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GOMES_-Márcia-Conhecimentos-Pedagogicos-com-Estrategias-de-Coaching

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Prévia do material em texto

MARCIA GOMES E BÁRBARA SANTANA
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS COM
ESTRATÉGIAS DE COACHING
Dedico esta obra aos futuros servidores públicos da área de
Educação.
Desejo que o compromisso com os estudantes da rede
pública e com a transformação social esteja presente na
prática pedagógica de cada um dos professores que tomarem
posse no serviço público.
Agradeço a Deus, em primeiro lugar, pela presença
constante em minha vida; aos meus pais, marido, filha e
sobrinhos, por serem meu porto seguro.
Também agradeço a todos os alunos com quem tive o
privilégio de conviver e que possibilitaram a ampliação dos
meus conhecimentos.
Aos colegas professores, pelas trocas constantes, em
especial à professora Bárbara Santana, por colaborar no
projeto inicial do livro.
APRESENTAÇÃO
 
 
Há 15 anos trabalhamos com formação de professores em cursos de
graduação e pós-graduação. Desde 2008 temos nos dedicado à preparação de
futuros servidores públicos na área de Educação, trabalhando nos principais
cursos preparatórios para concursos da área de Educação do Distrito Federal
e entorno. Nesse tempo, observando o desempenho dos nossos alunos que
não alcançaram êxito, percebemos vários hábitos que os levavam à
reprovação, tais como:
• Começavam a estudar somente quando da publicação do edital.
• Estudavam somente no momento da aula do cursinho.
• Não revisavam as matérias em casa.
• Não faziam exercícios e, quando faziam, não verificavam o porquê dos
erros.
• Perdiam o foco facilmente.
• Não controlavam a ansiedade.
• Procrastinavam durante o período de preparação.
• Não se sentiam capazes de serem aprovados.
• Cultivavam pensamentos limitantes.
 
A partir dessas constatações, elaboramos um método de estudos baseado
em princípios do coaching e teoria da aprendizagem acelerada, nomeado de
Método Trilha. O resultado foi surpreendente, pois vários alunos mudaram
seus hábitos de estudos, superaram suas crenças limitantes, tornaram-se mais
ativos no período de preparação e alcançaram a tão sonhada vaga no serviço
público.
Sabemos que não encontrar o nome na lista dos aprovados causa um
sentimento de frustração que, às vezes, paralisa e faz com que muitos
concurseiros desistam dos seus sonhos. Pensando nisso, resolvemos
compartilhar este método, por meio deste livro e ajudá-lo em sua preparação
até o momento da prova.
Então, por que este livro é para você?
• Ele apresenta os conteúdos de maneira interativa e objetiva.
• Traz ferramentas para gestão de tempo e planejamento de estudos.
• Contribui com a consolidação da aprendizagem de forma acelerada.
• Possibilita a revisão por meio de mapas mentais, esquemas e quadros
para a consolidação da aprendizagem e questões.
• Trabalha com técnicas de memorização.
 
Este livro foi pensado para você. Ele vai mudar o seu modo de estudar
porque foi elaborado fugindo dos padrões convencionais. Tivemos cuidado
com cada detalhe para facilitar sua aprendizagem: deixamos um espaço ao
final de cada capítulo para observações; colocamos questões sobre cada tema
estudado com definições de metas e espaço para correção. Escrevemos com
uma linguagem dialógica, como se estivéssemos em um bate-papo.
Trabalhamos com ícones que o alertarão para as diversas atividades, tais
como:
Indica que é o momento de refletir por meio de ferramentas de coaching.
 
 
Aparece no momento em que surgir algo que requeira maior atenção.
 
 
Momento de consolidação da aprendizagem. São atividades fundamentais que ajudarão na compreensão
memorização e revisão posterior.
 
 
 
 
 
Utilize o livro como se fosse seu caderno! Faça anotações, grife palavras e
releia sempre que necessário.
Torcemos para que seu novo projeto de estudos seja um sucesso, da
preparação à nomeação!
Conforme Brian Tracy (2005), estabelecer metas tem um poder incrível,
pois elas ativam a mente positiva, liberando energia; sem elas, você
simplesmente é levado pelo cotidiano e se desvia mais facilmente dos seus
objetivos.
Então, vamos lá. Preencha o seu perfil de estudo e evidencie suas metas.
MEU PERFIL
Nome:
Órgão desejado:
Minhas fragilidades:
Minhas potencialidades:
Minhas desculpas mais comuns para não estudar:
Como posso transformar essas desculpas em potencialidades:
 
 
MINHA META
Ser
(talentos/características), por meio de
(comportamentos), para conquistar a vaga no(a) (órgão)
,
cargo
em (previsão de data) .
 
 
Capítulo 0
PARA INÍCIO DE CONVERSA 
GESTÃO DE TEMPO E
PLANEJAMENTO
 
Para começar o seu caminho rumo à aprovação, precisamos que você
responda: Você quer passar em um concurso público, ser nomeado e tomar
posse? Parece uma pergunta retórica ou que nós estamos de brincadeira, mas
não. Isso é sério!
Muitos concurseiros pensam que querem ser servidores públicos, mas não
agem como tal. Para Brian Tracy (2005) “O ponto de partida de qualquer
processo de concretização de metas é o desejo”. Saber o que de fato
queremos nos move em direção ao objetivo.
Trabalharemos ao longo do livro com a premissa de que falar que faz não
é suficiente. É necessário tomar ciência de quais ações o levam ao sucesso ou
ao fracasso. Somos as nossas ações e não o que pensamos delas. Vamos parar
e refletir: você está disposto a encarar-se e mudar o que for necessário? Se a
resposta for sim, passemos a uma análise da sua trajetória como concurseiro
até agora:
• Como você tem se preparado?
• O que acha que tem funcionado?
• O que deu errado?
 
Vamos ver isso na prática? Preencha o quadro a seguir com sinceridade!
São seus sonhos que estão em jogo.
Hábitos de estudos até agora
 
O QUE TEM DADO CERTO
DURANTE A PREPARAÇÃO?
(Quais os hábitos que levam 
à aprendizagem?)
O QUE NÃO
DEU CERTO ATÉ AGORA?
(Quais os hábitos que prejudicam a aprendizagem?)
 
 
 
 
 
 
Agora é o momento de mudança de hábitos. Sair da zona de conforto,
negociar com familiares, amigos, namorado ou namorada, no trabalho...
É o momento de se priorizar, de focar em suas metas. Paulo Vieira (2015)
aponta que “Tem poder quem age, e mais poder quem age certo”. Assim,
vamos ajudá-lo a seguir pelo caminho certo; vamos promover mudanças de
hábitos, organizar os estudos e gerenciar melhor o tempo.
Para iniciar as mudanças, coloque no quadro a seguir os hábitos de que
você precisa para alcançar sua posse no órgão pretendido.
Hábitos necessários para tomar posse no órgão pretendido
 
 
De 0 a 10, qual o seu grau de engajamento para tornar esses hábitos uma prática em seu cotidiano?
 
 
 
De quem é a responsabilidade para que esses hábitos se tornem uma prática em seu cotidiano?
 
 
 
 
1. ORGANIZAÇÃO DE HORÁRIOS
Ao começar a estudar para concursos públicos, você já se deparou com
dificuldade de organização, concentração e retenção do conhecimento,
enquanto o ponteiro do relógio dá voltas, indiferente à sua ansiedade e
estresse? Então, você irá gostar das dicas para organização e estratégias de
aprendizagem valiosas que apresentaremos aqui.
A primeira será organizar uma agenda de concurseiro vencedor! Tomar
posse no órgão dos sonhos é a parte boa, mas, para chegar lá, é necessário ter
determinação, perseverança e muita coragem para mudar o dia a dia e abdicar
de alguns prazeres momentâneos.
Segundo Brian Tracy (2005) A vida é mais parecida com uma lanchonete
do que com um restaurante. Em um restaurante, você faz uma refeição
completa e, em seguida, paga a conta. Mas, em uma lanchonete, primeiro
você se serve e paga para, só então, desfrutar da refeição. Muitos
concurseiros cometem o erro de pensar que pagarão o preço depois de
alcançar o sucesso, ou seja, a nomeação, e continuam levando a vida como se
estivessem numa grande festa.
Que preço você está disposto a pagar para assumir a vaga pretendida?
Vamos pensar em como você organiza seu dia e como isso contribui ou não
para a sua aprovação?
Preencha o quadro com os seus horários atuais.
 
 
GESTÃO DO TEMPO
Hora Atividade Impacto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volte ao quadro e marque A, B, C, D ou E em frente a cada atividade,
conformea tabela
1
 a seguir:
A Alto impacto: grande importância, com consequências altamente positivas: quais são as atividade
diárias que trazem grandes resultados para sua vida como um todo?
B Médio impacto: possuem importância, mas, se não forem realizadas, trarão poucas consequências para 
realização dos objetivos.
C Baixo impacto: seriam boas, mas com pouca consequência. Quais tarefas não possuem importância, nã
são urgentes e trazem poucas consequências imediatas para realização de seu sonho?
D Delegáveis: quais tarefas você poderia delegar para outra pessoa fazer?
E Elimináveis: em que você desperdiça seu tempo? O que você faz que traz conforto, mas não tem impact
na sua vida?
 
Como você pode se organizar melhor para utilizar seu tempo e mover-se em direção ao seu sonho?
 
 
 
 
 
Agora preencha o quadro abaixo com os seus novos horários. Lembre-se de
sua meta! Tomar posse no (a)
____________________________________________.
(coloque o órgão).
Seja bem detalhista e sincero. Na última linha coloque o total de horas que estudará por dia. Vamo
trabalhar com o que o especialista em concursos públicos Willian Douglas chama de horas líquidas d
estudo, ou seja, desconte o tempo de deslocamento, lanches etc. Coloque o tempo que de fato terá par
estudar.
 
