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HUMANIZAÇÃO-DA-ASSISTÊNCIA-EM-SAÚDE

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1 
 
 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE 
1 
 
 
1. Sumário 
1. Sumário ...................................................................................... 1 
o INTRODUÇÃO ............................................................................ 3 
1.1- METODOLOGIA .................................................................. 9 
o HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ......................................... 10 
o POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO–HUMANIZA-SUS 15 
o COMO VALORIZAR PARTICIPAÇÃO DE USUÁRIO, 
PROFISSIONAIS E GESTORES .............................................................. 17 
o O HUMANIZA-SUS APOSTA EM INOVAÇÕES EM SAÚDE ... 19 
o DIRETRIZES DO HUMANIZASUS ........................................... 20 
o GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO .............................. 21 
o AMBIÊNCIA .............................................................................. 22 
o Clínica ampliada e compartilhada ............................................. 23 
o Valorização do Trabalhador ...................................................... 23 
o Defesa dos Direitos dos Usuários ............................................. 24 
o PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS ............................................ 24 
o Objetivos do Humaniza SUS .................................................... 25 
2. 15- FORMAÇÃO - INTERVENÇÃO...................................... 27 
3. 16- REDE HUMANIZASUS .................................................. 27 
o CONCLUSÃO ........................................................................... 28 
o REFERÊNCIAS ........................................................................ 30 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
FACULESTE 
A história do InstitutoFACULESTE, inicia com a realização do sonho de 
um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para 
cursos de Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACULESTE, 
como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes 
áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para 
a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de 
comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética.Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela 
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
o INTRODUÇÃO 
A humanização da assistência à saúde é uma demanda atual e 
crescente no contexto brasileiro que emerge da realidade na qual os usuários 
dos serviços de saúde queixam-se dos maus-tratos. Essas queixas podem 
ser observadas na mídia que denuncia aspectos negativos dos atendimentos 
prestados à população. Até as publicações científicas comprovam a 
veracidade de muitos destes fatos. 1 
No cuidado à saúde, em nosso país, a humanização do cliente está 
incluída na Constituição Federal Brasileira de 1988 que garante a todos o 
acesso à assistência à saúde de forma resolutiva, igualitária e integral. O 
assunto, também, é tema da Carta dos Direitos do Paciente e da Comissão 
Conjunta para Acreditação de Hospitais para a América Latina e o Caribe. 2-3 
Mais recentemente, o Ministério da Saúde do Brasil lançou o Programa 
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), 3 cujo objetivo 
principal é aprimorar as relações dos profissionais da saúde, tanto entre si 
como do hospital com a comunidade. 
Para isto, é preciso valorizar o ser humano, qualificando os hospitais 
públicos, transformando-os em organizações modernas, solidárias, com vistas 
a atingir as expectativas dos gestores e da comunidade. 2-4 
A humanização da assistência à saúde requer, portanto, atenção a 
inúmeros aspectos. Estes devem ser norteados e alinhados por uma filosofia 
organizacional, cujos princípios devem estar claramente estabelecidos e 
factíveis de serem concretizados na prática. 5 
Muitas questões acerca da humanização no atendimento às pessoas 
que procuram os serviços de emergência hospitalar têm sido abordadas pela 
imprensa e pelos próprios usuários, com enfoques desabonadores como, por 
exemplo, a demora ou até mesmo atendimento inadequado por parte dos 
profissionais de saúde, área física inadequada, falta de material descartável, 
4 
 
 
equipamentos e recursos humanos. Diante de tais abordagens há 
necessidade de compreender o significado de atendimento humanizado na 
ótica do acompanhante. Contudo, é conceituado hospital humanizado aquele 
que em sua estrutura física, tecnológica, humana e administrativa valoriza e 
respeita a pessoa, colocando-se a serviço desta, garantindo-lhe um 
atendimento de elevada qualidade. 5 
Por seu caráter de urgência e emergência, os serviços de emergência 
hospitalar (pronto-socorro), com uma rotina acelerada de atendimento, 
tornam-se um ambiente de muita tensão e estresse. 2 
Todos quantos vivenciam essa realidade, sejam os pacientes, os 
familiares ou a equipe de saúde, estão sempre envolvidos pela ansiedade e 
angústia da vida e da morte. 6 
Além disso, as especificidades deste ambiente induzem os 
trabalhadores desse serviço a se posicionarem de maneira impessoal, com 
dificuldade de atuação de forma humanizada. Acrescentamos, ainda, à alta 
demanda de atendimento as deficiências estruturais do sistema de saúde 
como um todo; a fragmentação do cuidado; a falta de filosofias de trabalho e 
de ensino voltada para a humanização de maneira efetiva. 
No Brasil, a exemplo de outros países, os serviços de emergência são 
cada vez mais procurados. Conseqüentemente a demanda torna-se cada vez 
maior. Ao conviver com essa realidade, sobressai a precariedade desses 
serviços - não raro deparamo-nos com corredores aglomerados de pacientes 
em macas sem colchões, sem privacidade, conforto ou segurança, à espera 
de atendimento e, ainda, vulneráveis a infecções cruzadas. 
Nesse ambiente, encontram-se, também, os familiares, geralmente 
desinformados quanto aos procedimentos adotados em relação ao paciente e 
à própria situação deste. 7 
Em face destas circunstâncias, urge a discussão do tema em foco, 
sobretudo por acreditarmos na importância dos estudos dessa natureza pela 
5 
 
