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PARASITOLOGIA HUMANA Docente: Enfª. Thielle da Hora Protozoários CONCEITO: São organismos eucarióticos, unicelulares e que se nutrem de forma heterotrófica. Embora o termo protozoário seja comumente utilizado, o fato é que esses seres não têm qualquer valor taxonômico, portanto, são considerados como um agrupamento artificial. Diferentemente dos seres autótrofos, os organismos heterótrofos não são capazes de produzir seu próprio alimento, sendo necessário consumir outros seres vivos para se manterem. Eles aproveitam as fontes de carbono que constituem outros seres, como plantas e animais. Os seres autótrofos, também conhecidos como autotróficos, são aqueles organismos vivos que conseguem obter a energia e os nutrientes necessários para sua sobrevivência por meio da luz solar, no processo de fotossíntese. Protozoários Em sua grande maioria, os protozoários têm um modo de vida livre e podem ser encontrados nos mais diversos tipos de ambientes úmidos e aquáticos. Entretanto, há algumas espécies que se associam com outros organismos para viver, como o caso dos parasitas. Parasitas são seres que vivem “em função” de outros. Eles podem ser internos ou externos. Além disso, há parasitas que não interferem no ciclo de vida de seu hospedeiro, enquanto outros causam doenças e são extremamente prejudiciais para esses organismos. Protozoários CARACTÉRISTICAS DOS PROTOZOARIOS: Em sua maioria, apresentam núcleo individualizado (seres eucariontes) — sendo que todas as funções que normalmente existem nos seres multicelulares são exercidas por sua única célula (reprodução, respiração e excreção); Assim como as algas, pertencem ao Reino Protista; Por causa da diferença de concentração entre o ambiente externo e o citoplasma, constantemente ocorre a entrada de água por osmose — a quantidade de água é controlada pelo vacúolo, que elimina o excesso; Sua célula tem vacúolos pulsáteis ou contráteis, que atuam fazendo regulação osmótica; Sua alimentação ocorre pela absorção de alimento por meio de fagocitose — o que origina os fagossomos. Protozoários REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS: A reprodução dos protozoários pode ocorrer tanto de forma sexuada quanto assexuada. A reprodução sexuada é realizada por meio dos paramécios, em um processo conhecido pelo termo conjugação, que consiste na união entre dois indivíduos que trocam material genético, originando novos seres protozoários. Já na reprodução assexuada, que é a mais comum nos protozoários, o processo ocorre de duas formas: • Divisão binária — quando uma célula denominada como célula-mãe se divide, originando outras duas células (células-filhas); • Divisão múltipla — quando a célula realiza diversas mitoses, formando uma grande quantidade de núcleos, que, por sua vez, dividem-se em células menores. Protozoários TIPOS DE PROTOZOÁRIOS: Os protozoários que vivem no meio aquático são divididos em quatro grupos: esporozoários; rizópodos; flagelados; ciliados. Existem os protozoários que se movem com auxílio de prolongamentos citoplasmáticos ( e que modificam o formato do corpo do organismo), conhecidos como pseudópodes. Esse grupo é chamado de rizópodos e as amebas fazem parte dele. Protozoários á os esporozoários são aqueles que, na forma de esporos, não apresentam nenhum tipo de estrutura locomotora e são levados pela água, ar e até mesmo animais — como é o caso do mosquito Anopheles, responsável por provocar a malária. FILOS DO REINO PROTOCTISTA Os protozoários se dividem em uma classificação um tanto complexa e controversa. Alguns pesquisadores afirmam que esses seres são classificados em até mesmo dezenas de variações de filos dentro do Reino Protista. Filo Ciliophora — são os protozoários que possuem cílios como meio de locomoção, ou seja, os ciliados; Filo Zoomastigophora — são os protozoários que se locomovem por meio de flagelos; Protozoários Filo Aplicomplexa — são os protozoários que não possuem meios de locomoção, conhecidos como esporozoários; Filo Foraminifera — são os pseudópodes, isto é, os protozoários que têm uma carapaça externa à célula, rica em perfurações; Filo Actinopoda — são os seres que se locomovem por pseudópodes, porém com a forma afilada; Filo Rhizopoda — são rizópodos e também se locomovem por pseudópodes. PROTOZOÁRIOS E ALGAS: Por conseguirem realizar a fotossíntese, durante muito tempo as algas foram classificadas como parte do Reino Vegetal (Plantae). Protozoários No entanto, recentemente foram incorporadas ao Reino Protista, devido à sua incapacidade de formar tecidos organizados. Esses seres, que formam a base da cadeia alimentar subaquática, são essenciais para o meio ambiente, ajudando a sustentar a existência de vida em nosso planeta, pois as algas são os principais contribuintes para a fotossíntese — graças à liberação de oxigênio na atmosfera. Os seis grupos de classificação das algas se diferenciam com base nos pigmentos fotossintetizantes de suas células: • dinoflageladas ou pirrófitas — fitoplânctons; • euglenófitas — seres unicelulares de água doce que apresentam clorofila; • algas vermelhas; • algas verdes; • algas marrons; • algas diatomáceas e douradas. Protozoários DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS: Protozooses é o nome dado para as doenças causadas por protozoários. Apesar de esses seres terem vida livre, muitas vezes podem agir como parasitas, alojando-se no corpo de outros animais (hospedeiros). Uma das formas comuns de um animal se tornar hospedeiro é entrando em contato direto com água infectada. Após os protozoários se alojarem no organismo, uma série de patologias pode se desenvolver, como: leishmaniose — tegumentar e visceral; amebíase; toxoplasmose; tricomaníase; malária; doença de Chagas. DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS Doenças causadas por Protozoários PESQUISAR CONCEITO; CAUSAS; EPIDMIOLOGIA; SINAIS E SINTOMAS; DIAGNÓSTICO; TRATAMENTO. . PESQUISA VALENDO 1,5 AV2 amebíase; leishmaniose — tegumentar e visceral; toxoplasmose; tricomaníase; malária; Doença de Chagas. Amebíase CONCEITO: Amebíase é uma infecção causada por Entamoeba histolytica. É geralmente assintomática, mas diarreia e disenteria leve a grave podem ocorrer. Amebíase é causada por E. histolytica e tende a ocorrer em regiões com condições socioeconômicas desfavoráveis e saneamento precário. A maioria ocorre na América Central, no oeste da América do Sul, no oeste e sudeste da África e no subcontinente da Índia. Mundialmente, a cada ano, estima-se que 40 a 50 milhões de pessoas desenvolvam colite amebiana ou doença extraintestinal e cerca de 40.000 a 70.000 morram. Amebíase Todas as espécies do gênero Entamoeba vivem no intestino grosso de humanos ou de animais, à exceção da Entamoeba moshkoviskii, que é uma ameba de vida livre e E. gingivalis que vive na boca. São três espécies de Entamoeba são morfologicamente indistinguíveis, mas técnicas moleculares mostram que são espécies diferentes: • E. histolytica (patogênica); • E. dispar (coloniza o cólon de maneira inofensiva, o mais comum); • E. moshkovskii (patogenicidade incerta). Amebíase FISIOPATOLOGIA: Entamoeba sp existem em 2 formas: Trofozoíto Cisto O trofozoíto móvel alimenta-se de bactérias e tecidos, reproduz- se, coloniza o lúmen e a mucosa do intestino grosso e, às vezes, invade tecidos e órgãos. Trofozoítos predominam nas fezes líquidas, mas morrem rapidamente fora do corpo e, se ingeridos, seriam destruídos pelos ácidos gástricos. Alguns trofozoítos no lúmen do cólon se tornam cistos, que são excretados com as fezes. Amebíase Trofozoítos E. histolytica aderem a células epiteliais do cólon e leucócitos polimorfonucleares (PMN), podem eliminá-los e causar disenteria com sangue e muco, mas com poucos PMN nas fezes. Também secretam proteases que degradam a matriz extracelular e permitema invasão da parede intestinal e além desta. Trofozoítos podem se disseminar via circulação portal e provocar abscessos necróticos no fígado. A infecção pode se disseminar por extensão direta do fígado ao espaço pleural direito e pulmão ou, raramente, pela corrente sanguínea para o cérebro e outros órgãos. Os cistos predominam em fezes formadas e são resistentes à destruição no ambiente externo. Podem se disseminar tanto diretamente, de pessoa para pessoa, quanto indiretamente, por alimentos ou água. A amebíase pode ser transmitida sexualmente por contato oral-anal. Amebíase SINAIS E SINTOMAS: A maioria das pessoas com amebíase é assintomática, mas transmite os cistos nas fezes de forma crônica. Os sintomas da invasão dos tecidos no cólon são; Alternância entre contipação e diarreia; Flatulência; Dor abdominal em cólica; Podem ocorrer sensibilidade no fígado ou cólon ascendente e febre, e as fezes podem conter muco e sangue. Amebíase Disenteria amebiana A disenteria amebiana, comum nos trópicos, manifesta-se com episódios de fezes frequentes semilíquidas que, na maioria das vezes, contêm sangue, muco e trofozoítos vivos. Achados abdominais variam de leve sensibilidade à dor abdominal intensa, com febre alta e sintomas sistêmicos tóxicos. Sensibilidade abdominal comumente acompanha colite amebiana. Entre recaídas, os sintomas diminuem para cólicas recorrentes e fezes soltas ou muito moles, mas podem se desenvolver emagrecimento e anemia. Sintomas sugestivos de apendicites podem ocorrer. A cirurgia, nesses casos, pode resultar em disseminação peritoneal de amebas. Amebíase Infecção amebiana crônica do cólon Infecção amebiana crônica do cólon pode mimetizar a doença inflamatória intestinal e se manifesta como diarreia intermitente não disentérica acompanhada de dor abdominal, muco, flatulência e perda ponderal. A infecção crônica também pode se apresentar como massas palpáveis, amolecidas, ou como lesões anulares (amebomas) semelhantes a carcinomas no ceco e no cólon ascendente. Amebíase Doença extraintestinal amebiana Doença amebiana extraintestinal origina-se da infecção no cólon e pode comprometer qualquer órgão, mas o abscesso hepático é forma a mais comum. Abscesso hepático é geralmente único e no lobo direito. Pode estar presente em pacientes que não tiveram sintomas prévios, é mais comum em homens do que em mulheres (7:1 a 9:1) e pode se desenvolver de forma insidiosa. Os sintomas incluem dor ou desconforto sobre o fígado, que é ocasionalmente referido no ombro direito; febre intermitente; sudorese; calafrios; náuseas; vômitos; fraqueza e perda ponderal. Icterícia