suas atribuições, incumbe às agências reguladoras monitorar 
e acompanhar as práticas de mercado dos agentes dos setores regulados, de forma 
a auxiliar os órgãos de defesa da concorrência na observância do cumprimento da 
legislação de defesa da concorrência, nos termos da Lei nº 12.529/11 (Lei de Defesa 
da Concorrência). 
Os órgãos de defesa da concorrência são responsáveis pela aplicação da 
legislação de defesa da concorrência nos setores regulados, incumbindo-lhes a 
análise de atos de concentração, bem como a instauração e a instrução de processos 
administrativos para apuração de infrações contra a ordem econômica. 
Os órgãos de defesa da concorrência poderão solicitar às agências reguladoras 
pareceres técnicos relacionados a seus setores de atuação, os quais serão utilizados 
como subsídio à análise de atos de concentração e à instrução de processos 
administrativos. 
Quando a agência reguladora, no exercício de suas atribuições, tomar 
conhecimento de fato que possa configurar infração à ordem econômica, deverá 
comunicá-lo imediatamente aos órgãos de defesa da concorrência para que esses 
adotem as providências cabíveis. 
Sem prejuízo de suas competências legais, o Conselho Administrativo de 
Defesa Econômica (Cade) notificará a agência reguladora do teor da decisão sobre 
 
18 
 
condutas potencialmente anticompetitivas cometidas no exercício das atividades 
reguladas, bem como das decisões relativas a atos de concentração julgados por 
aquele órgão, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas após a publicação do 
respectivo acórdão, para que sejam adotadas as providências legais. 
 
Da articulação das agências reguladoras com os órgãos de defesa do 
consumidor e do meio ambiente 
 
A Lei nº 13.848/19 trouxe, em seus arts 31 e seguintes, prevê a interação entre 
as agências reguladoras e o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC). 
Desse modo, no exercício de suas atribuições, e em articulação com o Sistema 
Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) e com o órgão de defesa do consumidor 
do Ministério da Justiça e Segurança Pública, incumbe às agências reguladoras zelar 
pelo cumprimento da legislação de defesa do consumidor, monitorando e 
acompanhando as práticas de mercado dos agentes do setor regulado. 
As agências reguladoras poderão articular-se com os órgãos e as entidades 
integrantes do SNDC, visando à eficácia da proteção e defesa do consumidor e do 
usuário de serviço público no âmbito das respectivas esferas de atuação. 
As agências reguladoras poderão firmar convênios e acordos de cooperação 
com os órgãos e as entidades integrantes do SNDC para colaboração mútua, sendo 
vedada a delegação de competências que tenham sido a elas atribuídas por lei 
específica de proteção e defesa do consumidor no âmbito do setor regulado. 
Para o cumprimento do disposto na Lei nº 13.848/19, as agências reguladoras 
são autorizadas a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de 
ajustamento de conduta com pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a sua competência 
regulatória, aplicando-se os requisitos do art. 4º-A da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 
1997. 
Enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de ajustamento de 
conduta, ficará suspensa, em relação aos fatos que deram causa a sua celebração, a 
aplicação de sanções administrativas de competência da agência reguladora à pessoa 
física ou jurídica que o houver firmado. 
 
 
19 
 
A agência reguladora deverá ser comunicada quando da celebração do termo 
de ajustamento de conduta a que se refere o § 6º do art. 5º da Lei nº 7.347/85 (Lei da 
Ação Civil Pública), caso o termo tenha por objeto matéria de natureza regulatória de 
sua competência. 
As agências reguladoras poderão articular-se com os órgãos de defesa do meio 
ambiente mediante a celebração de convênios e acordos de cooperação, visando ao 
intercâmbio de informações, à padronização de exigências e procedimentos, à 
celeridade na emissão de licenças ambientais e à maior eficiência nos processos de 
fiscalização. 
 
Da interação operacional entre as agências reguladoras federais e as agências 
reguladoras ou os órgãos de regulação estaduais, distritais e municipais 
 
As agências reguladoras federais poderão promover a articulação de suas 
atividades com as de agências reguladoras ou órgãos de regulação dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de competência, 
implementando, a seu critério e mediante acordo de cooperação, a descentralização 
de suas atividades fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais, exceto quanto a 
atividades do Sistema Único de Saúde (SUS), que observarão o disposto em 
legislação própria, sendo vedada a delegaçãode competências normativas. 
A descentralização será instituída desde que a agência reguladora ou o órgão 
de regulação da unidade federativa interessada possua serviços técnicos e 
administrativos competentes devidamente organizados e aparelhados para a 
execução das respectivas atividades, conforme condições estabelecidas em 
regimento interno da agência reguladora federal. 
A execução, por agência reguladora ou órgão de regulação estadual, distrital 
ou municipal, das atividades delegadas será permanentemente acompanhada e 
avaliada pela agência reguladora federal, nos termos do respectivo acordo. 
Na execução das atividades de fiscalização objeto de delegação, a agência 
reguladora ou o órgão regulador estadual, distrital ou municipal que receber a 
delegação observará as normas legais e regulamentares federais pertinentes. 
 
