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Estudos dirigidos - Direito Administrativo - 2ª Avaliação

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R E G I M E J U R Í D I C O A D M I N I S T R AT I V O
13. Princípio da Isonomia: Determina que a Administração Pública deve tratar igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais, na medida das suas desigualdades – A isonomia vem se manifestando por meio de programas de
Governo que visam a inclusão nas Universidades Públicas de alunos egressos de escolas públicas, além daqueles
que ostentam a qualidade de afrodescendentes – O limite de idade para inscrição em concurso público só se
legitima quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (art. 7º, XXX, CF/88
c/c Súmula 683 STF).
14. Princípio da Finalidade: A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo agente do Estado da forma
que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige, pois o que explica, justifica e confere sentido
a uma norma é precisamente a finalidade a que se destina – Desvio de finalidade (art. 2º, § único, da Lei
nº 4.717/65).
15. Princípio da Especialidade: Baseia-se no princípio da indisponibilidade do interesse público e do dever de
eficiência na execução da atividade administrativa, o que justifica a necessidade de descentralização dos serviços
do Estado e da desconcentração de atividades dentro da estrutura orgânica da Administração – Uma entidade
especializada na execução de uma determinada atividade terá mais sucesso em sua execução em comparação
a entidades que devem executar um rol extenso de atribuições.
16. Princípio da Segurança Jurídica: Configura-se como corolário do direito como norma de pacificação social, pois
as modificações supervenientes de normas jurídicas não devem retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena
de se tornar instável o sistema de regras impostas pelo Poder Público, causando instabilidade social.
17. Princípio de Presunção de Legitimidade e de Veracidade das Condutas Estatais: Trata-se de princípio que
define características aos atos administrativos, em decorrência da supremacia do interesse público sobre o interesse
privado – A presunção de veracidade diz respeito a fatos e causa a inversão do ônus da prova dos fatos alegados no
ato administrativo – No que tange a presunção de legitimidade, trata-se de presunção jurídica, pois até prova em
contrário, o ato foi editado em conformidade com a Lei e o ordenamento jurídico, configurando-se em presunção
relativa (juris tantum), que pode ser elidida mediante comprovação do interessado.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: 
1. Conceito: É a estruturação do Estado, ou seja, corresponde a definição e conhecimento acerca das pessoas, entes
e órgãos que compõem o aparelho administrativo do Estado, no desempenho da atividade administrativa –
A organização é feita mediante leis ou por meio de decretos ou outros atos normativos.
2. Decreto- Lei 200/67: Define as regras aplicáveis à União e estabelece normas gerais a serem respeitas por outros
entes federativos, podendo ser alterado mediante Lei federal – Define a possibilidade de prestação dos serviços
diretamente pelos entes federativos designada a prestação direta ou prestação centralizada dos serviços – Dispõe
acerca da criação de pessoas especializadas e transferência a essas entidades da prestação dos serviços
(descentralização).
2.1 Descentralização: Para a própria Administração (entes da administração indireta ou descentralizada) e para
particulares (mediante contratos administrativos de concessão e permissão ou até mesmo mediante ato de autorização
de serviço público).
3. Princípios: Princípio do Planejamento (toda a atividade estatal obedecerá a planejamento que vise a promover
o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional); Princípio da Coordenação (está diretamente
vinculado a hierarquia e visa a garantir uma maior eficiência na execução das atividades públicas); Princípio da
Descentralização Administrativa (busca a eficiência por meio de especialização na execução das atividades do
Estado, ou seja, transferência da prestação de serviços do ente federativo para outras pessoas jurídicas especializadas
que atuarão mediante controle do Estado); Princípio de Delegação de Competência (a autoridade delegante permite
que certa atividade que havia sido atribuído a si seja exercida por outro agente); e Princípio do Controle (o controle
das atividades da administração Pública será exercido em todos os níveis e em todos os órgão do governo).
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4. Descentralização x Desconcentração: Descentralização é realizada entre pessoas jurídicas diversas, enquanto
desconcentração se configura pela distribuição interna de competência no âmbito de uma mesma pessoa jurídica,
mediantes especialização interna – A desconcentração é fundada na manifestação do Poder Hierárquico e não
prejudica a unidade do Estado já que todos os órgãos e agentes continuam ligados por um vínculo, a hierarquia.