 
possibilidade de elucidar o significado das falas dos participantes, no intuito 
de se elaborar propostas voltadas à (re) construção de uma prática integral e 
humanizada no ambiente de atendimento de urgência e emergência, como 
proposto pelo PNHAH. 
Criado há seis anos, o referido programa tem discutido exaustivamente 
esta temática. Diante da realidade e do estresse comum aos usuários 
(externos e internos) das unidades de emergência e da necessidade de se 
atuar de forma mais humanizada no atendimento. 
A visão dos acompanhantes em relação à assistência humanizada 
prestada às pessoas atendidas em situação de urgência e emergência nos 
setores de emergência hospitalar revela o seguinte: falta de comunicação, 
entendida como fator de cuidado humanizado; carência de infra-estrutura 
versus atendimento humanizado; alta demanda; compromisso profissional é 
fundamental e personalização do atendimento pode comprometer o processo 
de humanização da assistência ao paciente. 
Ainda como identificado de acordo com os acompanhantes, estes 
fatores são de fundamental importância para o processo de atendimento de 
urgência e emergência. 
Com base no evidenciado, esta investigação propiciou-nos o 
entendimento segundo o qual a humanização, na visão dos acompanhantes, 
é possívele pode ser alcançada por meio de ações conjuntas: um simples 
olhar atentivo; boa vontade dos profissionais; ambiente higienizador; material 
suficiente e equipamentos adequados e funcionantes; cordialidade; conforto; 
profissionais capacitados nas ações desempenhadas. Conforme acreditamos, 
a aplicação correta de recursos é fator condicionante para a humanização. 
 Entretanto, as expressões de sentimentos relacionaram-se de forma 
mais clara pelas problemáticas da comunicação, infra-estrutura, compromisso 
profissional. Diante do observado, estudos desta natureza devem se 
desenvolvidos, pois podem subsidiar programas de política de humanização 
6 
 
