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CASA DA INOVAÇÃO LUTAS E DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NO CORAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE

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CASA DA INOVAÇÃO: LUTAS E DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NO 
CORAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE 
 
Orientador: Prof. Dr. Amaro Azevedo de Lima1, Coordenador do Curso Informática 
Descomplicada para Web do Projeto +Casas da Inovação. 
Autores: Jackson Fagundes Amorim 2, graduando em História pela UFRRJ e bolsista de 
iniciação cientifica pelo projeto +Casa da Inovação; Giovanna Gomes Teixeira da Silva3, estudante do 
3º ano do ensino médio de Telecomunicações te CEFET; Hélio Andrade Neto4, graduando em 
História pela UFRRJ e bolsista de iniciação cientifica pelo projeto +Casa da Inovação; Mary do Carmo 
Freitas Ascindino do Amorim5, graduando em Matemática pela UFRRJ e bolsista de iniciação 
cientifica pelo projeto +Casa da Inovação; 
Introdução 
Nos últimos dois anos no Município de Nova Iguaçu um movimento começou 
a ser construído, uma mobilização que vai das periferias as universidades integrando 
ciência, tecnologia e inovação a necessidade da população de inclusão digital. 
Nova Iguaçu, no coração da Baixada Fluminense, com uma população 
estimada 823.302 pessoas6, pelo senso 2020 “possui um dos centros comerciais mais 
importantes do Estado do Rio de Janeiro, um polo que atrai consumidores das cidades 
de seu entorno”7 e segundo o Secretário de Assuntos Estratégico, Ciência, Tecnologia 
e Inovação da Prefeitura de Nova Iguaçu, Alex Castellar: 
“Nova Iguaçu tem 60% do seu território de área preservada, de área 
ambiental, nós temos aqui o maior centro de tratamento de água no mundo 
que é o rio Guandu, temos 12 universidades incluindo o campus da 
universidade rural e a CEFET, [...] então você pega essa estrutura toda, um 
parque hoteleiro, um parque astronômico, uma infraestrutura instalada, você 
tem uma economia pujante, uma economia realmente pujante” (Alex 
Castellar, 2020). 
 
Entretanto apesar de todo o potencial estrutural da cidade, nem toda 
população consegue ser assistida por essa estrutura, principalmente quando se 
 
1 Amaro.lima@cefet-rj.br – CEFET/RJ, Campus Nova Iguaçu. 
2 Jacksonfagundes11@gmail.com – UFRRJ/IM Departamento de História. 
3 gomesgiovanna0@gmail.com - CEFET/RJ, Campus Nova Iguaçu. 
4helioandrade79@gmail.com - UFRRJ/IM Departamento de História. 
5 mary_21_freitas@hotmail.com – UFRRJ/IM Departamento de Matemática. 
6 “Cidades e Estados”, IBGE, 2020. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rj/nova-
iguacu.html>. Acesso em: 07 set. 2020. 
7 “Cidade”, Prefeitura de Nova Iguaçu, 2020. Disponível em: 
<http://www.novaiguacu.rj.gov.br/cidade/>. Acesso em: 07 set. 2020. 
mailto:Amaro.lima@cefet-rj.br
mailto:Jacksonfagundes11@gmail.com
mailto:gomesgiovanna0@gmail.com
mailto:helioandrade79@gmail.com
mailto:mary_21_freitas@hotmail.com
https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rj/nova-iguacu.html
https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rj/nova-iguacu.html
 
observa os bairros mais afastados de seu centro, é perceptível que bairros ao entorno 
do centro como o bairro k-11 que é “considerado uma das áreas nobres da Baixada, 
onde sobem novos prédios em condomínios de classe média e média-alta, com 
preços que podem se aproximar de R$ 1 milhão. Fervilha também um polo 
gastronômico com alguns dos melhores restaurantes da região. ficam lá também 
serviços como colégios particulares, clínicas de estética e academias de ginástica”8 
se beneficia de forma mais plena dos recursos da cidade. Em contra ponto, áreas 
como Guandu, Tinguá, Cabuçu, Miguel Couto, entre outras, onde, por questões 
históricas, a estrutura do estado não chega e a população acaba por não gozar da 
totalidade de seus direitos. 
O que nos leva às seguintes perguntas: Como levar a essa população mais 
abastadas opções de acesso à lazer, cultura e inclusão digital com as condições atuais 
que o município tem, sem ignorar todo processo histórico que a construção dessas 
periferias tiveram? Como congregar jovens, adultos e idosos em um único espaço, 
proporcionando a eles troca de conhecimentos e habilidades? Como atender à 
crescente demanda da população por inclusão digital? 
 