4.1 Espécies de Descentralização: Outorga (é conferida somente para pessoas jurídicas de direito público, ou seja,
é transferida a titularidade e a execução do serviço público a pessoa jurídica diversa do Estado, como as autarquias
ou fundações públicas), e Delegação (feita para particulares ou aos entes da Administração indireta regidos pelo
direito privado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, onde apenas a execução é transferida).
5. Administração Direta: Conjunto de órgãos que integram a pessoa federativa com competência para determinado
exercício – A prestação direta é feita pelos próprios entes políticos da Administração – A União, Estados e o DF,
possuem capacidade administrativa política e legislativa e se configuram elementos formais necessários
à Constituição da Federação.
5.1 Órgãos Públicos: Não têm personalidade jurídica, pois não têm vontade própria, não podendo ser sujeitos de
direitos e obrigações – São centros de competência especializada, que visa garantir uma maior eficiência –
A criação e extinção destes devem ser feitas por meio de lei (art. 84, VI, CF/88).
5.1.1 Teoria do Órgão (Teoria da Imputação): Explicita que toda a atuação do agente público deve ser imputada ao
órgão que ele representa e não a pessoa do agente, ou seja, a manifestação de vontade de seus diligentes configura,
na verdade, a manifestação de vontade do próprio órgão.
5.1.2 Teoria da Institucionalização: Dispõe que não obstante não tenham personalidade jurídica própria, determinados
órgãos, em virtude de sua atuação, podem ganhar vida própria, em face de sua história existencial (Exército
Brasileiro) – Determinado órgãos públicos gozam de capacidade processual ativa, tais como os órgãos
independentes e autônomos (Defensoria Pública e Ministério Público).
5.2 Classificação de Órgãos:
5.2.1 Quanto à Hierarquia: Independentes (não estão hierarquicamente subordinados a nenhum outro, uma vez que
se encontram no topo da hierarquia do Poder Estatal, como Presidência da República e Governadoria);
Autônomos (são imediatamente subordinados aos órgãos independentes e gozam de ampla autonomia
administrativa e financeira, bem como são órgãos diretivos, com funções de coordenação e planejamento, como
Ministério da Fazenda e Secretaria de Segurança Pública); Superiores (não têm autonomia, não têm
independência, dependem de controle de uma chefia mais alta, conservando seu poder de decisão, como Secretaria
da Receita Federal, Procuradorias Estaduais e Polícias); e Subalternos (com reduzido poder de decisão,
constituem-se em órgãos de mera execução de atividades administrativas, como seção de pessoal, zeladoria).
5.2.2 Quanto à Atuação Funcional: Singular (aquele que atua pela manifestação de vontade de um único agente que
é seu chefe e representante, como Presidência da República); e Colegiado (atuam e decidem pela manifestação de
vontade de seus membros, como AssembleiaLegislativa).
5.2.3 Quanto à Estrutura: Órgãos Simples ou Unitários (não existem outros órgãos agregados à sua estrutura, como
Presidência da República, Assembleia Legislativa) e Órgãos Compostos (reúnem outros órgãos ligados à sua
estrutura, como Congresso Nacional, formado pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados).
5.2.4 Quanto às Funções: Ativos (têm funções de prestação de serviços públicos, execução de obras ou exercício do
poder de polícia estatal, como Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Estado de Saúde); e Consultivos (atuam
na emissão de pareceres jurídicos, assumindo a função de aconselhamento da atuação dos demais órgãos estatais,
como o Ministério Público).
5.2.5 Quanto ao âmbito de atuação: De controle (atuam na atividade de controle dos demais órgãos e agentes
públicos, como TCU e CGU); Central (possuem atribuição em todo território nacional, estadual ou municipal,
como Ministérios e Secretaria de Segurança); e Local (tem competência para atuação apenas em determinado
território, como Delegacia de Polícia de bairros).