 
e, conseqüentemente, gerar melhores resultados tanto junto aos clientes 
externos usuários (pacientes e familiares), como também aos clientes internos 
(funcionários). 
Embora exista o estresse característico da unidade de emergência, faz-
se necessária a elaboração de estratégias de aplicabilidade na dinâmica do 
serviço no intuito de amenizar fatores possíveis de interferir na qualidade do 
atendimento. Portanto, a humanização no ambiente de atendimentos de 
urgência e emergência precisa ser trabalhada com vistas a intervenções 
voltadas ao bem-estar do paciente/família, dos profissionais, da comunidade 
em geral e da instituição. 
HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE: ENFOQUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
Muito se tem discutido a respeito da humanização no atendimento 
hospitalar devido, principalmente, à vulnerabilidade do paciente e ao confronto 
entre tecnologia e humanização. No entanto, os estudos têm dado pouca 
ênfase à relevância dessa temática nos atendimentos de atenção básica, 
onde o sujeito não é, muitas vezes, um cliente adoecido, mas que da mesma 
forma necessita e busca um atendimento de qualidade e humanizado. O 
estudo da temática humanização do atendimento em saúde é de essencial 
relevância, uma vez que a constituição de um atendimento calcado em 
princípios como a integralidade da assistência, a eqüidade, a participação 
social do usuário, dentre outros, demanda a revisão das práticas cotidianas, 
de modo a valorizar a dignidade do profissional e do usuário. 10 
Humanização é uma expressão de difícil conceituação, tendo em vista 
seu caráter subjetivo, complexo e multidimensional. Inserida no contexto da 
saúde, a humanização, muito mais que qualidade clínica dos profissionais, 
exige qualidade de comportamento. Dicionários da língua portuguesa definem 
a palavra humanizar como: tornar humano, civilizar, dar condição humana. 
Portanto, é possível dizer que humanização é um processo que se encontra 
em constante transformação e que sofre influências do contexto em que 
ocorre, só sendo promovida e submetida pelo próprio homem. 11 
7 
 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) carrega em suas entranhas os 
princípios e diretrizes daquilo que poderia ser a grande política de 
humanização da assistência à saúde no país, garantindo acesso universal, 
gratuito e integral, retirando o caráter de mendicância e transformando a 
saúde em direito. 11 
Contudo, as filas enormes, inúmeras e cotidianas nas portas dos 
serviços de saúde mostram a distância da proposta humanizadora do SUS e 
a realidade de saúde no país. Existem muitas falhas na organização do 
atendimento, a serem apontadas. Por exemplo, as longas esperas e 
adiamentos de consultas e exames, a deficiência de instalações e 
equipamentos, a despersonalização, a falta de privacidade, a aglomeração, a 
falta de preparo psicológico e de informação, bem como a falta de ética por 
parte de alguns profissionais. 10 
A humanização do atendimento implica em transformações políticas, 
administrativas e subjetivas, necessitando da transformação do próprio modo 
de ver o usuário – de objeto passivo a sujeito; do necessitado de caridade 
àquele que exerce o direito de ser usuário de um serviço que garanta 
qualidade e segurança, prestado por trabalhadores responsáveis. 15 
No entanto, falar de humanização da assistência em saúde para os 
profissionais da área, quando sistematicamente tem sido retirada e impedida 
a humanidade desses trabalhadores, com uma sobrecarga de atividades e 
funções, jornada dupla ou tripla de trabalho, dificuldade da conciliação da vida 
familiar e profissional, baixos salários e precárias condições de trabalho, 
gerando desgaste físico e emocional, pode soar irônico. 11 
As instituições não oferecem um ambiente adequado, recursos 
humanos e materiais quantitativos e qualitativos suficientes, o que desmotiva 
o profissional para uma mudança de atuação. Deve-se ressaltar que 
humanização implica também investir no trabalhador para que ele tenha 
condições de prestar atendimento humanizado. 15 
8 
 
 
Além disso, a arquitetura, o acabamento, as dimensões, as salas de 
estar das unidades de serviço são alguns itens importantes no que diz respeito 
à parte física, muito influente no preparo de um ambiente humano. 12 
E o que se vê na maioria das Unidades de Saúde são espaços físicos 
improvisados, inadequados e em péssimo estado de conservação, afetando 
negativamente a recepção dos usuários, bem como interferindo na qualidade 
dos atendimentos, impedindo ou até mesmo impossibilitando, a privacidade 
dos procedimentos. 15 
Por sua vez, a padronização é um fato constatado no cotidiano das 
práticas de saúde, o que pode levar à rigidez e impessoalidade da relação. 
Ademais, o modelo utilizado predominantemente no atendimento à saúde 
ainda estabelece que o profissional possui autoridade, pois é detentor de 
conhecimento e habilidades. 15 
Nesse contexto, o profissional assume a responsabilidade pela tomada 
das decisões, as pessoas deixam de ser o centro das atenções com facilidade, 
sendo transformadas em “objeto” do cuidado e fonte de lucro, ficando 
dependentes e passivas à espera do “poder científico” que os profissionais de 
saúde julgam ter. O “comércio” da doença acaba se sobrepondo à dignidade 
das pessoas. 13 
Falar em humanização da assistência em saúde coletiva implica pensar 
em tornar os serviços resolutivos e de qualidade, tornando as necessidades 
de saúde dos usuários responsabilidade de todos os atores sociais envolvidos 
no processo de trabalho. 15 
A equipe de saúde deve refletir e discutir como tem sido a sua prática 
em todos os momentos da relação com o usuário. Da portaria ao consultório, 
da copa à sala de procedimentos, do jardim à visita domiciliar. 11 
Porém, para que se alcance esses objetivos são necessários recursos 
humanos e materiais suficientes. Sabe-se que na avaliação do público, há 
maior valorização da forma do atendimento, da capacidade demonstrada 
9 
 