Metodologia 
Seguiremos nessa pesquisa uma metodologia de trabalho baseada na análise 
de documentos, relatórios, gráficos e dados produzidos pela Coordenação do projeto 
e entrevistas com dos atores e atrizes envolvidos na idealização, construção e 
aplicação do projeto, também com pessoas que participam como bolsistas do 
programa. 
 
Resultados e Discussão 
Como resposta a essas perguntas, em 2017 surge a ideia de um projeto de 
inclusão digital, pela Secretaria de Assuntos Estratégico, Ciência, Tecnologia e 
Inovação da Prefeitura de Nova Iguaçu. Inicialmente o projeto teria a sua primeira 
sede no Shopping Nova Iguaçu, contudo, por conta de alguns percalços, essa ideia 
 
8 GALDO, Rafael, “Baixada Fluminense: os dilemas de uma população numerosa e carente de serviços básicos”, 
O GLOBO, 2014. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/baixada-fluminense-os-dilemas-de-uma-
populacao-numerosa-carente-de-servicos-basicos-13968398> acesso em 7 set. 2020. 
 
inicial foi adiada e foi criado um protótipo para que o projeto avançasse. A princípio o 
projeto teve 78 vagas, porém o número de inscritos chegou a 1500 inscritos, sendo 
um grande sucesso, o que demanda mais recursos em um momento que a prefeitura 
ainda se reorganizando financeiramente. Para sanar esse déficit de recursos, inicia-
se uma conversa com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na pessoa de 
seu Reitor, Ricardo Berbara, para se consolidar uma parceria público-público, que 
atende prontamente o chamado, indicando a professora Márcia Denise Pletsch para 
agregar na equipe da construção do projeto. 
Em fevereiro de 2018 inicia-se a construção pedagógica do projeto. 
Inicialmente abre-se edital para a seleção dos coordenadores dos cursos, 
profissionais que ficariam responsáveis, em suas áreas, pela elaboração dos cursos 
que seriam oferecidos à comunidade. 
 O projeto desde seu início tem o objetivo ocupar a territorialidade do 
município, não se concentrando apenas no centro, mas chegando as partes mais 
afastadas da cidade, sendo, em alguns lugares, o único sinal do poder público. 
“Tentando o marco que é colocar Nova Iguaçu no ranking das 
cidades inovadoras, se você pegar o ranking das 100 cidades mais 
inovadoras do Brasil nenhuma cidade é cidade de periferia, então seria um 
marco, uma maneira de você promover a cidade com outro olhar e acho que 
a gente está produzindo na cidade de forma territorial que isso é importante, 
levando a lugares como a Tinguá , Valverde , Km-32 ,lugares que muitas das 
vezes não tem uma UPA, uma unidade pública de alguma ação do governo 
mas a gente tem casa de inovação” (Alex Castellar, 2020). 
 
A partir da concepção do projeto e de sua construção pedagógica uma nova 
fase se inicia, a seleção de bolsista. Inicialmente se tinha a ideia de que fossem 
apenas estudantes da área de tecnologia, mas se entendeu que qualquer estudante 
poderia compor essa equipe, prezando pela pluralidade como conta a professora 
Márcia Pletsch em entrevista: 
“[...] defendia a diversidade como coisa positiva, assim qualquer 
pesquisa do mundo que você pegue hoje sobre as grandes corporações 
mesmo eu não sendo de nenhuma grande corporação, que é na diversidade 
que a gente constrói as melhores ideias quanto mais diferença entre nós de 
ideias e de concepções de mundo... Os bolsistas é óbvio que a gente não 
planejou vamos ter bolsistas diversos, mas uma coisa boa tínhamos clareza, 
vamos ter perfis abertos, se a gente fechar muito nós vamos ter poucas 
procuras e a gente fez perfis nos editais abertos para que por exemplo não 
só o pessoal da tecnologia pudesse se inscrever, mas também de história, 
 
geografia das licenciaturas de maneira geral isso eu acho que favoreceu 
enormemente diversidade de pessoas” (Márcia Pletsch,2020). 
 