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6. Teorias da Manifestação de Vontade do Órgão: Teoria do Mandato (dispõe acerca do vínculo dos agentes
públicos com o ente da Administração, como um vínculo contratual); Teoria da Representação (o agente público,
por força de lei, atuaria como representante do Poder Público, tal qual os curadores ou tutores de incapazes);
e Teoria do Órgão ou da Imputação Volitiva (a manifestação de vontade da pessoa jurídica se dá por meio da
atuação da pessoa física, ou seja, quando o agente público atua nessa qualidade, não se pode imputar essa atuação
ao próprio agente, mas sim ao Estado que ele integra e representa).
7. Administração Indireta: A criação de entes personalizados com poder de autoadministração, de acordo com as
determinações legais expedidas pela entidade central – Consiste na instituição, pelo Estado, por meio de lei,
de uma pessoa jurídica de direito público ou privado, à qual se atribui a titularidade e execução de determinado
serviço público (art. 4º, Dec. Lei nº 200/67 c/c art. 37, XIX, CF/88) – Autarquias, inclusive as associações
públicas; Fundações Públicas; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista.
7.1 Características gerais: Personalidade jurídica própria apartada dos entes federativos responsáveis pela sua criação;
necessidade de lei específica para sua criação; finalidade específica de interesse público, definida na lei de criação;
controle exercido pelo ente da Administração Direta, no que tange ao cumprimento de suas finalidades essenciais,
mas não há subordinação hierárquica.
7.2 Autarquias: São pessoas jurídicas de direito público que desenvolvem atividades típicas de Estado, com liberdade
para agirem nos limites administrativos da lei específica que as criou – Podem cobrar taxas e demais tributos para
o exercício do poder de polícia ou prestação de serviços públicos inerentes às suas finalidades – Apesar de terem
personalidade jurídica própria e autonomia financeira, são despidas de caráter econômico – Serviço autônomo,
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada (art. 5, I, Dec. Lei 200/67).
7.2.1 Privilégios processuais: Goza de prazos dilatados para manifestação em juízo, prazo em quádruplo e em dobro
para recorrer – O prazo para reconvir ou alegar exceção também é em quádruplo, no processo sumário os prazos
serão dobrados – Goza da garantia do duplo grau de jurisdição obrigatório (art. 475 do CPC) – Não se exige
adiantamento de custas processuais por parte do Estado, mas há exigência em relação aos honorários periciais
(Súmula 232, STJ) – Os créditos das autarquias são cobrados por meio de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80) –
Aplica-se o art. 100 da CF/88, mas terá sua própria fila de precatórios – É cabível ação monitória contra a Fazenda
Pública (Súmula 339, STJ).
7.2.2 Privilégios fiscais: São beneficiadas pela imunidade tributária recíproca, que abrange somente os impostos
(art. 150, §2º, CF/88).
7.2.3 Responsabilidade Civil: Sempre que o dano for causado por agente da entidade autárquica, o ente responderá
objetivamente e primariamente pelo dano, restando ao ente político a responsabilização objetiva, no entanto,
subsidiária, pelo mesmo fato.
7.2.4 Regime de pessoal: Servidores estatutários e aprovados mediante concurso, eles serão considerados agentes
públicos, na categoria servidores públicos – A justiça comum será responsável para analisar as controvérsias
decorrentes da relação de trabalho.
7.2.5 Controle: São controlados pelo ente da Administração Direta responsável pela sua criação – Esse controle
decorre do chamado poder de supervisão ou tutela administrativa, não se configurando manifestação do Poder
Hierárquico.
7.2.6 Autarquias territoriais: A criação de Territórios pelo ente estatal é manifestação da descentralização política
e não administrativa, pelo que as chamadas autarquias territoriais não ostentam qualidade de entes da
Administração Indireta – Descentralização administrativa ocorre somente em países Unitários, o que não é o caso
do Brasil.
