Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tutoria 5 - funções biológicas III Objetivos: • Compreender a anatomia e fisiologia do sistema nervoso autônomo • Elucidar Malation e mecanismos de ação dos organofosforados. • Estudar formas de tratar intoxicação. Sistema Nervoso Autônomo Machado- Neuroanatomia funcional 3° ed. Cap 12-13 CONSIDERAÇÕES GERAIS --> Conceito: O sistema nervoso pode ser dividido em somático (que se relaciona com o meio externo, por vias aferentes sensitivas e aferentes e motoras eferentes) e visceral (por vias aferentes em visceroceptores e eferentes que terminam nas glândulas, mm lisos e cardíacos, responsáveis pela homeostase). O SN visceral eferente (autônomo) pode ainda ser dividido em simpático e parassimpático. [obs.: fibras eferentes especiais dos nervos cranianos não são consideradas do SNA pois inervam mm estriados]. --> Sistema Nervoso Visceral Aferente É formado por fibras que conduzem impulsos originados nos visceroceptores, que integram nervos predominantemente viscerais, juntamente com fibras do SNA simpático (exceto as fibras de órgãos pélvicos que acompanham os parassimpáticos). Os impulsos aferentes passam por gânglios sensitivos antes de entrarem no SNC, e no caso dos nervos espinais, são os mesmos gânglios para as fibras somáticas e viscerais. Grande parte das fibras viscerais conduz impulsos que não se tomam conscientes. Exemplo: continuamente estão chegando ao nosso sistema nervoso central impulsos que informam sobre a pressão arterial e o teor de O2 do sangue, sem que possamos percebê-los. Os visceroceptores situados no seio carotídeo são sensíveis às variações da pressão arterial, e os do corpo carotídeo, às variações na taxa de 0 2 do sangue. Muitos impulsos viscerais tomam-se conscientes, manifestando-se sob a forma de sensações como sede, fome, plenitude gástrica e dor. A sensibilidade visceral difere da somática principalmente por ser mais difusa, não permitindo localização precisa. Por outro lado, os estímulos que determinam dor somática são diferentes dos que determinam a dor visceral. A secção da pele é dolorosa, mas a secção de uma víscera não o é. A distensão de uma víscera, como uma alça intestinal, é muito dolorosa, o que não acontece com a pele. Considerando-se que a dor é um sinal de alarme, o estímulo adequado para provocar dor em uma região é aquele que mais usualmente é capaz de lesar esta região. A dor referida é uma característica da manifestação da dor visceral, ou processos irritativos e inflamatórios em alguns que se expressa em alguma região cutânea. Por exemplo: processos irritativos do diafragma manifestam-se por dores e hipersensibilidade na pele da região do ombro; a apendicite pode causar hipersensibilidade cutânea na parede abdominal da fossa ilíaca direita; o infarto do miocárdio, no braço esquerdo. --> Diferença entre o SN somático eferente e o SN visceral eferente (SNA). Os impulsos nervosos que seguem pelo sistema nervoso somático eferente terminam em músculo estriado esquelético, voluntário, enquanto os que seguem pelo sistema nervoso autônomo terminam em músculo estriado cardíaco, músculo liso ou glândula, involuntário. Anatomicamente o SN somático eferente possui apenas 1 neurônio, cujo corpo celular está no corno anterior da medula e sua terminação na placa neuromotora. Já o SN autônomo possui dois neurônios: um pré- ganglionar cujo corpo celular está na medula, ou tronco encefálico e um pós-ganglionar, cujo corpo está em gânglios no sistema nervoso periférico. --> Organização geral do SNA A parte elementar periférica do SNA são os 2 neurônios. Os corpos dos neurônios pré-ganglionares localizam- se na medula e no tronco encefálico. No tronco encefálico, eles se agrupam formando os núcleos de origem de alguns nervos cranianos como o nervo vago. No tronco encefálico e na porção sacral (S2, S3, S4) se concentram os neurônios parassimpáticos. Na porção toracolombar (T1-L2) se concentram os neurônios simpáticos localizados na coluna/corno lateral na medula espinal. A fibra pré-ganglionar é revestida por bainha de mielina e neurilema =>Neurilema- Delgada membrana