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Carta-ao-Ministro-Mercadante

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Governo Federal 
Ministério da Educação 
Universidade Federal do Sul da Bahia 
Porto Seguro, Bahia, 14 de dezembro de 2015 
Exmo. Sr. Prof. Aloísio Mercadante, 
Ministro de Estado da Educação 
Neste momento, ao concluirmos a primeira etapa das obras de reforma e 
requalificação do Centro de Convenções e Eventos do Descobrimento para nele 
consolidar o Campus Sosígenes Costa, celebramos o cumprimento de uma 
importante etapa na criação da Universidade Federal do Sul da Bahia, a mais nova 
universidade pública brasileira. 
Nosso trabalho aqui começou em janeiro de 2012, quando fomos convidados pela 
Profa. Dora Leal Rosa, então Reitora da UFBA, a compor a Comissão de Implantação da 
Universidade Federal do Sul da Bahia, que o Executivo havia proposto ao Congresso 
Nacional no ano anterior. Esta Comissão de Implantação foi oficialmente designada 
pelo Ministério da Educação, através da Portaria SESu/MEC no. 108/2012, de 
26/06/2012, sob a minha Presidência. Durante todo o ano de 2012, juntamente com a 
Profa. Joana Guimarães, que viria a se tornar nossa Vice-Reitora ​pro tempore​, e outros 
membros da Comissão, participamos de audiências públicas em quase todos os 
municípios da Região Sul e Extremo-Sul da Bahia, debatendo com a sociedade 
sobre a viabilidade de um modelo de universidade, social e responsavelmente 
integrado ao território sul-baiano. Esse trabalho intenso e profícuo, contando com 
irrestrito apoio e tutoria da UFBA, culminou, em junho de 2013, numa reunião geral 
com as IES públicas que atuam no Sul da Bahia, ao confirmar um amplo consenso 
sobre a oferta de cursos e atividades acadêmicas distribuídos de modo equitativo 
e harmônico, sem redundância ou rivalidades institucionais. Nosso reconhecimento 
profundo à UFBA, nossa tutora, à UFRB – co-irmã que nos tem ajudado sempre 
que precisamos, à UESC – que nos acolheu desde o primeiro momento, à UNEB 
– parceira entusiasmada em projetos inovadores, aos IFBaiano e ao IFBA, pelos 
apoios e incentivos. 
Em 5 de Junho de 2013, a Presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 
12.818/2013, criando a UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA, com Reitoria 
em Itabuna e ​campi ​em Teixeira de Freitas e Porto Seguro. No dia 17 de julho daquele 
ano, V. Exa., então Ministro da Educação, nos deu posse como Reitor ​pro tempore 
desta universidade. Montamos uma equipe de colaboradores, colegas dedicados 
que nos haviam ajudado a implantar, no Reitorado da UFBA (2002-2010), um 
projeto REUNI realmente diferenciado e bastante ousado, que chegou a duplicar a 
oferta de vagas em dois anos, abrindo Bacharelados Interdisciplinares em todas as 
áreas do conhecimento. Ciente da importância da missão institucional que nos foi 
confiada, nomeamos alguns membros dessa equipe como Pró-Reitores e outros 
como Decanos ​pro tempore ​das embrionárias unidades universitárias, assim 
transmitindo a pro-temporalidade outorgada por V. Exa. Avançamos na concepção 
de um novo modelo curricular inspirado nos Bacharelados Interdisciplinares 
implantados na UFABC e na UFBA, a eles agregando a revolucionária ideia anisiana 
dos Colégios Universitários. Os valores fundamentais da nossa instituição 
encontram-se na sua Carta de Fundação, elaborada a muitas mãos e mentes num 
retiro que nosso grupo realizou nas belas Praias do Norte, neste Sul baiano, entre 
Ilhéus e Itacaré. 
