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124º Congresso Nacional de Medicina Interna
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Portuguese Journal of Internal Medicine
LIVRO DE 
RESUMOS 
VOL.25 
 
Edição 
Especial
 MAI/JUN 2018
Medicina Interna 
A Revista está conforme os princípios e procedimentos ditados pelo Committee on Publication Ethics (COPE) www.publicationethics.org 
This journal subscribes to the principles and guidelines of the Committee on Publication Ethics (COPE) www.publicationethics.org
ISSN 0872 - 671X
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 2
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Portuguese Journal of Internal Medicine
Medicina Interna 
Director | Director
Luís Campos, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental 
– Hospital São Francisco Xavier, Lisboa, Portugal
Editor-Chefe | Editor-in-Chief
João Sá, Hospital da Luz, Lisboa, Portugal
Editores Associados | Associated Editors
Lèlita Santos, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, 
Coimbra, Portugal
Vasco Barreto, Hospital de Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal
Filipa Malheiro, Hospital da Luz, Lisboa, Portugal
Conselho Editorial | Editorial Board
Ana Borges, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, 
Portugal
Bebiana Gonçalves, Hospital da Luz, Lisboa, Portugal
Cristina Rosário, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal
David D’Cruz, St. Thomas Lupus Unit, UK
Emilio Casariego Vales, Presidente da Sociedade Española de 
Medicina Interna, España
Frank Bosch, Dutch Society of Internal Medicine, European 
Federation of Internal Medicine, Netherlands
João Ascensão, Faculty of Medicine, George Washington University, 
USA
Luís Duarte Costa, Hospital da Luz, Lisboa, Portugal
Mafalda Santos, Hospital São Sebastião, Santa Maria da Feira, Portugal
Marco Fernandes, Hospital São Sebastião, Santa Maria a Feira, 
Portugal
Maria João Lobão, Hospital de Cascais, Cascais, Portugal
Nuno Bernardino Vieira, Hospital de Portimão, Portimão, Portugal
Patrícia Dias, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, 
Portugal
Ramon Pujol, Faculty of Medicine, Universitat Barcelona, España
Sofia Lourenço, Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, Portugal
Zélia Lopes, Hospital Padre Américo, Centro Hospitalar do Tâmega e 
Sousa, Penafiel, Portugal
Editor Técnico | Technical Editor
João Figueira
Consultora de Estatística | Statistical Consultant
Margarida Rebelo
Consultora Técnica | Technical Consultant
Helena Donato
Consultora de Lingua Inglesa | English Language Consultant
Marisa Manteigas
Open Access
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- Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0 Internacional.
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Commercial-No Derivatives 4.0 International License.
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Tiragem | Edition
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não ácido/Printed in acid-free paper
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175 203/02
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324º Congresso Nacional de Medicina Interna
ÍNDICE GERAL
 Listagem dos Revisores
04 
 Comunicações Orais
07 
 Imagens em Medicina
109 
 E-Posters
173 
 Índice de Autores
592 
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 4
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 4
LISTAGEM DE REVISORES
Abílio Gonçalves
Adriano José Carvalho Rodrigues
Aida Cordero
Alexandra Reis 
Ana Alexandra Duarte Martins
Ana Campar
Ana Catarina Pereira
Ana Catarina Rodrigues
Ana Fernandes Grilo
Ana Filipa Carvalh
Ana Gomes
Ana Isabel de Sá Pimenta de Castro
Ana João Sá
Ana Luísa Rodrigues Maia Patrocínio Cruz 
Ana Paiva Nunes
Ana Rita Fernandes
Ana Rita Sanches
Ana Sofia Pinto Basto Teixeira
Ana Sofia Silva
Ana Tornada
Ana Glória Fonseca
Ana Luísa Broa
Anabela Barros
Anabela Raimundo
António H. Carneiro
Avelino Ferreira
Bruno Grima
Carlos Manuel Alves Cabrita
Carlos Vasconcelos
Carmélia Rodrigues
Carolina Guedes
Catarina Bekerman
Catarina Conceição
Catarina Mota
Catarina Valadão
Cesar Lourenço
Cláudia Rodrigues
Conceição Escarigo
Conceição Pires
Cristiana Batouxas
Listagem dos Revisores que participam na classificação dos Abstracts
Cristina Duarte
Cristina Rosári
Diana Leite
Diogo Cruz 
Domitília Faria
Duarte Silva Soares
Edna Gonçalves
Elena Pirtac
Elisa Tomé
Estevão Pape
Fátima Campante
Fátima Guedes
Fátima Lampreia
Fausto Roxo
Fernando Frioes
Fernando Salvador
Filipe Perneta
Filomena Esteves
Francisca Delerue
Francisco Araújo
Francisco Gonçalves Silva
Francisco San Martin
Helena Cristina Teixeira
Helena Sarmento
Hugo Martins
Inês Antunes
Inês Palma dos Reis
Isabel Maldonado
Isabel Maria Azevedo Madruga
Isabel Martins
Ivone Ferreira 
Jaime Louro
Joana Mascarenhas
Joana Moreira
João Araújo Correia
João Madaleno
João Namora dos Santos
João Pessoa Cruz
Jorge Poço
José Barata
524º Congresso Nacional de Medicina Interna
LISTAGEM DE REVISORES
José Bernardes Correia
José Manuel del Águila
José Pereira de Moura
Juan Manuel Urbano Gálvez
Júlio Oliveira 
Karolina Ewa Godula Sodré Aguiar
Luis Brito Avo
Luis Val Flores
Luís Pedro Alves Tavares
Luís Francisco Alvarenga Varela
Luisa Fonseca 
Luisa Pinto
Luisa Rebocho
Luísa Azevedo
Luísa Eça Guimarães
Luísa Pereira
Madalena Lisboa
Manuel Calzado Criado
Márcia Ribeiro
Margarida Coelho
Celeste Guedes
Maria do Céu Dória
Maria do Céu Rocha
Maria João Lobão
Maria João Regadas
M. Teresa Cardoso
Mário Amaro
Martins Baptista
Melanie Ferreira
Miriam Cimbron
Nuno Cardoso 
Nuno Bernardino Vieira
Patrícia Aguiar
Patrícia Monteiro
Paula Dias
Paula Felgueiras
Paula Lopes
Paulo Carrola
Pedro Correia Azevedo
Pedro Beirão
Pedro Caiano Gil
Pedro Costa
Pedro Marques da Silva
Pedro Miguel Guerra Ribeiro
Pedro Von Haffe
Raquel Calisto
Raquel Faria
Raquel Lopez
Ricardo Louro
Rita Jorge
Rita Nortadas
Rogério Vicente Ferreira
Rosas Vieira
Rubina Miranda
Rui Barros
Rui Carneiro
Rui Rodrigues
Rute Caçola
Sandra Mafalda Marques Santos
Sara Croca
Sara Rocha
Sílvia Rodrigues 
Sofia Margarida Ribeiro Amálio
Sofia Mateus
Susana Bastos Heitor
Susana Coelho
Susana Livramento
Susana Marques
Suzana Calretas
Teresa Fonseca
Teresa Souto Moura
Teresinha Ponte
Tiago Judas 
Umbelina Caixas
Vanda Spencer 
Vera Salvado
Vitor Fagundes
Vitória Cunha
Wildemar Costa
Zélia Lopes
COMUNICAÇÕES ORAIS
724º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
02 DE JUNHO DE 2018
Sala Silves VI 09:00 - 10:00
Doença Infecciosa e Parasitárias
CO 001 
383 QUANDO A PNEUMONIA SE COMPLICA 
Vilma Laís Grilo, Ana Glória Fonseca, Francisca Delerue
Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
Introdução
A pneumonia necrotizante (PN) e o abcesso pulmonar (AP) são 
complicações raras da pneumonia da comunidade (PC) bacte-
riana, mas que condicionam elevadamorbilidade e mortalidade. 
Os principais microorganismos associados a PN e AP são Sta-
phylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas 
aeruginosa. Dada a gravidade das complicações, a cirurgia é 
frequentemente essencial para o sucesso terapêutico.
Descrição
Homem de 57 anos, com antecedentes de cardiopatia valvular 
e tabagismo activo. Admitido por toracalgia pleurítica à direita, 
tosse e expectoração muco-purulenta com 5 dias de evolução. 
À admissão encontrava-se febril, polipneico, com murmúrio ve-
sicular diminuído e fervores crepitantes na base direita. Apre-
sentava parâmetros inflamatórios aumentados, insuficiência 
respiratória parcial e hipotransparência da base direita na ra-
diografia de tórax. Admitiu-se PC hipoxemiante e iniciou amo-
xicilina/ácido clavulânico e claritromicina, isolando-se Klebsiella 
pneumoniae em hemoculturas. Apesar da terapêutica dirigida 
manteve febre diária, toracalgia e expectoração hemoptóica. A 
reavaliação imagiológica mostrou abcesso lobar inferior direito 
de grandes dimensões, condensação da base direita quase di-
fusa e empiema loculado. Alargado espectro de antibioterapia, 
sem melhoria clínica, analítica e imagiológica após 26 dias de 
terapêutica dirigida, pelo que foi submetido a descorticação 
pulmonar/lobectomia.
A evolução desfavorável da PC apesar do tratamento é um 
problema comum, podendo estar relacionada com factores do 
hospedeiro e suas comorbilidades, resistências antibióticas, e 
desenvolvimento de PN e AP. Na presença de complicações 
com perpetuação de alterações estruturais pulmonares, o 
prognóstico é desfavorável mesmo com a instituição precoce 
de antibioterapia dirigida, carecendo de intervenção cirúrgica 
mutilante para adequado controlo do foco infeccioso, como se 
verificou neste caso clínico.
Sala Portimão 09:00 - 10:00
CO002 
422 UM CASO RARO DE ENDOCARDITE FÚNGICA 
COM EMBOLIZAÇÃO SISTÉMICA: A PROPÓSITO 
DE UM CASO CLÍNICO
Francisco Teixeira Da Silva, Fernando Rocha Correia, Ana 
Sofia Costa Matos, João Pedro Pais, Rosana Maia, Miguel 
Romano, Manuel Ferreira, Diana Guerra, Carmélia Rodrigues
ULSAM, Viana Do Castelo, Portugal
Introdução
 A endocardite infecciosa (EI) fúngica é uma infeção rara, com 
incidência estimada de 2,9% nas 2 últimas décadas. Os agen-
tes fúngicos mais frequentes são da família Candida [C.], sendo 
os mais frequentes a C.albicans e a C. parapsilosis.
Descrição
CASO CLÍNICO: Apresenta-se o caso de um homem de 81 
anos, portador de bioprótese aórtica e com internamento re-
cente para gastrectomia subtotal por adenocarcinoma gástrico, 
complicado por infeção nosocomial associada a catéter venoso 
central com fungemia por C. parapsilosis. Admitido no Serviço 
de Urgência por febre, astenia e anorexia com 1 mês de evo-
lução. Ao exame físico apresentava sopro sistólico aórtico grau 
II/VI e esplenomegalia. Do estudo realizado, foi documentada 
bicitopenia, enfarte esplénico, massa aderente à face ventricu-
lar da valva protésica “coronariana direita” no ecocardiograma 
transesofágico (ETE) e isolamento de C. parapsilosis nas he-
moculturas. Iniciada terapêutica antifúngica com anfotericina B 
lipossómica, suspensa por reação anafilática grave. Opção por 
caspofungina, suspensa após documentação de resistência 
in vitro em teste de susceptibilidade; iniciou terapêutica com 
fluconazol. Foi recusado para cirurgica de substituição aórtica, 
considerando risco anestésico elevado. Evolução favorável nos 
ETE sucessivos. Teve alta com terapêutica supressora com flu-