formada de células de Schwann que envolvem o axônio, mas estas não estão compactadas, ou seja, não formam a bainha de mielina. O Neurilema envolve a bainha de mielina das fibras nervosas mielínicas e o cilindroeixo das fibras nervosas amielínicas. Os corpos dos neurônios pós-ganglionares estão nos gânglios periféricos que são revestidos por uma célula neuroglial diferente, os anficitos. =>Anficítos ou células satélites- circundam o pericário dos neurônios do SNA, mantendo um microambiente controlado permitindo trocas metabólicas e isolamento elétrico. As fibras pós-ganglionares são amielínicas porém são revestidas por neurilema (Fibras de Remak). O sistema nervoso central influencia o funcionamento das vísceras, principalmente pela atuação do hipotálamo, no controle de alguns comportamentos emocionais. O SNC envia impulsos através de fibras especiais que descem e realizam sinapse com os neurônios pré-ganglionares. Essa conexão é responsável pela alteração visceral em decorrência de alguma mudança emocional, e vice versa. --> Diferenças entre o SN Simpático e Parassimpático. A divisão segue critérios anatÕmicos, farmacológicos e fisiológicos. ANATÔMICAS: A) Posição dos neurônios pré-ganglionares: o simpático é toracolombar (T1-L2), enquanto o parassimpático é craniossacral (tronco encefálico e S2, S3 e S4). B) Posição dos neurônios pós-ganglionares: no simpático os neurônios pós. Se localizam longe das vísceras, ou seja, nas cadeias paravertebrais ou pré-vertebrais. No parassimpático, localizam-se próximo ou dentro das vísceras. C) Tamanho das fibras pré e pós: no simpático a fibra pré é curta e no parassimpático é longa. Já as pós são o contrário. D) Ultraestrutura da fibra: as fibras pós-ganglionares simpáticas são predominantemente granulares, ou seja, liberam noradrenalina. As fibras pós do parassimpático são agranulares, ou seja, liberam acetilcolina. FARMACOLÓGICAS: As drogas que imitam a ação do sistema nervoso simpático são denominadas simpaticomiméticas. Existem também drogas, como acetilolina, que imitam as ações do parassimpático e são chamadas parassimpaticomiméticas. A ação da fibra nervosa sobre o efetuador (músculo ou glândula) se faz por liberação de um neurotransmissor, dos quais os mais importantes são a acetilcolina e a noradrenalina. As fibras nervosas que liberam a acetilcolina são chamadas colinérgicas e as que liberam noradrenalina, adrenérgicas. Obs: A rigor, estas últimas deveriam ser chamadas noradrenérgicas, porém, o termo adrenérgico se tornou clássico pois inicialmente acreditava-se que a principal substancia liberada era a adrenalina (como ocorre nos anfíbios). As fibras pré-ganglionares tanto simpáticas quanto parassimpáticas são colinérgicas. Contudo a maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas são adrenérgicas. Fazem exceção as fibras que inervam as glândulas sudoríparas e os vasos dos músculos estriados esqueléticos que. apesar de simpáticas, são colinérgicas. FISIOLÓGICAS: O sistema simpático tem ação antagônica à do parassimpático em um determinado órgão. (Exceto nas glândulas salivares em que os dois estimulam a secreção, sendo que o parassimpático estimula secreção mais líquida e fluida). Apesar de serem antagônicos, os dois trabalham em harmonia para a manutenção da homeostase. A maioria da inervação dos órgãos é mista, apesar de algumas exceções: alguns órgãos têm inervação puramente simpática, como as glândulas sudoríparas, os músculos eretores do pelo e o corpo pineal de vários animais. Nas glândulas endócrinas as células secretoras não são inervadas, apenas tem inervação simpática na parede dos vasos. Nas glândulas exócrinas, o simpático inervaos vasos e o parassimpático o parênquima. A ação do parassimpático é mais direcionada ao local de liberação, enquanto as ações do simpático além de locais, também são mais difusas. Isso se dá pois os gânglios do parassimpático, estando próximos das vísceras, fazem com que o território de distribuição das fibras pós-ganglionares seja necessariamente restrito. Além do mais, no sistema parassimpático, uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com