não é comum e, quando presente, é de grau leve. O abscesso pode ser perfurado no espaço subfrênico, na cavidade pleural direita, no pulmão direito, ou em outros órgãos adjacentes (p. ex., pericárdio). Lesões de pele são algumas vezes observadas, em especial ao redor do períneo e da região glútea na infecção crônica, podendo ocorrer também em feridas traumáticas ou operatórias. Amebíase DIAGNOSTICO: Infecção intestinal: exame microscópico e, quando disponível, imunoensaio enzimático de fezes, testes moleculares para DNA do parasita nas fezes e/ou sorologia Infecção extraintestinal: exames de imagem e sorologia ou prova terapêutica com um amebicida A amebíase não disentérica pode ser mal diagnosticada como síndrome do intestino irritável, enterite regional, ou diverticulite. Uma massa no cólon ascendente também pode ser confundida com câncer, tuberculose, actinomicose ou linfoma. Amebíase A disenteria amebiana pode ser confundida com shigelose, salmonelose, esquistossomose, ou colite ulcerativa. Na disenteria amebiana, as fezes são normalmente menos frequentes e menos líquidas do que na disenteria bacilar. Shigelose é uma infecção aguda do intestino causada ppelas bactérias Gram-negativas Shigella spp. Caracteristicamente, contêm muco viscoso e estrias de sangue. Ao contrário das fezes na shigelose, na salmonelose e na colite ulcerativa, as fezes amebianas não contêm grandes quantidades de leucócitos porque estes são lisados pelos trofozoítos. Amebíase hepática e abscesso amebiano devem ser diferenciados de outras infecções e tumores hepáticos. Amebíase O diagnóstico de amebíase é reforçado quando são encontrados trofozoítos amebianos e/ou cistos em fezes ou tecidos; contudo, E. histolytica patogênica é morfologicamente indiferenciável de E. dispar não patogênica e de E. moshkovskii. Imunoensaios que detectam antígenos de E. histolytica nas fezes são sensíveis e específicos e são feitos para confirmar o diagnóstico. Ensaios de detecção de DNA específicos de E. histolytica estão disponíveis em laboratórios diagnósticos de referência. Sorologias são positivas em Cerca de 95% de pacientes com abcesso hepático amebiano > 70% naqueles com infecção intestinal ativa 10% dos portadores assintomáticos Amebíase Ensaios imunoenzimáticos (EIA) são os testes serológicos mais amplamente utilizados. Títulos de anticorpos podem confirmar infecção por E. histolytica, mas podem persistir por meses ou anos, tornando impossível identificar infecção aguda passada em pessoas residentes de áreas com alta prevalência de infecção. Assim, testes sorológicos são úteis quando a infecção anterior é considerada menos provável (p. ex., em viajantes para áreas endêmicas). Testes moleculares para DNA do parasita nas fezes usam PCR e têm sensibilidade e especificidade muito altas. Amebíase Infecção intestinal amebiana A identificação de amebas intestinais pode requerer exames de 3 a 6 amostras de fezes e métodos de concentração. Antibióticos, antiácidos, antidiarreicos, enemas e meios de radiocontraste intestinais interferem na recuperação do parasita e não devem ser administrados até que as fezes sejam examinadas. A E. histolytica também deve ser diferenciada da E. dispar e da E. moshkovskii, bem como de outras amebas não patogênicas, como E. coli, E. hartmanni, E. polecki, Endolimax nana e Iodamoeba bütschlii. Análise molecular usando ensaios com PCR ensaio imunoenzimático para antígenos fecais são mais sensíveis e diferenciam E. histolytica das espécies não patogênicas. Amebíase Em pacientes sintomáticos, com frequência a proctoscopia mostra características lesões mucosas em forma de frasco, as quais devem ser aspiradas e o material deve ser examinado com relação a trofozoítos. Amostras de biópsia de lesões retossigmoides também podem mostrar trofozoítos. Infecção extraintestinal amebiana Infecção extraintestinal amebiana é mais difícil de diagnosticar. O exame de fezes é normalmente negativo e a recuperação de trofozoítos de pus aspirado não é comum. Na suspeita de um abscesso de fígado, deve-se realizar ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC), ou ressonância magnética (RM). São de sensibilidade semelhante, mas nenhuma técnica pode diferenciar abscesso amebiano de piogênico com toda certeza. Amebíase Reserva-se aspiração por agulha para: Lesões de etiologia incerta Aqueles em que a ruptura parece iminente Aqueles que respondem mal aos fármacos Os abscessos contêm um material espesso e semilíquido que varia de amarelo a castanho-achocolatado. Uma biópsia por agulha pode mostrar tecido necrótico, mas amebas móveis são dificilmente encontradas no material do abscesso e cistos amebianos não estão presentes. Uma tentativa terapêutica com um amebicida é, muitas vezes, a ferramenta de diagnóstico mais útil para um abscesso amebiano no fígado. Amebíase TRATAMENTO: Nicialmente metronidazol ou tinidazol Iodoquinol, paromomicina, ou furoato de diloxanida subsequentemente para erradicação de cistos Para sintomas GI e amebíase extraintestinal, usa-se um dos seguintes: Metronidazol oral, 500 a 750 mg tid em adultos (12 a 17 mg/kg tid em crianças), durante 7 a 10 dias. Tinidazol, 2 g, VO uma vezao dia em adultos (50 mg/kg [máximo de 2 g] VO uma vez ao dia