20 
 
É vedado à agência reguladora ou ao órgão regulador estadual, distrital ou 
municipal conveniado, no exercício de competência fiscalizatória delegada, exigir de 
concessionária ou permissionária obrigação não prevista previamente em contrato. 
A delegação de competências fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais 
somente poderá ser efetivada em favor de agência reguladora ou órgão de regulação 
estadual, distrital ou municipal que gozar de autonomia assegurada por regime jurídico 
compatível com o disposto na Lei nº 13.848/19. 
Havendo delegação de competência, a agência reguladora delegante 
permanecerá como instância superior e recursal das decisões tomadas no exercício 
da competência delegada. 
No caso da descentralização, parte da receita arrecadada pela agência 
reguladora federal poderá ser repassada à agência reguladora ou ao órgão de 
regulação estadual, distrital ou municipal, para custeio de seus serviços, na forma do 
respectivo acordo de cooperação, devendo o repasse ser compatível com os custos 
da agência reguladora ou do órgão de regulação local para realizar as atividades 
delegadas. 
 
QUADRO RESUMO: 
 
 
 
Características 
das agências 
reguladoras 
⇒Maior autonomia em relação à Administração Direta 
⇒Dirigentes possuem mandato fixo por período determinado pela lei 
da instituição. 
⇒Previsão de quarentena para os dirigentes que se desligam da 
agência reguladora. 
⇒Interposição de recuso hierárquico impróprio no Ministério 
Superior. 
 
HIPÓTESES DE PERDA DE MANDATO DE 
DIRIGENTES DE AGÊNCIA REGULADORAS. 
OBS: A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do 
mandato 
↓ ↓ ↓ 
 
21 
 
Renúncia Condenação judicial 
Transitada em 
julgada 
Decisão definitiva em processo 
administrativo disciplinar 
 
Espécies de 
atividades 
desempenhadas 
pelas 
Agências 
Reguladoras 
*Poder de Polícia 
*Fomento e fiscalização de atividades privadas 
*Regulamentação e controle de uso de bem público 
*Atividades desempenhadas com o controle de estatal, mas não 
através de concessão ou permissão de serviço público. Ex: ANS 
Regulação, contratação e fiscalização de atividades econômicas, 
que não englobam serviço público, mas atividade econômica em 
sentido estrito (monopólio flexibilizado, como a indústria do petróleo) 
Regulam e controlam atividades que são objetos de concessão e 
permissão de serviços públicos 
 
 
 
 
Atribuições das 
Agências 
Reguladoras 
 
 
 
 
⇒ fixar regras à prestação dos serviços sob delegação. 
⇒ realizar licitações. 
⇒celebrar contratos. 
⇒controle e intervenção de desempenho das atividades. 
⇒ aplicação de sanções. 
⇒decisão e articulação de medidas para encampação de serviços de 
interesse público. 
⇒rescisão ou alteração unilaterais de contratos. 
⇒promoção de reversão dos afetados ao serviços ao término do 
contrato. 
⇒definição de valor da tarifa ou revisão e critérios para reajustes. 
⇒recebimento de reclamações e “denúncias”. 
 
CRITÉRIOS DE 
CLASSIFICAÇÃO 
ESPÉCIES EXEMPLOS 
1 - Quanto à origem →federais ANS 
→estaduais ARCE 
→distritais ADASA 
→municipais AGERSA 
 
22 
 
2 – Quanto à 
atividade 
preponderante 
→Agências de serviços ANATEL 
→Agências de fomento ANCINE 
→Agências de uso de bens públicos ANA 
→ Agências de polícia ANVISA 
3 – Quanto à previsão 
constitucional 
→Com referência constitucional ANATEL e ANP 
→Sem referência As demais 
4 – Quanto ao 
momento de criação 
→Agências de segunda geração (1996- 
1999) 
ANEEL 
→Agências de segunda geração (2000-
2004) 
ANS 
→Agência de terceira geração (2005-2007) ANAC 
 
1.10 Agências Executivas 
 
Autarquias e fundações que por iniciativa da Administração Direta celebram 
contrato de gestão visando a melhoria dos serviços que prestam em troca de uma 
maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira. Se trata apenas de uma 
qualificação dada uma autarquia ou fundação que tenha um contrato de gestão com 
seu órgão supervisor, no caso um ministério, cumprindo metas de desempenho, 
redução de custos e eficiência. 
Assim, para ser uma agência executiva basta apenas uma qualificação dada 
por um Ministro de Estado. Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia, Normatização 
e Qualidade Industrial (Inmetro), a Agência Nacional do Desenvolvimento do 
Amazonas (ADA) e Agência Nacional do Desenvolvimento do Nordeste (Adene). 
 