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7.2.7 Autarquias em Regime Especial: Com regime legal diferenciado, gozam de mais liberdade em face dos entes da
Administração Direta do que as demais autarquias, as comuns.
a) Autarquias Culturais – Universidades Públicas: Autonomia pedagógica, desde que atinja a finalidade determinada
por lei (art. 207, CF/88) – (O Reitor é sempre indicado pelos próprios membros da entidade (corpo docente e discente) –
Não é permitida a sua exoneração ad nutum (garantia de mandato certo) 
b) Agências Reguladoras: Busca fiscalizar, regular, normatizar a prestação de serviço público por particulares, evitando
assim a busca desenfreada pelo lucro dentro do serviço público – A sua criação se deu com o Programa Nacional de
Desestatização – Desde que a lei de sua criação preveja, as Agências Reguladoras têm assumido o papel de poder
concedente em contratos de concessão de serviços públicos, como ocorre com a ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica) – O Poder Normativo se restringe a orientações de natureza técnica e providências inferiores e obedientes à lei
(Resoluções) e relativas aos prestadores de serviço – Executam suas atividades com maior liberdade de atuação, embora
ainda sujeitas à supervisão ministerial – Possuem autonomia financeira – Os dirigentes são nomeados pelo Presidente da
República, após aprovação prévia pelo Senado Federal, para cumprir mandato certo (art. 52, III, “f”, CF/88) – A norma
criadora de cada Agência pode estabelecer as condições para perda do cargo pelo dirigente (Lei nº 9.986/000)
b.1) Espécies de Agências Reguladoras: Regulam a prestação de serviços públicos (ANEEL, ANTAC, ANATEL,
ANA, ANAC); Fiscalizam atividade de fomento (ANCINE); Controlam a exploração de atividade econômica (ANP);
e regulam serviços de utilidade pública (ANS, ANVISA)
b.2) Regime de Pessoal: Há nomeação de servidores estatutários para prestação de serviços nas Agências Reguladoras
(Lei 10.871/04) – A contratação de pessoal para prestação de serviços temporários é permitida, desde que por processo
seletivo simplificado, excepcionalmente (art. 37, IX, CF/88 c/c Lei nº 8.745/93)
b.3) Licitação: Devem realizar procedimento licitatório para contratação nas modalidades pregão e consulta –
A consulta é modalidade licitatória exclusiva das Agências Reguladoras.
c) Agências Executivas: São autarquias ou fundações públicas que por iniciativa da Administração Direta recebem
status de agência, e por estar sempre ineficientes, celebram contrato de gestão com o Ministério Supervisor (art. 37, §8º,CF/88) – Contam com mais independência e mais orçamento – Comprometem-se a cumprir um plano de reestruturação
e desenvolvimento institucional em andamento e ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério
Supervisor – O contrato tem periodicidade mínima de 01 (um) ano – Gozam de regime legal especial de nomeação de
dirigentes e autonomia financeira – Não possuem poder de edição de normas gerais e fiscalização de atividades –
Amplia os limites de dispensa de licitação para os contratos firmados por essas entidades (art. 24, §1º, Lei nº 8.666/93)
8. Fundações Públicas: São formadas pela destinação de um patrimônio público à criação de uma nova pessoa jurídica,
e dependem de lei específica para sua criação, tendo finalidade pública e integrando a Administração Indireta do ente
instituidor (art. 5º, IV, Dec. Lei 200/67)
8.1 Natureza jurídica: Sob o regime de direito público, terá natureza de autarquia, e recebe o nome de autarquia
fundacional – Criadas com personalidade jurídica de direito privado, as regras de direito civil são derrogadas por
restrições impostas pelo direito público – A entidade pública instituidora é quem definirá, mediante lei, a natureza
jurídica aplicada à entidade.
a) Fundação Pública de direito privado: São fundações governamentais, que não se confundem com as fundações
privadas, haja vista serem formadas pela destinação de patrimônio público, indicados para sua formação – Criação por
autorização legal específica – Lei complementar disporá sua área de atuação – Não usufrui dos benefícios concedidos
à Fazenda Pública, no que tange às regras processuais diferenciadas e regime de contratos administrativos – Submetem-
se às restrições decorrentes dos princípios de direito público – Sujeita-se à fiscalização decorrente da supervisão
ministerial ou tutela administrativa – Regime similar ao das empresas estatais. 
b) Fundação Pública de direito público: Entidade autárquica que se submete a regime integralmente público,
valendo-se de todas as prerrogativas estatais, e se submetendo a todas as restrições da indisponibilidade do interesse
público. 