um número relativamente pequeno de fibras pós-ganglionares. Já no sistema simpático, os gânglios estão longe das vísceras e uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com grande número de fibras pós-ganglionares que se distribuem a territórios consideravelmente maiores. O princípio de luta ou fuga é decorrente de uma descarga em massa de adrenalina, com atuação da suprarrenal. Nesse caso a adrenalina atua como um hormônio, em regiões distantes de sua secreção, através da corrente sanguínea, amplificando a atuação do sistema nervoso autônomo simpático. Essa reação de alarme serve para preparar o indivíduo para lutar ou fugir, por isso provoca o aumento da conversão de glicogênio em glicose, liberada na corrente sanguínea, o aumento do suprimento vascular dos mm estriados esqueléticos, aumento do ritmo cardíaco, vasoconstrição mesentérica e cutânea (o indivíduo fica pálido). Ocorre também o aumento da pressão arterial, e a broncodilatação para melhorar o aporte de O2. No globo ocular, observa-se dilatação das pupilas. No tubo digestivo, há diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres. Na pele, há ainda aumento da sudorese e ereção dos pelos. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 1. Aspectos anatômicos 1.1 tronco simpático É a principal formação anatômica, formada por uma cadeia de gânglios unidos por ramos interganglionares. cada tronco simpático se estende de cada lado da coluna vertebral, desde a base do crânio até o cóccix, onde se juntam. Eles formam a cadeia paravertebral. Na porção cervical há 3 gânglios, sendo que o mais inferior se funde com o primeiro torácico. Há de 10-12 gânglios torácicos, de 3-5 lombares, 4-5 sacrais e 1 coccígeo, sendo ele ímpar pela junção dos dois lados da cadeia. 1.2 Nervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebrais Da porção torácica (T5), originam-se os nervos Esplâncnicos que descem, atravessam o diafragma e penetram na cavidade abdominal, terminando nos gânglios pré-vertebrais. Esses gânglios estão anteriormente a colona vertebral e a artéria aorta abdominal. Assim, existem: dois gânglios celíacos, direito e esquerdo, situados na origem do tronco celíaco; dois gânglios aórtico-renais, na origem das artérias renais; um gânglio mesentérico superior e outro mesentérico inferior, próximo à origem das artérias de mesmo nome. Os nervos esplâncnicos terminam nos gânglios celíacos e aórtico-renais. Obs. Gânglios pré-vertebrais: 2 celíacos, 2 aórtico-renais, 1 mesentérico superior e 1 mesentérico inferior. 1.3 Ramos Comunicantes São ramos que unem o tronco simpático aos nervos espinais. São de dois tipos, os ramos comunicantes brancos e os cinzentos. Os ramos comunicantes brancos, na realidade, ligam a medula ao tronco simpático, sendo, pois, constituídos de fibras pré-ganglionares, além de fibras viscerais aferentes. Já os ramos comunicantes cinzentos ligam o tronco simpático a todos os nervos espinhais e são constituídos de fibras pós-ganglionares, que, sendo amielínicas, dão a este ramo uma coloração ligeiramente mais escura. Obs. Só há ramos comunicantes brancos na porção toracolombar, pois é o local de onde emerge o SNA simpático 1.4 Filetes vasculares e Nervos cardíacos Do tronco simpático, e especialmente dos gânglios pré-vertebrais, saem pequenos filetes nervosos que se acolam à adventícia das artérias e seguem com elas até as vísceras. Exemplo: do gânglio cervical superior sai o nervo carotídeo interno, que pode se ramificar e formar o plexo carotídeo interno, penetrando no crânio pelas paredes da artéria carótida interna. Exemplo: Dos gânglios pré-vertebrais, filetes nervosos acolam-se à artéria aorta abdominal e a seus ramos. Do tronco simpático, emergem ainda filetes nervosos que chegam às vísceras por um trajeto independente das artérias. Entre estes, temos, por exemplo, os nervos cardíacos cervicais superior. médio e inferior, que se destacam dos gânglios cervicais correspondentes, dirigindo-se ao coração. 