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TCC Correção 15-12 com algumas correçoes de estilo

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0 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO 
CURSO PEDAGOGIA 
 
 
 
 
ALICE APARECIDA JESUS TIBEIRO 
AMANDA MARIANA CORREIA LOPES 
FABIANA BÁRBARA DE OLIVEIRA FREITAS BATISTA 
SAMARA RODRIGUES BATISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E RELAÇÕES ETNICO-RACIAIS NA ESCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOM DESPACHO 
2017 
 
1 
 
 
ALICE APARECIDA JESUS TIBEIRO 
AMANDA MARIANA CORREIA LOPES 
FABIANA BÁRBARA DE OLIVEIRA FREITAS BATISTA 
SAMARA RODRIGUES BATISTA 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E RELAÇÕES ETNICO-RACIAIS NA ESCOLA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação em 
Pedagogia do Centro Universitário Una de 
Bom Despacho, como requisito parcial 
para obtenção do título de Licenciado em 
Pedagogia. 
 
Orientadora: Prof.ª Tânia Maria Teixeira 
Nakamura 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOM DESPACHO 
2017 
2 
 
ALICE APARECIDA JESUS TIBEIRO 
AMANDA MARIANA CORREIA LOPES 
FABIANA BÁRBARA DE OLIVEIRA FREITAS BATISTA 
SAMARA RODRIGUES BATISTA 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação em 
Pedagogia Centro Universitário Una de 
Bom Despacho, como requisito parcial 
para obtenção do título de Licenciado em 
Pedagogia. 
 
Aprovado em: ____/____/____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
____________________________________________________________ 
Orientadora: Prof.ª Tânia Maria Teixeira Nakamura 
Centro Universitário Una de Bom Despacho 
 
 
 
____________________________________________________________ 
Avaliadora: Prof.ª Cristiane Aparecida de Oliveira Fidélis 
Centro Universitário Una de Bom Despacho 
 
 
____________________________________________________________ 
Avaliador: Prof. José Valdir de Sousa Junior 
Centro Universitário Una de Bom Despacho 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos aos nossos pais, 
maridos, filhos e futuros 
educandos. 
 
 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradecemos primeiramente a Deus, que nos deu força e benefícios 
financeiros para concluirmos nosso curso de Pedagogia. 
Aos nossos pais, que estiveram ao nosso lado, nos incentivando todos estes 
anos. 
Ao marido, namorado, pela paciência e ajuda no que foi preciso. 
Aos parentes, que torceram por nós. 
Agradecemos a Universidade UNA- Bom Despacho, por estar sempre 
preocupados em melhorar suas dependências, para nos atender em nossos 
estudos. 
Um agradecimento especial à nossa professora Tânia Nakamura, por suas 
contribuições didáticas, que tanto nos beneficiaram com sua valiosa sabedoria; 
sendo nossa orientadora e amiga deste trabalho. Poderíamos dizer que nossa 
formação profissional, não teria sido a mesma. 
Agradecemos a banca examinadora pela apreciação do trabalho apresentado. 
Agradecemos também, a todos os demais professores que tivemos nestes 
quatro anos do curso de Pedagogia, obrigada pelas contribuições acadêmicas. 
Às novas amizades que fizemos, e conquistamos durante este curso, 
levaremos para o resto de nossas vidas. 
Enfim, agradecemos a todas as pessoas que direta ou indiretamente, 
contribuíram e fizeram parte dessa etapa decisiva em nossas vidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
RESUMO: Os focos centrais de estudo foram às relações raciais, educação 
patrimonial e as práticas educativas de professores, especificamente dentro da 
realidade sócio-educacional de escola pública no município de Boa Vista. Foram 
entrevistados professores para saber como se dão as relações étnico-raciais e 
educação patrimonial na escola. A pesquisa evidenciou que a lei 10.639/03 é pouco 
conhecida e não está sendo colocada em prática pelos professores desta escola. 
Evidenciamos a sua importância para contribuir na problematização das relações 
raciais e apontar nova caminhos para diminuir as grandes diferenças sociais 
existentes no interior das escolas de todo o Brasil. 
 
Palavras-chave: relações étnico-raciais, educação Patrimonial, lei 10.639/03, 
práticas pedagógicas. 
 
ABSTRACT: The central focus of this study was on race relations, patrimonial 
education and the educational practices of teachers, specifically within the socio-
educational reality of a public school in the city of Boa Vista. Teachers were 
interviewed to find out how ethnic-racial relations and heritage education are treated 
in the school. The research showed that the 10.639 / 03 law is little known and is not 
being put into practice by the teachers of this school. We highlight its importance to 
contribute to the study on race relations and to seek new ways to reduce the great 
social differences existing within schools throughout Brazil. 
 
Keywords: ethnic-racial relations, Patrimonial education, Law 10.639 / 03, 
pedagogical practices. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 
1 BOA VISTA DE MINAS E SUA HISTÓRIA ....................................................... 8 
1.2 contando causos ............................................................................................ 9 
1.3 contos do Sr Pedro Venâncio da Silva ........................................................... 9 
2 EDUCAÇÃO FORMA E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ..................................... 10 
3 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ........................................................................... 12 
 3.1 Como trabalhar educação patrimonial em sala de aula .............................. 16 
4 RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA ESCOLA ................................................. 17 
 4.1 Alguns conceitos importantes sobre relações étnicos raciais .................... 19 
 4.1.1 Identidade ......................................................................................... 19 
 4.1.2 Identidade negra............................................................................... 20 
 4.1.3 Raça ................................................................................................ 20 
 4.1.4 Racismo ........................................................................................... 21 
 4.2 Relações étnico-raciais no ensino fundamental ....................................... 21 
5 RESULTADOS, ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO ............................... 27 
 5.1 Dados da instituição .................................................................................. 27 
 5.2 Visita e observação da organização escolar ............................................ 28 
 5.3 Analise dos dados e discussão dos resultados ......................................... 29 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 34 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 35 
ANEXO ................................................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente a educação brasileira está muito defasada quando o assunto 
é educação patrimonial e relações étnicas raciais. Nos cenários das escolas 
nacionais um dos grandes problemas que acontecem é a falta do incentivo à 
valorização de patrimônios materiais e imateriais e a inclusão do trabalho com 
relações étnicas raciais. 
A educação patrimonial se baseia em levar os alunos a ter o interesse, 
através do conhecimento dos bens materiais e imateriais existentes. Visando 
que os conhecimentos dos mesmos tornaram os alunos sujeitos mais abertos a 
novas experiências e tendo mais respeito com lugares e culturas. 
O presente trabalho aborda a Educação Patrimonial e as Relações 
Étnicas Raciais presentes na Escola José Antônio de Lacerda. Busca analisar 
qual o sentido e a importânciada Educação Patrimonial no currículo escolar, 
sabendo que através da educação desses temas o professor introduz 
conhecimentos e valores necessários para se viver em uma sociedade. 
A Educação é direito de todos garantido pela Constituição Federal de 
1988, sendo que ela traz uma legislação que reforça para as escolas a 
importância do trabalho da cultura local, da história africana e a valorização da 
identidade das crianças para uma formação de cidadãos sem preconceitos e de 
consciência social. 
Esta pesquisa vem abrindo espaço para a reflexão sobre a educação 
patrimonial e sua importância, pois é a partir da mesma que se é possível 
aprender a valorizar os bens locais, ressaltando sempre a educação patrimonial 
enquanto uma relação de resgate à memória e ao bem cultural. 
A cultura de Boa Vista traz muitos traços da cultura negra, como a 
tradicional festa de reinado, benzições, o cemitério de escravos que ainda 
existe no mesmo local. Porém, a população juntamente com o corpo docente 
desconhece a importância da cultura. Ressaltando que Alice Aparecida Jesus 
Ribeiro é residente do bairro e tem sua descendência negra pertencente do 
lugar, participa do reinado e trás consigo todos os traços culturais que existem 
em Boa Vista, partindo também no propósito de forma pessoal este campo de 
pesquisa foi escolhido pela discente e suas colegas. 
7 
 
