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Apresentação 1 Programa ABC Cerrado Fixação Biológica de Nitrogênio 20 horas 2019 - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR 1a. Edição - 2019 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). A coleção ABC Cerrado é uma iniciativa do Senar com objetivo de manter disponível ao público rural os cursos elaborados no âmbito do Projeto ABC Cerrado e demais tecnologias sustentáveis de produção agropecuária preconizadas no Plano ABC. Fotos Banco de imagens do SENAR Banco Multimídia Embrapa iStock Shutterstock Informações e contato SENAR Administração Central SGAN 601 – Módulo K Edifício Antônio Ernesto de Salvo – 1º andar Brasília – CEP 70830-021 Telefone: 61 2109-1300 www.senar.org.br Presidente do Conselho Deliberativo do SENAR João Martins da Silva Junior Diretor Geral do SENAR Daniel Klüppel Carrara Diretora de Educação Profissional e Promoção Social Andréa Barbosa Alves Coordenadora de Programas Especiais Janei Cristina Santos Resende Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância Ana Ângela de Medeiros Sousa Coordenador Técnico do Projeto ABC Cerrado Mateus Moraes Tavares Equipe técnica Senar Dyovanna Depolo de Souza Pinto Larissa Arêa Sousa Sumário Apresentação ................................................................................................................. 4 Módulo 1 –O nitrogênio ............................................................................................... 16 Aula 1 – O Nitrogênio e sua importância para a vida na Terra .............................................. 18 Aula 2 – A transformação do Nitrogênio atmosférico para o Nitrogênio assimilável pelas plantas – O Ciclo do Nitrogênio ......................................................................................... 22 Aula 3 – A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) .................................................................. 30 Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 39 Módulo 2 – Inoculação ................................................................................................. 41 Aula 1 – Inoculante .......................................................................................................................... 43 Aula 2 – A tecnologia da inoculação para o agricultor ............................................................ 56 Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 64 Módulo 3 – Inoculante em outras culturas ............................................................... 66 Aula 1 – O uso do inoculante em outras culturas ..................................................................... 68 Aula 2 – A interação dos fixadores de nitrogênio com espécies vegetais .......................... 80 Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 87 Módulo 4 – Fixação Biológica ..................................................................................... 89 Aula 1 – Mudanças climáticas ....................................................................................................... 91 Aula 2 – Fixação Biológica do Nitrogênio................................................................................... 104 Considerações finais ....................................................................................................................... 109 Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 112 Encerramento ................................................................................................................ 114 Referências ..................................................................................................................... 115 Apresentação 4 Apresentação Bem-vindo(a) ao curso de Fixação Biológica de Nitrogênio. Neste curso, você verá a importância do nitrogênio para a vida na Terra, seu ciclo e benefícios para as plantações. Também conhecerá a importância da fixação biológica de nitrogênio, o processo de inoculação e como utilizar as suas técnicas em sua lavoura. Informações que se colocadas em práticas da forma correta trarão prosperidade para quem as utiliza, além de ajudar o meio ambiente. Módulo 1 – O Nitrogênio Fonte: CNA Brasil / Foto: Adriano Brito Para facilitar a sua aprendizagem, o curso está organizado em quatro módulos. Conheça as aulas que compõem cada um: Aula 1 – O Nitrogênio e sua importância para a vida na Terra Aula 2 – A transformação do Nitrogênio atmosférico para o Nitrogênio assimilável pelas plantas – O Ciclo do Nitrogênio Aula 3 – A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) Apresentação 5 Aula 1 – Inoculante Aula 2 – A tecnologia da inoculação para o agricultor Módulo 2 – Inoculação Aula 1 – O uso do inoculante em outras culturas Aula 2 – Fixadores de nitrogênio com espécies vegetais Módulo 3 – Inoculante em outras culturas Aula 1 – Mudanças climáticas Aula 2 – Fixação biológica do nitrogênio Módulo 4 – Fixação biológica Este curso faz parte da Coleção ABC Cerrado – Tecnologias Sustentáveis de Produção Agropecuária no Bioma Cerrado. Essa coleção, composta de 7 cursos, é fruto do Projeto ABC Cerrado, que foi implementado durante os anos de 2014 e 2019. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse projeto? Apresentação 6 O Projeto ABC Cerrado O Brasil ocupa um lugar de destaque entre os maiores produtores de alimentos do mundo, além de ser um dos países que mais preserva o meio ambiente – consegue produzir em 27,7% do seu território, enquanto mantém 61% coberto com vegetação nativa. Mesmo assim, durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15), em 2009, o País assumiu o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). De lá para cá, a agricultura de baixa emissão de carbono (ABC) passou a receber uma atenção maior por parte do governo e de diversas instituições, que criaram programas para incentivar o produtor rural brasileiro a adotar técnicas sustentáveis. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) participa dessas iniciativas que contribuem com a meta nacional de redução de emissão de gases de efeito estufa pela atividade agropecuária. É o caso do Projeto ABC Cerrado, que disseminou práticas de agricultura de baixa emissão de carbono e estimula o produtor a investir na sua propriedade, para impulsionar a produtividade e a renda, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente. Oito estados do bioma Cerrado participaram do projeto: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com recursos do Programa de Investimento em Florestas (FIP) e o Banco Mundial. O SENAR atuou como responsável pela transferência de tecnologias aos produtores rurais do bioma Cerrado por meio de capacitação, pela formação de instrutores e de técnicos de campo, além de fornecer assistência técnica e gerencial à atividade rural, com foco em tecnologias preconizadas pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Apresentação 7 Sistema Plantio Direto Carga horária: 30 horas Florestas Plantadas Carga horária: 30 horas Integração Lavoura-Pecuária-Floresta Carga horária: 30 horas Recuperação de Pastagens Degradadas Carga horária: 20 horas Desde a sua criação, o SENAR levou aos agricultores e pecuaristas brasileiros os avanços da ciência e da tecnologia. Com este curso, espera contribuir para o crescimento do seu empreendimento e da produção de alimentos com sustentabilidade. Os cursos A coleção ABC Cerradoé composta de um conjunto de sete cursos: Apresentação 8 Tratamento de Dejetos Animais Carga horária: 20 horas Fixação Biológica de Nitrogênio Carga horária: 20 horas Mudanças Climáticas e Agricultura Carga horária: 20 horas Esses cursos foram desenvolvidos com o objetivo de levar a você e aos demais produtores do bioma Cerrado a atualização sobre novas técnicas que favorecem a redução na emissão de gases de efeito estufa que promovem o aquecimento global, ao mesmo tempo que entregam ao produtor maior produtividade e retorno econômico na atividade. No ambiente virtual de aprendizagem (AVA), você poderá assistir ao vídeo que conta a história de sucesso do Senhor Alcides e de sua família que foram beneficiados pelo Projeto ABC Cerrado. Vale a pena conferir! Apresentação 9 Fazenda Rio Novo Para facilitar sua compreensão dos assuntos e das técnicas abordadas nos sete cursos, apresentaremos o caso fictício da fazenda Rio Novo. Ela é de propriedade da família do Sr. Antônio e da Sra. Teresa e fica no estado de Goiás, em uma região onde predomina o bioma Cerrado. Todos dessa família vão se empenhar em adotar práticas sustentáveis na propriedade, que trarão maior produtividade e ainda contribuirão para reduzir a emissão dos GEE. Cada membro será o responsável por uma ação específica na fazenda e acompanhará os participantes dos diferentes cursos. Conheça um pouco dessa família. Antônio 76 anos Teresa 72 anos João 49 anos Carmen 47 anos Rogério 28 anos Natália 24 anos Mariana 20 anos Apresentação 10 Antônio 76 anos Ensino fundamental completo No final da década de 1960, o Sr. Antônio herdou um pedaço de terra no interior de Goiás, região de Cerrado, e lá iniciou um discreto plantio de milho. Alguns anos mais tarde, passou também a criar gado na mesma propriedade. Sem muito estudo, viu sua propriedade crescer, fruto de seus esforços e de sua esposa, Dona Teresa. No entanto, junto com o crescimento da propriedade, também veio a degradação das pastagens pelo gado e pelo manejo incorreto da própria pastagem. Hoje, o Sr. Antônio quer reintegrar as áreas degradadas pela pastagem ao processo de produção de alimentos. Com isso, quer evitar a abertura de novas áreas para a pastagem, o que é benéfico ao meio ambiente, além de trazer economia para o próprio bolso. Para isso, pretende aplicar práticas que recuperem a capacidade produtiva do solo degradado na fazenda Rio Novo. Você pode acompanhar essa empreitada do Sr. Antônio no curso Recuperação de Pastagens Degradadas. Teresa 72 anos Ensino fundamental completo Ao lado do Sr. Antônio, Dona Teresa plantou as primeiras sementes de milho na fazenda Rio Novo ainda na década de 1960. Juntos, trabalharam duro para que essa propriedade crescesse e fosse produtiva. Ela é uma pessoa muito observadora e gosta de conversar com outros produtores da região. Sempre em contato com os vizinhos e “antenada” em tudo que acontece por ali. Apesar de não ter tido a oportunidade de estudar além do ensino