 
DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO
01h
02h
03h
04h
05h
06h
07h
08h
09h
10h
11h
12h
13h
14h
15h
16h
17h
18h
19h
20h
21h
22h
23h
00h
Total de horas de estudo por dia
 
Agora que já organizou seus horários, é o momento de montar a agenda de
estudos por matéria. Você sabia que intercalar as matérias no momento de
estudo é mais eficaz? Como assim? Isso mesmo! O ideal é organizar as
matérias em tempos de 30 minutos a duas horas e 30 minutos. Com esses
intervalos, mantemos a atenção e a retenção é maior.
Então, você montará um ciclo de estudos com as disciplinas que serão
cobradas na prova. O ciclo permite que você estude várias matérias ao longo
do dia, não especificando um único dia para cada uma. Assim, por exemplo,
se colocar português para segunda, e tiver um compromisso, não precisará
esperar uma semana para estudar essa matéria.
Para Alexandre Meirelles (S/D), outro especialista em concursos públicos,
a organização por ciclos trará duas grandes vantagens:
• Você estudará a matéria com a cabeça pronta para aprender, pois seu
cérebro está mais suscetível à aprendizagem, uma vez que não entrará na
curva descendente de aprendizado.
• Você estará sempre vendo uma matéria diferente, o que facilita a
memorização.
 
Para montar o seu ciclo, você começará pelas matérias em que tem maior
dificuldade, colocando mais tempo para elas e, em seguida, as em que tem
mais facilidade. Lembre-se, coloque 30 minutos, no mínimo e, no máximo,
duas horas e 30 minutos. Exemplo de um ciclo de estudo para a Secretaria de
Educação do Distrito Federal (edital de 2013). Nesse caso, o total de tempo
do ciclo foi de oito horas, começando com Português e finalizando com
Atualidades:
 
Agora monte o seu ciclo!
 
 
2. QUALIDADE DO TEMPO DE ESTUDO
Algumas pessoas que não passam em concursos públicos utilizam a falta
de tempo como a principal desculpa. Em vários casos que acompanhamos
não é a falta de tempo o grande problema, mas, sim, a sua utilização.
As pessoas estão acostumadas a fazer mil coisas ao mesmo tempo, a
querer estar presentes nas redes sociais, ligadas ao que está acontecendo com
todos os seus conhecidos, entre outras coisas. Agora é o momento de abdicar
de alguns comportamentos para alcançar a sua vaga no serviço público.
Vamos otimizar o tempo e pensar no uso qualificado do momento de estudos.
Do que você abdicará no período de preparação para a prova?
 
 
 
 
2.1 Estado de mindfulness (atenção plena)
No mindfulness você tem uma experiência direta do momento presente,
com consciência plena, atitude aberta e não julgadora a cada instante.
Combata o estado de desatenção (“piloto automático”) e de reatividade
excessiva em situações do cotidiano. Desligue o celular, desapegue das redes
sociais e faça uma coisa de cada vez, porque, caso contrário, o seu cérebro
perderá a concentração e, para reiniciar, demandará tempo e energia.
Qual será sua estratégia em relação às redes sociais?
Se continuar com o uso, quais serão os horários definidos para isso? Anote aqui.
 
 
 
 
2.2 Ambiente adequado
O ambiente de estudo deve ser limpo, organizado e arejado. Escolha um
local para guardar os materiais que utilizará no período de preparação para o
concurso. Separe-os por assunto, use e abuse de etiquetas e pastas, guarde-os
ao final.
A mesa deve estar limpa; deixe nela somente o que usará naquele
momento. O excesso de material causa distração e desânimo.
Tenha uma cópia do seus horários e ciclo de estudos colados em um local
visível.
Cuide para que a luminosidade esteja apropriada, assim como a
tranquilidade do ambiente.
Quando a casa está constantemente com pessoas circulando e oferece
muitas distrações, é aconselhável buscar outros espaços como bibliotecas ou
salas de estudos.
Estudará em casa ou em outro lugar? Qual?
 
 
Se for estudar em casa, qual será o espaço? Quando o organizará?
 
 
 
 
2.3 Postura correta
A cama é o lugar de dormir e não de estudar. O ideal é manter-se sentado,
com a coluna ereta, o joelho dobrado 90 graus e não baixar excessivamente a
cabeça.
 
2.4 Pausas
Não conseguimos ficar concentrados o tempo todo, então é necessário
fazer pausas. Planeje paradas de cinco a 10 minutos. Durante a pausa, levante
da cadeira, faça alongamentos, ande um pouco, mas não vá longe. Evite
televisão, pois essa poderá prender sua atenção e ultrapassar o tempo
estipulado, também não é recomendado acessar as redes sociais nesses
intervalos, para evitar distrações e perda de seu foco.
 
2.5 Relógio biológico a seu favor
Você é do tipo matutino, vespertino ou noturno? Cada um produz melhor
em determinado tempo. Faça uma autoanálise e descubra em que momento
do dia você é mais produtivo e aproveite para estudar os pontos mais difíceis.
2.6 Técnicas de leitura dinâmica
Busque técnicas de leitura dinâmica como usar os dedos para acompanhar
a leitura, marcar o tempo para ler uma página e verificar os progressos feitos
são algumas dicas. Sublinhar também é uma ótima estratégia e ainda a
manutenção da atenção.
 
2.7 Foco
O foco é fundamental em todo o processo de preparação e no momento da
prova. Esteja atento a uma única atividade em cada momento. Aposte no foco
exclusivo.
 
2.8 Leitura dupla
Para algumas pessoas é necessária uma leitura despretensiosa e uma
segunda leitura mais aprofundada; se esse é o seu caso, apenas tome cuidado
com a data da prova e o tempo necessário para estudar todo o edital.
 
2.9 Resumos e mapas mentais
Ler, resumir e fazer mapas mentais é uma forma bastante eficaz de
apreender o conteúdo. Veja dicas ao longo do livro.
 
2.10 Associações ao que foi estudado
Buscar exemplos práticos da teoria é uma estratégia que dá resultado. Peça
exemplos aos professores e procure nos livros a aplicação prática de
conceitos abstratos.
 
2.11 Resolução de questões de provas anteriores
Assine sites que ofereçam questões comentadas e imprima as provas dos
últimos concursos do cargo e da banca organizadora. Depois, resolva as
questões fazendo o mapeamento daquilo que é mais cobrado e dos seus erros
e acertos. Em seguida, estude o conteúdo em que mais errou até estar expert.
Repita as questões até acertar 90%.
2.12 Revisão e ensino
Revise periodicamente os resumos e/ou mapas mentais com 24 horas, sete
dias e 30 dias, para que haja retenção maior do conhecimento. Em seguida,
explique em voz alta e, se possível, grave para utilizar também na revisão;
assim, você poderá alcançar um índice de aprendizagem próximo dos 90%.
 
2.13 Priming
Priming, ou pré-ativação
 
refere-se à influência que a exposição prévia a determinado estímulo pode acarretar na
resposta a um estímulo subsequente, sem que exista consciência do indivíduo sobre tal
influência. (JÚNIOR, DAMACENA eBRONZATTI, 2015)
 
Mas o que isso significa?
Quando acordamos cedo, por exemplo, o nosso cérebro já associa ao
trabalho, ou quando chega o fim de semana associa ao descanso.
Então, é necessário construir uma agenda de estudo e segui-la, assim o seu
cérebro será pré-ativado e seu foco e atenção tendem a aumentar. Você fixará
hábitos produtivos para o estudo.
 
Agora de posse dessas dicas, vamos mudar os hábitos de estudos e passar à
teoria e exercícios.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1
RELAÇÃO EDUCAÇÃO E SOCIEDADE:
DIMENSÕES FILOSÓFICA,
SOCIOCULTURAL 
E PEDAGÓGICA
 
 
Depois de ter organizado a sua rotina de concurseiro vencedor, vamos
iniciar a parte conceitual com o tema: Relação Educação e Sociedade:
dimensões filosófica, sociocultural e pedagógica.
Quais os seus conhecimentos sobre este tema. Preencha o quadro a seguir sem se preocupar se está certo o
não.
 
 
Quais os principais conceitos e concepções em relação à 
Educação e Sociedade?
Cite pelo menos cinco dos 
principais teóricos educacionais 
e suas principais concepções
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Educação e sociedade
Vamos verificar se o que você lembrou está em consonância com os
conhecimentos sistematizados sobre o tema?
Estudar as relações entre educação e sociedade demanda refletir sobre os
diversos períodos da história da humanidade e situá-la em cada um dos
momentos. Para cada sociedade, e em cada contexto histórico, político e
social, a educação cumpre um papel e tem uma finalidade específica.
Optamos por tratar essa relação a partir da perspectiva crítica e dialética.
Conforme Aranha (1997), nessa compreensão, a educação é entendida como
um fenômeno social e universal que deve instrumentalizar os sujeitos para
atuar sobre o mundo e compreender as diversas relações que existem na
sociedade e quais as possibilidades de transformação e emancipação.
 
A dialética era, na Grécia antiga, a arte do diálogo, mas que, aos poucos,
passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de um
argumento capaz de definir e distinguir os conceitos envolvidos na discussão.
Já na concepção moderna, dialética significa o modo de pensar as
contradições da realidade, como essencialmente dinâmicas e em permanente
transformação.
 
Vamos aos principais conceitos e os mais cobrados em provas.
Um conceito clássico de Educação é o formulado por Durkheim. Para ele,
(citado por GADOTTI, 2005), a educação é
 
(...) a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda
preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo
número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no
seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine.
 
Nessa concepção, a educação tem a função de perpetuar as relações
sociais, ou seja, a manutenção da sociedade de classes.
Para Gadotti (2008)
 
a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência
na existência dos homens. (grifo nosso).
 