2. Localização dos Neurônios pré-ganglionares simpáticos (destino e trajeto das fibras) O corpo dos neurônios pré-ganglionares estão no ventre lateral da medula, entre T1 e L2, emitem ramos que saem pelo corno anterior, ganham as raízes nervosas ventrais e passam ao tronco simpático pelo ramo comunicante branco. Terminam fazendo sinapse com os neurônios pós-sinápticos que podem estar em 3 localizações: a. Em um gânglio paravertebral situado no mesmo nível, de onde a fibra saiu pelo ramo comunicante branco; b. Em um gânglio acima ou abaixo do nível ao qual emergiu. Eles chegam por meio de fibras intra-ganglionares que percorrem por dentro do próprio tronco para níveis acima de T1 ou abaixo de L2, onde já não tem ramos brancos; c. Em um gânglio pré-vertebral, onde as fibras pré-ganglionares chegam pelos nervos esplâncnicos 3. Localização dos Neurônios pós-ganglionares simpáticos (destino e trajeto das fibras) Os neurônios pós-ganglionares estão nos gânglios para e pré-vertebrais, de onde saem as fibras pós-ganglionares, cujo destino é sempre uma glândula, músculo liso ou cardíaco. As fibras pós-ganglionares, para chegar a este destino, podem seguir por três trajetos: a. Por meio de um nervo espinal. As fibras são levadas a ele por ramos comunicantes cinzentos, e chegam até as vísceras por esses nervos. b. Por meio de um nervo independente, como é o caso dos nervos cardíacos; c. Por meio de uma artéria, aos quais são acoplados os nervos e chegam até a área de irrigação, como o plexo carotídeo interno e das vísceras abdominais. A medula adrenal pode ser considerada um gânglio, visto que as fibras pré-ganglionares saem da medula e fazem sinapse diretamente com ela, resultando na liberação de epinefrina e norepinefrina na corrente sanguínea. 4. Inervação Simpática da Pupila As fibras pré-ganglionares relacionadas com a inervação da pupila originam-se de neurônios situados na coluna lateral da medula torácica alta (TI e T2). Essas fibras saem pelas raízes ventrais, ganham os nervos espinhais correspondentes e passam ao tronco simpático pelos respectivos ramos comunicantes brancos. Sobem no tronco simpático e terminam estabelecendo sinapses com os neurônios pós-ganglionares do gânglio cervical superior. As fibras pós-ganglionares sobem no nervo e no plexo carotídeo interno e penetram no crânio com a artéria carótida interna. Quando passam pelo seio cavernoso, passam pelo gânglio ciliar e através do nervo ciliar curto vai para o globo ocular, onde termina fazendo um plexo no mm dilatador da pupila. Esse nervo pode sofre algum tipo de compressão, e ocasionar a Síndrome de Horner: • Miose (pupila contraída) • Queda da pálpebra; • Vasodilatação cutânea; • Dificuldade na sudorese. SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO Aproximadamente 75% das fibrsa cursam pelo nervo Vago (X par), que suprem o coração, pulmão, esôfago, estômago, intestino delgado, vesícula biliar, pâncreas, rins e porção superior os ureteres. 1. Parte Craniana Composta por alguns núcleos do tronco encefálico, gânglios e fibras nervosas com relação a alguns nervos cranianos; os corpos dos neurônios pré-ganglionares estão nos núcleos e emitem suas fibras aos gânglios pelos nervos cranianos III< VII< IX<X. Dos gânglios saem as fibras pós ganglionares. a. Gânglio Ciliar: situa-se na cavidade orbitária, lateralmente ao nervo óptico. Recebe fibras pré-ganglionares do III par e envia através do nervo ciliar as fibras pósque inervam o mm ciliar e esfíncter da pupila. b. Gânglio Pterigopalatino - situado na fossa pterigopalatina, ligado ao ramo maxilar do trigêmeo. Recebe fibras pré-ganglionares do VII par e envia fibras pós-ganglionares para a glândula lacrimal; c. Gânglio Óptico: Recebe fibras pré-ganglionares do IX par e manda fibras pós-ganglionares para a parótida, através do nervo auriculotemporal. d. Gânglio Submandibular - situado junto ao nervo lingual, no ponto em que este se aproxima da glândula submandibular. Recebe fibras pré-ganglionares do VII par e manda fibras pós-ganglionares para as glândulas submandibular e sublingual. Obs. Estes gânglios estão relacionados anatomicamente com ramos do nervo trigêmeo. Este nervo, entretanto, ao emergir do crânio, não tem fibras parassimpáticas, recebendo-as durante seu