 
 
Agência 
Executiva 
 
 
Autarquias ou fundações que recebem a qualificação através de um 
decreto do Poder Executivo ou portaria expedida pelo Ministro do Estado 
Celebração de contrato de gestão com Ministério Supervisor 
Plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional 
Melhoria da qualidade de gestão e redução de custo 
 
23 
 
 Possuem o dobro do limite para contratação direta por dispensa de 
licitação nos termos do art. 24, parágrafo único da Lei de Licitações 
 
1.11 Entidades Paraestatais 
 
Entidades da sociedade civil, sem fins lucrativos, que desempenham atividades de 
interesse social mediante vínculo formal de parceria com o Estado (Rafael Oliveira). 
Fundamentos da existência do 3º setor: 
A) passagem de uma Adm Pub imperativa para uma Adm Pub consensual 
– o que incrementa parcerias entre Estado e Sociedade. 
B) princípio da subsidiariedade – primazia da sociedade na efetivação dos 
direitos sociais, restringindo-se a atuação direta do estado a casos 
excepcionais. 
C) fomento – o poder público deve promover incentivo ao exercício das 
atividades sociais pela sociedade. 
➢ Características comuns: 
São entidades privadas, sem fins lucrativos, instituídas sob forma de 
fundações (privadas) ou associações civis, recebendo qualificação jurídica 
diferenciada. (Rafael Oliveira as denomina como “públicas não estatais”). 
Pública (executam atividades sociais e recebem benefícios públicos); 
Não estatal (não integram a estrutura da administração pública); 
Desse modo: 
✓ São criadas pela iniciativa privada; 
✓ Não possuem finalidade lucrativa; 
✓ Não integram a Administração Pública; 
✓ Prestam atividades privadas de relevância social; 
✓ Possuem vínculo legal ou negocial com o Estado; 
✓ Recebem benefícios públicos. 
As entidades paraestatais (que englobam todas as entidades do 3º setor, 
conforme Di Pietro) possuem diferentes qualificações jurídicas, podendo, inclusive 
variar de um Ente da federação para outro. 
Dessa forma, estudaremos: 
✓ As Organizações Sociais (OS); 
 
24 
 
✓ As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); 
✓ Os Serviços Sociais Autônomos (Sistema S); 
 
1.11.1.Organizações Sociais 
 
Não integram a Administração Pública, integram a iniciativa privada mas atuam 
ao lado do Estado, cooperando com ele estabelecendo parcerias com o poder público. 
São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos criadas por particulares 
para a execução de serviços públicos não exclusivos do Estado, previstos em lei. A 
lei 9637/98 autorizou que fossem repassados serviços de: ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservaçãodo meio ambiente, cultura e 
saúde. 
O instrumento para o repasse é contrato de gestão – art. 37, § 8º (é um 
contrato diferente já que o contrato de gestão se celebra entre a Administração direta 
e a indireta), dispensa licitação como acontece em todos os outros casos de 
transferência de serviço público (o arrt. 24, inciso XXIV, da Lei 8666/93, possibilita a 
dispensa de licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, 
para atividades contempladas no contrato de gestão). 
Podem receber: dotações orçamentárias, bens públicos através de uma 
permissão de uso, recebem servidores públicos. 
São requisitos específicos para que as entidades privadas se habilitem à 
qualificação como organização social: 
 
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre: 
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; 
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus 
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; 
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior 
e de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos 
termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas 
e de controle básicas previstas nesta Lei; 
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de 
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória 
capacidade profissional e idoneidade moral; 
e) composição e atribuições da diretoria; 
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos 
relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão; 
 
25 
 
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do 
estatuto; 
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em 
qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou 
falecimento de associado ou membro da entidade; 
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das 
doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros 
decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao 
patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, da 
mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes 
alocados; 
 
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua 
qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão 
supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu 
objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e 
Reforma do Estado. 
 
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como 
organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas 
no contrato de gestão. 
Obs. 1: A desqualificação será precedida de processo administrativo, 
assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização 
social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação 
ou omissão. 
Obs. 2: A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos 
valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções 
cabíveis. 
 