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9. Empresas Estatais: Engloba as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, ambas sociedades civis ou
comerciais que possuem o Estado como controlador acionário, criadas por meio de autorização em lei específica –
Personalidade jurídica é de direito privado, todavia submete-se a regras e princípios de direito público, derrogadores
deste regime privado.
9.1 Empresa Pública: Capital integralmente público – Admite qualquer forma societária em direito – Competência da
Justiça Federal (art. 109, I, CF/88)
9.2 Sociedade de Economia Mista: Capital misto, mas a maioria do capital votante é do Poder Público –
Necessariamente deverão ser constituídas pela forma de S/A (art. 5º, Dec. Lei nº 200/67) – Competência processual é da
Justiça Estadual, salvo se a União Federal estiver atuando como assistente ou opoente ou se a matéria deslocar
a competência, nos moldes do art. 109, CF/88.
9.3 Finalidade das Empresas Estatais: A de prestar serviços públicos mediante delegação do ente estatal, ou para
exploração de determinadas atividades econômicas de interesse da sociedade – Finalidade dessas empresas deve ser
o interesse público (art. 173 CF/88) – É possível que o lucro seja consequência de uma determinada atividade.
9.4 Regime Jurídico: Não podem gozar de prerrogativas inerentes ao Estado, se submetendo às limitações do Estado
que decorrem dos princípios administrativos – Para as entidades prestadoras de serviços públicos, o regime híbrido se
aproxima do direito público, porque se aplicam a essas entidades todas as normas e princípios aplicáveis à prestação
deste serviço – Se forem exploradoras de atividades econômicas, essas empresas terão seu regime mais aproximado do
direito privado, sendo aplicado o direito público somente em caráter excepcional (art. 150, §3º, CF/88).
a) Exploradoras de Atividade Econômica: A lei estabelecerá o estatuto jurídico, que definirá sua função social
e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade – A sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias – Licitação e contratação de obras,
serviços, compras e alienações, observados os princípios da Administração Pública – A constituição e funcionamento
dos Conselhos de Administração e Fiscal, com a participação de acionistas minoritários – Mandatos, avaliação de
desempenho e a responsabilidade dos administradores.
b) Criação e Extinção: A lei específica somente autoriza a criação dessas entidades, definindo a finalidade para a qual a
empresa está sendo criada (art. 37, XIX, CF/88) – Pelo princípio da simetria das formas, a extinção depende de lei
específica que o autorize – É o registro dos atos constitutivos no Cartório de Pessoas Jurídicas, em se tratando de
sociedade não comercial; ou na Junta Comercial, quando tiver natureza empresarial, que cria a entidade – As empresas
estatais não podem criar subsidiárias sem permissão legal expressa
9.5 Controle: Controle finalístico, limitado à análise acerca do cumprimento dos fins definidos na lei de criação da
empresa e não configura manifestação de hierarquia – Submetidas à fiscalização contábil, financeira e orçamentária pelo
Tribunal de Contas.
9.6 Responsabilidade Civil: Caso sejam prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade é objetiva (art. 37, §6º,
CF/88) – As exploradoras de atividade econômica, não obstante sejam integrantes da Administração Indireta, serão
responsabilizadas nos moldes definidos pelo direito privado.
9.7 Bens: Os bens das empresas estatais não ostentam qualidade de bens públicos, no entanto, em relação aos bens que
estejam atrelados à prestação de serviços públicos, se aplicam algumas prerrogativas inerentes aos bens públicos, como
a imprescritibilidade e impenhorabilidade – Na exploradora de atividades econômicas, os bens são privados para todos
os efeitos, sendo inclusive possível a penhora e a oneração destes bens com direitos reais de garantia – Não se admite
a aplicação do regime de precatórios – É indelegável o serviço postal, pois a entrega de encomendas e impressos não
é considerada serviço postal propriamente dito – A ECT atua na prestação de serviços públicos exclusivos de Estado,
e, por isso, goza de regime de Fazenda Pública (art. 12, Dec. Lei nº 509/69).
9.8 Privilégios Processuais: Por ostentarem a qualidade de pessoas jurídicas de direito privado, não gozam das
prerrogativas processuais aplicadas ao Estado.