Em 20 de agosto de 2013, demos posse ao Conselho Universitário Matriz, formado por 
dirigentes ​pro tempore ​e por representantes dos parceiros institucionais e da sociedade 
baiana, tendo a honra de contar com o então Governador Jaques Wagner como 
Presidente de Honra. Nosso núcleo dirigente inicial dedicou-se com empenho, 
competência e criatividade a uma dupla tarefa: por um lado, uma série de Seminários 
Acadêmicos para propor modelos curriculares inovadores e, em paralelo, para 
avaliar planos de trabalho de professores de outras IFES que se candidatavam à 
redistribuição; por outro lado, elaboramos um Estatuto capaz de expressar e 
regulamentar um modelo institucional e organizacional de fato novo, à altura dos 
desafios que nossa prospecção e conhecimento da região já descortinavam. Nesse 
dispositivo legal, estruturante da nossa organização institucional, destacam-se 
iniciativas inovadoras, como o Conselho Estratégico Social, o quadro docente 
complementar (reconhecendo profissionais de competências práticas e mestres de 
saberes tradicionais), a Rede Anísio Teixeira de Colégios Universitários e uma 
estrutura de gestão enxutíssima – destacando as pró reitorias de Tecnologia de 
Informação e Comunicação (PROTIC) e de Sustentabilidade e Integração Social 
(PROSIS), pioneiras entre as universidades brasileiras. Esse Estatuto, aprovado pelo 
Consuni em 14/02/2014, foi protocolado na SESu/MEC no prazo previsto na Portaria 
de minha nomeação como Reitor. 
No primeiro semestre de 2014, dirigimos grande parte de nossos esforços para a 
implantação da base física da Universidade. Em Itabuna, a Prefeitura Municipal 
disponibilizou um imóvel de excelente padrão construtivo que, requalificado, permitiu 
acolher as equipes de gestão e os primeiros contingentes de alunos do Campus Jorge 
Amado. Em Teixeira de Freitas, a Prefeitura Municipal pôs à nossa disposição o maior 
imóvel da rede municipal de ensino para implantar o Campus Paulo Freire. Em 
Porto Seguro, por sugestão da administração municipal, com a anuência ativa do 
então Governador Wagner, assumimos a gestão deste espaço maravilhoso que 
hoje é o Campus Sosígenes Costa, à época sob a gestão da Empresa de Turismo da 
Bahia, porém subutilizado em função da baixa demanda por eventos de grande 
porte. Em paralelo, em virtuosa parceria com a Secretaria Estadual de Educação, 
criamos as condições para implantar Colégios Universitários (CUNI) inicialmente em 
oito municípios nos três territórios que compõem a Região. 
Em janeiro de 2014, recebemos no Campus Sosígenes Costa a visita do então Secretário 
da SESU/MEC, Prof. Paulo Speller, acompanhado por uma missão formada por 
dirigentes de todas as secretarias do MEC. Repassamos com cuidado o modelo 
proposto e a situação do processo de implantação à época; nossos atentos 
interlocutores identificaram três desafios: a) suprir a ausência de banda larga digital no 
território de abrangência da Universidade; b) recrutar pessoal qualificado para 
uma instituição localizada em área remota; c) superar possíveis obstáculos legais e 
regulatórios ao modelo de colégios universitários, considerado inovador e 
necessário como conceito, porém de difícil viabilidade prática. As soluções 
conceituais para tais desafios, coletivamente construídas com o apoio da equipe 
técnica da própria SESu/MEC, foram compiladas em um Plano Orientador 
Institucional e Político Pedagógico da Universidade Federal do Sul da Bahia, 
protocolado no MEC em 4/4/2014 e apresentado ao Secretário-Executivo Luiz Cláudio 
Costa em duas oportunidades. Este Plano se estrutura sobre três eixos de 
inovação: regime curricular quadrimestral, propiciando otimização de recursos 
pedagógicos e de infraestrutura; arquitetura curricular organizada em ciclos de 
formação, commodularidade progressiva e certificações independentes a cada ciclo; 
combinação de pluralismo pedagógico e uso intensivo de recursos tecnológicos. 