1.11.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 
 
OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça, cuja finalidade é facilitar 
o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos 
públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por 
empresas possam ser descontadas no imposto de renda. 
OSCIPs são Organizações criadas por iniciativa privada, que obtêm um 
certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos 
requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência 
administrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados 
 
26 
 
termos de parceria, que são uma alternativa interessante aos convênios para ter 
maior agilidade e razoabilidade em prestar contas. 
Podem qualificar-se como OSCIP as pessoas jurídicas de direito privado, sem 
fins lucrativos, que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento 
regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e 
normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos na lei 9790/99. 
Não são passíveis de qualificação como OSCIP, ainda que se dediquem de 
qualquer forma às atividades descritas acima: 
 
I - as sociedades comerciais; 
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria 
profissional; 
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, 
cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; 
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; 
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou 
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; 
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e 
assemelhados; 
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; 
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas 
mantenedoras; 
IX - as organizações sociais; 
X - as cooperativas; 
XI - as fundações públicas; 
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas 
por órgão público ou por fundações públicas; 
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação 
com o sistema financeiro nacional. 
 
A qualificação como OSCIP, observado em qualquer caso o princípio da 
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação dessas OSCIP, 
somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, 
cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: 
 
I - promoção da assistência social; 
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; 
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar 
de participação das organizações de que trata esta Lei; 
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei; 
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; 
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
VII - promoção do voluntariado; 
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
 
27 
 
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de 
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da 
democracia e de outros valores universais; 
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos 
que digam respeito às atividades mencionadas acima. 
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e 
a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por 
qualquer meio de transporte. 
 
Obs. 1: As OSCIP integram o que a doutrina chama de “Terceiro Setor”, isto é, 
uma nova forma de organização da Administração Pública por meio da formalização 
de parcerias com a iniciativa privada para o exercício de atividades de relevância 
social (por não integrarem a Administração Pública, as OSCIP’s não se submetem 
às regras de concurso público, nos termos do art. 37, II, da CF/88). Sendo assim, 
como as ideias de “mútua colaboração” e a ausência de “contraposição de interesses” 
são inerentes a tais ajustes, o “termo de parceria” tem sido considerado peladoutrina 
e pela jurisprudência como espécie de convênio e não como contrato, tendo em vista 
a comunhão de interesses do Poder Público e das entidades privadas na consecução 
de tais atividades. 
Obs. 2: Havendo mais de uma OSCIP interessada em celebrar termo de 
parceria, apesar de desnecessária a licitação formal nos termos da Lei n. 8666/93, 
não se pode olvidar que deverá a administração observar os princípios do art. 37 da 
CF/88 na escolha da entidade além de, atualmente, vir prevalecendo o entendimento 
da doutrina, da jurisprudência e dos Tribunais de Contas no sentido de que, ainda que 
não se deva realizar licitação nos moldes da Lei n. 8.666/93, deverá ser realizado 
procedimento licitatório simplificado a fim de garantir a observância dos princípios da 
Administração Pública, como forma de restringir a subjetividade na escolha da OSCIP 
a formalizar o “termo de parceria”. 
 
1.11.3 Serviços Sociais Autônomos 
 
Rótulo atribuído a todas as pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da 
iniciativa privada que foram criadas para desenvolver atividades de auxílio a 
determinadas categorias profissionais que não tenham finalidade lucrativa. 
 
28 
 
Assim, é pessoa jurídica criada ou prevista por lei como entidade privada de 
serviço social e de formação profissional vinculada ao sistema sindical e sujeita ao 
disposto no art. 240 da CF/88. 
• CF, art. 240: “Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições 
compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às 
entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao 
sistema sindical”. 
• CF, ADCT, art. 62: “A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 
(SENAR) nos moldes da legislação relativa ao Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do 
Comércio (SENAC), sem prejuízo das atribuições dos órgãos públicos que 
atuam na área”. 
 Ex. SESI, SENAC, SESC (a finalidade é fomentar o desenvolvimento de certas 
categorias privadas e, por isso, interessa a Administração ajudar). Podem receber 
incentivos com dotações orçamentárias e titularizam contribuições parafiscais. 
Principais aspectos: 
1) Entidades civis de direito privado, criadas ou autorizadas por lei. 
Geralmente, seu regulamento é estabelecido por decreto (fora da estrutura da 
Administração Pública). 
2) Adquirem personalidade jurídica com a inscrição do seu ato constitutivo no 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas (geralmente, sob forma de associação 
ou fundação). Obs: Não há regra que determine a forma jurídica do SSA. 
Podem assumir o formato de fundação ou associação ou formato jurídico 
especial, insuscetível de perfeito enquadramento nas categorias previstas no 
Código Civil. 
3) Regidos pelo Direito Privado com a incidência das normas de Direito Público 
previstas na lei autorizativa 
4) Criados por entidade civil: corporação representativa de setor da economia, 
mediante autorização legal 
5) Vinculam-se ao órgão da administração direta relacionado com suas 
atividades para fins de controle finalístico e prestação de contas dos recursos 
públicos recebidos para sua manutenção. A vinculação com o Poder Público é 
diferenciada das entidades da administração indireta. 
 
