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Mecanismos de ação do captopril e sildenafil e as suas indicações CAPTOPRIL O Captopril consiste em um medicamento que pertence à classe dos anti-hipertensivos, foi o primeiro que a indústria farmacológica obteve conhecimento. Apresenta indicação para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e nefropatia diabética, reduzindo a mortalidade e a morbilidade cardiovascular entre pacientes com infarto do miocárdio. O Captopril possui ação rápida e curta, ele funciona como um inibidor reversível da enzima de conversão da Angiotensica (ECA), suprimindo o sistema renina-angiotensina. A ativação excessiva do sistema renina-angiotensina é um importante fator de lesões relacionadas com o coração, desencadeada principalmente pela angiotensina II. Os inibidores do tipo ECA, como o fármaco Captopril, atuam inibindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, por meio do suprimento do sistema renina-angiotensina. A formação da angiotensina I envolve uma clivagem sequencial do angiotensinogênio, um tipo de proteína derivada principalmente dos lóbulos hepáticos, a angiotensina I é um decapeptídio inativo que através da enzima glicoproteolítica, sintetizada principalmente pelo rim, a renina, é convertida em angiotensina II, um octapeptídeo ativo. No entanto, mediante a ingestão do Captopril, o sistema de conversão de angiotensina I em angiotensina II pelo sistema renina-angiotensina será interrompido. O captopril, assim como outros medicamentos inibidores do tipo ECA atuam especificamente na enzima de conversão de angiotensina, a renina, que catalisa a transformação de angiotensina I em angiotensina II, controlando também o processo de degradação da bradicinina e de outros peptídeos vasoativos. Com a inibição da sintetização de angiotensina II, observa-se uma redução na pressão arterial de pacientes hipertensos, diminui-se efeitos como: vasoconstrição, aumento da liberação de noradrenalina que consequentemente reforça a vasoconstrição e aumenta a frequência e força da contração, reabsorção de sódio nos rins, liberação de aldosterona do córtex suprarrenal e crescimento celular o coração e nas artérias, que são alguns dos efeitos desencadeados com a ligação da angiotensina II ao receptor T1. SILDENAFIL O Sildenafil é um medicamento utilizado inicialmente para disfunção erétil que posteriormente teve a sua função no tratamento de hipertensão pulmonar (HAP) descoberta. A HAP é caracterizada como pressão média na artéria pulmonar acima de 25mmHg em repouso e 30mmHG sob esforço e com pressão capilar pulmonar normal. A hipertensão pulmonar se apresenta como uma patologia da camada média das arteríolas pulmonares, diminuição da produção endotelial dos vasodilatadores prostaciclina e óxido nítrico e aumento da produção do vasoconstritor endotelina. Em outras palavras, a HAP refere-se a um aumento na resistência vascular pulmonar do lado direito do coração. O Sildenafil apresentou-se como um medicamento vasodilatador pulmonar seletivo sem efeitos na pressão arterial sistêmica. Sendo ele um potente inibidor da enzima 5-fosfodiesterase que é responsável por converter Monofosfato cíclico de guanosina (GMPc) em monofosfato de guanosina (GMP). Mediante a inibição da enzima 5-fosfodiesterase, há um aumento na concentração de GMPc nos pulmões e como consequência, um relaxamento do músculo liso da parede vascular. O GMPc é um mensageiro intracelular do óxido nítrico, o óxido nítrico é utilizado no relaxamento do músculo liso da parede do vaso, dilatando-o, aumentando o fluxo sanguíneo e diminuindo a pressão arterial. Assim, é por isso que com a inibição da sintetização de GMPc em GMP que aconteceria pela ação da enzima 5-fosfodiesterase, a quantidade de óxido nítrico sofre aumento, consequentemente, haverá uma redução na resistência vascular pulmonar. REFERÊNCIAS BENTLIN, M. R. et al. Sildenafil no tratamento da hipertensão pulmonar após cirurgia cardíaca. Jornal de Pediatria, v. 81, n. 2, p. 175-178, 2005. CHAVES, D. F. L. et al. A substituição do captopril pelo enalapril no tratamento de hipertensão arterial no âmbito do sistema único de saúde. Saber Científico, v. 6, n. 2, p. 111-24, 2017. Dhariwal, AK e Bavdekar, SB. Sildenafil na hipertensão arterial pulmonar pediátrica. Journal of postgraduate medicine, v. 61, n. 3, p. 181–192, 2015. OLIVEIRA, E. C.et al. Sildenafil no tratamento da hipertensão arterial pulmonar idiopática em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, v. 81, n. 5, p. 390-394, 2005. PEIXOTO, M. M. et al. Avaliação da qualidade de comprimidos de captopril dispensados em Feira de Santana-BA. Infarma , v. 16, n. 13-14, pág. 69-73, 2005. PFEFFER, M. A. et al. Valsartan, captopril ou ambas em enfarte do miocárdio complicado por insuficiência cardíaca, disfunção ventricular esquerda ou ambos. New England Journal of Medicine, v. 349, n. 20, pág. 1893-1906, 2003. RIBEIRO, J. M. et al. Bloqueio farmacológico do sistema renina-angiotensina-aldosterona: inibição da enzima de conversão e antagonismo do receptor AT1. Rev Bras Hipertens, v. 7, n. 3, p. 293-302, 2000.
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