Já para Brandão (1985),
 
A educação ajuda a pensar tipos de homens, mais do que isso, ela ajuda a criá-los,
através de passar uns para os outros o saber que o constitui e legitima. Produz o conjunto
de crenças e ideias, de qualificações especialidades que envolvem as trocas de
símbolos, bens e poderes que, em conjunto constroem tipos de sociedades. (grifo nosso)
 
Em Libâneo (1994), a educação é pensada como um conceito amplo que
diz respeito ao desenvolvimento onilateral da personalidade humana
envolvendo a formação das qualidades físicas, morais, intelectuais e estéticas
com o objetivo de orientar a atividade humana na sua relação com o meio
social, num determinado contexto social.
Ainda de acordo com Libâneo (idem), a educação é
 
(...) toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação de
traços de personalidade social e do caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais,
valores, modos de agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas,
princípios de ação frente a situações reais e desafios da vida prática.
 
Freitag (1986) faz uma excelente síntese da relação sociedade-educação
quando aponta que:
 
1) a educação sempre expressa uma doutrina pedagógica, a qual implícita ou
explicitamente se baseia em uma filosofia de vida, concepção de homem e sociedade;
2) numa realidade social concreta, o processo educacional se dá através de instituições
específicas (família, igreja, escola, comunidade) que se tornam porta-vozes de uma
determinada doutrina pedagógica.
 
Luckesi (2011) afirma que a educação é uma prática humana direcionada
por determinada concepção teórica. Assim, não podemos desvincular
educação e sociedade, lembrando sempre que as relações sociais, históricas
e econômicas interferem diretamente no modelo de cada época e, como
acrescenta Saviane (2013), a educação também interfere na sociedade.
 
A reflexão filosófica auxilia na descoberta de antropologias e de
ideologias subjacentes ao sistema educacional, às concepções, doutrinas e
práticas da educação.
“A educação formal tem objetivos claros e específicos e é representada principalmente pelas escolas 
universidades. Ela depende de uma diretriz educacional centralizada como o currículo, com estrutura
hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores do Ministério d
Educação.
A educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educaçã
não formal não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão”
Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem.” (GADOTTI, 2005)
 
 
1.2 Principais teóricos da educação
Agora, vamos à segunda parte, os principais pensadores que influenciaram
a educação.
Preencha o quadro com as palavras-chave ao lado de cada pensador, para lembrar as ideias dos teóricos.
 
 
Teórico Principais ideias Palavras
-chave
Sócrates:
Filósofo
grego (469-
399 a.C)
Defendia o diálogo como método de educação e utilizava a maiêutica (técnica de
trazer à luz). A preocupação de Sócrates era a busca pessoal e a verdade, a voz
interior. Acreditava que o autoconhecimento pode levar à sabedoria e à prática do
bem. Do seu pensamento surgem duas vertentes: o idealismo (Platão) e o realismo
(Aristóteles). Sócrates foi condenado à morte por envenenamento, acusado de
blasfemar contra os deuses e corromper os jovens, mas, apesar de poder fugir da
prisão, foi fiel a si e a sua missão.
Platão:
Filósofo
grego
(427-347
a.C)
Era um idealista, foi considerado o primeiro pedagogo. Era o principal discípulo
de Sócrates. Concebeu um sistema educacional (escola pública) e integrou-o à
ética e política. Para ele, a educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a
beleza e perfeição de que são capazes. Platão considerava que as crianças
deveriam ser tiradas dos pais, por acreditar corruptora a influência dos mais
velhos.
Aristóteles:
Filósofo
grego
(384-322
a.C)
Discípulo de Platão e contrário ao idealismo, prega de maneira realista que as
ideias estão nas coisas como sua essência. O Estado era responsável pela
educação. Acreditava que o princípio do aprendizado é a imitação e que
aprendemos fazendo. Suas ideias marcaram o pensamento ocidental.
Jesuítas A ordem dos Jesuítas foi fundada em 1534. Sua influência chegou aos diversos
cantos do mundo. Chegaram ao Brasil em 1549 e foram expulsos em 1759, com a
Reforma Pombalina. Retornaram em 1847. Sua educação destinava-se à
catequização dos índios e à formação da burguesia. Descuidaram-se da educação
popular. Utilizavam a Ratio Studiorum, que é o plano de estudos de métodos e a
base filosófica dos jesuítas.
Comênio:
Filósofo
tcheco
(1592-1670),
sec. XVII
Escreveu a Didactica Magna ou Carta Magna, tornando-se o “pai da didática
moderna”. Defendeu uma educação que interpretasse e alargasse a experiência de
cada dia e utilizasse os meios clássicos como o ensino da religião e da ética. Sua
propostaera de uma metodologia que ensinasse “tudo a todos”. Respeitou os
sentimentos e a inteligência das crianças.
Locke:
Pensador
inglês (1632-
1704)
Foi um dos principais teóricos do Liberalismo. Considerava que o aprendizado é
dependente de informações e vivências a que a criança é submetida passivamente,
assim aconteceria uma absorção mecânica e passiva dos conteúdos. Uma frase
muito famosa que define o seu pensamento é: “a mente humana é tabula rasa”,
expressão latina análoga à ideia de uma tela em branco.
Rousseau:
Pensador
suíço (1712-
1778)
Rousseau foi o precursor de Montessori e Dewey. Para ele, os homens nascem
bons e a sociedade é que os corrompe. Em sua concepção, as crianças deveriam
aprender a partir de experiências, correndo, divertindo-se e caindo; assim, a cada
queda, aprenderiam mais cedo a se levantar. Suas ideias deram origem à Escola
Nova.
Kant: Para o filósofo, conhecemos o mundo por meio de nossas experiências sensível
Filósofo
alemão
(1724-1804)
das coisas. O homem só pode alcançar a plenitude a partir da educação.
Kant afirma que o papel da educação é aperfeiçoar as disposições que o homem já
traz dentro de si e deve desenvolver quatro aspectos principais: disciplina, cultura,
civilidade e moralidade.
Pestalozzi:
Educador
suíço (1746-
1827)
Primeiro teórico a incorporar o afeto à educação. Para ele, o amor propicia a
autoeducação. A escola deveria ser não apenas a extensão do lar, mas se inspirar
nele para fomentar uma atmosfera de segurança e afeto. O processo educativo,
para ele, baseia-se nas dimensões intelectual, física e moral.
Herbart:
Filósofo e
psicólogo
alemão
(1776-1841)
O teórico foi profundamente intelectualista, mas também objetivava a formação
moral. Considerava que a criança era um ser moldado intelectual e psiquicamente
por forças externas. Prioriza a instrução. Para ele, os procedimentos educativos
dividiam-se em três partes: o primeiro é o governo, manutenção da ordem e
controle do comportamento da criança. O segundo é a instrução. O terceiro é a
disciplina, que visa à formação do caráter.
Herbart previa cinco etapas para o ato de ensinar:
1. Preparação;
2. Apresentação do conteúdo;
3. Associação;
4. generalização e
5. Aplicação.
Froebel:
Educador
alemão
(1782-1852)
Foi um dos primeiros educadores a valorizar a infância. Ele fundou os jardins de
infância a partir do princípio de que, assim como as plantas, as crianças têm uma
fase de formação que requer cuidado para que cresçam saudáveis.
Augusto
Comte:
Pensador
francês
(1798-1857)
Considerado o pai do Positivismo; acredita que a única forma de conhecimento
válido é o conhecimento científico. Assim, não considera o senso comum e as
crenças. Estudou o desenvolvimento da sociedade e do indivíduo com critérios
das ciências exatas e biológicas. Grande sistematizador da Sociologia. A
educação tem o papel de mostrar a importância da obediência e da hierarquia, e
ainda desenvolver nos jovens o altruísmo.
Durkheim:
Sociólogo
francês
(1858-1917)
É um dos principais expoentes do pensamento pedagógico positivista. Considera
que a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta. Quanto
mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade.
Essa concepção é chamada de funcionalista. A educação é elemento integrador
da sociedade e os pais e professores são responsáveis pela inculcação de valores
sociais nos educandos. A criança, ao nascer, traz
Durkheim:
(continuação)
consigo a natureza do indivíduo, mas traz dentro de si um sistema de ideias que
exprime a sociedade de que faz parte. A construção do ser social é a assimilação
pelo indivíduo de normas e princípios – morais, religiosos, éticos ou de
comportamento. O homem, além de ser formador da sociedade, é um produto
dela. A educação é um mecanismo de coerção social. Durkheim é um dos
mentores de uma educação pública e laica sob a administração do Estado.
Parsons:
Sociólogo
norte-
-americano
(1902-1979)
Considerado o difusor das ideias de Durkheim. Para ele, a socialização por meio
da educação é o instrumento de manutenção da sociedade, exercida
principalmente pela escola.
Cabe à escola difundir os valores sociais para que cada indivíduo exerça seu papel
social.
Marx: Para Marx, tudo se encontra em constante processo de mudança e o motor disso
Pensador
alemão
(1818-1883)
são as contradições. Para ele, as sociedades estruturam-se a partir dos interesses
das classes dominantes, a burguesia que detém o poder econômico. A educação
deve cumprir o papel de combater a alienação e a desumanização.
Conforme Marx, a educação deveria pautar-se no desenvolvimento intelectual,
físico e técnico. O que é denominada onilateral (múltipla), diferindo da educação
integral, pois essa tem uma conotação moral e afetiva que deveria ser trabalhada
por outros adultos e não pela escola.
Weber:
Advogado
alemão
(1864-1920)
Importante sociólogo, seus estudos contribuíram muito para administração e
economia. Estudou a burocracia como uma possibilidade de perceber a ideologia
presente na ordem social e na organização do trabalho pedagógico.
Karl
Mannheim:
Sociólogo
húngaro
(1893-1947)
Mannheim entendia a educação como técnica social, que não é boa ou má por si
só, depende do uso que os homens fazem dela. Para ele, a educação escolar é uma
forma de influenciar o comportamento humano para que esse se enquadre nos
padrões vigentes de interação social. Em sua concepção, os objetivos são
formulados dentro de uma ordem social e, por isso, para serem compreendidos,
devemos remeter à época em que estão situados.
Makarenko:
Mestre
ucraniano
(1888-1939
Ao trabalhar com jovens infratores, o professor ucraniano concebeu um modelo
de educação baseado na vida em grupo, no trabalho e na disciplina.
Criou um método revolucionário em que pensava a escola como coletividade, em
que os alunos deveriam ir em busca da felicidade que só teria sentido se fosse
para todos. Respeitava os direitos na infância, privilegiando a discussão e as
opiniões.
Para ele, educar é mais que disciplinar com rigidez; sua preocupação era formar
personalidades, pessoas conscientes de seu papel na sociedade, valorizando a
solidariedade.
Gramsci:
Filósofo
italiano
(1891-1937)
Preocupou-se em interpretar e dar continuidade às obras de Karl Marx, mas
acreditava que a mudança de poder viria por meio da mudança de mentalidades, a
criação de uma contrahegemonia a ser desenvolvida pelos intelectuais e pela
escola.
Como a maior parte de sua obra foi escrita na prisão, utilizou linguagem cifrada,
tal como: bloco histórico, intelectual orgânico, sociedade civil, hegemonia e
filosofia da práxis (para designar o marxismo). Propôs uma escola unitária ou
única em oposição à escola tradicional.
O pensador diferencia intelectuais tradicionais (comprometidos com a tradição e a
cultura dominante) e os intelectuais orgânicos (que buscam criar e fomentar a
consciência entre os membros da classe a que pertencem).
Dewey:
Filósofo
norte-
americano
(1859-1952).
Dewey ficou conhecido por defender a corrente pragmatista ou instrumentalista,
em que as ideias só têm importância se conduzirem à prática, ou seja, à resolução
de problemas.
No Brasil, inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira.
O princípio pedagógico de Dewey se assenta na ideia de que os alunos aprendem
melhor se realizarem tarefas associadas aos conteúdos ensinados, considerando o
crescimento: físico, emocional e intelectual.
Foi defensor da democracia institucional no interior das escolas.
Partia do pressuposto de que o conhecimento é construído por meio de consensos,
resultados de discussões coletivas.
Maria
Montessori:
Médica italiana. Seu método de educação é baseado no desenvolvimento natural
da criança. Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança, pois o ser
Pesquisadora
italiana
(1870-1952)
humano nasce com a capacidade de se autoensinar se tiver as condições
adequadas.
A base de sua teoria está na liberdade e individualidade; ao professor cabe
conduzir o processo de modo a perceberas particularidades de cada criança e
auxiliá-la em seu desenvolvimento.
O objetivo da educação, para Montessori, é a formação integral do jovem, uma
educação para a vida.
Seu método vai do concreto para o abstrato e, para torná-lo mais efetivo, ela
desenvolveu uma série de materiais pedagógicos muito difundidos até hoje.
Decroly:
Educador
belga (1871-
1932)
Foi um dos primeiros a difundir a ideia de uma escola centrada no aluno e com
métodos ativos que preparassem o jovem para a vida e não se centrasse nos
conteúdos. Difundia a ideia bastante conhecida hoje de aprender a aprender.
Decroly foi o precursor do que chamamos de globalização, ou seja, partir dos
aspectos mais gerais para depois chegar aos mais específicos; essa ideia tomou
muita forma no método de alfabetização que denominamos método global;
também foi o idealizador dos centros de interesses.
Anísio
Teixeira:
Educador
brasileiro
(1900-1971)
Ex-aluno de Dewey, foi o grande difusor de suas ideias no Brasil. Um dos
signatários do documento Manifesto dos Pioneiros, objetivava uma escola laica e
gratuita a todos.
Para Anísio Teixeira, a escola deveria, mais do que instruir, formar homens livres
capazes de viver com mais inteligência, autonomia e felicidade. Para tanto,
deveria ter condições de trabalhar atitudes e senso crítico.
Ele sugere que o trabalho pedagógico seja realizado a partir de problemas ou
projetos. O ambiente escolar deve ser pautado na liberdade e confiança entre
professores e alunos.
Carl Rogers:
Psicólogo
norte-
americano
(1902-1987)
Rogers leva para a educação a teoria que desenvolveu nos consultórios como
psicólogo, uma psicologia humanista não diretiva.
Para ele, o professor, tal qual o terapeuta, deve facilitar o aprendizado,
propiciando novas experiências, capacidade de viver o presente, autoconfiança,
dentre outras características.
Carl Rogers:
(continuação)
Sua marca registrada é a não diretividade. O professor, para desenvolver isso,
deverá apresentar três qualidades: congruência – ser autêntico com o aluno;
empatia – compreender os sentimentos do outro e consideração positiva
incondicional.
Freinet:
Educador
francês
(1896-1966)
Freinet considerava que a forma mais profunda de aprendizado é o
desenvolvimento afetivo. Seus conceitos foram amplamente difundidos e muito
utilizados, tais como as aulas-passeio, os cantinhos e a troca de correspondências.
Em sua concepção, era necessário transformar a escola por dentro, pois lá é o
espaço em que as contradições se manifestam.
O professor deve ser aquele que colabora para o êxito dos alunos e organiza o
trabalho para que os alunos possam fazer experiências e buscar respostas às suas
inquietações.
Ele propôs a pedagogia do bom senso, em que a aprendizagem resulta de uma
relação dialética entre ação e pensamento, teoria e prática. Sua teoria fundamenta-
se nos seguintes eixos: cooperação, comunicação, documentação e afetividade.
Neill:
Educador e
escritor
É conhecido por fundar a Summerhill School, na Inglaterra, que se fundamenta na
liberdade da criança de escolher e decidir o que deseja aprender e, a partir daí,
desenvolver-se num ritmo próprio.
escocês
(1883-1973)
Tem grande influência de Rousseau, Freud e Reich. Acreditava que a educação
deveria se fundamentar na dimensão emocional para que a sensibilidade superasse
a racionalidade. Desejava que seu método fosse utilizado “como remédio para a
infelicidade” que a sociedade de consumo, família e educação tradicional geram.
O sucesso, para ele, é trabalhar feliz.
Bourdieu e
Passeron:
Sociólogos
franceses
(séc. XX).
 