 
O presente trabalho objetiva promover a valorização da origem de Boa 
Vista, relacionando educação étnico-racial e Patrimônio com intuito de 
investigar a importância da educação patrimonial no contexto escolar. 
A metodologia do trabalho se baseia na maneira de que a Escola José 
Antônio de Lacerda se relaciona e trabalha a cultura negra local, analisando 
como o tema é abordado dentro da instituição, por alunos e professores. Para 
conquistar tais resultados foram feitas visitas a escola e aplicação de 
questionário ao corpo docente. 
A pesquisa traduz em números, opiniões e informações para classificá-
los e organizá-los. Utiliza métodos estatísticos, tendo caráter exploratório e 
considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito. É 
descritiva e utiliza o método indutivo. O processo é o foco principal e busca 
através deste processo uma compreensão detalhada do que está sendo 
pesquisado. 
O mesmo está dividido em cinco capítulos que abordam em primeiro a 
Boa Vista De Minas Sua História, descrevendo algumas curiosidades da 
comunidade e sua população, um pouco da cultura e da história da 
comunidade; Educação Formal e Educação Não Formal que aponta o que é a 
educação e como se pode abordar a educação; Educação Patrimonial o que 
é, como realizar e a forma de se aplicar; Relações Étnicas Raciais nas 
Escolas, como são as relações dos alunos na escola e como o tema é 
abordado; Análise Dos Resultados que vem apontar a pesquisa realizada e os 
apontamentos levantados com os resultados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
1. BOA VISTA DE MINAS E SUA HISTÓRIA 
 
Segundo Freitas 2002, “o documento mais antigo que cita 
explicitamente, Boa Vista tem a data de 4 e agosto de 1746. Trata-se de uma 
certidão de nascimento. Portanto, as regiões hoje denominadas Boa Vista 
Campo Alegre e Estação Cercado estavam inóspitas, até aquele nascimento de 
Ana Maria de Siqueira, certidão esta que serviu para compor a documentação 
de sua maioridade e da licença para usufruir da herança materna e paterna”. 
As únicas fontes que encontramos para se pensar na origem de Boa 
Vista eram documentos ou testamentos e até mesmo inventários. 
 Ainda segundo Freitas 2002, “em 1809, por ocasião do falecimento de 
Lauriana Maria Clara, a segunda das três esposas de José Correia de Melo, no 
seu inventário de partilha constava terras situadas no Mato Dentro e na Barra 
do Macuco, assim descrita...” 
Uma fazenda de agricultura e campos denominada 
Mato Dentro que parte o quilombo com Domingos da 
Costa ou seus herdeiros e com Manoel Antônio Teixeira 
e com a Boa Vista com suas casas de vivendas 
cobertas de telhas que sendo vistas e examinadas por 
eles avaliadores. (FREITAS,2002, p112). 
 
Boa Vista foi presenteada com uma grande obra do estilo Barroco, feita 
por Antônio Francisco Lisboa que era mais conhecido como “Aleijadinho”, pois 
ele tinha uma deficiência física. Segundo o pessoal antigo que viveu em Boa 
Vista o Aleijadinho que teria ajudado na Construção da Igrejinha. 
Conta-se também a história de um fazendeiro muito rico que morava em 
Ouro Preto, apaixonou-se por uma escrava e fugiu vindo hospedar-se em Boa 
Vista. Este fazendeiro era amigo de Aleijadinho e o altar da igreja foi doado pelo 
fazendeiro. O altar foi esculpido na madeira, com todas as características do 
Barroco. 
 O povo de Boa Vista de Minas, preserva até hoje a tradição católica. 
Outras religiões são cultivadas por alguns moradores, como a evangélica, 
porém a maioria são de católicos. 
 A cultura de Boa Vista traz muitos traços da cultura negra, como o 
congado, as benzições, a ida ao cemitério de escravos que até hoje existe no 
lugar e a tradicional festa de reinado que envolve toda comunidade numa festa 
9 
 
 
de tradição e cultura negra, mas que por ser desta cultura muitos desconhecem 
sua origem. 
 
1.2 Contando causos 
 
 Como Boa Vista é uma comunidade ainda pequena e mais afastada, é 
um lugar que as pessoas conservam as tradições de contar causos e lendas. 
Valorizar patrimônios e manifestações culturais é de extrema importância dar 
valor a essa forma de expressão, e reforçar cada vez mais que muitas vezes o 
patrimônio de um lugar é aquele que é cantado, dançado ou até mesmo 
contado. 
 
1.3 Contos do Sr. Pedro Venâncio da Silva 
 
O Sr. Pedro Venâncio da Silva, nascido e criado no Brejo, Sítio de 
Varginha, era homem honesto, calmo e pai de seis filhos, quatro homens e 
duas mulheres. Casou-se duas vezes e todos eram filhos do primeiro 
casamento. Era considerado o “benzedor” da região. Bastante religioso, foi 
presidente da Conferência de São Vicente de Paulo. 
Preocupado em apresentar-se sempre bem, usava terno de brim 
amarelo e sempre usava chapéu. Morreu em 1979, com noventa anos de morte 
natural, em sua própria casa. “Conta-se que o Sr. Pedrinho Venâncio, como era 
chamado, foi picado de cobra por mais de vinte vezes sem que nada lhe 
acontecesse. Certa vez, ele estava sentado numa roda de amigos na porta da 
antiga escola, atrás da igreja, quando apareceu uma cobra. 
Ele pediu aos amigos que a matasse porque ela iria picá-lo, mas os 
amigos não deram crédito e a cobra foi se aproximando dele e ele, imóvel, 
quando viu que ninguém ia matá-la, ele próprio, apontou o dedo para a cobra e 
disse: 
- “É bichinha, você me segue há muitos dias!” 
Dizem que a cobra morreu ali mesmo, sem que ninguém tocasse nela. 
“Os moradores contam até hoje a história do homem que matou a cobra 
com o dedo...” 
10 
 
 
Nota: Esta história foi contada pelo Sr. Celmo, neto mais velho do Sr. 
Pedrinho Venâncio. 
Em 1950, o Sr. Celmo morava com sua família em Várzea da Varginha. A 
casa era feita de pau-a-pique, coberta de telha cumbuca. Cozinhava-se em 
fogão a lenha feita de cupim e barro branco. No quintal, ao lado da casa havia 
uma árvore de “birosca” que foi cultivada pela família. Esta árvore tem mais de 
cinquenta anos e ainda está lá até hoje. Sr. Celmo hoje é motorista e 
transportam os alunos da zona rural para a Escola Municipal José Antônio de 
Lacerda e outras escolas de Nova Serrana. 
 
 
2. EDUCAÇÃO FORMAL E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL 
 
Iremos falar neste capítulo, sobre duas das três modalidades de 
educação: Educação Formal, e Educação Não Formal. Com o intuito de 
entender a presença e a influência delas na sociedade para mudar o mundo; 
acreditando assim, que a Educação é o caminho, pois está presente em todos 
os momentos da vida. 
De acordo com a Lei n° 9394/96, 
 Art. 1º A educação abrange os processos formativosque se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, 
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
 § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. 
 § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à 
prática social. 
 
Segundo José Carlos Libâneo, as práticas educativas não se restringem 
à escola ou à família, estas ocorrem em todo o a existência humana individual 
ou social, institucionalizado ou não, em várias modalidades. 
11 
 
 
 Maria Lúcia de Arruda Aranha destaca que o espaço familiar modela a 
primeira educação dos filhos: fornecem valores que moldam o comportamento 
dos filhos, antes educação formal 
 Segundo a professora Maria da Glória Gohn, 
Um dos supostos básicos da educação não-formal é o de que a 
aprendizagem se dá por meio da prática social. É a experiência das 
pessoas em trabalho coletivo que gera um aprendizado. A produção 
de conhecimentos ocorre não pela absorção de conteúdos 
previamente sistematizados, objetivando ser apreendidos, mas o 
conhecimento é gerado por meio da vivencia de certas situações-
problema. As ações interativas entre os indivíduos são fundamentais 
para a aquisição de novos saberes, e essas ações ocorrem 
fundamentalmente no plano da comunicação verbal, oral, carregadas 
de todo conjunto de representações e tradições culturais que as 
expressões orais contêm. A maior importância da educação não-
formal está na possibilidade de criação de novos conhecimentos, ou 
seja, a criatividade humana passa pela educação não-formal. O agir 
comunicativo dos indivíduos, voltado para o entendimento dos fatos e 
fenômenos sociais cotidianos, baseia-se em convicções práticas, 
muitas delas advindas da moral, elaboradas a partir das experiências 
anteriores, segundo as tradições culturais e as condições histórico-
sociais de determinado tempo e lugar. “O conjunto desses elementos 
fornece o amálgama para a geração de solução nova, construída em 
face dos problemas que dia-a-dia coloca nas ações dos homens e 
das mulheres”. (GOHN 2006) 
 
 Maria Lúcia de Arruda Aranha destaca que 
A Escola Formal não existiu desde sempre tal como nós a 
conhecemos hoje. Ela começou a se institucionalizar na Idade 
Moderna, pressionada pela passagem do modelo econômico e social 
do feudalismo para o capitalismo burguês e também devido à atuação 
das igrejas católica e protestante. Desde a sua implantação, com 
raras exceções, o que predominou foi o elitismo, a exclusão da maior 
parte da população, que, quando tem acesso à escola, não recebe o 
mesmo tipo de educação. “Embora no século XX a frequência na 
escola tenha se ampliado significativamente, em muitos países ainda 
não foi alcançada a sua universalização”. (ARANHA, 2006) 
 
 De acordo com Gohn (2006) as características da Educação Não-Formal 
seriam o aprendizado quanto às diferenças, aprende-se a conviver com os 
demais: socializa-se o respeito mútuo; através da Educação Não-Formal, se faz 
um trabalho de adaptação do grupo a diferentes culturas trabalhando a 
diversidade, construindo a identidade coletiva de um grupo, através das regras 
12 
 
 
fundamentadas na ética, da conduta social. Assim se faz uma educação para 
os Direitos Humanos, Sociais, Políticos e Culturais. 
 Notemos que a escola só se compreende inserida no contexto social e 
econômico: ao se exigir mudanças na escola refletem mudanças na própria 
sociedade: nenhuma reforma educacional é “apenas técnica”: Existem posições 
políticas e interesses de grupos e instituições. A escola adquire, portanto um 
papel de mediadora entre as novas gerações e a cultura acumulada, diante de 
uma sociedade cada vez mais complexa. 
 
3. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 
 
Neste capítulo iremos falar da importância e o que é Educação Patrimonial, 
mas para se ter essa compreensão primeira tem que conhecer o que é 
Patrimônio que segundo a nossa compreensão vai além do que entendemos 
até o momento. 
 
Art. 216. Constitui patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se 
incluem: I - as formas de expressão; I - as formas de expressão; II - 
os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas 
e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e 
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - 
os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. (CONSTITUIÇÃO 
1988 Art. 216) 
 
Esse artigo vem complementar os dados inseridos no DECRETO LEI 
n°25/37 que abrange além dos bens materiais e naturais como os sítios 
históricos e arqueológicos assim como os bens imateriais como toda a forma 
de manifestação artístico-cultural, patrimônios arquitetônicos e bens naturais, 
abrangendo assim muito além daquilo que se pode tocar, mas se pode sentir, 
toda a forma de cultura religiosa, artística, manifestada. 
Então se compreende que patrimônio é toda a herança, bens materiais 
ou manifestações que um indivíduo sociedade ou grupo é capaz de produzir e 
a preservação desse patrimônio é de cunho individual e governamental 
13 
 
 
cabendo assim pelas legislações vigentes decretos a sua preservação, assim 
como a punição do não comprimento dessa preservação ou degradação, mas 
pode-se por meio da Educação Patrimonial levar a uma forma mais eficiente de 
preservação da cultura e portando da identidade de cada indivíduo sociedade 
regional e nacional pela pluralidade que temos em nosso território dessas 
formas culturais. 
A educação Patrimonial vem conscientizar e trazer a participação das 
pessoas (escola, professores alunos e a comunidade) e seu envolvimento na 
preservação de seus bens culturais e materiais. Essa preservação do sítio 
encontrado em Boa Vista que até o momento é muito pouco realizada, ou de 
nenhuma forma, degradando a cada dia ainda mais os bens por lá 
encontrados. 
 
A Educação Patrimonial é uma proposta interdisciplinar de ensino 
voltada para questões pertinentes ao patrimônio ambiental/cultural. 
“Pode ser aplicada em comunidades próximas a patrimônios 
reconhecidos, como sítios arqueológicos, assim como em escolas 
com o objetivo de sensibilização sobre a importância do 
reconhecimento da valorização e da conservação do patrimônio da 
região.” (Educação Patrimonial: Um Recurso Para Alfabetização 
Cultural No Ensino Fundamental, 2009, p. 92) 
 
 O processo educativo tem como objetivo levar os alunos a aquisição de 
conceitos e habilidades assim como uso na prática cotidiana desses conceitos 
para a resolução de problemas, assim como novas indagações que levarão a 
novos conceitos e habilidades e assim um círculo de conhecimento que sempre 
gira no sentido em que o aluno aponta suas inquietações. 
 
A Educação Patrimonial consiste em provocar situações de 
aprendizado sobre o processo cultural e seus produtos e 
manifestações, que despertem nos alunos o interesse em resolver 
questões significativas para sua própria vida, pessoais e coletivas. 
(Guia Básico Da Educação Patrimonial P6 HORTA, MARI DE 
LOURDES PARREIRAS E CUSTÓDIO, LUIZ ANTÔNIO BOLCATO) 
 
 A educação Patrimonial tem como um de seus objetivos levarem os 
alunos a questionarem no passado a herança deixada, a solução de um 
problema no passado deixou consequências no seu presente, a visão crítica 
desse passado, do problema e da resolução desse problema no passado pode 
trazer a nova visão de problemas encontrados no presente. 
14 
 
 
A Educação Patrimonial vêm conscientizar a importância dessa 
preservação de bens materiais ali encontrados, pois nos estudos desses bens 
pode-se encontrara história do passado e nesse passado a identidade de 
jovens que buscam por um futuro. Trazendo do respeito ao passado e o que ele 
representa a sua compreensão melhorada do futuro. 
 Respeitando a cultura de suas avós, por exemplo, não se abre mão da 
tecnologia apresentada hoje, mas se conhecem a sua origem, a cultura de sua 
família e as origens de seus hábitos e culturas, a sua culinária, os seus dotes 
artísticos, de onde vem o seu vocábulo e os termos que usa. O contemporâneo 
que respeita o seu passado conhece e valoriza a si mesmo e aos outros. 
 Essa conscientização pode ser trabalhada em sala de aula de amplas 
formas já que nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) vem se falando 
sobre o estudo do Patrimônio Cultural como um tema transversal que pode ser 
trabalhado em projetos de dois dos seus temas propostos, Meio ambiente e 
Pluralidade Cultural. Podendo ser incorporado em amplas disciplinas. 
 
No que se refere a Educação podemos verificar que os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN’s) revelam a importância de uma 
educação que dê direito a memória como dimensão fundamental da 
cidadania, o que nos remete a valorizar o currículo como facilitador e 
promotor de uma educação cidadã (Educação Patrimonial: Um 
Desafio Constante: OLIVEIRA LIÉLIA BARBOSA; OLIVEIRA 
THOMAS BRUNO 2011, p42) 
 
Sendo assim podem-se fazer diversas formas para trabalhar a Educação 
Patrimonial dentro das salas de aulas, envolvendo todas as disciplinas desde 
matemática, portuguesa geografia ciências e todas as demais de forma a 
trabalhar com os alunos as suas identidades, os antepassados que ali viveram, 
como preservar o seu patrimônio cultural. 
 Vemos em estudos, para elaboração desse trabalho, artigos que contam 
com o sucesso dos estudos para conscientizar e participação de toda a 
comunidade, como exemplo o projeto “A Pré-História dos Homens contada por 
meio dos Objetos”, em 2007 e esse projeto traz o estudo de 15 sítios 
arqueológicos localizados no Município de Iepê. E nesse projeto vê-se o êxito 
da Educação patrimonial onde professores com apoio da prefeitura e de órgãos 
governamentais através de verbas apóiam o projeto. 
15 
 
 
 Nesse contexto pretende-se o apoio além da prefeitura com ajuda 
financeira, de transporte no que diz respeito às especializações para 
profissionais que atuam no campo, pois para se ter uma EDUCAÇÃO de 
qualidade necessita primeiro capacitar os seus professores para que possam 
conduzir os seus alunos e a comunidade ao conhecimento de qualidade. 
Investir em cursos, palestras, capacitações e esclarecimentos a toda a 
comunidade e aos docentes. 
 Podem-se promover em amplitude as aulas práticas com o manuseio de 
produtos dessa cultura material, oficinas que ensinam a sua fabricação, como 
visitação aos seus sítios (como a igreja do município que contém obras do 
artista Aleijadinho). 
 Para haver uma preservação patrimonial ou a não degradação do 
mesmo deve ter uma educação popular ou de massa, que começa pela 
educação básica abrangendo a comunidade por meios de panfletos educativos, 
mas principalmente nas escolas que promovam a integração da comunidade e 
que delas saiam pessoas conscientes da preservação do patrimônio da 
identidade. 
 Essa Educação garantida pela Lei de Diretrizes (LDB) firmada pelos 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) vem enfatizar a obrigação dessa 
realização de educação patrimonial que valorize os bens materiais e culturais 
regionais. E que possa assim proteger a sua cultura e identidade local. 
 O Sítio Histórico de Boa Vista não foi tombado ainda como Patrimônio 
Cultural e Material portando ainda não está sobre proteção do Decreto de n°25 
de 30 de novembro de 1937 que consiste em: 
 
Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos 
bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de 
interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da 
história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou 
etnográfico, bibliográfico ou artístico (DECRETO LEI n°25/37) 
 
 Esse fato vem dificultar ainda mais os trabalhos com relação a 
informações sobre o local, a educação patrimonial, pois poderiam ter projetos 
que auxiliassem na conservação dos bens que poderiam receber recursos e 
apoios de órgãos federais para facilitar a sua preservação e ainda a 
disseminação da sua cultura, pois apesar de fazer parte da comunidade ali 
16 
 
 
presente grande maioria população não tem o conhecimento real da sua 
importância histórica. 
 