fundamental, viu que seus vizinhos utilizavam uma técnica muito interessante para proteger o solo e evitar erosões. Quem sabe a técnica não daria certo na fazenda Rio Novo? Resolveu testar e... deu! Agora, Dona Teresa quer aprimorar ainda mais a aplicação da técnica para resolver os problemas de conservação de água e solo, como a erosão na fazenda Rio Novo. Você pode conferir mais sobre a técnica e os resultados que ela obteve no curso Sistema Plantio Direto. Apresentação 11 Carmen 47 anos Técnica agrícola Carmen conheceu seu marido ainda na adolescência, no colégio onde estudavam. Ao se casar com João, mudou-se para a fazenda Rio Novo, de propriedade de seu sogro, Sr. Antônio. Fizeram juntos o mesmo curso técnico agrícola, onde tiveram a ideia de plantar espécies florestais na propriedade. Para fazer a ideia dar ainda mais certo, Carmen tem se empenhado em integrar a lavoura e as pastagens à nova área florestal. Sempre cuidadosa, quer aumentar a renda da propriedade, mas sem descuidar da legislação ambiental vigente. Você pode acompanhar o passo a passo de suas ações no curso Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. João 49 anos Técnico agrícola João cresceu vendo seus pais, Antônio e Teresa, darem duro na fazenda Rio Novo e presenciou o grande crescimento da propriedade. Inspirado pela dedicação e amor dos pais pela terra, nunca passou pela sua cabeça deixar o campo para exercer outra atividade... Queria fazer a diferença no campo! Assim, ao terminar o Ensino Médio, matriculou-se em um curso técnico agrícola. Lá teve a ideia, junto com Carmen, hoje sua esposa, de plantar árvores comerciais de rápido crescimento na fazenda, como uma alternativa de renda para a família. Acompanhe o João no curso Florestas Plantadas. Apresentação 12 Rogério 28 anos Engenheiro agrônomo Rogério é o filho mais velho do casal João e Carmen, primeiro neto de Antônio e Teresa. Apaixonado pela terra, formou-se engenheiro agrônomo. Durante a graduação, percebeu que o dejeto de animais pode se tornar uma potencial fonte de energia e até mesmo de renda. Por isso, tem se empenhado em tratar esses dejetos da forma correta na propriedade Rio Novo. Você pode aprender a técnica utilizada pelo Rogério no curso Tratamento de Dejetos Animais. Natália 24 anos Bióloga Natália é filha do casal João e Carmen e neta de Antônio e Teresa. Sempre muito curiosa, desde criança desejava ser “cientista”. Influenciada pelo ambiente em que cresceu, e enxergando uma oportunidade para colocar em prática toda a sua curiosidade sobre plantas e animais, tornou- se bióloga. Seu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre o ciclo do nitrogênio na natureza. Com base nos amplos conhecimentos obtidos em seus estudos, tem defendido o plantio, na fazenda Rio Novo, de propriedade da família, de espécies que possibilitem a fixação de nitrogênio no solo. Isso permitirá uma melhora na fertilidade do solo da propriedade. Você também pode ter acesso a esses conhecimentos da Natália realizando o curso Fixação Biológica de Nitrogênio. Apresentação 13 Mariana 20 anos Estudante de Engenharia Ambiental Filha mais nova do casal João e Carmen, Mariana defende o meio ambiente com unhas e dentes, mas sem se descuidar do setor produtivo da fazenda! Está no terceiro ano da faculdade de Engenharia Ambiental e deseja especializar- se na área de sustentabilidade no campo. Quer permanecer na propriedade da família, adaptando a produção às mudanças climáticas e fiscalizando a adoção de práticas sustentáveis por todos! O curso Mudanças Climáticas e Agricultura fala sobre esse assunto e apresenta as práticas sustentáveis defendidas pela Mariana. A família do Sr. Antônio contará com a ajuda do Marcos, técnico do SENAR que atende a região. Você perceberá que, em diferentes momentos dos cursos, o técnico Marcos enviará dicas e orientações por meio de áudios. Portanto, ao se deparar com o ícone ao lado nos cursos, não deixe de ouvir suas valiosas dicas! Mas aqui na apostila vamos facilitar para você e colocar a transcrição dos áudios. Por isso que é tão importante você acessar o ambiente virtual de aprendizagem e passar por essa experiência de interação com o conteúdo. Apresentação 14 Recursos educacionais e interativos Ao longo do curso, você encontrará imagens, áudios e vídeos. O objetivo é tornar seu aprendizado mais interessante e prazeroso. Além disso, também se deparará com recursos interativos que ajudarão a aplicar da melhor forma os novos conhecimentos. No AVA, sempre que você vir um ícone com alguma animação, principalmente com setas, significa que uma informação será exibida ao clicar sobre ele. Não deixe de conferi-la, pois esses elementos fazem parte de uma experiência de aprendizagem completa! Outro exemplo de recurso interativo são as palavras destacadas, que exibirão sua definição ou uma explicação extra quando forem acionadas. Veja como vai aparecer lá no AVA. A maioria dos solos no cerrado é muito antiga, bastante modificadapela ação de processos químicos e físicos, e possui baixa fertilidade, com sérias limitações à produção. Processos químicos e físicos Também chamados de intemperismo. Trata-se de modificações sofridas pelo sol, chuva, vento entre