em crianças > 3 anos de idade) por 3 dias para sintomas GI moderados, 5 dias para sintomas GI graves, e 3 a 5 dias para abscesso hepático amebiano. Amebíase Metronidazol e tinidazol não devem ser administrados para gestantes. Deve-se evitar álcool porque esses fármacos têm efeito semelhante ao do dissulfiram. Em termos dos efeitos GI adversos, tinidazol geralmente é mais bem tolerado que metronidazol. Terapia para pacientes com sintomas GI significativos deve incluir reidratação com líquidos e eletrólitos e outras medidas de suporte. Embora metronidazol e tinidazol tenham alguma atividade contra cistos de E. histolytica, não são suficientes para erradicá-los. Consequentemente, usa-se um 2º fármaco oral para erradicar os cistos residuais no intestino. Amebíase Opções para a erradicação dos cistos são Iodoquinol, 650 mg VO tid, depois das refeições, em adultos (10 a 13 mg/kg VO tid [máximo de 2 g/dia], para crianças), durante 20 dias Paromomicina, 8 a 11 mg/kg VO tid, com as refeições, durante 7 dias Furoato de diloxanida, 500 mg tidpara adultos (7 mg/kg tidpara crianças), durante 10 dias O furoato de diloxanida não está disponível comercialmente nos EUA. Amebíase Deve-se tratar as pessoas assintomáticas que transmitem os cistos de E. histolytica com paromomicina, iodoquinol ou furoato de diloxanida a fim de prevenir o desenvolvimento da doença invasiva e a disseminação para outros locais no corpo e para outras pessoas. Tratamento não é necessário para infecções por E. dispar ou E. moshkovskii. Entretanto, se o teste do antígeno fecal ou a PCR não estiverem disponíveis para diferenciá-los da E. histolytica, a decisão de tratar é clínica (p. ex., pela probabilidade de exposição à E. histolytica). Amebíase PREVENÇÃO: o contaminação de alimentos e água com fezes humanas deve ser evitada, um problema complicado pela alta incidência de portadores assintomáticos. o Alimentos crus, incluindo saladas e vegetais, água e gelo potencialmente contaminados, devem ser evitados nas áreas em desenvolvimento. o A água fervente mata os cistos de E. histolytica. o A efetividade da antissepsia química com iodo ou compostos contendo cloro depende da temperatura da água e da quantidade de produtos orgânicos presentes neles. o Filtros portáteis fornecem vários graus de proteção. o Continua-se trabalhando no desenvolvimento de uma vacina, mas nenhuma ainda está disponível. Leishmaniose CONCEITO: Doença infecciosa, porém não contagiosa! A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença de caráter zoonótico que acomete o homem e espécies de animais silvestres e domésticos, podendo se manifestar através de diferentes formas clínicas. É um conjunto de doenças causadas pelos protozoários flagelados da família Trypanosomatidae, do gênero Leishmania; Leishmaniose 1. Agente etiológico: Leishmania sp Reino: Protista Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Gênero : Leishmania 2. Tegumentar (LTA) 3. Visceral (LVA) Leishmaniose VETORES: A leishmaniose tegumentar americana é uma doença causada por parasitos do gênero Leishmania Ross, 1903. Este é um protozoário digenético que tem seu ciclo biológico realizado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado (heteroxeno). Os hospedeiros vertebrados incluem grande variedade de mamíferos: roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, incluindo o homem. Os hospedeiros invertebrados são pequenos insetos da ordem Diptera, família Psychodidade, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomya. Nestes insetos ocorre parte do ciclo biológico do parasito. Flebotomíneos – Mosquito palha – Birigui. Leishmaniose MORFOLOGIA: Forma de Contaminação Formas amastigotas: Apresentam-se tipicamente, ovóides ou esféricas. – Alongada (14 a 20 µm); – Extracelular; – Flagelo livre com movimento; – Se desenvolve no tubo digestivo do inseto vetor; – Forma infectante. Leishmaniose Formas promastigotas: São formas alongadas em cuja região anterior emerge um flagelo livre. No citoplasma observam-se granulações amrófilas e pequenos vacúolos. – Corpo ovóide (2,1 a 3,2 µm); – Flagelo interno, sem movimento; – Intracelular obrigatória; – Encontrada nas células do sistema fagocítico mononuclear. Leishmaniose TRANSMISSÃO: A transmissão ocorre pela picada de insetos hematófagos pertencentes ao gênero Lutzomyia conhecidos no Brasil por birigui, mosquito-palha e tatuquira. Ao exercer o hematofagismo, a fèmea do flebotomíneo corta com suas mandíbulas o tecido subcutâneo logo abaixo da epiderme, formando sob esta um afluo de sangue, onde são inoculadas as formas promastígotas metacídicas provenientes das regiões anteriores do trago digestivo: probóscida, cibário, faringe e esôfago. Leishmaniose PERÍODO DE INCUBALÇÃO: O período de incubação é bastante variável tanto para o homem como para o cão: • No homem: 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses. • No cão: bastante variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses. Suscetibilidade e Imunidade No homem: Não existe diferença de susceptibilidade entre idade, sexo e raça. Entretanto, crianças e idosos são mais susceptíveis. Leishmaniose A Leishmania é um parasito intracelular obrigatório de células do sistema fagocitário mononuclear e sua presença