Avançando na estruturação de um quadro qualificado de pessoal, além de 
promover uma nova série de Seminários Acadêmicos, realizamos o primeiro 
concurso para servidores docentes e técnico-administrativos, entre maio e junho de 
2014. O concurso para servidores técnico-administrativos recebeu 9.954 inscritos 
para 92 vagas em 21 funções de gestão e de apoio acadêmico, sendo a maioria 
dos candidatos oriundos desta região. Para o primeiro concurso de docentes, 
testamos com sucesso um novo modelo de concurso, com etapas eliminatórias e 
classificatórias, otimizando tempo e recursos. Recebemos 667 inscrições para 28 
vagas, homologamos 136 candidaturas; no final, foram aprovados 25 docentes em 
seis áreas de conhecimento, todos com doutorado. 
Sabemos que o mais importante para uma instituição de ensino são seus 
estudantes. Coroando intenso esforço de preparação e superando incertezas 
referentes à contratação de docentes, oferecemos no processo seletivo do meio 
do ano passado 1.050 vagas em 15 opções de cursos, sendo 540 nas sedes e 510 na 
rede de Colégios Universitários, com uma surpreendente taxa de confirmação de 
quase 70%. Ajustando a Lei nº 12.711/2012 ao contexto regional, introduzimos 
cotas de 85% nos CUNIs e de 55% nas sedes. Com enorme alegria, com a presença 
do então Ministro Henrique Paim e do Governador Jaques Wagner, oficialmente 
iniciamos atividades letivas em 20 de setembro de 2014. 
A Aula Inaugural desta jovem Universidade foi ministrada por um dos intelectuais mais 
importantes da atualidade, Boaventura de Sousa Santos, cuja obra muito nos 
tem inspirado. Emocionado ao constatar que seu projeto de vida de uma 
universidade popular aqui, entre nós, mostrava-se vivo e viável, Boaventura 
celebrou a eloquente presença da diversidade étnico-social do território em nossa 
comunidade estudantil e deixou-nos uma inquietante advertência sobre inimigos 
internos, ou seja, nós mesmos com arraigadas formações disciplinares, 
excessivamente fragmentadas e pouco expostas a desafios concretos que a 
realidade plural de nosso país impõe. Em novembro de 2014, tivemos a honra de 
receber neste campus mais de mil participantes do III Encontro Nacional de 
Bacharelados e Licenciaturas Interdisciplinares, representando 32 universidades 
públicas. Hilton Japiassu, pioneiro teórico sobre a interdisciplinaridade no Brasil, 
brindou-nos com uma linda e alegre conferência, provavelmente a última de sua 
vida pois faleceu em abril deste ano. Cético confesso, 
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irônico, após décadas de debates e enfim quase esquecimento, confessou surpresa 
e chegou a duvidar que fôssemos tantos e tantas engajados na abertura de novos 
horizontes para ensinar, aprender, pesquisar e criar fora de caixinhas disciplinares. 
Em dezembro de 2014, celebramos o fim do ano com 697 estudantes matriculados em 
todas as áreas de conhecimento, 94% oriundos da região Sul da Bahia, turma pioneira 
formada por entusiasmados participantes no processo de construção histórica 
desta Universidade. 
Realizamos então o segundo concurso docente, aprimorando o modelo de etapas 
classificatórias. Para 49 vagas abertas em 10 matérias, recebemos 636 inscrições; 305 
candidatos realizaram a primeira etapa de provas, aplicadas em Brasília, São Paulo, Rio 
de Janeiro, Salvador e Itabuna, graças ao apoio de universidades parceiras 
(respectivamente UnB, UFABC, UNIRIO, UFBA e UESC); 115 candidatos foram 
selecionados para a segunda etapa – Prova de Títulos; destes, 62 se habilitaram para a 
etapa final – Provas Orais, sendo classificados 36 candidatos, todos com Doutorado. 