3. 1 Como trabalhar educação patrimonial em sala de aula 
 
 Comece com o planejamento escolhendo um tema e observando se vai 
se ratar de atividade ou projeto, patrimônios podem ser palpáveis, aquilo que as 
crianças podem ver tocar e sentir, como um patrimônio arquitetônico, um objeto 
de uso cotidiano dos seus antepassados como um vaso encontrado num sítio, 
ou podem ser também as manifestações culturais locais, como no caso da Boa 
Vista onde a herança de congado é muito forte, pode-se pedir um estudo mais 
aprofundado do assunto. 
 Manifestações culturais, como dança, culinária, reinado, congado, folia 
de reis, festa junina também deve ser trabalhada e com uma particularidade, 
pois a maioria dos alunos não vêem essas manifestações como bens 
históricos, apenas como manifestações ou festas e vão perdendo o interesse 
ao longo do tempo. Estas manifestações já vêm deixando de ter o mesmo peso 
na vida das pessoas, portanto deve- se ter uma grande responsabilidade para 
levar os alunos a se interessarem e valorizar esses patrimônios, ressaltando a 
introdução das relações étnicos raciais, através dos patrimônios. 
 O trabalho em campo deve ser indispensável em qualquer formato de 
desenvolvimento do conhecimento do Patrimônio Histórico, seja ele por visita 
em loco, por documentários, por depoimentos de pessoas da comunidade com 
propriedade do assunto. Essas formas ajudam na compreensão dos alunos na 
exploração do seu patrimônio, da sua cultura. 
 Siga os seguintes passos para ter um bom desempenho e alcançar seus 
objetivos: 
1 observação: percepção dos alunos sobre o assunto, manipulação do 
objeto, experimentação, comparação. 
2 registro: pode ser realizado por desenhos, descrição, maquetes, 
mapas. 
3 exploração: questionamento, análise, levantamento de hipóteses 
4 apropriação: recriação, releitura, interpretação da mesma em 
diferentes formatos. 
17 
 
 
 Isso fará com que se alcancem seus objetivos na educação de um aluno 
crítico, social e participativo, ao desenvolver habilidades como a capacidade de 
ver no passado problemas e soluções encontradas para resolver os mesmos 
atuais, a herança desse passado. Na forma de vida atual. 
 
4. RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NAS ESCOLAS 
 
O Brasil se encontra com várias possibilidades de discussão sobre a 
diversidade, na nossa pesquisa vamos focar na população negra e sua posição 
perante a educação. E não tem como falar de diversidade étnico-racial e 
educação sem falar do racismo, um assunto que é afastado das discussões e 
dos planejamentos em que deveria estar. 
A presença do racismo na sociedade brasileira acarreta num cenário 
alarmante de desigualdade socioeconômica da população negra com a 
população branca. Conhecendo a história da população brasileira caracterizada 
por marcas de preconceito e desigualdade, reforça-se mais ainda a importância 
de dar um olhar de mais importância de levar as relações raciais para as 
escolas. É de fundamental importância o conhecimento da real desigualdade 
que existe no país. 
Segundo pesquisas oficiais realizadas pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(IPEA) vêm revelando oficialmente como se dá a população das desigualdades 
raciais e sociais no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por 
Amostragem a Domicílio (Censo 2000), em 1999, a taxa de analfabetismoda 
população branca brasileira de 25 anos ou mais era de 10,4%. Já os pardos 
apresentavam taxa de 25,2% de analfabetos, enquanto os pretos 25,9%. 
Esses dados apontam a presença da desigualdade racial ao analisarmos 
a taxa de analfabetismo do País. Esses dados como tantos em que os negros 
estão em situação de inferioridade revelam que existe um racismo muito forte. 
Racismo este que principalmente em uma escola quando a pessoa está em 
construção de sua identidade, pode levar a danos muito graves para a vítima 
do racismo. 
18 
 
 
Também dentro da diversidade temos atualmente a intolerância religiosa 
que é um problema gigantesco no Brasil, visto que é um país diverso em 
religiões. Segundo dados da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência 
da República fiéis de religiões afro-brasileiras são as principais vítimas de 
discriminação, isso já acarreta o racismo que também é bem forte em relação à 
cultura e as tradições negras em geral. 
 Uma das soluções é introduzir a cultura negra nos parâmetros 
educacionais e exigir recursos e ações afirmativas das políticas publicas para 
que as lutas dos negros não sejam em vão. É preciso criar espaços para 
introduzir a diversidade cultural nas escolas, trabalhar com educação 
patrimonial e com todas as formas de introdução da cultura. 
 Já temos os trabalhos que o Ministério da Educação MEC, que vem 
realizando um trabalho de educação da diversidade com indígenas, 
quilombolas, com as culturas populares, através da Secretaria da Educação 
Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD). 
Temos também um grande marco para educação de relações raciais que 
é a lei 10639/03, que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Africana 
e Afro-brasileira nas escolas de Educação Básica das redes pública e privada 
do país. Para dar reforço à implementação da lei foram instituídas as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o 
Ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira. 
Mas para que tudo isso se torna real e efetivo nas escolas é necessário 
entender o que realmente os negros passam dentro das escolas, o racismo é 
algo cruel que tem o poder de ferir fisicamente nos casos mais graves de 
agressividades e discriminações e de destruir a autoestima e identidades de 
pessoas afetadas o que na maioria das vezes levam ao fracasso escolar e 
complexos de inferioridade. 
Reconhecemos a escola como um espaço sociocultural que 
deve refletir a pluralidade cultural e racial de nossa nação, no 
entanto, isso não ocorre (NASCIMENTO, 2005). A Escola tem 
sido palco de exclusões e disseminação de preconceitos e 
discriminações, e esta realidade promove aos alunos exclusão 
e/ou sentimento de inferiorização racial (CAVALLEIRO, 2005). 
 
19 
 
 
Visando a melhoria da educação das relações étnicas raciais o 
pensamento da nossa pesquisa é que através da introdução da educação 
patrimonial, sejam trabalhados reconhecimentos valores e valorização do 
espaço pertencente de cada aluno. Boa Vista que é nosso campo de pesquisa 
é um lugar rico em cultura negra e em características de descendência 
africanas muito fortes, que merecem muito valor, mas não são tão 
reconhecidas. 
 
4.1 Alguns conceitos importantes sobre relações étnicos raciais 
 
No Brasil o debate sobre os vários conceitos que permeiam s relações 
étnicos raciais gera muito conflitos, muitos pesquisadores, e cientistas já 
registram vários conceitos para raça, identidade, etnia, identidade negra, 
racismo, preconceito racial e outros. Esses conceitos revelam a visão distorcida 
da realidade e a tentativa de sempre inferiorizar o negro nos parâmetros 
biológicos e sociais. 
O que deve ser observado é que todos ou a maioria desses conceitos 
são ideológicos e excludentes com a população negra. Por este motivo revela-
se a importância dos movimentos negros que são exemplos de resistência 
perante tanta injustiça. 
 
4.1.1 Identidade 
 
A identidade é o modo em que as pessoas vivem e como seus grupos 
vivem suas crenças, e suas reivindicações. De acordo com o antropólogo 
Kabengele Munanga: 
A identidade é uma realidade sempre presente em todas as 
sociedades humanas. Qualquer grupo humano, através do seu 
sistema axiológico sempre selecionou alguns aspectos 
pertinentes de sua cultura para definir-se em contraposição ao 
alheio. A definição de si (auto definição) e a definição dos 
outros (identidade atribuída) têm funções conhecidas: a defesa 
da unidade do grupo, a proteção do território contra inimigos 
externos, as manipulações ideológicas por interesses 
econômicos, políticos, psicológicos, etc. (MUNANGA, 1994: 
177-178) 
 
A identidade tem como base os semelhantes de um individuo que muitas 
vezes luta e se manifesta sozinho, mas sempre em prol de seus antepassados. 
20 
 
 
A cultura passa a ser um ponto de partida para que a pessoa tome sua posição 
no mundo, reivindicando e lutando pela preservação de sua cultura. 
 
