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MARCIA GOMES E BÁRBARA SANTANA CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS COM ESTRATÉGIAS DE COACHING Dedico esta obra aos futuros servidores públicos da área de Educação. Desejo que o compromisso com os estudantes da rede pública e com a transformação social esteja presente na prática pedagógica de cada um dos professores que tomarem posse no serviço público. Agradeço a Deus, em primeiro lugar, pela presença constante em minha vida; aos meus pais, marido, filha e sobrinhos, por serem meu porto seguro. Também agradeço a todos os alunos com quem tive o privilégio de conviver e que possibilitaram a ampliação dos meus conhecimentos. Aos colegas professores, pelas trocas constantes, em especial à professora Bárbara Santana, por colaborar no projeto inicial do livro. APRESENTAÇÃO Há 15 anos trabalhamos com formação de professores em cursos de graduação e pós-graduação. Desde 2008 temos nos dedicado à preparação de futuros servidores públicos na área de Educação, trabalhando nos principais cursos preparatórios para concursos da área de Educação do Distrito Federal e entorno. Nesse tempo, observando o desempenho dos nossos alunos que não alcançaram êxito, percebemos vários hábitos que os levavam à reprovação, tais como: • Começavam a estudar somente quando da publicação do edital. • Estudavam somente no momento da aula do cursinho. • Não revisavam as matérias em casa. • Não faziam exercícios e, quando faziam, não verificavam o porquê dos erros. • Perdiam o foco facilmente. • Não controlavam a ansiedade. • Procrastinavam durante o período de preparação. • Não se sentiam capazes de serem aprovados. • Cultivavam pensamentos limitantes. A partir dessas constatações, elaboramos um método de estudos baseado em princípios do coaching e teoria da aprendizagem acelerada, nomeado de Método Trilha. O resultado foi surpreendente, pois vários alunos mudaram seus hábitos de estudos, superaram suas crenças limitantes, tornaram-se mais ativos no período de preparação e alcançaram a tão sonhada vaga no serviço público. Sabemos que não encontrar o nome na lista dos aprovados causa um sentimento de frustração que, às vezes, paralisa e faz com que muitos concurseiros desistam dos seus sonhos. Pensando nisso, resolvemos compartilhar este método, por meio deste livro e ajudá-lo em sua preparação até o momento da prova. Então, por que este livro é para você? • Ele apresenta os conteúdos de maneira interativa e objetiva. • Traz ferramentas para gestão de tempo e planejamento de estudos. • Contribui com a consolidação da aprendizagem de forma acelerada. • Possibilita a revisão por meio de mapas mentais, esquemas e quadros para a consolidação da aprendizagem e questões. • Trabalha com técnicas de memorização. Este livro foi pensado para você. Ele vai mudar o seu modo de estudar porque foi elaborado fugindo dos padrões convencionais. Tivemos cuidado com cada detalhe para facilitar sua aprendizagem: deixamos um espaço ao final de cada capítulo para observações; colocamos questões sobre cada tema estudado com definições de metas e espaço para correção. Escrevemos com uma linguagem dialógica, como se estivéssemos em um bate-papo. Trabalhamos com ícones que o alertarão para as diversas atividades, tais como: Indica que é o momento de refletir por meio de ferramentas de coaching. Aparece no momento em que surgir algo que requeira maior atenção. Momento de consolidação da aprendizagem. São atividades fundamentais que ajudarão na compreensão memorização e revisão posterior. Utilize o livro como se fosse seu caderno! Faça anotações, grife palavras e releia sempre que necessário. Torcemos para que seu novo projeto de estudos seja um sucesso, da preparação à nomeação! Conforme Brian Tracy (2005), estabelecer metas tem um poder incrível, pois elas ativam a mente positiva, liberando energia; sem elas, você simplesmente é levado pelo cotidiano e se desvia mais facilmente dos seus objetivos. Então, vamos lá. Preencha o seu perfil de estudo e evidencie suas metas. MEU PERFIL Nome: Órgão desejado: Minhas fragilidades: Minhas potencialidades: Minhas desculpas mais comuns para não estudar: Como posso transformar essas desculpas em potencialidades: MINHA META Ser (talentos/características), por meio de (comportamentos), para conquistar a vaga no(a) (órgão) , cargo em (previsão de data) . Capítulo 0 PARA INÍCIO DE CONVERSA GESTÃO DE TEMPO E PLANEJAMENTO Para começar o seu caminho rumo à aprovação, precisamos que você responda: Você quer passar em um concurso público, ser nomeado e tomar posse? Parece uma pergunta retórica ou que nós estamos de brincadeira, mas não. Isso é sério! Muitos concurseiros pensam que querem ser servidores públicos, mas não agem como tal. Para Brian Tracy (2005) “O ponto de partida de qualquer processo de concretização de metas é o desejo”. Saber o que de fato queremos nos move em direção ao objetivo. Trabalharemos ao longo do livro com a premissa de que falar que faz não é suficiente. É necessário tomar ciência de quais ações o levam ao sucesso ou ao fracasso. Somos as nossas ações e não o que pensamos delas. Vamos parar e refletir: você está disposto a encarar-se e mudar o que for necessário? Se a resposta for sim, passemos a uma análise da sua trajetória como concurseiro até agora: • Como você tem se preparado? • O que acha que tem funcionado? • O que deu errado? Vamos ver isso na prática? Preencha o quadro a seguir com sinceridade! São seus sonhos que estão em jogo. Hábitos de estudos até agora O QUE TEM DADO CERTO DURANTE A PREPARAÇÃO? (Quais os hábitos que levam à aprendizagem?) O QUE NÃO DEU CERTO ATÉ AGORA? (Quais os hábitos que prejudicam a aprendizagem?) Agora é o momento de mudança de hábitos. Sair da zona de conforto, negociar com familiares, amigos, namorado ou namorada, no trabalho... É o momento de se priorizar, de focar em suas metas. Paulo Vieira (2015) aponta que “Tem poder quem age, e mais poder quem age certo”. Assim, vamos ajudá-lo a seguir pelo caminho certo; vamos promover mudanças de hábitos, organizar os estudos e gerenciar melhor o tempo. Para iniciar as mudanças, coloque no quadro a seguir os hábitos de que você precisa para alcançar sua posse no órgão pretendido. Hábitos necessários para tomar posse no órgão pretendido De 0 a 10, qual o seu grau de engajamento para tornar esses hábitos uma prática em seu cotidiano? De quem é a responsabilidade para que esses hábitos se tornem uma prática em seu cotidiano? 1. ORGANIZAÇÃO DE HORÁRIOS Ao começar a estudar para concursos públicos, você já se deparou com dificuldade de organização, concentração e retenção do conhecimento, enquanto o ponteiro do relógio dá voltas, indiferente à sua ansiedade e estresse? Então, você irá gostar das dicas para organização e estratégias de aprendizagem valiosas que apresentaremos aqui. A primeira será organizar uma agenda de concurseiro vencedor! Tomar posse no órgão dos sonhos é a parte boa, mas, para chegar lá, é necessário ter determinação, perseverança e muita coragem para mudar o dia a dia e abdicar de alguns prazeres momentâneos. Segundo Brian Tracy (2005) A vida é mais parecida com uma lanchonete do que com um restaurante. Em um restaurante, você faz uma refeição completa e, em seguida, paga a conta. Mas, em uma lanchonete, primeiro você se serve e paga para, só então, desfrutar da refeição. Muitos concurseiros cometem o erro de pensar que pagarão o preço depois de alcançar o sucesso, ou seja, a nomeação, e continuam levando a vida como se estivessem numa grande festa. Que preço você está disposto a pagar para assumir a vaga pretendida? Vamos pensar em como você organiza seu dia e como isso contribui ou não para a sua aprovação? Preencha o quadro com os seus horários atuais. GESTÃO DO TEMPO Hora Atividade Impacto Volte ao quadro e marque A, B, C, D ou E em frente a cada atividade, conformea tabela 1 a seguir: A Alto impacto: grande importância, com consequências altamente positivas: quais são as atividade diárias que trazem grandes resultados para sua vida como um todo? B Médio impacto: possuem importância, mas, se não forem realizadas, trarão poucas consequências para realização dos objetivos. C Baixo impacto: seriam boas, mas com pouca consequência. Quais tarefas não possuem importância, nã são urgentes e trazem poucas consequências imediatas para realização de seu sonho? D Delegáveis: quais tarefas você poderia delegar para outra pessoa fazer? E Elimináveis: em que você desperdiça seu tempo? O que você faz que traz conforto, mas não tem impact na sua vida? Como você pode se organizar melhor para utilizar seu tempo e mover-se em direção ao seu sonho? Agora preencha o quadro abaixo com os seus novos horários. Lembre-se de sua meta! Tomar posse no (a) ____________________________________________. (coloque o órgão). Seja bem detalhista e sincero. Na última linha coloque o total de horas que estudará por dia. Vamo trabalhar com o que o especialista em concursos públicos Willian Douglas chama de horas líquidas d estudo, ou seja, desconte o tempo de deslocamento, lanches etc. Coloque o tempo que de fato terá par estudar. DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO 01h 02h 03h 04h 05h 06h 07h 08h 09h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h 00h Total de horas de estudo por dia Agora que já organizou seus horários, é o momento de montar a agenda de estudos por matéria. Você sabia que intercalar as matérias no momento de estudo é mais eficaz? Como assim? Isso mesmo! O ideal é organizar as matérias em tempos de 30 minutos a duas horas e 30 minutos. Com esses intervalos, mantemos a atenção e a retenção é maior. Então, você montará um ciclo de estudos com as disciplinas que serão cobradas na prova. O ciclo permite que você estude várias matérias ao longo do dia, não especificando um único dia para cada uma. Assim, por exemplo, se colocar português para segunda, e tiver um compromisso, não precisará esperar uma semana para estudar essa matéria. Para Alexandre Meirelles (S/D), outro especialista em concursos públicos, a organização por ciclos trará duas grandes vantagens: • Você estudará a matéria com a cabeça pronta para aprender, pois seu cérebro está mais suscetível à aprendizagem, uma vez que não entrará na curva descendente de aprendizado. • Você estará sempre vendo uma matéria diferente, o que facilita a memorização. Para montar o seu ciclo, você começará pelas matérias em que tem maior dificuldade, colocando mais tempo para elas e, em seguida, as em que tem mais facilidade. Lembre-se, coloque 30 minutos, no mínimo e, no máximo, duas horas e 30 minutos. Exemplo de um ciclo de estudo para a Secretaria de Educação do Distrito Federal (edital de 2013). Nesse caso, o total de tempo do ciclo foi de oito horas, começando com Português e finalizando com Atualidades: Agora monte o seu ciclo! 