Escreveram o livro A Reprodução (1970), em que concluem que a escola, em vez
de ter uma função transformadora, reproduz e reforça as desigualdades sociais. A
escola, sob a aparência de neutralidade, exerce a violência simbólica.
Violência simbólica: é exercida pelo poder de imposição das ideias transmitidas
por meio da comunicação cultural, da doutrinação política e religiosa, das práticas
esportivas, da educação escolar.
Bourdieu e
Passeron:
(continuação)
Outro conceito importante é o de capital cultural, utilizado para designar nichos
da atividade humana nos quais se desenrolam lutas pela detenção do poder
simbólico, que produz e confirma significados, consagra valores que se tornam
aceitáveis pelo senso comum.
Althusser:
Filósofo
francês
(1918-1990)
Louis Althusser é considerado crítico-reprodutivista. Sua principal tese é de que o
Estado é composto por dois tipos de aparelhos, os ideológicos e os repressivos.
Os Aparelhos Repressivos do Estado (ARE) são as instituições que funcionam
prioritariamente pela força, tais como exército, prisão e tribunais. Os Aparelhos
Ideológicos do Estado (AIE) são compostos por instituições públicas e privadas
que funcionam a partir da ideologia. São considerados AIE: AIE religioso (o
sistema das diferentes igrejas); AIE escolar (o sistema das diferentes escolas
públicas e privadas); AIE familiar; AIE jurídico; AIE político (o sistema político
dos diferentes partidos); AIE sindical; AIE de informação (a imprensa, o rádio, a
televisão etc.).
Os aparelhos ideológicos e repressivos são criados pela classe dominante com o
intuito de manter seu status quo. O mais importante aparelho da sociedade
moderna é o AIE escolar.
Establet e
Baudelot:
Professores
de Sociologia
da educação
na França
Para os sociólogos Establet e Baudelot, a escola não é unitária, como afirmam
Bourdieu e Passeron, mas, sim, dividida conforme as classes sociais. Dessa
forma, desenvolveram a teoria da escola dualista, ou SS (Secundária Superior) e
PP (Primária Profissionalizante), em que a primeira era destinada à elite e seu
trabalho fundamenta-se no desenvolvimento intelectual. A segunda destina-se à
classe proletária e tem como base o trabalho manual.
Ivan Illich:
Teólogo
austríaco
(1926-2002)
Autor do livro Sociedade sem escolas, defendia a desescolarização da sociedade.
Para ele, os sujeitos adquiriam a maior parte de seus conhecimentos fora da
escola, que manipula e é hierarquizada. O sistema escolar impõe um trabalho
repetitivo por meio de currículos extensos e superficiais.
Paulo Freire:
Educador
brasileiro
(1921-1997)
Patrono da educação, Paulo Freire é reconhecido internacionalmente por seu
trabalho como educador, principalmente pelo seu método de alfabetização de
jovens e adultos. Nesse método, é possível perceber três grandes passos:
Paulo Freire:
(continuação)
• No primeiro, o professor investiga os saberes que o educando traz, valorizando
sua cultura.
• No segundo momento, explora as questões relativas aos temas das discussões,
ampliando os conhecimentos, partindo do senso comum rumo a uma visão
crítica.
• No terceiro momento, volta-se do abstrato para o concreto; o conteúdo é
trabalhado e são sugeridas ações para superar impasses.
 