conazol oral. Readmitido posteriormente com dor lombar, febre 
e vómitos, tendo sido diagnosticada espondilodiscite séptica 
lombar. Desenvolvimento de resistência ao fluconazol, com evo-
lução desfavorável, tendo sido verificado óbito.
DISCUSSÃO
São fatores de risco para EI fúngica a cirurgia valvular, antibiote-
rapia prévia, dispositivos intravasculares e imunossupressão. O 
tratamento recomendado inclui intervenção cirúrgica precoce e 
curso longo de antibioterapia antifúngica. A EI fúngica de válvula 
protésica apresenta mau prognóstico e uma taxa de mortalida-
de elevada; mesmo no tratamento combinado, a taxa de mor-
talidade é cerca de 40% em séries recentes.
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 8
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 8
COMUNICAÇÕES ORAIS
31 DE MAIO
Sala Portimão 14:00 - 15:30
CO003
630 SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICO 
- UM SUSPEITO A CONSIDERAR
Sara Vilas-Boas, Inês Bargiela, Tiago Tomás, Luísa 
Figueiredo, Luísa Leal Da Costa, Maria João Gomes, 
Ana Sofia Ventura
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Amadora, Portugal
Introdução
A síndrome hemofagocítica (SHF) é rara e potencialmente fatal, 
sendo causada por uma resposta imunológica descontrolada e 
ineficaz. As formas adquiridas ocorrem associadas frequente-
mente a infeções, neoplasia e doenças autoimunes. Pela apre-
sentação inespecífica e pelo diagnóstico diferencial com as pró-
prias patologias que a podem desencadear, é necessário um 
elevado nível de suspeição para o diagnóstico.
Descrição
CASO CLÍNICO: Mulher de 89 anos, sem antecedentes rele-
vantes, internada por quadro consumptivo com 1 mês de evo-
lução e tosse produtiva. À observação, mucosas descoradas 
e auscultação pulmonar com roncos à direita. Analiticamente 
com bicitopénia (Hemoglobina 6,2 g/dL, plaquetas 70000 µL) e 
elevação da proteína C reativa (PCR 9,53mg/dL). 
Iniciou antibioterapia empírica, admitindo-se infeção respirató-
ria. Apesar de descida da PCR, manteve febre e agravamento 
da bicitopénia. Pelo quadro constitucional, foi pedida tomogra-
fia axial computorizada que mostrou esplenomegalia (17cm). 
Perante a bicitopénia a agravar, fez mielograma e biópsia óssea 
que mostraram medula reativa, com histiócitos e hemofagos-
somas. Pela suspeita de SHF, pedido restante estudo, salien-
tando-se ferritina 1494mcg/L, hipertrigliceridemia (575mg/dL), 
assumindo-se assim o diagnóstico pelo cumprimento de 6 dos 
critérios (febre, bicitopenia, hiperferritininémia, esplenomegália, 
hemofagossomas no mielograma e hipertrigliceridemia). Iniciou 
pulsos de metilprednisolona. Manteve agravamento clinico, ve-
rificando-se o óbito, ao 3º dia de corticoterapia endovenosa.
DISCUSSÃO: O diagnóstico atempado do SHF é essencial para 
iniciar a terapêutica antes que o dano provocado por citoqui-
nas seja irreversível. Este caso mostra que esta síndrome pode 
ocorrer mesmo em doentes muito idosos e que a suspeita clini-
ca é fundamental para o diagnóstico, uma vez que o quadro é 
frequentemente inespecífico, com formas de apresentação que 
se assemelham a patologias mais comuns e com tratamentos 
potencialmente diferentes. 
02 DE JUNHO
Sala Portimão 09:00 - 10:00
CO004
678 KALA-AZAR E COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA – 
UMA ASSOCIAÇÃO DUPLAMENTE RARA
Mónica Dinis De Mesquita, Ana Oliveira E Costa, Rita Rei 
Queirós, Ana Isabel Barreira, Paulo Carrola, Paula Vaz 
Marques
Centro Hospitalar de Trás-os-montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
Introdução
A leishmaniose é uma doença parasitária que pode ter atingi-
mento cutâneo, mucocutâneo e visceral. A leishmaniose vis-
ceral (LV), ou Kala-Azar, é uma forma rara, disseminada e po-
tencialmente fatal. Algumas das manifestações clínicas estão 
associadas a uma resposta imune do hospedeiro, podendo 
mimetizar doenças autoimunes.
Descrição
Mulher de 43 anos, com antecedentes de asma brônquica. Epi-
demiologicamente, a referir convivência com 3 cães vacinados. 
Recorreu ao serviço de urgência por hipersudorese noturna e 
astenia com 4 meses de evolução, febre de aparecimento na 
última semana e dor na fossa ilíaca esquerda contínua com ir-
radiação ao quadrante superior do abdómen de início no pró-
prio dia. Objetivamente apresentava hepatomegalia ligeira e es-
plenomegalia exuberante. Analiticamente com citocolestase e 
pancitopenia. No decurso da investigação apresenta evolução 
clínica desfavorável com disfunção hepatocelular crescente, 
agravamento da pancitopenia e discrasia da coagulaçãoasso-
ciadas a epistáxis e hematomas dispersos, com necessidade 
de suporte transfusional e introdução de antibioterapia de largo 
espectro por neutropenia febril. Do estudo realizado apresenta-
va serologia positiva para leishmânia (com pesquisa negativa do 
parasita na medula óssea). Iniciou anfotericina B lipossómica, 
com evolução posterior favorável. Apresentou também positi-
vidade de anticorpos anti-mitocôndria (anti-M2 +). Iniciou ácido 
ursodesoxicólico 15mg/kg/dia na presunção de colangite biliar 
primária (CBP). Após 4 meses de “follow-up” apresenta-se as-
sintomática sem citopenias e melhoria significativa da colestase.
Conclusão:
O presente caso clínico corresponde a uma apresentação de 
uma doença rara e potencialmente fatal (LV) concomitante com 
o diagnóstico de outra entidade incomum (CBP). Apesar de a 
LV poder ser responsável pela positividade de determinados au-
to-anticorpos na fase aguda, no presente caso essa positivida-
de, assim como a colestase, manteve-se.
924º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
01 DE JUNHO
Sala Lagos III 09:00 - 10:30
CO005
750 LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL 
PROGRESSIVA: A MESMA DOENÇA, 3 
APRESENTAÇÕES DIFERENTES
Andreia Machado Ribeiro, Carla Tonel
Hospital de Vila Franca de Xira, Vila Franca De Xira, Portugal
Introdução
A leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) é uma 
doença desmielinizante do sistema nervoso central causa-
da pelo vírus JC, que ocorre em indivíduos imunodeprimidos, 
nomeadamente com infecção pelo vírus da imunodeficiência 
humana (VIH) ou neoplasias hematológicas. Apresentam-se 3 
casos clínicos de LEMP observados num serviço de Medicina 
Interna dum hospital distrital no ano de 2017.
Descrição
Casos clínicos
Caso 1: Homem, 54 anos, antecedentes irrelevantes. Trazido ao 
serviço de urgência (SU) por disartria, desequilíbrio da marcha 
e agitação psicomotora com heteroagressividade com 2 meses 
de evolução. Serologia para VIH positiva, carga viral 114.400có-
pias e CD4 172células. Ressonância magnética (RM): lesão da 
substância branca subcortical hemisférica cerebelosa bilateral. 
Punção lombar (PL): vírus JC positivo. Iniciou antirretrovíricos e 
teve alta referenciado à consulta.
Caso 2: Homem, 41 anos, antecedentes de infecção VIH não 
medicada e toxicofilia activa. Trazido ao SU por disartria com 
início 4 dias antes. RM: lesão subcortical frontal esquerda com 
extensão à região parietal, coroa radiária e cápsula interna e le-
são subcortical frontal direita. Carga viral VIH1 147500cópias e 
CD4 42células. PL: vírus JC positivo. Iniciou antirretrovíricos, ve-
rificou-se agravamento clínico progressivo tendo vindo a falecer.
Caso 3: Mulher, 63 anos, antecedentes de linfoma não Hodgkin 
folicular. Trazida ao SU por febre, desorientação temporoespa-
cial e hemiparésia esquerda. RM: lesões infiltrativas da região 
lateral e anterior do tálamo esquerdo e lenticular posterior; lesão 
cortical e subcortical frontal bilateral. Biópsia cerebral: tecido 
cerebral com macrófagos, linfócitos reactivos e células gliais, 
sugestivo de LEMP. A doente faleceu poucos dias após o diag-
nóstico.
Discussão
Não existe tratamento específico para a LEMP, é uma doença 
progressiva e frequentemente fatal. O prognóstico é mau com 
uma sobrevida média de 1,8 anos nos doentes com VIH e ape-
nas 3 meses em doentes não VIH.
31 DE MAIO
Sala Portimão 14:00 - 15:30
CO006
899 TÉTANO GENERALIZADO COMPLICADO 
DE COMA SECUNDÁRIO A INTOXICAÇÃO POR 
BACLOFENO
Tania Afonso1, Andreia Diegues1, Rui Terras Alexandre2, 
Diana Fernandes1, Tiago Ceriz Mata1, Domingos Fernandes2
1Serviço de Medicina Interna, ULSNE, Bragança, Portugal
2Serviço de Medicina Intensiva, ULSNE, Bragança, Portugal
Introdução
O tétano é uma doença rara, potencialmente fatal, causada por 
uma neurotoxina produzida pelo bacilo Clostridium tetani. O 
diagnóstico é clínico e o prognóstico depende da precocidade 
da intervenção. O baclofeno intratecal é uma das terapêuticas 
usadas com sucesso no controlo da tetania. 
Descrição
Descreve-se o caso de uma mulher de 69 anos, sem antece-
dentes patológicos conhecidos ou medicação habitual, não ha-
vendo registo de imunização antitetânica. Admitida no serviço 
de urgência vigil, apirética, hipertensa, taquicárdica, polipneica, 
diaforética, com trismo, hiperextensão cervical, espasmos mus-
culares generalizados caracterizados por flexão e adução dos 
membros superiores com os punhos cerrados, e extensão dos 
membros inferiores associados a períodos de apneia. A salien-
tar ainda a presença de lesão traumática infetada no 1º dedo 
da mão direita. Analiticamente com leucocitose e neutrofilia, 
PCR de 0.99 mg/dL e rabdomiólise (CK 3651 U/L). TC CE e 
líquor sem alterações. Assumido o diagnóstico de tétano gene-
ralizado. Fez 3000 UI de imunoglobulina antitetânica, a vacina 
contra difteria/tétano e iniciou antibioterapia com metronidazol 
e ceftriaxona. Foi admitida em UCI por necessidade de suporte 
ventilatório invasivo e disfunção autonómica grave. A rigidez e 
espasmos musculares foram controlados com sedoanalgesia, 
bloqueio neuromuscular e baclofeno intratecal. No 24º dia de 
internamento, já sem sedoanalgesia, constatado coma (ECG 
3T) e ausência de reflexos do tronco cerebral, com BIS entre 
60 – 90. Na ausência de distúrbios metabólicos ou outros que 
pudessem justificar o quadro, equacionada a possibilidade de 
intoxicação por baclofeno. Fez-se washout do fármaco com re-
cuperação. 
Discussão: Apesar de raro em Portugal, o tétano continua a re-
presentar um problema de saúde pública sobretudo em franjas 
da população com menor cobertura vacinal. O caso apresen-
tado alerta para a importância da suspeição diagnóstica e para 
uma complicação infrequente do tratamento. 
 
