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Espaço Retroperitoneal Introdução • Também recebe o nome de espaço extra- peritoneal, tratando-se da região que não está contida na cavidade peritoneal; • Pode ser uma via de acesso cirúrgico, evi- tando a secção ou maior manipulação do pe- ritônio que, mesmo sendo uma camada de proteção, é uma membrana que é facilmente infeccionada, levando a um quadro de peri- tonite; Ex: em cirurgias de rim, o acesso é feito posterolateralmente através do espaço retro- peritoneal • O peritônio é uma membrana serosa que envolve a cavidade abdominal e pélvica, as- sim como vários órgãos em seu interior; • Limites do retroperitônio: - Superiormente: diafragma; - Inferiormente: vísceras pélvicas; - Posteriormente: fáscia transversal do músculo transverso do abdome (parede an- terolateral), que se estende pelo músculo quadrado do lombo e psoas; - Anteriormente: peritônio parietal poste- rior; • Componentes do retroperitônio: duo- deno, cólons ascendente e descendente, pâncreas, adrenais, rins, ureteres, psoas, aorta e veia cava inferior, linfonodos, tecido adiposo e nervos; • Órgãos: - Peritonizados: estômago, baço, intestino delgado, ceco, apêndice cecal, cólon trans- verso e cólon sigmoide; - Parcialmente peritonizados: fígado, cólon ascendente e cólon descendente. São parcialmente peritoneais e parcialmente re- troperitoneais; - Retroperitoneal: ▷ Primário: grandes vasos, rins, suprar- renal e ureteres; ▷ Secundário: duodeno (região em que desemboca o ducto pancreático comum) e pâncreas. Eles apresentam uma parte dentro da cavidade peritoneal; - Intraperitoneal: ovários. Espaços do retroperitônio • São espaços delimitados pelas fáscias e que delimitam processos patológicos. Marianne Barone (15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (15A) Anatomia Topográfica – Prof. Marco Antônio de Angelis → • São eles: espaço para-renal anterior, es- paço para-renal posterior e espaços peri- renais; • Essas fáscias relacionadas com o rim, na chamada região da loja renal, formando junto com o espaço retroperitoneal essas 3 divisões que tem como ponto de referência os rins; • Conceito de espaço retroperitoneal: re- gião situada entre a parede abdominal pos- terior e o peritônio parietal posterior; • O espaço para-renal posterior é delimi- tado posteriormente pela fáscia transversa- lis (que cobre os músculos quadrado lombar e psoas) e anteriormente pela fáscia renal anterior (fáscia de Zuckerkandl). Ele co- munica-se anterolateralmente com o espaço pré-peritoneal e, caudalmente, com a região posterior da pelve; • O espaço para-renal anterior contém o colo ascendente, colo descendente, duodeno e pâncreas. Ele é delimitado entre o peritô- nio parietal posterior (anteriormente), fás- cia renal anterior (fáscia de Gerota → posteriormente) e fáscia lateroconal (late- ralmente, sendo uma região de afunila- mento com o encontro do peritônio parietal posterior com a fáscia de Gerota). Ele co- munica-se através da linha média e atinge a área nua do fígado; • O espaço peri-renal contém o rim, a su- prarrenal. Envolvendo esse espaço é for- mada uma fáscia chamada de fáscia retror- renal, que está entre a fáscia renal anterior, envolvendo os grandes vasos; - Ele está entre as fáscias de Gerota e de Zuckerlandl e estreita-se, inferiormente, em forma de cone invertido e, por essa razão, a camada única da fáscia que se estende late- ralmente a partir do cone é denominada de fáscia lateroconal; - Superiormente, as fáscias peri-renais se fundem e são fixas à fáscia do ilíaco e ao tecido conjuntivo periureteral; - Geralmente não apresentam continuidade através da linha mediana; - Limite medial: determinado pela fixa- ção da fáscia de Gerota aos grandes vasos e da fáscia de Zuckerkandl à fáscia do mús- culo psoas ou quadrado lombar; • O rim apresenta uma membrana que re- veste ele totalmente, chamada de cápsula fibrosa e, entre essa fáscia para-renal ante- rior e posterior e a cápsula fibrosa, tem-se um tecido adiposo que preenche esse espaço; • Envolvendo as fáscias renais (para-renais) anterior e posterior é encontrado o tecido adiposo chamado de tecido adiposo parar- renal (corpo adiposo pararrenal), formando a loja renal. Essa gordura reveste toda a pa- rede do peritônio, a parte dos músculos