trajeto através de anastomoses com os nervos VII e IX. Existe, ainda, na parede ou nas proximidades das vísceras, do tórax e do abdome, grande número de gânglios parassimpáticos, em geral pequenos, às vezes constituídos por células isoladas. Nas paredes do tubo digestivo, eles integram o plexo submucoso (de Meissner) e o mioentérico (de Auerhach). Estes gânglios recebem fibras pré- ganglionares do vago e dão fibras pós-ganglionares curtas para as vísceras onde estão situadas. Convém acentuar que o trajeto da fibra pré-ganglionar até o gânglio pode ser muito complexo. Frequentemente, ela chega ao gânglio por um nervo diferente daquele no qual saiu do tronco encefálico. 2. Parte Sacral Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos sacrais em S2, S3 e S4. As fibras pré-ganglionares saem pelas raízes ventrais dos nervos sacrais correspondentes, ganham o tronco destes nervos, dos quais se destacam para formar os nervos esplâncnicos pélvicos. Por esses nervos terminam fazendo sinapse nos gânglios localizados nas vísceras da cavidade pélvica (cólon descendente, bexiga, porção inferior dos ureteres, e genitálias). PLEXOS VISCERAIS É um emaranhado de gânglios e filetes nervosos nas proximidades das vísceras torácicas, abdominais e pélvicas. É formado por: • Fibras Simpáticas Pré-ganglionares e Pós-ganglionares. • Fibras Parassimpáticas Pré-ganglionares e Pós-ganglionares. • Fibras viscerais aferentes • Gânglios Parassimpáticos • Gânglios pré-vertebrais do simpático. 3.1 Plexos torácicos e inervação do coração Na cavidade torácica existem 3 plexos: cardíaco, pulmonar e esofágico. As fibras simpáticas se originam dos 3 gânglios cervicais e 6 primeiros torácicos e as parassimpáticas se originam do nervo vago. O plexo cardíaco é formado por ramificações e anastomoses dos nervos cardíacos cervicais (sup., médio, inf.),dos nervos cardíacos do vago, que vão para a base do coração e foram além disso, plexos internos subepicárdicos e subendocárdicos. Observa-se numerosos gânglios parassimpáticos, sendo que este realiza inibição, enquanto o simpático aceleração. Obs. Na doença de Chagas, há intensa destruição dos gânglios do simpático e parassimpático do coração, causando a desnervação e a cardiopatia chagásica. 3.2 Plexos da Cavidade Abdominal 3.2.1 Plexo Celíaco É chamado de plexo solar, localiza-se na região profunda do epigástrico, adiante da aorta abdominal, na altura do tronco celíaco. É formada pelos gânglios simpáticos celíacos, aórtico-renais e mesentéricos, de onde irradia fibras para toda a cavidade abdominal. Os nervos mais importantes que emitem fibras pré para o plexo celíaco são: a) os nervos esplâncnicos maior e menor - destacam- se de cada lado do tronco simpático de T5 a T12 e terminam fazendo sinapse nos gânglios pré-vertebrais; b) o tronco vagal anterior e o tronco vagal posterior- oriundos do plexo esofágico, contendo, cada um, fibras oriundas dos nervos vago direito e esquerdo. As fibras parassimpáticas do Vago passam pela cadeia pré-vertebral e terminam fazendo sinapse com gânglios e células das vísceras abdominais. O plexo celíaco dá origem a plexos secundários, dentre eles os pares: renal, suprarrenal e testicular (ou útero- ovárico); e os plexos secundários ímpares são: hepático, lienal, gástrico, pancreático, mesentérico superior, mesentérico inferior e aórtico-abdominal. 3..2.2 Plexo Entérico Localizam-se na parede do trato gastrointestinal e são dois: mioentérico de Auerbach e o submucoso de Meissner. São constituídos de neurônios pós ganglionares parassimpáticos colinérgicos, neurônios sensoriais e interneurônios, sendo que muitos nem fazem conexão direta com o SNC. É responsável pelo comando de células musculares lisas, glândulas produtoras de muco e vasos locais. Os neurônios sensoriais captam o estado químico dos conteúdos e o grau de estiramento, regulando a contração do anel de constrição e o relaxamento distal, permitindo assim a peristalse. Obs. Por muito tempo cogitou-se a ideia de que o plexo entérico formasse um sistema de comando independente do SN autônomo, por isso deveria ser considerado uma terceira divisão do sistema autônomo (Sistema Nervoso Entérico). Porém apesar de certa independência, é o SNA que permite ritmo e coordenação. 