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 10
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 10
COMUNICAÇÕES ORAIS
CO007
915 SÍNDROME INFLAMATÓRIO DE 
RECONSTITUIÇÃO IMUNE NA TUBERCULOSE
Margarida Xavier, Maria Eduarda Lourenço, Glória Nunes 
Da Silva
Serviço de Medicina III, Hospital Pulido Valente - Centro Hospitalar 
Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
Introdução
O síndrome inflamatório de reconstituição imune na tuberculo-
se, resulta de uma resposta imune excessiva contra o Myco-
bacterium tuberculosis, na sequência de terapêutica antibacilar 
eficaz (em doentes não infectados por Vírus da Imunodeficiên-
cia Humana - VIH) ou de terapêutica anti-retroviral. Manifesta-se 
por agravamento de lesões iniciais ou por novas manifestações 
de tuberculose. 
A frequência do síndrome em doentes não infectados por VIH 
é avaliada entre 2 e 23% e a mortalidade cerca de 3%. A corti-
coterapia tem impacto positivo na sintomatologia, morbilidade 
e qualidade de vida, mas não na mortalidade.
Descrição
Homem de 22 anos, guineense, seronegativo para VIH, com 
tuberculose extra-pulmonar – ganglionar retroperitoneal con-
fluente, em extensas colecções nos psoas e espondiscite de 
L4, com múltiplos abcessos perivertebrais e intramusculares 
regionais. Foi efectuada drenagem percutânea das colecções 
retroperitoneais e identificado DNA de Mycobacterium tubercu-
losis no material aspirado.
No 5º dia de terapêutica anti-bacilar documentou-se pericardite 
sintomática (espessamento pericárdico persistente), pelo que 
foi instituída corticoterapia. No 36º dia de terapêutica foi docu-
mentado aumento da extensão das coleções retroperitoneais e 
extensão de espodilite a L3 e L5. 
Verificou-se melhoria sintomática e laboratorial nas primeiras 
semanas de terapêutica e posteriormente, resolução de colec-
ções retroperitoneais e melhoria de espondilite.
Discussão:
Tanto o envolvimento pericárdico sintomático "de novo" como 
a recrudescência paradoxal de lesões de tuberculose já identi-
ficadas, são diagnósticas de síndrome inflamatório de reconsti-
tuição imune neste doente.
Salienta-se a importância de considerar este fenómeno perante 
agravamento inesperado de tuberculose em doentes sob tera-
pêutica anti-bacilar.02 DE JUNHO
Sala Silves VI 09:00 - 10:00
CO008
995 TUBERCULOSE DISSEMINADA E 
MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS – COINCIDÊNCIA OU 
CONSEQUÊNCIA?
Daniela Soares Santos, Ana Luísa Nunes, Jandira Lima, 
Rui M. Santos, Armando Carvalho
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução
O espetro clínico da tuberculose é vasto, particularmente na tu-
berculose dissemidada ativa que se associa a condições raras: 
líquen scrofulosorum, tuberculide por reacção de hipersensibi-
lidade a antigénios de Mycobacterium; tromboembolismo ve-
noso(TEV) para a qual existe maior propensão, apesar de não 
existir correlação documentada.
Descrição
Mulher, 20 anos, admitida por anorexia, astenia, perda pon-
deral, tumefação cervical esquerda dolorosa e exantema do 
tronco há um mês. Medicada com antibiótico sem melhoria. 
Febre vespertina desde há uma semana. Contacto três anos 
antes com doente com tuberculose e intradermorreacção(IDR) 
positiva, recusando tratamento. Objetivadas adenopatias cer-
vicais e exantema micropapular abdominal e dorsal sugestivo 
de líquen scrofulosorum confirmado por biópsia cutânea. IDR 
positiva, desencadeando no local lesões de líquen. Pesquisa 
de micobactérias na expetoração com exame direto negativo. 
IGRA positivo. No internamento inicia dor torácica súbita, eleva-
ção do segmento ST em V1-V4 e dos marcadores de necrose 
miocárdica, com derrame pericárdico. Por miopericardite aguda 
inicia ácido acetilsalicílico com melhoria progressiva, substituído 
por colchicina por hepatite tóxica. TC exclui outras adenopa-
tias e revela tromboembolia pulmonar bilateral e trombo na veia 
ilíaca esquerda. Inicia anticoagulação terapêutica. Anatomopa-
tologia do gânglio cervical excisado com inflamação granulo-
matosa com necrose caseificada. Culturas do gânglio cervical e 
expectoração identificam Mycobacterium tuberculosis complex. 
Inicia antibacilares com ajuste da isoniazida por hepatite toxica 
e acetilação intermédia gene NAT2.
DISCUSSÃO: Trata-se de um caso de tuberculose disseminada 
ativa anos após exposição, que alerta para manifestações me-
nos frequentes.O líquen scrofulosorum permite forte suspeita 
diagnóstica, como o caso demonstra. Apesar de não correla-
cionados, o desenvolvimento de TEV realça a necessidade de 
profilaxia atempada e início precoce de antibacilares.
 
1124º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
31 DE MAIO
Sala Portimão 14:00 - 15:30
CO009
1006 MUCORMICOSE PULMONAR: UMA 
COMPLICAÇÃO RARA DE UMA DOENÇA 
FREQUENTE
Inês Ferraz De Oliveira, Pedro Campos, Micaela Caixeiro, 
Telma Sequeira
Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, Lisboa, Portugal
Introdução
A mucormicose pulmonar é uma infeção fúngica causada por 
Zygomycetes, com características angioinvasivas, que afeta so-
bretudo imunocomprometidos, nomeadamente diabéticos mal 
controlados com episódios de cetoacidose.
Descrição
Mulher de 37 anos, diabética tipo 1 insulinotratada com mau 
controlo metabólico e complicações microvasculares graves. 
Recorreu à urgência por febre, tosse, expectoração muco-pu-
rulenta, toracalgia esquerda com características pleuríticas e 
cansaço com 2 semanas de evolução já medicada com Amoxi-
clavulanato e Claritromicina. À observação polipneica, desidra-
tada, com fervores sub-crepitantes na base esquerda. Nos exa-
mes complementares de diagnóstico destacava-se: leucocitose 
18000/µL com neutrofilia (85%), creatinina 5,21mg/dL, acidose 
metabólica com anion gap aumentado, hiperglicemia 363mg/
dL e cetonémia 4,2mmol/L e radiografia de tórax com consoli-
dação e apagamento do seio costo-frénico esquerdo. Admitida 
por pneumonia da base esquerda, cetoacidose diabética e agu-
dização da doença renal crónica. 
Por agravamento clínico houve escalada antibiótica para Pipera-
cilina/tazobactam e depois para Meropenem. Radiologicamente 
houve progressão com derrame pleural esquerdo volumoso, na 
toracocentese com características de transudado. A tomogra-
fia computorizada de tórax identificou pneumonia necrotizante 
extensa com necrose ganglionar associada. Na broncofibros-
copia observaram-se placas esbranquiçadas com infiltração ex-
tensa da mucosa e estenose brônquica. A histologia brônquica 
identificou invasão tecidular com esporos e hifas sugestivos de 
mucormicose, confirmada por cultura com Rhizopus arrhizus. 
Iniciou anfotericina B lipossómica. A localização e envolvimento 
mediastínico impediram a ressecção cirúrgica imediata tendo-
-se associado posaconazol protelando a ressecção cirúrgica.
Com este caso pretende-se ressaltar a importância do estado 
de imunossupressão do doente diabético mal controlado como 
fator de risco para infeções oportunistas como a mucormicose.
01 DE JUNHO
Sala Lagos III 09:00 - 10:30
CO010
1137 FASCÍTE NECROTIZANTE, CAVITAÇÃO 
PULMONAR E ABCESSOS PROSTÁTICOS POR UM 
AGENTE UBÍQUO - NOCARDIOSE.
Inês Machado Leite, André Martins, Frederico Trigueiros, 
Filipa Ferreira, Marina Fonseca
Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
Introdução
A nocardiose é causada por espécies do género Nocardia, de 
apresentação aguda, subaguda ou crónica. É mais prevalen-
te em doentes imunocomprometidos, contudo é possível em 
doentes imunocompetentes com comorbilidades. A infecção 
disseminada ocorre habitualmente por via hematogénia a partir 
de foco pulmonar.
Descrição
CASO CLÍNICO
Homem de 77 anos, admitido por dor excruciante do membro 
inferior direito, associada a rubor, edema da face posterior da 
coxa e impotência funcional. 
Antecedentes de pneumonia organizativa criptogénica, medica-
do em ambulatório com metilprednisolona 32mg/dia e diabetes 
secundária a corticoterapia.
Análises com leucocitose 17719/uL, neutrofilia 92.1% e PCR 
25.7mg/dL, função renal e provas hepáticas normais. Hemo-
culturas positivas para Nocardia cryiacigeorgica. Radiografia 
torácica sem alterações.
TC-membro inferior direito evidenciou volumosa coleção com 
bolhas gasosas nas partes moles da coxa e músculo ilíaco di-
reito com extensão crânio-caudal de cerca de 50cm. Adicional-
mente achados de trombose da veia femural e áreas de hipo-
densidade na próstata, sugestivos de abcessos. 
Iniciou antibioterapia com cotrimoxazol, imipinem e amicacina, 
submetido subsequentemente a cirurgia emergente de controlo 
de foco. Isolado Nocardia no pus da loca. 
Estudo complementar com TC torácica com imagem de cavitação 
no lobo superior esquerdo do pulmão. TC-crâneo sem imagens de 
lesão parenquimatosas focais com efeito de massa.
Apresentou evolução favorável, com recuperação funcional, 
tendo tido alta ao 30º dia de internamento, com indicação para 
manter antibioterapia com cotrimoxazol durante um ano.
DISCUSSÃO
O prognóstico da Nocardiose depende de factores como o local 
de infecção e sua extensão. O controlo de foco é essencial para 
o sucesso terapêutico. 
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 12
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 12
COMUNICAÇÕES ORAIS
A Nocardiose disseminada tem taxas de cura de 63% e a tera-
pêutica de primeira linha recomendada é sulfonamidas. Reco-
menda-se habitualmente 6 meses de terapêutica que se prolon-
ga a 1 ano em caso de imunossupressão. 
 