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9. Empresas Estatais (continuação):
9.9 Regime de Pessoal: São agentes públicos, classificados como empregados, regidos pela CLT – Aprovados
em concurso público de provas ou de provas e títulos – Não recebendo recursos dos entes federativos para custeio
ou manutenção de pessoal, a empresa pode efetivar pagamento e remuneração acima do teto remuneratório do serviço
público aos seus empregados (art. 37, §9º, CF/88) – Como não são detentores de cargos públicos, não há garantia da
estabilidade (art. 41, CF/88)
9.10 Regime Tributário: Ainda que a empresa estatal atue na prestação de serviços públicos, por se submeter a regime
jurídico próprio das empresas privadas, não é possível a concessão de imunidade tributária – Entretanto, a doutrina
e a jurisprudência têm admitido a extensão da imunidade recíproca para empresas estatais prestadoras de atividade
econômica, além da ECT, em relação aos bens e serviços ligados a execução da atividade pública.
9.11 Licitações e Contratos: Às empresas estatais serão aplicadas as normas gerais referentes à licitações e contratos,
definidas na Lei federal nº 8.666/93, e na lei nº 10.520/02, que regulamenta a modalidade licitatóriade pregão –
É possível para as exploradoras de atividade econômica legislação específica para reger a licitação dessas empresas
(art. 173, §1º, III, CF/88) – O art. 119 da Lei nº 8.666/93, admite a possibilidade da edição de regulamento para facilitar
e tornar mais simples o procedimento licitatório dessas empresas – O TCU firmou entendimento de que quando
a empresa estatal exploradora de atividade econômica visa contratações referentes à sua atividade-fim, não precisa
realizar procedimento licitatório, em virtude da ocorrência de inexigibilidade.
9.12 Empresas Subsidiárias ou Controladas das Empresas Estatais: São entidades societárias autônomas,
constituídas com a finalidade de apoiar e executar atividades de interesse e suporte da empresa estatal, auxiliando no
exercício de suas atividades – Têm personalidade jurídica própria – Sob regime de direito privado, não integram
a Administração Indireta – Sua criação depende de autorização por lei específica (art. 37, XX, CF/88) – Seguem regime
similar ao aplicado para as empresas estatais – Para contratações com as empresas estatais que a instituíram, essas
empresas gozam de dispensa de licitação, podendo celebrar contratação direta (art. 24, XXIII, Lei nº 8.666/93).
ATOS ADMINISTRATIVOS:
1. Atos Jurídicos: Se configuram manifestação de vontade humana com aptidão para produzir efeitos na ordem jurídica,
dependendo de regulamentação por normas de conduta.
2. Atos Administrativos x Atos da Administração: Ato administrativo é quando a manifestação de vontade interfere
na estrutura do Direito Administrativo – É todo ato praticado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes,
no exercício da função administrativa (excluídos destes os atos políticos), sob regime de direito público, ou seja,
gozando o ato de todas as prerrogativas estatais, diferente do que ocorre com os atos privados da Administração,
manifestando por fim vontade do Poder Público em casos concretos ou de forma geral não se confundindo com meros
atos de execução de atividade - São excluídos dos atos administrativos os contratos e convênios firmados pelo Poder
Público, em razão de sua bilateralidade – Atos da administração, é mais amplo do que é noção de ato administrativo,
uma vez que este é espécie daquele.
2.1 Espécies de Atos da Administração: Atos Políticos ou de Governo (quando há o exercício da função política
e podem exercê-la os membros do Legislativo, do Judiciário e do Executivo – na prática, não podem ser considerados
atos da administração); Atos Privados (são os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado); Atos
Materiais (também chamados de fatos administrativos, já que não manifestam a vontade do Estado, ou seja, são atos de
mera execução de atividade); Atos Administrativos (atos por meio dos quais a Administração Pública atua, no
exercício da função administrativa, sob o regime de direito público e ensejando manifestação de vontade do Estado
ou de quem lhe faça as vezes).
OBS.: Nem todos os atos administrativos se configuram atos da Administração Pública, em virtude da possibilidade de
prática destes atos, com todas as prerrogativas de direito público, por meio de entidades privadas, que não integram
a estrutura estatal, nem como ente da Administração Indireta. 
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