3.2.3 Plexo da cavidade Pélvica. O plexo pélvico, ou hipogástrico (superior e inferior) inerva todos os órgãos da cavidade pélvica. Para a formação desse plexo contribuem: a. Filetes nervosos do plexo aórtico-abdominal; b. Nervos Esplâncnicos pélvicos; c. Filetes nervosos dos gânglios sacrais e lombares do tronco simpático. INERVAÇÃO DA BEXIGA Dentre os órgãos pélvicos, destaca-se a bexiga. As fibras aferentes que chegam à região sacral fazem parte do arco reflexo da micção, cuja parte eferente está a cargo da inervação parassimpática da bexiga. Fisiologia do Sistema nervoso autônomo Tratado de fisiologia Médica - Guyton e Hall. 12° ed. Cap 60 O Sistema Nervoso Autônomo é responsável pelo controle das funções viscerais importantes para a homeostase. ORGANIZAÇÃO GERAL O SNA é ativado pelos centros da medula espinal, tronco cerebral, hipotálamo e algumas regiões corticais do sistema límbico. Além disso, é ativado também por sistemas reflexos, em que um estímulo visceral chega até os gânglios autonômicos do tronco ou hipotálamo e geram uma resposta subconsciente de volta ao órgão. Os sinais eferentes são transmitidos por duas vias: simpáticas e parassimpáticas. obs. Ver anatomia do simpático e parassimpático CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA FUNÇÃO SIMP. E PARASSIMP. 1. Secreção Colinérgica e Adrenérgica Todas as fibras pré-ganglionares secretam acetilcolina, além das pós parassimpáticas (transmissor parassimpático). Já as fibras pós simpáticas secretam norepinefrina (transmissor simpático) - (exceto as da glândula sudorípara e piloeretoras) 2. Mecanismos de liberação e remoção dos neurotransmissores Nas terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas, muitas vezes passando pelo órgão efetor ou terminando nos tecidos conjuntivos desses órgãos, contém varicosidades. Essas dilatações bulbosas armazenam as vesículas que contém acetilcolina ou norepinefrina, além de mitocôndrias que fornecem ATP para a síntese desses NE. Quando o PA chega nas varicosidades, aumenta a permeabilidade de íons Ca, o que promove a liberação do conteúdo vesicular para o exterior. • Acetilcolina - síntese e destruição É sintetizada e armazenada nas varicosidades. Após ser secretada, permaneça ativa durante alguns poucos segundos e é degradada pela enzima acetilcolinesterase em íon acetato + colina. A colina é recaptada e utilizada nas próximas sínteses. • Norepinefrina - síntese e destruição A síntese começa no axoplasma das terminações nervosas e termina nas vesículas. Após a secreção nas terminações, ela atua apenas por alguns segundos e é removia de 3 formas diferentes: (a) recaptação pela terminação adrenérgica - 50-80%; (b) remoção para os fluidos corporais–sangue; ( c) destruição por enzimas teciduais como a monoamina oxidase. quando liberada na corrente sanguínea demora mais, pois precisa ser incorporada em algum tecido para ser degradada (10-30 segs – 1 min). 3. Ação dos Receptores nos órgãos efetores Ao serem liberadas, os NE se ligam a a receptores da membrana celular, ligadas a proteínas integrais de membrana. Essa ligação ativa a proteína que aumenta a permeabilidade para íons, ou ativa enzimas citoplasmáticas. • Mudança de permeabilidade A proteína integral de membrana abre ou fecha canais iônicos, como os de Na ou Ca, permitindo o rápido influxo (excitação). ou também canais de K, permitindo efluxo (inibição). • Segundos mensageiros O receptor pode ativar ou inativar uma enzima no interior da célula. Ex: a ligação de NA ao eu receptor ativa a adenilil ciclase, o que aumenta o AMPc que pode iniciar diversas ações intracelulares. Receptores para acetilcolina- A Ach ativa dois receptores, os muscarínicos e os nicotínicos. Os receptores Mu são encontradas em todas as células estimuladas por neurônios colinérgicos., tanto do simpático quanto do parassimpático. Já os nicotínicos estão localizados nos gânglios autonômicos de sinapse entre neurônios pré e pós ganglionares. Receptores adrenérgicos- a NA e adrenalina estimulam dois tipos de receptores, os alfas (1 e 2) e os betas (1, 2 e 3). a NA estimula mais os betas, e em menor grau os alfas. Já a epinefrina estimula os dois. Portanto, a resposta a esses neurotransmissores depende do tipo de receptor presente em cada órgão. 