outros fatores. Durante todo o curso, você terá a companhia da Natália. Como você já viu, ela é filha do casal João e Carmen e neta de Antônio e Teresa. Seu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre o ciclo do nitrogênio na natureza. Com base nos amplos conhecimentos obtidos em seus estudos, tem defendido o plantio, na fazenda Rio Novo, de propriedade da família, de espécies que possibilitem a fixação de nitrogênio no solo, que permite uma melhora na fertilidade do solo da propriedade. Apresentação 15 As atividades de aprendizagem têm o objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento em relação ao conteúdo do módulo. Por isso é tão importante acessar o AVA e responder à atividade para liberar o módulo seguinte. Atividades de aprendizagem A navegação pelo conteúdo deste curso é sequencial e linear. Isso significa que você deve acessar o primeiro módulo e conferir todas as aulas. Ao final, você realizará a atividade de aprendizagem para, então, liberar o módulo seguinte. Canais de comunicação Este é um curso autoinstrucional, isso quer dizer que, diferente de outros cursos no formato a distância, neste não temos a figura do tutor, pois ele foi construído para que o aluno aprenda de forma autônoma, mas isso não significa que você está sozinho nesta jornada! Durante seus estudos, você poderá utilizar os canais de comunicação disponibilizados no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para esclarecer dúvidas técnicas com a monitoria do curso. Os monitores dão o suporte necessário às dúvidas de cunho mais técnico relacionadas ao AVA e às regras de conclusão do curso. Siga em frente e bom estudo! Módulo 1 – O Nitrogênio 16 Módulo 1: O nitrogênio Bem-vindo ao Módulo 1 – O Nitrogênio. É importante que você preste atenção ao conteúdo que preparamos, pois ele lhe ajudará na realização de suas atividades. Neste primeiro módulo do curso, falaremos sobre a importância do nitrogênio, o ciclo do nitrogênio e a importância da fixação biológica com foco no bioma Cerrado. Veja o que preparamos para cada uma das aulas do módulo: Módulo 1 – O Nitrogênio 17 Aula 1 - O Nitrogênio e sua importância para a vida na Terra • Aplicações do nitrogênio Aula 2 - A transformação do Nitrogênio atmosférico para o Nitrogênio assimilável pelas plantas – O Ciclo do Nitrogênio • Aplicações do nitrogênio Aula 3 - A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) • Diversidade e ocorrência dos organismos fixadores de nitrogênio • A importância da FBN Você pode buscar mais conhecimentos com a Embrapa! Visite a Unidade da Embrapa mais próxima de sua propriedade. Todas elas possuem biblioteca com muitas publicações disponíveis para leitura, além de pesquisadores para poder conversar. No site da Biblioteca da Embrapa, também é possível encontrar muitas informações. Acesse: • https://www.embrapa.br/biblioteca O serviço Informação Tecnológica em Agricultura (Infoteca-e) dá acesso a informações técnicas na forma de cartilhas, livros para transferência de tecnologia, programas de rádio e de televisão editados com linguagem adaptada de modo que produtores rurais, extensionistas, técnicos agrícolas, estudantes e professores de escolas rurais, cooperativas e outros segmentos da produção agrícola possam assimilá-los com maior facilidade. Visite: • https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br Você também poderá comprar livros publicados pela Embrapa diretamente no site de comunicação. Acesse: • http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal. do?metodo=iniciar Pronto(a) para começar a primeira aula? https://www.embrapa.br/biblioteca https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.do?metodo=iniciar http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.do?metodo=iniciar Módulo 1 – O Nitrogênio 18 Aula 1: O Nitrogênio e sua importância para a vida na Terra O ar atmosférico é formado por gases, vapor de água, poeira e micróbios e é de conhecimento de todos que o gás oxigênio é vital para a nossa existência. No entanto, existem outros gases que são tão importantes para o homem, para os vegetais e para todos os seres vivos, um desses é o nitrogênio. O gás nitrogênio (N₂) é o mais abundante na atmosfera terrestre, representando aproximadamente 80% do volume do ar, porém sua disponibilidade em formas assimiláveis aos organismos vivos é um dos fatores mais limitantes no planeta (VIEIRA, 2017). Analise o infográfico a seguir com os gases atmosféricos e suas representações no ambiente. Módulo 1 – O Nitrogênio 19 Gases atmosféricos Nitrogênio (N) 78% Gás carbônico, vapor de água e outros gases Vapor de água (H2O) Dióxido de carbono (CO2 ) Metano (CH4 ) Óxido de diazoto (N2O) Ozono(O3 ) Clorofluorcarbonetos (CFC) 1% Oxigênio (O2 ) 21% Composição da atmosfera terrestre Fonte: http://profissaobiotec.com.br/fixacao-biologica-de-nitrogenio-e-biotecnologia-favor-das-plantas/ O nitrogênio é usado pelos seres vivos para a produção de moléculas complexas necessárias ao seu desenvolvimento. Podemos dizer que ele é essencial à vida, sendo utilizado, por exemplo, na constituição das proteínas e do DNA que contêm as informações genéticas. Os animais necessitam do nitrogênio incorporado