Em 6 de janeiro de 2015, tivemos a honra de receber o Governador Rui Costa em nosso 
Campus Jorge Amado, sede da Reitoria, recém-empossado, em sua primeira visita 
ao interior sulbaiano, o que muito nos sensibilizou. Aquele momento marca uma 
reorientação crucial do nosso projeto institucional e político-pedagógico. Na 
ocasião, constatando o potencial do nosso modelo de universidade popular 
profundamente enraizada no território, o Governador nos desafiou a decisivamente 
apoiar o esforço de constituir a Pátria Educadora, ampliando nosso projeto de 
requalificação da Educação Básica. Junto com o Professor Osvaldo Barreto, 
Secretário Estadual de Educação, esboçamos uma proposta, convocamos um 
grupo de trabalho interinstitucional, formamos um consórcio de universidades 
parceiras e apresentamos um plano de ação conjunta. A proposta em si é simples: 
• ​As unidades da rede estadual de ensino médio que abrigam CUNIs são 
requalificadas pela SEC como escolas de ensino integral e em tempo integral; ​• ​A UFSB 
assume a gestão pedagógica dessas escolas, compartilhada e assessorada pela SEC; 
• ​A equipe de gestão e o pessoal docente continua sob a responsabilidade da SEC, 
sendo complementada pela UFSB; 
• ​MEC, CAPES, MinC, MCT e outros órgãos apoiam os Pactos Interinstitucionais 
através dos seus programas; 
• ​Universidades parceiras (na Região Sul da Bahia, destacam-se IFs, Uneb e Uesc) 
compartilham práticas e atividades, além de participar em projetos e 
programas integrados, para este fim; 
• ​Prefeituras participam com contrapartidas de logística, infraestrutura e assistência 
estudantil; 
• ​Empresas e organismos que atuam na região patrocinam programas e projetos de 
responsabilidade social em áreas de interesse conjunto. 
Este projeto, Exmo. Sr. Ministro, tem sido construído em estreito diálogo com a 
SEB/MEC, através do Secretário Manuel Palácios, e apresenta enorme potencial 
de cumprir as metas do PNE, articulando de modo orgânico e otimizado recursos 
e capacidades de todos os níveis do sistema educacional. 
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Mesmo sendo tão jovem como instituição, face à alta qualificação do nosso 
corpo docente, neste ano investimos bastante na pós-graduação. Apresentamos à 
CAPES propostas de programas de pós-graduação senso-estrito, incluindo quatro 
Doutorados e cinco Mestrados: a) Pessoas, Produtos e Processos para 
Sustentabilidade; b) Biotrópicos – Biodiversidade Tropical e Conservação; c) Ciências 
Agrárias; d) Estado e Políticas Públicas; e) Artes nas Américas. Além disso, fomos 
selecionados para compor dois Mestrados em rede aprovados pela CAPES: Prof-Saúde 
e Educação Matemática. 
No segundo quadrimestre de 2015, oferecemos 1080 novas vagas de graduação 
no ENEM/SISU em 15 opções de entrada nas sedes, ampliando a taxa de ocupação 
para 77%. Para viabilizar a recepção de tantos alunos novos, face à não 
disponibilização de concursos neste ano, contamos com 40 vagas docentes e mais 
9 vagas de professor substituto do Programa Mais Médicos, posto que o nosso 
Curso de Medicina foi aprovado e se encontra em implantação no Campus Paulo 
Freire, juntamente com a Residência Médica, já em funcionamento no Hospital 
Regional de Teixeira de Freitas. 
Entre julho e setembro deste ano, através da Pró-Reitoria de Sustentabilidade e 
Integração Social, promovemos o I Fórum Social da UFSB, após reuniões preparatórias 
nos ​campi ​de Itabuna, Teixeira e Porto, que mobilizaram mais de dois mil participantes 
quase 100 entidades e movimentos sociais.Nesse processo, foram eleitos 341 
delegados de 13 segmentos sociais: de aldeias indígenas Pataxó, Hã-hã-hãe e 
Tupinambás, de empresários do turismo, do agronegócio e da indústria de celulose, dos 
assentamentos, dos terreiros de candomblé, dos prefeitos, dos professores e 
estudantes da educação básica. O engajamento geral, o entusiasmo de todos e a 
participação ampla dos segmentos foram impressionantes. Na reunião final, em Porto 
Seguro, em 19 de setembro, os delegados de cada segmento elegeram seus 
representantes ao Conselho Estratégico Social, órgão consultivo de grande significação 
para o diálogo com os vetores representativos da sociedade. E esse Conselho, além de 
apreciar propostas de cursos e planos de desenvolvimento institucional, participará do 
Colégio Eleitoral para a escolha do reitor. Ficamos com a certeza de que se trata de 
uma decisão importante, essa de trazer a sociedade, com toda sua diversidade e 
energia, para dentro do processo de governança da Universidade. 