Sua prática pedagógica é assumidamente política, cujo objetivo é conscientizar os
estudantes, levando-os à compreensão de oprimidos e à busca de sua libertação.
Critica as concepções tradicionais, denominando-as educação bancária, em que
se deposita conhecimentos sem crítica e problematização.
O professor tem um papel diretivo na prática pedagógica em que assume uma
postura de autoridade e não autoritarismo, garantindo as trocas de saberes.
Edgar Morin:
Sociólogo
francês
(1921)
Diante das mudanças que aconteceram no final do século XX, o sociólogo francês
propõe o conceito de complexidade em seu sentido etimológico – aquilo que é
tecido junto. Considera que as incertezas e as contradições fazem parte da
natureza humana, mas traz também a solidariedade e a ética como fundamentais
ao homem.
A pedido da Unesco, em 1999, ele escreve um livro em que traz reflexões que
serviriam de ponto de partida para a educação no século XXI. Denominado Os
sete saberes necessários à educação do futuro, o livro apresenta os seguintes
pontos, como saberes:
1. As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão;
2. Os princípios do conhecimento pertinente;
3. Ensinar a condição humana;
4. Ensinar a identidade terrena;
5. Enfrentar as incertezas;
6. Ensinara compreensão, e
7. A ética do gênero humano.
Perrenoud:
Sociólogo
suíço
(1955)
Desenvolve a Teoria das Competências, que são entendidas como a capacidade de
mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades,
informações etc.) para resolver situações do cotidiano. Já as habilidades são
menos amplas do
Perrenoud:
(continuação)
 
 
que as competências que são formadas por várias delas. Uma mesma habilidade
pode estar presente em várias competências.
Para o sociólogo, o professor deverá desenvolver 10 competências em sua
profissão:
1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
2. Administrar a progressão das aprendizagens.
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho.
5. Trabalhar em equipe.
6. Participar da administração da escola.
7. Informar e envolver os pais.
8. Utilizar novas tecnologias.
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
10. Administrar sua própria formação contínua.
 
 
1.3 Papel político-pedagógico e organicidade do
ensinar, aprender e pesquisar. Função sociocultural
da escola. Escola: comunidade escolar e contextos
institucional e sociocultural
 
Já vimos o conceito de educação de diversos autores, mas qual o papel da
educação em nossa sociedade? Qual a função sociocultural da escola?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 2º, aponta
caminhos para entender o papel da educação escolar em nosso país:
 
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(BRASIL)
 
 
É importante entender que a escola possui um papel e que está ligada
diretamente às relações sociais, políticas, econômicas e culturais. Seus
objetivos, o trabalho docente, os conteúdos, as metodologias estão envolvidos
pelos significados sociais. Libâneo (1994) aponta que:
 
O caráter pedagógico da prática educativa se verifica como ação consciente, intencional e
planejada no processo de formação humana, através de objetivos e meios estabelecidos
por critérios socialmente determinados e que indicam o tipo de homem a formar, para
qual sociedade, com que propósitos.
 
Estamos vivendo acontecimentos que afetam diretamente a instituição
escolar. Vivemos num momento em que as informações estão disponíveis em
diversos espaços e a formação não se restringe, como em tempos passados, à
escola. Há diversos meios para o desenvolvimento de habilidades cognitivas
e competências sociais requeridas pela prática.
Conforme Libâneo (2012), existe uma “tensão” em relação aos processos
formativos, mas não significa o fim da escola como espaço socioeducativo e
nem o caminho para a desescolarização da sociedade. O que ele sugere é que
a escola de hoje precisa conviver com outras modalidades de educação, tais
como a educação não formal e a educação profissional e integrar-se a elas a
fim de formar cidadãos mais preparados para o contexto atual. Assim, o
ensino escolar deve contribuir para:
• formar para aprendizagem permanente;
• fomentar uma formação global que possibilite melhor qualificação
profissional;
• desenvolver conhecimentos, capacidades, e qualidades que promovam o
exercício consciente e crítico da cidadania;
• formar cidadãos éticos e solidários.
 
1.4 Organização do trabalho na escola pública:
articulação das diferentes instâncias e agentes
educativos na construção da cidadania e na melhoria
da qualidade do ensino
Ao falar do trabalho na escola pública, não podemos deixar de situá-la no
contexto atual, uma sociedade globalizada, dentro de uma revolução
tecnológica e permeada pela ideologia do livre mercado (neoliberalismo).
Diante disso, a questão que se impõe é: como deve ser o trabalho pedagógico
da escola para que o aluno se insira no mundo do trabalho e exerça,
plenamente, a sua cidadania?
A escola, ao contrário das empresas, não deve situar seu trabalho na
perspectiva da Qualidade Total em que se busca a uniformização, mas, como
aponta a Resolução nº 4/2010, ela deve se pautar na Qualidade Social, na
qual se consideram as diferenças inerentes aos sujeitos e se pretende trabalhar
o conhecimento para o desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas e
sociais.
Como aponta a Resolução nº 4/2010, a educação básica deve se pautar no
princípio do cuidar e educar em que o trabalho pedagógico:
 
[..] busca garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante
desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais
disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe
possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens.
 
Libâneo et al. (2012) traz a escola pública numa perspectiva voltada para a
maioria da sociedade, em que passa a ser compreendida como um “direito
universal básico, e como um bem social público, condição para emancipação
social”. 
Assim, a prática pedagógica deve estar voltada para a emancipação na qual 
professores, gestores, pais e comunidade devem ser concebidos como agentes
de transformação social.
A busca dessa transformação deve aparecer no currículo, no projeto
político-pedagógico, nos planos de trabalho do professor; enfim, a escola
deve estar consciente de todas as dimensões que afetam os processos
educativos e os resultados escolares.
 
1.5 Análise de dificuldades, problemas e
potencialidades no cotidiano escolar em sua relação
com a sociedade concreta
Souza e Orso (2008) afirmam que são muitos os problemas que a escola
enfrenta hoje, tais como: a defasagem na formação inicial e continuada dos
educadores para enfrentar os desafios em sala de aula; a crescente
desobrigação dos órgãos públicos em face da educação; a carga excessiva de
obrigações da escola atribuída pela sociedade; a organização do tempo
escolar, que não respeita o ritmo de aprendizagem dos alunos, a diversidade
cultural e as condições socioculturais, como, também, a indisciplina e o
desinteresse dos alunos.
Esses desafios impõem-se cotidianamente aos professores que necessitam
conhecer as situações de aprendizagem que possam possibilitar a apropriação
de conhecimentos sistematizados, sem que se perca a formação na e para a
cidadania. Busca constante de aperfeiçoamento e compreensão dos processos
de aprendizagem.
Outros problemas se apresentam no cotidiano escolar como a pouca
participação da família na escola, poucas horas-atividade para planejamento e
utilização de recursos audiovisuais disponíveis, falta de recursos materiais,
infraestrutura precária.
 
 
Mesmo com tantos problemas, a escola também tem muitas
potencialidades e possibilidades. A escola, na sociedade moderna, é o
principal locus de aquisição do conhecimento sistematizado e, portanto, tem a
vantagem de possibilitar grandes mudanças sociais quando se propõe a
intervir na realidade dos alunos, ampliando os seus conhecimentos.
O trabalho em equipe, fruto de uma gestão democrática, pode facilitar a
resolução dos problemas na escola, diminuindo as dificuldades enfrentadas
no cotidiano. O grupo de profissionais, não apenas os professores, pode
tomar decisões coletivas e cada segmento fazer sua parte. O projeto político-
pedagógico deve ser construído a partir de um diagnóstico da realidade
contendo uma visão do que desejam para o futuro. Criação de espaços para
troca de informações sobre as dificuldades e espaço para deliberações
cooperativas sobre ações.
Foram muitas informações em nosso primeiro capítulo. Vamos verificar o
que você aprendeu?
Faça um resumo no quadro a seguir com os principais pontos do que você estudou.
 
 
 
 
 
 
 
Meta de acertos: Total de questões certas: Porcentagem de acertos:
Conteúdos que preciso rever:
 
 
 
 
 
 
 
1. (Upenet/Colégio Militar-PE/Professor – Cultura, Cidadania e
Sociologia/
2011) “Para o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), a sociedade
prevalecesobre o indivíduo”. (TOMAZI, N. D. Iniciação à Sociologia. São
Paulo: Atual, 1993, p. 18).
Sobre a concepção de Sociedade e Sociologia em Durkheim, analise as
afirmativas abaixo:
I – A sociedade é definida como um conjunto de normas de ação, pensamento
e sentimento que não existem, apenas, nas consciências dos indivíduos.
II – O objeto de estudo da sociologia são os fatos sociais, que diferem dos
fatos estudados pelas outras ciências, pois se referem às regras e normas
coletivas que orientam a vida do indivíduo em sociedade.
III – Os fatos sociais são interiores e coercitivos aos indivíduos, ou seja, têm
origem na coletividade e são seguidos pelos membros da sociedade.
IV – Para Durkheim, os fenômenos sociais têm origem no indivíduo e se
consolidam no conjunto de normas e regras criadas pelas instituições para
manter a ordem, que as gerações transmitem umas às outras.
V – O conceito de solidariedade mecânica está baseado na ideia de
consciência coletiva, em que sua origem está nas semelhanças entre os
membros de uma sociedade. Já o conceito de solidariedade orgânica se
fundamenta no princípio da consciência individual que implica maior
autonomia e liberdade de ação.
Estão corretas
a) I, II, IV e V.
b) III, IV e V.
c) I, II e V.
d) II, III e IV.
e) I e IV.
 
(Cespe/Ministério das Comunicações/Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos/Pedagogo/2011)Acerca da história da sociedade e educação,
julgue os itens que se seguem em certo ou errado.
2. ( ) A concepção tecnicista de educação introduziu, no âmbito educacional,
conceitos como o de produtividade e o de eficiência.
3. ( ) O sistema educacional idealizado por Auguste Comte tem origem na lei
dos três estados, que faz referência a estados da região Sul, considerados
os de maior desenvolvimento educacional.
4. ( ) Antonio Gramsci propôs o estabelecimento da escola unitária, também
denominada escola única, como alternativa à escola tradicional,
caracterizada pela divisão do ensino em clássico e profissional.
5. ( ) A luta de John Dewey contra o analfabetismo tornou-o o mais eminente
defensor da educação libertária.
6. ( ) O Conselho Federal de Educação, criado em 1962, foi instituído pela
primeira lei de diretrizes e bases da educação nacional.
 