2. QUALIDADE DO TEMPO DE ESTUDO Algumas pessoas que não passam em concursos públicos utilizam a falta de tempo como a principal desculpa. Em vários casos que acompanhamos não é a falta de tempo o grande problema, mas, sim, a sua utilização. As pessoas estão acostumadas a fazer mil coisas ao mesmo tempo, a querer estar presentes nas redes sociais, ligadas ao que está acontecendo com todos os seus conhecidos, entre outras coisas. Agora é o momento de abdicar de alguns comportamentos para alcançar a sua vaga no serviço público. Vamos otimizar o tempo e pensar no uso qualificado do momento de estudos. Do que você abdicará no período de preparação para a prova? 2.1 Estado de mindfulness (atenção plena) No mindfulness você tem uma experiência direta do momento presente, com consciência plena, atitude aberta e não julgadora a cada instante. Combata o estado de desatenção (“piloto automático”) e de reatividade excessiva em situações do cotidiano. Desligue o celular, desapegue das redes sociais e faça uma coisa de cada vez, porque, caso contrário, o seu cérebro perderá a concentração e, para reiniciar, demandará tempo e energia. Qual será sua estratégia em relação às redes sociais? Se continuar com o uso, quais serão os horários definidos para isso? Anote aqui. 2.2 Ambiente adequado O ambiente de estudo deve ser limpo, organizado e arejado. Escolha um local para guardar os materiais que utilizará no período de preparação para o concurso. Separe-os por assunto, use e abuse de etiquetas e pastas, guarde-os ao final. A mesa deve estar limpa; deixe nela somente o que usará naquele momento. O excesso de material causa distração e desânimo. Tenha uma cópia do seus horários e ciclo de estudos colados em um local visível. Cuide para que a luminosidade esteja apropriada, assim como a tranquilidade do ambiente. Quando a casa está constantemente com pessoas circulando e oferece muitas distrações, é aconselhável buscar outros espaços como bibliotecas ou salas de estudos. Estudará em casa ou em outro lugar? Qual? Se for estudar em casa, qual será o espaço? Quando o organizará? 2.3 Postura correta A cama é o lugar de dormir e não de estudar. O ideal é manter-se sentado, com a coluna ereta, o joelho dobrado 90 graus e não baixar excessivamente a cabeça. 2.4 Pausas Não conseguimos ficar concentrados o tempo todo, então é necessário fazer pausas. Planeje paradas de cinco a 10 minutos. Durante a pausa, levante da cadeira, faça alongamentos, ande um pouco, mas não vá longe. Evite televisão, pois essa poderá prender sua atenção e ultrapassar o tempo estipulado, também não é recomendado acessar as redes sociais nesses intervalos, para evitar distrações e perda de seu foco. 2.5 Relógio biológico a seu favor Você é do tipo matutino, vespertino ou noturno? Cada um produz melhor em determinado tempo. Faça uma autoanálise e descubra em que momento do dia você é mais produtivo e aproveite para estudar os pontos mais difíceis. 2.6 Técnicas de leitura dinâmica Busque técnicas de leitura dinâmica como usar os dedos para acompanhar a leitura, marcar o tempo para ler uma página e verificar os progressos feitos são algumas dicas. Sublinhar também é uma ótima estratégia e ainda a manutenção da atenção. 2.7 Foco O foco é fundamental em todo o processo de preparação e no momento da prova. Esteja atento a uma única atividade em cada momento. Aposte no foco exclusivo. 2.8 Leitura dupla Para algumas pessoas é necessária uma leitura despretensiosa e uma segunda leitura mais aprofundada; se esse é o seu caso, apenas tome cuidado com a data da prova e o tempo necessário para estudar todo o edital. 2.9 Resumos e mapas mentais Ler, resumir e fazer mapas mentais é uma forma bastante eficaz de apreender o conteúdo. Veja dicas ao longo do livro. 2.10 Associações ao que foi estudado Buscar exemplos práticos da teoria é uma estratégia que dá resultado. Peça exemplos aos professores e procure nos livros a aplicação prática de conceitos abstratos. 2.11 Resolução de questões de provas anteriores Assine sites que ofereçam questões comentadas e imprima as provas dos últimos concursos do cargo e da banca organizadora. Depois, resolva as questões fazendo o mapeamento daquilo que é mais cobrado e dos seus erros e acertos. Em seguida, estude o conteúdo em que mais errou até estar expert. Repita as questões até acertar 90%. 2.12 Revisão e ensino Revise periodicamente os resumos e/ou mapas mentais com 24 horas, sete dias e 30 dias, para que haja retenção maior do conhecimento. Em seguida, explique em voz alta e, se possível, grave para utilizar também na revisão; assim, você poderá alcançar um índice de aprendizagem próximo dos 90%. 2.13 Priming Priming, ou pré-ativação refere-se à influência que a exposição prévia a determinado estímulo pode acarretar na resposta a um estímulo subsequente, sem que exista consciência do indivíduo sobre tal influência. (JÚNIOR, DAMACENA eBRONZATTI, 2015) Mas o que isso significa? Quando acordamos cedo, por exemplo, o nosso cérebro já associa ao trabalho, ou quando chega o fim de semana associa ao descanso. Então, é necessário construir uma agenda de estudo e segui-la, assim o seu cérebro será pré-ativado e seu foco e atenção tendem a aumentar. Você fixará hábitos produtivos para o estudo. Agora de posse dessas dicas, vamos mudar os hábitos de estudos e passar à teoria e exercícios. Capítulo 1 RELAÇÃO EDUCAÇÃO E SOCIEDADE: DIMENSÕES FILOSÓFICA, SOCIOCULTURAL E PEDAGÓGICA Depois de ter organizado a sua rotina de concurseiro vencedor, vamos iniciar a parte conceitual com o tema: Relação Educação e Sociedade: dimensões filosófica, sociocultural e pedagógica. Quais os seus conhecimentos sobre este tema. Preencha o quadro a seguir sem se preocupar se está certo o não. Quais os principais conceitos e concepções em relação à Educação e Sociedade? Cite pelo menos cinco dos principais teóricos educacionais e suas principais concepções 1.1 Educação e sociedade Vamos verificar se o que você lembrou está em consonância com os conhecimentos sistematizados sobre o tema? Estudar as relações entre educação e sociedade demanda refletir sobre os diversos períodos da história da humanidade e situá-la em cada um dos momentos. Para cada sociedade, e em cada contexto histórico, político e social, a educação cumpre um papel e tem uma finalidade específica. Optamos por tratar essa relação a partir da perspectiva crítica e dialética. Conforme Aranha (1997), nessa compreensão, a educação é entendida como um fenômeno social e universal que deve instrumentalizar os sujeitos para atuar sobre o mundo e compreender as diversas relações que existem na sociedade e quais as possibilidades de transformação e emancipação. A dialética era, na Grécia antiga, a arte do diálogo, mas que, aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de um argumento capaz de definir e distinguir os conceitos envolvidos na discussão. Já na concepção moderna, dialética significa o modo de pensar as contradições da realidade, como essencialmente dinâmicas e em permanente transformação. Vamos aos principais conceitos e os mais cobrados em provas. Um conceito clássico de Educação é o formulado por Durkheim. Para ele, (citado por GADOTTI, 2005), a educação é (...) a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine. Nessa concepção, a educação tem a função de perpetuar as relações sociais, ou seja, a manutenção da sociedade de classes. Para Gadotti (2008) a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na existência dos homens. (grifo nosso). Já para Brandão (1985), A educação ajuda a pensar tipos de homens, mais do que isso, ela ajuda a criá-los, através de passar uns para os outros o saber que o constitui e legitima. Produz o conjunto de crenças e ideias, de qualificações especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto constroem tipos de sociedades. (grifo nosso) Em Libâneo (1994), a educação é pensada como um conceito amplo que diz respeito ao desenvolvimento onilateral da personalidade humana envolvendo a formação das qualidades físicas, morais, intelectuais e estéticas com o objetivo de orientar a atividade humana na sua relação com o meio social, num determinado contexto social. Ainda de acordo com Libâneo (idem), a educação é (...) toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de ação frente a situações reais e desafios da vida prática. Freitag (1986) faz uma excelente síntese da relação sociedade-educação quando aponta que: 1) a educação sempre expressa uma doutrina pedagógica, a qual implícita ou explicitamente se baseia em uma filosofia de vida, concepção de homem e sociedade; 2) numa realidade social concreta, o processo educacional