quadrado do lombo e psoas, região onde es- tão os grandes vasos, invade o hilo renal (gordura para-renal; • Conteúdos: - Espaço perirrenal: rins, ureteres proxi- mais, adrenais, artérias, veias renais, linfo- nodos e gordura pararrenal; - Espaço pararrenal anterior: pâncreas, aorta, veia cava inferior, artéria e veia me- sentérica superior, artérias e veias hepáticas e esplênicas, cólons ascendente e descen- dente, 2ª, 3ª e 4ª porções do duodeno, gor- dura. A origem de todos os ramos da aorta ocorre nesse espaço, ou seja, são retroperi- toneais e, depois, penetram no peritônio; - Espaço pararrenal posterior: gordura pararrenal (relação com os músculos psoas e quadrado do lombo). → • Contém os músculos psoas e quadrado do lombo, frequentemente incluídos erronea- mente nas descrições retroperitoneais; • O músculo quadrado lombar é mais largo na sua porção cranial, com forma grosseiramente em quadrilátero e apresenta sua origem na porção medial do 12º arco costal. Ele insere-se nos processos transver- sos das primeiras quatro vértebras lombares, antes de fundir-se à crista ilíaca e ao liga- mento iliolombar; • São encontrados nesses espaços, também, os pilares diafragmáticos, que são os pila- res lineares do diafragma que limitam o hi- ato aórtico e inserem-se à região lateral da vértebra lombar; - Crus direita: é maior, mais longa e lo- bulada, tendo sua inserção nas 3 primeiras vértebras lombares e é posterior à VCI, à su- prarrenal direita e ao fígado. Sua margem tendinosa central cruza anteriormente a aorta abdominal; - Pilar esquerdo: ele insere-se nas duas primeiras vértebras lombares e relaciona-se junto ao gânglio celíaco, à suprarrenal es- querda, ao baço e à junção gastroesofágica, ocasionalmente podendo cruzar a aorta anteriormente, e tem uma importante rela- ção com a suprarrenal esquerda; • O fígado tem relação íntima com o rim di- reito. Ele é peritonizado quase que total- mente, com exceção da região da área nua do fígado; • Do lado esquerdo, o pilar esquerdo tem uma relação com a suprarrenal esquerda. Do lado direito, o pilar direito tem uma re- lação com a veia parva e fígado superior- mente (mais que a suprarrenal direita); • O rim esquerdo é retroperitoneal e, ainda sim, tem uma relação íntima com o baço, que é um órgão peritoneal. Rim • São em número de 2 e se localizam entre a 12ª vértebra torácica e a 3ª vértebra lom- bar; • O rim esquerdo está mais alto que o rim direito, este que está entre 1ª-4ª vértebras lombares; • São órgãos retroperitoniais e que estão an- teriormente aos músculos psoas e quadrado lombar; • No interior da loja renal estão as glândulas suprarrenais, os rins, artéria e veia renal e ureter. A loja renal está dentro dos espaços perirrenal e pararrenal. Tem-se: fáscia → gordura → fáscia → rim; • O acesso ao rim pode ser feito mais facil- mente na parte posterior (incisão longitu- dinal) necessitando apenas transpassar: músculo oblíquo interno → fáscia transver- salis → músculo quadrado do lombo; • A forma mais comum de acesso, porém, é posterolateral (casos de litíase renal, por exemplo): músculo oblíquo externo → mús- culo oblíquo interno → músculo transverso do abdome → fáscia transversalis → mús- culo quadrado do lombo → gordura parar- renal → fáscia de Zuckerkandl → gordura perirrenal → cápsula renal → rim; • A gordura pararrenal difere-se da gordurado subcutâneo por ser uma gordura mar- rom, com muitas células adipócitas do nas- cimento (pescoço, ombro etc. mantida como um coxim gorduroso no rim); • Loja renal: rim, suprarrenal, ureteres, ar- térias e veias renais, artérias e veias su- prarrenais superiores, médias e inferio- res (ambos os lados); • Irrigação: - As artérias suprarrenais superiores são ramos das artérias frênicas inferiores (ramos diretos da aorta); - As artérias suprarrenais médias são ra- mos diretos da aorta; - As artérias suprarrenais inferiores são ramos das artérias renais; • Drenagem venosa: - A veia renal esquerda recebe três outras veias além da veia gonadal esquerda: veia frênica inferior, veia suprarrenal es- querda e 2ª veia lombar (que se comunica com a 1ª veia lombar e forma a veia hemi- ázigo do lado esquerdo); - A veia renal direita não recebe outra veia. A veia gonadal direita e a veia suprarre- nal direita desembocam na veia cava