 
pelos profissionais de saúde para compreender suas demandas e suas 
expectativas, o que chega a ser mais valorizado que a falta de médicos, a falta 
de espaço nos hospitais, a falta de medicamentos. 14 
Nota-se, dessa forma, a insatisfação dos usuários no que diz respeito, 
sobretudo, aos aspectos de relacionamento com os profissionais de saúde. 
Diante da necessidade de mudanças no atendimento do SUS, o Ministério da 
Saúde criou a Política Nacional de Humanização (PNH) ou Política de 
Humanização da Atenção da Gestão em Saúde no SUS (HumanizaSUS). 15 
A partir dessa proposta, a Humanização passa a ser definida como uma 
política, e não mais como programa, norteando princípios e modos de operar 
no conjunto das relações dos diferentes atores da rede SUS. 15 
Com a implementação da PNH, o Ministério da Saúde espera 
consolidar quatro marcas específicas: redução das filas e tempo de espera; 
conhecimento por parte dos usuários dos profissionais que cuidam de sua 
saúde; garantia de informações ao usuário por parte das unidades de saúde 
e garantia de gestão participativa das unidades de saúde aos seus 
trabalhadores e usuários, assim como educação permanente aos 
trabalhadores. 15 
 
 
1.1- METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo bibliográfico cuja trajetória metodológicapercorrida apoiou-se na leitura de livros e artigos científicos, mediante 
levantamento bibliográfico realizado na base LILACS (Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Google, Medline, utilizando 
palavras-chave como humanização, saúde e profissionais da saúde. 
Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se 
desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a 
10 
 
 
formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para 
o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e 
podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas 
no setor público e no fundamento de sua existência. 
A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações 
e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais 
bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 
Nas últimas décadas, as ciências da saúde têm sido influenciadas por 
diversos fatores: crescimento demográfico exagerado da população mundial, 
modificações geopolíticas em diversos países, revolução dos costumes 
advinda da globalização, explosão de conhecimentos alavancada pelo 
desenvolvimento dos meios de comunicação, em particular da internet, e o 
enorme avanço da tecnologia na prevenção, diagnóstico e tratamento das 
doenças. 16 
Parece que, de certa forma, estamos no melhor dos momentos para o 
serviço de saúde. Atingimos níveis extremamente elevados de 
11 
 
 
supersofisticação nos procedimentos médicos, na farmacologia e na 
tecnologia. 
Estamos rapidamente atingindo uma distribuição melhor do serviço de 
saúde com relação a clientes de ambulatório, ao cuidado em casa, nos 
serviços preventivos e de promoção da saúde. A esperança e as promessas 
da engenharia genética já estão surgindo no horizonte. O conhecimento 
médico está dobrando a cada cinco anos. Estamos, literalmente, nos 
aproximando da condição de ter sucesso com centenas de problemas diante 
dos quais éramos impotentes alguns anos atrás. 17 
Entretanto, é preciso escutar um grito de alerta pela preservação de 
uma espécie em extinção: a figura do profissional de saúde em seu sentido 
mais humano, aquele que nos visitava em casa e nos acalentava, e cuja 
imagem respeitável, amiga e confiável vem se despedaçando nos últimos 
tempos. Isso porque a frieza e o distanciamento entre o profissional e o cliente 
provêm, em grande parte, do nosso sistema de saúde vigente, no qual não há 
sequer tempo para escutar o cliente, além do complicador: as perversas 
condições oferecidas ao profissional para a prática humanitária do seu ofício. 
16 
Todos os dias, um considerável espaço da mídia é tomado por 
reportagens, crônicas, críticas e comentários sobre a precariedade dos 
atendimentos de saúde: mortes de bebês em unidades intensivas neonatais, 
morte de idosos em hospitais “especializados”, clientes sendo mandados para 
casa por falta de vagas, familiares peregrinando por inúmeros hospitais atrás 
de uma vaga para internação, equipes sobrecarregadas, desmotivadas e 
estressadas dando mais do que podem para tentar salvar vidas, profissionais 
sub-remunerados submetendo-se a jornadas de trabalho absolutamente 
insanas para poder sobreviver e, com isso, comprometendo a qualidade de 
seu trabalho. Enfim, um quadro triste e caótico. 18 
Dessa forma, algumas questões são consideradas fundamentais na 
atenção predominante, dentre as quais podem ser destacadas: limitado 
12 
 