por micro-organismos em compostos orgânicos (aminoácidos e proteínas), enquanto plantas e algas necessitam do nitrogênio incorporado sob a forma de íons nitrato (NO3-) ou íons amônio (NH4+). http://profissaobiotec.com.br/fixacao-biologica-de-nitrogenio-e-biotecnologia-favor-das-plantas/ Módulo 1 – O Nitrogênio 20 Aplicações do nitrogênio Nitrogênio líquido para conservação de sementes e sêmen Nitrogênio na produção de adubos químicos O nitrogênio gasoso, que é captado da atmosfera no mesmo processo que o gás oxigênio, tem uma larga aplicação nas indústrias química, alimentar, elétrica e metalúrgica, vejamos algumas delas: A mais importante aplicação comercial do nitrogênio é na obtenção do gás amoníaco, que é usado para a fabricação de fertilizantes e ácido nítrico. É usado em tanques de armazenamento de líquidos explosivos, durante a fabricação de componentes eletrônicos (transistores, diodos, circuitos integrados etc.) e na fabricação do aço inoxidável. O nitrogênio líquido obtido pela destilação do ar líquido se usa em criogenia, já que na pressão atmosférica condensa a -196 ºC. Módulo 1 – O Nitrogênio 21 Na medicina, utiliza-se nitrogênio líquido para preservar sangue, medula óssea, tecidos, órgãos e sêmen. Na medicina nuclear, o 13N (lê-se nitrogênio 13), radioativo, é usado no exame PET para a detecção de tumores e suas metástases. Na indústria automobilística, é utilizado para inflar pneus de alto desempenho. Na indústria alimentar, ele pode ser usado para inibir o desenvolvimento de bolores e a ação de insetos. Módulo 1 – O Nitrogênio 22 Aula 2: A transformação do Nitrogênio atmosférico para o Nitrogênio assimilável pelas plantas – O Ciclo do Nitrogênio Você sabia que o nitrogênio é um elemento químico de grande importância para a vida e que, mesmo estando disponível em grande escala na atmosfera, só alguns organismos podem consumi-lo assim? As bactérias nitrificantes do solo convertem o nitrogênio e formam nitratos, permitindo que esse elemento seja absorvido pelas plantas e animais, de modo indireto. As bactérias desnitrificantes devolvem o nitrogênio à atmosfera na forma gasosa, realizando com esse processo o ciclo do nitrogênio (EVERT; EICHHORN, 2014). Módulo 1 – O Nitrogênio 23 O ciclo do nitrogênio é um dos mais importantes e complexos ciclos globais e constitui o processo pelo qual o nitrogênio circula pelo solo e pelas plantas, a partir da ação de organismos vivos, sendo ele essencial para a manutenção dos ecossistemas.O nitrogênio é o nutriente do solo requisitado em maior quantidade pelas plantas, que o assimilam na forma inorgânica, como amônio (NH4+) ou preferencialmente na forma de nitrato (NO3-). A fonte primária de nitrogênio do solo é a matéria orgânica ou húmus, formando complexos orgânicos e, nesse caso, a mobilização ou mineralização do nitrogênio orgânico constitui o primeiro e importante passo para a sua disponibilidade para as plantas e micro-organismos do solo. Conforme relatado por Vieira (2017), dentro das duas formas de nitrogênio existentes no solo, ou seja, a orgânica e a inorgânica, algumas são: • solúveis e outras são relativamente insolúveis; • algumas são móveis no solo e outras são imóveis; • algumas são disponíveis para absorção pelas plantas, enquanto outras não o são. Dessa forma, os processos de transformação do nitrogênio para a sua disponibilização podem variar de um ecossistema para outro, uma vez que são controlados por uma série de fatores abióticos (água, temperatura, oxigênio e solo) e bióticos (comunidade de plantas e micro-organismos, qualidade da matéria orgânica, disponibilidade de nutrientes) (RODRIGUES et al., 2017). Módulo 1 – O Nitrogênio 24 De olho nos valores Devemos considerar que também pode haver perdas de nitrogênio em um ecossistema devido à remoção de plantas, à erosão, à destruição da cobertura vegetal pelo fogo e à lixiviação. Os nitratos e os nitritos, formas do nitrogênio assimilado, são particularmente suscetíveis de serem retirados da zona radicular pela água que percola o solo. Se o nitrogênio que é removido do solo não fosse constantemente reposto, praticamente toda a vida neste planeta desapareceria aos poucos. Podemos citar como exemplo as queimadas que aceleram a decomposição da matéria orgânica do solo liberam nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, para a solução do solo, deixando o nitrogênio susceptível a perdas por percolação e volatilização. Percola O movimento descendente da água no interior do solo, de cima para baixo. Podemos ressaltar também que tanto as queimadas como os desmatamentos eliminam a cobertura vegetal facilitando as perdas de solo e dos nutrientes por erosão hídrica. Módulo 1 – O Nitrogênio 25 Erosão do solo Queimadas Desmatamentos Módulo 1 – O Nitrogênio 26 E como o nitrogênio é reposto naturalmente no solo?? O nitrogênio é reposto naturalmente no solo por meio, principalmente, da fixação realizada pelas bactérias e uma quantidade muito menor é adicionada pela precipitação atmosférica e pelo intemperismo de rochas (EVERT; EICHHORN, 2014). Etapas do Ciclo do Nitrogênio Para Martins et al. (2003), as etapas do Ciclo do Nitrogênio são: Fixação Assimilação Amonização Nitrificação