7. (Consultec/Unicentro/Vestibular – Sociologia/2012) A relação indivíduo
e sociedade é um dos eixos dos estudos sociológicos. Sobre esse assunto,
um dos autores clássicos da Sociologia observa a primazia da sociedade e
dos grupos sociais, que exercem determinado tipo de coerção sobre os
indivíduos, fazendo-os assumir papéis sociais específicos em relação a
determinados fenômenos particulares.
Trata-se, nesse caso, de.
a) Karl Marx.
b) Max Weber.
c) Augusto Comte
d) Émile Durkheim.
e) Herbert Spencer.
 
8. (IF-PB/IF-PB/Professor – Sociologia/2014) “A educação é a ação
exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem
ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e
desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e
morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio
especial a que a criança, particularmente, se destine” (DURKHEIM, E.
Educação e Sociologia. 1978, p. 41).
De acordo com o que expressa o trecho, analise as afirmativas a seguir:
I – A Educação faz emergir os conflitos e as desigualdades sociais presentes
na sociedade.
II – A Educação contribui para o processo de socialização.
III – A Educação exerce um papel na coesão social.
IV – A Educação proporciona ao indivíduo construir a sua individualidade.
 
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II.
 
9. (Funrio/IF-PI/Professor – Sociologia/2014) A educação, como objeto da
Sociologia, é uma das mais importantes instituições sociais. Como
instrumento de socialização do indivíduo, é correto afirmar que
a) a Educação é o instrumento pelo qual a sociedade transmite cultura.
b) o processo educacional distancia-se da cultura no sentido em que não é
um fim em si mesmo, é apenas um instrumento social.
c) a Educação, enquanto objeto da Sociologia, reflete as perspectivas
sociais através de uma visão de senso comum para manter os grupos
sociais.
d) nas sociedades chamadas equivocadamente de “primitivas”, não se
identifica nenhum processo educacional sociologicamente observável.
e) a Educação não é a instituição que detém o poder de preparar os jovens
para o desempenho de papéis sociais.
 
10. (Cesgranrio/SEEC-RN/Professor – Sociologia/2011) O positivismo,
como escola filosófica, derivou do chamado cientificismo que, por sua vez,
se caracteriza pela
a) busca de uma identidade entre as leis biológicas e as leis sociais,
hereditariedade e história.
b) crença na possibilidade de a razão humana conhecer e traduzir a
realidade sob a forma de leis.
c) certeza de que existem caracteres universais, dispostos sob a forma de
sistemas, que se desenvolvem em interação.
d) convicção no princípio a partir do qual as sociedades se modificam e se
desenvolvem de formas diferentes.
e) criação de um modelo que representa a passagem da sociedade de um
estágio superior para outro inferior.
 
11. (Cespe/Semec-PI/Pedagogo/2010) Assinale a opção correta acerca da
função social e política da escola, segundo Gramsci.
a) A escola é um espaço de luta pela hegemonia da sociedade e de
formação do intelectual orgânico.
b) A escola tem exclusivamente a função de transmitir valores dominantes,
contribuindo para a adaptação dos indivíduos à sociedade.
c) A escola deve valorizar a experiência para criar um ser autônomo capaz
de renovar os costumes de uma sociedade capitalista.
d) A função da escola está relacionada ao desenvolvimento econômico por
meio da formação de trabalhadores mais qualificados.
e) A escola é considerada um aparelho ideológico do Estado, tendo como
função reproduzir as relações de exploração na sociedade capitalista.
 
12. (Consultec/Unicentro/Vestibular – Sociologia/2012) Ao observar que a
sociedade não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho e
não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de
atividades de lazer, considera-se uma realidade que exemplifica um dos
conceitos desenvolvidos por Pierre Bourdieu denominado
a) interacionismo simbólico.
b) agressividade simbólica.
c) ideologia simbólica.
d) violência simbólica.
e) violência urbana.
 
(Cespe/Correios/Analista de Correios – Pedagogo/2011) Julgue o item
abaixo com Certo (C) ou Errado (E) a respeito do tema “Educação e
Sociedade”.
13. ( ) A concepção tecnicista de educação introduziu, no âmbito educacional,
conceitos como o de produtividade e o de eficiência.
 
(Cespe/Secretaria de Educação – Sedu/Pedagogo/2012) Acerca da relação
sociedade e educação, responda os itens 14 e 15 em (C) Certo ou (E) Errado.
14. ( ) A visão sociológica de Durkheim se fundamenta em pressupostos
progressistas que veem na educação um fator de desenvolvimento e de
superação de estruturas societárias arcaicas.
15. ( ) Gramsci, em uma perspectiva conservadora da relação educação e
sociedade, fornece elementos que permitem conceber uma teoria
dialética para a educação.
 
(Cespe/Seduc-AM/Professor de Sociologia/2011) Considerando as
contribuições da sociologia, da filosofia e da psicologia para a educação,
julgue os itens a seguir em certo ou errado.
16. ( ) Louis Althusser, herdeiro intelectual de Karl Marx, elaborou crítica
radical aos sistemas de ensino, denunciando o seu caráter de classe e de
aparelho ideológico do Estado.
17. ( ) Uma das contribuições de Célestin Freinet para a educação diz respeito
ao uso de grande quantidade de material didático, tais como cubos,
sólidos, cartões, em atividades voltadas para o desenvolvimento dos
sentidos do educando.
18. ( ) Segundo Émile Durkheim, a educação constitui elemento integrador da
sociedade, sendo pais e professores agentes sociais responsáveis pela
inculcação de valores sociais nos educandos.
19. ( ) A concepção de escola como instituição responsável pela
transformaçãosocial fundamenta-se no pensamento positivista.
20. ( ) De acordo com a tendência pedagógica liberal tradicional, os
conteúdos de ensino devem corresponder a conhecimentos socialmente
acumulados e a valores socialmente estabelecidos.
21. ( ) Consoante a tendência pedagógica marxista, para que ocorra a
formação integral do ser humano, os conteúdos educacionais devem
propiciar a educação mental, física e tecnológica.
 
(Cespe/Seplag-DF/Professor de Educação Básica/2010) Acerca da temática
educação e sociedade julgue os itens seguintes em (C) Certo ou (E) Errado.
22. ( ) No campo da sociologia da educação, destaca-se a presença dos
clássicos Durkheim, Marx e Weber que contemplaram em suas análises
os sistemas educacionais. Durkheim, por exemplo, comparou a educação
alemã àquela dos literatos chineses e Weber estuda o sistema educacional
francês.
23. ( ) Para Durkheim, a educação era uma instituição fundamental para a
ordem social. A sua preocupação em relação à educação estava
diretamente ligada ao estudo da moral por ser o melhor meio para a
socialização dos indivíduos, para as regras fundamentais da sociedade.
24. ( ) No contexto brasileiro, a educação como objeto de investigação
sociológica foi analisada a partir de uma perspectiva que buscava
enfatizar a sua importância social mediante, por exemplo, a compreensão
dos seus aspectos político-institucional, as suas reformas, os diferentes
papéis que a 
sociedade atribui e a espera da educação em seus diversos níveis.
Destaca-se 
que a relação entre educação e desenvolvimento tem sido uma temática
de grande importância seja na educação, na economia ou na sociologia,
os vínculos e interações entre educação e desenvolvimento aparecem sob
as mais diversas formas.
25. ( ) Marx, Durkheim e Weber perceberam que a posição da educação na
estrutura social e sua relação com outras instituições eram as chaves para
compreender a dinâmica da mudança educacional. Embora somente
Marx tenha teorizado profundamente sobre os reais mecanismos de
desenvolvimento educacional, nenhum deles deixou dúvida de que esta
deveria ser uma parte integrante de suas macroteorias – para Marx, a
mudança educacional nasceu do jogo dialético entre infraestrutura e
superestrutura; para Weber, ela estava associada à dinâmica da
burocratização; para Durkheim, ela estaria, e deveria estar, unida a ação
política e, desse modo, ao desenvolvimento de uma sociedade orgânica,
integrada e normativa.
 
(Cespe/Semec-PI/Professor Classe A/2010) Julgue o item abaixo em Certo
ou Errado.
26. ( ) Marx afirma que a educação não pode encaminhar a superação efetiva
do modo de produção entendido como um todo, pois a atividade do
educador é apenas uma parte do sistema.
 
Gabarito
ESPAÇO DO ALUNO
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2
ASPECTOS PEDAGÓGICOS E SOCIAIS
DA PRÁTICA EDUCATIVA, SEGUNDO
AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
 
Agora, vamos tratar de um dos conteúdos mais cobrados em provas de
concurso para professores: tendências pedagógicas. Inicialmente, queremos
saber quais os seus conhecimentos sobre esse assunto. Preencha o quadro a
seguir sem se preocupar se está certo ou não.
Tendências Liberais Tendências Progressistas
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Desenvolvimento histórico das concepções
pedagógicas
Então vamos lá! As tendências pedagógicas são extremamente
importantes, pois embasam a nossa visão de educação e trazem o panorama
das principais abordagens na evolução e trajetória educacional.
Uma interessante abordagem é a de Demerval Saviani (2002) que aponta
quatro grandes tendências/concepções: o humanismo tradicional (visão
essencialista do homem); o humanismo moderno (visão de homem centrada
na existência), a concepção analítica (sem definição filosófica clara, no
início positivista, depois passou a ser tecnicista) e a concepção dialética
(visão histórica concreta do homem).
A evolução, segundo o autor, ocorre nesta sequência:
 
Saviani se inclui na concepção dialética, que busca compreender o
fenômeno educativo, considerando a contradição, a totalidade, a
reprodução, a mediação e a hegemonia.
 
Então, tranquilo até aqui? Está fazendo anotações ao longo do texto?
Vamos continuar...
 