4.1.2 Identidade negra 
 
A identidade negra se constitui pelo reconhecimento cultural, político e 
social de um negro. Ela se estende da concepção de identidade, engloba a 
identidade social, a identidade racial, a identidade cultural e a identidade 
política todas elas se unem e caracterizam as pessoas e se assumir em uma 
identidade corresponde em defendê-la, reconhecê-la e demonstrá-la de forma 
afirmativa. 
Portanto é necessário entender que a entender a identidade negra é algo 
complexo, pois é um povo que vem de uma história muito sofrida e que sempre 
luta por reivindicações que muitas vezes não são aceitas, principalmente no 
meio político. Munanga ressalta a identidade negra através do sentido político: 
 
Tomada de consciência de um segmento étnico-racial excluído 
da participação na sociedade, para a qual contribuiu 
economicamente, com trabalho gratuito como escravo, e 
também culturalmente, em todos os tempos na história do 
Brasil (MUNANGA, 1994, p. 187). 
 
Desta perspectiva se faz necessário ressaltar novamente a importância 
dos movimentos negros que são um forte e um dos maiores exemplos de 
reconhecimento da identidade negra. 
 
4.1.3 Raça 
 
A raça é um termo que vem sofrendo definições diferentes de acordo 
com o passar dos tempos, mas na realidade o conceito de raça biológico não 
deve ser considerado, pois ele existe para inferiorizar uma determinada etnia 
por seus traços fenótipos. O que existe é o conceito de raça sociológico que da 
origem ao racismo partindo desse contexto absurdo da raça biológica. 
“Raça” é um conceito que não corresponde a nenhuma 
realidade natural. Trata-se, ao contrário, de um conceito que se 
denota tão-somente uma forma de classificação social, 
baseada numa atitude negativa frente a certos grupos sociais, e 
informada por uma noção especifica de natureza, como algo 
indeterminado. A realidade das raças limita-se, portanto, ao 
mundo social. Mas, por mais que nos repugne a empulhação 
que o conceito de ‘raça’ permite – ou seja, fazer passar por 
21 
 
 
realidade natural preconceitos, interesses e valores sociais 
negativos e nefastos –, tal conceito tem uma realidade social 
plena, e o combate ao comportamento social que ele enseja é 
impossível de ser travado sem que se lhe reconheça a 
realidade social que só o ato de nomear permite (GUIMARÃES, 
1999, p. 99) 
 
Não tem como dizer que não existe raça, pois a sociedade demonstra 
em na maioria de suas situações as diferenças de oportunidades e a 
desigualdade do crescimento econômico que existem entre brancos e não 
brancos. 
 
4.1.4 Racismo 
 
O racismo é a questão que faz necessária a discussão sobre raça, o 
racismo é a exclusão e discriminação das pessoas por características fenótipos 
como cor da pele, tipo de cabelo e etc. 
Oliveira nos trás alguns exemplos de racismo: 
 
[…] alguns alunos a rejeitavam. Diziam que não queriam sentar 
no mesmo grupo que ela nem realizar atividades coletivasjunto 
com ela. Em algumas situações, piadinhas e chacotas eram 
feitas, envolvendo seu nome. Conversando com a professora, 
esta relatou-nos que ALC já havia reclamado do fato de alguns 
meninos ficarem “mexendo” com ela na hora do recreio e de 
rirem dela. “Escuridão, “noite” eram apelidos utilizados por 
alguns meninos para se referirem a ela. ALC tinha traços de 
negritude bastante ressaltados (OLIVEIRA, 2007, p. 47). 
 
Portanto esses atos devem ser eliminados das instituições educacionais, 
racismo na escola pode ser um dano gigantesco na vida escolar de aluno. 
 
4.2 Relações étnico-raciais no ensino fundamental 
 
O preconceito é uma construção social. Ao longo da sua formação 
histórica, sociedade brasileiras muitas práticas e ações institucionais 
contribuíram para a disseminação do preconceito e do racismo, por exemplo: 
 
O Decreto no 1.331, de 17 de fevereiro de 1854 estabelecia 
que nas escolas públicas do país não seriam admitidos 
escravos, e a previsão de instrução para adultos negros 
dependia da disponibilidade de professores. O Decreto no 
7.031-A, de 6 de setembro de 1878, estabelecia que os negros 
só podiam estudar no período noturno e diversas estratégias 
foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa 
população aos bancos escolares (BRASIL, 2004, p.7). 
 
 
22 
 
 
Para a construção de uma pedagogia não-racista é preciso subsidiar o 
trabalho realizados pelos componentes do âmbito escolar. 
 
Contribuir para a construção de uma educação que seja geradora de 
cidadania, que atenda e respeite as diversidades e peculiaridades da 
população brasileira (p.54) 
 
 A escola precisa-se ter a visão de “vida” para ser compartilhada, 
ambiente onde se encontra satisfação, lugar potencializador da existência, 
circulação de saberes, constituição de conhecimentos, felicidades e energias 
positivas. Um dos fatores que possibilita a sensibilização do ambiente escolar 
para o conhecimento e exercício de seus direitos e deveres como cidadãos, é 
currículo, entende- se ele é mostra mestra. 
 
No que se refere aos currículos escolares, chamou-se a 
atenção para a falta de conceitos ligados à cultura afro-
brasileira que estejam apontando para a importância desta 
população na construção da identidade brasileira, não apenas 
no registro folclórico ou de datas comemorativas, mas 
principalmente buscando uma revolução de mentalidades para 
a compreensão do respeito às diferenças. (SILVA, 1995, p. 56) 
 
 Nenhum ser nasce racista, mas se torna racista com base a um histórico 
processo onde há a negação dos povos africanos. É papel da escola repensar 
suas atitudes e avaliar tais paradigmas. A luta contra o racismo vem quebrando 
muitas barreiras, o que possibilita compreender melhor todo o processo de vida 
dos negros, através de pesquisas é possível estabelecer o diálogo com este 
passado. Ao compreender todo o processo de vida dos africanos, todos os 
esquemas em que o negro é situado abaixo que os demais, irão reduzir. 
A população negra foi a mais discriminada. Desvalorizados, os negros 
ainda são ridicularizados e excluídos por sua identidade e estética não serem 
estabelecidas pela sociedade como um padrão ideal. 
 
Reconhecer exige a valorização e respeito às pessoas negras, 
à sua descendência africana, sua cultura e história. Significa 
buscar, compreender seus valores e lutas, ser sensível ao 
sofrimento causado por tantas formas de desqualificação: 
apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto 
sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a 
textura de seus cabelos, fazendo pouco das religiões de raiz 
africana. Implica criar condições para que os estudantes negros 
não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele, 
menosprezados em virtude de seus antepassados terem sido 
23 
 
 
explorados como escravos, não sejam desencorajados de 
prosseguir estudos, de estudar questões que dizem respeito à 
comunidade negra. (BRASIL, 2004, p. 12). 
 
 A partir do diálogo verdadeiro os sujeitos que dialogam aprendem e 
crescem juntos na diferença, a cima de tudo, no respeito a diferenças. Ao se 
tratar de raça negra, logo se tem o conceito de hierarquização de raças, etnias 
e culturas, incorporando também o termo escravidão. Não se pode abandonar 
a história dos povos africanos, pois fazem parte da formação da Brasilidade. 
Muitos estudos sobre a vida dos africanos são necessários, para que não 
continuemos a reproduzir todos os esquemas. 
A cultura negra valoriza muito o corpo, ele é fundamental, nele há toda 
uma rede de sentidos e significações. Acredita-se muito na partilha, todos 
trocam algo entre si, assim há existência. Nas comunidades africanas as 
pessoas não são imaginadas, e sim, aceitas, independentemente de suas 
convicções. “Uma visão de mundo negra implica a possibilidade de abertura 
para o mundo, para a vida e principalmente para o outro”. (p.59) 
A escola tem uma função social, essa função deve ser exercida como 
uma contribuição para a formação de cidadãos pensantes, de respeito e sem 
prejulgamentos e preconceitos, os professores tem a função de mediar os 
conhecimentos sobre diversidade, etnicidade, valores, sempre mostrando uma 
relação de respeito entre todos. Valorização e respeito esses são uns dos 
principais objetivos de se trabalhar a história e cultura afro-brasileira e africana. 
 O que se busca é um currículo que tenha um repertório que direcione o 
caminho da educação ao entendimento de ser humano que produz historia a 
partir das relações vivenciadas no meio. Um caminho para abranger o currículo, 
seja incluir a historia, geografia, artes e a literatura africanas e afro-brasileira, e 
trabalhar em busca da valorização. 
Ao se referir ao ensino fundamental, imaginamos apenas crianças e 
adolescentes entre 7 a 14 anos de idade, ao máximo ao s seus 17 anos, não os 
enxergando além da idade. Porém, é preciso conhecer e entende-los na sua 
complexidade humana, como seres que tem sua personalidade, suas 
frustrações, posturas, memórias e histórias, sorriem e sofrem, têm ideais e 
sonhos, entre outros aspectos. É necessário levantar algumas questões, para 
que de fato seja possível ressignificar quem são os estudantes, considerar as 
24 
 