se dá através de instituições específicas (família, igreja, escola, comunidade) que se tornam porta-vozes de uma determinada doutrina pedagógica. Luckesi (2011) afirma que a educação é uma prática humana direcionada por determinada concepção teórica. Assim, não podemos desvincular educação e sociedade, lembrando sempre que as relações sociais, históricas e econômicas interferem diretamente no modelo de cada época e, como acrescenta Saviane (2013), a educação também interfere na sociedade. A reflexão filosófica auxilia na descoberta de antropologias e de ideologias subjacentes ao sistema educacional, às concepções, doutrinas e práticas da educação. “A educação formal tem objetivos claros e específicos e é representada principalmente pelas escolas universidades. Ela depende de uma diretriz educacional centralizada como o currículo, com estrutura hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores do Ministério d Educação. A educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educaçã não formal não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão” Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem.” (GADOTTI, 2005) 1.2 Principais teóricos da educação Agora, vamos à segunda parte, os principais pensadores que influenciaram a educação. Preencha o quadro com as palavras-chave ao lado de cada pensador, para lembrar as ideias dos teóricos. Teórico Principais ideias Palavras -chave Sócrates: Filósofo grego (469- 399 a.C) Defendia o diálogo como método de educação e utilizava a maiêutica (técnica de trazer à luz). A preocupação de Sócrates era a busca pessoal e a verdade, a voz interior. Acreditava que o autoconhecimento pode levar à sabedoria e à prática do bem. Do seu pensamento surgem duas vertentes: o idealismo (Platão) e o realismo (Aristóteles). Sócrates foi condenado à morte por envenenamento, acusado de blasfemar contra os deuses e corromper os jovens, mas, apesar de poder fugir da prisão, foi fiel a si e a sua missão. Platão: Filósofo grego (427-347 a.C) Era um idealista, foi considerado o primeiro pedagogo. Era o principal discípulo de Sócrates. Concebeu um sistema educacional (escola pública) e integrou-o à ética e política. Para ele, a educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a beleza e perfeição de que são capazes. Platão considerava que as crianças deveriam ser tiradas dos pais, por acreditar corruptora a influência dos mais velhos. Aristóteles: Filósofo grego (384-322 a.C) Discípulo de Platão e contrário ao idealismo, prega de maneira realista que as ideias estão nas coisas como sua essência. O Estado era responsável pela educação. Acreditava que o princípio do aprendizado é a imitação e que aprendemos fazendo. Suas ideias marcaram o pensamento ocidental. Jesuítas A ordem dos Jesuítas foi fundada em 1534. Sua influência chegou aos diversos cantos do mundo. Chegaram ao Brasil em 1549 e foram expulsos em 1759, com a Reforma Pombalina. Retornaram em 1847. Sua educação destinava-se à catequização dos índios e à formação da burguesia. Descuidaram-se da educação popular. Utilizavam a Ratio Studiorum, que é o plano de estudos de métodos e a base filosófica dos jesuítas. Comênio: Filósofo tcheco (1592-1670), sec. XVII Escreveu a Didactica Magna ou Carta Magna, tornando-se o “pai da didática moderna”. Defendeu uma educação que interpretasse e alargasse a experiência de cada dia e utilizasse os meios clássicos como o ensino da religião e da ética. Sua propostaera de uma metodologia que ensinasse “tudo a todos”. Respeitou os sentimentos e a inteligência das crianças. Locke: Pensador inglês (1632- 1704) Foi um dos principais teóricos do Liberalismo. Considerava que o aprendizado é dependente de informações e vivências a que a criança é submetida passivamente, assim aconteceria uma absorção mecânica e passiva dos conteúdos. Uma frase muito famosa que define o seu pensamento é: “a mente humana é tabula rasa”, expressão latina análoga à ideia de uma tela em branco. Rousseau: Pensador suíço (1712- 1778) Rousseau foi o precursor de Montessori e Dewey. Para ele, os homens nascem bons e a sociedade é que os corrompe. Em sua concepção, as crianças deveriam aprender a partir de experiências, correndo, divertindo-se e caindo; assim, a cada queda, aprenderiam mais cedo a se levantar. Suas ideias deram origem à Escola Nova. Kant: Para o filósofo, conhecemos o mundo por meio de nossas experiências sensível Filósofo alemão (1724-1804) das coisas. O homem só pode alcançar a plenitude a partir da educação. Kant afirma que o papel da educação é aperfeiçoar as disposições que o homem já traz dentro de si e deve desenvolver quatro aspectos principais: disciplina, cultura, civilidade e moralidade. Pestalozzi: Educador suíço (1746- 1827) Primeiro teórico a incorporar o afeto à educação. Para ele, o amor propicia a autoeducação. A escola deveria ser não apenas a extensão do lar, mas se inspirar nele para fomentar uma atmosfera de segurança e afeto. O processo educativo, para ele, baseia-se nas dimensões intelectual, física e moral. Herbart: Filósofo e psicólogo alemão (1776-1841) O teórico foi profundamente intelectualista, mas também objetivava a formação moral. Considerava que a criança era um ser moldado intelectual e psiquicamente por forças externas. Prioriza a instrução. Para ele, os procedimentos educativos dividiam-se em três partes: o primeiro é o governo, manutenção da ordem e controle do comportamento da criança. O segundo é a instrução. O terceiro é a disciplina, que visa à formação do caráter. Herbart previa cinco etapas para o ato de ensinar: 1. Preparação; 2. Apresentação do conteúdo; 3. Associação; 4. generalização e 5. Aplicação. Froebel: Educador alemão (1782-1852) Foi um dos primeiros educadores a valorizar a infância. Ele fundou os jardins de infância a partir do princípio de que, assim como as plantas, as crianças têm uma fase de formação que requer cuidado para que cresçam saudáveis. Augusto Comte: Pensador francês (1798-1857) Considerado o pai do Positivismo; acredita que a única forma de conhecimento válido é o conhecimento científico. Assim, não considera o senso comum e as crenças. Estudou o desenvolvimento da sociedade e do indivíduo com critérios das ciências exatas e biológicas. Grande sistematizador da Sociologia. A educação tem o papel de mostrar a importância da obediência e da hierarquia, e ainda desenvolver nos jovens o altruísmo. Durkheim: Sociólogo francês (1858-1917) É um dos principais expoentes do pensamento pedagógico positivista. Considera que a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta. Quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade. Essa concepção é chamada de funcionalista. A educação é elemento integrador da sociedade e os pais e professores são responsáveis pela inculcação de valores sociais nos educandos. A criança, ao nascer, traz Durkheim: (continuação) consigo a natureza do indivíduo, mas traz dentro de si um sistema de ideias que exprime a sociedade de que faz parte. A construção do ser social é a assimilação pelo indivíduo de normas e princípios – morais, religiosos, éticos ou de comportamento. O homem, além de ser formador da sociedade, é um produto dela. A educação é um mecanismo de coerção social. Durkheim é um dos mentores de uma educação pública e laica sob a administração do Estado. Parsons: Sociólogo norte- -americano (1902-1979) Considerado o difusor das ideias de Durkheim. Para ele, a socialização por meio da educação é o instrumento de manutenção da sociedade, exercida principalmente pela escola. Cabe à escola difundir os valores sociais para que cada indivíduo exerça seu papel social. Marx: Para Marx, tudo se encontra em constante processo de mudança e o motor disso Pensador alemão (1818-1883) são as contradições. Para ele, as sociedades estruturam-se a partir dos interesses das classes dominantes, a burguesia que detém o poder econômico. A educação deve cumprir o papel de combater a alienação e a desumanização. Conforme Marx, a educação deveria pautar-se no desenvolvimento intelectual, físico e técnico. O que é denominada onilateral (múltipla), diferindo da educação integral, pois essa tem uma conotação moral e afetiva que deveria ser trabalhada por outros adultos e não pela escola. Weber: Advogado alemão (1864-1920) Importante sociólogo, seus estudos contribuíram muito para administração e economia. Estudou a burocracia como uma possibilidade de perceber a ideologia presente na ordem social e na organização do trabalho pedagógico. Karl Mannheim: Sociólogo húngaro (1893-1947) Mannheim entendia a educação como técnica social, que não é boa ou má por si só, depende do uso que os homens fazem dela. Para ele, a educação escolar é uma forma de influenciar o comportamento humano para que esse se enquadre nos padrões vigentes de interação social. Em sua concepção, os objetivos são formulados dentro de uma ordem social e, por isso, para serem compreendidos, devemos remeter à época em que estão situados. Makarenko: Mestre ucraniano (1888-1939 Ao trabalhar com jovens infratores, o professor ucraniano concebeu um modelo de educação baseado na vida em grupo, no trabalho e na disciplina. Criou um método revolucionário em que pensava a escola como coletividade, em que os alunos deveriam ir em busca da felicidade que só teria sentido se fosse para todos. Respeitava os direitos na infância, privilegiando a discussão e as opiniões. Para ele, educar é mais que disciplinar com rigidez; sua preocupação era formar personalidades, pessoas conscientes de seu papel na sociedade, valorizando a solidariedade. Gramsci: Filósofo italiano (1891-1937) Preocupou-se em interpretar e dar continuidade às obras de Karl Marx, mas acreditava que a mudança de poder viria por meio da mudança de mentalidades, a criação de uma contrahegemonia a ser desenvolvida pelos intelectuais e pela escola. Como a maior parte de sua obra foi escrita na prisão, utilizou linguagem cifrada, tal como: bloco histórico, intelectual orgânico, sociedade civil, hegemonia e filosofia da práxis (para designar o marxismo). Propôs uma escola unitária ou única em oposição à escola tradicional. O pensador diferencia intelectuais tradicionais (comprometidos com a tradição e a cultura dominante) e os intelectuais orgânicos (que buscam criar e fomentar a consciência entre os membros da classe a que pertencem). Dewey: Filósofo norte- americano (1859-1952). Dewey ficou conhecido por defender a corrente pragmatista ou instrumentalista, em que as ideias só têm importância se conduzirem à prática, ou seja, à resolução de problemas. No Brasil, inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira. O princípio pedagógico de Dewey se assenta na ideia de que os alunos aprendem melhor se realizarem tarefas associadas aos conteúdos ensinados, considerando o crescimento: físico, emocional e intelectual. Foi defensor da democracia institucional no interior das escolas. Partia do pressuposto de que o conhecimento é construído por meio de consensos, resultados de discussões coletivas. Maria Montessori: Médica italiana. Seu método de educação é baseado no desenvolvimento natural da criança. Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança, pois o ser Pesquisadora italiana (1870-1952) humano nasce com a capacidade de se autoensinar se tiver as condições adequadas. A base de sua teoria está na liberdade e individualidade; ao professor cabe conduzir o processo de modo a perceberas particularidades de cada criança e auxiliá-la em seu desenvolvimento. O objetivo da educação, para Montessori, é a formação integral do jovem, uma educação para a vida. Seu método vai do concreto para o abstrato e, para torná-lo mais efetivo, ela desenvolveu uma série de materiais pedagógicos muito difundidos até hoje. Decroly: Educador belga (1871- 1932) Foi um dos primeiros a difundir a ideia de uma escola centrada no aluno e com métodos ativos que preparassem o jovem para a vida e não se centrasse nos conteúdos. Difundia a ideia bastante conhecida hoje de aprender a aprender. Decroly foi o precursor do que chamamos de globalização, ou seja, partir dos aspectos mais gerais para depois chegar aos mais específicos; essa ideia tomou muita forma no método de alfabetização que denominamos método global; também foi o idealizador dos centros de interesses. Anísio Teixeira: Educador brasileiro (1900-1971) Ex-aluno de Dewey, foi o grande difusor de suas ideias no Brasil. Um dos signatários do documento Manifesto dos Pioneiros, objetivava uma escola laica e gratuita a todos. Para Anísio Teixeira, a escola deveria, mais do que instruir, formar homens livres capazes de viver com mais inteligência, autonomia e felicidade. Para tanto, deveria ter condições de trabalhar atitudes e senso crítico. Ele sugere que o trabalho pedagógico seja realizado a partir de problemas ou projetos. O ambiente escolar deve ser pautado na liberdade e confiança entre professores e alunos. Carl Rogers: Psicólogo norte- americano (1902-1987) Rogers leva para a educação a teoria que desenvolveu nos consultórios como psicólogo, uma psicologia humanista não diretiva. Para ele, o professor, tal qual o terapeuta, deve facilitar o aprendizado, propiciando novas experiências, capacidade de viver o presente, autoconfiança, dentre outras características. Carl Rogers: (continuação) Sua marca registrada é a não diretividade. O professor, para desenvolver isso, deverá apresentar três qualidades: congruência – ser autêntico com o aluno; empatia – compreender os sentimentos do outro e consideração positiva incondicional. Freinet: Educador francês (1896-1966) Freinet considerava que a forma mais profunda de aprendizado é o desenvolvimento afetivo. Seus conceitos foram amplamente difundidos e muito utilizados, tais como as aulas-passeio, os cantinhos e a troca de correspondências. Em sua concepção, era necessário transformar a escola por dentro, pois lá é o espaço em que as contradições se manifestam. O professor deve ser aquele que colabora para o êxito dos alunos e organiza o trabalho para que os alunos possam fazer experiências e buscar respostas às suas inquietações. Ele propôs a pedagogia do bom senso, em que a aprendizagem resulta de uma relação dialética entre ação e pensamento, teoria e prática. Sua teoria fundamenta- se nos seguintes eixos: cooperação, comunicação, documentação e afetividade. Neill: Educador e escritor É conhecido por fundar a Summerhill School, na Inglaterra, que se fundamenta na liberdade da criança de escolher e decidir o que deseja aprender e, a partir daí, desenvolver-se num ritmo próprio. escocês (1883-1973) Tem grande influência de Rousseau, Freud e Reich. Acreditava que a educação deveria se fundamentar na dimensão emocional para que a sensibilidade superasse a racionalidade. Desejava que seu método fosse utilizado “como remédio para a infelicidade” que a sociedade de consumo, família e educação tradicional geram. O sucesso, para ele, é trabalhar feliz. Bourdieu e Passeron: Sociólogos franceses (séc. XX). Escreveram o livro A Reprodução (1970), em que concluem que a escola, em vez de ter uma função transformadora, reproduz e reforça as desigualdades sociais. A escola, sob a aparência de neutralidade, exerce a violência simbólica. Violência simbólica: é exercida pelo poder de imposição das ideias transmitidas por meio da comunicação cultural, da doutrinação política e religiosa, das práticas esportivas, da educação escolar. Bourdieu e Passeron: (continuação) Outro conceito importante é o de capital cultural, utilizado para designar nichos da atividade humana nos quais se desenrolam lutas pela detenção do poder simbólico, que produz e confirma significados, consagra valores que se tornam aceitáveis pelo senso comum. Althusser: Filósofo francês (1918-1990) Louis Althusser é considerado crítico-reprodutivista. Sua principal tese é de que o Estado é composto por dois tipos de aparelhos, os ideológicos e os repressivos. Os Aparelhos Repressivos do Estado (ARE) são as instituições que funcionam prioritariamente pela força, tais como exército, prisão e tribunais. Os Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE) são compostos por instituições públicas e privadas que funcionam a partir da ideologia. São considerados AIE: AIE religioso (o sistema das diferentes igrejas); AIE escolar (o sistema das diferentes escolas públicas e privadas); AIE familiar; AIE jurídico; AIE político (o sistema político dos diferentes partidos); AIE sindical; AIE de informação (a imprensa, o rádio, a televisão etc.). Os aparelhos ideológicos e repressivos são criados pela classe dominante com o intuito de manter seu status quo. O mais importante aparelho da sociedade moderna é o AIE escolar. Establet e Baudelot: Professores de Sociologia da educação na França Para os sociólogos Establet e Baudelot, a escola não é unitária, como afirmam Bourdieu e Passeron, mas, sim, dividida conforme as classes sociais. Dessa forma, desenvolveram a teoria da escola dualista, ou SS (Secundária Superior) e PP (Primária Profissionalizante), em que a primeira era destinada à elite e seu trabalho fundamenta-se no desenvolvimento intelectual. A segunda destina-se à classe proletária e tem como base o trabalho manual. Ivan Illich: Teólogo austríaco (1926-2002) Autor do livro Sociedade sem escolas, defendia a desescolarização da sociedade. Para ele, os sujeitos adquiriam a maior parte de seus conhecimentos fora da escola, que manipula e é hierarquizada. O sistema escolar impõe um trabalho repetitivo por meio de currículos extensos e superficiais. Paulo Freire: Educador brasileiro (1921-1997) Patrono da educação, Paulo Freire é reconhecido internacionalmente por seu trabalho como educador, principalmente pelo seu método de alfabetização de jovens e adultos. Nesse método, é possível perceber três grandes passos: Paulo Freire: (continuação) • No primeiro, o professor investiga os saberes que o educando traz, valorizando sua cultura. • No segundo momento, explora as questões relativas aos temas das discussões, ampliando os conhecimentos, partindo do senso comum rumo a uma visão crítica. • No terceiro momento, volta-se do abstrato para o concreto; o conteúdo é trabalhado e são sugeridas ações para superar impasses. Sua prática pedagógica é assumidamente política, cujo objetivo é conscientizar os estudantes, levando-os à compreensão de oprimidos e à busca de sua libertação. Critica as concepções tradicionais, denominando-as educação bancária, em que se deposita conhecimentos sem crítica e problematização. O professor tem um papel diretivo na prática pedagógica em que assume uma postura de autoridade e não autoritarismo, garantindo as trocas de saberes. Edgar Morin: Sociólogo francês (1921) Diante das mudanças que aconteceram no final do século XX, o sociólogo francês propõe o conceito de complexidade em seu sentido etimológico – aquilo que é tecido junto. Considera que as incertezas e as contradições fazem parte da natureza humana, mas traz também a solidariedade e a ética como fundamentais ao homem. A pedido da Unesco, em 1999, ele escreve um livro em que traz reflexões que serviriam de ponto de partida para a educação no século XXI. Denominado Os sete saberes necessários à educação do futuro, o livro apresenta os seguintes pontos, como saberes: 1. As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; 2. Os princípios do conhecimento pertinente; 3. Ensinar a condição humana; 4. Ensinar a identidade terrena; 5. Enfrentar as incertezas; 6. Ensinara compreensão, e 7. A ética do gênero humano. Perrenoud: Sociólogo suíço (1955) Desenvolve a Teoria das Competências, que são entendidas como a capacidade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para resolver situações do cotidiano. Já as habilidades são menos amplas do Perrenoud: (continuação) que as competências que são formadas por várias delas. Uma mesma habilidade pode estar presente em várias competências. Para o sociólogo, o professor deverá desenvolver 10 competências em sua profissão: 1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem. 2. Administrar a progressão das aprendizagens. 