Não podemos deixar de falar no autor mais cobrado em provas de
concursos: José 
Carlos Libâneo. O autor classifica as tendências em dois grandes grupos:
Liberais e Progressistas, conforme o esquema a seguir:
 
 
Outro autor muito cobrado é Luckesi (2011), que apresenta três tendências
filosófico-políticas para compreender a educação: educação para a
redenção, educação como reprodução e educação como transformação
da sociedade. Para ele, é necessário compreender essas perspectivas para
nortear o trabalho pedagógico. Então, vamos ver o que traz cada uma delas.
 
 
 
Educação para a
redenção
Educação como
reprodução
Educação como transformação da sociedade
A educação “cura”
a sociedade de
suas mazelas,
adaptando os
indivíduos ao
modelo ideal de
sociedade.
A educação não
sofre interferência
da sociedade; ao
contrário, ela que
Não propõe uma prática
pedagógica, apenas
demonstra como atua a
educação dentro da
sociedade,
reproduzindo o modelo
capitalista.
Nessa perspectiva, não
há possibilidade de
mudanças por meio da
educação.
A educação não redime nem reproduz a sociedade, mas serv
de meio, ao lado de outros, para realizar um projeto d
sociedade. Pretende compreender a educação dentro de seu
condicionantes e agir estrategicamente para a su
transformação. Recusa-se ao otimismo ilusório (redenção) e a
pessimismo imobilizador (crítico-reprodutivista).
Também é denominada teoria crítica, coloca-se como um
instância entre outras para a transformação da sociedade.
interfere nos
destinos do todo
social.
 
 
2.2 Tendências pedagógicas
Vamos às principais características de cada tendência pedagógica.
 
2.2.1 Tendências liberais
2.2.1.1 Tendência liberal tradicional
Acentua o ensino humanístico, de cultura geral. Busca a preparação
intelectual e moral dos alunos para assumirem seus papéis na sociedade, por
meio do repasse de conteúdos acumulados pela humanidade. A metodologia
baseia-se na exposição e demonstração verbal. O professor representa a
autoridade que exige a atitude receptiva dos alunos. A aprendizagem é
mecânica e confundida com memorização. É chamada educação bancária.
 
2.2.1.2 Tendência liberal renovada/escola nova
Valoriza o aluno como sujeito do conhecimento, a experiência no meio, e o
ensino centrado no aluno e no grupo. Esta tendência apresenta duas vertentes:
Progressivista: difundida pela Escola Nova (Anísio Teixeira, Montessori,
Decroly e Piaget). Nessa tendência, a escola deve adequar as necessidades
individuais ao meio social. Os conteúdos são trabalhados a partir das
experiências vividas pelos alunos. A metodologia pauta-se na resolução de
problemas, trabalhos em grupos e atividades cooperativas. O professor é o
auxiliador do desenvolvimento da criança. A aprendizagem é baseada na
motivação.
Não diretiva: orientada para a autorrealização e as relações interpessoais
(Carl Rogers). Baseia-se na busca dos conhecimentos pelos próprios alunos e
na formação de atitudes. Trabalha com métodos que facilitem a
aprendizagem. As relações são horizontais e o professor garantirá um
relacionamento de respeito.
 
2.2.1.3 Tendência liberal tecnicista
O essencial não é o conteúdo, mas as técnicas e a preparação para mão de
obra. Utiliza-se do enfoque sistêmico, da tecnologia educacional e da análise
experimental do comportamento. Traz conceitos da administração para a
organização escolar, como o taylorismo, em que se prega a divisão do
trabalho: alguns são responsáveis pelo planejamento e outros pela execução.
Também trabalha com vistas à eficiência e eficácia.
Pode-se afirmar que o papel da escola é modelar o comportamento por
meio de técnicas específicas. Os conteúdos são trabalhados em uma
sequência lógica a partir de procedimentos e técnicas para transmissão e
recepção de informações. A relação professor-aluno é vertical, em que ao
professor cabe transmitir o conteúdo e ao alunofixá-la.
 
2.2.2 Tendências progressistas (termo cunhado por
Snyders)
2.2.2.1 Tendência progressista libertadora
O maior representante é Paulo Freire; o foco é a educação de jovens e
adultos. Tem como objetivo levar professores e alunos a atingirem um nível
de consciência da realidade em que vivem e buscar transformações sociais. A
metodologia baseia-se em temas geradores. A relação é horizontal e dialógica
de igual para igual. Trabalha-se com grupos de discussões para a resolução de
situações-problema.
 
2.2.2.2 Tendência progressista libertária
Caracteriza-se por ser defensora da autogestão, é antiautoritária e valoriza
a experiência do aluno e o processo de aprendizagem grupal (assembleias,
discussões). Busca transformar a personalidade num sentido libertário e
autogestionário. Os conteúdos são colocados, mas não exigidos. O trabalho
pedagógico organiza-se por meio de vivência grupal na forma de autogestão.
A relação com os alunos é não diretiva e o professor é orientador de alunos
livres.
2.2.2.3 Tendência crítico-social dos conteúdos
Nessa tendência, os conteúdos culturais universais são incorporados pela
humanidade frente à realidade social. A metodologia parte da relação direta
entre a experiência do aluno e o conhecimento sistematizado. O professor é o
mediador do conhecimento.
Você sabia que o educador americano Edgar Dale desenvolveu uma teoria denominada Cone d
Aprendizado? Nela, ele aponta que apreendemos apenas 10% do que lemos e 90% do que realizamos, po
isso as atividades de consolidação da aprendizagem e a resolução de questões são tão importantes em su
preparação.
 
Em muitos materiais preparatórios são apresentados quadros-resumo prontos. Como nossa proposta é a su
aprovação, você irá construir o seu quadro com os principais pontos das tendências pedagógicas. Apó
preenchê-lo, leia – em voz alta.
 
 
 
 
 
Nome da Tendência Pedagógica Papel daEscola Conteúdos Métodos
Professor
x
aluno
Aprendizagem Manifestações
TENDÊNCIAS LIBERAIS
Pedagogia Liberal
Tradicional.
Nas escolas que adotam filosofias
humanistas clássicas ou científicas.
Tendência
Liberal Renovadora Progressivista.
Montessori Decroly
Dewey
*Piaget
Tendência
Liberal Renovadora não diretiva
(Escola Nova)
Carl Rogers, “Sumermerhill” escola de A
Neill.
Tendência
Liberal
Tecnicista.
Leis n
os
 5.540/1968
e 5.692/1971.
TENDÊNCIAS PROGESSISTAS
Tendência Progressista Libertadora Paulo Freire.
Tendência Progressista Libertária. C. Freinet
Miguel Gonzales
Arroyo.
Tendência Progressista crítico
social
dos conteúdos.
Makarenko
B. Charlot
Suchodoski
Manacorda
G. Snyders
Demerval Saviani.
 
 
Meta de acertos: Total de questões certas: Porcentagem de acertos:
Conteúdos que preciso rever:
 
 
 
 
 
 
 
1. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Considerando a tendência pedagógica
renovada não diretiva, assinale a opção correta quanto à relação professor-
aluno.
a) O professor, por meio do sistema instrucional, é o elo entre o
conhecimento científico e o aluno.
b) A educação deve ser centrada no aluno, e o professor deve ser um
especialista em relações humanas.
c) A atitude receptiva do aluno e a autoridade do professor são o centro do
processo educativo.
d) O diálogo e a relação horizontal são os pilares nas relações na sala de
aula.
 
2. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A tendência pedagógica cuja base do
planejamento da ação didática seja a sequência: motivação do aluno,
apresentação do conteúdo, associação de conhecimentos e generalização
denomina-se
a) liberal renovada progressivista.
b) progressista libertária.
c) progressista libertadora.
d) liberal tradicional.
 
3. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Acerca da concepção de educação
segundo a tendência crítico-social dos conteúdos, assinale a opção correta.
a) A educação é uma atividade mediadora entre uma experiência
fragmentada do conhecimento e uma visão organizada e unificada.
b) A preparação intelectual e moral dos alunos para assumirem
determinadas posições na sociedade é a função primordial da educação.
c) O foco da educação está na adequação das necessidades individuais ao
meio social por meio da reprodução de situações da vida.
d) O questionamento das relações do homem com a natureza, visando à
transformação da realidade, é a base da educação.
 
4. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A tendência pedagógica da escola que
trabalha com temas extraídos da prática social e da realidade dos alunos
para a construção do conhecimento é identificada como
a) liberal renovada progressivista.
b) progressista libertária.
c) progressista libertadora.
d) renovada não diretiva.
 
5. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Assinale a opção correta em relação à
pedagogia tradicional.
a) A atividade de ensinar, na pedagogia tradicional, não está centrada no
professor.
b) Na pedagogia tradicional, a proposta pedagógica está voltada para o
interesse da maioria da população.
c) A pedagogia tradicional é uma educação não diretiva.
d) Em geral, considera-se que, na pedagogia tradicional, o aluno é um
recebedor da matéria, e sua tarefa é decorá-la.
 
6. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) Assinale a opção incorreta a respeito da
pedagogia libertadora.
a) A pedagogia libertadora prescinde de uma proposta explícita de didática.
b) A atividade escolar, nessa pedagogia, é centrada na discussão de temas
sociais.
c) A pedagogia libertadora é muito utilizada na educação de jovens e
adultos.
d) Nessa abordagem pedagógica, não se utilizam temas geradores.
 
7. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A pedagogia crítico-social dos conteúdos,
a) os conhecimentos sistematizados devem ser confrontados com as
experiências socioculturais.
b) não é atribuída importância à didática escolar e à direção do processo de
ensinar.
c) busca-se a transmissão passiva dos conhecimentos escolares articulados
com a sociedade.
d) é dada preferência aos interesses minoritários da sociedade,
privilegiando-se 
algumas classes.
 