 
acesso aos cuidados; manutenção de processos e tecnologias de trabalho 
homogeneizantes, desconsiderando a diversidade de condições, identidades, 
experiências e contextos de intersubjetividade; permanência da tradição 
autoritária, distanciada e hierarquizante nas inter-relações entre profissionais 
e sujeitos, alvos dos cuidados em saúde, centrada em referências 
profissionais e em um modo científico de identificar, controlar e tratar 
problemas que exclui os saberes e as experiências diversos do outro pólo da 
relação. 19 
O problema é que, quanto mais se “tecniciza” o setor de saúde, quanto 
mais máquinas se interpõem entre o profissional e o cliente, maior é a 
necessidade que essa relação seja humanizada. 16 
Humanização é uma expressão de difícil conceituação, tendo em vista 
seu caráter subjetivo, complexo e multidimensional. Inserida no contexto da 
saúde, a humanização, muito mais que qualidade clínica dos profissionais, 
exige qualidade de comportamento. Ganong, citado por Casate e Correa, 
coloca que humanizar significa reconhecer as pessoas que buscam nos 
serviços de saúde a resolução de suas necessidades de saúde, como sujeitos 
de direitos [...] é observar cada pessoa em sua individualidade, em suas 
necessidades específicas, ampliando as possibilidades para que possa 
exercer sua autonomia. 20 
É indiscutível a importância de o profissional de saúde empenhar-se 
em "transcender" a doença e buscar, por trás das suas manifestações, o 
indivíduo que sofre e que precisa ser confortado com o mesmo empenho que 
o dedicado ao combate à doença com o uso de armas corretas. 
A arte de curar transcende o conhecimento científico e, por isso, 
prescinde do equilíbrio harmonioso entre o talento do profissional, sua 
formação e uma visão humanista do seu ofício, permeado por noções básicas 
de psicologia, que o ajudariam a separar a doença do doente. 16 
13 
 
 
Obviamente, a iminência do risco de vida é o principal objeto de 
atenção da equipe de saúde. No entanto, compreender a situação de crise do 
cliente como algo que se estende pelo físico, psicológico e social possibilita, 
sem dúvida, recursos mais integrativos à equipe, o que aperfeiçoará seu 
trabalho e permitirá que o cliente se sinta parte integrante de um processo 
saúde-doença humanizado. 
A doença, por sua própria natureza, é uma situação extremamente 
adversa para o seu portador e sua família. Por tratarmos de pessoas nas 
quais, prioritariamente, o corpo foi o objeto do desencadeamento de uma 
experiência negativa, podemos considerar que a perda do suposto controle 
sobre o tempo acarretará tanto ao cliente quanto à sua família inúmeras 
sensações desconcertantes e, em geral, descontroladas, tendo como carro-
chefe o medo da morte e do sofrimento. 
Isso, numa instância absolutamente concreta e real, que é denunciada 
pela dor e demais sofrimentos físicos, pela situação de dependência de 
terceiros (equipe de saúde), pelo sentimento de impotência. 18 
A boa interação da equipe e o equilíbrio emocional, tanto individual 
quanto grupal, são instrumentos imprescindíveis na atenção às situações do 
processo saúde-doença, pois os profissionais de saúde acabam 
“emprestando”, mesmo que por breve tempo, esse equilíbrio ao cliente e à 
sua família, até que estes possam se reorganizar para enfrentar e, se possível, 
superar a doença e seu momento agudo, que é de desesperança, 
desorganização, despessoalização, despersonalização e, até mesmo, morte. 
18 
Não se pode deixar de considerar que, embora aparentemente, o 
cliente e a família sejam, inicialmente, os pontos mais vulneráveis às ameaças 
que a situação de crise impõe, também a equipe está exposta a ela, seja com 
relação à intervenção técnica, na qual destaca-se o binômio 
onipotência/impotência como forte fator ansiógeno, seja quanto à dimensão 
14 
 
 
do ser humano que está “por trás” do profissional de saúde, que sente, 
identifica e sofre. 
Entendemos, porém, que mesmo com as dificuldades encontradas no 
ambiente de trabalho, é possível realizar procedimentos de forma humana, 
demonstrando que não estamos ali somente cumprindo e executando tarefas, 
pois estamos com a vida de pessoas em nossas mãos, e dependendo da 
maneira como as tratamos temos, também, a responsabilidade de preservar-
lhes a dignidade. 
Observando as várias facesda desumanização, percebemos que esta 
se faz fortemente presente no momento em que o cliente é despersonalizado, 
sendo identificado por um número, uma doença, um procedimento, deixando-
se de lado sua história, seus sentimentos e suas expectativas. 
Dirigir-se ao cliente chamando-o pelo nome, explicando-lhe os passos 
do procedimento a ser realizado e demonstrando interesse em sua história é 
instituir, no relacionamento profissional-cliente, o representante máximo da 
humanização: o diálogo. 
Isso é revelado quando se observa o conceito de bom profissional, 
atribuído pelos leigos, pelo fato de terem suas necessidades ouvidas, seus 
medos e dores valorizados e, mais ainda, pelo toque afetivo e um 
cumprimento no final de uma consulta médica. 22 
Alguns textos mostram a importância da humanização, confrontando-a 
com o desenvolvimento tecnológico na sociedade atual, alegando que ele 
distancia e modifica a relação profissional/paciente. 
Há que se considerar, porém, que a falta de recursos tecnológicos, 
quando estes são necessários, também pode representar fator de estresse e 
de conflito entre profissionais e usuários e, por conseguinte, desumanizando 
o cuidado. 24,25 
15 
 