3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação. 4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho. 5. Trabalhar em equipe. 6. Participar da administração da escola. 7. Informar e envolver os pais. 8. Utilizar novas tecnologias. 9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 10. Administrar sua própria formação contínua. 1.3 Papel político-pedagógico e organicidade do ensinar, aprender e pesquisar. Função sociocultural da escola. Escola: comunidade escolar e contextos institucional e sociocultural Já vimos o conceito de educação de diversos autores, mas qual o papel da educação em nossa sociedade? Qual a função sociocultural da escola? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 2º, aponta caminhos para entender o papel da educação escolar em nosso país: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL) É importante entender que a escola possui um papel e que está ligada diretamente às relações sociais, políticas, econômicas e culturais. Seus objetivos, o trabalho docente, os conteúdos, as metodologias estão envolvidos pelos significados sociais. Libâneo (1994) aponta que: O caráter pedagógico da prática educativa se verifica como ação consciente, intencional e planejada no processo de formação humana, através de objetivos e meios estabelecidos por critérios socialmente determinados e que indicam o tipo de homem a formar, para qual sociedade, com que propósitos. Estamos vivendo acontecimentos que afetam diretamente a instituição escolar. Vivemos num momento em que as informações estão disponíveis em diversos espaços e a formação não se restringe, como em tempos passados, à escola. Há diversos meios para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e competências sociais requeridas pela prática. Conforme Libâneo (2012), existe uma “tensão” em relação aos processos formativos, mas não significa o fim da escola como espaço socioeducativo e nem o caminho para a desescolarização da sociedade. O que ele sugere é que a escola de hoje precisa conviver com outras modalidades de educação, tais como a educação não formal e a educação profissional e integrar-se a elas a fim de formar cidadãos mais preparados para o contexto atual. Assim, o ensino escolar deve contribuir para: • formar para aprendizagem permanente; • fomentar uma formação global que possibilite melhor qualificação profissional; • desenvolver conhecimentos, capacidades, e qualidades que promovam o exercício consciente e crítico da cidadania; • formar cidadãos éticos e solidários. 1.4 Organização do trabalho na escola pública: articulação das diferentes instâncias e agentes educativos na construção da cidadania e na melhoria da qualidade do ensino Ao falar do trabalho na escola pública, não podemos deixar de situá-la no contexto atual, uma sociedade globalizada, dentro de uma revolução tecnológica e permeada pela ideologia do livre mercado (neoliberalismo). Diante disso, a questão que se impõe é: como deve ser o trabalho pedagógico da escola para que o aluno se insira no mundo do trabalho e exerça, plenamente, a sua cidadania? A escola, ao contrário das empresas, não deve situar seu trabalho na perspectiva da Qualidade Total em que se busca a uniformização, mas, como aponta a Resolução nº 4/2010, ela deve se pautar na Qualidade Social, na qual se consideram as diferenças inerentes aos sujeitos e se pretende trabalhar o conhecimento para o desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas e sociais. Como aponta a Resolução nº 4/2010, a educação básica deve se pautar no princípio do cuidar e educar em que o trabalho pedagógico: [..] busca garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens. Libâneo et al. (2012) traz a escola pública numa perspectiva voltada para a maioria da sociedade, em que passa a ser compreendida como um “direito universal básico, e como um bem social público, condição para emancipação social”. Assim, a prática pedagógica deve estar voltada para a emancipação na qual professores, gestores, pais e comunidade devem ser concebidos como agentes de transformação social. A busca dessa transformação deve aparecer no currículo, no projeto político-pedagógico, nos planos de trabalho do professor; enfim, a escola deve estar consciente de todas as dimensões que afetam os processos educativos e os resultados escolares. 1.5 Análise de dificuldades, problemas e potencialidades no cotidiano escolar em sua relação com a sociedade concreta Souza e Orso (2008) afirmam que são muitos os problemas que a escola enfrenta hoje, tais como: a defasagem na formação inicial e continuada dos educadores para enfrentar os desafios em sala de aula; a crescente desobrigação dos órgãos públicos em face da educação; a carga excessiva de obrigações da escola atribuída pela sociedade; a organização do tempo escolar, que não respeita o ritmo de aprendizagem dos alunos, a diversidade cultural e as condições socioculturais, como, também, a indisciplina e o desinteresse dos alunos. Esses desafios impõem-se cotidianamente aos professores que necessitam conhecer as situações de aprendizagem que possam possibilitar a apropriação de conhecimentos sistematizados, sem que se perca a formação na e para a cidadania. Busca constante de aperfeiçoamento e compreensão dos processos de aprendizagem. Outros problemas se apresentam no cotidiano escolar como a pouca participação da família na escola, poucas horas-atividade para planejamento e utilização de recursos audiovisuais disponíveis, falta de recursos materiais, infraestrutura precária. Mesmo com tantos problemas, a escola também tem muitas potencialidades e possibilidades. A escola, na sociedade moderna, é o principal locus de aquisição do conhecimento sistematizado e, portanto, tem a vantagem de possibilitar grandes mudanças sociais quando se propõe a intervir na realidade dos alunos, ampliando os seus conhecimentos. O trabalho em equipe, fruto de uma gestão democrática, pode facilitar a resolução dos problemas na escola, diminuindo as dificuldades enfrentadas no cotidiano. O grupo de profissionais, não apenas os professores, pode tomar decisões coletivas e cada segmento fazer sua parte. O projeto político- pedagógico deve ser construído a partir de um diagnóstico da realidade contendo uma visão do que desejam para o futuro. Criação de espaços para troca de informações sobre as dificuldades e espaço para deliberações cooperativas sobre ações. Foram muitas informações em nosso primeiro capítulo. Vamos verificar o que você aprendeu? Faça um resumo no quadro a seguir com os principais pontos do que você estudou. Meta de acertos: Total de questões certas: Porcentagem de acertos: Conteúdos que preciso rever: 1. (Upenet/Colégio Militar-PE/Professor – Cultura, Cidadania e Sociologia/ 2011) “Para o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), a sociedade prevalecesobre o indivíduo”. (TOMAZI, N. D. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993, p. 18). Sobre a concepção de Sociedade e Sociologia em Durkheim, analise as afirmativas abaixo: I – A sociedade é definida como um conjunto de normas de ação, pensamento e sentimento que não existem, apenas, nas consciências dos indivíduos. II – O objeto de estudo da sociologia são os fatos sociais, que diferem dos fatos estudados pelas outras ciências, pois se referem às regras e normas coletivas que orientam a vida do indivíduo em sociedade. III – Os fatos sociais são interiores e coercitivos aos indivíduos, ou seja, têm origem na coletividade e são seguidos pelos membros da sociedade. IV – Para Durkheim, os fenômenos sociais têm origem no indivíduo e se consolidam no conjunto de normas e regras criadas pelas instituições para manter a ordem, que as gerações transmitem umas às outras. V – O conceito de solidariedade mecânica está baseado na ideia de consciência coletiva, em que sua origem está nas semelhanças entre os membros de uma sociedade. Já o conceito de solidariedade orgânica se fundamenta no princípio da consciência individual que implica maior autonomia e liberdade de ação. Estão corretas a) I, II, IV e V. b) III, IV e V. c) I, II e V. d) II, III e IV. e) I e IV. (Cespe/Ministério das Comunicações/Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos/Pedagogo/2011)Acerca da história da sociedade e educação, julgue os itens que se seguem em certo ou errado. 2. ( ) A concepção tecnicista de educação introduziu, no âmbito educacional, conceitos como o de produtividade e o de eficiência. 3. ( ) O sistema educacional idealizado por Auguste Comte tem origem na lei dos três estados, que faz referência a estados da região Sul, considerados os de maior desenvolvimento educacional. 4. ( ) Antonio Gramsci propôs o estabelecimento da escola unitária, também denominada escola única, como alternativa à escola tradicional, caracterizada pela divisão do ensino em clássico e profissional. 5. ( ) A luta de John Dewey contra o analfabetismo tornou-o o mais eminente defensor da educação libertária. 6. ( ) O Conselho Federal de Educação, criado em 1962, foi instituído pela primeira lei de diretrizes e bases da educação nacional. 