29 
 
6) Não estão sujeitos a realização de concurso público, tampouco estão 
sujeitos à Lei nº 8.666/93 (licitações e contratos). Leis mais recentes de SSAs 
estabeleçam a exigência de regulamento próprio de compras. 
(RE 789874, Rel Min Teori Zavascki Julg em: 17 set 14): 
“Por unanimidade, o STF decidiu que o Serviço Social do Transporte (Sest) não 
está obrigado a realizar concurso público para a contratação de pessoal. O 
relator do (RE) 789874, ministro Teori Zavascki, sustentou que as entidades 
que compõem os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica 
de direito privado e não integrarem a administração indireta, não estão sujeitas 
à regra prevista no artigo 37, inciso II da Constituição Federal, mesmo que 
desempenhem atividades de interesse público em cooperação com o Estado”. 
(MS 33442, Rel Min Gilmar Mendes, decisão liminar de 13 mar 15): 
O ministro Gilmar Mendes suspendeu decisão do TCU que determinava ao 
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) a inclusão, em seus 
editais de licitação, de dispositivos previstos na Lei 8.666/1993, que trata de 
normas para licitações e contratos da administração pública. A decisão foi 
tomada na análise da medida cautelar no Mandado de Segurança (MS) 33442. 
Precedente: ADI 1864. 
7) Mantido por contribuições parafiscais, conforme previsão da lei autorizativa. 
Tributos advindos do setor privado (as empresas), os quais incidem sobre a 
folha de salários das empresas pertencentes à categoria correspondente e se 
destinam a financiar atividades que visem ao aperfeiçoamento profissional e à 
melhoria do bem estar social dos trabalhadores. 
8) Prestam serviços de formação profissional diretamente aos trabalhadores do 
setor tributado 
9) Patrimônio constituído por doações e legados. 
Obs: Em caso de extinção, o patrimônio deve ser revertido para as entidades 
instituidoras, na forma estabelecida no estatuto. 
10) Não se submete a regras do regime administrativo, apenas ao controle da 
aplicação dos recursos de origem pública, por força do art. 70 da CF (sofre 
controle da CGU e do TCU). 
11) Possuem representação jurídica própria (não é representada pela AGU). 
 
30 
 
12) Não estão obrigados à observância dos princípios constitucionais da 
Administração Pública (mas seus agentes respondem por improbidade 
administrativa e ilícitos penais, equiparados a agentes públicos). 
13) Observa a legislação privada, inclusive no que se refere ao regime de 
pessoal (regime celetista), ao processo de compras de bens e serviços e de 
contabilidade e finanças com as derrogações impostas na lei autorizativa, 
quando houver. 
14) Possuem Imunidade tributária, quando enquadrados nos casos 
contemplados no art. 150, inciso VI, alínea “c” da CF 
15) Tem estrutura e cargos estabelecidos na forma do estatuto social 
16) Não possuem privilégios processuais (AI nº 841548/PR) e a competência 
para apreciar questões judiciais é da justiça estadual (Súmula 516 do STF: "O 
Serviço Social da Indústria - SESI - está sujeito à jurisdição 
da Justiça Estadual“). 
 
ENTIDADE/CONTRIB. 
Lei de Criação 
FINALIDADE ALÍQUOTA E 
INCIDÊNCIA 
SENAI (Serviço 
Nacional de 
Aprendizagem 
Industrial) 
DL nº 4.048/42 
Organização e 
administração de 
escolas de 
aprendizagem 
industrial, estendida 
às de transporte e 
comunicações. 
1,0% incidente 
sobre o total da 
remuneração paga 
pelas empresas do 
setor industrial aos 
empregados. 
SESI (Serviço Social da 
Indústria) 
DL nº 9.403/46 
Organização e 
administração de 
escolas de 
aprendizagem 
industrial, estendida 
às de transporte e 
comunicações. 
1,5% incidente 
sobre o total da 
remuneração paga 
pelas empresas do 
setor industrial aos 
empregados e 
avulsos que 
 
31 
 
prestem o serviço 
durante o mês. 
SENAC (Serviço 
Nacional de 
Aprendizagem 
Comercial) 
DL nº 8.621/46 
Financiamento de 
atividades de 
organização e 
administração de 
escolas de 
aprendizagem 
comercial. 
1,5% incidente 
sobre o total da 
remuneração paga 
pelas empresas do 
setor industrial aos 
empregados e 
avulsos que 
prestem o serviço 
durante o mês. 
SESC (Serviço Social 
do Comércio) 
DL nº 9.853/46 
Aplicação em 
programas que 
contribuam para o 
bem estar social dos 
empregados e suas 
famílias, das 
empresas 
relacionadas. 
1,0% incidente 
sobre o total da 
remuneração paga 
pelas empresas 
comerciais aos 
empregados e 
avulsos que lhe 
prestem serviços. 
SEBRAE (Serviço 
Brasileiro de Apoio às 
Micro e Pequenas 
Empresas) 
Lei nº 8.029/90 
Aplicação em 
programas de apoio 
ao desenvolvimento 
das pequenas e 
microempresas. 
Alíquota básica : 
0,3% sobre o total 
das remunerações 
pagas pelas 
empresas 
contribuintes do 
SESI/SENAI e 
SESC/SENAC aos 
seus empregados. 
 