 
 A humanização se faz a partir do próprio indivíduo, de sua cultura e 
valores, sendo variável de pessoa para pessoa. É demonstrada por meio da 
linguagem verbal e não verbal e extremamente observada pelos clientes. 
Para isso, basta observarmos que ao nos dirigirmos a eles para a 
realização de um procedimento, primeiramente fixam o olhar em nosso rosto, 
independentemente da técnica que iremos executar, “porque esperam 
entender o que nós, profissionais da saúde, sentimos ao lhes prestar 
cuidados, pois não têm condições de fazer avaliação técnica do nosso 
trabalho”. 22 
 Muitos profissionais não oferecem um atendimento humanizado por 
não se sentirem verdadeiramente comprometidos com o cliente que, em 
decorrência da doença, está fragilizado e sensibilizado. 
Para humanizar o cuidado é necessária a formação qualificada, porém 
essa formação ainda apresenta deficiências em disciplinas voltadas para esse 
tema. Contudo, não basta uma eficiente formação universitária; é preciso 
formar personalidades que valorizem a ética humanitária. 
O conjunto de iniciativas que tem sido chamado humanização só será 
entendido em sua totalidade quando os profissionais de saúde perceber o 
valor do seu papel nesse contexto, qual seja, ajudar as pessoas a vivenciar o 
processo de doença/recuperação em todas as suas fases, incluindo, se 
inevitável, a ocorrência de uma morte digna. Isso só será possível quando 
acreditarem na capacidade humana de construir um mundo melhor e mais 
humano na plenitude da palavra. 
o POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO–
HUMANIZA-SUS 
A Política Nacional de Humanização (PNH) existe desde 2003 para efetivar 
os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, 
qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre 
gestores, trabalhadores e usuários. 26 
16 
 
 
A PNH (Politica Nacional de Humanização) deve se fazer presente e estar 
inserida em todas as políticas e programas do SUS. Promover a comunicação 
entre estes três grupos pode provocar uma série de debates em direção a 
mudanças que proporcionem melhor forma de cuidar e novas formas de 
organizar o trabalho. 
Figura 1 
 
A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no 
processo de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior 
autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que 
vivem, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos 
solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção de 
saúde. 26 
Produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar, a PNH estimula a 
comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários para construir 
processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto 
que muitas vezes produzem atitudes e práticas desumanizadoras que inibem 
a autonomia e a corresponsabilidade dos profissionais de saúde em seu 
trabalho e dos usuários no cuidado de si. 26 
Vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, a PNH 
conta com um núcleo técnico sediado em Brasília – DF e equipes regionais 
de apoiadores que se articulam às secretarias estaduais e municipais de 
17 
 
 
saúde. A partir desta articulação se constroem, de forma compartilhada, 
planos de ação para promover e disseminar inovações em saúde. 26 
Figura 2 
 
Com a análise dos problemas e dificuldades em cada serviço de saúde e 
tomando por referência experiências bem-sucedidas de humanização, a PNH 
tem sido experimentada em todo o país. Existe um SUS que dá certo, e dele 
partem as orientações da PNH, traduzidas em seu método, princípios, 
diretrizes e dispositivos. 
o COMO VALORIZAR PARTICIPAÇÃO DE USUÁRIO, 
PROFISSIONAIS E GESTORES 
As rodas de conversa, o incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão 
dos conflitos gerados pela inclusão das diferenças são ferramentas 
experimentadas nos serviços de saúde a partir das orientações da PNH que 
já apresentam resultados positivos. 26 
Figura 3 
18 
 
 
 
Incluir os trabalhadores na gestão é fundamental para que eles, no dia a 
dia, reinventem seus processos de trabalho e sejam agentes ativos das 
mudanças no serviço de saúde. Incluir usuários e suas redes sócio-familiares 
nos processos de cuidado é um poderoso recurso para a ampliação da 
corresponsabilização no cuidado de si. 
Figura 4 
 
 
19 
 
 
o O HUMANIZA-SUS APOSTA EM INOVAÇÕES EM 
SAÚDE 
 Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a 
todos oferece a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, 
origem, gênero e orientação sexual; 
 Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no 
processo de gestão; 
 Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e 
subjetivas de saúde; 
 Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de 
produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; 
 Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos 
coletivos; 
 Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de 
sujeitos; 
 Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, 
tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde 
e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os 
trabalhadores e as relações sociais no trabalho; 
 Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, 
mais ágil e mais resolutivo; 
 Qualificação do ambiente, melhorando as condições de trabalho e de 
atendimento; 
 Articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de 
saúde; 
 Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação 
de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a 
saúde integral para todos e qualquer um. 
 