4. Excitação e Inibição do SNA. O simpático e parassimpático podem ter tanto ações inibitórias quanto excitatórias, a depender do órgão: • Olhos – S: midríase; P: miose • Glândulas - nasais/lacrimais/salivares/ gastrointestinais- S: secreção concentrada de enzimas e muco. P: secreção aquosa - sudoríparas- S: secreção aumentada e são colinérgicas. • Plexo entérico - S: redução do peristaltismo; contração dos esfíncteres. P: aumento do peristaltismo, relaxamento dos esfíncteres. • Coração- S: aumenta da frequência cardíaca. P: redução da frequência cardíaca e da força de contração. • Vasos sanguíneos sistêmicos- S: vasoconstrição • Pressão arterial- S: hipertensão aguda. P: hipotensão aguda e redução do bombeamento. • Sistema energético: S: aumenta a conversão de glicogênio em glicose, aumenta a concentração de glicose no sangue. Aumento da atividade basal. FUNÇÃO DAS MEDULAS ADRENAIS A estimulação simpática direta da medula suprarrenal libera grandes quantidades de epinefrina e norepinefrina no sangue (80% Epi. 20% Norepi.) e causam basicamente os mesmos efeitos que a inervação simpática direta, porém tem um tempo de duração de até 2-4 min. Algumas diferenças entre as duas são decorrentes da afinidade com os receptores. • A epinefrina tem mais afinidade com receptores beta, por isso tem mais atuação no coração; • A epinefrina aumenta o debito cardíaco sem alterar muito a resistência vascular pois não tem grande atuação de vasoconstrição, enquanto a norepinefrina aumenta a resistência vascular periférica total e a pressão cardíaca. • Epinefrina tem efeito metabólico muito maior, como a liberação de glicose na corrente sanguínea. FUNÇÃO DA MEDULA ADRENAL NO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO Tanto a medula quanto os neurônios adrenérgicos auxiliam na estimulação simpática, e um pode substituir o outro em caso de alguma lesão. Esse mecanismo duplo de estimulação é um fator de segurança, onde um pode ser substituído pelo outro. Outro papel é que a medula pode estimular outras células que não possuem inervação direta adrenal. FREQUÊNCIA DE ESTÍMULO E EFEITOS Em geral, a baixa estimulação já é suficiente para a completa ativação efetora, com 10-20 descargas por segundo, em comparação ao sistema nervoso esquelético que necessita de 50-500 ou mais. TÔNUS SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO Refere-se ao valor basal constante em que o SNA é mantido. Isso é importante para a manutenção das arteríolas sempre contraídas, pelo peristaltismo, Em caso de secção do nervo há perda da função tônica, ex: há uma super dilatação dos capilares, porém dentro de alguns dias há o desenvolvimento por compensação do tônus intrínseco, retornando a normalidade. TÔNUS CAUSADO PELA SECREÇÃO DAS ADRENAIS A secreção normal permite a manutenção da pressão arterial, mesmo sem a participação do SNA diretamente. REFLEXOS AUTÔNOMOS --- barorreceptores (receptor de estiramento nas paredes das artérias, controlando a pressão) --- gastrointestinais (cheiros, imagens provocam o reflexo de salivação; a presença da massa fecal no reto provoca o reflexo peristálticos para a defecação) --- esvaziamento da bexiga; --- reflexos sexuais (ereção e ejaculação). RESPOSTA EM MASSA Ocorre em resposta a estímulos de medo, terror ou dor intensa, em que há descarga simultânea de todas as unidades simpáticas, como uma reação de alarme. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 1. Aspectos anatômicos 2. Localização dos Neurônios pré-ganglionares simpáticos (destino e trajeto das fibras) 3. Localização dos Neurônios pós-ganglionares simpáticos (destino e trajeto das fibras) 4. Inervação Simpática da Pupila SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 1. Parte Craniana 2. Parte Sacral PLEXOS VISCERAIS 3.1 Plexos torácicos e inervação do coração 3.2 Plexos da Cavidade Abdominal
Compartilhar