32 
 
SENAT (Serviço 
Nacional de 
Aprendizagem do 
Transporte) 
Lei nº 8.706/93 
Gerenciamento, 
desenvolvimento e 
execução de 
programas voltados 
à promoção soc do 
trab em trans rodo e 
do transp autônomo, 
em alimentação, 
saúde, cultura lazer 
e segurança do 
trabalho. 
1,0% calculado 
sobre a remuner 
paga aos 
empregados (no 
caso de empresa 
de transp 
rodoviário) ou 1,0% 
calculado sobre o 
salário de 
contribuição 
previdenciária dos 
transportadores 
rodoviários 
autônomos. 
SENAR (Serviço 
Nacional de 
Aprendizagem Rural) 
Lei nº 8.315/91 
Organização, 
administração e 
execução de ensino, 
da formação 
profissional rural e a 
promoção social do 
trabalhador rural. 
Alíquota básica: 
2,5% incidente 
sobre o total de 
remuneração paga 
a todos os 
empregados pelas 
PJ de dir priv ou 
equiparadas que 
exercem as 
atividades 
agroindustriais, 
agropecuárias, 
sindicatos, 
federações e 
confederações 
patronais rurais, 
empresa 
associativa sem 
 
33 
 
produção rural, 
agenciadora de 
mão-de-obra rural. 
SEST (Serviço 
Nacional do 
Transporte) 
Lei nº 8.706/93 
Gerenciamento, 
desenvolvimento e 
execução de progr 
voltados à promoção 
social do trab em 
transp rodo e do 
transp autônomo, 
em alimentação, 
saúde, cultura lazer 
e segurança do 
trabalho. 
1,5% calculado 
sobre o montante 
da remuneração 
paga aos 
empregados (no 
caso de empresa 
de transporte 
rodoviário) ou 1,5% 
calculado sobre o 
salário de 
contribuição 
previdenciária dos 
transportadores 
rodoviários 
autônomos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
2.SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
2.1 Definição 
 
É aquele prestado pela Administração (diretamente) ou por seus delegados 
(indiretamente) sob normas e controles estatais para a satisfação, visando o 
atingimento dos interesses da coletividade. A titularidade está sempre nas mãos da 
Administração. 
Fundamento Constitucional: 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação 
de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como 
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão; 
II – os direitos dos usuários; 
III – política tarifária; 
IV – a obrigação de manter serviço adequado. 
 
Di Pietro para definir o serviço público, faz a seguinte classificação: 
 
➔ Critério subjetivo: que considera a pessoa jurídica 
prestadora da atividade, assim o serviço público é aquele 
prestado pelo Estado; 
➔ Critério material: que considera a atividade exercida. 
Nesse sentido o serviço tem como objetivo a satisfação de 
necessidade coletiva; 
➔ Critério formal: que considera o regime jurídico: que pode 
ser exercido sob regime de direito público ou de direito 
privado. 
 
A autora ainda classifica o serviço público em dois elementos: formal e material: 
 
 
35 
 
2.1.1 Elemento Formal 
 
 O regime jurídico a que se submete o serviço público também é definido por 
lei. Assim, o regime pode ser de direito público ou de direito privado: 
 
➔ Regime Jurídico de direito público (serviços não 
comerciais ou industriais): 
Os agentes são estatutários; 
Os bens são públicos; 
As decisões apresentam os atributos do ato administrativo; 
A reponsabilidade pelo serviço é objetiva; 
Os contratos regem-se pelo direito administrativo; 
➔ Regime Jurídico de direito privado (serviços 
comerciais ou industriais): 
Em regra o pessoal se submete ao direito do trabalho, com 
equiparação aos servidores públicos para determinados fins; 
Em regra os contratos seguem a regra do direito comum 
civilista; 
Os bens não afetados a realização do serviço público 
submetem-se ao do direito privado, enquanto os bens 
vinculados ao serviço têm regime semelhante ao dos bens 
públicos de uso especial; 
 
2.1.2 Elemento Material 
 
O serviço público corresponde a uma atividade de interesse público. Assim, 
todo serviço público visa atender a necessidades públicas, mas nem toda a atividade 
de interesse público é serviço público. 
 Como consequência é possível afirmar que a atividade estatal pode ser 
prestada com prejuízo, pois a gratuidade é, pois, a regra que prevalecem em inúmeros 
serviços e mesmo que seja cobrada uma contribuição do usuário, ela pode ser inferior 
ao custo. 
 