8. (Cespe/Semec/Pedagogo/2009) A tendência liberal renovada não diretiva,
orientada para os objetivos da autorrealização, tem como um de seus
principais inspiradores.
a) Jean Piaget.
b) Ovídio Decroly.
c) Carl Rogers.
d) Paulo Freire.
e) Demerval Saviani.
 
(Cespe/SEDF/Professor de Atividades/2008) Julgue os itens de acordo com
as concepções pedagógicas.
9. ( ) A escola que adota uma orientação humanística clássica e trata os
conteúdos como verdades absolutas repassadas de uma geração a outra
está assentada nos pressupostos da concepção liberal tradicional.
10. ( ) A concepção liberal renovada não diretiva tem em Maria Montessori
uma de suas principais representantes e baseia-se no trabalho de
estimulação da resolução de problemas.
11. ( ) A Lei nº 5.692/1971 teve como sustentação os princípios da concepção
liberal renovada progressivista em sua vertente de formação
profissionalizante.
12. ( ) Os processos autogestionários e a vivência grupal para a construção do
conhecimento são traços marcantes da concepção progressista
libertadora.
13. ( ) Freinet desenvolveu um trabalho significativo em relação à
concretização da concepção progressista libertária.
14. ( ) O confronto entre a experiência do aluno e os saberes historicamente
sistematizados caracteriza a concepção investigada especialmente por
Demerval Saviani.
 
(Cespe/SEDF/Professor de Atividades/2008) Julgue os itens de 15 a 19,
considerando as tendências pedagógicas na dimensão da relação professor e
aluno.
15. ( ) A tendência liberal tecnicista tem como objetivo assegurar a eficácia
técnica de transmissão do conteúdo instrucional pelo professor e de
fixação pelo aluno.
16. ( ) A centralidade na autoridade do professor e na atitude receptiva do
aluno é característica da tendência liberal tradicional.
17. ( ) Na tendência progressista libertária, o diálogo é o método que sustenta
a relação entre o professor e o aluno, e a total identificação com o povo é
a garantia de um bom relacionamento.
18. ( ) Uma relação baseada na mediação exercida pelo professor e na não
diretividade na orientação do trabalho pedagógico épressuposto da
tendência progressista crítico-social dos conteúdos.
19. ( ) Na tendência liberal renovada progressivista, o professor deve ser um
especialista em relações humanas para assegurar um clima de
relacionamento autêntico.
 
Gabarito
 
2.3 Pedagogia histórico-crítica
Ao analisar os editais dos últimos concursos, percebemos que é comum
cobrarem a teoria histórico-crítica descolada das tendências pedagógicas,
por isso, vamos abrir uma sessão específica para esse conteúdo.
Mas o que traz tal teoria? Como ela se apresenta no cotidiano das salas de
aula? Vamos, agora, entender um pouco mais sobre essa perspectiva teórica
(cuidado para não confundi-la com a tendência crítico-social dos conteúdos,
pois elas têm muito em comum).
A teoria histórico-crítica fundamenta-se no materialismo histórico
dialético, que tem em Marx seu principal teórico. Nessa perspectiva, dito de
forma bem simplista, a realidade é compreendida a partir dos contextos
político, social, econômico e cultural. O trabalho, ou a produção, é central
para a compreensão dos fenômenos sociais. O método dialético pode ser
representado da seguinte forma:
 
 
A teoria histórico-crítica vem sendo citada nos últimos 20 anos como a
possibilidade de se resgatar a importância da escola. Saviani (2013) afirma
que essa corrente firma-se a partir de 1979. Para Gasparin e Petenucci (S/D),
ela é um marco no desenvolvimento do pensamento educacional brasileiro,
pois traz a perspectiva de uma prática pedagógica comprometida com a
aprendizagem, a promoção do desenvolvimento das capacidades
psíquicas dos seres humanas e o rompimento com a alienação.
 
 
 
Saviani (2013) evidenciou o porquê dessa nomenclatura:
Histórico: porque nessa perspectiva a educação interfere na sociedade,
podendo contribuir para a sua transformação.
Crítica: pela clareza que se tem de que a sociedade interfere na educação.
É importante destacar que essa pedagogia visa resgatar a importância da
escola e o trabalho com o conhecimento sistematizado, próprio dessa
instituição.
A pedagogia histórico-crítica traz um formato de trabalho baseado no
método dialético, cujo objetivo é o desenvolvimento do aluno:
 
Vantagens do método de ensino:
• Estimular a atividade e iniciativa do professor;
• Favorecer o diálogo dos alunos;
• Favorecer o diálogo com a cultura acumulada historicamente;
• Levar em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o
desenvolvimento psicológico;
• Sistematização lógica dos conhecimentos.
 
 
2.3.1 Filosofia da teoria histórico-crítica
Como dito anteriormente, o materialismo histórico dialético é a base da
teoria histórico-crítica, é considerado a base filosófica dessa pedagogia. Para
Gasparin (2005), seus principais fundamentos são:
• a interpretação da realidade;
• a visão de mundo;
• a práxis (prática articulada com a realidade);
• a materialidade (organização dos homens em sociedade para a produção
da vida);
• concreticidade (caráter histórico sobre a organização que os homens
constroem através de sua história);
• o princípio básico da dialética é a contradição: tese, antítese, síntese;
• a atuação do professor deve ir no sentido da prática-teoria-prática.
 
 
Parte do pressuposto de que a existência social dos homens é que gera o
conhecimento. Para Gasparin (2005), o conhecimento é um fato histórico e 
social e ele está sujeito a continuidades, rupturas, reelaborações,
reincorporações, permanências e avanços.
Gasparin (2005) apresenta cinco passos que formam a didática na Teoria
Histórico-Crítica:
1. Prática social inicial: nível de desenvolvimento atual do educando.
Prática social inicial dos conteúdos que parte dos conhecimentos prévios dos
alunos e do professor. Desenvolve-se em dois momentos: anúncio dos
conteúdos e dos objetivos e investigação sobre o que os alunos sabem sobre o
conteúdo, por meio de diálogos, desafiando-os para o que irão aprender.
 
2. Problematização: explicação dos principais problemas postos pela
prática social relacionados ao conteúdo. Desenvolve-se em dois passos:
• breve discussão sobre os problemas e sua relação com o conteúdo
científico;
• transformação do conhecimento em questões problematizadoras, levando
em conta as dimensões científica, conceitual, cultural, histórica, social,
política, ética, econômica, religiosa etc., conforme os aspectos sobre os
quais se deseja abordar o tema, considerando-o sob múltiplos olhares.
 
3. Instrumentalização: expressa-se no trabalho do professor e dos
alunos.Apresentação do conhecimento científico formal, abstrato, pelo
professor aos alunos. Momento em que os educandos realizam comparação
mental com a vivência cotidiana que possuem sobre o assunto a fim de se
apropriarem do novo conhecimento. Utilização de recursos para mediação
pedagógica.
4. Catarse: é a compreensão do que foi estudado elaborando uma nova
forma de compreender a realidade. Conforme Gasparin (2005), ela se realiza:
• por meio da nova síntese mental a que o educando chegou;
• esta síntese se expressa por meio de uma avaliação oral ou escrita, formal
ou informal, na qual o educando traduz tudo o que aprendeu até aquele
momento.
 
5. Prática social final: novo nível de desenvolvimento atual do educando.
Consiste em assumir uma nova proposta de ação a partir do que foi
aprendido. Conforme Gasparin (2005), este passo se manifesta:
• pela nova postura prática, pelas novas atitudes, novas disposições que se
expressam nas intenções de como o aluno levará à prática, fora da sala de
aula, os novos conhecimentos científicos;
• pelo compromisso e pelas ações que o educando se dispõe a executar em
seu cotidiano, pondo em efetivo exercício social o novo conteúdo
científico adquirido.
 
Nessa didática, o professor parte da prática, ascende à teoria e volta à
prática novamente, mas não como a prática inicial e, sim, como práxis.
A avaliação tem como foco mostrar o crescimento do aluno, tendo como
critério a aquisição do conhecimento científico com vistas à transformação
social. É importante saber que o ponto inicial para essa avaliação é o
conhecimento que o aluno traz sobre o assunto, comparado ao conhecimento
científico que ele adquiriu.
Preencha o quadro-resumo do capítulo.
 
 
Conceitos
consolidados
Conceitos em processo de consolidação (devo me apropriar
melhor)
Termos
importantes
 
 
 
 
 
 
 
Meta de acertos: Total de questões certas: Porcentagem de acertos:
Conteúdos que preciso rever:
 
 
 
 
 
 
 
1. (Consuplan/Prefeitura de Ipueiras/2013) A perspectiva histórico-cultural
da aprendizagem considera a avaliação como fonte de informação para
novos procedimentos a serem tomados a cada instante no processo
educacional. Isso significa que:
a) a avaliação deve ocorrer para decidir quanto a aprovação ou reprovação
do aluno, no final do período letivo.
b) a ação de avaliar deve ser sempre classificatória.
c) a ação de avaliar deve ser sempre diagnóstica e processual.
d) a avaliação deve ser somente quantitativa.
 
2. (Funiversa/Sesi-DF/Professor de 1º ao 5º ano/2010) Os teóricos da
pedagogia histórico-crítica afirmam que a dialética é a essência dessa
proposta didática. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta.
a) Nessa concepção didática, há um entendimento idealista da dialética, que
se resume no ato de transformar as questões sociais em diálogo, no qual
todos têm espaço para expor suas ideias, sem haver uma reordenação
teórica destas.
b) Não é possível a emancipação do sujeito sem que ele se aproprie de
conhecimentos historicamente construídos e sistematizados socialmente,
tendo como ponto de partida e de chegada a prática social vivida pelo
educando, respeitando as três fases do método dialético – prática, teoria,
prática.
c) A ideia de práxis, defendida pelos marxistas, não se aplica aqui pelo fato
de transformar a educação em um ato político. Essa concepção está mais
preocupada com as questões histórico-críticas que com as políticas.
d) Essa concepção defende a emancipação do educando por meio da
retrospectiva

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