Desnitrificação Cada uma dessas etapas comporta transformações distintas do nitrogênio em seus diferentes estados e formas, favorecendo a absorção dele pelos animais e plantas. Confira as etapas e conheça mais detalhes sobre elas. Etapas do Ciclo do Nitrogênio Fixação A fixação é a transformação do N2 da atmosfera em outros compostos nitrogenados, como o nitrato, o amoníaco e o nitrito. Essa transformação do nitrogênio pode se dar de três formas: biológica, atmosférica e industrial. Assimilação A assimilação é a absorção pelas plantas dos nitratos que são formados no processo de nitrificação e esses nitratos são usados na produção de aminoácidos e componentes orgânicos do nitrogênio. A incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos ocorre em grande parte nas células jovens em crescimento das raízes. Intemperismo Transformação e desgaste das rochas e dos solos, por meio de processos químicos, físicos e biológicos. Módulo 1 – O Nitrogênio 27 Amonização A amonização ocorre por meio da mineralização, ou seja, a matéria orgânica morta é transformada no íon de amônio (NH4+) por intermédio de bactérias aeróbicas e anaeróbicas e alguns fungos. Parte da amônia é originada pela fixação biológica e a outra advém da decomposição da matéria orgânica morta, além dos excrementos – esta decomposição é feita por bactérias e fungos. Nitrificação A nitrificação é um processo que produz nitratos a partir do amoníaco (NH3). Este processo é realizado por bactérias nitrificantes em dois passos: primeiro, o amoníaco é convertido em nitrito (NO2-) e, em seguida, por meio de outro tipo de bactérias nitrificantes, os nitritos são convertidos em nitratos (NO3-) prontos a ser assimilados pelas plantas. Desnitrificação A desnitrificação é o processo pelo qual o nitrogênio volta à atmosfera sob a forma de gás quase inerte (N2). Este processo ocorre por meio de algumas espécies de bactérias (Pseudomonas e Clostridium) em ambiente anaeróbico. Essas bactérias utilizam nitratos alternativamente ao oxigênio como forma de respiração e liberam o nitrogênio em estado gasoso (N2) Dessa forma, o elemento é devolvido para a atmosfera, finalizando o caminho e tornando o processo cíclico, já que a próxima etapa seria a fixação. (SANTOS, 2019). Módulo 1 – O Nitrogênio 28 Fixação biológica Fixação atmosférica Fixação industrial A fixação biológica acontece por meio da capacidade das bactérias de absorver o nitrogênio e transformá-lo em compostos úteis para os outros seres. Algumas bactérias, ao consumir o amoníaco que está presente no solo, criam uma relação chamada simbiose e essa relação é estabelecida com alguns tipos de plantas, sendo que o amoníaco absorvido é retirado da raiz dessas mesmas plantas. A fixação atmosférica representa de 3% a 4% de todo nitrogênio fixado. Ela ocorre utilizando energia proveniente de descargas elétricas que permitem a união do nitrogênio com o oxigênio, formando o monóxido de nitrogênio. Esse composto é levado ao solo por meio das águas das chuvas. A fixação industrial ocorre quando o amoníaco é produzido por processos químicos. Saiba como ocorrem as transformações biológicas de acordo com sua forma. Veja o infográfico a seguir e entenda como funciona o Ciclo do Nitrogênio. Módulo 1 – O Nitrogênio 29 Fonte: adaptação do site https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_nitrog%C3%AAnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_nitrog%C3%AAnio Módulo 1 – O Nitrogênio 30 Aula 3: A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) A fixação biológica do nitrogênio envolve uma sucessão de processos que começam com a adaptação da bactéria à planta e termina com a fixação do N2 atmosférico. Lá na minha fazenda Lá na fazenda, a gente percebeu que entre as simbioses de fixadores de nitrogênio com as plantas, as de rizóbio com leguminosas certamente se destacam por sua importância nos ecossistemas por causa de sua ampla distribuição geográfica e eficiência no processo, que é resultado eficiente da parceria entre vegetal e micro-organismo. Diversidade e ocorrência dos organismos fixadores de nitrogênio De todas as variáveis que apontam os micro-organismos como elementos- chave no ciclo do nitrogênio, a mais importantes delas é a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN). A FBN é realizada pelos micro-organismos de vida livre e simbióticos sendo responsáveis por 97% de todo nitrogênio encontrado em ecossistemas terrestres. Módulo 1 – O Nitrogênio 31 A maioria dos seres vivos não consegue utilizar o nitrogênio na forma molecular N2. Neste caso, algumas espécies de bactérias são capazes de utilizá-lo, incorporando os átomos de nitrogênio em suas moléculas orgânicas e disponibilizando-o em outras formas moleculares para o uso de diversas espécies (ROMAGNOLI, 2011). As bactérias fixadoras de nitrogênio podem ser: Bactérias fixadoras de nitrogênio de vida livre (BFNVL) – cianobactérias, pseudomonas, azospirillun, azotobacter. Embora a maior parte da fixação do nitrogênio aconteça da associação das bactérias com leguminosas, a entrada do nitrogênio via BFNVL é muito importante para a manutenção da fertilidade em vários ecossistemas. A população dessas bactérias no solo