31 DE MAIO
Sala Portimão 14:00 - 15:30
CO011
1165 MAIS UMA VEZ... TUBERCULOSE - A 
PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Leonor Coutinho Soares, Cleide Barriogoto, Johana Martins 
De Jesus, Laura Bonito Moreira, Catarina De Almeida 
Rodrigues, Helena Amorim, José Rola
Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital de São José, Serviço de 
Medicina 1.4, Lisboa, Portugal
Introdução
A tuberculose (TB) disseminada define-se como a afeção de 
pelo menos dois órgãos não contíguos após disseminação he-
matogénea do Mycobacterium Tuberculosis (MycTB). É rara em 
imunocompetentes correspondendo nesses doentes a apenas 
2% dos casos de TB.
Descrição
Caso Clínico: Doente de 83 anos, sexo masculino, com antece-
dentes de hipertensão arterial, doença renal crónica e doença 
pulmonar obstrutiva crónica. Internado para estudode quadro 
consumptivo (perda de 4kg em 8 meses) associado a anemia e 
leucopénia, com exame físico a objectivar 2 tumefacções - es-
ternal e axilar direita. Assumiram-se inicialmente como hipóteses 
diagnósticas um processo neoplásico ou inflamatório granulo-
matoso. Em internamento realizou: TC-TAP que demonstrou 
adenopatias hilares e mediastínicas; biópsia óssea e mielogra-
ma normais; EDA e colonoscopia sem alterações a valorizar; 
broncofibroscopia e lavado broncoalveolar com alterações su-
gestivas de antracose e exame directo para BAAR e TAAN para 
MycTB negativos. Progrediu-se na marcha diagnóstica com 
colheita de suco gástrico com exame directo para BAAR nega-
tivo mas TAAN positivo para MycTB. Posteriormente excisou-se 
gânglio axilar com histologia a demonstrar linfadenite granulo-
matosa necrotizante com TAAN positivo para MycTB também. 
Aspirou-se ainda tumefacção esternal com TAAN positivo para 
MycTB. Foi assim feito o diagnóstico de TB disseminada não 
bacilífera - suco gástrico, ganglionar e partes moles, confirmado 
com resultado cultural positivo nas três amostras após a alta. 
Discussão:A TB disseminada é uma entidade rara, cuja apre-
sentação varia de acordo com os órgãos acometidos. A inespe-
cificidade e a enorme variedade de sintomas torna-a um desafio 
diagnóstico. O caso apresentado evidencia essa mesma dificul-
dade, demonstrando a pertinência da consideração da TB no 
diagnóstico diferencial de patologias multissistémicas.
02 DE JUNHO
Sala Portimão 09:00 - 10:00
CO012
1398 INFEÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILLE: 
ANÁLISE DAS COMPLICAÇÕES DE DOENTES 
INTERNADOS NUM CENTRO HOSPITALAR ENTRE 
2009 E 2017
Marta Rebocho Alves, Sara Xavier Pires, Luísa Serpa Pinto, 
Ernestina Reis, João Araújo Correia
CHP, Porto, Portugal
Introdução
A infeção por Clostridium difficille (ICD) é causa de diarreia e 
colite associada à antibioterapia. O seu espectro clínico pode ir 
desde portador assintomático até à infeção grave – colite pseu-
domembranosa
Objetivos
Identificar fatores associados a complicações da ICD
Métodos
Estudo de coorte, unicêntrico, retrospetivo, com doentes ob-
servados de 1/01/2009 a 31/12/2017 com ICD documentada 
por pesquisa toxina e confirmação por biologia molecular. Fo-
ram consideradas complicações da ICD o megacólon tóxico, 
perfuração e morte.
Resultados
Identificaram-se 474 doentes com ICD. Apenas 9% não tinham 
história prévia de antibioterapia; 60% dos doentes tinham hos-
pitalização nos últimos 6 meses dos quais 50% nas 4 semanas 
prévias; 29% eram doentes provenientes de instituições ou en-
contravam-se hospitalizados. Verificaram-se complicações em 
38 (9%), dos quais 24 faleceram.
Considerando as complicações, estes doentes eram mais ve-
lhos (81 vs. 67 anos, p<0.001), com maior grau de dependência 
pelo índice de Karnofsky (p<0.001), maior grau de comorbilida-
des pelo índice de Charlson (p<0,001), internamentos mais pro-
longados (40 vs. 25 dias, p<0.001) e tratamentos mais longos 
(12 vs. 9 dias, p=0.006). Não se verificaram diferenças estatisti-
camente significativas na distribuição por género, local da aqui-
sição da infeção, internamento prévio, antibioterapia recente, 
corticoterapia crónica ou outras formas de imunossupressão.
Conclusões
A ICD está fortemente associada ao uso de antibioterapia. Com 
esta revisão podemos verificar que está também associada aos 
cuidados de saúde, uma vez que a maioria dos infetados ti-
1324º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
nham internamento recente, encontravam-se em meio hospita-
lar ou institucionalizados. As complicações surgem em 9% dos 
doentes. Os maiores preditores de complicação encontrados 
nesta revisão foram a idade avançada, grau de dependência, 
grau comorbilidades, períodos de internamento prolongados e 
tratamentos mais longos (p<0.001).
 
31 DE MAIO
Sala Albufeira I 14:00 - 15:30
CO013
1657 SÍNDROME NEFRÓTICA COMO 
MANIFESTAÇÃO DE SÍFILIS SECUNDÁRIA
Renato Costa Reis, Francisco Santos Cunha, João Freitas, 
Rui M. M. Victorino, Patrícia Howell Monteiro
Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
Introdução
A síndrome nefrótica é uma patologia comum, de etiologia pri-
mariamente renal ou secundária a uma diversidade de pato-
logias, sendo as mais comuns a diabetes, lúpus e infecções 
virais. A sífilis, cujas manifestações clínicas são variáveis ao lon-
go da sua evolução natural, pode apresentar raramente envolvi-
mento renal no seu estadio secundário. Descrevemos um caso 
de sífilis secundária que se manifestou sob a forma de síndrome 
nefrótica.
Descrição
Caso clínico: Homem de 59 anos, antecedentes de hipertensão 
arterial e fibrilhação auricular. Admitido por cansaço, urina espu-
mosa, diminuição progressiva da diurese, edema generalizado e 
ganho ponderal com 3 semanas de evolução. Exame objectivo: 
diminuição do murmúrio vesicular na base direita, lesões cutâ-
neas maculares, eritematosas, não pruriginosas, dispersas em 
todo o tegumento sem poupar palmas ou plantas e anasarca. 
Avaliação laboratorial: colestase, hipoalbuminemia (1,2g/dL), 
elevação da creatinina (1,6mg/dL) e hipercolesterolemia. Urina 
de 24h com proteinúria nefrótica (10537mg/24h). Radiografia 
de tórax com pequeno derrame pleural direito. Ecografia abdo-
minal e renal com ligeira quantidade de liquido intra-peritoneal 
livre. Auto-anticorpos negativos. Sem gamapatia monoclonal. 
Serologias virais negativas. Anticorpo anti-treponemico, VDRL 
e RPR positivos. TC de corpo sem atipia. Estabelecido o diag-
nóstico de síndrome nefrótica em contexto de sífilis secundária. 
Iniciada terapêutica dirigida com Penicilina observando-se reso-
lução clínica e laboratorial completa. Discussão: O envolvimento 
renal na sífilis secundária, em particular sob a forma de síndrome 
nefrótica, é raro, estando descritos na literatura apenas 11 casos 
nos últimos 25 anos. O mecanismo mais comum envolvido é a 
Glomerulonefrite Membranosa e o diagnóstico é suportado pela 
resolução da síndrome nefrótica após terapêutica dirigida.
 
02 DE JUNHO
Sala Silves VI 09:00 - 10:00
CO014
1931 PREDITORES DE MORTALIDADE NA 
DOENÇA PNEUMOCÓCICA INVASIVA
Rita Varudo, Inês Pimenta, Ana Luísa Broa, Tiago Judas
Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
Introdução
A doença pneumocócica invasiva (DPI) está associada a impor-
tante morbilidade e mortalidade.
Objetivos
Identificar os preditores de mortalidade (PM) associados à 
doença invasiva por Streptococcus pneumoniae (SP).
Métodos
Os dados foram recolhidos através da informação registada nos 
processos clínico, exames laboratoriais, imagiológicos e micro-
biológicos. Avaliámos a existência de possível associação entre 
a idade, género, hábitos, comorbilidades, apresentação clínica, 
perfil de sensibilidade do SP, e mortalidade nos casos de DPI 
durante um período de 4 anos. A análise estatística foi realizada 
com recurso ao programa SPSS, versão 22. As variáveis que 
demonstraram uma associação estatisticamente significativa 
com a mortalidade (p<0,05), com recurso ao teste do Qui-qua-
drado, de Fisher ou teste T, foram analisadas através de regres-
são logística de modo a identificar os preditores independentes 
de mortalidade.
Resultados
O estudo engloba um total de 163 adultos, 62% do sexo mas-
culino, com mediana das idades de 67 anos (AIQ 53-79). A 
forma de apresentação clínica mais frequente foi a pneumonia 
(84.1%) e registaram-se 46 óbitos (28.2%). Verificou-se uma 
associação estatisticamente significativa entre a mortalidade e 
doença hepática crónica (DHC), a apresentação como pneu-
monia adquirida na comunidade, bacteriémia com outro foco 
que não meníngeo ou pulmonar, alteração do estado de cons-
ciência, pressão sistólica <90 mmHg, pH <7,3, perfil de sensibi-
lidade à penicilina e necessidade de ventilação mecânica inva-
siva (VMI). Após análise multivariada, a necessidade de VMI (OR 
3,495; 95% IC 1,276 a 9,577), DHC (OR 4,169; 95% IC 1,150 a 
15,114) e alteração do estado de consciência à admissão (OR 
2,867, 95% IC 0,979-8,400) permaneceram significativamenteassociados à mortalidade. 
Conclusões
A necessidade de VMI, existência de DHC e a alteração do es-
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Medicina Interna 14
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 14
COMUNICAÇÕES ORAIS
tado de consciência à admissão constituem preditores de mor-
talidade para DIP no presente estudo.
Tendo em consideração a elevada mortalidade da DPI apesar 
dos esquemas vacinais disponíveis, a identificação precoce dos 
fatores de risco associados a desfechos adversos poderá ser 
útil na definição da abordagem terapêutica inicial a adotar. 
 