36 
 
 Somente no serviço comercial é que a própria natureza do serviço exclui a 
gratuidade a exemplo do transporte público, água, energia elétrica. Tal contribuição 
visa manter o equilíbrio financeiro entre os contratantes. 
 
2.2 Formas de prestação 
 
A) Direta ou centralizada: quando estiver sendo prestado pela Administração 
direta do Estado; 
B) Indireta ou descentralizada: ocorre quando não estiver sendo prestada pela 
Administração direta do Estado, esta o transferiu, descentralizou a sua 
prestação para a Administração indireta ou terceiros fora da Administração. 
 
2.3 Modalidades de descentralização 
 
a) Outorga: quando ocorre a transferência para terceiros (administração indireta) 
da titularidade e da execução do serviço público 
b) Delegação: quando transfere para terceiros (concessionárias e 
permissionárias) só a execução. 
 
DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO (apenas para revisar o que já 
vimos acima): 
 
• DESCENTRALIZAR: é tirar do centro e transferir um serviço da Administração 
direta para terceiros, podendo estes estar dentro ou fora da Administração; e 
• DESCONCENTRAR: é transferir a prestação de um serviço de um órgão para 
outro dentro da própria Administração direta. 
 
2.4 Princípios dos serviços públicos 
 
a) Continuidade 
b) Cortesia 
c) Eficiência (efetividade) 
d) Segurança 
 
37 
 
e) Atualidade 
f) Regularidade 
g) Modicidade 
h) Generalidade 
i) Transparência 
 
2.5 Classificação (Modalidades) 
 
a) próprios – são aqueles que se relacionam intimamente com as 
atribuições do Poder Público e para a execução dos quais 
a Administração usa da sua supremacia sobre os 
administrados. Por esta razão, são prestados por órgãos 
ou entidades públicas (execução direta) ou indiretamente, 
por meio de concessionário ou permissionário. Como 
exemplo, podem-se destacar os serviços públicos 
inerentes à soberania do Estado, como a defesa nacional 
ou a polícia judiciária. 
 
b) impróprios são os que, embora atendendo também a uma 
necessidade coletiva, não são assumidos nem executados 
pelo Estado, seja direita ou indiretamente, mas apenas por 
ele autorizados, regulamentados e fiscalizados, a exemplo 
do serviço de taxi e de despachante. 
 
c) utilidade pública – são os considerados úteis ou convenientes, como o 
transporte coletivo e o fornecimento de energia 
 
d) gerais – uti universi – são os prestados à sociedade em geral, como a defesa do 
território 
 
e) específicos – uti singuli – individualizáveis – são também serviços prestados 
a todos, mas com possibilidade 
 
38 
 
de identificação dos 
beneficiados. Pode ser 
 
1) compulsório – são os serviços que não podem ser recusados pelo 
destinatário, se remunerados será por taxa. O não 
pagamento do serviço não autoriza a supressão do 
mesmo, sendo somente autorizada a cobrança 
executiva. 
 
2) facultativo – são os serviços que o usuário pode aceitar ou não, 
como o transporte coletivo, pagos por tarifa. 
 
f) adequados – serviços adequados são os executados de acordo com os 
princípios específicos do serviço público 
 
g) Serviços administrativos – são os que a administração executa para atender as 
necessidades internas ou preparar os outros serviçosque serão 
prestados ao público. 
h) Serviços Comerciais ou Industriais – são aqueles que a administração pública 
executa, direta ou indiretamente, para atender as necessidades 
econômicas. 
i) Serviços Sociais – são aqueles que atendem a necessidade coletiva essencial 
como saúde, educação, previdência e cultura. 
 
2.6 Direitos dos usuários de serviços públicos 
 
Em 27 de junho de 2017, foi publicada a lei 13.460/17, que regulamenta o tema 
dos direitos dos usuários de serviços públicos da Administração Pública Direta e 
Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme a 
previsão do art. 37, §3º da Constituição Federal de 1988: “a lei disciplinará as formas 
de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando 
especialmente as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, 
 
39 
 
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação 
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços”. 
A aplicação da Lei nº 13.460/2017 não afasta a necessidade de que a 
Administração Pública continue tendo que cumprir outros deveres previstos: 
I - em normas regulamentadoras específicas, quando se tratar de serviço ou 
atividade sujeitos a regulação ou supervisão; e 
II - no Código de Defesa do Consumidor, quando caracterizada relação de 
consumo. 
 