7. (Consultec/Unicentro/Vestibular – Sociologia/2012) A relação indivíduo e sociedade é um dos eixos dos estudos sociológicos. Sobre esse assunto, um dos autores clássicos da Sociologia observa a primazia da sociedade e dos grupos sociais, que exercem determinado tipo de coerção sobre os indivíduos, fazendo-os assumir papéis sociais específicos em relação a determinados fenômenos particulares. Trata-se, nesse caso, de. a) Karl Marx. b) Max Weber. c) Augusto Comte d) Émile Durkheim. e) Herbert Spencer. 8. (IF-PB/IF-PB/Professor – Sociologia/2014) “A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine” (DURKHEIM, E. Educação e Sociologia. 1978, p. 41). De acordo com o que expressa o trecho, analise as afirmativas a seguir: I – A Educação faz emergir os conflitos e as desigualdades sociais presentes na sociedade. II – A Educação contribui para o processo de socialização. III – A Educação exerce um papel na coesão social. IV – A Educação proporciona ao indivíduo construir a sua individualidade. Está correto o que se afirma apenas em: a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV. e) II. 9. (Funrio/IF-PI/Professor – Sociologia/2014) A educação, como objeto da Sociologia, é uma das mais importantes instituições sociais. Como instrumento de socialização do indivíduo, é correto afirmar que a) a Educação é o instrumento pelo qual a sociedade transmite cultura. b) o processo educacional distancia-se da cultura no sentido em que não é um fim em si mesmo, é apenas um instrumento social. c) a Educação, enquanto objeto da Sociologia, reflete as perspectivas sociais através de uma visão de senso comum para manter os grupos sociais. d) nas sociedades chamadas equivocadamente de “primitivas”, não se identifica nenhum processo educacional sociologicamente observável. e) a Educação não é a instituição que detém o poder de preparar os jovens para o desempenho de papéis sociais. 10. (Cesgranrio/SEEC-RN/Professor – Sociologia/2011) O positivismo, como escola filosófica, derivou do chamado cientificismo que, por sua vez, se caracteriza pela a) busca de uma identidade entre as leis biológicas e as leis sociais, hereditariedade e história. b) crença na possibilidade de a razão humana conhecer e traduzir a realidade sob a forma de leis. c) certeza de que existem caracteres universais, dispostos sob a forma de sistemas, que se desenvolvem em interação. d) convicção no princípio a partir do qual as sociedades se modificam e se desenvolvem de formas diferentes. e) criação de um modelo que representa a passagem da sociedade de um estágio superior para outro inferior. 11. (Cespe/Semec-PI/Pedagogo/2010) Assinale a opção correta acerca da função social e política da escola, segundo Gramsci. a) A escola é um espaço de luta pela hegemonia da sociedade e de formação do intelectual orgânico. b) A escola tem exclusivamente a função de transmitir valores dominantes, contribuindo para a adaptação dos indivíduos à sociedade. c) A escola deve valorizar a experiência para criar um ser autônomo capaz de renovar os costumes de uma sociedade capitalista. d) A função da escola está relacionada ao desenvolvimento econômico por meio da formação de trabalhadores mais qualificados. e) A escola é considerada um aparelho ideológico do Estado, tendo como função reproduzir as relações de exploração na sociedade capitalista. 12. (Consultec/Unicentro/Vestibular – Sociologia/2012) Ao observar que a sociedade não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho e não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer, considera-se uma realidade que exemplifica um dos conceitos desenvolvidos por Pierre Bourdieu denominado a) interacionismo simbólico. b) agressividade simbólica. c) ideologia simbólica. d) violência simbólica. e) violência urbana. (Cespe/Correios/Analista de Correios – Pedagogo/2011) Julgue o item abaixo com Certo (C) ou Errado (E) a respeito do tema “Educação e Sociedade”. 13. ( ) A concepção tecnicista de educação introduziu, no âmbito educacional, conceitos como o de produtividade e o de eficiência. (Cespe/Secretaria de Educação – Sedu/Pedagogo/2012) Acerca da relação sociedade e educação, responda os itens 14 e 15 em (C) Certo ou (E) Errado. 14. ( ) A visão sociológica de Durkheim se fundamenta em pressupostos progressistas que veem na educação um fator de desenvolvimento e de superação de estruturas societárias arcaicas. 15. ( ) Gramsci, em uma perspectiva conservadora da relação educação e sociedade, fornece elementos que permitem conceber uma teoria dialética para a educação. (Cespe/Seduc-AM/Professor de Sociologia/2011) Considerando as contribuições da sociologia, da filosofia e da psicologia para a educação, julgue os itens a seguir em certo ou errado. 16. ( ) Louis Althusser, herdeiro intelectual de Karl Marx, elaborou crítica radical aos sistemas de ensino, denunciando o seu caráter de classe e de aparelho ideológico do Estado. 17. ( ) Uma das contribuições de Célestin Freinet para a educação diz respeito ao uso de grande quantidade de material didático, tais como cubos, sólidos, cartões, em atividades voltadas para o desenvolvimento dos sentidos do educando. 18. ( ) Segundo Émile Durkheim, a educação constitui elemento integrador da sociedade, sendo pais e professores agentes sociais responsáveis pela inculcação de valores sociais nos educandos. 19. ( ) A concepção de escola como instituição responsável pela transformaçãosocial fundamenta-se no pensamento positivista. 20. ( ) De acordo com a tendência pedagógica liberal tradicional, os conteúdos de ensino devem corresponder a conhecimentos socialmente acumulados e a valores socialmente estabelecidos. 21. ( ) Consoante a tendência pedagógica marxista, para que ocorra a formação integral do ser humano, os conteúdos educacionais devem propiciar a educação mental, física e tecnológica. (Cespe/Seplag-DF/Professor de Educação Básica/2010) Acerca da temática educação e sociedade julgue os itens seguintes em (C) Certo ou (E) Errado. 22. ( ) No campo da sociologia da educação, destaca-se a presença dos clássicos Durkheim, Marx e Weber que contemplaram em suas análises os sistemas educacionais. Durkheim, por exemplo, comparou a educação alemã àquela dos literatos chineses e Weber estuda o sistema educacional francês. 23. ( ) Para Durkheim, a educação era uma instituição fundamental para a ordem social. A sua preocupação em relação à educação estava diretamente ligada ao estudo da moral por ser o melhor meio para a socialização dos indivíduos, para as regras fundamentais da sociedade. 24. ( ) No contexto brasileiro, a educação como objeto de investigação sociológica foi analisada a partir de uma perspectiva que buscava enfatizar a sua importância social mediante, por exemplo, a compreensão dos seus aspectos político-institucional, as suas reformas, os diferentes papéis que a sociedade atribui e a espera da educação em seus diversos níveis. Destaca-se que a relação entre educação e desenvolvimento tem sido uma temática de grande importância seja na educação, na economia ou na sociologia, os vínculos e interações entre educação e desenvolvimento aparecem sob as mais diversas formas. 25. ( ) Marx, Durkheim e Weber perceberam que a posição da educação na estrutura social e sua relação com outras instituições eram as chaves para compreender a dinâmica da mudança educacional. Embora somente Marx tenha teorizado profundamente sobre os reais mecanismos de desenvolvimento educacional, nenhum deles deixou dúvida de que esta deveria ser uma parte integrante de suas macroteorias – para Marx, a mudança educacional nasceu do jogo dialético entre infraestrutura e superestrutura; para Weber, ela estava associada à dinâmica da burocratização; para Durkheim, ela estaria, e deveria estar, unida a ação política e, desse modo, ao desenvolvimento de uma sociedade orgânica, integrada e normativa. (Cespe/Semec-PI/Professor Classe A/2010) Julgue o item abaixo em Certo ou Errado. 26. ( ) Marx afirma que a educação não pode encaminhar a superação efetiva do modo de produção entendido como um todo, pois a atividade do educador é apenas uma parte do sistema. Gabarito ESPAÇO DO ALUNO Capítulo 2 ASPECTOS PEDAGÓGICOS E SOCIAIS DA PRÁTICA EDUCATIVA, SEGUNDO AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS Agora, vamos tratar de um dos conteúdos mais cobrados em provas de concurso para professores: tendências pedagógicas. Inicialmente, queremos saber quais os seus conhecimentos sobre esse assunto. Preencha o quadro a seguir sem se preocupar se está certo ou não. Tendências Liberais Tendências Progressistas 2.1 Desenvolvimento histórico das concepções pedagógicas Então vamos lá! As tendências pedagógicas são extremamente importantes, pois embasam a nossa visão de educação e trazem o panorama das principais abordagens na evolução e trajetória educacional. Uma interessante abordagem é a de Demerval Saviani (2002) que aponta quatro grandes tendências/concepções: o humanismo tradicional (visão essencialista do homem); o humanismo moderno (visão de homem centrada na existência), a concepção analítica (sem definição filosófica clara, no início positivista, depois passou a ser tecnicista) e a concepção dialética (visão histórica concreta do homem). A evolução, segundo o autor, ocorre nesta sequência: Saviani se inclui na concepção dialética, que busca compreender o fenômeno educativo, considerando a contradição, a totalidade, a reprodução, a mediação e a hegemonia. Então, tranquilo até aqui? Está fazendo anotações ao longo do texto? Vamos continuar... Não podemos deixar de falar no autor mais cobrado em provas de concursos: José Carlos Libâneo. O autor classifica as tendências em dois grandes grupos: Liberais e Progressistas, conforme o esquema a seguir: Outro autor muito cobrado é Luckesi (2011), que apresenta três tendências filosófico-políticas para compreender a educação: educação para a redenção, educação como reprodução e educação como transformação da sociedade. Para ele, é necessário compreender essas perspectivas para nortear o trabalho pedagógico. Então, vamos ver o que traz cada uma delas. Educação para a redenção Educação como reprodução Educação como transformação da sociedade A educação “cura” a sociedade de suas mazelas, adaptando os indivíduos ao modelo ideal de sociedade. A educação não sofre interferência da sociedade; ao contrário, ela que Não propõe uma prática pedagógica, apenas demonstra como atua a educação dentro da sociedade, reproduzindo o modelo capitalista. Nessa perspectiva, não há possibilidade de mudanças por meio da educação. A educação não redime nem reproduz a sociedade, mas serv de meio, ao lado de outros, para realizar um projeto d sociedade. Pretende compreender a educação dentro de seu condicionantes e agir estrategicamente para a su transformação. Recusa-se ao otimismo ilusório (redenção) e a pessimismo imobilizador (crítico-reprodutivista). Também é denominada teoria crítica, coloca-se como um instância entre outras para a transformação da sociedade. interfere nos destinos do todo social. 