02 DE JUNHO
Sala Portimão 09:00 - 10:00
CO015
1977 ANTIBIOTERAPIA PRÉVIA E O SEU IMPACTO 
NA EMERGÊNCIA DE ENTEROBACTERIÁCEAS 
PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES - 
EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO HOSPITALAR
Guiomar Pinheiro, Ana Vigário, João Gonçalves, Ana Rita 
Costa, Ernestina Reis, João Araújo Correia
Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal
Introdução
O marcado aumento de enterobacteriáceas produtoras de 
carbapenemases (EPC) nos últimos anos constitui uma grave 
ameaça à Saúde Pública. Em estudos realizados, o uso genera-
lizado e indiscriminado de antibioterapia de largo espectro tem 
surgido como um factor de risco importante no aparecimento 
destas bactérias. 
Objetivos
Analisar o uso de antibioterapia nos 90 dias prévios à identifica-
ção de colonização/infeção por EPC.
Métodos
Análise de registo prospetivo de doentes com isolamento de EPC 
entre 20/10/2015 e 31/12/2017. Incluídos todos os doentes com 
isolamento microbiológico ou rastreio positivo para EPC.
Resultados
Dos 480 doentes identificados, 82% foram expostos a antibio-
terapia nos 90 dias prévios ao isolamento de EPC (86% em 
2017 e 79% em 2016). O antibiótico com maior número de 
prescrições e dias de tratamento foi a Piperacilina/Tazobactam. 
Os doentes expostos a antibioterapia fizeram em média 29 dias 
de tratamento, sendo que 72% realizaram mais do 1 antibióti-
co (média de 3 por pessoa; máximo de 11). No ano de 2017, 
registou-se uma diminuição significativa do uso de colistina nos 
90 dias prévios ao isolamento de EPC, como uma tendência a 
menor resistência a este fármaco por estas estirpes (p=0.139). 
O uso de carbapenemos no internamento manteve-se estável 
entre 2016 e 2017.
Conclusões
Um número importante de doentes foi exposto a antibioterapia 
de largo espectro nos 90 dias prévios à identificação de EPC, 
apresentando um tempo médio de tratamento prolongado, na 
maioria das vezes com mais do que 1 antibiótico. Estes dados 
sugerem que, de facto, a exposição a estes fármacos poderá 
constituir um factor de risco para EPC. No entanto, são necessá-
rios mais estudos para confirmar esta hipótese, nomeadamente 
comparativos com população controlo. 
O decréscimo no uso de colistina em 2017, acompanhado de 
uma tendência na diminuição das resistências sugere que um 
uso mais regrado de antibióticos poderá reduzir a resistência 
destas estirpes.
 
01 DE JUNHO
Sala Lagos III 09:00 - 10:30
CO016
2002 MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS DE 
CITOMEGALOVÍRUS NUM DOENTE COM INFEÇÃO 
VIH 1 E TUBERCULOSE
Rita Gamboa Cunha, Adelaide Moutinho, Sandra Tavares, 
Nuno Azevedo, Paula Vaz Marques
CHTMAD, Chaves, Portugal
Introdução
A infeção sintomática causada por citomegalovírus (CMV) na 
população VIH-1 diminuiu significativamente com a introdução 
da terapêutica antiretrovírica. A doença orgânica ocorre em 
doentes com imunodepressão severa. A pneumonite, a coriore-
tininte e a colite são as manifestações mais comuns. A infeção 
cutânea por CMV é rara. A co-infeção com tuberculose está 
pouco descrita.
Descrição
Os autores descrevem o caso de um homem de 57 anos, cau-
casiano, fumador de 41 UMA, com infeção VIH 1 conhecida 
desde 2011, sob tenofovir, emtricitabina e efavirenz, com conta-
gem de células CD4 + de 442 células/mm3, carga vírica do VIH 
indetetável e hepatite C crónica genótipo 1a. Foi-lhe diagnosti-
cada tuberculose pulmonar em 2017, medicado com terapêu-
tica quádrupla. Concomitantemente, recorreu à consulta, apre-
sentando uma erupção generalizada nos membros superiores 
e inferiores, nádegas e tronco. As lesões eram pápulas verme-
lho-acastanhadas, algumas em fase de crosta, que condicio-
navam prurido ligeiro e algumas escoriações. Referiu queixas 
de fezes mais líquidas e dor abdominal difusa, autolimitadas. 
Analiticamente apresentava trombocitopenia 101 000 /uL, fun-
ção renal normal, citólise hepática com AST/ALT 117/103 U/L e 
GGT 1146 U/L. Verificou-se uma subida do título de anticorpos 
CMV IgG superior a 3 vezes o valor basal de 473.1AU/mL para 
> 2500 AU/mL, com IgM não reativo e antigenemia positiva. 
1524º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
Constatou-se uma descida dos linfócitos CD4+ 224 células/ 
mm3 (33%). O RPR era negativo e a ecografia abdominal não 
revelou alterações. Foi excluída retinite e solicitada colonosco-
pia, que o doente recusou realizar. Foi instituído tratamento com 
Ganciclovir. O doente evoluiu favoravelmente, com desapareci-
mento das lesões.
Os autores realçaram a concomitância das duas entidades, tu-
berculose e infeção por CMV, num doente VIH positivo. Esta 
co-infeção está pouco descrita e relação imunopatológica de 
ambos é escassamente compreendida. 
 
CO017
2019 BACTÉRIA (NÃO É) SINÓNIMO DE 
ANTIBIÓTICO: A PROBLEMÁTICA DA 
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
Mariana Sousa, Andreia Nunes, Patricia Pereira, Jose 
Diogo, Margarida Coelho
Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
Introdução
A bacteriúria assintomática (BA) é um diagnóstico microbiológi-
co, comum na prática clínica, sendo mais prevalente em diabé-
ticos e idosos institucionalizados. Nos últimos anos tem-se veri-
ficado um aumento exponencial de microrganismos resistentes 
em particular na urina. O tratamento indevido da BA parece ter 
uma relação estreita com a resistência antimicrobiana havendo 
necessidade de reforçar a adesão às orientações relacionadas.
Objetivos
Caracterização da população adulta com BA e abordagem da 
mesma. Identificação de eventuais fatores promotores de tra-
tamento.
Métodos
Análise retrospetiva das uroculturas (UCs) positivas realizadas 
entre Setembro e Dezembro de 2017 em indivíduos com idade 
superior a 18 anos. Excluídas grávidas, doentes de cuidados 
intensivos/intermédios, submetidos a intervenção urológica/
ginecológica nos 3 meses prévios, portadores de stents ure-
terais ou ureterostomias, sob tratamento antimicrobiano nas 
48h previas à colheita, transplantados renais ou ausência de 
dados. Analisadas variáveis demográficas (sexo, idade, autono-
mia, residência), fatores de risco (diabetes mellitus, presença de 
cateter vesical (CV), incontinência, status pós acidente vascular 
cerebral (AVC), doenças neuromusculares, imunossupressão, 
parâmetros analíticos de inflamação e terapêutica instituída. 
Definido como assintomático: ausência de febre, disúria, po-
laquiúria, dor suprapúbica, urgência miccional, hematúria, dor 
lombar, vómitos ou alterações do estado de consciência, nas 
48h prévias à colheita.
Resultados
Das 529 UCs realizadas, 329 cumpriam os critérios de inclu-
são. Sendo que 95 (29,1%) foram realizadas em doentes assin-
tomáticos. Destes, a maioria eram mulheres (67,4%), sendo a 
mediana de idades 77 anos. A maioria (82,6%) não estava insti-
tucionalizada e era autónoma. Quarenta e dois doentes (44,7%) 
apresentavam CV 48h pré colheita, sendo que apenas 4,8% ti-
nham CV cronicamente. A minoria eram diabéticos, imunosupri-
midos, tinham status pós AVC ou doenças neuromusculares. A 
maioria apresentava leucocitúria e nitritúria, no entanto, sem re-
percussão nos parâmetros de fase aguda. 78,9% dos doentes 
com BA fizeram antibioterapia. Comparado o grupo submetido 
a tratamento com o não tratado, não se verificaram diferenças 
com significado estatístico, referentes aos fatores de risco ou 
parâmetros analíticos.
Conclusões
Nesta amostra, a BA foi predominante em idosos porém sem 
os fatores de risco tradicionalmente associados. A percenta-gem de doentes submetidos a tratamento antimicrobiano des-
necessário traduz a realidade da administração inadequada e 
do eventual contributo para a resistência dos microrganismos.
 
CO018
2106 ABCESSO ESPLÉNICO - UM ACHADO 
INESPERADO
Susana Conceição, José Ribeiro, Júlio De Almeida
Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital São José, Lisboa, Portugal
Introdução
O abcesso esplénico é um processo supurativo que envolve o 
parênquima e/ou espaço subcapsular. Acredita-se que a maio-
ria dos casos esteja relacionado com bacteriémia (75% casos, 
nomeadamente em contexto de endocardite bacteriana), no en-
tanto, estão também descritos casos de infecção por contigui-
dade, associado a trauma, imunossupressão e hemoglobinopa-
tias. Os microorganismos mais comummente envolvidos são o 
Staphylococcus aureus, Streptococcus viridans, bacilos bacilos 
Gram negativos (Klebsiella species e Salmonella enteritidis), e 
fungos (Candida species).
Os sintomas mais frequentes são a dor abdominal e a febre, no 
entanto outros sintomas como náuseas e vómitos podem estar 
presentes. 
O abcesso esplénico é uma condição de risco de vida, uma vez 
que se não tratado, evolui para a mortalidade. 
Descrição
Mulher de 66 anos, com história de fibrilhação auricular, e car-
diopatia isquémica, sujeita a múltiplos cateterismos no passa-
do, submetida a duplo bypass coronário no mês que antecedeu 
o internamento, complicado de hemorragia no local da ferida 
cirúrgica, o que motivou suspensão de anticoagulação.
Recorreu ao Serviço de Urgência (SU) por dor súbita no flanco 
esquerdo, tipo "facada", persistente, com 12 horas de evolu-
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Medicina Interna 16
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COMUNICAÇÕES ORAIS
ção. Da investigação etiológica, sem leucocitose ou neutrofilia, 
com PCR 319 mg/L, e ecografia abdominal sugestiva de enfarte 
esplénico, confirmado por TAC abdominal. Ficou internada sob 
enoxaparina terâpeutica após colheita de hemoculturas (que se 
revelaram estéreis).
No internamento, com quadro álgico intenso (quadrante supe-
rior esquerdo), com necessidade de múltiplos ajustes de anal-
gesia. Ao 2º dia de internamento, com pico febril (38.1 ºC), sem 
foco infeccioso evidente, tendo colhido novos exames culturais 
(também sem isolamentos). Realizou ecocardiograma TT que 
revelou "...imagem sugestiva de vegetação no folheto anterior 
da válvula mitral.." tendo sido solicitado ecocardiograma TE que 
não confirmou suspeita, mas documentou a presença de um 
foramen oval secundum não conhecido, pelo que se assumiu 
provável enfarte esplénico cardioembólico.
Por manutenção do quadro álgico, com alguns episódios de 
subfebrilidade (sob analgesia optimizada, incluindo antipiréti-
cos), ao 7º dia de internamento, repetiu TAC abdominal que 
documentou "abcesso esplénico ...envolvendo o pólo esplénico 
inferior e medindo cerca de 75x65x60mm". Contactada Cirurgia 
Geral, tendo-se procedido a esplenectomia e pancreatectomia 
caudal (por aderências), sem intercorrências. Verificou-se boa 
evolução clínica, com isolamento de salmonella grupo C no ex-
sudado do abcesso (colheita intra-operatória), pelo que cumpriu 
ciclo de antibioterapia dirigida com piperacilina + tazobactan.
Ainda que desde cedo considerada, a possibilidade de bacte-
riémia e/ou endocardite nunca foi provada, pelo que se ficará 
eternamente na dúvida quanto à etiologia deste abcesso es-
plénico. 
 