20 
 
 
o DIRETRIZES DO HUMANIZASUS 
6.1- Acolhimento 
Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade 
de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre 
equipes/serviços e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, 
o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos 
processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de 
confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, 
trabalhador/equipes e usuário com sua rede sócio-afetiva. 26 
Figura 5 
 
 
6.2- Como fazer? 
Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades 
do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a 
tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das 
21 
 
 
práticas de saúde. Isso assegura, por exemplo, que todos sejam atendidos 
com prioridades a partir da avaliaçãode vulnerabilidade, gravidade e risco. 26 
o GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO 
 7.1-Cogestão 
Cogestão expressa tanto à inclusão de novos sujeitos nos processos de 
análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão - que se 
transforma também em espaço de realização de análise dos contextos, da 
política em geral e da saúde em particular, em lugar de formulação e de 
pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo. 26 
7.2- Como fazer? 
A organização e experimentação de rodas é uma importante orientação da 
cogestão. Rodas para colocar as diferenças em contato de modo a produzir 
movimentos de desestabilização que favoreçam mudanças nas práticas de 
gestão e de atenção. 26 
A PNH destaca dois grupos de dispositivos de cogestão: aqueles que dizem 
respeito à organização de um espaço coletivo de gestão que permita o acordo 
entre necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e gestores; e 
aqueles que se referem aos mecanismos que garantem a participação ativa 
de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde. 26 
Figura 6 
22 
 
 
 
Colegiados gestores, Mesas de negociação, Contratos Internos de Gestão, 
Câmara Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização 
(GTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que 
permitem a experimentação da cogestão no cotidiano da saúde. 26 
o AMBIÊNCIA 
8.1- O que é? 
Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a 
privacidade, propicie mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de 
encontro entre as pessoas. 26 
8.2- Como fazer? 
A discussão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso 
dos espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores de 
cada serviço é uma orientação que pode melhorar o trabalho em saúde. 26 
Figura 7 
23 
 
 
 
o Clínica ampliada e compartilhada 
9.2- O que é? 
A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é 
contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que 
considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo 
saúde/doença. Permite o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e 
das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia. 26 
9.2- Como fazer? 
Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras 
variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos 
produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os 
profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto destes com o 
usuário), de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas 
com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS. 26 
o Valorização do Trabalhador 
10.1- O que é? 
É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na 
tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e 
qualificar os processos de trabalho. 26 
24 
 
 
10.2- Como fazer? 
O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada 
de Pesquisa são possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e 
análise do que gera sofrimento e adoecimento, do que fortalece o grupo de 
trabalhadores e do que propicia os acordos de como agir no serviço de saúde. 
É importante também assegurar a participação dos trabalhadores nos esp- 
aços coletivos de gestão. 26 
o Defesa dos Direitos dos Usuários 
11.1 O que é? 
Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de 
saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles 
sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. 
26 
11.2 Como fazer? 
Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre 
sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria 
com sua rede social. 26 
o PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS 
12.1 Transversalidade 
A Política Nacional de Humanização (PNH) deve se fazer presente e 
estar inserida em todas as políticas e programas do SUS. A PNH busca 
transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato 
e da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das 
relações de poder hierarquizadas. 26 
Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e 
práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é 
25 
 
 
assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma mais 
corresponsável. 26 
12.2 Indissociabilidade entre atenção e gestão 
As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde. Por 
isso, trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como funciona a 
gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do 
processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de 
saúde coletiva. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se 
restringem às responsabilidades da equipe de saúde. 26 
O usuário e sua rede sócio-familiar devem também se 
corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição 
protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que lhes são caros. 26 
12.3 Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e 
coletivos 
Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com 
a ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que 
compartilham responsabilidades. 26 
Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem 
ordens: as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada 
um. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de 
direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde. 26 
o Objetivos do Humaniza SUS 
 13.1 Propósitos da Política Nacional de Humanização da Atenção e 
Gestão do SUS 
 Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios 
e as diretrizes da humanização; 
26 
 
 
 Fortalecer iniciativas de humanização existentes; 
 Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das 
práticas de gestão e de atenção; 
 Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a 
mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão; 
 Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando 
saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas. 
 13.2 Três macro-objetivos do HumanizaSUS 
 Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores 
e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental 
e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários; 
 Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na 
agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da 
sociedade civil; 
 Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos 
de formação e produção de conhecimento em articulação com 
movimentos sociais e instituições. 
 