infe- rior; • Inervação: - São presentes gânglios (cadeia simpática) que fazem parte do tronco simpático lombar. No interior da loja renal é presente o gân- glio aórticorenal, que inerva o rim; - O tronco vagal anterior e posterior des- cem ao longo do espaço extraperitoneal, sendo a inervação da região feita, também, pelos nervos esplânicos maior e menor. Os troncos formam um plexo intermesentérico, plexo renal, plexo hipogástrico superior, plexo hipogástrico inferior, plexo vesical, plexo prostático; → na parede posterior re- cebe nome dos vasos e após a bifurcação da aorta recebem nome com víscera ou região • A fáscia diafragmática se divide em: fáscia renal posterior e anterior. Linfonodos do abdome • A nomenclatura está associada aos gran- des vasos; • Parietais: são os linfonodos que estão na parede posterior, ou seja, todos retroperito- neais, sendo divididos em: - Aórticos (lombares): laterais direito e esquerdo, pré-aórticos e retro-aórticos; - Epigástricos; • São chamados de: linfonodos mesentéri- cos superiores, linfonodos mesentéricos in- feriores, linfonodos frênicos, linfonodos ce- líacos, linfonodos aórticos (pré-aórticos ou retro-aórticos), linfonodos ilíacos (comuns, internos e externos); • Outros são: linfonodos renais, linfonodos gástricos, linfonodos hepáticos, linfonodos esplênicos, linfonodos pilóricos, linfonodos pancreáticos, linfonodos celíacos; • Os linfonodos mesentéricos saem do es- paço retroperitoneal e adentram o peritônio, ficando aderidos no mesentério; • A cisterna do quilo forma o ducto torá- cico, que desemboca entre a veia jugular in- terna e a subclávia esquerda, sendo local de deposição da linfa caseosa vinda do intes- tino. O ducto torácico drena a maior parte da linfa do corpo, cerca de ¾, com ¼ sendo drenado pelo ducto linfático do lado direito. Plexo lombar • No espaço retroperitoneal, na parede pos- terior, tem-se a origem do plexo lombar; • O plexo lombar é formado pelos segmen- tos de L1 – L4. A saída pelos forames intervertebrais ocorre no plexo lombar pelo LI – LIV; • Os ramos anteriores dos nervos de L1 – L4 formam as raízes do plexo, de forma que, pode ocorrer uma contribuição de T12, e re- alizam a inervação da parede anterolateral; • Nervos: nervo subcostal, nervo ilioingui- nal, nervo genitofemoral, nervo cutâneo fe- moral lateral, nervo femoral, nervo obtura- tório. Nervos → • Nervos toracoabdomais (T7 a T11); • Nervo frênico; • Nervo vago; • Nervos esplâncnicos torácicos (maior e menor); • O tronco simpático e seus ramos; • Os plexos autônomos; • O plexo lombar. → • Cervicais: superior, médio e inferior (gân- glio cervicotorácico ou estrelado = cervical inferior + 1º torácico; • Torácicos: 10 a 12; • Lombares: 3 a 5; • Sacrais: 4 a 5; • Coccígeo: 1 (gânglio ímpar). → • Gânglios paravertebrais e ramos inter- ganglionares: convergem para o gânglio ímpar; • Gânglios pré-vertebrais; • Gânglios celíacos; • Gânglios aorticorrenais; • Gânglio mesentérico superior; • Gânglio mesentérico inferior. Plexos viscerais → • Cavidades: torácica, abdominal e pélvica; • Formado por: fibras simpáticas pós-gan- glionares, fibras parassimpáticas pré e pós- ganglionares, gânglios parassimpáticos, gânglios pré-vertebrais simpáticos e fibras aferentes viscerais; → – Simpático: • Neurônio pré-ganglionar: T1 a T4; • Fibras pré-ganglionares: ramos comuni- cantes brancos e tronco simpático; • Neurônios pós-ganglionares: gânglios cervicais superior, médio e inferior e gân- glios torácicos; • Fibras pós-ganglionares: nervos cardía- cos cervicais superior, médio e inferior, ner- vos cardíacos torácicos Parassimpático: • Neurônios pré-ganglionares: núcleo posterior do vago e área adjacente ao ambí- guo; • Fibras pré-ganglionares: nervo vago, com ramos cardíacos cervicais superior e inferior; • Neurônios pós-ganglionares: víscera; • Fibras pós-ganglionares: víscera. → • Plexo celíaco: troncos vagais e nervos es- plâncnicos (torácicos); • Plexos entéricos: mioentérico (de Auer- bach) e submucoso (de Meissner). → • Plexo hipogástrico superior: ímpar, situ- ado anteriormente ao promontório; • Plexos hipogástricos inferiores (pélvi- cos): a cada lado do reto, do útero e da be- xiga, continua-se superiormente com o hi- pogástrico superior.
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