No primeiro momento a busca pelas bolsas foi pequena, forçando a equipe do 
projeto a ter de lançaroutro edital de seleção para compor a equipe. 
No fim de 2018 o projeto foi posto em prática, mesmo com todas as 
dificuldades. Para que os recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia não voltasse 
ao cofre da união um esforço coletivo foi feito. Um desses pontos, como lembrado 
pelo Secretário Alex Castellar sobre a questão sistema operacional a ser usado nos 
computadores do projeto: 
“ A gente teve que ir pro Linux, isso a gente fez em menos de uma 
semana, você imagina que em menos de uma semana você tem que reiniciar 
todas as suas máquinas pra colocar Linux, pra poder funcionar, isso não foi 
trivial, isso não é uma coisa pra quem talvez tenha a cabeça só de 
administrador público vai chegar no negócio e fazer dá certo porque isso 
depende do professor tá motivado porque se os nossos professores da 
CEFET que estão com a gente até hoje não estivessem engajados eles iam 
dizer olha não fui contratado pra fazer isso, [...] mas a gente venceu todas 
elas porque o engajamento das pessoas de acreditar, vestir a camisa” (Alex 
Castellar, 2020). 
 
Além dos computadores algumas casas enfrentaram dificuldades técnicas 
com as empresas prestadoras de serviços como ar condicionado e internet. Mas com 
um trabalho integrado de toda a equipe, em especial dos bolsistas que estavam na 
linha de frente da prática do projeto, esses contratempos foram superados, tornando 
o projeto mais sólido. 
Após o segundo ciclo, o projeto se consolida e passa a ocupar espaço de 
destaque nas Universidades, sendo o hoje o segundo maior projeto de extensão da 
UFRRJ, e entre a população Iguaçuana, com aumento significativo de inscrições para 
os cursos, segundo o Relatório Parcial II: Projeto +Casas da Inovação, no primeiro 
ciclo foram 348 inscritos, já no quarto ciclo foram 1.453 inscritos. 
 Logo após mais uma seleção de bolsistas e com a ampliação de cursos nas 
casas de inovação, próximo ao início do 4° ciclo, o país entrou em período de 
quarentena em decorrência da pandemia do Covid-19. Para se adaptar à nova 
realidade, o projeto passou por uma reconfiguração para que mesmo dentro do 
isolamento social o projeto não ficasse estagnado. A solução foi oferecer aulas de 
educação e tecnologia online, apostando em novos cursos e assim dando 
 
continuidade ao projeto, e apesar do primeiro ciclo dentro dessa nova realidade alguns 
pontos ainda estivessem desajustados, com a chegada dos outros ciclos o projeto 
foi ganhando mais consistência e se solidificando, tendo em seu 4° ciclo uma 
expectativa de quase 2 dois mil inscritos. Devido ao sucesso do projeto online, o 
secretário Alex Castellar pontua que após o fim da pandemia do coronavírus, a 
expectativa é que se retorne com as aulas presenciais, porém mantendo também o 
curso online ampliando assim o acesso do público para com o +Casas de inovação: 
“A gente tem que se adaptar, agora o que foi de interesse nessa história 
primeiro a gente não ter parado o projeto mesmo diante da pandemia a gente 
tocou o barco e vem crescendo e de agora em diante, a gente podendo voltar às 
salas de aulas eu acho que as duas coisas vão funcionar de maneira integrada, 
a gente tem tantas possibilidades de tá com o curso presencial e eu não tiraria 
de nenhuma forma essa questão presencial porque ela é muito rica no ponto de 
vista da relação humana mas ao mesmo tempo, entende-se também que muitas 
pessoas não podem estar ali que a gente pode chegar de outra forma e usando 
esses recursos de Internet” (Alex Castellar, 2020). 
 
Considerações finais 
O projeto +Casas da Inovação se mostra hoje como um sucesso, de forma 
singular mostrou uma nova forma de parceria entre setores públicos e uma proposta 
real de extensão para os estudantes universitários e do ensino médio de Nova Iguaçu, 
além de proporcionar, nas áreas mais afastadas do centro, ações públicas de 
qualidade para todas as idades, com inclusão e interação entre a comunidade e o 
poder público. 
 
Referências 
CASTELLAR, Alex: depoimento [ago. 2020]. Entrevistadores: Jackson Fagundes Amorim 
e Izadora Martins da Silva de Souza, Rio de Janeiro: Casa da Inovação, 2020. Entrevista 
concedida ao projeto +Casas da Inovação. 
 
PLETSCH, Márcia Denise: depoimento [ago. 2020]. Entrevistadores: Jackson Fagundes 
e Giovanna Gomes Teixeira, Rio de Janeiro: Casa da Inovação, 2020. Entrevista 
concedida ao projeto +Casas da Inovação. 
 
PROJETO +CASAS DA INOVAÇÃO. Relatório Parcial II. Nova Iguaçu / RJ, Universidade 
Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ / Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu, agosto 
– 2020. 
 
PROJETO +CASAS DA INOVAÇÃO. Projeto Político pedagógico. Nova Iguaçu / RJ, 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ / Prefeitura Municipal de Nova 
Iguaçu, 2019.

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