14- A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO BUSCA 
 Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; 
 Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; 
 Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; 
 Garantia dos direitos dos usuários; 
 Valorização do trabalho na saúde; 
27 
 
 
 Gestão participativa nos serviços. 
2. 15- FORMAÇÃO - INTERVENÇÃO 
Por meio de cursos e oficinas de formação/intervenção e a partir da discussão 
dos processos de trabalho, as diretrizes e dispositivos da Política Nacional de 
Humanização (PNH) são vivenciados e reinventados no cotidiano dos 
serviços de saúde. 26 
Em todo o Brasil, os trabalhadores são formados técnica e 
politicamente e reconhecidos como multiplicadores e apoiadores da PNH, pois 
são os construtores de novas realidades em saúde e poderão se tornar os 
futuros formadores da PNH em suas localidades. 26 
3. 16- REDE HUMANIZASUS 
A Rede HumanizaSUSé a rede social das pessoas interessadas ou já 
envolvidas em processos de humanização da gestão e do cuidado no SUS. A 
rede é um local de colaboração, que permite o encontro, a troca, a afetação 
recíproca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta 
sensível, a polifonia, a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade de 
visões, a arte da conversa, a participação de qualquer um. 26 
Trata-se de um ambiente virtual aberto para ampliar o diálogo em torno 
de seus princípios, métodos, diretrizes e dispositivos. Uma aposta na 
inteligência coletiva e na constituição de coletivos inteligentes. 26 
O Coletivo HumanizaSUS se constitui em torno desse imenso acervo 
de conhecimento comum, que se produz sem cessar nas interações desta 
Rede. A grande aposta é que essa experiência colaborativa aumente o 
enfrentamento dos grandes e complexos desafios da humanização no SUS. 
26 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o CONCLUSÃO 
Os resultados evidenciaram que os principais aspectos inerentes à 
humanização enfocados nestas pesquisas foram: a definição do termo, as 
propostas de humanização do atendimento em saúde, as dificuldades para a 
implementação de ações humanizadoras e a evolução das políticas de saúde 
e de humanização no Brasil. 
A preocupação em definir o que é humanização revelou-se em 100% 
dos artigos encontrados, demonstrando uma necessidade dos autores em 
conceituar esse termo. Certamente, é preciso atribuir uma resignificação ao 
vocábulo humanização, para melhor compreensão dessa proposta e de sua 
contextualização no cenário da atenção à saúde no Brasil. 
Pode-se perceber que a PNH encontra-se, ainda, muito voltada para o 
ambiente hospitalar. Esse fato leva à reflexão sobre a necessidade urgente 
de expandir a humanização do atendimento para todos os níveis de atenção 
à saúde da população. 
A Política Nacional de Humanização do SUS - Humaniza SUS, 
implantada no ano de 2003, visando atingir todos os níveis de atenção à 
saúde, foi retratada em apenas 27,3% do total de artigos encontrados. Tal fato 
pode ser justificado pelo curto período de divulgação e implantação da 
proposta em âmbito nacional. Outro aspecto abordado nas publicações foi o 
29 
 
 
acolhimento dos usuários nos serviços se saúde, o qual foi citado em 36,3% 
dos artigos, constatando ser uma forma muito peculiar de humanização na 
atenção primária. Importante notar, que a qualidade das condições de 
trabalho oferecidas aos profissionais de saúde também foi tema discutido, 
destacando-se em 36,3% das publicações. 
Sem dúvida, assegurar melhores condições de trabalho, assim como 
adotar estratégias de reconhecimento e de valorização dos servidores na 
saúde: enfoque na atenção primária e nos profissionais, denota respeito e, 
conseqüentemente, um ambiente de trabalho mais humanizado. Verificou-se 
que apenas 18,2% dos artigos correlacionavam o tema humanização e a 
estratégia do PSF. 
Dada a proposta do PSF, cujo cerne apóia-se na construção de 
vínculos entre os profissionais de saúde e usuários, bem como na co-
responsabilização com a resolução dos problemas de saúde da comunidade, 
faz-se necessária a reordenação efetiva e a implementação da PNH nas 
unidades de saúde em todos os níveis de atenção a saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
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http://www.redehumaniza SUS .net/.

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