éregulada por diversos fatores, como predação, disponibilidade de nutrientes, temperatura e umidade. A atividade fixadora dessas bactérias pode ser estimulada ou induzida pelo aumento da relação carbono-nitrogênio ou pela disponibilidade de fontes de carbono facilmente degradáveis, como restos vegetais e exsudatos de raízes. O estudo sobre a diversidade das bactérias de vida livre e os fatores que influenciam na sua diversidade são muito importantes para o entendimento do movimento do nitrogênio no nosso planeta (ROMAGNOLI, 2011). Nos oceanos, a principal fonte de nitrogênio também é o gás nitrogênio atmosférico. A partir dele, as cianobactérias marinhas atuam como fixadoras de forma semelhante a que ocorre no ambiente terrestre, podendo estar associadas a algas. Essas cianobactérias possuem estrutura filamentosa e, muitas vezes, apresentam uma célula especializada na fixação de nitrogênio, chamada heterocisto, que contém enzimas nitrogenase. A atividade da nitrogenase, a enzima-chave no processo de fixação biológica de nitrogênio, é influenciada pela disponibilidade de oxigênio no meio. As Módulo 1 – O Nitrogênio 32 BFNVL das células em que esta enzima é expressa geralmente apresentam modificações que permitem o desenvolvimento de condições intracelular, como o espessamento da parede celular, a desativação do metabolismo aeróbico e o transporte ativo de oxigênio (EVERT; EICHHORN, 2014). Cianobactérias Cianobactérias Imagens de cianobactérias e heterocistos Módulo 1 – O Nitrogênio 33 Heterocistos Assim como no ambiente terrestre, a fixação do nitrogênio no oceano tem um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema, sendo um dos principais nutrientes limitantes da produção primária marinha (CAPONE, 2008). Bactérias que vivem em simbiose com outros organismos Essas bactérias fixadoras invadem e se reproduzem no interior das células das raízes das plantas, estimulando a multiplicação das células infectadas, o que leva ao desenvolvimento de tumores conhecidos como nódulos das raízes. Essa relação oferece vantagens tanto para a bactéria, que se encontra protegida no interior das raízes e se alimenta dos compostos orgânicos produzidos pela planta, quanto para a planta que usufrui da fixação do nitrogênio. As bactérias do gênero Rhizobium, capazes de fixar nitrogênio diretamente do ar, mantêm relação de estreita cooperação com planta da família das leguminosas. Estas possuem, em suas raízes, nódulos cujas células são repletas de bactérias Rhizobium, que captam gás nitrogênio (N2) do ar e com ele produzem compostos nitrogenados. Esses compostos Módulo 1 – O Nitrogênio 34 produzidos pelas bactérias fixadoras de nitrogênio são compartilhados pela planta hospedeira. Em troca, a planta leguminosa fornece açúcares e outros compostos orgânicos às suas hóspedes bactérias. Os compostos nitrogenados produzidos pelas bactérias dos nódulos das leguminosas fertilizam o solo, favorecendo também plantas não leguminosas (ROMAGNOLI, 2011). As leguminosas são capazes de aproveitar a amônia produzida pela fixação de nitrogênio de suas bactérias simbióticas e, dessa forma, são capazes de conquistar ambientes com solo pobre em compostos nitrogenados, onde outras plantas não conseguem se desenvolver. Além disso, quando morrem, essas leguminosas são degradadas por bactérias decompositoras liberando no solo o nitrogênio de suas moléculas orgânicas na forma de amônia. De olho nos valores Embora muitas plantas ainda não consigam utilizar o nitrogênio na forma de amônia, bactérias nitrificantes do solo são capazes de transformá-lo em nitrito (NO2–) e em seguida em nitrato (NO3–). Este último é o composto nitrogenado mais facilmente assimilado pelos vegetais. Formação de nódulos (Rhizobium) nas raízes das leguminosas A importância da Fixação Biológica de Nitrogênio Módulo 1 – O Nitrogênio 35 A fixação do nitrogênio é o processo pelo qual o nitrogênio atmosférico (N2) é reduzido a amônia (NH4+) e assim fica disponível para ser transferido para compostos que contêm carbono e produzir aminoácidos e outras substâncias orgânicas que contêm nitrogênio. A fixação de nitrogênio, que pode ser executada somente por certas bactérias, é um processo do qual todos os organismos vivos dependem, da mesma forma como a maioria dos organismos depende da fotossíntese como fonte de energia (ROMAGNOLI, 2011). Segundo estimativas, a FBN contribui significativamente para os mais variados ecossistemas, sendo considerado o processo biológico mais importante para as plantas e a principal forma pela qual o nitrogênio é incorporado à biosfera. Se a associação entre os organismos fixadores e as plantas for eficiente, o nitrogênio fixado pode suprir as necessidades do vegetal, dispensando o uso de fertilizantes nitrogenados e oferecendo, assim, vantagens econômicas e ecológicas (RODRIGUES et al. 2017). Módulo 1 – O Nitrogênio 36 Outro dia, a minha mãe me encaminhou um áudio que o Marco, técnico do SENAR, enviou para ela falando sobre a inclusão do processo tecnológico da FBN no plano setorial de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, além de outras informações interessantes. Isso quando ela ainda estava fazendo o curso de Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Confira a explicação dele. Dica do Técnico Olá, Carmen, tudo bem? Vi na internet uma informação importante sobre plantio direto e Fixação Biológica do Nitrogênio e quero compartilhar com você e todos aí na fazenda. Segundo o site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o processo tecnológico da FBN foi incluído no plano setorial de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas com outras tecnologias, como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária e a recuperação de pastos degradados, visando à consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura. Esse processo tecnológico é uma alternativa para aumentar a produtividade agropecuária e minimizar a emissão dos gases de efeito estufa (GEE), além de contribuir para atenuar os efeitos das mudanças climáticas. Mas você sabe como funcionam os benefícios da Fixação Biológica de Nitrogênio na prática? Na prática, eles servem para: • diminuir o uso do nitrogênio mineral, contribuindo para o autofornecimento do nitrogênio utilizado para a formação da planta; • reduzir o custo de produção e a emissão de gases de efeito estufa (GEE) que contribuem para o aquecimento global; • melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, devido ao uso de leguminosas, como adubos verdes eficientes na FBN disponibilizando o nitrogênio para a cultura seguinte; e Módulo 1 – O Nitrogênio 37 • aumentar a produtividade dos solos pobres (LOMBARDI, 1999). Essa era a informação, Carmen. Ah... lembre-se de acessar o site do SENAR para checar as novidades sobre cursos e outras informações pertinentes para vocês! Um abraço e até breve! Dentro das áreas que têm recebido maior atenção dos pesquisadores do mundo todo, a microbiologia dos solos tem destaque na FBN, devido ao fato de a aplicação prática do processo estar ao alcance de importantes leguminosas já cultivadas em grande parte do mundo e principalmente aos benefícios econômicos, ambientais e sociais. Convém ressaltar que a FBN faz parte de um dos principais componentes para a sustentabilidade do planeta, pois o processo não desperdiça energia, não polui e principalmente enriquece o solo com nitrogênio, o qual será disponibilizado e aproveitado pela cultura seguinte (LOMBARDI, 1999). Analise o infográfico a seguir e veja os benefícios que o ciclo da FBN proporciona para o ambiente. Benefícios da FBN Plantas e dejetos de animais Para o subsolo Relâmpago Módulo 1 – O Nitrogênio 38 Chegamos ao final do Módulo 1. Lembre-se de acessar o AVA e realizar a atividade de aprendizagem obrigatória para seguir para o Módulo 2. Boa sorte! Módulo 1 – O Nitrogênio 39 Atividade de aprendizagem Asatividades aqui na apostila servem apenas para você ler e respondê-las com mais tranquilidade. Entretanto, você deverá acessar o AVA e resolver lá as questões. Você terá duas tentativas para realizar cada questão e só desbloqueará o próximo módulo depois que: 1. acertar as questões; ou 2. usar todas as suas tentativas. Questão 1 O gás nitrogênio (N2) está presente em grande quantidade na atmosfera e é um dos elementos químicos essenciais à vida e à sobrevivência na Terra. Ele é fundamental para a formação de compostos nitrogenados presentes nos seres vivos. Sobre esta afirmativa podemos dizer que o gás nitrogênio... a) É absorvido por bactérias radiculares que utilizam a energia solar, formando compostos nitrogenados como o nitrato, que é utilizado pelos vegetais. b) É absorvido diretamente da atmosfera por animais e vegetais e é utilizado na síntese de aminoácidos e nucleotídeos. Módulo 1 – O Nitrogênio 40 c) Pode ser utilizado diretamente por leguminosas, sem a participação de micro-organismos, o que justificaria a biomassa do feijão e da soja, rica em proteínas. d) Precisa ser transformado por micro-organismos em compostos nitrogenados, para assim serem assimilados por vegetais e então, entrarem na cadeia alimentar dos animais. Questão 2 A Fixação Biológica do Nitrogênio é um processo que ocorre em diferentes etapas: fixação, assimilação, amonização, nitrificação e desnitrificação, sendo que cada uma delas comporta transformações distintas do nitrogênio em seus diferentes estados e formas, favorecendo a absorção dele pelos animais e plantas. Sobre essas etapas é correto afirmar: a) Desnitrificação consiste na transformação de nitratos em gás nitrogênio. Esse processo devolve o nitrogênio para a atmosfera e é feito por bactérias desnitrificantes. b) Fixação é a transformação do N2 da atmosfera em outros compostos nitrogenados como o nitrato, o amoníaco e o nitrito. Essa transformação do nitrogênio pode se dar de três formas: Biológica, química e física. c) Assimilação é a absorção pelas plantas dos nitratos que são formados no processo de desnitrificação e esses nitratos são usados na produção de aminoácidos e componentes orgânicos do nitrogênio. A incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos ocorre em grande parte nas células já maduras. d) Amonização é a etapa em que a amônia, produzida por bactérias e proveniente do processo de decomposição, é convertida em nitritos e, posteriormente, em nitratos.
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