determina uma supressão reversível e específica da imunidade mediada por células, o que permite a disseminação e multiplicação incontrolada do parasito. Só uma pequena parcela de indivíduos infectados desenvolve sinais e sintomas da doença. No cão: Até o momento, não foi verificada predisposição racial, sexual ou etária relacionada com a infecção do animal. Em cães susceptíveis após a infecção da pele, ocorre a disseminação do parasita por todo o corpo com posterior desenvolvimento dos sintomas. Manifestações Clínicas da Doença As manifestações clínicas estão diretamente relacionadas com a espécie da Leishmania e aspectos imunológicos do hospedeiro. • Leishmaniose Tegumentar (LTA) 1. Cutânea (localizada ou difusa) 2. Muco-cutânea As três principais espécies de Leishmania que causam LTA são: 1. Leishmania braziliensis 2. Leishmania guyanensis 3. Leishmania amazonensis Manifestações Clínicas da Doença • Leishmaniose Visceral (LVA) As três espécies de Leishmania que causam a LV são: 1.Leishmania donovani, na Ásia e África; 2. Leishmania infantum na Ásia, Europa e África 3. Leishmania chagasi nas Américas (incluindo o Brasil) Situação Epidemiológica da LTA no Brasil Entre 2003 e 2018, foram registrados mais de 300.000 casos, com média de 21.158 casos por ano. Dentre as formas clínicas, a forma mucosa representou 7,7% dos casos registrados no período. Situação Epidemiológica da LVA no Brasil No período de 2003 a 2018, foram confirmados mais de 51 mil casos humanos, com incidência média de 1,7 casos/100 mil habitantes, variando de 1,4 a 2,1 e letalidade de 7,2%. Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) A tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida por diversas espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acometem o homem e provocam úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada; Aumenta de tamanho até formar uma ferida recoberta por uma crosta ou secreção purulenta; A remoção da crosta revela uma ferida em cratera com bordas avermelhadas e elevadas. Leishmaniose Cutânea Esta forma clínica é conhecida por espúndia e nariz de tapir ou de anta. O agente etiológico é a L. braziliensis. O curso da infecção nas fases iniciais ocorre na forma cutânea provocada por este parasit É a forma mais comum de leishmaniose. Leishmaniose Localizada: 85% dos casos: Cura espontânea; Única ou ≤ 10 lesões; Indolor. Leishmaniose Cutânea Leishmaniose Cutânea Disseminada: 2% dos casos de LT: Forma rara; > 10 a centenas de lesões; Disseminação do parasito; Comprometimento da mucosa em até 30% dos casos. Leishmaniose Cutânea-Difusa Caracteriza-se pela formação de lesões difusas não-ulcerativas por toda pele, contendo grande número de amastigotas. Esta forma clínica é provocada por parasitos do complexo mexicana, cujo agente etiológico é L. pifanoi, na de que a multiplicidade de lesões não é devida a repetidas Venezuela, e L. amawnensk, no Brasil. Forma rara e grave; Deficiência na resposta imune celular contra antígenos do parasito; Inicia-se com lesão única não responsiva ao tratamento; Evolui com formação de múltiplas nodulações não ulceradas recobrindo grandes extensões da pele. Leishmaniose Muco-cutânea Esta forma clínica é conhecida por espúndia e nariz de tapir ou de anta. O agente etiológico é a L. braziliensis. As regiões mais comumente afetadas pela disseminação metastásica são o nariz, a faringe, a boca e a laringe. As regiões mais comumente afetadas pela disseminação metastásica são o nariz, a faringe, a boca e a laringe. Diagnóstico das LTAs O diagnóstico clínico da LTA pode ser feito com base na característica da lesão que o paciente apresenta, associado a anarnnese, na qual os dados epidemiológicos são de grande importância. Método parasitológico direto - amastigotas do parasita são identificados em esfregaço de lesão; Método parasitológico indireto - isolamento em cultura; O teste imunológico mais utilizado no Brasil tem sido o teste intradérmico de Montenegro. Teste de Montenegro (teste intradérmico). Após 48h pápula > 5mm = POSITIVO; Este teste avalia a reação de hipersensibilidade retardada do paciente e é utilizado para o diagnóstico ou para monitorização de programas de vacinação contra LTA, ora realizado no Brasil. Leishmaniose LVA SINTOMAS: Febre de longa duração; Hepatoesplenomegalia; Perda de peso; Palidez cutâneo-mucosa; Fraqueza ; Redução muscular ; Anemia; Sinais clínicos discretos, de curta duração, aproximadamente 15 dias, que frequentemente evolui para cura espontânea. Leishmaniose LVA Sem tratamento – evolução progressiva da doença (grave!) •Desnutrição protéica (cabelos quebradiços, pele seca); •Edema dos membros inferiores; •Abdómen protuso devido a hepatoesplenomegalia; •Alterações gastrointestinais; •Hemorragias, petéquias e sangramento gengival; Diagnóstico das LVAs Os títulos de anticorpos específicos anti-Leishmania são elevados; As formas amastigotas do parasita são identificados em esfregaço de aspirado de medula óssea, baço, fígado e linfonodos; Cultivo de aspirados em meio especial; Testes moleculares; A intradermorreação de Montenegro é negativa; Tratamento - Leishmanioses O tratamento da LTA foi introduzido pelo médico brasileiro Gaspar Vianna, em 1912, com o uso do