02 DE JUNHO
Sala Portimão 09:00 - 10:00
CO019
2174 UM CASO DE ENDARTERITE BACTERIANA 
SUBAGUDA
Rosa Alves, Ana Rita Varudo, Tiago Lobo Ferreira, Sara 
Ramalho, Tiago Judas
Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
Introdução
A embolização séptica é uma causa frequente de febre de etio-
logia oculta.
Descrição
Apresenta-se o caso de um homem, 65 anos, com anteceden-
tes de hipertensão arterial, dislipidémia, cardiopatia isquémica, 
insuficiência cardíaca, estenose carotídea direita (submetido a 
terapêutica endovascular percutânea 3 semanas antes do inter-
namento) e ex-fumador. Internado por síndrome febril e perda 
ponderal. À admissão, apresentava-se febril e analiticamente 
com anemia normocítica normocrómica e elevação dos parâ-
metros inflamatórios. Iniciou antibioterapia com ceftriaxone e 
vancomicina. As hemoculturas (HC) isolaram Staphylococcus 
aureus sensivel a meticilina (MSSA). Descalada antibioterapia 
para flucloxacilina. Sob antibioterapia dirigida, manteve picos 
febris acompanhados de edema, dor, impotência funcional e 
sinais de embolia periférica a nível do membro inferior direito 
(MID). Para exclusão de focos sépticos, realizou ecocardio-
grama transesofágico, tomografia computorizada (TC) corpo 
e ressonância magnética da coluna lombo-sagrada, sem alte-
rações relevantes. Realizou PET-scan com sinais inflamatórios 
a nível da artéria femoral direita (AFD). Admitido o diagnóstico 
de endarterite femoral direita a MSSA. Durante o internamen-
to, verificou-se persistência da febre (HC seriadas estéreis) e 
agravamento de sinais de isquémia do MID. Intervencionado 
pela Cirurgia Vascular, que documentou presença de angioseal 
infectado e oclusão da AFD, com necessidade de reparação 
vascular. Após remoção do dispositivo, conseguida apirexia e 
melhoria da isquémia. Os dispositivos de encerramento cutâ-
neo são utilizados com frequência crescente. As complicações 
infecciosas são extremamente raras. Os principais factores de 
risco são diabetes mellitus, obesidade e dispositivos anterio-
res. O diagnóstico baseia-se num elevado índice de suspeição, 
associando sinais inflamatórios à presença de um dispositivo 
infectado. O PET-scan tem valor diagnóstico na fase inicial, na 
ausência de alterações estruturais na TC.
 
01 DE JUNHO
Sala Lagos III 09:00 - 10:30
CO020
2194 INFEÇÃO POR ENTEROBACTERIÁCREAS 
PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES – OS 
DESAFIOS APÓS DOIS ANOS DE COMBATE
João Gonçalves, Ana Vigário, Guiomar Pinheiro, Ana Rita 
Costa, Ernestina Reis, João Araújo Correia
Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
Introdução
O surgimento de enterobacteriáceas produtoras de carbapenema-
ses (EPC) tem-se apresentado como um crescente dilema mun-
dial. A infeção causada por estes agentes emerge como um sério 
desafio pelas escassas terapêuticas existentes.
Objetivos
Caracterizar os casos de Infeção por EPC num Centro Hospitalar. 
Avaliar a evolução das resistências aos antimicrobianos.
Métodos
Estudo baseado em registo prospetivo, referente ao período 
entre 2016-2017, de doentes identificados como infetados/
colonizados por EPC no projeto de vigilância da Comissão de 
1724º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
Controlo de Infeção e Resistência aos antimicrobianos (CCIRA) 
de um centro hospitalar.
Resultados
Foram identificados 106 casos de infeção por EPC, 58 em 
2016 e 48 em 2017. Não se verificaram diferenças nas taxas 
de mortalidade entre estes períodos (33.9%vs30.0%, p=0.685). 
Contudo, a gravidade dos casos quando classificada pelo sco-
re de SOFA foi superior nos episódios de 2016 (5.714vs3.529, 
p=0.012) sendo que um score superior se associou a pior out-
come nos casos de 2016 mas não nos de 2017 (8.53vs3.267, 
p<0.001 para 2016 e 5.556vs3.333, p=0.322 para 2017). Foi 
observada uma tendência para menor cobertura dos esquemas 
de antibioterapia empíricos para estas infeções no ano de 2017 
(38.1%vs25%, p=0.386) o que poderá explicar estes achados. 
Verificou-se uma tendência a menor percentagem de resistên-
cia dos isolados de EPC a colistina, cotrimoxazole, gentamicina 
e fosfomicina. Não se verificaram diferenças significativas na 
proporção de doentes com terapêutica dirigida com combina-
ção de antimicrobianos ou combinação contendo carbapene-
mo entre os dois anos.
Conclusões
Neste centro hospitalar verificou-se uma tendência a redução 
das resistências a antimicrobianos utilizados na terapêutica de 
infeções por EPC após a implementação de um plano de vigi-
lância sistematizado. Contudo, é necessário otimizar a terapêu-tica dirigida às infeções por EPC o que poderá passar por uma 
maior interligação entre as equipas assistentes e as CCIRA.
 
31 DE MAIO
Sala Portimão 14:00 - 15:30
CO021
2201 UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE 
PARASITOSE HUMANA POR FASCIOLA HEPATICA
Sandra Santos1, Sandra Simões1, Filipa Pontes2, Ines Vidal1, 
Joao Melo1, Adriano Rodrigues1
1Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - Medicina Interna HG, 
Coimbra, Portugal
2Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - IPO, Coimbra, Portugal
Introdução
A Fasciola hepatica parasita tipicamente o gado bovino e capri-
no, mas pode parasitar humanos, sendo o consumo de agrião 
e a água contaminada por moluscos parasitados a principal 
causa de parasitose humana. As principais manifestações clí-
nicas são a dor abdominal, hepatomegalia ou sintomas cons-
titucionais, na fase aguda, e cólicas biliares e colangite na fase 
crónica. Manifestações extra-hepáticas, como infiltrados pul-
monares, pleuropericardite, meningite ou linfadenopatia podem 
também ocorrer. 
Descrição
Apresenta-se o caso clínico de uma mulher de 57 anos, que 
recorreu à urgência por odinofagia, cervicalgia com irradiação 
occipital, tosse não produtiva, anorexia e sudorese nocturna, 
com 15 dias de evolução. Negava alterações digestivas ou 
perda ponderal. Analiticamente apresentava leucocitose (22.10 
x10^3/ul) com eosinofilia (33.4%), sem outras alterações. A 
ecografia cervical mostrou adenopatias laterocervicais esquer-
das, as maiores com 19x10mm e 23x10mm e sinais de trom-
bose da veia jugular interna esquerda (trombo endoluminal com 
39x9mm), confirmada por angio-TC. A TC abdominal mostrou 
nos segmentos laterais do lobo esquerdo do fígado (S2/3) uma 
lesão espontaneamente hipodensa, de características infiltrati-
vas, condicionando abaulamento do contorno posterior e inferior 
destes segmentos e condicionando a dilatação das vias biliares 
destes segmentos, com realce tardio no estudo dinâmico, me-
dindo cerca de 71x61x39 mm, sugestiva de colangiocarcinoma 
intra-hepático. A doente foi medicada com enoxaparina para 
terapêutica da trombose da veia jugular interna e orientada para 
cirurgia hepato-biliar, tendo sido submetida a lobectomia hepá-
tica esquerda. A peça cirúrgica apresentava múltiplos abcessos 
necrotizantes com paliçada de células epitelioides e numerosos 
eosinófilos, sugerindo infestação parasitária. As serologias pa-
rasitárias foram positivas para Fasciola hepatica (Western-Blot). 
A doente foi medicada com praziquantel e a eficácia terapêutica 
já confirmada por serologia.
Conclusão: Apesar de uma apresentação clínica atípica e de os 
exames de imagem apoiarem um diagnóstico de malignidade, 
o estudo anátomo-patológico da peça cirúrgica e as serologias 
foram essenciais no correcto diagnóstico e tratamento da doen-
ça.
 
02 DE JUNHO
Sala Portimão 09:00 - 10:00
CO022
2227 KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORA DE 
CARBAPENEMASES (KPC) – A AMEAÇA – ESTUDO 
RETROSPECTIVO DE 1 ANO
Victor Espadinha, Miguel Araújo, Rita Jesus, Liliana 
Fernandes, João Machado
Hospital Prof. Fernando Fonseca, Lisboa, Portugal
Introdução
Desde a sua disseminação à escala mundial nos anos 2000, 
em Portugal desde 2008, a KPC está associada a infeções com 
elevada mortalidade. O conhecimento da epidemiologia, dos 
fatores de risco e uso de antibióticos(Abt) permite optimizar o 
seu tratamento.
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 18
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COMUNICAÇÕES ORAIS
Objetivos
Caracterizar os principais aspetos demográficos e clínicos de 
doentes que tiveram infecção por KPC. Determinar fatores de 
risco, esquemas(esq) de terapêutica(tx); avaliar sua resposta e 
impacto clinico.
Métodos
Estudo retrospectivo e descritivo, com consulta dos processos 
clinicos dos dts infectados por KPC num Hospital Distrital, em 
2017. Análise efectuada em SPSS, com aplicação de Qui-Qua-
drado.
Resultados
Foram seleccionados 50 doentes. A média etária foi 73(39;89), 
60% mulheres, com origem: Domicilio 82%, Lar 14%, e outro 
hospital 4%. Principais Serviços: Cirurgia 28%, Medicina 26% e 
Urgência 6%. Destes, 100% dos dts fizeram Abt nos 3 meses 
antes, 60% tinham algália e 12 % cateter central. Adicionalmen-
te 28% tinham Diabetes e 12% Neoplasia. A Algália foi o úni-
co FR que se associou a maior mortalidade(p=0,04). Os focos 
primários de infecção: urinário 66%, cutâneo 14%, respiratório 
6%, Cateter 4% e Ascitico 2%. Bacteriémia em 24%. O despis-
te foi positivo em 56%. A maioria dos dts foi tratada com mono-
terapia(9 esq) e 28% tx dupla(8 esq). Destes últimos a taxa de 
cura foi de 78%. Dos 12 dts com bacteriémia, 58% realizaram 
tx dupla com cura em 85%. Dos 15 dts com cistite não compli-
cada, 87% efectuou monoterapia com cura em 54%. A média 
de dias internamento 66(1;516) e 28% de óbitos.
Conclusões
A infecção por KPC ocorreu numa população idosa, com co-
morbilidades, exposição de Abt prévia e submetida a procedi-
mentos invasivos. A terapêutica combinada, parece estar as-
sociada a uma sobrevivência maior na infecção grave a KPC 
e os isolamentos em UC têm uma taxa de cura elevada com 
monoterapia. Estes resultados devem alertar para a necessi-
dade de intensificar a vigilância ativa de KPCs e, definir critérios 
objectivos para melhorar a prescrição Abt.
 