 
diferenças regionais e a diversidade étnico-cultural do Brasil. É necessário 
reconhecer o legado da história e cultura africana e afro-brasileira é patrimônio 
da humanidade. 
Se o educador se ver como produtor de história, de conhecimento, de 
ações que podem transformar vidas, ou seja, ele será potencialmente um 
indivíduo transformador e criativo. 
O que se espera, contudo, é a efetiva implantação no cotidiano escolar, 
de uma pedagogia da diversidade e do respeito ás diferenças. Esta 
reconhecerá a importância de visualizar os propósitos a alcançar com os 
estudantes do Ensino Fundamental, relacionando-os as características de seu 
desenvolvimento, e articular estes dois aspectos as necessidades especificas 
do aluno, considerando-se as particularidades de sua socialização e vivencias 
adversas em função do racismo e das discriminações. É necessário reconhecer 
que o legado da história e cultura africana e afro-brasileira é um patrimônio da 
humanidade. 
Se o docente se constituir como produtor consciente de conhecimento, 
pesquisador de sua própria prática, sua própria ação educativa, de saberes a 
este respeito, isto pode se tornar altamente transformador. É de sua 
importância que o docente se veja como produtor de histórias, de 
conhecimento de ações que podem transformar vidas, ou seja, que é 
potencialmente um indivíduo transformador, criativo. 
Alterações fundamentais podem ser empreendidas no sentido de 
contribuir para a melhoria do sistema educacional, podendo ser efetivas através 
da inserção da questão étnico-racial no Projeto Político Pedagógico da escola. 
Assim havendo a construção do ambiente escolar que favoreça a formação 
sistemática da comunidade sobrediversidade étnico-racial, a partir da própria 
comunidade, considerando a contribuição que esta pode dar ao currículo 
escolar; estabelecer canais de comunicação com troca de experiências com os 
movimentos negros, com os grupos sociais e culturas da comunidade, 
possibilitando diálogos efetivos. A escola é um espaço privilegiado para a 
promoção da igualdade e a eliminação de toda forma de discriminação e 
racismo, e para isso os professores devem trabalhar com materiais adequados 
que possibilite a compreensão do aluno para com a diversidade, as discussões 
25 
 
 
e práticas pedagógicas quando bem elaboradas são capazes de combater as 
injustiças e preconceitos. 
Enfim, a escola que deseja se constituir democrática, 
respeitando a todos os segmentos da sociedade, pode ter 
como meta a aquisição de recursos adequados para o trato das 
questões étnico-raciais, como, por exemplo, munindo a 
biblioteca de acervo compatível, folhetos, gravuras e outros 
materiais que contemplem a dimensão étnicos-racial; videoteca 
com filmes que abordem a temática e brinquedoteca com 
bonecos negros, jogos que valorizem a cultura negra e 
decoração multiétnica. (P 66) 
 
 Criar uma pratica escolar diária direcionando para uma educação anti-
racista é um caminho que necessariamente tem que se percorrer. No percorrer 
deste caminho pode-se identificar alguns pontos que poderão mobilizar a 
reflexão sobre as ações do cotidiano escolar, no sentido de tratar 
pedagogicamente a diversidade racial, visualizando com dignidade o povo 
negro e toda a sociedade brasileira, são: 
 
 - A questão social como conteúdo multidisciplinar durante o ano letivo: é 
importante trabalhar sobre a questão social durante todo o ano letivo, além das 
datas comemorativas, de maneira íntegra e não isolada. 
 - Reconhecer e valorizar as contribuições do povo negro: estudar a 
cultura afro-brasileira é compreendê-la com consciência e dignidade. 
Enfatizando suas contribuições sociais, econômicas, culturais, políticas, 
intelectuais, experiências, estratégias e valores. 
 - Abordar as situações de diversidade étnico-racial e a vida cotidiana nas 
salas de aula: tratar questões raciais no ambiente escolar deve ser de forma 
contextualizada, assim aprenderão conceitos, analisarão fatos e poderão se 
capacitar para intervir na sua realidade e transformá-la: 
 
Os objetos de conhecimento histórico se deslocaram dos 
grandes fatos nacionais e mundiais para a investigação das 
relações cotidianas, dos grupos excluídos e dos sujeitos sociais 
construtores da história (SEE/MG,2005). 
 
 - Combater as posturas etnocêntricas para a desconstrução de 
estereótipos de preconceitos atribuídos aos grupos negros: essa ação sobre as 
26 
 
 
realidades serem interpretadas e transformadas leva a rever constantemente 
conceitos, ou seja, a acomodá-las ás novas circunstâncias que se apresentam. 
 - Incorporar como conteúdo do currículo escolar a história e cultura do 
povo negro: ao incorporar o conteúdo os alunos compreenderão melhor os 
porquês das condições de vida dessas populações e correlação entre estas e o 
racismo presente em nossa sociedade. Deverão ser pontos de reflexão todas 
as situações de desigualdades, estabelecendo relações humanas mais 
fraternas e solidárias. 
 -Recusar o uso de material pedagógico contendo imagens 
estereotipadas do negro, como postura pedagógica voltada à desconstrução de 
atitudes preconceituosas e discriminatórias: é imprescindível banir de seu 
ambiente qualquer texto, referência, descriminação, decoração, desenho, 
qualificativo ou visão que construir ou fortalecer imagens estereotipadas de 
negros e negras, ou de qualquer outro segmento étnico-racial diferenciado. 
 - Construir coletivamente alternativas pedagógicas com suporte de 
recursos didáticos adequados: algumas ações são essenciais nessa 
construção, como por exemplo, a disponibilização de recursos didáticos 
adequados, a construção de materiais pedagógicos eficientes, o aumento do 
acervo de livros da biblioteca sobre o assunto, a oferta de variedade de 
brinquedos contemplando as dimensões multiculturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
5. RESULTADOS, ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO 
 
 Esta pesquisa foi realizada de maneira qualitativa e descritiva analisando 
a ação docente diante da educação patrimonial e as relações étnicas raciais 
na escola. Os recursos utilizados foram questionários e observações do perfil 
dos docentes da instituição. A pesquisa foi realizada em uma escola municipal 
da rede pública de Nova Serrana, localizada no bairro de Boa Vista. 
 A inserção da Educação Étnico-racial na Ensino fundamental aproxima 
os alunos das relações com as diferenças e que essas diferenças são 
sinônimo da pluralidade que faz a população brasileira ser tão cultural e 
biologicamente diversa. Esta proposta de educação possibilitará afastar 
tratamentos preconceituosos e combater a discriminação racial no interior dos 
estabelecimentos de ensino da escola. 
Foi em busca da verificação de como as diretrizes e orientações 
curriculares instituídas estavam sendo colocadas em prática no Ensino 
Fundamental que nos dirigimos a Recantos do Quilombo. O Intuito era verificar 
se a prática pedagógica do estabelecimento selecionado contém a história 
patrimonial e cultura afro-brasileira em seu programa de trabalho, a frequência 
do trabalho realizado, se este era feito de forma continua e quais as posturas 
tomadas pelos docentes, referente a este assunto. 
 