antimonial tártaro emético. Antimonial pentavalente é indicado para o tratamento de todas as formas de Leishmaniose; Droga de primeira escolha; Anfotericina B é a droga de segunda escolha quando não se obtém resposta ao tratamento com antimonial; • Dose- 1mg/Kg/dia em dias alternados, sem ultrapassar a dose total de 50mg em cada aplicação. • Deve ser administrada até atingir as seguintes doses totais: - Na forma cutânea: 1 a 1,5g - Na forma mucosa: 2,5 a 3 g Tratamento - Leishmanioses A via de administração é geralmente intramuscular, mas também pode ser feito endovenoso ou local. No entanto, o Ministério da Saúde preconiza o uso de 20mg/kg peso/dia, durante 20 dias, para a leishmaniose cutânea e 30 dias para leishmaniose cutaneomucosa CONTRA INDICAÇÕES: A droga não deve ser utilizada em pacientes cardíacos e nem em mulheres grávidas, pois o antimônio pode provocar alterações eletrocardiográficas e também é abortivo. Critérios de cura das Leishmanioses após o Tratamento Leishmaniose Cutânea: Epitelização das lesões ulceradas, regressão total de infiltrado inflamatório e eritema = Cicatrização Leishmaniose mucosa: Regressão dos sinais mutilantes Leishmaniose Visceral: Desaparecimento da Febre; Redução da hepatoesplenomegalia. Prevenção - Leishmanioses Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata; Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde; Evitar banhos de rio localizados perto da mata; Utilizar repelentes na pele quando estiver em matas de áreas onde há a doença; Usar mosquiteiros para dormir; Usar telas protetoras em janelas e portas; Mantenha a casa e quintal livres de criadores de insetos; TOXOPLASMOSE: Toxoplasma gondii Toxoplasma gondii é um protozoário de distribuição geográfica mundial, com alta prevalência sorológica, podendo atingir mais de 60% da população em determinados países. Taxonomia: Reino: Protozoa Filo: Apicomplexa Ordem: Eucoccidiida Família: Sarcocystidae Gêneros: Toxoplasma Espécie: T. gondii Toxoplasma gondii Distribuição geográfica mundial • Alta prevalência sorológica • Zoonose frequente em várias espécies de animais: – Mamíferos : carneiro, cabra, porco, gatos, outros felídeos e homem – Aves Toxoplasma Heteroxenos: – Presença de hospedeiro definitivo (gatos e felídeos não imunes) e hospedeiro intermediário. Toxoplasma gondii Habitat: – vários tecidos, células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal, etc). Formas evolutivas: – Hospedeiro definitivo: ciclo coccidiano - completo com fase assexuada e sexuada (dependendo do habitat). • Taquizoítos • Bradizoítos • Merozoítos • Gametócitos • Oocisto imaturo Toxoplasma gondii Taquizoito: É a forma encontrada durante a fase aguda da infecção, sendo também denominada forma proliferativa, forma livre ou trofozoíto. Os taquizoitos são pouco resistentes à ação do suco gástrico no qual são destruídos em pouco tempo. Bradizoíto: É a forma encontrada em vários tecidos (musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso, retina), geralmente durante a fase crônica da infecção, sendo também denominada cistozoíto. Os bradizoítos são encontrados dentro do vacúolo parasitóforo de uma célula, cuja membrana forma a cápsula do cisto tecidual. Toxoplasma gondii Os bradizoítos são encontrados dentro do vacúolo parasitóforo de uma célula, cuja membrana forma a cápsula do cisto tecidual. Apesar de serem mais frequentemente encontrados na fase crônica, em algumas cepas os bradizoítos podem ser encontrados na fase aguda da infecção toxoplásmica Oocistos: E a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às condições do meio ambiente. Os oocistos são produzidos nas células intestinais de felídeos não-imunes e eliminados imaturos junto com as fezes. Tipos de reprodução Forma assexuada: Um hospedeiro suscetível (homem, por exemplo), ingerindo oocistos maduros contendo esporozoítos, encontrados em alimentos ou água contaminada, cistos contendo bradizoítos encontrados na carne crua, ou, mais raramente, taquizoítos eliminados no leite, podera adquirir o parasito e desenvolver a fase assexuada. As formas de taquizoítos que chegam ao estômago serão destruídas, mas as que penetram na mucosa oral ou inaladas poderão evoluir do mesmo modo que os cistos e oocistos. Cada esporozoíto, bradizoíto ou taquizoíto, liberado no tubo digestivo, sofrerá intensa multiplicação intracelular, como taquizoítos, após rápida passagem pelo epitélio intestinal e invadirá vários tipos de célula do organismo. Tipos de reprodução Forma sexuada: – Gametogonia – Esporogonia O ciclo coccidiano ocorre somente nas células epiteliais, principalmente do intestino delgado de gato e de outros felídeos jovens. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorreuma fase assexuada (merogonia) e outra sexuada (garnogonia) do parasito. Por esse motivo, esses animais são considerados hospedeiros definitivos. Deste modo, um gato jovem e não-imune, infectando-se oralmente por oocistos, cistos ou taquizoítos, desenvolverá o ciclo sexuado. Morfologia Formas infectantes: Taquizoíto: Tachis = rápido – Trofozoíto; – 4 a 8 µm; – fase aguda da infecção; – Forma de meia lua com uma das extremidades afiladas; – Forma de reprodução rápida por endodiogenia; – Pouco resistentes a ação do suco gástrico; – Encontrada dentro do vacúolo das células parasitadas e nos líquidos orgânicos Ilustração; Morfologia Bradizoíto - Brady = lento – Cistos de aproximadamente 20 a 200µm – Encontradas dentro do vacúolo parasitóforo dos tecidos muscular esquelético, cardíaco, nervoso e retiniano; – Fase crônica; – Formam cistos; – Multiplicam-se lentamente dentro do cisto por endodiogenia e endopoligenia; – Permanecem viáveis por vários anos. Morfologia Oocisto: – Forma de resistência; – Produzidos nas células intestinais dos felídeos não imunes; – Eliminados na forma imatura junto com as fezes; – Após esporulação no ambiente , apresentam dois esporocistos com 4 esporozoítos cada. Transmissão Transmitido por mais de 300 espécies de animais (mamíferos e aves); Ingestão de oocistos presentes nos jardins, caixas de areia ou disseminados por vetores mecânicos; – os felinos cobrem suas fezes, aumentando as condições de sobrevivência do oocisto. Ingestão de cistos em carne crua ou mal cozida especialmente de porco e carneiro; Ingestão de taquizoítos no leite, saliva, deposição de taquizoítos na mucosa vaginal junto com esperma. Transmissão Congênita ou transplacentária Para que se instale uma toxoplasmose congênita é necessário que a mãe esteja na fase aguda da doença ou tenha havido uma reenfecção da mesma durante a gravidez. – Transmissão de taquizoítos; – fase aguda; – Rompimento de bradizoítos presentes no endométrio por ação mecânica. Toxoplasma gondii SINTOMAS: Depende da virulência da cepa, imunidade, etc; Pode ser assintomática ou levar à morte. Formas de toxoplasmose: – Congênita ou pré-natal – Pós-natal Ganglionar ou febril aguda Ocular Cutânea Toxoplasma gondii Cerebro-espinhal ou meningoencefálica; Generalizada. Congênita ou pré-natal: – Mãe na fase aguda da doença ou em quadro de reagudização durante a gestação – Alterações fetais: Primeiro trimestre: aborto Segundo trimestre: aborto, nascimento prematuro com anomalias classificadas como Síndrome de Sabin – coriorretinite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, retardamento psicomotor, alterações no volume craniano (micro ou macroencefalia) Terceiro trimestre: criança pode nascer normal, assintomática ou apresentar doença após o parto. Toxoplasma gondii Pós-Natal – As formas graves da doença incluem comprometimento ganglionar, icterícia, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, anemia, lesões oculares, etc. – Extremamente grave em pacientes imunodeprimidos com sintomas de febre, dor de cabeça, alteração das funções cerebrais como confusão, letargia, alucinações e psicose, perda de memória e coma. Diagnóstico Diagnóstico clínico de difícil realização: • Forma aguda: – Pesquisa de taquizoíto no leite, sangue, líquor, saliva, etc. – Realização de esfregaço do material centrifugado com coloração pelo método de Giemsa – Biópsia e realização de cortes histológicos em gânglios enfartados, fígado, baço e músculo corados por hematoxilinaeosina. (mais indicado para pesquisa de bradizoítos na forma crônica); Diagnóstico Diagnóstico imunológico: – Realização de testes imunológicos que detectem anticorpos circulantes que correspondam a fase da doença. IgM: – Aparecem na primeira semana de infecção com pico até 1 mês. – Indicam quadro agudo. (IgM detecta o protozoário no organismo). IgG: – Infecção aguda: análise de duas amostras com intervalo de três semanas e apresentação de aumento nos índices de IgG – Pico em até 2 meses depois da infecção. (IgG quando foi infectado e possui anticorpos) IgA: – Detectada na infecção recente, permanecendo elevado por no mínimo 26 semanas. (IgA anticorpos que combatem invasores no organismo. Diagnóstico Métodos sorológicos: – Falso positivo para IgM para pacientes com ac antinucleares e pacientes com fator reumatoide; ELISA para IgM e IgG Imunofluorescência indireta Hemaglutinação indireta Aglutinação em látex Teste do corante de Sabin-Feldman Diagnóstico Sorologia em mulheres grávidas: – IFI ou ELISA para IgM . – ELISA reverso para pesquisa de IgM específico – IFI para IgG em 2 amostras com intervalo de de 1 a 3 semanas para verificar sua elevação – Se o título na IFI para IgG der 1: 1000 ou for negativo na IF com IgM, não prosseguir a avaliação. Diagnóstico Toxoplasmose congênita: – Pesquisa de IgM a IgA no soro de recém-nascido IFI; ELISA. Toxoplasmose ocular: – Análise e comparação dos títulos de ac no humor aquoso (parecentese) e do soro sanguíneo através de ELISA. – A concentração de ac (IgA e IgG) no humor aquoso deve se maior do que no soro. Diagnóstico Exames neurológicos através de Ressonância magnética e tomografia computadorizada; PCR. Tratamento Drogas atuam na fase proliferativa (taquizoítos) e não na forma cística Tratamento apenas na fase aguda, na toxoplasmose ocular e em indivíduos imunocomprometidos. Tóxicas em uso prolongado Associação de : – Sulfadiazina: 100 a 125 mg/kg/ dia - via oral. Duas a quatro semanas – Pirimetamina: 75 a 100mg (10 dias) reduzindo 50 mg (10 dias) e 25 mg / dia Tratamento Para formas oculares: – Antiparasitários associado a meticortem; – Cloridrato de clindamicina, sulfadiazina e meticortem; – Alcançam 93% de cura. Epidemiologia Maior contaminação por hospedeiro definitivo: – Disseminação de 2 a 20 