Concluímos este ano já com 1.526 estudantes matriculados em quatro 
Bacharelados Interdisciplinares (Ciências, Artes, Humanidades e Saúde) e cinco 
Licenciaturas Interdisciplinares (Matemática e Computação; Ciências da Natureza e sua 
Tecnologias; Linguagens e Códigos; Ciências Humanas e Sociais; Artes e suas 
Tecnologias). Esses alunos/as poderão, a partir de 2017, escolher entre seis 
cursos de Engenharias 
(Florestal, Ambiental Agrícola, Ambiental Sanitária, Processo - Biotecnologia, Processo - 
Alimentos, Logística - Transportes), dois na área de Ciências Naturais (Ciências 
Biológicas, Oceanologia), quatro em Ciências Humanas (Administração, 
Antropologia, Economia, Direito) e três na área da Saúde (Saúde Coletiva, Psicologia, 
Medicina). Nosso corpo de apoio acadêmico e institucional, altamente qualificado 
e motivado, totaliza hoje 151 servidores técnicos-administrativos. O corpo docente 
compreende 188 docentes, 63 destes atuando também em funções administrativas. 
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Avaliando os três desafios levantados pela missão SESU/MEC em 2014, podemos fazer 
um balanço bastante positivo da situação atual. Em primeiro lugar, com uma atuação 
eficiente das comissões de concursos, superamos com folga a questão da qualificação: 
com o modelo de chamadas públicas para redistribuição e concursos por etapas 
eliminatórias, selecionamos pessoal docente com 100% de doutores; nossos servidores 
TAs são bastante qualificados, muitos com mestrado. Em segundo lugar, graças ao 
apoio da Procuradoria Federal na UFSB, passamos muito bem no teste da 
judicialização: nossos concursos receberam recursos apenas em nível 
administrativo e os processos seletivos não geraram ações judiciais que 
comprometessem os sistemas de inclusão social. Em terceiro lugar, conseguimos 
implantar uma cobertura digital bastante eficiente: graças à eficiente e criativa 
atuação da PROTIC, hoje dispomos de pelo menos 300 Mbps nos campi e 60 Mbps 
nos CUNIs, numa rede digital com redundância e robustez, permitindo interação 
em tempo real nos processos metapresenciais de ensino-aprendizagem. 
Finalmente, chegamos às perspectivas para o ano de 2016. Ajustamos nosso 
planejamento à crise e assumimos uma posição cautelosa em relação às metas 
de implantação do nosso Plano Orientador. Apresentamos ao Consuni uma 
proposta de duplicação de vagas (mais 1.400 novas vagas para 2016) na condição 
de que o MEC consiga priorizar as universidades novíssimas, disponibilizando o 
necessário quantitativo de vagas docentes e de recursos de capital e custeio. Em 
um processo complexo de discussão política interna, mais amadurecida em 
alguns segmentos da comunidade universitária, porém com decisiva participação da 
representação da sociedade, o Consuni aprovou a abertura de 913 novas vagas, em 
todos os campi e nos CUNI. Isto inclui 33 vagas supra-numerárias para indígenas 
aldeados, em todos os Colégios Universitários, numa importante iniciativa conjunta 
com a SECADI/MEC. 