Exemplo 1: além das regras previstas na Lei nº 13.460/2017, as universidades 
públicas terão que continuar cumprindo as normas regulamentadoras do MEC. 
Exemplo 2: uma entidade da administração indireta que preste o serviço de 
abastecimento de água para a população, além de ter que cumprir as regras da Lei nº 
13.460/2017, continua tendo que respeitar as normas previstas no Código de Defesa 
do Consumidor. 
 Obs: A Lei nº 13.460/2017 é aplicada, subsidiariamente, aos serviços públicos 
prestados por particular, a exemplo de serviços prestados por um hospital particular. 
 
2.7 Definições da Lei 13.460/2017 
 
Usuário 
 
É a pessoa (física ou jurídica) que se beneficia ou utiliza, efetiva ou 
potencialmente, do serviço público. 
 
Serviço público: 
 
É a atividade administrativa ou de prestação direta ou indireta de bens ou 
serviços à população, exercida por órgão ou entidade da administração pública. 
 
Administração Pública: 
 
 
40 
 
Essa expressão abrange qualquer órgão ou entidade da administração pública 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
a Advocacia Pública e a Defensoria Pública. 
 
Agente público: 
 
Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração. 
 
Manifestações 
 
Quando a lei fala em “manifestações”, isso significa reclamações, denúncias, 
sugestões, elogios e demais pronunciamentos feitos pelos usuários que tenham como 
assunto a prestação de serviços públicos e a conduta de agentes públicos na 
prestação e fiscalização de tais serviços. 
 
Acesso do usuário a informações: 
 
O usuário possui direito de acesso às informações sobre os serviços públicos, 
na forma do que dispõe a Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). 
 
Quadro geral dos serviços públicos: 
 
Todos os anos, cada Poder e esfera de Governo deverá publicar um quadro 
geral contendo todos os serviços públicos que são prestados, devendo ser 
especificados os órgãos ou entidades responsáveis por sua realização e a autoridade 
administrativa a quem estão subordinados ou vinculados. 
 
2.7.1 Diretrizes dos direitos e deveres do usuários 
 
O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, 
devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as 
seguintes diretrizes: 
I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos 
usuários; 
 
41 
 
II - presunção de boa-fé do usuário; 
III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e 
aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as 
prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às 
lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo; 
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, 
obrigações, restrições e sanções não previstas na legislação; 
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de 
discriminação; 
VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais; 
VII - definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis 
com o bom atendimento ao usuário; 
VIII - adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos 
usuários; 
IX - autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos 
originais apresentados pelo usuário, vedada a exigência de reconhecimento 
de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade; 
X - manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e 
adequadas ao serviço e ao atendimento; 
XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou 
social seja superior ao risco envolvido; 
XII - observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias 
categorias de agentes públicos; 
XIII - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e 
procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores condições 
para o compartilhamento das informações; 
XIV - utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de 
siglas, jargões e estrangeirismos; e 
XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em 
documentação válida apresentada. 
 
2.7.2 Direitos básicos dos usuários 
 
O usuário dos serviços públicos possui os seguintes direitos, sem prejuízo de 
outros: 
I - participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos 
serviços; 
II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os 
meios oferecidos e sem discriminação; 
III - acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de 
registros ou bancos de dados, observado o art. 5º, X, da CF/88 e a Lei de 
Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011); 
IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei de Acesso à 
Informação; 
V - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e 
documentos comprobatórios de regularidade; e 
VI - obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de 
prestação do serviço, assim como sua disponibilização na internet, 
especialmente sobre: 
a) horário de funcionamento das unidades administrativas; 
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a 
indicação do setor responsável pelo atendimento ao público; 
c) acesso ao agente público ou ao órgão encarregado de receber 
manifestações; 
d) situação da tramitação dos processos administrativos em que figure como 
interessado; 
 
42 
 
e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos serviços, contendo 
informações para a compreensão exata da extensão do serviço prestado. 
 
2.7.3 Carta de serviços aos usuários 
 
Os órgãos e entidades deverão divulgar Carta de Serviços ao Usuário. 
A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar o usuário sobre os 
serviços prestados pelo órgão ou entidade, as formas de acesso a esses serviços e 
seus compromissos e padrões de qualidade de atendimento ao público. 
A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de 
permanente divulgação mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade 
na internet. 
 
2.7.4 Deveres dos usuários 
 
São deveres do usuário: 
I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo com urbanidade e boa-fé; 
II - prestar as informações pertinentes ao serviço prestado quando solicitadas; 
III - colaborar para a adequada prestação do serviço; e 
IV - preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são 
prestados os serviços. 
 
2.7.5 Manifestações dos usuários de serviços públicos 
 
Direito de apresentar manifestações

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