milhões de oocistos em 20 g/fezes; Aumento dos índices de animais silvestres soropositivos ; Viabilidade dos oocistos durante meses; Infecção de gatos através dos roedores; Infecção de gatos através das fezes. Epidemiologia Distribuição universal; Taxas de positividade aumentam com a idade dos indivíduos; Elevadas nas zonas rurais mais do que nas zonas urbanas; Encontrados em grande número de animais (cão, gato, coelho, carneiro, boi, porco, ratos, galinhas, etc). Prevenção Evitar alimentação a base de leite cru, carne crua ou mal cozida de qualquer animal. Controle da população de gatos vadios. Incineração das fezes de gatos. Alimentação dos gatos com ração e carne cozida. Cobertura dos tanques de areia quando não estiverem em uso. Exame e acompanhamento sorológico da gestante. Helmintos (vermes) CONCEITO: Organismos parasitas podem viver na superfície externa do hospedeiro, sendo conhecidos por ectoparasitas (do grego ectos, fora), ou no interior do corpo do hospedeiro, sendo chamados de endoparasitas (do grego endos, dentro). Dentre esses parasitas, existem aqueles que possuem importância médica para o homem uma vez que causam doenças, como os protozoários e os helmintos. Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies de vida livre e também de vida parasitária, sendo classificados em três grandes filos: Platyhelminthes , Nemathelminthes e Annelida (não são parasitas). Helmintos (vermes) Phatyhelminthes: O filo dos Platelmintos é composto por vermes que apresentam simetria bilateral e corpo achatado dorso-ventralmente. Podem ser de vida livre, ectoparasitos ou endoparasitos. Estes vermes possuem algumas características gerais: presença de sistema digestivo incompleto, de modo que a digestão é feita de forma intra e extracelular; ausência de sistema circulatório e respiratório, e presença de sistema excretor com protonefrídeos e célulasflamas. Os representantes deste filo são divididos em duas classes: a classe Cestoda e a classe Trematoda. Helmintos (vermes) Os vermes da classe Cestoda são conhecidos como vermes cestóides. São endoparasitos desprovidos de epiderme, cavidade geral e sistema digestório, apresentando o corpo segmentado. Os vermes mais estudados da classe Cestoda pertencem ao gênero Taenia, possuindo duas espécies: A Taenia saginata, verme que infecta bovinos causando a teníase, e também a Taenia solium, que infecta suínos, podendo causar teníase e cisticercose. A tênia é um parasita conhecido popularmente como solitária, devido ao fato deste parasita ser competitivo pelo seu habitat, ser monóico (não possuindo sexos separados), e por possuir estruturas para autofecundação. Helmintos (vermes) Já os vermes da classe Trematoda são conhecidos como trematódeos, e diferentemente dos vermes cestóides, não apresentam segmentação no corpo e apresentam sistema digestório incompleto (ausência de ânus). Um dos representantes da classe trematoda é o verme Schistosoma mansoni, causador da Esquistossomose, doença popularmente conhecida como barriga d’água. A esquistossomose pode ser contraída principalmente em lagos contaminados, e o verme necessita de um hospedeiro intermediário (caramujos, caracóis ou lesmas) para atingir seu hospedeiro definitivo, o homem. Helmintos (vermes) Nemathelminthes: O filo dos Nematelmintos é composto por vermes que apresentam simetria bilateral, corpo arredondado não segmentado, três folhetos germinativos durante o desenvolvimento embrionário e sistema digestivo completo com presença de boca e ânus. Além disso são exclusivamente dióicos, ou seja, os vermes adultos possuem sexos separados de modo que o macho é menor que a fêmea. Não há presença de sistema circulatório ou sistema vascular. O sistema nervoso varia em complexidade dependendo da espécie, normalmente sendo composto por um cérebro formado por gânglios nervosos interligados por fibras nervosas. Helmintos (vermes) O sistema excretor é simples, e a excreção é feita através do aparelho excretor desprovida de células flama. Os nematódeos de importância médica mais conhecidos são: Ascaris lumbricoides, parasita conhecido popularmente como lombriga, e que causa a doença chamada ascaridíase; Trichuris trichiura, causador da tricuríase; Enterobius vermiculares, causador da enterobiose ou oxiuríase; Strongyloides stercoralis, causador da estrongiloidose; Wuchereria bancrofti, causador da filariose linfática; Ancylostoma duodenale e Necator americanus: causadores da ancilostomíase, doença conhecida popularmente como amarelão. Doenças Causadas por Helmintos PESQUISA VALE 2,0 PONTOS Esquistossomose; Ascaridíase; Teníase/Cisticercose; Ancilostomíase; Enterobíase. CONCEITO; EPIDMIOLOGIA; TRANSMISSÃO/ CICLO DE TRANSMISSÃO SINAIS E SINTOMAS DIAGNÓSTICO; TRATAMENTO. Referências • NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 13º.ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2016. • <https://www.stoodi.com.br/blog/biologia/parasita-o-que-e/>Acessado em 17 de outubro de 2020. • DE CARLI, Geraldo Attílio. Parasitologia Clínica.2.Ed.São Paulo: Ed. Atheneu, 2207. 906p • Neves, D. P.; Melo, A. L.; Linardi, P. M.; Vitor, R. W. A. Parasitologia Humana. Editora Atheneu: Brasil, 11ed, 494p., 2005.
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