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ORDEM RICKETTSIALES Alunos (as): Ana Cecília S. Coutinho, Cássia Campos, Letícia Meireles, Lucas Wamser, Suzyane Barros. Microbiologia Veterinária 2019/2 Introdução ● O QUE AS DIFERENCIA DA MAIORIA DAS BACTÉRIAS? Além da dependência às células do hospedeiro e reduzida afinidade por corantes básicos, requerem um vetor invertebrado. ● O gênero Rickettsia e Orienta pertencem à família RICKETTISIACEA, sendo Rickettsia rickettsii o principal patógeno de importância de medicina veterinária. Introdução ● As bactérias da ordem RICKETTSIALE podem ser encontradas em: ● Carrapatos ● Pulgas ● Piolhos ● Ácaros ● Mamíferos Fonte: Informativo Regional Introdução ● A ordem representa uma coleção bastante diversificada de bactérias e, portanto, é difícil listar as características que se aplicam a todo o grupo. ● No laboratório, as rickettsias não podem ser cultivadas em placas de ágar ou em caldo, mas apenas em células hospedeiras eucarióticas viáveis (por exemplo, em cultura celular, ovos embrionados ou animais suscetíveis). Rocha Lima - o pai das Rickettsias ● Introduziu o conceito Rickettsias; ● Rickettsia prowazeki - agente causador do tifo epidêmico; ● Não foi reconhecido perante comunidade acadêmica; ● Chefiou a Divisão de Patologia Animal do Instituto Biológico de São Paulo; Fonte: www.invivo.fiocruz.br Taxonomia REINO BACTERIA FILO PROTOBACTERIA CLASSE ALPHAPROTEOBACTERIA ORDEM RICKETTSIALES Taxonomia ● Famílias: RICKETTSIACEAE e ANAPLASMATACEAE; ● Métodos de classificação molecular e reconhecimento de características morfológicas e biológicas compartilhadas; ● A família BARTONELLACEAE foi removida da ordem, assim como todas as espécies que podem se propagar extracelularmente - meios artificiais ou superfície de células hospedeiras; Taxonomia ● Reclassificação de gêneros e espécies da família RICKETTSIACEAE para a família ANAPLASMATACEAE; ● Remoção de alguns gêneros e espécies das duas famílias; Taxonomia Fonte: BERGEY’S MANUAL OF Systematic Bacteriology Second Edition Fonte: Microbiologia Veterinária - 3° edição - PRINCIPAIS ESPÉCIES DO MICRORGANISMO ABORDADO ● Distribuição mundial; ● Diferenças quanto ao vetor, distribuição geográfica e virulência; ● Grupo do Tifo; ● Grupo da Febre Maculosa; ● Grupo Ancestral: ○ Proposto por Sekeyova, Roux e Raoult (2001): ■ Rickettsia canadensis e Rickettsia bellii. Principais Espécies do Microrganismo Abordado Principais Espécies do Microrganismo Abordado ● Grupo do Tifo: ○ Rickettsia prowazekii; ○ Rickettsia typhi. ● Grupo da Febre Maculosa: ○ Mais de 30 espécies. Rickettsia aeschlimannii, Rickettsia africae, Rickettsia akari, Rickettsia australis, Rickettsia conorii, Rickettsia felis, Rickettsia helvetica, Rickettsia honei, Rickettsia japonica, Rickettsia marmionii, Rickettsia mongolotimonae, Rickettsia parkeri, Rickettsia rickettsii, Rickettsia sibirica, Rickettsia slovaca. ● Febre Maculosa Brasileira (FMB); ● Carrapatos do gênero Amblyomma; ● Rickettsia rickettsii; ● Região Sudeste: Rickettsia bellii e Rickettsia parkeri: ○ Carrapatos Amblyomma dubitatum. ● R. bellii: ○ Amblyomma aureolatum. ● R. parkeri: ○ Amblyomma triste. ● R. felis: ○ Pulgas Ctenocephalides felis felis e em carrapatos Amblyomma spp. Principais Espécies do Microrganismo Abordado ● Rickettsia felis: ○ Foi observada pela primeira vez em tecidos da pulga do gato (Ctenocephalides felis) através de microscopia eletrônica nos EUA. ○ Doença em humanos: ■ R. felis; R. rickettsii; ■ Classicamente, R. rickettsii é reconhecida, desde o início do século passado. ○ Além dos EUA, casos humanos de febre maculosa, causados por R. felis, foram notificados no México, Brasil, França, Alemanha e Tailândia. Paralelamente, o agente foi detectado em pulgas nos EUA, México, Brasil, Peru, Uruguai, Espanha, Reino