No plano físico, priorizamos a reforma de espaços e instalações disponíveis, cedidos 
por instituições públicas parceiras e pelos governos estadual e municipais. Não 
obstante a inegável validade desta estratégia de começarmos a funcionar em 
instalações provisórias, é imprescindível realizar investimentos de longo prazo em 
obras definitivas, como já o fizemos este ano com o processo licitatório na 
modalidade RDC para construção do primeiro Bloco Pedagógico da Universidade 
Federal do Sul da Bahia, em terreno cedido pela Ceplac para implantação definitiva do 
Campus Jorge Amado. Trata se de uma obra projetada para atender a 4.800 alunos, 
orçada em cerca de 17 milhões de reais, sendo que no orçamento de 2016 
encontra-se a previsão de apenas 10 milhões para todas as despesas de capital 
da Universidade, destinados não apenas a novas construções, mas principalmente à 
aquisição de equipamentos para laboratórios multifuncionais de ciências básicas, 
mobiliário para salas de aulas, auditórios e ateliês e livros e mídias para bibliotecas. 
Sem dúvida, mesmo considerando o cenário de contenção e crise que se espera 
para o próximo ano, as universidades novas não poderão receber o mesmo 
tratamento orçamentário e financeiro que suas similares mais antigas, já 
consolidadas. 
O Governo Estadual avança no processo de cessão deste Centro de Convenções de 
Porto Seguro e hoje estamos aqui inaugurando a primeira etapa de requalificação 
e adequação do espaço. A Prefeita Cláudia Oliveira já se dispôs a encaminhar 
decreto 
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municipal declarando de utilidade pública a área contígua, situada a leste deste 
terreno, para futura ampliação do Campus Sosígenes Costa. O Governador Rui 
Costa esteve conosco em Itabuna há apenas duas semanas e tivemos a 
satisfação de entregar as obras do Campus Jorge Amado, com 12 salas de aula, 
laboratório pedagógico, auditório, 
centro de idiomas e biblioteca, em espaço provisório disponível graças ao apoio 
da administração municipal do Prefeito Claudevane Moreira Leite. O Governador 
Rui pessoalmente teve a ideia de repassar à Universidade as antigas instalações do 
Derba e um terreno do Governo Estadual, situados no centro urbano de Teixeira 
de Freitas 
onde, no início do ano, estaremos juntos para entregar obras de reforma concluídas e 
para formalizar o processo de cessão, tão logo a SAEB finalize os procedimentos legais. 
Então completaremos os investimentos para a consolidação do Campus Paulo Freire, já 
iniciados em imóvel cedido pela Prefeitura de Teixeira de Freitas graças ao 
empenho pessoal do Prefeito João Bosco. 
Como pode perceber V. Exa., são muitas novidades em uma agenda 
superpositiva, apesar de todas as dificuldades deste período conturbado do nosso 
país. 
Completando esta sucinta prestação de contas, considero concluída a etapa inicial do 
processo de criação da Universidade Federal do Sul da Bahia. Foram três anos 
de concepção, dois anos de institucionalidade e pouco mais de um ano de 
funcionamento. 
Considerando cumprida a nossa missão, gostaria de neste momento fazer o que fiz a 
cada novo Ministro que assumiu a pasta da Educação, colocando este cargo de Reitorpro tempore ​à disposição de V. Exa., reiterando inclusive que a Portaria que me 
nomeou não prevê prorrogação automática. Nesse sentido, solicitei a todos os 
membros da equipe, ocupantes de cargos de direção destinados a funções de 
gestão, assessoria e coordenação da Universidade, que fizessem o mesmo. Com esse 
gesto, agradecemos a V. Exa. o voto de confiança concedido ao nosso quadro de 
gestores/as que têm se empenhado, com entusiasmo e dedicação, a esta tarefa 
honrosa de participar na construção de uma nova história para a educação superior 
brasileira. 
Certamente continuaremos a contar com o apoio do MEC para manter este forte ritmo 
de construção institucional e transformação social, assim contribuindo para ajudar 
a superar uma profunda dívida histórica deste país para com esta linda e sofrida 
Região Sul da Bahia. 
Saudações Universitárias Grapiúnas! 
 
Naomar de Almeida Filho 
Reitor ​pro tempore 
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