2.2 Tendências pedagógicas Vamos às principais características de cada tendência pedagógica. 2.2.1 Tendências liberais 2.2.1.1 Tendência liberal tradicional Acentua o ensino humanístico, de cultura geral. Busca a preparação intelectual e moral dos alunos para assumirem seus papéis na sociedade, por meio do repasse de conteúdos acumulados pela humanidade. A metodologia baseia-se na exposição e demonstração verbal. O professor representa a autoridade que exige a atitude receptiva dos alunos. A aprendizagem é mecânica e confundida com memorização. É chamada educação bancária. 2.2.1.2 Tendência liberal renovada/escola nova Valoriza o aluno como sujeito do conhecimento, a experiência no meio, e o ensino centrado no aluno e no grupo. Esta tendência apresenta duas vertentes: Progressivista: difundida pela Escola Nova (Anísio Teixeira, Montessori, Decroly e Piaget). Nessa tendência, a escola deve adequar as necessidades individuais ao meio social. Os conteúdos são trabalhados a partir das experiências vividas pelos alunos. A metodologia pauta-se na resolução de problemas, trabalhos em grupos e atividades cooperativas. O professor é o auxiliador do desenvolvimento da criança. A aprendizagem é baseada na motivação. Não diretiva: orientada para a autorrealização e as relações interpessoais (Carl Rogers). Baseia-se na busca dos conhecimentos pelos próprios alunos e na formação de atitudes. Trabalha com métodos que facilitem a aprendizagem. As relações são horizontais e o professor garantirá um relacionamento de respeito. 2.2.1.3 Tendência liberal tecnicista O essencial não é o conteúdo, mas as técnicas e a preparação para mão de obra. Utiliza-se do enfoque sistêmico, da tecnologia educacional e da análise experimental do comportamento. Traz conceitos da administração para a organização escolar, como o taylorismo, em que se prega a divisão do trabalho: alguns são responsáveis pelo planejamento e outros pela execução. Também trabalha com vistas à eficiência e eficácia. Pode-se afirmar que o papel da escola é modelar o comportamento por meio de técnicas específicas. Os conteúdos são trabalhados em uma sequência lógica a partir de procedimentos e técnicas para transmissão e recepção de informações. A relação professor-aluno é vertical, em que ao professor cabe transmitir o conteúdo e ao alunofixá-la. 2.2.2 Tendências progressistas (termo cunhado por Snyders) 2.2.2.1 Tendência progressista libertadora O maior representante é Paulo Freire; o foco é a educação de jovens e adultos. Tem como objetivo levar professores e alunos a atingirem um nível de consciência da realidade em que vivem e buscar transformações sociais. A metodologia baseia-se em temas geradores. A relação é horizontal e dialógica de igual para igual. Trabalha-se com grupos de discussões para a resolução de situações-problema. 2.2.2.2 Tendência progressista libertária Caracteriza-se por ser defensora da autogestão, é antiautoritária e valoriza a experiência do aluno e o processo de aprendizagem grupal (assembleias, discussões). Busca transformar a personalidade num sentido libertário e autogestionário. Os conteúdos são colocados, mas não exigidos. O trabalho pedagógico organiza-se por meio de vivência grupal na forma de autogestão. A relação com os alunos é não diretiva e o professor é orientador de alunos livres. 2.2.2.3 Tendência crítico-social dos conteúdos Nessa tendência, os conteúdos culturais universais são incorporados pela humanidade frente à realidade social. A metodologia parte da relação direta entre a experiência do aluno e o conhecimento sistematizado. O professor é o mediador do conhecimento. Você sabia que o educador americano Edgar Dale desenvolveu uma teoria denominada Cone d Aprendizado? Nela, ele aponta que apreendemos apenas 10% do que lemos e 90% do que realizamos, po isso as atividades de consolidação da aprendizagem e a resolução de questões são tão importantes em su preparação. Em muitos materiais preparatórios são apresentados quadros-resumo prontos. Como nossa proposta é a su aprovação, você irá construir o seu quadro com os principais pontos das tendências pedagógicas. Apó preenchê-lo, leia – em voz alta. Nome da Tendência Pedagógica Papel daEscola Conteúdos Métodos Professor x aluno Aprendizagem Manifestações TENDÊNCIAS LIBERAIS Pedagogia Liberal Tradicional. Nas escolas que adotam filosofias humanistas clássicas ou científicas. Tendência Liberal Renovadora Progressivista. Montessori Decroly Dewey *Piaget Tendência Liberal Renovadora não diretiva (Escola Nova) Carl Rogers, “Sumermerhill” escola de A Neill. Tendência Liberal Tecnicista. Leis n os 5.540/1968 e 5.692/1971. TENDÊNCIAS PROGESSISTAS Tendência Progressista Libertadora Paulo Freire. Tendência Progressista Libertária. C. Freinet Miguel Gonzales Arroyo. Tendência Progressista crítico social dos conteúdos. Makarenko B. Charlot Suchodoski Manacorda G. Snyders Demerval Saviani. Meta de acertos: Total de questões certas: Porcentagem de acertos: Conteúdos que preciso rever: 1. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Considerando a tendência pedagógica renovada não diretiva, assinale a opção correta quanto à relação professor- aluno. a) O professor, por meio do sistema instrucional, é o elo entre o conhecimento científico e o aluno. b) A educação deve ser centrada no aluno, e o professor deve ser um especialista em relações humanas. c) A atitude receptiva do aluno e a autoridade do professor são o centro do processo educativo. d) O diálogo e a relação horizontal são os pilares nas relações na sala de aula. 2. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A tendência pedagógica cuja base do planejamento da ação didática seja a sequência: motivação do aluno, apresentação do conteúdo, associação de conhecimentos e generalização denomina-se a) liberal renovada progressivista. b) progressista libertária. c) progressista libertadora. d) liberal tradicional. 3. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Acerca da concepção de educação segundo a tendência crítico-social dos conteúdos, assinale a opção correta. a) A educação é uma atividade mediadora entre uma experiência fragmentada do conhecimento e uma visão organizada e unificada. b) A preparação intelectual e moral dos alunos para assumirem determinadas posições na sociedade é a função primordial da educação. c) O foco da educação está na adequação das necessidades individuais ao meio social por meio da reprodução de situações da vida. d) O questionamento das relações do homem com a natureza, visando à transformação da realidade, é a base da educação. 4. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A tendência pedagógica da escola que trabalha com temas extraídos da prática social e da realidade dos alunos para a construção do conhecimento é identificada como a) liberal renovada progressivista. b) progressista libertária. c) progressista libertadora. d) renovada não diretiva. 5. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Assinale a opção correta em relação à pedagogia tradicional. a) A atividade de ensinar, na pedagogia tradicional, não está centrada no professor. b) Na pedagogia tradicional, a proposta pedagógica está voltada para o interesse da maioria da população. c) A pedagogia tradicional é uma educação não diretiva. d) Em geral, considera-se que, na pedagogia tradicional, o aluno é um recebedor da matéria, e sua tarefa é decorá-la. 6. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Assinale a opção incorreta a respeito da pedagogia libertadora. a) A pedagogia libertadora prescinde de uma proposta explícita de didática. b) A atividade escolar, nessa pedagogia, é centrada na discussão de temas sociais. c) A pedagogia libertadora é muito utilizada na educação de jovens e adultos. d) Nessa abordagem pedagógica, não se utilizam temas geradores. 7. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A pedagogia crítico-social dos conteúdos, a) os conhecimentos sistematizados devem ser confrontados com as experiências socioculturais. b) não é atribuída importância à didática escolar e à direção do processo de ensinar. c) busca-se a transmissão passiva dos conhecimentos escolares articulados com a sociedade. d) é dada preferência aos interesses minoritários da sociedade, privilegiando-se algumas classes. 8. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A tendência liberal renovada não diretiva, orientada para os objetivos da autorrealização, tem como um de seus principais inspiradores. a) Jean Piaget. b) Ovídio Decroly. c) Carl Rogers. d) Paulo Freire. e) Demerval Saviani. (Cespe/SEDF/Professor de Atividades/2008) Julgue os itens de acordo com as concepções pedagógicas. 