Unido, Tailândia, Nova Zelândia, Gabão e Tunísia. Principais Espécies do Microrganismo Abordado ● Brasil: ○ Equinos; ○ Carrapato vetor A. cajennense; ○ Cães, gatos e gambás; ○ Gambá Didelphis marsupialis. Principais Espécies do Microrganismo Abordado CARACTERÍSTICAS GERAIS ● Diâmetro varia de 0,2 a 0,5 µm e o comprimento de 0,8 a 2,0 µm; ● Principalmente em forma de diplococos, podendo ser bastonete ou cocoide; ● Obrigatoriamente intracelular; ● Os patógenos se replicam por divisão binária, no interior do fagossomo ou no citoplasma; Características Gerais Imagem: Anaplasma phagocytophilum infectando granulócito. Fonte: https://www.newstimes.com/news/ar ticle/Rensselaer-County-urges- caution-amid-rise-in-14064304.php ● Formas parasitárias associadas às células hospedeiras do sistema de fagócitos mononucleares, do sistema hematopoiético ou do endotélio vascular dos vertebrados - vários órgãos e tecidos de helmintos e artrópodes, que podem atuar como vetores ou hospedeiro primário. ● O crescimento in vitro requer estreita associação a células eucarióticas como saco vitelino de embrião de galinhas, macrófagos ou células epiteliais dos vetores. ● Não há formação de endósporos; ● No geral não possui flagelo; Características Gerais Fonte: CAPELLI-PEIXOTO, J. Vias de sinalização envolvidas na resposta imunológica do carrapato bovino Rhipicephalus microplus. 2016. 150 f. Tese (Doutorado em Parasitologia) - Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. ● Reações metabólicas aeróbias ● Dependem da produção de energia (ATP) e nutrientes da célula hospedeira ● ATP/ADP translocase Características Gerais HABITAT Rickettsia FOTO: Estruturas vermelhas indicam coloração imuno-histológica de Rickettsia rickettsii nas células endoteliais de um vaso sanguíneo de um paciente com RMSF CDC fatal. FONTE: Microbiologybook Ehrlichia FOTO: Ehrlichia chaffeensis infecta principalmente leucócitos mononucleares (predominantemente monócitos e macrófagos), mas também pode ser observada ocasionalmente nos granulócitos de alguns pacientes com doença grave. (Morulas no citoplasma de monócitos) FONTE: Microbiologybook FOTO: Ehrlichia Diff-Quik Stain of Ehrlichia chaffeensis in DH82 cells, 1000X CDC. FONTE: Microbiologybook Anaplasma FOTO: fotomicrografia de um esfregaço. As inclusões de Anaplasma phagocytophilum são observadas no citoplasma de dois estágios granulocitários diferentes (um metamielócito e um mielócito). As setas indicam mórula. Fonte: Journal of Clinical Pathology. FOTO: www.petcoach.com VIRULÊNCIA E PATOGENICIDADE A virulência pode ser decorrência de: ● liberação de endotoxinas (lipopolissacarídios); ● produção de complexos imunes; ● reações de hipersensibilidade. Figura1: Microscopia eletrônica do isolado de R. parkeri Moss Point em células Vero E6 coradas com acetato de uranil e citrato de chumbo. (A) Múltiplas Rickettsias intracelulares livres no citoplasma de uma célula infectada. Bar = 2 μm. (B) Forma bacilar de R. parkeri , mostrando uma camada externa de halo ou lodo elétron-lucente adjacente à camada microcapsular de contas centrais e à parede celular trilaminar interna. Bar = 100 nm. FONTE: American Society For Microbiology FATORES DE VIRULÊNCIA Rickettsia O. Ehrlichia e Anaplasma MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ● Descoberta por Weil & Felix em 1921: ○ Consiste na reação de aglutinação dos soros de pacientes com tifo exantemático epidêmico com cepas de Proteus sp. e segundo recomendação da OMS em 1987, na utilização da reação de imunofluorescência indireta, com antígenos específicos. ● Métodos diretos: ○ Biópsias de tecidos ou autópsias de órgãos; ○ Por métodos histoquímicos; ○ Pela detecção genotípica por métodos de biologia molecular; DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ● A imunofluorescência indireta (RIFI): ○ IgM; ○ Reações cruzadas. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO ● O isolamento do agente permite a sua identificação recorrendo a várias metodologias; ● As amostras devem ser colhidas antes do início da antibioticoterapia: ○ Sangue com anticoagulante, plasma, biópsias ou autópsias. ● O método maisutilizado é o denominado "shell vial". MÉTODOS DIRETOS ● A detecção e identificação das riquétsias por métodos de biologia molecular; ● Amplificação de um segmento do genoma comum a todas as riquétsias: ○ Também podem ser amplificados segmentos de genes que codificam proteínas de superfície da membrana ○ Enzimas de restrição. São obtidos mapas de fragmentos que são específicos para cada espécie. ○ Evolução da tecnologia: ■ Sequenciação direta das bases nucleotídicas de cada segmento. MÉTODOS DIRETOS ● Os métodos de biologia molecular provavelmente serão a escolha para rotina num futuro próximo; ● Técnica imunohistoquímica: ○ Os cortes histológicos de pele ou de outros tecidos são submetidos à ação de anticorpos anti-riquétsias (monoclonais ou policlonais) produzidos em animais de laboratório; ■ Peroxidase ou por fluorescência. MÉTODOS DIRETOS Fonte: https://vcahospitals.com/know-your-pet/anaplasmosis-in-dogs RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS •Evaluation of antibiotic susceptibilities of Ehrlichia canis, Ehrlichia chaffeensis, and Anaplasma phagocytophilum by real-time PCR. Branger S1, Rolain JM, Raoult D. (2004). •Doxiciclina e Rifampicina; •Fluorquinolonas; •β-Lactâmicos, Cotrimoxazol, compostos Macrolídeos e Telitromicina; •Tianfenicol; RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Branger S[Author]&cauthor=true&cauthor_uid=15561862 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Rolain JM[Author]&cauthor=true&cauthor_uid=15561862 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Raoult D[Author]&cauthor=true&cauthor_uid=15561862 o A resistência aos antibióticos está crescendo para níveis perigosamente elevados em todas as partes do mundo. Novos mecanismos de resistência emergem e se espalham globalmente todos os dias, ameaçando nossa capacidade de tratar doenças infecciosas comuns. o Sem uma ação urgente, caminhamos para uma era pós-antibióticos, em que infecções comuns e ferimentos leves podem voltar a matar. RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS Referências Bibliográficas Artigo – HORTA, Claúdio Maurício. Estudo epidemiológico de rickettsia felis em áreas endêmicas e não-endêmicas para febre maculosa no estado de São Paulo. Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-12092007- 112431/pt-br.php >. Acesso em: 01. out. 2019; Artigo – Galvão, Márcio A. Moreira. Riquetsioses no Brasil e Portugal: ocorrência, distribuição e diagnóstico. Rev. Saúde Pública vol.39 no.5 São Paulo Oct. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 89102005000500023 >. Acesso em: 30. set. 2019; Artigo – PAROLA, Philippe. Tropical rickettsioses. Volume 24, Issue 3, May–June 2006, Pages 191-200. Disponível em: < https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0738081X05001690#! > Neusa Saltiél Stobbe3 Elinor Fortes4 Nilton Rogério Santos da Silva3 Eunice Leonora Chaplin3 Maria de Graça de Souza Paiva2 Flávio Antônio Pacheco de Araújo3 -DIAGNOSIS OF Anaplasma marginale USING BLOOD CLOT FOR THE DETECTION OF PARASITEMIA Livro - Medical Microbiology. 4th edition. Chapter 38 Rickettsiae. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK7624/ > Livro –MICROBIOLOGIA veterinária essencial. 2. Porto Alegre ArtMed 2018 1 recurso online ISBN 9788582715000. Livro - MCVEY, Scott. Microbiologia veterinária. 3. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2016 1 recurso online ISBN 9788527728263. OBRIGADO!!
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