5.1 Dados da instituição 
 
A escola está localizada no município de Nova Serrana, Bairro Boa Vista, 
Rua Marilda das Graças. A instituição foi inaugurada em 1917. 
Esta instituição esta inserida em uma comunidade que está em 
crescimento, é uma população de baixo poder aquisitivo, porém ninguém passa 
nenhuma necessidade. Os responsáveis das crianças são na maioria operários 
de fábricas de calçados, que é a maior fonte de renda da população da cidade. 
Tem como filosofia formar cidadão: crítico, criativo, reflexivo, capaz de 
transformar a sociedade. Cidadão comprometido com seu meio e com o 
mundo. Tornar o processo educativo um ato criador, um instrumento de leitura 
do mundo, promovendo a interação escola e vida. Mudando assim a prática 
28 
 
 
pedagógica de ensino informativo, para aprendizagem formativa, através da 
construção do conhecimento e da habilidade de “aprender a aprender” 
 Este Centro Educacional elege como missão de oferecer aos seus 
alunos um ensino de qualidade, sempre visando à transformação de sua 
realidade social, e buscando desenvolver em seus alunos, autonomia, e valores 
humanos necessários para uma boa convivência. É neste contexto que se faz 
necessário o intercâmbio familiar, pois é a família o primeiro grupo social com a 
qual a criança convive. 
A instituição esta atendendo no momento um numero de 370 alunos, tem 
um espaço bem organizado com oito salas, quadra de esportes, uma sala de 
vídeo, uma cozinha, três banheiros para meninas e três banheiros para 
meninos, tem refeitório com seis, parquinho, horta cultivada pelos alunos e área 
de lazer.Todas as áreas da instituição são simples, mas oferecem o necessário 
para as crianças aprenderem e se desenvolverem da melhor forma. A escola 
recebe crianças especiais por isso já possui rampas, apoio pedagógico e esta 
sempre procurando fazer mais alterações necessárias, a instituição agora 
também conta com o apoio da prefeitura para dar continuar com o projeto de 
tempo integral que oferece reforço de português e matemática e aulas de 
violão, futsal e artesanato. 
Vale ressaltar também que este ano a escola teve uma grande festa 
envolvendo toda a cidade, pois teve a festa de aniversario dos 100 anos da 
escola na comunidade de Boa Vista. A escola tenta sempre manter sua cultura 
organizacional e conta com a participação de toa a comunidade. 
 
5.2 Visita e observação da organizaçãoescolar 
 
O procedimento permitiria tanto confrontar os resultados obtidos com a 
aplicação dos questionários quanto coletar novas informações. Desse modo, 
para colocar em prática a observação foi realizada uma visita à escola para 
identificar sinais de atividades que revelassem como a temática da história 
patrimonial e afro-brasileira era trabalhada na escola e se acontecia de forma 
contínua. Esta visita ocorreu no dia 04 de dezembro de 2017. 
Foi observado que a escola não realizou atividades voltadas para a 
semana da consciência negra. No decorrer das pesquisas foi identificado que 
29 
 
 
a escola não realiza atividades relacionadas para a educação patrimonial e 
relações étnico-raciais, somente em datas comemorativas. 
 A escola comemorou seu centenário 16 setembro, o qual foi um 
momento festivo, havendo apresentações dos alunos, exposições de trabalhos 
e celebração da santa missa. Para as apresentações do dia 19 de setembro 
onde as pessoas alegaram ser a cultura muito importante, o corte de Boa Vista 
foi convidado para se apresentar, representado a cultura e uma dança típica, 
não foi feita nenhuma explicação sobre o que é o reinado e sobre sua 
importância e sim como mais uma das apresentações. 
 
5.3 Analise dos dados e discussão dos resultados 
 
 A pesquisa realizada por questionários foi aplicada dia 04 de dezembro 
de 2017, com as docentes do ensino fundamental da escola. 
Os sujeitos da pesquisa foram 6 professoras dos anos iniciais do Ensino 
fundamental, docentes do turno da tarde. A maioria das professoras, 
participantes da pesquisa são naturais de outras cidades, residem em bairros 
relativamente distantes de onde se localiza a escola e alguns, inclusive, 
residem em outras cidades, apenas uma se reside no bairro de Boa Vista e é 
da cidade. 
 Referente à questão um do questionário “Quais foram seus primeiros 
contatos com o tema (relações étnico-raciais)?” Com análise da pesquisa nota-
se que grande parte do corpo docente do ensino fundamental tiveram os 
primeiros contatos com tema relações étnico-raciais no ensino superior, 
evidenciando que no ensino superior que se trata da questão referida. 
Segundo Bento 2014 as Instituições de Ensino Superior têm o desafio de 
preservar o seu papel ético e político e não sucumbir à ideologia mercantilista 
da educação e não perder a capacidade de pensamento crítico. Mais do que 
formar profissionais qualificados e detentores do conhecimento, do como fazer, 
é preciso formar cidadãos reflexivos. Só pela reflexão e pelo espírito crítico 
torna-se possível questionar o porquê, para quê e para quem. Não basta saber 
fazer, é preciso saber por que fazer, para que se faz e para quem se faz. 
 Sobre a questão dois “Qual sua proximidade com a lei 10.639/03 (Incluir 
a cultura Afro-Brasileira e africana no ambiente escolar)? 
30 
 
 
As docentes possuem pouco conhecimento sobre a Lei 10.639/03, que torna 
obrigatório nos currículos dos níveis fundamentais e médios, em 
estabelecimentos oficiais e particulares do país, a inclusão da temática História 
e Cultura Afro-Brasileira e Africana (BRASIL, 2004). Percebendo que os 
conhecimentos adquiridos são embasados ainda somente nos conteúdos 
acadêmicos. 
 Diante da questão três, sobre a presença do trabalho com 
relações raciais no projeto político pedagógico, encontramos o resultado de que 
não está incluído no projeto conteúdos com essa temática. 
O projeto pedagógico é um documento que não se reduz à 
dimensão pedagógica, nem muito menos ao conjunto de 
projetos e planos isolados de cada professor em sala de aula. 
O projeto pedagógico é, portanto, um produto específico que 
reflete a realidade da escola. Situado em um contexto mais 
amplo, que a influência e que pode ser por ela influenciado. Em 
suma, é um instrumento clarificador da ação educativa da 
escola em sua totalidade. (VEIGA, 1998; p.11). 
 
Com esses resultados podemos afirmar juntamente com Veiga 1998, 
que no projeto não reflete a realidade da escola como deve ser. 
A questão quatro diz respeito a freqüência em que a cultura afro-
brasileira em sala. De acordo com esta pesquisa a cultura afro-brasileira é 
raramente trabalhada, ou seja, não cumprem com as diretrizes e com a lei 
10639 que diz deve se trabalhar com a cultura afro-brasileira, pois a escola é 
um lugar fundamental de formação e deve aproveitar o seu espaço de 
diversidade, como reforça Costa e Dutra 
 
Descolonizar o saber é o primeiro passo na luta do preconceito 
racial. A educação tem fundamental importância nesta luta, pois 
se acredita que o espaço escolar seja responsável por boa 
parte da formação pessoal dos indivíduos sendo assim um 
ambiente fundamental para separação das desigualdades 
raciais e superação do racismo. (2009, p. 1) 
 
 Então se a escola não trabalha a cultura afro-brasileira, automaticamente 
ela está reforçando a desigualdade e os conhecimentos que ajudam em 
formação de identidade negra e também reforça a prática de racismo, pois na 
maioria das vezes as pessoas não gostam por falta de conhecimento. 
Segunda os resultados da questão cinco a maioria opta por retirar 
trabalhos para questões raciais em internet, o que não é tão viável se este site 
não for o do MEC, muitos sites têm informações que favorecem apenas 
31 
 
 
poderes políticos e que fala de culturas apenas a procura de mais fama. É 
necessário ter um bom material que realmente fale sobre coisas relevantes que 
existem na cultura negra, 
Cavalleiro observa que, 
Os estudos apresentados evidenciam o fato de o 
sistema formal de educação ser desprovido de 
elementos propícios à identificação positiva de alunos 
negros com o sistema escolar. Esses estudos 
demonstram a necessidade de uma ação pedagógica 
de combate ao racismo e aos seus desdobramentos, 
tais como preconceito e discriminação étnicos. Eles 
podem estar ocorrendo no cotidiano escolar, 
provocando distorções de conteúdo curricular e 
veiculando estereótipos étnicos e de gênero, entre 
outros, por intermédio dos meios de comunicação e dos 
livros didáticos e paradidáticos. (CAVALLEIRO, 2000, 
p.35) 
 
Por isso é necessário ter uma segurança de qual material trabalhar para que o 
mesmo não influencie ainda mais o ato de racismo 
 Perante a questão seis “Os alunos de sua turma apresentam algum tipo 
de preconceito contra Pessoas Negras?", comprovou-se que o racismo aparece 
em alguns alunos de toas as docentes entrevistadas. E para melhor explicar, 
vamos exemplificar através de Oliveira: 
[…] alguns alunos a rejeitavam. Diziam que não queriam sentar 
no mesmo grupo que ela nem realizar atividades coletivas junto 
com ela. Em algumas situações, piadinhas e chacotas eram 
feitas, envolvendo seu nome. Conversando com a professora, 
esta relatou-nos que ALC já havia reclamado do fato de alguns 
meninos ficarem “mexendo” com ela na hora do recreio e de 
rirem dela. “Escuridão, “noite” eram apelidos utilizados por 
alguns meninos para se referirem a ela. ALC tinha traços de 
negritude bastante ressaltados (OLIVEIRA, 2007, p. 47). 
 