31 DE MAIO
Sala Lagos III 14:00 - 15:30
Doenças Autoimunes e vasculites
CO023
334 GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE: UMA 
APRESENTAÇÃO INICIAL ATÍPICA
Catarina Vilaça Pereira, Joana Correia Magalhães, Filipa 
Daniela Silva, Pedro Ribeirinho Soares, José Marques, 
Jorge Almeida
Centro Hospitalar São João, Porto, Portugal
Introdução
A granulomatose com poliangeíte é uma vasculite necrotizante 
de pequenos e médios vasos com envolvimento do trato respi-
ratório superior e inferior e glomerulonefrite pauci-imune necro-
tizante. Tem maior incidência em homens dos 60 aos 70 anos 
e > 80% apresenta anticorpos anticitoplasma neutrófilo (ANCA) 
positivos.
Descrição
Apresenta-se o caso de um homem, 23 anos, sem anteceden-
tes de relevo, que recorreu ao Serviço de Urgência por poliar-
tralgias e astenia com duas semanas de evolução, associado a 
tosse com expectoração hemoptóica. Exame objetivo à admis-
são sem alterações. Analiticamente, leucocitose de 13790/uL 
e velocidade sedimentação 3mm/1ªhora e radiografia de tórax 
normal. Foi medicado com ceftriaxone, azitromicina e oseltami-
vir. Nas primeiras 48h, apresentou agravamento clínico, com he-
moptises em moderada quantidade, desenvolvendo insuficiên-
cia respiratória grave, interpretado como provável infeção por 
vírus influenza. Repetiu radiografia tórax que mostrou infiltrados 
algodonosos bilaterais e, pela necessidade de entubação e ven-
tilação mecânica invasiva foi transferido para o nosso hospital. 
Fez lavado broncoalveolar, negativo para vírus influenza e posi-
tivo para vírus sincicial respiratório. Pedido estudo autoimune 
que revelou positividade para ANCA PR3 em título >200, tendo 
iniciado pulsos de metilprednisolona 1g (3 dias), plasmaferese e 
posteriormente ciclofosfamida, com melhoria clínica e resolução 
da insuficiência respiratória. Fez tomografia axial computorizada 
tórax alta resolução que mostrou áreas de densificação em vi-
dro despolido difusas sugerindo capilarite/hemorragia alveolar e 
duas áreas nodular subpleurais sugestivas de vasculite granulo-
matosa e dos seios perinasais que mostrou sinusopatia crónica 
agudizada, com biópsia dos cornetos nasais.
Destarte, com este caso pretende-se evidenciar uma forma de 
apresentação exuberante e potencialmente fatal de hemorragia 
alveolar difusa que culminou no diagnóstico inaugural de vascu-
lite granulomatosa num doente jovem.
1924º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
CO024
576 ISQUEMIA E HEMORRAGIA CEREBRAL: 
PARADOXO DA ANTICOAGULAÇÃO NO SAF
Maria Inês Xavier Ferreira, João Figueira, Fernanda Paixão 
Duarte
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Almada, Portugal
Introdução
O Síndrome Antifosfolipídico(SAF) caracteriza-se por trombo-
ses recorrentes. A anti-coagulação (AC) no SAF após eventos 
arteriais é consensual mas há discussão quanto à intensidade 
da AC. Expomos um caso de SAF com acidente vascular ce-
rebral (AVC) isquémico, apesar de AC oral, e posterior transfor-
mação hemorrágica.
Descrição
Trata-se de mulher com diagnóstico de SAF após investigação 
etiológica de AVC isquémico aos 41 anos, em 2009, sem se-
quelas. Iniciou ácido acetilsalicílico (AAS) e varfarina (VKA). Entre 
2009 e 2017, verifica-se labilidade de valores de INR (min 1.4, 
máx 8.9) apesar de controlo apertado.
A 13/12/2017, aos 50 anos, apresenta súbita disartria e redução 
da força do hemicorpo direito. Em angio-TAC verifica-se oclu-
são da artéria cerebral média esquerda, com enfarte temporo-
-occipital, sem evidência de hemorragia. Por apresentar INR de 
2.2, é submetida a trombectomia endovascular, com necessi-
dade de 5 passagens por reoclusão precoce recorrente. Um dia 
depois, sofre agravamento neurológico. TAC-CE com transfor-
mação hemorrágica extensa e desvio da linha média. Foi sub-
metida a craniectomia descompressiva. Permaneceu em coma 
sob ventilação mecânica. Repetiu TC-CE a 17/12/2017 com 
correcção do desvio, mas com focos petequiais, hemorragia 
subaracnoideia sulcal e intraventricular. Iniciada AAS, protelado 
início de AC. Teve melhoria paulatina neurológica, extubada a 
20/12/2017. Reintroduziu-se AC com enoxaparina. Dois meses 
após o AVC, apresenta-se vigil, mantendo hemiparesia direita e 
afasia, sem evidência de hemorragia nas imagens.
No SAF, após eventos arteriais, vários autores defendem AC 
com VKA para INR >3 para prevenção da recorrência trombóti-
ca. No entanto, o risco hemorrágico está aumentado e a labili-
dade de INR é frequente. Neste caso, a AC não foi protectora: 
verificou-se isquemia seguida de hemorragia. Os novos anti-
coagulantes, em particular o Rivaroxabano, poderão ser uma 
alternativa. Não há concordância quanto à reintrodução de AC 
após hemorragia grave.
 
CO025
627 MIOPATIA INFLAMATÓRIA NECROTIZANTE
Carina Ramalho, Francisco Gouveia, Isabel Fernandes, 
Mariana Almeida, Silvia Rodrigues, Fátima Campante
Centro Hospitalar Barreiro Montijo, Barreiro, Portugal
Introdução
Miopatia necrotizante autoimune é uma miopatia idiopática com 
inicio progressivo de perda de força proximal e aumento de 
CK. Distingue-se de outras miopatias por apresentar na biópsia 
muscular sinais de necrose muscular com pouca atividade in-
flamatória. Atinge doente entre os 30 e os 70 anos e pode estar 
associada a estatinas, DTC, neoplasias ou HIV.
Descrição
Homem, 38 anos, sem antecedentes relevantes. Recorreu ao 
SU por parestesias das mãos e pés, algias generalizadas e di-
minuição da força nos membros inferiores e marcha miopática 
com 1 mês de evolução. Além disto apresentava diminuição 
dos reflexos osteotendinosos e diplegia facial periférica com 
CK>13.000 e mioglobina 6986. Ficou no Serviço de Neurologia, 
onde, por hipótese de S. de Guillian Barré foi medicado com 
Imunoglobulina humana durante 5 dias sem beneficio. Realizou 
EMG que mostrou lesão de axónios motores compatível com 
miopatia inflamatória e iniciou corticoterapia e Azatioprina. Au-
to-imunidade, Hudlesson, Widal , Weil-Felix e serologias virais 
negativas. Ecocardiograma e TC-TAP sem alterações; serologia 
para Borrelia positiva em baixo titulo e biópsia muscular suges-
tiva de “miopatia necrotizante sem infiltrado inflamatório”. Assu-
miu-se o diagnóstico de Miopatia Necrotizante em contexto de 
Doença de Lyme e fez antibioterapia dirigida. Teve alta para a 
consulta de doenças autoimunes onde manteve CK na ordem 
dos 1800-3000, incapacidade para a marcha e atrofia muscular. 
Reiniciou imunossupressão com diversos fármacos, sem be-
nefício, optando-se por suspender terapeutica e repetir ANA’s 
(ELISA) que foram positivos. Por agravamento clínico, reiniciou 
corticoides e Rituximab, cuja resposta se aguarda. Da investi-
gação destaca-se: EMG com lesão de axónios motores; biópsia 
muscular compatível com miopatia necrotizante; serologia para 
Borrelia positiva; ANA positivos. A ausência de resposta clínica 
ao tratamento para Doença de Lyme e à terapêutica com CE 
e imunossupressora não exclui eventual síndrome paraneoplá-
sico.
 
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Medicina Interna 20
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COMUNICAÇÕES ORAIS
01 DE JUNHO
Sala Lagos II 09:00 - 10:30
CO026
633 UM CASO DE DÉFICE DE FATOR VIII 
ADQUIRIDO ASSOCIADO A TIROIDITE E 
PANGASTRITE AUTOIMUNE
Joana Isabel Marques, Sara Freitas, Ana Isabel Reis, André 
Caiado, Ana Grilo, Fernando Martos Gonçalves, José 
Lomelino Araújo
Hospital Beatriz Ângelo, Loures, Portugal
Introdução
O défice de fator VIII adquirido é uma doença autoimune muito 
rara (incidência de 1.3 a 1.5 por milhão, por ano) que se deve 
à presença de anticorpos que interferem com a atividade do 
fator VIII. A forma de apresentação mais comum é a hemorragia 
anormal grave e potencialmente fatal.
Descrição
Caso de uma mulher de 69 anos, caucasiana com hiperten-
são arterial e hipotiroidismo, sem antecedentes hemorrágicos, 
não antiagregada nem anticoagulada que é admitida por he-
martrose do joelho após trauma e hematoma retroperitoneal 
espontâneo (sem referência a trauma abdominal) com 10cm de 
maior diâmetro, documentado por tomografia computorizada. 
Da avaliação analítica destaca-se o prolongamento do tempo 
de tromboplastina parcial ativado (aPTT) de 56,0s (valor de re-
ferência de 21,4-31,2s) associado a tempo de tromboplastina 
não prolongado. Não houve correção do aPTT com o teste 
de mistura. O doseamento de fator VIII era <0,4% e foi dete-
tada a presença de inibidor do fator VIII. Desta forma foi feito 
o diagnóstico de défice de fator VIII adquirido. A terapêutica 
para controlo hemorrágico foi com concentrado de complexo 
protrombínico e terapêutica imunossupressora com corticoide 
para eliminação de inibidor. Por falência terapêutica foi realizada 
imunoglobulina (5 dias) e por manutenção do prolongamento do 
aPTT associado rituximab ao corticoide. Do estudo etiológico 
verificou-se a presença de tiroidite auto-imune (autoanticorpos 
antiperoxidase microssomal e antitiroglobulina positivos) e pan-
gastrite autoimune (aspetos de atrofia em exame endoscópico 
e cujo exame anatomo-patológico revelou lesões de gastrite 
crónica atrófica moderada, com autoanticorpos anticélula pa-
rietal do estômago positivo).
CONCLUSÃO: Reporta-se uma causa rara de hemorragia es-
pontânea grave no adulto em que se associou o défice de fator 
VIII adquirido à tiroidite e pangastrite autoimune, cuja associa-
ção é feita apenas em estudos de caso.
 