9. ( ) A escola que adota uma orientação humanística clássica e trata os conteúdos como verdades absolutas repassadas de uma geração a outra está assentada nos pressupostos da concepção liberal tradicional. 10. ( ) A concepção liberal renovada não diretiva tem em Maria Montessori uma de suas principais representantes e baseia-se no trabalho de estimulação da resolução de problemas. 11. ( ) A Lei nº 5.692/1971 teve como sustentação os princípios da concepção liberal renovada progressivista em sua vertente de formação profissionalizante. 12. ( ) Os processos autogestionários e a vivência grupal para a construção do conhecimento são traços marcantes da concepção progressista libertadora. 13. ( ) Freinet desenvolveu um trabalho significativo em relação à concretização da concepção progressista libertária. 14. ( ) O confronto entre a experiência do aluno e os saberes historicamente sistematizados caracteriza a concepção investigada especialmente por Demerval Saviani. (Cespe/SEDF/Professor de Atividades/2008) Julgue os itens de 15 a 19, considerando as tendências pedagógicas na dimensão da relação professor e aluno. 15. ( ) A tendência liberal tecnicista tem como objetivo assegurar a eficácia técnica de transmissão do conteúdo instrucional pelo professor e de fixação pelo aluno. 16. ( ) A centralidade na autoridade do professor e na atitude receptiva do aluno é característica da tendência liberal tradicional. 17. ( ) Na tendência progressista libertária, o diálogo é o método que sustenta a relação entre o professor e o aluno, e a total identificação com o povo é a garantia de um bom relacionamento. 18. ( ) Uma relação baseada na mediação exercida pelo professor e na não diretividade na orientação do trabalho pedagógico épressuposto da tendência progressista crítico-social dos conteúdos. 19. ( ) Na tendência liberal renovada progressivista, o professor deve ser um especialista em relações humanas para assegurar um clima de relacionamento autêntico. Gabarito 2.3 Pedagogia histórico-crítica Ao analisar os editais dos últimos concursos, percebemos que é comum cobrarem a teoria histórico-crítica descolada das tendências pedagógicas, por isso, vamos abrir uma sessão específica para esse conteúdo. Mas o que traz tal teoria? Como ela se apresenta no cotidiano das salas de aula? Vamos, agora, entender um pouco mais sobre essa perspectiva teórica (cuidado para não confundi-la com a tendência crítico-social dos conteúdos, pois elas têm muito em comum). A teoria histórico-crítica fundamenta-se no materialismo histórico dialético, que tem em Marx seu principal teórico. Nessa perspectiva, dito de forma bem simplista, a realidade é compreendida a partir dos contextos político, social, econômico e cultural. O trabalho, ou a produção, é central para a compreensão dos fenômenos sociais. O método dialético pode ser representado da seguinte forma: A teoria histórico-crítica vem sendo citada nos últimos 20 anos como a possibilidade de se resgatar a importância da escola. Saviani (2013) afirma que essa corrente firma-se a partir de 1979. Para Gasparin e Petenucci (S/D), ela é um marco no desenvolvimento do pensamento educacional brasileiro, pois traz a perspectiva de uma prática pedagógica comprometida com a aprendizagem, a promoção do desenvolvimento das capacidades psíquicas dos seres humanas e o rompimento com a alienação. Saviani (2013) evidenciou o porquê dessa nomenclatura: Histórico: porque nessa perspectiva a educação interfere na sociedade, podendo contribuir para a sua transformação. Crítica: pela clareza que se tem de que a sociedade interfere na educação. É importante destacar que essa pedagogia visa resgatar a importância da escola e o trabalho com o conhecimento sistematizado, próprio dessa instituição. A pedagogia histórico-crítica traz um formato de trabalho baseado no método dialético, cujo objetivo é o desenvolvimento do aluno: Vantagens do método de ensino: • Estimular a atividade e iniciativa do professor; • Favorecer o diálogo dos alunos; • Favorecer o diálogo com a cultura acumulada historicamente; • Levar em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico; • Sistematização lógica dos conhecimentos. 2.3.1 Filosofia da teoria histórico-crítica Como dito anteriormente, o materialismo histórico dialético é a base da teoria histórico-crítica, é considerado a base filosófica dessa pedagogia. Para Gasparin (2005), seus principais fundamentos são: • a interpretação da realidade; • a visão de mundo; • a práxis (prática articulada com a realidade); • a materialidade (organização dos homens em sociedade para a produção da vida); • concreticidade (caráter histórico sobre a organização que os homens constroem através de sua história); • o princípio básico da dialética é a contradição: tese, antítese, síntese; • a atuação do professor deve ir no sentido da prática-teoria-prática. Parte do pressuposto de que a existência social dos homens é que gera o conhecimento. Para Gasparin (2005), o conhecimento é um fato histórico e social e ele está sujeito a continuidades, rupturas, reelaborações, reincorporações, permanências e avanços. Gasparin (2005) apresenta cinco passos que formam a didática na Teoria Histórico-Crítica: 1. Prática social inicial: nível de desenvolvimento atual do educando. Prática social inicial dos conteúdos que parte dos conhecimentos prévios dos alunos e do professor. Desenvolve-se em dois momentos: anúncio dos conteúdos e dos objetivos e investigação sobre o que os alunos sabem sobre o conteúdo, por meio de diálogos, desafiando-os para o que irão aprender. 2. Problematização: explicação dos principais problemas postos pela prática social relacionados ao conteúdo. Desenvolve-se em dois passos: • breve discussão sobre os problemas e sua relação com o conteúdo científico; • transformação do conhecimento em questões problematizadoras, levando em conta as dimensões científica, conceitual, cultural, histórica, social, política, ética, econômica, religiosa etc., conforme os aspectos sobre os quais se deseja abordar o tema, considerando-o sob múltiplos olhares. 3. Instrumentalização: expressa-se no trabalho do professor e dos alunos.Apresentação do conhecimento científico formal, abstrato, pelo professor aos alunos. Momento em que os educandos realizam comparação mental com a vivência cotidiana que possuem sobre o assunto a fim de se apropriarem do novo conhecimento. Utilização de recursos para mediação pedagógica. 4. Catarse: é a compreensão do que foi estudado elaborando uma nova forma de compreender a realidade. Conforme Gasparin (2005), ela se realiza: • por meio da nova síntese mental a que o educando chegou; • esta síntese se expressa por meio de uma avaliação oral ou escrita, formal ou informal, na qual o educando traduz tudo o que aprendeu até aquele momento. 5. Prática social final: novo nível de desenvolvimento atual do educando. Consiste em assumir uma nova proposta de ação a partir do que foi aprendido. Conforme Gasparin (2005), este passo se manifesta: • pela nova postura prática, pelas novas atitudes, novas disposições que se expressam nas intenções de como o aluno levará à prática, fora da sala de aula, os novos conhecimentos científicos; • pelo compromisso e pelas ações que o educando se dispõe a executar em seu cotidiano, pondo em efetivo exercício social o novo conteúdo científico adquirido. Nessa didática, o professor parte da prática, ascende à teoria e volta à prática novamente, mas não como a prática inicial e, sim, como práxis. A avaliação tem como foco mostrar o crescimento do aluno, tendo como critério a aquisição do conhecimento científico com vistas à transformação social. É importante saber que o ponto inicial para essa avaliação é o conhecimento que o aluno traz sobre o assunto, comparado ao conhecimento científico que ele adquiriu. Preencha o quadro-resumo do capítulo. Conceitos consolidados Conceitos em processo de consolidação (devo me apropriar melhor) Termos importantes Meta de acertos: Total de questões certas: Porcentagem de acertos: Conteúdos que preciso rever: 1. (Consuplan/Prefeitura de Ipueiras/2013) A perspectiva histórico-cultural da aprendizagem considera a avaliação como fonte de informação para novos procedimentos a serem tomados a cada instante no processo educacional. Isso significa que: a) a avaliação deve ocorrer para decidir quanto a aprovação ou reprovação do aluno, no final do período letivo. b) a ação de avaliar deve ser sempre classificatória. c) a ação de avaliar deve ser sempre diagnóstica e processual. d) a avaliação deve ser somente quantitativa. 2. (Funiversa/Sesi-DF/Professor de 1º ao 5º ano/2010) Os teóricos da pedagogia histórico-crítica afirmam que a dialética é a essência dessa proposta didática. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta. a) Nessa concepção didática, há um entendimento idealista da dialética, que se resume no ato de transformar as questões sociais em diálogo, no qual todos têm espaço para expor suas ideias, sem haver uma reordenação teórica destas. b) Não é possível a emancipação do sujeito sem que ele se aproprie de conhecimentos historicamente construídos e sistematizados socialmente, tendo como ponto de partida e de chegada a prática social vivida pelo educando, respeitando as três fases do método dialético – prática, teoria, prática. c) A ideia de práxis, defendida pelos marxistas, não se aplica aqui pelo fato de transformar a educação em um ato político. Essa concepção está mais preocupada com as questões histórico-críticas que com as políticas. d) Essa concepção defende a emancipação do educando por meio da retrospectiva
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