É papel de a escola ter metodologias para banir estes comportamentos. 
 Frente à questão sete “Qual a importância de se trabalhar com as 
questões étnico-raciais no ensino fundamental? Todas as docentes colocaram 
que muito importante se trabalhar com relações étnico-raciais. 
É tarefa de todo professor e da equipe da escola estarem 
atentos, operando criticas sobre materiais didáticos, dando 
atenção ao modo como é tratada a noção da diversidade, que 
deve fazer sempre uma base de respeito as qualidades de 
cada ser humano. Tal critica deve incluir decididamente o 
repudio a materiais que tragam erros, preconceitos, difusão de 
atitudes discriminatórias, assim como a discussão de materiais 
que sejam, eventualmente, trazidos pela criança para a 
situação de sala de aula, e contenham incorreções (BRASIL, 
2000, p. 99). 
32 
 
 
 
 Ficou claro que a escola tem o papel centralde mediar no processo de 
reeducação das questões étnico-raciais, e é preciso promover junto a sua 
comunidade escolar o caminho do diálogo e do debate aberto e plural. 
 Na análise da questão oito “Como os alunos se comportam nas 
atividades desenvolvidas em sala de aula, é notório que os alunos não estão 
acostumados a desenvolver um diálogo mútuo de respeito sobre a questão 
racial, mas que quando são expostos a essas atividades todos participam com 
muito interesse. 
Para o aluno, importa ter segurança da aceitação de suas 
características, ter disponível a abertura para que possa dar-se 
a conhecer naquelas que sejam experiências particulares suas 
ou do grupo humano a que se vincule e receber incentivo para 
partilhar com seus colegas a vivencia que tenha fora do mundo 
da escola, mas que possa ali ser referida, como contribuição 
sua ao processo de aprendizagem. Resumindo, trata-se de 
oferecer à criança, e construir junto com ela, um ambiente de 
respeito, pela aceitação; de interesse, pelo apoio à sua 
expressão; de valorização, pela incorporação das contribuições 
que venha a trazer (BRASIL, 2000, p. 54). 
 
 A escola como instituição social deve ser mediadora, com grande 
responsabilidade na socialização e interação do diferentes sujeitos. 
 Diante da última questão do questionário “O projeto político pedagógico 
da escola inclui o trabalho para a Educação Patrimonial”, a escola é incumbida 
de desenvolver com os alunos a Educação Patrimonial, valorizando as raízes 
da comunidade em que está inserida. No Projeto Político Pedagógico da escola 
a cultura local deve estar inserida, pois a mesmo tem deve de preservar de 
valorizar o patrimônio. A historiadora Maria de Lourdes Parreiras Horta (1999) 
identifica a Educação Patrimonial como um processo permanente e sistemático 
de trabalho educacional, centrado no patrimônio cultural como fonte primária de 
conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. Neste caminho, ainda nas 
palavras da autora, o contato direto com as evidências e manifestações da 
cultura proporciona um trabalho que leva os indivíduos a um processo ativo de 
apropriação e valorização de sua herança cultural. 
 Trabalhar a cultura africana e afro-brasileira no ensino fundamental é 
estimular o respeito mútuo, a identidade, a autoestima, e a cidadania. Cabe à 
escola desenvolver práticas educativas para que essa formação aconteça, e 
oferecer oportunidades para que a aprendizagem seja adquirida de forma 
33 
 
 
significativa, prazerosa e que leve os alunos a serem cidadãos livres de 
preconceitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Ao longo de todo o processo de elaboração e pesquisa sobre o tema 
abordado, o conhecimento aprimorado foi de inestimável valia para as 
discentes do curso de Pedagogia, para aprimorar as suas práticas docentes. 
Reconhecer e valorizar a cultura local, a identidade, a história e preservação 
das mesmas e sua importância na vida social da comunidade e pessoal do 
indivíduo enquanto cidadão. 
 A legislação que respalda o trabalho dentro das instituições de ensino 
sobre a cultura local, o racismo, a cultura negra, a valorização de bens 
patrimoniais e culturais e a sua preservação e como mesmo com essas 
legislações em vigência a escola e os profissionais de ensino ainda 
negligenciam os temas, causando assim enorme prejuízo social e na identidade 
de suas crianças e sua auto-estima. 
 A valorização das pequenas manifestações como uma simples palavra, 
uma receita, um ditado popular a sua origem, parar para refletir sobre tudo 
aquilo que está ao redor de um ser social que teve origem onde, quando, 
como? Tudo isso teve seu valor na formação da sociedade contemporânea, 
mas para valorizar o hoje é preciso esquecer o passado? Ao contrário, 
conhecendo bem o passado, se conhece a origem e, portanto vislumbra o 
futuro. O conhecimento trazido do passado é de enorme valor para se ter um 
futuro melhor. 
 Portanto conclui-se nesse prazeroso artigo o valor da cultura, do 
patrimônio, das relações étnicos raciais as formas a serem abordadas nas 
instituições de ensino e como isso é além de direito, dever de todo profissional 
de ensino que tem consciência da valorização do ser social e da formação de 
cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
REFERENCIAS 
 
 
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Horizonte: Penses, 2014. 
 
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nacionais para educação das relações étnico-raciais e para o ensino de 
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de Promoção da Igualdade racial. Subsecretaria de políticas de Ações 
afirmativas. Brasília: MEC, 2009. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais da 
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CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar: 
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origens de Nova Serrana. Nova Serrana: Grafica Sidil, 2002. 
 
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Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global; 
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OLIVERA, Ivone Martins de. Preconceito e Autoconceito: Identidade e 
Interação na sala de aula. São Paulo: Papirus, 2007. 
 
36 
 
 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico da escola: Uma 
construção possível. Campinas: Papirus, 2011.29ª Edição. 
 
novembro_de_1937.pdfpesquisado em11/09/2017as20:14 
 
http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Constituicao_Federal_art_216.pdfp
esquisado em12/-9 as 14:38 
 
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/343/pesquisadoem12/-9 as14:55 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Decreto_no_25_de_30_de_novembro_de_1937.pdf
http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Decreto_no_25_de_30_de_novembro_de_1937.pdf
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/343/
37 
 
 
ANEXO 
 
 
QUESTIONÁRIO 
A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA ESCOLA 
 
Essa pesquisa será realizada na Escola Municipal José Antônio de Lacerda do 
município de Boa Vista, com o intuito de contribuir para uma pesquisa referente 
ao trabalho de conclusão de curso, do curso de Pedagogia da Universidade 
Una Bom Despacho. 
O objetivo é compreender como os professores do ensino fundamental do 
município de Boa vista estão trabalhando com os alunos, as relações étnico-
raciais, Educação Patrimonial, cultura afro-brasileira e o preconceito em sala de 
aula. 
 
Dados de identificação 
 
Nome/ Idade: 
Cor: 
Profissão: 
Formação/ano: 
Tempo de atuação: 
 
Questionário 
 
1- Quais foram seus primeiros contatos com o tema (relações étnicos-
raciais)? 
( ) Universidade 
( ) Projeto Político Pedagógico da escola 
() Lei Federal que constitui a cultura Afro-Brasileira nas escolas 
 
2- Qual sua proximidade com a lei 10.639/03 (Incluir a cultura Afro-
Brasileira e africana no ambiente escolar)? 
( ) Não conheço 
( ) Pouco conhecimento 
38 
 
 
( ) Conheço 
 
3- O projeto político pedagógico da escola inclui o trabalho para as relações 
étnico-raciais e trabalho para a diversidade? 
( ) Sim 
( ) Não 
 
4- Com frequência é trabalhada a cultura afro-brasileira em sua sala? 
( ) Muito trabalhada 
( ) Pouca trabalhada 
( ) Raramente trabalhada 
 
5- Onde você encontra materiais (conteúdos/atividades) que lhe ajudem a 
trabalhar com a questão racial? 
( ) Escola 
( ) Material do MEC 
( ) Internet 
( ) Outros. Especifique: 
 
6- Os alunos de sua turma apresentam algum tipo de preconceito contra 
Pessoas Negras? 
( ) Sim 
( ) Não 
( ) Alguns alunos 
 
7- Qual a importância de se trabalhar com as questões étnico-raciais no 
ensino fundamental? 
( ) Muito importante 
( ) Pouco importante 
( ) Não vejo importância 
 
8- Como os alunos se comportam nas atividades desenvolvidas em sala de 
aula? 
( ) Com atenção, demonstrando interesse 
39 
 
 
( ) Normalmente 
( ) Não dão importância 
( ) Comportamento diferente, apresentando rejeição e/ou preconceito 
 
9- O projeto político pedagógico da escola inclui o trabalho para a 
Educação Patrimonial? 
( ) Sim 
( ) Não

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