CO027
645 RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DA 
VITAMINA D E A ACTIVIDADE E CONTROLO DA 
DOR NA ARTRITE REUMATÓIDE. 
Albina Moreira, Filipe Andrade, Rui Môço, Rosário Alves, 
Alexandre Vasconcelos, Eduardo Eiras, Carlos Soares, 
Anabela Ferreira
Unidade Local de Saúde Matosinhos - Hospital Pedro Hispano, Ma-
tosinhos, Portugal
Introdução
Estudos recentes têm relacionado o défice de vitamina D com 
o aumento da prevalência e a actividade da artrite reumatóide 
(AR). 
Objetivos
Avaliar a prevalência de défice de vitamina D em pacientes com 
AR e relacionar esta deficiência com o controlo de dor e marca-
dores inflamatórios de fase aguda.
Métodos
Estudo prospectivo realizado durante um ano. Foram incluí-
dos 45 doentes com diagnóstico de AR (segundo os critério 
de classificação 2010 da American College of Rheumatology / 
European League Against Rheumatism), seguidos em consul-
ta externa. Foram colhidos dados demográficos dos doentes, 
dados clínicos (sintomas e sinais), medidos níveis de 25-hidro-
xivitamina D3 [25 (OH) D3], hormona paratiróide (PTH), proteína 
C-reactiva (PCR) e albumina. A actividade da doença foi ava-
liada pelo cálculo do 28-joint Disease Activity Score (DAS28). 
A análise estatística foi realizada com o Pacote Estatístico para 
Ciências Sociais, versão 24 (SPSS Inc.,Chicago, IL).
Resultados
Na amostra de doentes estudada 31 estavam em remissão e 
11 apresentavam articulações dolorosas. A mediana de dor na 
escala visual analógica (EVA) foi de 30. O défice de vitamina D 
foi documentado em 41 doentes. Os níveis de vitamina D não 
mostraram associação com o DAS28 (p = 0,59), EVA (p = 0,55) 
ou PCR (p = 0,16). Os níveis de PTH relacionaram-se positiva-
mente com a PCR (p = 0,01). Durante o período de seguimento 
em consulta (36 meses) ocorreram 6 fracturas ósseas osteopo-
róticas. O risco de fractura osteoporótica foi associado à acti-
vidade da AR conforme avaliado pelo score DAS28 (p = 0,04).
Conclusões
Este estudo comprovou a elevada prevalência de défice de vita-
mina D em doentes com AR. Não se encontrou relação entre o 
défice de vitamina D e a actividade da doença. Foi encontrada 
associação entre os níveis de PTH e elevação da PCR, poden-
do esta relação reflectir ausência de controlo da doença ou ser 
um reflexo do défice fisiológico de vitamina D. 
 
2124º Congresso Nacional de Medicina Interna
COMUNICAÇÕES ORAIS
31 DE MAIO
Sala Lagos III 14:00 - 15:30
CO028
1321 VASCULITE CRIOGLOBULINÉMICA EM 
DOENTE COM SÍNDROME DE SJÖGREN
Ryan Costa Silva, Joana Rodrigues Dos Santos, Joana 
Rosa Martins, Jorge Ruivo, Lígia Peixoto, José Luís Ducla 
Soares
Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria, Lisboa, 
Portugal
Introdução
A Síndroma de Sjogren (SS) é uma doença auto-imune sisté-
mica que afecta principalmente as glândulas exócrinas. O es-
pectro clínico é alargado, desde sintomatologia sicca ao en-
volvimento sistémico com manifestações extraglandulares. É 
habitualmente indolente, podendo no entanto associar-se ao 
desenvolvimento de doença linfoproliferativa ou vasculite crio-
globulinémica (3% a 4% da SS primária).
Descrição
Os autores apresentam o caso de um doente do sexo femini-
no, 52 anos, com antecedentes de SS primária que é admiti-
da por quadro de dor abdominal, perda ponderal significativa 
e diminuição da força e sensibilidade dos membros. Ao exame 
neurológico apresentava força muscular grau 2 nos territórios 
do nervo radial direito e ciático popliteu esquerdo com hiposte-
sia álgica nos mesmos territórios. Foi realizado estudo electro-
miográfico que foi compatível com mononeuropatia múltipla. A 
colonoscopia revelou colite isquémica. Com o intuito de excluir 
doença linfoproliferativa, realizou TC toraco-abdomino-pélvica, 
mielograma, biopsia óssea, broncofibroscopia e PET, que fo-
ram negativas para esta hipótese. Dos exames laboratoriais, 
destacava-se positividade para anticorpos anti-SSA, anti-SSB, 
factor reumatóide em títulos elevados, consumo marcado de 
complemento. Tendo em conta o quadro de perda ponderal, 
mononeuropatia múltipla e hipocomplementemia, foi colocada 
a hipótese de vasculite crioglobulinémica, confirmada pela pre-
sença de crioglobulinas mistas em elevada concentração, assu-
mindo-se crioglobulinemia mista tipo III em doente com SS com 
indicação para terapêutica imunossupressora, pelo que iniciou 
corticoterapia e rituximab.
O envolvimento do sistema nervoso periférico (mononeuropa-
tia múltipla) na SS é raro (5%), podendo dever-se à presença 
concomitante de crioglobulinemia, pelo que esta deve ser pes-
quisada atendendo às potenciais implicações no prognóstico e 
terapêutica.
 
01 DE JUNHO
Sala Lagos II 09:00 - 10:30
CO029
1352 ARTRITE REUMATÓIDE E RISCO DE 
INFECÇÃO - EXPERIÊNCIA DE UMA CONSULTA 
DE DOENÇAS AUTO-IMUNES
Vânia Rodrigues, Filipa Amado, Adriana Santos Silva, Rita 
Rocha, Ana Ferrão, Alcina Ponte
Centro Hospitalar de Leiria, Leiria, Portugal
Introdução
A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória sistémica 
crónica associada ao aumento da frequência de infecções, que 
podem estar relacionadas a fatores do hospedeiro, inflamação 
ou efeitos adversos da terapêutica instituída. 
Objetivos
Determinar a associação entre infecções e fármacos utilizados 
para tratar AR, comparando medicamentos biológicos com 
DMARDs tradicionais.
Métodos
Estudo observacional retrospectivo de 91 doentes com AR, 
seguidos numa consulta de doenças auto-imunes durante um 
período de seguimento de três anos. Foi utilizado o software 
SPSS para análise estatística dos dados.
Resultados
A amostra é constituída por um total de 91 doentes divididos 
em dois grupos: 10 doentes (10,99%) tratados com fárma-
cos biológicos e 81 doentes (89,01%) tratados com DMARDs 
não biológicos, dos quais 33 sob corticoterapia. 74 doentes 
(81,32%) pertenciam ao sexo feminino enquanto 17 (18,68%) 
pertenciam ao sexo masculino, apresentando uma média de 
idades de 64,29 anos. 
Durante o período de acompanhamento, verificámos um total de 
34 infecções em 25 (29,67%) doentes, dos quais 23 (67,65%) 
eram do trato respiratório, 4 (11,76%) urinários e 7 (20,59%) 
cutâneos. Destes, apenas 4 doentes (11,76%) apresentaram 
uma infecção grave que exigiu internamento hospitalar.
Apenas 3 (12%) dos 25 doentes com complicações infecciosas 
estavam sob terapêutica com fármacos biológicos e 21 (88%) 
com DMARDs não biológicos, dos quais 11 doentes sob cor-
ticoterapia. 
Dos doentes que necessitaram de internamento hospitalar, 
25% estavam sob terapêutica com Metotrexato, 25% apenas 
sob corticoterapia e 50% com associação de metotrexato e 
corticoterapia.
Conclusões
Conforme descrito na literatura, os nossos resultados demons-
tram que não há associação entre doentes medicados com 
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 22
REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Medicina Interna 22
COMUNICAÇÕES ORAIS
fármacos biológicos e maior risco de infecções graves com 
necessidade de internamento hospitalar, no entanto, demons-
tramos uma grande prevalência de complicações em doentes 
com corticoterapia. 
 
CO030
1564 UM CASO DE NEUTROPENIA - DESAFIOS DA 
CONSULTA DE MEDICINA INTERNA
Margarida Madeira, Susana Marques, Dias Eugénio, 
Ermelinda Pedroso
Centro Hospitalar de Setúbal, Setúbal, Portugal
Introdução
A neutropenia isolada, sem concomitante anemia ou trombo-
citopenia, é um motivo comum de referenciação à consulta de 
medicina interna (CMI). A determinação da necessidade de in-
vestigação exaustiva e intervenção pode ser desafiante.
Descrição
Os autores apresentam um caso de uma mulher de 69 anos 
referenciada à CMI por neutropénia. A doente negava dor to-
rácica, dispneia ou tosse. Negava náuseas, vómitos, dor abdo-
minal, sintomatologia urinária, febre, dores articulares, anorexia 
ou perda ponderal. Sem história de início de novos fármacos 
ou viagens recentes. Exame objetivo, sem alterações. Analiti-
camente com leucócitos 2100/μL e neutrófilos 300/ μL, sem 
anemia ou trombocitopenia. A velocidade de sedimentação era 
de 3 mm/1a hora e as serologias virais negativas. ´
A doente manteve-se assintomática, pelo que se optou pela 
vigilância aos 2 meses: análises com bicitopénia (Hemoglobina 
11.4 g/dL e Neutrofilos 300/ μL), a biópsia óssea revelou me-
dula hipercelular, sem doença linfoproliferativa. Da investigação 
de doenças autoimunes, resultou fator reumatoide de 2090 UI/
mL e anticorpos anti-peptídeos citrulinados de >340 U/mL. Eco 
abdominal mostrou esplenomegalia. A hipótese diagnóstica as-
sumida foi a de Síndrome de Felty (SF), como apresentação 
inaugural de um caso de Artrite Reumatóide (AR).
A AR é uma forma de artrite crónica com importantes manifes-
tações extra-
articulares. O SF é uma manifestação extra-articular severa, ca-
racterizada pela tríade de AR, neutropenia e esplenomegália. 
Além da probabilidade de um doente com AR vir a sofrer de SF 
ser inferior a 1%, este apenas se apresenta após uma doença 
de longa duração. Só em casos muito raros a neutropenia surge 
antes da artrite, sendo mais frequente o surgimento da artrite 10 
anos antes da neutropenia.
 
CO031
1566 SINOVITE E DERRAME PLEURAL - UM CASO 
DE DIAGNÓSTICO INAUGURAL DE ARTRITE 
REUMATÓIDE
Miguel Monteiro, Ana Maria Gonçalves, Filipa Gomes, João 
Machado
Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca,

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